CENTRO DE
INVESTIGAÇÃO EM
CIÊNCIAS SOCIAIS
NEWSLETTER
#002 – MARÇO 2011
I CICLO DE SEMINÁRIOS
DE DOUTORANDOS
DE SOCIOLOGIA
SEMINÁRIO
INTERNACIONAL
"JUSTIÇA, MÉDIA
E CIDADANIA"
"O TRABALHO, AS
TÉCNICAS E O MUNDO"
EM DISCUSSÃO
www.cics.uminho.pt
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newsletter
Em tempo de balanço de 2010, com este número 2 da
Newsletter pretende-se fazer uma síntese das actividades
do cics, designadamente do segundo semestre de 2010.
Antes de mais, cabe-me, enquanto director do cics,
congratular-me e ter uma palavra de reconhecimento pelo
empenho e o esforço dos membros do cics na execução
dos seus projectos individuais e colectivos e respectivos
relatórios científicos; nas suas publicações em revistas
nacionais e internacionais, assim como em livros e capítulos
de livros; nas inúmeras comunicações a nível nacional e
internacional, umas por convite, outras aceites em eventos
científicos. É de destacar, na esfera da internacionalização
das actividades, a presença no Congresso Mundial de
Sociologia em Gotemburgo, em que o cics, através de
comunicações de vários dos seus membros, teve uma
expressiva participação.
Em termos de publicação, é de destacar, além do número
duplo 5/6 da revista Configurações, o número 7 sobre
Trabalho e Não Trabalho, organizado pelas colegas Ana
Paula Marques, Fernando Bessa Ribeiro, Rita Moreira e
Ana Reis Jorge, o qual está praticamente editado pela
Húmus, estando em curso a organização do número 8 por
Ana Brandão e membros do grupo de Ciência, Identidade e
Cultura. Saliente-se também a publicação de algumas obras
da autoria de membros integrados do cics editados pela
Colibri (Paula Remoaldo e Helena Nogueira), pela Húmus na
colecção Debater o Social (Helena Machado e Filipe Santos,
Ana Paula Marques e Mariana Gaio, Manuel Carlos Silva,
Fernando Bessa Ribeiro) e três obras pela Afrontamento
resultantes de teses de doutoramento, respectivamente
da Ana Brandão, Rita Ribeiro e Catarina Tomás.
Merecem uma palavra especial de apreço os/as
doutorandos/as, designadamente os/as que, tendo-se
candidatado ao concurso de bolsas para doutoramento na
fct, obtiveram, com o apoio da Direcção do cics e sobretudo
das suas orientadoras/es, uma bolsa de doutoramento,
cuja organização de acolhimento é o cics.
Com efeito, o número de doutorandos inscritos no
Departamento de Sociologia e no cics tem aumentado
consideravelmente, sendo também de felicitar a Comissão
Directiva do Curso de Doutoramento, designadamente
a sua Directora, a Prof:ª Helena Machado.
Por fim mas não menos importante a sublinhar é a
colaboração que têm prestado nalgumas das tarefas de tipo
organizativo, para além da Sónia Soares e, pontualmente.
Aleksandra Queiroz, alguns doutorandos – designadamente
a Ana Jorge, a Rita Moreira, a Sílvia Gomes, a Rita Borges
e o Rui Cruz – e alguns membros efectivos, com especial
referência às coordenadoras de linhas de investigação: a
Ana Brandão, a Alice Matos, a Ana Paula Marques e a Paula
Remoaldo.
Estou convicto que os membros integrados do cics, os
doutorandos e associados continuarão a dar o seu contributo
para elevar a prestação científica do cics.
Manuel Carlos Silva
(Director do cics)
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NOTÍCIAS
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SEMINÁRIO INTERDISCIPLINAR E INTERNACIONAL "EMPREGO E
FORMAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO LOCAL: REALIDADES E PROSPECTIVA"
Nos dias 3 e 4 de Dezembro de 2010, o Centro de
Investigação em Ciências Sociais da Universidade do Minho
(cics), sob a coordenação científica de Ana Paula Pereira,
organizou o Seminário Interdisciplinar e Internacional
"Emprego e Formação na Administração Local: realidades
e prospectiva", no anfiteatro B2 do Complexo Pedagógico II,
no Campus da Universidade do Minho, em Gualtar.
O Seminário Interdisciplinar Emprego e Formação
na Administração Local: realidades e prospectiva teve
como objectivo principal reflectir e aprofundar o debate
interdisciplinar entre investigadores/as, responsáveis
institucionais e profissionais centrado nas actuais tensões
e desafios que atravessam a Administração Local. Para a
prossecução deste objectivo, o evento incluiu, no primeiro
dia – 3 de Dezembro, da parte da manhã, uma Sessão
plenária, com reputados investigadores nacionais e
estrangeiros (Rob Atikson, Alfonso Martínez Cearra e Luís
Borges Gouveia), sobre o tema Governação e desafios do
Território, e contou ainda, da parte da tarde, com uma sessão
temática intitulada Inovação Tecnológica e Organizacional:
Agir na/para a mudança. No final da tarde, pelas 17h, foi feita
a apresentação pública do livro Estudo Prospectivo sobre
o Emprego e a Formação na Administração Local da autoria
de Ana Paula Marques, que contou com o comentário da
investigadora nacional especialista em métodos de pesquisa
social - Margarida Perestrelo (iscte-iul). Esta apresentação
foi seguida pelo workshop "Avaliação prospectiva de
competências para quadros e dirigentes na Administração
Pública", dinamizado por uma das mais importantes
especialistas nacionais nesta matéria - Helena Rato (Instituto
Nacional de Administração). No segundo dia do seminário
houve apenas uma sessão plenária, da parte da manhã, que
contou com a presença de conferencistas como João Bilhim
(iscsp/utl), Helena Rato (ina) e Rui Azevedo (feup/up), que
se debruçaram sobre a temática das Dinâmicas e processos
formativos em contexto local.
I CICLO DE SEMINÁRIOS DE DOUTORANDOS DE SOCIOLOGIA
No passado dia 26 de Novembro decorreu no Instituto de
Ciências Sociais da Universidade do Minho o I Ciclo de
Seminários de Doutorandos em Sociologia, organizado
pelo Centro de Investigação em Ciências Sociais e pela
Comissão Directiva do 3.º Ciclo de Estudos em Sociologia.
Nesta iniciativa foram apresentadas comunicações relativas
a trabalhos de doutoramento em curso, o que potenciou
o debate e troca de experiências entre estudantes e
investigadores, aspectos centrais à prossecução das teses
bem como à criação de uma maior dinâmica de partilha
e transmissão de conhecimento.
contextos organizacionais e de trabalho, sendo apresentadas
e discutidas questões relativas à empregabilidade,
profissionalização, legitimidade e legitimação institucional.
A segunda sessão, na qual foram apresentados os trabalhos
de Cristiano França (ces-uc), Sílvia da Mota Gomes (cicsum) e Simone Santos (pucrs-br), versou sobre as temáticas
da exclusão social, sendo debatidas questões atinentes à
transformação de processos produtivos, movimentos socias,
criminalidade e controlo social. Em ambas as sessões
a discussão incidiu tanto na vertente teórica
quanto metodológica dos trabalhos.
Atendendo às temáticas propostas pelo conjunto de
doutorandos oradores neste evento, este organizouse em duas sessões: "Mundos do Trabalho" e "Mundos
da Exclusão". A primeira sessão, que contou com as
apresentações de Rita Ribeiro (cics-um), Marina Melo
(ufpr-br) e Alfredo Pereira (cics-um), incidiu sobre os
Sendo o primeiro evento desta natureza prevê-se, para
além de uma segunda edição no primeiro semestre de 2011,
a publicação online de working papers decorrentes dos
mesmos, impulsionando desta forma a produção científica
dos doutorandos.
ANÁLIA TORRES VEM AO MINHO
No âmbito do Programa de Doutoramento em Sociologia,
decorreu no dia 18 de Novembro, pelas 17h30, no anfiteatro
EII, edifício em frente ao Instituto de Ciências Sociais, uma
conferência proferida pela Professora Anália Torres intitulada
"Os sociólogos e a Sociologia em Portugal e na Europa".
A Professora Anália Torres é actualmente Presidente da
European Sociological Association (esa). Foi presidente
da Associação Portuguesa de Sociologia (aps) entre 2002
e 2006, é professora no Departamento de Sociologia do
Instituto Universitário de Lisboa (iscte-iul) e Investigadora-Coordenadora no Centro de Investigação e Estudo
de Sociologia (cies-iscte-iul).
A comunicação proferida pela professora Anália teve como
tema central a evolução da sociologia em Portugal. No fim da
sua comunicação houve lugar a um pequeno debate em que
foram discutidas várias questões. No fim, seguiu-se um coffee
break a que todos os presentes foram convidados a participar.
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NOTÍCIAS
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SEMINÁRIO INTERNACIONAL "JUSTIÇA, MEDIA E CIDADANIA
E PUBLICAÇÃO DE OBRA"
A 22 de Outubro de 2010, realizou-se no Centro de Estudos
Sociais de Lisboa o seminário internacional "Justiça média
e cidadania", organizado por Helena Machado (cics-um)
e Filipe Santos (ces-uc). Este seminário contou com o
apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. O painel
de convidados foi muito diversificado, estando presentes
Carlos Rodrigues Lima (Diário de Notícias); Chris Greer
(City University London); Conceição Gomes (Centro de
Estudos Sociais da Universidade de Coimbra / Observatório
Permanente da Justiça Portuguesa); Eduardo Dâmaso
(Correio da Manhã); Francisco Teixeira da Mota (Público);
João Paulo Dias (Centro de Estudos Sociais da Universidade
de Coimbra); e Lieve Gies (Keele University).
O seminário teve por objectivo a promoção e disseminação
de reflexões em torno do eixo composto pelas relações
entre a justiça, os média e os cidadãos. Foram debatidas
questões como as relações do sistema de justiça com
a comunicação social, os processos de construção de
julgamentos mediáticos e respectivas consequências
no escrutínio público da justiça, os impactos dos novos
ambientes mediáticos nas configurações actuais do acesso
dos cidadãos à justiça e à informação sobre casos judiciais.
No final do encontro foi apresentado o livro organizado
por Helena Machado e Filipe Santos, intitulado Justiça,
ambientes mediáticos e ordem social e publicado no âmbito
da colecção Debater o Social 05, do cics, editora Húmus.
Esta obra é uma compilação de trabalhos de especialistas
ingleses, norte-americanos e portugueses e pretende ser um
contributo para alargar o âmbito da análise crítica e reflexão
sobre os encontros e desencontros entre a justiça e os
média, tendo como objectivo familiarizar o público português
com outras dimensões possíveis da discussão. Alguns dos
temas tratados são a importância das emoções no direito
e na administração da justiça criminal; os impactos da
cobertura mediática de casos criminais nas representações
sobre justiça, ordem social e nos chamados "julgamentos
mediáticos"; passando por perspectivas mais dirigidas
ao futuro da justiça e seus operadores, em paisagens
crescentemente mediatizadas e assentes no poder de
difusão de novas tecnologias. Todos estes ‘novos cenários’
colocam desafios às relações entre os tribunais, a polícia e
os média, que esta publicação procura mapear interrogando,
também, o papel dos cidadãos neste processo de mudança.
"O TRABALHO, AS TÉCNICAS E O MUNDO" EM DISCUSSÃO
O Centro de Investigação em Ciências Sociais da
Universidade do Minho (cics/um), em parceria com o
Centro de Estudos dos Mundos Africanos da Universidade
de Provence (cemaf/sysav) e com outros centros de
investigação nacionais e internacionais, realizou nos
passados dias 28 e 29 de Outubro o Colóquio Internacional
"O trabalho, as técnicas e o mundo".
Tratou-se de um evento de elevada importância, na medida
em se debateram dois tópicos da maior relevância social
e científica nas ciências sociais: o trabalho e as técnicas,
sublinhando nomeadamente as questões em torno da
centralidade do trabalho e da dimensão social da técnica.
Problematizar o trabalho e a técnica à luz de perspectivas
sociológicas e antropológicas constituiu o principal objectivo
deste colóquio. Para tal, o evento incluiu, no dia 28 de
Outubro, uma conferência inaugural proferida pelo Prof.
Carlos Prieto, da Universidade Complutense de Madrid. No
mesmo dia contou com a intervenção do Doutor Manuel
Carvalho da Silva (secretário-geral da cgtp) que foi um dos
conferencistas convidados do painel temático "Trabalho
e globalização: processos e impactos", seguido pelo painel
temático "Novas formas de organização do trabalho:
competição, flexibilização e precariedade", que contou com
o contributo amplamente reconhecido neste domínio da Prof.ª
Ilona Kovács (iseg/utl/ Socius).
Enquadradas ainda nesse evento realizaram-se duas
importantes conferências no dia 29 de Outubro, integradas
em diferentes painéis temáticos, destacando-se, entre outras,
a comunicação sob o título "Circulação e transmissão de
saberes técnicos. Mudança de focus ou novo paradigma?",
feita pelo Prof. Bruno Martinelli, reputado especialista da
Universidade de Provença e a palestra de encerramento
proferida pelo ilustríssimo Prof. Hermínio Martins da
Universidade de Oxford.
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BREVES & ENCONTROS CIENTÍFICOS
NOVOS MEMBROS DO CICS
27 DE FEVEREIRO WORKSHOP IV DO CICLO DE
WORKSHOPS DO MESTRADO INTERNACIONAL
E INTERUNIVERSITÁRIO EM POLÍTICAS COMUNITÁRIAS
E COOPERAÇÃO TERRITORIAL
O CICS acolhe para este novo ano 4 novos investigadores
efectivos, Daniel Alves Seabra, Dina Carvalho, Eduardo
Duque, João Areosa, e vários associados ou colaboradores.
Com projectos de doutoramento juntam-se ao Centro vários
doutorandos designadamente, Rita Borges, Rui Vieira Cruz,
Rafaela Granja, Filipe Cardoso Santos, Fátima Barbosa, Dina
Miranda, Celso Franca, Rusland Costa de Luna, Adriana Silva
e Pedro Rapozo.
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Organização Ana Paula Marques (cics) e Rita Moreira (cics) Consultoras Bibiana
Dantas (Agência da Inovação) e Susana Barwinski (Associação Ind. do Minho).
22 E 23 DE MARÇO INTERNATIONAL PUBLIC AND
SOCIAL MARKETING CONF. IN THE HEALTH SETTING
Organização cics, nigp (Núcleo de Investigação em Geografia e Planeamento),
neap (Núcleo de Estudos de Administração e Políticas Públicas) e rims (Rede IberoAmericana em Mercadotecnia en Salud). Coordenação Paula Remoaldo (cics /nigp),
Joaquim Filipe Araújo (neap), Maria de Fátima Martins (ese da um).
15 DE ABRIL CONFERÊNCIA – PROFISSÕES,
ESTADO E REGULAÇÃO PROFISSIONAL
Proferida por Carlos Gonçalves, do Instituto de Sociologia, Universidade do Porto.
Organização Ana Maria Brandão.
28 DE ABRIL SEMINÁRIO – EXTERMINISMO E LUTA DE
CLASSE EM E. P. THOMPSON: CONTRADIÇÃO E REALISMO
Organização Linha de Investigação Organizações, Território e
Desenvolvimento (cics) sob iniciativa de Ivo Domingues e Carlos Veiga.
28 DE ABRIL WORKSHOP EM TRANSPORTES URBANOS
E MOBILIDADE SUSTENTÁVEL
Organização Paula Remoaldo (cics) e Vitor Ribeiro (nigp).
12 DE MAIO SEMINÁRIO – INDICADORES DE
PRODUTIVIDADE NAS CARREIRAS CIENTIFICAS
Organização cics, Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (cecs), Centro de
Investigação em Sociologia Económica e das Organizações (socius) e Gabinete de
Pós-Graduação da Associação Académica da U. Minho (gpg-aaum).
20 DE MAIO II JORNADAS EM GERONTOLOGIA SOCIAL Organização António Palha (ucp) e Cristina Silva (cics).
28 DE MAIO SEMINÁRIO INTERNACIONAL –
O USO DO TEMPO E DA TECNOLOGIA EM CASA
Organização ubi- ces – com participação de Maria João Simões (cics), Joana
Schouten (cics) e Emília Araújo (cics).
24 E 25 DE SETEMBRO 2º SEMINÁRIO INTERNACIONAL
SOBRE DEFICIÊNCIA E REABILITAÇÃO: COMO
ACRESCENTAR VALOR ÀS ORGANIZAÇÕES QUE DÃO
VALOR À DIFERENÇA
Comissão Científica Ivo Domingues (cics) e Carlos Veiga (cics) Comissão
Organizadora Raquel Araújo (cics), Ivo Domingues e Carlos Veiga.
28 A 29 DE OUTUBRO COLÓQUIO INTERNACIONAL O TRABALHO, AS TÉCNICAS E O MUNDO
Comissão Científica Maria João Simões (cics/ubi), Helena Machado (cics), Carlos
Gonçalves (is-up), Elísio Estanque (ces-uc), Jorge Freitas Branco (cria-iscte), Emília
Margarida Marques (cria-unl), Bruno Martinelli (Aix-en-Provence) Ivonaldo Leite (uf
Pernambuco), Telmo Caria (cics/utad), Louis Bainilago (cera /u Bangui), Manuel Carlos
Silva (cics), Ana Paula Marques (cics), Fernando Bessa Ribeiro (cics/utad) Comissão
Organizadora Manuel Carlos Silva (cics), Ana Paula Marques (cics), Fernando Bessa
(cics) Rita Moreira (cics) e Pascale Moity-Maizi (SupAgro/Montpellier– umr Innovation).
5 E 6 DE NOVEMBRO III COLÓQUIO INTERNACIONAL
SOBRE GRUPOS PROFISSIONAIS, COM O TEMA PROFISSIONALISMO E SOCIEDADE DO CONHECIMENTO:
TENDÊNCIAS, PROBLEMAS E PERSPECTIVAS
Comissão científica Teresa Carvalho (Universidade de Aveiro), Rui Santiago
(Universidade de Aveiro), Telmo Caria (utad/ciie), Ana Paula Marques (cics) e Carlos
Gonçalves (Instituto de Sociologia - flup).
3 E 4 DE DEZEMBRO SEMINÁRIO INTERNACIONAL
E INTERDISCIPLINAR - EMPREGO E FORMAÇÃO NA
ADMINISTRAÇÃO LOCAL: REALIDADES E PROSPECTIVA
Coordenador científico Ana Paula Marques (cics) Organização Ana Paula Marques
(cics), Carlos Alberto da Silva (U. Évora), Rita Moreira (cics) e Sílvia Gomes (cics).
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REVISTA CONFIGURAÇÕES
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CONFIGURAÇÕES 5/6
INTERTEMÁTICO
COORDENADORES
MANUEL CARLOS SILVA
HELENA MACHADO
ANA PAULA MARQUES
SÍLVIA GOMES
EDITORA
HÚMUS
DESIGUALDADE E EXCLUSÃO SOCIAL: DE BREVE
REVISITAÇÃO A UMA SÍNTESE PROTEÓRICA
Manuel Carlos Silva
Neste artigo o autor, começando por questionar concepções
correntes em torno do fim do trabalho e do nivelamento social,
do aumento das classes médias e da diminuição das desigualdades sociais numa alegada ‘sociedade da abundância,
define desigualdade como apropriação ou usurpação de bens,
recursos e recompensas, implicando concorrência e luta.
Seguidamente, faz uma revisitação do ambíguo e polissémico
conceito de exclusão social em diversas perspectivas. Por fim,
na esteira de Bader e Benschop (1988), faz um balanço crítico
das teorias clássicas dos sociólogos fundadores, desconstrói
ambiguidades e equívocos em torno do conceito de exclusão,
dando prioridade analítica ao conceito de desigualdade social,
e procura esboçar uma síntese proteórica através duma fecunda aproximação entre a perspectiva marxista e weberiana, sem
descurar o importante contributo da corrente interaccionista.
O ESTIGMA RACIAL NA CONSTRUÇÃO DO ESTADO
PUNITIVO AMERICANO
Loïc Wacquant
Este artigo esboça uma caracterização do regime de
marginalidade urbana, que emergiu nas sociedades avançadas
desde o final da era Fordista, com destaque para quatro
lógicas que se combinavam para produzi-lo: a mudança
macrosocietal resultante em desigualdades, a mutação do
trabalho assalariado (o que implica tanto desproletarização
como informalidade), a redução da segurança social e da
concentração espacial e a estigmatização da pobreza. O
surgimento desta nova marginalidade não é um sinal de
convergência transatlântica no padrão americano: os bairros
Europeus desclassificados estão profundamente penetrados
pelo Estado e as tensões etno-raciais entre eles são
alimentadas, não pelo aumento da diferença entre imigrantes e
nativos, mas pela sua proximidade crescente no espaço social
e físico. Para lidar com as formas emergentes de marginalidade
urbana, as sociedades enfrentam uma alternativa em três
frentes: corrigir os programas existentes da segurança
social, criminalizar a pobreza através da contenção punitiva
dos pobres, ou instituir novos direitos sociais que separem
subsistência do desempenho no mercado de trabalho.
DRAMATIZAÇÃO DA JUSTIÇA E MEDIATIZAÇÃO DA
CRIMINALIDADE: QUE RUMOS PARA O EXERCÍCIO DA
CIDADANIA?
Helena Machado e Filipe Santos
Numa sociedade crescentemente mediatizada, as relações
entre a justiça e os órgãos de comunicação social oferecem,
em simultâneo, riscos e oportunidades que têm alimentado
alguns dos pontos centrais do actual debate em torno das mais
recentes configurações e papéis da justiça nas sociedades
contemporâneas. Neste artigo exploramos algumas modalidades da "dramatização da justiça" em Portugal. O nosso
argumento sustenta-se no caso concreto da mediatização da
criminalidade, que surge acompanhada por retratos negativos
do modo de funcionamento do sistema de justiça criminal, das
leis penais e das modalidades de actuação das polícias. Focamos em particular o exemplo da mediatização de uma "vaga
de assaltos e de criminalidade violenta", que terá "assolado"
Portugal nos últimos meses do ano de 2008, e que inflamou
preocupações públicas quanto à capacidade e adequação do
sistema de justiça e das forças de segurança. Esta modalidade de dramatização da justiça será articulada com a questão
mais vasta da esfera pública. Perspectivamos as possibilidades
em aberto (e as dificuldades) de construção de uma nova
esfera pública, que potencie o exercício da participação e o
acompanhamento informado dos cidadãos em matérias que
apresentam claras implicações para o exercício da cidadania
em sociedades democráticas.
A CLASSE SOCIAL COMO PROCESSO: O CONCEITO DE
FORMAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA
João Valente Aguiar
O autor, começando por colocar o problema da fabricação
do consentimento na perspectiva de Burawoy, problematiza o
conceito de classe, confrontando a perspectiva estrutural de
classe e a perspectiva centrada nos processos históricos da
formação de classe inspirada em Thompson, o que implica
relevar a pertinência analítica do conceito de "formação da
classe trabalhadora". Após fazer uma breve retrospectiva histórica aos movimentos de protesto e manifestações populares
de revolta, dá igualmente conta dos processos de resistência
e formação de poder por parte da classes trabalhadoras a que
se opõe as diversas fases organizacionais fordista e pósfordista
do patronato no sentido de vencer a resistência operária.
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REVISTA CONFIGURAÇÕES
Por fim, com base em autores como Thompson, Hobsbawm e
Katznelson, o autor destaca na formação da classe trabalhadora as sociabilidades, as vivências, e as culturas de classe. Ou
seja, se a classe social está longe de se resumir a uma estrutura, a sua inserção histórica pode ser captada pelo pesquisador
a partir da análise da sua processualidade.
particular da construção civil, sector de actividade que ocupa a
larga maioria destes migrantes, e recrutando elementos recolhidos através de entrevista e de observação directa – a pesquisa
incluiu já um período durante o qual os seus autores puderam
acompanhar in loco o quotidiano de um grupo de operários da
construção civil portugueses em O Carballiño, Galiza, Espanha
–, procura-se com este artigo apresentar alguns resultados de
uma pesquisa em curso que pretende estudar, por um lado, o
modo como se constroem as disponibilidades para a migração
e, por outro, os aspectos vivenciais e as consequências pessoais e colectivas (designadamente familiares e relacionais nas
colectividades de origem) deste deslocamento contínuo que
caracteriza a vida de milhares
de trabalhadores portugueses.
HÁ FUTURO PARA A CONCERTAÇÃO SOCIAL?
OS SINDICATOS E A EXPERIÊNCIA DO MODELO
NEOCORPORATIVO EM PORTUGAL
Henrique Sousa
Inscreve-se este artigo no âmbito da análise crítica da aplicação contemporânea do neocorporativismo, de que a concertação social tripartida é uma expressão institucionalizada, e da
sua viabilidade e adaptação a um contexto político e económico – o português - muito diferente daquele em que nasceu,
com a crescente globalização económica, o predomínio das
orientações políticas de cariz neoliberal e o actual processo
de integração europeia. Pretende-se compreender se este
conceito, construído a partir dos anos 50 do século passado
para a institucionalização de um compromisso que sustentasse
o Estado Social, em países europeus mais desenvolvidos, de
democracias liberais e com sistemas de diálogo social mais
fortes e estruturados, aplicado mais tardiamente em Portugal,
tem hoje sentido e constitui ainda um espaço útil para a representação e afirmação dos interesses do mundo do trabalho na
formação de políticas públicas e na sua relação com o sistema
político.
ENTRE CÁ E LÁ. NOTAS DE UMA PESQUISA SOBRE
A EMIGRAÇÃO PARA ESPANHA DE OPERÁRIOS
PORTUGUESES DA CONSTRUÇÃO CIVIL
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VOZES PODEROSAS DE JOVENS DE ELITES
ECONÓMICAS PORTUGUESAS
Eunice Macedo
As vozes de jovens elites económicas em Portugal constituem
o ponto focal deste artigo, que localiza uma instituição de
educação privada, implantada no seio de uma globalização
económica política e cultural. Aí se parece legitimar um modelo
de escolha educativa de tipo neoliberal, centrado na competitividade e na importação para a escola de mecanismos de regulação empresarial. Discutem-se vozes poderosas de rapazes
e raparigas que narram as suas expectativas de escolarização
e a posterior inserção no mundo de trabalho, bem como a
sua construção como sujeitos. Aborda-se o desenvolvimento
deste percurso entre contextos de socialização que, sendo
complementares, comportam vias e constrangimentos ao nível
das dimensões de género, classe social e nacionalidade na
construção das pessoas jovens como ‘cidadãs’ consumidoras.
Bruno Monteiro e João Queirós
Entre outras consequências, a conjuntura recente da economia
portuguesa – que se tem caracterizado por baixos níveis de
investimento e crescimento, perda de dinamismo empresarial,
designadamente nos sectores tradicionais, elevadas taxas de
desemprego e degradação do poder de compra – tem conduzido a importantes mudanças ao nível dos padrões de mobilidade da força de trabalho nacional. Estas mudanças têm feito
sentir-se com especial acuidade no Norte do país, onde o declínio das principais actividades industriais (madeiras e mobiliário, têxteis e vestuário, calçado), muito pressionadas pela concorrência internacional, associado à própria situação regressiva
da construção civil, tem feito elevar significativamente as taxas
de desemprego. Em consonância com este facto, vem-se registando nos últimos anos um alargamento da área de inserção
profissional dos trabalhadores residentes na região e mesmo
um recrudescimento dos fluxos emigratórios, geralmente de
cariz sazonal ou "pendular" (semanal ou quinzenal) e direccionados sobretudo para Espanha. Partindo da análise do caso
DISLEXIA, ESCUELA Y EXCLUSIÓN SOCIAL: UN ESTUDIO
DESDE LA SOCIOLOGÍA ACERCA DE LA EDUCACIÓN
ESPECIAL
Ana I. Blanco García
Presentamos los resultados de una investigación realizada a
través de documentos personales, obtenidos mediante la realización de entrevistas en profundidad que reflejan una realidad
poco estudiada hasta el momento desde el punto de vista
sociológico, cual es la de las personas disléxicas en su entorno
escolar y familiar. Se trata de un problema social que afecta a
una proporción notable de la población, pero que no ha sido
calificada como tal por el entorno social, por constituir hasta
el momento un trastorno invisible. La perspectiva teórica en la
que se basa es conflictivista e interaccionista y la metodología
cualitativa. Adoptamos en consecuencia los presupuestos de la
sociología acerca de la educación especial con el propósito de
describir lo que significa ser disléxico en un mundo en el que la
lectoescritura es un requisito esencial para la inclusión social e
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REVISTA CONFIGURAÇÕES
intentar poner de manifiesto los mecanismos por los que esta
dificultad de aprendizaje se convierte en una discapacidad.
SUBCULTURAS DE ADEPTOS DE FUTEBOL E
HOSTILIDADES VIOLENTAS – O CASO PORTUGUÊS NO
CONTEXTO EUROPEU
RISCOS DE UMA ACTIVIDADE DE RISCO: UM ESTUDO DE
CASO EM CONTEXTO HOSPITALAR
Salomé Marivoet
João Areosa
Este artigo apresenta os resultados de uma investigação
realizada num serviço de imagiologia de um hospital público.
Aqui iremos apresentar os principais riscos ocupacionais desta
actividade, bem como a visão dos trabalhadores face aos seus
riscos ocupacionais. As categorias profissionais observadas
foram as seguintes: médicos de radiologia convencional, médicos de neuroradiologia e técnicos de radiologia. A metodologia
utilizada neste estudo de caso foi a pesquisa de terreno com
observação participante. Na operacionalização deste método utilizámos a entrevista como técnica privilegiada para a
recolha de informação. Uma das principais conclusões desta
investigação revela que as percepções de riscos no serviço de
imagiologia são heterogéneas. Todavia, os riscos mais temidos
por parte dos trabalhadores estão associados à exposição às
radiações ionizantes e aos diversos riscos biológicos transversais ao meio hospitalar.
7
A violência no desporto português, em particular no futebol,
sugere o aumento da tensão dos jogos decorrente da intensificação da competição desportiva, mas também o agravamento
das desconfianças em torno da justiça assegurada nos campeonatos. No desenvolvimento das hostilidades violentas entre
algumas das claques, foi-se assistindo ao agravamento das
formas de violência, em alguns casos revelando-se de extrema
brutalidade e com trágicas consequências. A incorporação dos
valores tradicionais do estereótipo tradicional de masculinidade
associada à mentalidade ultra, de adepto devoto e militante,
terá criado as condições para o agravamento da violência no
seio de algumas claques, e, deste modo, as lutas travadas ter-se-ão constituído o leitmotiv para a reprodução autónoma das
rivalidades violentas em acções accionadas por solidariedades
mecânicas.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA IDENTIDADE DA
CLAQUE SUPER DRAGÕES
Daniel Seabra
IMAGENS, EROTISMO E CULTURAS "ON THE ROAD
": PERSPECTIVAS SOBRE O BRASIL COMO DESTINO
TURÍSTICO
Fernando Bessa Ribeiro e Octávio Sacramento
O turismo é uma expressão paradigmática da tendência,
aparentemente inesgotável, de mercantilização da natureza,
da cultura e até mesmo da sexualidade, promovendo-as por
via das tecnologias e das imagens a objectos com valor de
uso e suscitando, desse modo, a disponibilidade para o respectivo consumo. Tal traduz-se na ampliação daquilo que pode
ser consumido, como também na invenção de novos lugares
turísticos. É considerando estes aspectos que o texto procura
discutir o Brasil como destino turístico, convocando para isso
alguns tópicos como hibridismo e sexualidade, dada a sua
relevância no caso em análise. Trata-se de uma reflexão teórica
despertada pelos diversos períodos de trabalho de campo realizado pelos autores a partir de 2005 na cidade de Natal, capital
do Estado nordestino do Rio Grande do Norte.
REPRESENTAÇÕES E CLASSIFICAÇÕES DE UM ESPAÇO
URBANO "REQUALIFICADO"
Roselane Gomes Bezerra
Adoptando as noções de espaço urbano "requalificado" e
de "turismo sexual" como fonte argumentativa, este artigo
demonstra que as intervenções em áreas históricas promovem transformação de usos e de apropriações, mediada por
representações que identificam práticas sociais legítimas e
não-legítimas no espaço urbano. O referente empírico dessa
reflexão foi o bairro Praia de Iracema – situado na cidade de
Fortaleza, capital do Estado do Ceará-Brasil.
Por meio de uma investigação etnográfica foram identificadas
"categorias nativas de atribuição" associadas às classificações
desse espaço como "degradado" e "lugar de prostitutas e
gringos".
O texto que se segue enfatiza os principais elementos constitutivos da identidade da claque Super Dragões. Referem-se, para
tal, os principais valores deste grupo, tais como a solidariedade
entre os seus elementos, a condição Ultra que estes deverão
assumir, o amor ao Futebol Clube do Porto e a importância que
este assume nas suas vidas, a exaltação da cidade do Porto e
ainda a depreciação do principal clube adversário e da cidade
de Lisboa. Apresentam-se vários discursos que evidenciam tais
valores e a importância que estes assumem para os membros
da claque. Um breve perfil social destes é também delineado,
contemplando este o sexo, a idade, a ocupação profissional e
alguns dos seus desejos para o futuro. O lugar que os Super
Dragões ocupam na história do Movimento Ultra português é
também um enquadramento importante para a compreensão
da identidade da claque e estão, por isso, também contemplados no presente artigo.
ARAÚJO, MARIA JOSÉ (2009). CRIANÇAS OCUPADAS.
COMO ALGUMAS OPÇÕES ERRADAS ESTÃO A
PREJUDICAR OS NOSSOS FILHOS.
Sissi Azevedo
O recente livro de Maria José Araújo, investigadora do Centro
de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE) da Universidade
do Porto e que se debruça em torno do conceito de "Escola a
Tempo Inteiro" e das Actividades de Enriquecimento Curricular,
traz para o debate público a dimensão do "trabalho infantil" para
além do tempo escolar. Numa linguagem simples, que pretende
que seja facilitadora da divulgação da investigação académica,
a autora procura responder a questões de pais, educadores e
da própria sociedade em relação ao trabalho que é feito pelas
crianças no decorrer da ocupação do seu tempo livre, e que
abarca os trabalhos para casa, as actividades de enriquecimento
curricular, as actividades de tempos livres, e o modo como é
percepcionado actualmente pelos adultos o jogo e o brincar.
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#002 – MARÇO 2011
JUSTIÇA, AMBIENTES MEDIÁTICOS E ORDEM SOCIAL
Helena Machado e Filipe Santos
Nas duas últimas décadas, o debate em torno das relações entre os tribunais e a comunicação social tem estado no epicentro
da discussão pública sobre o estado da justiça (e da democracia) em vários países. Esta compilação de trabalhos de especialistas ingleses, norte-americanos e portugueses pretende ser
um contributo para alargar o âmbito de análise crítica e reflexão
sobre os encontros e desencontros entre a justiça e os média,
tendo como objectivo familiarizar o público português com
outras dimensões possíveis da discussão: desde a importância
das emoções no direito e na administração da justiça criminal;
aos impactos da cobertura mediática de casos criminais nas
representações sobre justiça, ordem social e nos chamados
"julgamentos mediáticos"; passando por perspectivas mais
dirigidas ao futuro da justiça e seus operadores em paisagens
crescentemente mediatizadas e assentes no poder de difusão
de novas tecnologias, que colocam desafios às relações entre
os tribunais, a polícia e os média, procurando interrogar, inclusivamente, o papel dos cidadãos neste cenário de mudança.
LIVROS PUBLICADOS
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dos oito "Objectivos de Desenvolvimento do Milénio" (odm), a
alcançar até 2015 A dilatação da esperança de vida tornou-se,
(…), numa preocupação permanente das políticas públicas
de saúde do Pós-Guerra. "Dar mais anos à vida" é mesmo
um dos grandes lemas adoptados pela Organização Mundial
de Saúde. Mas, obviamente, não bastará prolongar a vida, é
também importante que os anos que se ganham sejam vividos
com a melhor qualidade de vida possível, o que dá justificação
a uma outra ideia de grande actualidade e pertinência que é a
de "Dar mais vida aos anos". O livro, focalizado na questão dos
indicadores utilizáveis para avaliar o estado de saúde de populações e territórios, não sem antes reflectir sobre os conceitos
e fontes do estudo da saúde e, terminar com uma abordagem
à problemática das desigualdades em saúde e sua correlação
com as desigualdades do próprio processo de desenvolvimento,
apresenta uma estrutura muito inteligível, uma linguagem de
grande clareza e precisão e, sobretudo, revela-se de grande
utilidade para todos os que, geógrafos ou não, académicos ou
profissionais e decisores políticos, se interessem por uma das
temáticas mais apaixonantes e decisivas do Milénio.
Editora: Vila Nova de Famalicão, Húmus.
Editora: Vila Nova de Famalicão, Húmus.
ENTRE MARTELOS E LÂMINAS. DINÂMICAS GLOBAIS,
POLÍTICAS DE PRODUÇÃO E FÁBRICAS DE CAJU EM
MOÇAMBIQUE
Fernando Bessa Ribeiro
OLHARES GEOGRÁFICOS SOBRE A SAÚDE
Helena Nogueira e Paula Cristina Remoaldo
A saúde sempre foi percepcionada e sentida como uma
das componentes mais relevantes do bem-estar individual e
colectivo. A sua importância é tal que, em 2000, a Organização das Nações Unidas a incorporou, explicitamente, em três
Ao longo de dez capítulos, o autor examina as políticas de
produção e os efeitos sociais provocados pela indústria do caju
em Moçambique. É um estudo suportado por um quadro teórico
de grande amplitude – o sistema mundial moderno – e uma
abordagem histórica extensa, na qual se dá especial atenção às
alterações sociopolíticas verificadas neste país da África austral
desde os finais do século xix. O trabalho de campo etnográfico
teve como lugar principal o distrito de Manjacaze (província de
Gaza) e as suas duas fábricas de processamento de castanha
de caju, ao longo do qual a observação participante foi preponderante, ainda que combinada com o inquérito por questionário,
as entrevistas e a consulta de fontes bibliográficas e documentais. Em suma, a reflexão socioantropológica sobre este
complexo campo social considerou, por um lado, o carácter
profundamente histórico das mudanças ocorridas e, por outro,
a articulação entre as escalas micro e macro, isto é, entre os
lugares onde se vive e as macroestruturas que os condicionam.
Editora: Porto, Afrontamento.
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#002 – MARÇO 2011
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INSERÇÃO PROFISSIONAL DE GRADUADOS EM
PORTUGAL. (RE)CONFIGURAÇÕES TEÓRICAS E
EMPÍRICAS
MULHERES DA VIDA, MULHERES COM VIDA:
PROSTITUIÇÃO, ESTADO E POLÍTICAS
Ana Paula Marques e Mariana Gaio Alves
Manuel Carlos Silva e Fernando Bessa Ribeiro
É uma obra colectiva que reúne contributos de investigadores
que, no nosso país, se têm ocupado do estudo desta temática.
A inserção profissional de diplomados de ensino superior tem
sido objecto de grande atenção e preocupação nos últimos
anos, existindo um conjunto de ideias correntes habitualmente
difundidas nos discursos sociais, políticos e mediáticos que
contrastam com as conclusões da investigação realizada. Neste
contexto, retende-se com este livro divulgar um conjunto de
problemáticas teóricas e de resultados de pesquisa empírica
sobre a temática em análise, com a principal finalidade de enriquecer os debates sociais e científicos em torno da inserção
profissional de diplomados do ensino superior.
Na primeira parte do livro, os dois capítulos enquadram a
temática da inserção profissional de graduados nos planos
nacional e internacional, considerando a investigação realizada,
mas também as políticas públicas sobre estas matérias. A
segunda parte do livro é composta por quatro capítulos em que
cada um deles reporta resultados de investigação em quatro
instituições distintas de ensino politécnico: Instituto Politécnico
de Beja, Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto
Politécnico de Setúbal, Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém, Instituto Politécnico de Viseu. A
terceira parte engloba também quatro capítulos, cada um deles
centrado na análise de questões teóricas e dados empíricos
decorrentes de pesquisas realizadas em quatro instituições de
ensino universitário: Universidade de Lisboa, Universidade do
Porto, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e Universidade do Minho.
Editora: Vila Nova de Famalicão, Húmus.
"Estando colocadas no centro de muitos debates científicos e
políticos, a prostituição e outras práticas sexuais marcadas pelo
interesse económico explícito são um factor de divisão e de
conflito entre forças políticas progressistas, incluindo clivagens
no seio do movimento feminista. Como o leitor constatará (e
avaliará), uma linha de força, simultaneamente de inquietação
e proposição, perpassa o livro: compreender de forma densa
o fenómeno do sexo mercantil, tendo em vista a produção
de contributos que possam enriquecer uma agenda política
emancipatória comprometida com a definição de políticas de
cidadania orientadas para a não-discriminação e a não-estigmatização dos modos de vida e das práticas, incluindo as que
se relacionam com o corpo, dos actores sociais que vivem do
comércio do sexo."
O livro é constituído por dezasseis textos. As abordagens
teóricas, políticas e metodológicas que os sustentam exprimem
a diversidade de interesses e trajectos científicos e académicos
dos autores, cujas filiações disciplinares vão da filosofia à geografia humana, passando pela sociologia, antropologia social,
psicologia social e história. Ao longo do livro, a prostituição
feminina e a sexualidade cruzam-se com outros tópicos como o
do tráfico de pessoas, nomeadamente para fins de exploração
sexual, o do turismo dito "sexual", e o das migrações, estas últimas assumindo hoje uma importância política aguda, em virtude
da sua dimensão, envolvendo dezenas de milhões de homens e
mulheres dos países periféricos, e do "tratamento" político que
tem merecido por parte dos governos europeus.
Editora: Vila Nova de Famalicão, Húmus.
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#002 – MARÇO 2011
VERA MÓNICA DUARTE
- "Escolha ou destino? Discussões em torno da vitimação e da agencialidade na
infracção juvenil feminina", Agency 2.0: Agencialidade, Identidade e Poder – II
Simpósio SID; 17 e 18 de Junho de 2010.
- "Choice or fate? Invisible trajectories of delinquent girl", XVII ISA World
Congress of Sociology; 11 a 17 de Julho de 2010.
SÍLVIA DA MOTA GOMES, HELENA MACHADO E MANUEL CARLOS SILVA
- "Crime and Press: How the gypsies and immigrants are represented in
Portugal?", XVII ISA World Congress of Sociology; 11 a 17 de Julho de 2010.
MANUEL CARLOS SILVA, ANA REIS JORGE, MARGARIDA CARVALHO
E ALEKSANDRA QUEIROZ
- "Conjugal dissolution and gender (in)equalities: a study of divorce processes in
Portugal", XVII ISA World Congress of Sociology; 11 a 17 de Julho de 2010.
MANUEL CARLOS SILVA, JOSÉ MANUEL SOBRAL, FERNANDO BESSA
RIBEIRO E MARIANA RAMOS
- "Gypsies and non-Gypsies: conflicting images in a vicinity context – the
neighbourhood of Atouguia, Guimarães, Portugal", XVII ISA World Congress of
Sociology; 11 a 17 de Julho de 2010.
ONDE ESTIVEMOS
PAULA CRISTINA REMOALDO
- "Turismo Cultural em Guimarães: da imagem do destino turístico às percepções
dos residentes", VI Seminário Internacional Imagens da Cultura/Cultura das
Imagens; de 1 a 3 de Julho de 2010.
PAULA CRISTINA REMOALDO (CO-AUTORIA COM JOSÉ CADIMA
RIBEIRO E MÉCIA MOTA)
- "A evolução do turismo cultural e os desafios que se colocam aos pequenos
núcleos urbanos: o caso de Ponte de Lima"; 1º Congresso Internacional de
Turismo; 1 e 2 de Outubro de 2010.
- "O turismo cultural urbano e o seu impacto na população residente: o caso de
Guimarães", 1º Congresso Internacional de Turismo; 1 e 2 de Outubro de 2010.
- "Os desafios da criatividade no contexto do turismo cultural em Ponte de Lima",
XII Colóquio Ibérico de Geografia; 6 a 9 de Outubro de 2010.
PAULA CRISTINA REMOALDO (CO-AUTORIA COM BRUNO AZEVEDO)
- "A importância da cartografia e dos S.I.G. em Geografia da Saúde – o caso
electromagnetismo no concelho de Guimarães", XII Colóquio Ibérico de
Geografia"; 6 a 9 de Outubro de 2010.
ANA PAULA MARQUES E RITA MOREIRA
- "Entrepreneurship in Social Sciences. The entrepreneurial potential and the new
labour market insertion strategies of young graduates", XVII ISA World Congress
of Sociology; 11 a 17 de Julho de 2010.
ALICE DELERUE MATOS
- "Grandchild-grandparent socialization", XVII ISA World Congress of Sociology;
11 a 17 de Julho de 2010.
- ""Families" created by science: impacts of paternity testing in the
conceptualization of parents’ roles", 5th ESFR Congress: Family transitions and
families in transition; 29 de Setembro a 2 de Outubro de 2010.
TERESA MORA
- "Picturing Contemporary Landscape: Research through Augusto Alves da
Silva’s Gaze", "Social uses of Visual culture"; Conferência internacional da
IAMCR (International Association for Media and Communication Research)
"Communication and Citizenship"; 18 a 22 de Julho de 2010.
-"Verdade, descoberta e consequência nos relatos de viagem utópicos: o jogo
de prefação", International Conference on "Cross Travelling – Mobility and
Transferences; 23 a 25 de Setembro de 2010.
RITA RIBEIRO
- "European identity conceptualization: Which words to talk about Europe?",
Conferência "Exchanging Ideas on Europe: Europe at a Crossroads"; 6 a 8 de
Setembro de 2010.
MARIA JOÃO SIMÕES (CO-AUTORIA COM DOMINGOS SANTOS)
- "Roteiro de inovação para um desenvolvimento sustentado das províncias
de Benguela e Quanza-Sul"; "1ª Conferência em prol do Desenvolvimento das
Províncias de Benguela e Kuanza-Sul"; 17 de Junho de 2010.
- "Building governance and social innovation in Portugal: some reflections upon
the Portuguese digital cities and regions", Conference of Tentative Governance in
Emerging Science and Technology; 28 e 29 de Outubro de 2010.
PAULA CRISTINA REMOALDO (CO-AUTORIA COM CADIMA RIBEIRO,
LAURENTINA VAREIRO E VITOR MARQUES):
- "Residents’ perception of the cultural tourism benefits: the case of Guimarães",
XVI Congresso da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Regional
(A.P.D.R.); 5 a 10 de Julho de 2010.
- "Residents` perception of the cultural tourism benefits: the case of Guimarães",
"Sustainable Regional Growth and Development in the Creative Knowledge
Economy"; 19 a 22 de Agosto de 2010.
Universidade do Minho
Instituto de Ciências Sociais
FICHA TÉCNICA
Director: Manuel Carlos Silva
Editor: CICS
Organização: Sílvia da Mota Gomes
Centro de Investigação em Ciências Sociais
Design: OOF – Cláudio Rodrigues
Campus de Gualtar
4710-047 Braga, Portugal
Tel 253 604 212 – Fax 253 604 696
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Colaboram neste número:
Adriana Silva, Ana Reis Jorge, Rita Moreira,
Sónia Soares e Ângela Matos
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