Painel: Habitação Popular e Mercados Informais A ILEGALIDADE NA EXPANSÃO DAS CIDADES MÉDIAS Estudo de Caso de São José do Rio Preto Alessandra C. dos SANTOS [email protected] Dr. Ricardo Siloto da SILVA [email protected] UFSCar - Universidade Federal de São Carlos PROCESSO DE URBANIZAÇÃO Urbanização acelerada a partir da segunda metade do século XX; Migrações devido à modernização agrícola e avanço da industrialização; Desconcentração da economia e interiorização do desenvolvimento; II Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (II PND) – Programa Nacional Cidades Médias; Crescente número de ocupações urbanas em áreas rurais, principalmente parcelamentos sem aprovação; Padrão periférico da urbanização nas grandes cidades e nas cidades médias. ILEGALIDADE Déficit habitacional crescendo em maior ritmo que o crescimento da população em geral; Mais de 10 milhões de moradias com deficiências urbanas, sanitárias e de infra-estrutura; Dificuldades de acesso à terra urbana; ESTUDO DE CASO Município de São José do Rio Preto - SP 1980 Recreios de final de semana e moradia de aposentados; Baixíssima densidade; Ainda não havia problemas de erosão; Paisagem rural ainda preservada; Redes de água e de energia novas, funcionando normalmente. 1990 Explosão dos negócios de lotes ilegais; Alteração do perfil social dos consumidores; Congestionamento da infraestrutura de água e energia elétrica; Erosões em todos os loteamentos; Assoreamento na represa de abastecimento de água; Pressão dos moradores sobre o Poder Público Local; À partir de 95, várias subdivisões em módulos de até 200 m2. ESTUDO DE CASO Município de São José do Rio Preto - SP 2000 - 108 Loteamentos Ilegais Populaçao aproximada de 40 mil habitantes Região Norte • possui o maior número de loteamentos ilegais; • com destinação prioritária para moradia permanente; • onde os lotes foram mais subdivididos; • apresenta uma maior densidade ocupacional. LOTEAMENTOS HABITACIONAIS DÉCADA DE 80 DÉCADA DE 90 1980 / 2000 ÁREA % ÁREA % ÁREA % PRIVADOS LEGALIZADOS 8.760.879 41 13.398.513 54 22.159.392 48 PÚBLICOS 4.748.291 22 2.775.646 11 7.523.937 16 ILEGAIS 8.020.626 37 8.768.049 35 16.788.675 36 TOTAL 21.529.796 100 24.942.208 100 46.472.004 100 2 4 5 3 1 01 – eixo MIRASSOLÂNDIA 02 – eixo IPIGUÀ 03 – eixo CÒRREGO DA ANTA 6 04 – eixo BR 153 05 – eixo TALHADO 06 – eixo OLÍMPIA 07 – eixo ENG. SCHIMIDT 08 – eixo VILA AZUL 7 Zona Urbana em 2000 Legenda (loteamentos implantados entre 1980 e 2000). legais ilegais escala gráfica 0 500 250 2000 1000 8 Eixos dos Loteamentos Ilegais EIXOS DE EXPANSÃO Modelo rodoviário facilita o espraiamento urbano; Oeste e Sudoeste são totalmente preservados devido à barreira dada pela Fazenda do Estado, pelo presídio agrícola e clube de campo do Palestra; Sudoeste – terras de melhor qualidade e propriedades maiores; IMPACTOS AMBIENTAIS Desmatamento; Ocupação de Área de Preservação Ambiental; Assoreamento da Represa Municipal. SITUAÇÃO DO IMÓVEL Imóvel ocupado 66,74 % Casa fechada 17,90 % Em construção 8,86 % Construção abandonada 6,50 % PERFIL DOS MORADORES ESGOTO Fossa 90,05 % Canalizado 8,89 % A céu aberto 1,06 % TIPO DE OCUPAÇÃO Residência 89,29 % Lazer 6,37 % Comércio 2,84 % 0,67 % Informal 50,30 % Trabalho registrado 27,07 % Prestação de Serviço Aposentado 18,68 % Igreja 0,45 % Desempregado 3,95 % Indústria 0,38 % PRINCIPAIS PROBLEMAS exclusão sócio-espacial; impactos ambientais negativos; fragmentação perante os sistemas de infra-estrutura pública; baixa qualidade habitacional; falta de segurança; dificuldades de acessibilidade e de mobilidade. PRINCIPAIS FATORES DE INFLUÊNCIA ineficácia da política pública habitacional; altos custos para habitar a “cidade formal”; alto grau de concentração de renda; quantidade elevada de população com rendas média-baixa e baixa; dificuldades no cumprimento e fiscalização da legislação urbanística. CONCLUSÃO É de grande importância que o planejamento municipal considere toda a área do município, regulando o uso e a ocupação do solo, e principalmente, dando atenção a toda a população, e não apenas àquela residente na área interna ao perímetro urbano, garantindo que toda a população tenha direito de usufruir a cidade. A omissão por parte do Poder Público só faz com que novos parcelamentos ilegais apareçam e os problemas decorrentes aumentem.