0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS Programa de Pós-graduação em Engenharia Agrícola SISTEMAS DE SEMEADURA E MANEJO DO SOLO NO DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DA SOJA ANTONIO TASSIO SANTANA ORMOND RONDONÓPOLIS–MT 2013 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS Programa de Pós-graduação em Engenharia Agrícola SISTEMAS DE SEMEADURA E MANEJO DO SOLO NO DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DA SOJA ANTONIO TASSIO SANTANA ORMOND Engenheiro Agrícola e Ambiental Orientadora: Profa Dra. ANALY CASTILHO POLIZEL Co-Orientador: Prof Dr. RENILDO LUIZ MION Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Engenharia Agrícola do Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Mestre. RONDONÓPOLIS–MT 2013 2 3 4 DEDICO A Deus, pelas oportunidades que tem me proporcionado. Aos meus pais Laudelino Coelho Ormonde e Silvandete Ferreira de Santana Ormonde. As minhas irmãs Lyvia Suellen, Isis Karine. Aos meus tios, primos e amigos. Pelo incentivo e apoio, dedicação, confiança, paciência e acima de tudo pelo amor que vocês me deram em todos os momentos, a quem devo tudo que sou hoje. Obrigado, Amo vocês. 5 AGRADECIMENTOS A Profa. Dra. Analy Castilho Polizel, pela valiosa orientação, autêntica demonstração de profissionalismo, amizade, confiança, companheirismo e pela enorme paciência na minha orientação. Ao Prof. Dr. Renildo Luiz Mion, pela total disposição em todos os momentos precisados, pela amizade, confiança e companheirismo. A Profa Dra. Edna Maria Bonfim da Silva, ao Prof. Dr. Geovane Lima Guimarães e ao Prof. Dr. Osvaldo Guedes Filho pelos ensinamentos, atenção e pela imensa participação na defesa e qualificação desse projeto. Ao Prof. Dr. Tonny José Araújo da Silva, pelo desafio encarado frente à coordenação de curso, amizade, confiança e companheirismo. A todos os professores pela amizade, dedicação e contribuição a minha formação acadêmica. Aos meus companheiros de projeto Patrícia Menezes, Maurício Apolônio, Andréia Queiroz, Caroline Alves, Marcos Botelho e Luiz Fernando pela amizade, ajuda e empenho em dedicados ao projeto. Aos que me ajudaram diretamente no andamento do experimento José Roberto Oliveira, Vinicius Melo, Crystian Roberto, Bruna Kroth, Carolina dos Santos, Maria Débora Loyola, Gislane Frigo, Samara Lorâine, Marcel Job e Kassio Carvalho pela atenção, auxílio prestado e amizade. Aos amigos, Jeremias Caetano, Cristina Rezende, Natacha Brun, Renato Bassini, Marcio Venzon, João Angelo, Jaqueline Oliveira, Julio Fornazier, Ellen Anicésio, Wilson Kanashiro, Janaína Gonçalves, Julyane Fontenelli, Christiane Bosa, Elizabeth Kazama pela companhia e amizade. Aos técnicos do laboratório Elias França e Aguinaldo Freire pela ajuda prestada. A APROSOJA (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso) pela concessão da bolsa de mestrado. A Universidade Federal de Mato Grosso, campus de Rondonópolis, pela oportunidade concedida para realização deste curso. Enfim, agradeço a todos me ajudaram a ser hoje uma pessoa melhor em todos os aspectos e aqueles que neste momento imerecidamente não foram lembrados, porém jamais esquecidos. Deus os abençõe 6 SISTEMAS DE SEMEADURA E MANEJO DO SOLO NO DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DA SOJA Resumo: A manipulação no espaçamento entre as linhas e a densidade de plantas tem como finalidade estabelecer o arranjo mais adequado à obtenção de maior produtividade e adaptação à colheita mecanizada. O presente estudo teve como objetivo avaliar os caracteres agronômicos e o desempenho operacional de máquinas agrícolas nos diferentes sistemas de manejo do solo e semeadura da soja. O trabalho foi conduzido em campo, no solo classificado como LATOSSOLO Vermelho. Utilizou-se três sistemas de manejo do solo (preparo convencional, reduzido e plantio direto) e três sistemas de semeadura para a soja (semeadura convencional, semeadura cruzada e semeadura adensada). Os parâmetros avaliados foram: severidade e número de pústulas cm-2 da ferrugem asiática; número de dias para a maturidade; altura da planta na floração, maturação e inserção da primeira vagem; população de plantas; produtividade de grãos; peso de 100 grãos; índice de clorofila; densidade estomática e do solo; demanda energética dos maquinários agrícolas. Após as análises estatísticas, verificou-se que: a altura de plantas na floração, população de plantas e produtividade de grãos obtiveram os maiores desempenhos utilizando preparo de solo reduzido com sistema adensado de semeadura. Para as variáveis: alturas de inserção da primeira vagem, densidade estomática e número de pústulas cm-2, os resultados satisfatórios foram observados com a interação preparo reduzido do solo x semeadura cruzada. Já para a severidade da ferrugem asiática e altura de plantas na maturação, a interação plantio direto x semeadura adensada apresentaram os melhores resultados. O sistema plantio direto obteve menor demanda de energia e menor consumo de combustível. Palavras-chave: energética. Glycine max, caracteres agronômicos, demanda 7 SOWING SYSTEMS AND SOIL MANAGEMENT IN THE DEVELOPMENT OF SOYBEAN CROP ABSTRACT- The manipulation the line spacing and plant density, aims to establish the most adequate arrangement to obtain greater productivity and adaptation to mechanized harvest. The present study aimed to evaluate the agronomic characteristics, and the operational performance of agricultural machines in the different systems soil tillage systems and soybean sowing. The experiment was conducted in field conditions in OXISOL. It was used three systems soil tillage (conventional tillage, reduced and no-tillage) and three sowing systems for soybean (conventional sowing, cross-sowing and dense sowing). The parameters evaluated were: Severity and number of pustules cm-2 of Asian rust, number of days to maturity, plant height at flowering maturation and insertion of first pod; plant population, grain yield; weight of 100 grains; chlorophyll index, stomatal density and bulk density; energetic demand of agricultural machinery. After the statistical analysis it was verified that the variables: plant height at flowering, plant population and grain yield obtained the highest performance using reduced tillage with dense sowing system. For variables insertion heights of first pod, stomatal density and number of pustule cm-2 the satisfactory results were observed with the interaction of reduced tillage of soil x cross sowing. For the severity of Asian rust and plant height at maturity interaction tillage x dense sowing showed the best results. The no-tillage system obtained the lowest energy demand and lower fuel consumption. Keyword: Glycine max, agronomic characters, energetic demand. 8 LISTA DE FIGURAS Páginas Figura 1 Umidade relativa média no período de outubro de 2012 a abril de 2013. (Fonte: INMET, 2013)...................................... 30 Figura 2 Precipitação média no período de outubro de 2012 a abril de 2013. (Fonte: INMET, 2013)............................................. Figura 3 Temperatura média máxima e mínima no período de outubro de 2012 a abril de 2013. (Fonte: INMET, 2013)....... Figura 4 Figura 6 Grade intermediária da marca Piccin, modelo 16 x 28”.......................................................................................... Grade leve da marca Krohn, modelo 32 33 34 Subsolador da marca Krohn, modelo 5 x 5, hastes parabólicas com ponteiras de 8 cm de largura...................... Figura 8 33 x 22”.......................................................................................... Figura 7 31 Trator agrícola Massey Ferguson, modelo MF 292 TDA com 105 CV de potência no motor........................................ Figura 5 30 Semeadora-adubadora de precisão, marca 34 Massey Ferguson, modelo MF 407, de arrasto, com sete unidades de semeadura espaçadas de 0,45 m.................................... Figura 9 Porômetro utilizado para medição da condutância estomática.............................................................................. Figura 10 35 38 Número de dias para maturação, em função dos sistemas de manejo do solo (A) e semeadura (B)............................... 46 9 Figura 11 Peso de 100 grãos, em função do sistemas de manejo do solo (A) e semeadura (B)....................................................... Figura 12 52 Índice de clorofila aos 60 e aos 75 dias após a semeadura, em função dos sistemas de manejo do solo (A) e semeadura 53 (B)........................................................................................... Figura 13 Densidade do solo, em função dos sistemas de manejo do solo (A) e semeadura (B)....................................................... 55 10 LISTA DE TABELAS Páginas Tabela 1 Análise do solo da área experimental.................................... Tabela 2 Características da cultivar Anta 82 RR (Fonte: Fundação MT 2011)................................................................................ Tabela 3 28 32 Áreas abaixo das curvas do progresso da doença (AACPD) do número do pústulas da ferrugem em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja................ Tabela 4 42 Áreas abaixo das curvas do progresso da doença (AACPD) da severidade da ferrugem, em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja.................................... Tabela 5 Altura de plantas na floração, em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja.................................... Tabela 6 49 Produtividade final, em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja................................................ Tabela 10 48 População de plantas (plantas ha-1 x 1000), em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja................ Tabela 9 47 Altura de inserção da primeira vagem, em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja................ Tabela 8 45 Altura de plantas na maturação, em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja............................... Tabela 7 43 50 Densidade estomática, em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja................................................. 54 11 Tabela 11 Força média requerida na barra de tração (kN), velocidade média de deslocamento (m s-1), potência média (kW), consumo médio de demanda de energia (kW h ha -1), consumo médio de combustível por área ( L ha -1), capacidade de campo efetiva (ha h-1) e demanda de energia (kW h ha-1) para realizar os sistemas de manejo do solo......................................................................................... 57 Tabela 12 Correlação entre os caracteres agronômicos........................ 59 12 SUMÁRIO Páginas 1 INTRODUÇÃO............................................................................... 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................ 16 2.1 Cultura da soja.............................................................................. 16 2.1.1 Caracteres agronômicos da soja................................................... 16 2.1.2 Ferrugem asiática.......................................................................... 18 2.2 Sistemas de preparo do solo........................................................ 19 2.2.1 Preparo convencional................................................................... 20 2.2.2 Preparo reduzido........................................................................... 21 2.2.3 Plantio direto................................................................................... 22 2.3 23 Sistemas de semeadura............................................................... 2.3.1 Semeadura convencional .............................................................. 23 2.3.2 Semeadura cruzada..................................................................... 24 2.3.3 Semeadura adensada.................................................................. 25 2.4 Desempenho de máquinas............................................................ 26 3 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................. 28 3.1 Delineamento experimental........................................................... 29 3.2 Dados climatológicos.................................................................... 29 3.3 Implantação e condução do experimento..................................... 31 3.4 Máquinas e implementos utilizados no experimento.................... 32 3.5 Parâmetros avaliados.................................................................... 35 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................... 42 4.1 Aacpd de pústulas cm-2 e severidade da ferrugem asiática........... 42 4.2 Altura de plantas na floração.......................................................... 44 13 4.3 Número de dias para maturação.................................................... 46 4.4 Altura de plantas na maturação...................................................... 47 4.5 Altura de inserção da primeira vagem............................................ 48 4.6 População de plantas.................................................................... 49 4.7 Produtividade de grãos .................................................................. 50 4.8 Peso de 100 grãos........................................................................ 52 4.9 Índice de clorofila .......................................................................... 53 4.10 Densidade estomática................................................................... 54 4.11 Densidade do solo.......................................................................... 55 4.12 Desempenho energético dos sistemas de manejo dos solos................................................................................................ 56 4.13 Correlação dos caracteres agronômicos........................................ 5 CONCLUSÕES........................................................................................ 60 6 REFERÊNCIAS ............................................................................. 58 61 14 1. INTRODUÇÃO A agricultura brasileira apresenta condições para elevar sua produção agrícola, em comparação com as outras nações, pois, possui significativas reservas de terras com potencial para exploração agrícola, têm disponibilidade de água para irrigação e também tecnologias em constante processo de evolução para produção em regiões tropicais, aliado ao clima favorável. O Brasil é considerado a grande promessa no fornecimento do esperado incremento da demanda mundial de soja, cujo crescimento médio, nos últimos 40 anos, tem sido da ordem de cinco milhões de toneladas por ano (GUIMARÃES et al., 2008). Nesse contexto, segundo dados da CONAB (2013), na safra 2012/13 houve uma produção recorde de 81,46 milhões de toneladas, comparado com 66,38 milhões de toneladas em 2011/12, representando um incremento de 22,7%. Uma das preocupações e prioridade na agricultura moderna é o aumento da produtividade dos grãos, sem a necessidade de abertura de novas áreas. A cultura da soja na região do cerrado tem sido cultivada com elevado nível tecnológico. Entretanto, alguns aspectos têm dificultado o manejo dessa cultura, principalmente quanto à adoção de sistemas de manejo que proporcionem a manutenção dos estoques de matéria orgânica do solo. Várias pesquisas tem buscado determinar um conjunto de práticas culturais que alcancem melhores rendimentos de grãos e que facilitem os tratamentos fitossanitários (LIMA et al., 2012). Esses estudos estão direcionados paro o arranjo de plantas, utilizando espaçamentos de linhas que variam de 0,15 até 0,70 m e populações de plantas em torno de 250 a 700 mil plantas ha-1. A produtividade da cultura da soja é definida pela interação entre a planta, o ambiente e o manejo. Altos rendimentos somente são alcançados quando as condições ambientais são favoráveis. O manejo de solos se torna fundamental para aprimorar o rendimento desta cultura (GILIOLI et al., 1995). Os sistemas conservacionistas de manejo do solo tem se mostrado 15 mais eficazes do que o preparo convencional na redução das perdas de solo e água, em comparação ao solo sem cultivo. Em contrapartida a semeadura direta se mostra mais eficiente do que o cultivo mínimo. Este também é um sistema conservacionista e atua na redução das perdas de solo e água (GUADAGNIN et al., 2005). A agricultura moderna está cada vez mais adotando métodos que causem menos revolvimento e danos aos solos. Com isso os preparos conservacionistas demonstram melhores resultados em relação ao preparo convencional. No contexto atual da agricultura nacional, este trabalho objetivou avaliar os caracteres agronômicos, o desempenho operacional de máquinas e o comportamento da ferrugem asiática nos diferentes sistemas de manejo do solo e semeadura da soja. 16 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Cultura da soja A soja (Glycine max L.) pertence à classe das dicotiledôneas, família leguminosa e subfamília Papilionoides. O sistema radicular é pivotante, com a raiz principal bem desenvolvida e raízes secundárias em grande número, ricas em nódulo de bactérias Rhizobium japonicum fixadoras de nitrogênio atmosférico, segundo Embrapa (2011). É uma das culturas mais cultivadas no mundo, estando presente em quase todo o território brasileiro (REZENDE et al., 2009). O cultivo da soja está entre as atividades econômicas que apresentaram crescimentos mais expressivos no agronegócio mundial nas últimas décadas, sendo superadas apenas pelo milho, trigo e arroz. Entretanto, a atividade tem apresentado maior expansão na produção (HIRAKURI; LAZZAROTTO, 2011). As características nutritivas e industriais da soja e a sua adaptabilidade a diferentes latitudes, solos e condições climáticas, facilitou sua expansão por todo mundo, constituindo-se em uma das principais plantas cultivadas atualmente (JULIATTI, 2005). Para Kaimowitz e Smith (2001), as características da soja, como baixo conteúdo de água, alto valor nutritivo e a capacidade de produzir uma grande variedade de produtos para alimentação humana e animal, assim como óleo e derivados industriais, reduzem sua vulnerabilidade às flutuações de mercado, os custos de estocagem e transporte, contribuindo para sua rápida expansão. Além disso, o aumento na demanda mundial por soja tem resultado em maiores investimento em pesquisa científica e desenvolvimento de tecnologias e novos produtos. 2.1.1 Caracteres agronômicos da cultura da soja O crescimento, desenvolvimento e produtividade da soja são influenciados por diversos fatores, como a radiação solar, a temperatura, a 17 precipitação pluvial, a fertilidade do solo, pragas, doenças e plantas daninhas (SEDIYAMA, 2009). Guimarães et al. (2008) afirmam que a produtividade de uma cultura é definida pela interação entre o genótipo da planta, o ambiente de produção e o manejo. Portanto, a adoção de épocas de semeadura que propiciem condições climáticas próximas às exigidas pelas plantas é de extrema importância para um bom desempenho produtivo das lavouras (PEIXOTO et al., 2000). As variáveis: número de dias para floração, altura de plantas na floração e maturação, peso de cem sementes e número de vagens são parâmetros de grande importância nos resultados esperados, em termos de produtividade da soja, e para isto, esta cultura depende de diversos fatores cooperando juntos como fotoperíodo, época de semeadura, manejo adequado, expressão genética de cada genótipo, interação com o meio e precipitação pluviométrica adequada para um bom desempenho da cultura (SOUZA, 2012). Segundo Heiffig (2002), a competição intra-específica das plantas de soja pelos fatores do ambiente irá determinar maior ou menor porte da planta, maior ou menor número de ramificações, fatores estes inversamente proporcionais. Sob maiores densidades de plantas na linha, há uma menor disponibilidade de produtos da fotossíntese para o crescimento vegetativo, com menor formação de ramos, sendo os fotoassimilados destinados ao crescimento das plantas em altura. De acordo com Board et al. (1995) o número de vagens em soja é a característica mais responsiva das alterações causadas pelo estresse da competição por espécies concorrentes, enquanto que o número de grãos por vagem e a massa de cem grãos apresentam pequena amplitude de variação devido ao ambiente. Menezes (2013), estudando os efeitos da interação sistemas de manejo do solo e semeadura cruzada da soja, encontrou efeito significativo do sistema de manejo para altura de plantas na floração e maturação e na população final de plantas. 18 2.1.2 Ferrugem asiática As doenças da cultura da soja podem ser consideradas os principais fatores que limitam a obtenção de altos rendimentos. A importância econômica de cada uma varia de ano para ano e de região para região, dependendo das condições climáticas de cada safra (FURLAN, 2011). Entre as doenças que afetam a cultura da soja, destaca-se a ferrugem asiática causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Devido a grande expansão da área cultivada no mundo e da severidade da doença, a mesma é considerada a principal doença da soja por acarretar, em condições favoráveis à sua proliferação, perdas de 80 a 90% de rendimento de grãos (ALMEIDA et al., 2005). Atualmente, a ferrugem asiática destaca-se por aumentar significativamente os custos de produção, devido à necessidade de várias pulverizações com fungicidas, e por ser, até o momento, a única medida de controle eficiente (LIMA et al., 2010). Desde a ocorrência do primeiro foco da doença no país, na safra 2001/02, até a safra de 2008/09, estima-se que esta doença tenha onerado o Brasil em mais de US$11 bilhões, somando-se as perdas de produtividade e o custo para o controle da doença (CONSÓRCIO ANTIFERRUGEM, 2011). As estratégias de controle da doença exigem uma combinação de métodos, a fim de evitar ou minimizar as perdas. Dentre as medidas recomendadas está a semeadura da soja com densidade de plantas que favoreça bom arejamento foliar a fim de otimizar a penetração e a cobertura foliar pelos fungicidas (YORINORI, 2005). Lima et al. (2012), avaliando o efeito da semeadura cruzada sobre a severidade da ferrugem asiática, constataram que a severidade da ferrugem asiática foi significativamente superior em plantas cultivadas em linhas cruzadas do que em linhas paralelas. 19 2.2 Sistemas de preparo do solo Os diferentes tipos de manejo e de cultivo do solo alteram as propriedades físicas e podem manifestar-se de várias maneiras, influenciando no crescimento e desenvolvimento das plantas (BERTOL et al., 2001). O uso inadequado dos solos, principalmente em sistemas intensivos de exploração agrícola, leva à degradação de sua estrutura. Essa condição física alterada do solo pode ocasionar diminuição da produtividade das culturas, em vista da complexidade dos fenômenos que envolvem as relações solo-planta-atmosfera (RODRIGUES, 2001). Perdok e Kouwenhoven (1994) relatam que o principal objetivo do preparo de um leito de semeadura é a formação de uma camada de agregados suficientemente finos e úmidos, cuja função é assegurar um bom contato com as sementes, a fim de promover uma rápida germinação e uma pronta emergência das plântulas. Os sistemas de preparo do solo são classificados como intensivo ou convencional, com a utilização de arados e grades; mínimo ou reduzido, onde se utiliza escarificadore; e semeadura direta no qual a característica principal é o não revolvimento do solo. Tanto o cultivo mínimo, quanto a semeadura direta, são classificados como sistemas conservacionistas (DALLMEYER, 2001). Shultz (1997) divide os sistemas de preparo em três grupos: sistema convencional, onde o solo é lavrado e a superfície fica exposta; cultivo mínimo, quando há mínima mobilização do solo do que normalmente utilizado numa região e o plantio direto ou nenhum preparo, o qual consiste na deposição de sementes diretamente no solo não preparado, cujas plantas foram dessecadas através da aplicação de herbicidas. O preparo do solo com máquinas e implementos pesados pode causar forte impacto na estrutura do solo, provocando erosão, reduzindo os níveis de matéria orgânica e formando, ao longo do tempo, uma camada compactada na sub-superfície que tende a inviabilizar o cultivo de algumas espécies. Neste sentido, há uma busca de alternativas de preparo que 20 possibilitem alta eficiência da cultura, com baixo custo e pouco agressivo ao solo. De acordo com Gamero et al. (1997), os itens que devem ser considerados para a escolha de um ou outro método de preparo são: tipo de solo, declividade, susceptibilidade do solo à erosão, regime de chuvas do local, culturas a serem empregadas nos sistemas de cultivo e o tempo disponível para realização das diversas operações agrícolas da propriedade no ano. 2.2.1 Preparo convencional O sistema de preparo convencional do solo promove maior aeração, quebra dos agregados do solo e a incorporação dos resíduos vegetais, provocando rápida decomposição e perda do carbono orgânico no solo, assim como uma mineralização do nitrogênio e do fósforo orgânico existente no solo (DA SILVA, 2012). Dessa forma, o preparo convencional do solo é realizado, basicamente, com aração e gradagens. O arado efetua o corte, elevação, inversão e queda, com um efeito de esboroamento de fatias de solo denominadas de leivas. A grade complementa esse trabalho, diminuindo o tamanho dos torrões na superfície, além de nivelar o terreno. Entretanto, tal prática pode acarretar sérios problemas com o passar dos anos (GABRIEL FILHO et al., 2000). Uma das conseqüências do preparo convencional é que a estrutura do solo é afetada, com a destruição dos agregados, levando ao selamento superficial e à compactação, limitando a infiltração de água e assim, prejudicando o desenvolvimento das plantas (SCALÉA, 2007). Para Castro (1989), o destorroamento excessivo que existe no preparo convencional, facilita o encrostamento superficial do solo. Ao se revolver o solo, ocorre alteração da agregação, dispersando as argilas, que retém a maior parte dos nutrientes necessários às plantas, facilitando o seu arraste pela ação da chuva e do vento, causando erosão 21 (WÜRSCHE; DENARDIN, 1980). Aliado a esses fatores, o preparo convencional é o sistema que mais desperdiça energia (RIQUETTI, 2011). 2.2.2 Preparo reduzido O preparo mínimo ou reduzido não implica na redução da profundidade de trabalho no solo, mas no número de operações necessárias para dar condições ao estabelecimento das culturas. O principio básico do preparo reduzido é manter somente a cobertura estritamente necessária, observando-se o teor de água do solo e principalmente, a profundidade de preparo que deve ser modificada em cada período de cultivo (CAMARGO; ALLEONI, 1997). Com a manutenção de pelo menos 30% de cobertura sobre a superfície do solo se caracteriza cultivo mínimo e ocorre a redução da evaporação e aumenta a taxa de infiltração de água, ocasionando maior disponibilidade da água às culturas, podendo refletir em maiores produtividades. A evaporação é a principal causa de perda de água armazenada, no solo no período que vai desde a semeadura até quando o mesmo estiver totalmente coberto pela cultura (SALTON; MIELNICZUK, 1995). O principal objetivo do cultivo mínimo é a mínima manipulação do solo para uma satisfatória semeadura ou plantio, germinação, lotação, crescimento e produção de uma cultura. As mais freqüentes tentativas nesse campo tem sido eliminar ou reduzir a severidade de algumas operações, assim como diminuir o tráfego do trator no solo cultivado (BENEZ, 1972; PERTICARRARI; IDE, 1988). O cultivo mínimo do solo com escarificador equipado com cilindro destorroador mantém níveis significativamente mais elevados de cobertura vegetal morta na superfície do solo, quando comparado com o mesmo equipamento sem o destorroador, seguido por uma gradagem leve (BOLLER; FAVORETTO, 1998). Nicoloso et al. (2008) reportaram que a 22 escarificação apresentou efeito de curta duração na melhoria dos atributos físicos, não ultrapassando o período de uma safra agrícola. Carvalho Filho et al. (2007), trabalhando com preparo do solo, verificaram que o escarificador promoveu um baixo empolamento, o que atende à condição conservacionista. 2.2.3 Plantio direto A adoção de sistemas de cultivo conservacionista, como a semeadura direta, tem se apresentado uma alternativa viável para assegurar a sustentabilidade do uso agrícola do solo (SILVEIRA et al., 2010). A utilização do sistema de preparo conservacionista proporciona redução dos custos de produção, maior economia de combustível, em função da ausência das operações de preparo, permitindo melhor racionalização no uso de máquinas e implementos. O plantio direto é uma técnica de cultivo conservacionista em que a semeadura é efetuada sem as etapas do preparo convencional da aração e da gradagem. Nessa técnica, é necessário manter-se o solo sempre coberto por plantas em desenvolvimento e por resíduos vegetais (CRUZ et al., 2009). Com a semeadura direta ocorre redução do tráfego de máquinas e do revolvimento do solo, que associado ao uso de plantas de cobertura, pode preservar e até mesmo recuperar a estrutura do solo, mantendo, dessa forma, o sistema agrícola mais produtivo (VEZZANI; MIELNICZUK, 2009). De acordo com Andreotti et al. (2008), para a consolidação e sucesso do sistema plantio direto, é de fundamental importância a implantação de culturas para a produção de palha em quantidade adequada à cobertura do solo. Os autores relatam a dificuldade de produção e manutenção de cobertura vegetal em regiões mais quentes, devido ao acelerado processo de decomposição. A semeadura direta provoca vários eventos físicos, químicos e biológicos no solo, o que resulta em disponibilidades de nutrientes diferenciadas, em relação a outros sistemas de cultivo. Portanto, práticas de 23 manejo do solo que demandam menor revolvimento do mesmo e mantêm restos culturais na superfície têm suas propriedades bastante difundidas, como, por exemplo, a manutenção da fertilidade (AGBEDE, 2008). 2.3 Sistemas de semeadura O arranjo de plantas pode ser modificado pela variação na população e pelo espaçamento entrelinhas, alterando a área e a forma da área disponível para cada planta, o que se reflete numa competição intraespecífica diferenciada (RAMBO, 2003). A recomendação das Indicações Técnicas para a cultura da soja na Região central do país é de espaçamento entre fileiras de 0,40 a 0,60 m. Espaçamentos mais estreitos que 0,40 m resultam em fechamento mais rápido da cultura, contribuindo para o controle das plantas daninhas, mas não permitem a realização de operações de cultivo entre fileiras (EMBRAPA, 2008). O espaçamento entrelinhas utilizado para a cultura da soja varia entre 0,40 e 0,60 m, sendo as maiores produtividades têm sido encontradas em espaçamentos menores (EMBRAPA, 2010). Segundo Potafos (1997), a soja cultivada em altas densidades de semeadura tende a crescer mais em altura, ramificar menos e produzir menores quantidades de vagens e sementes por planta do que aquela cultivada em baixas densidades. 2.3.1 Semeadura convencional A recomendação de espaçamento entrelinhas da cultura da soja varia de 0,20 a 0,60 m. Essa variação depende de características fisiológicas das diferentes cultivares e de condições edafoclimáticas. As informações de arranjo espacial da cultura da soja ainda são insuficientes no que diz respeito à progressão de doenças. A escolha do genótipo utilizado passa a ser preponderante para a definição do arranjo de plantas na área, levando 24 em conta que algumas cultivares responde ao adensamento e outras não (KUSS et al., 2008). A soja é uma cultura que se caracteriza pela sua ampla plasticidade quanto à resposta ao arranjo espacial de plantas, alterando características como estatura de planta, inserção das primeiras vagens, número de nós, número de ramos e número de vagens por planta (EMBRAPA, 2008). Segundo Lima et al. (2012) o espaçamento de 0,45 m com a densidade de 10 plantas m-1 proporcionaram melhor distribuição das plantas na área. Nas menores densidades, as plantas são mais baixas, acamam menos, e apresentam maior porcentagem de sobrevivência. Trabalhando com as semeaduras cruzada e convencional da cultura da soja, Menezes (2013) encontrou menor severidade da ferrugem asiática com a semeadura convencional. 2.3.2 Semeadura Cruzada A semeadura cruzada consiste na distribuição de sementes em linhas paralelas, como é realizada convencionalmente na soja, seguida de nova distribuição de sementes sobre a mesma área, com as novas linhas formando ângulos de 90º em relação às anteriores. Dessa forma, seguindo uma recomendação usual para esta cultura, ocorre uma duplicação do número de sementes por hectare, da quantidade de adubo aplicado e do uso da máquina (LIMA et al., 2012). Na safra 2009/2010, o produtor vencedor do desafio nacional do CESB (Comitê estratégico soja Brasil) alcançou a marca de 108,4 sacas de soja ha-1 no Paraná, utilizando a semeadura da soja em linhas cruzadas, técnicas de manejo adequadas e contando com condições climáticas ideais (CULTIVAR, 2010). Conforme Lima et al. (2012), a soja semeada em linhas convencionais já está sujeita ao ataque de diversos patógenos. O maior adensamento da cultura, em semeadura cruzada, estabelece um microclima 25 diferenciado, podendo favorecer o estabelecimento de alguns desses patógenos. 2.3.3 Semeadura Adensada A redução de espaçamento entre linhas também incrementa a interceptação da radiação, o índice de área foliar e o rendimento de grãos, sendo o maior número de vagens por m2 o parâmetro que explica melhor o incremento no rendimento de grãos (PARCIANELLO et al., 2004). Menores espaçamentos em uma mesma população proporcionam melhor distribuição espacial das plantas na área, com maior aproveitamento da radiação solar, pois permitem a redução da densidade de plantas nas linhas (VENTIMIGLIA et al., 1999). Tourino et al. (2002) relatam que, independente da época de semeadura, menores espaçamentos para a mesma população proporcionam melhor distribuição espacial das plantas na área, com maior aproveitamento da radiação solar, pois permitem a redução da densidade de plantas nas linhas. A redução do espaçamento entrelinhas tem se mostrado uma importante ferramenta em proporcionar incremento do rendimento. Este aumento no rendimento tem sido associado a diversos fatores, como o melhor uso da água, devido ao sombreamento mais rápido do solo, redução da competição intra-específica, maior habilidade de competição com plantas daninhas e rápida interceptação da energia solar (RAMBO et al., 2003). A utilização de espaçamentos menores entrelinhas e populações maiores de plantas, resulta em estratégia de manejo para aumentar a altura da planta e a altura da inserção das primeiras vagens, facilitando com isto, a colheita e reduzindo as perdas (HEIFFIG, 2002). 26 2.4 Desempenho de máquinas O manejo de solo compreende práticas objetivando a preservação das características físicas, químicas e biológicas do solo, oferecendo condições ideais para semeadura, germinação e desenvolvimento das plantas, porém, o uso excessivo de implementos inadequados podem degradar o solo. Portanto, é necessário planejar o uso racional com implementos adaptados às condições e tipos de solo, procurando manter ou aumentar o seu potencial produtivo (EMBRAPA, 2010). Para Toledo et al. (2010), as operações agrícolas mecanizadas devem ser planejadas de forma racional, a fim de que haja aumento da rentabilidade no campo. Segundo Mclaughlin et al. (2008), uma seleção adequada do sistema de preparo do solo e correta adequação do trator e implemento, obtém-se redução na demanda energética de máquinas agrícolas. Um sistema de medição de desempenho é um conjunto de indicadores inter-relacionados entre si, que têm como objetivo principal controlar e auxiliar na tomada de decisões, do nível estratégico ao operacional (PELOIA; MILAN, 2010). O dimensionamento correto de máquinas agrícolas está relacionado diretamente ao custo final da produção (SIMÕES et al., 2011). O teor de água no solo influencia a resistência do solo à penetração tanto no desenvolvimento das raízes, como também, no rendimento e desempenho dos maquinários agrícolas. Solos mais compactos aumentam o desempenho dos pneus, porém, requerem mais potência, combustível e tempo para serem preparados e causam maior desgaste nas máquinas e equipamentos do que os solos não compactados. Além disso, nestas condições, os equipamentos de preparo e semeadura normalmente não funcionam adequadamente (SCHULER; WOOD, 1992). Summer et al. (1986) observaram que pequenas mudanças na profundidade de trabalho ou na velocidade podem afetar significativamente o consumo horário de combustível e a energia demandada das operações de preparo do solo. 27 Conforme citado por Silva (2003), uma forma de racionalizar a utilização de máquinas e equipamentos para efetuar a descompactação superficial do solo em áreas de plantio direto é a utilização de mecanismos sulcadores tipo haste na operação de semeadura. Salvador e Benez (1993) verificaram demanda crescente de gasto de energia nos preparos com escarificador, grade pesada e arado de disco, demonstrando que o sistema baseado em escarificação obteve melhor aproveitamento energético, pois consumiu 9,3% menos energia que a gradagem pesada e 20,9% menos que a aração. Rodrigues e Gamero (2006), comparando sistemas de manejo do solo e coberturas vegetais, através da capacidade de campo efetiva, consumo horário e operacional de combustível, verificaram que o sistema semeadura direta foi o que apresentou os independentemente das coberturas vegetais estudadas. melhores índices, 28 3. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido em campo, na área experimental do Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus de Rondonópolis, situada na latitude 16°28’15” Sul, longitude 54°38’08” Oeste e altitude de 227 metros. O solo foi classificado como LATOSSOLO Vermelho de acordo com Embrapa (2009). Para a caracterização química (Tabela 1) coletou-se o mesmo na camada de 0-0,2 m, passado em peneira de 2 mm de abertura e homogeneizado para posteriores análises (EMBRAPA, 1997). A partir dos resultados das análises do solo e com base nas características nutricionais da cultura, foram feitas as recomendações de calagem e adubação. Foi realizada a correção do solo com calcário dolomítico (PRNT 80%), elevando-se a saturação por bases para 60%. No momento da semeadura foi realizada a adubação, de acordo com as características nutricionais da cultura, a qual consistiu em 120 Kg ha-1de P2O5, na forma de superfosfato simples e 40 Kg ha-1 de K20, na forma de cloreto de potássio, para a semeadura convencional. Para a semeadura cruzada e adensada devido às duas passadas da semeadora na mesma área, a adubação foi o dobro da semeadura convencional. Tabela 1. Análise do solo da área experimental. pH MO CaCl2 g dm-3 5 24,8 P K ---mg dm-3--3,7 60 Ca Mg H+Al SB -----------cmolcdm-3----------1,9 0,7 3,4 2,8 V % 44,8 29 3.1 Delineamento experimental O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, em esquema de faixas 3x3, correspondentes a sistemas de manejo do solo e três tipos de semeadura da soja. Cada tratamento consistia de quatro repetições, perfazendo um total de 36 parcelas experimentais. A parcela foi composta de 4 metros de largura por 10 metros de comprimento, totalizando 40 m2. Os sistemas de manejo do solo foram: preparo convencional, com duas gradagens intermediárias e duas gradagens leves; preparo reduzido, com subsolagem na profundidade de 0,30-0,40 m, e o plantio direto. Foram utilizados os sistemas de semeadura de forma convencional (linhas paralelas, espaçadas a 0,45 m); semeadura cruzada (semeadora passou duas vezes na mesma área em sentidos perpendiculares) e a semeadura adensada (espaçamento de 0,23 m). 3.2 Dados climatológicos As médias mensais dos dados climatológicos, no período de outubro de 2012 a abril de 2013, demonstraram as seguintes variações: umidade relativa média de 88 a 95%; precipitação pluvial média quinzenal de 15 a 189 mm; temperatura máxima média de 23 a 38ºC e temperatura mínima média de 21 a 25°C (Figuras 1; 2 e 3) . 30 Umidade Relativa (%) 96 94 92 90 88 86 84 Figura 1 Umidade relativa média no período de outubro de 2012 a abril de 2013. (Fonte: INMET, 2013) 200 Precipitação (mm) 175 150 125 100 75 50 25 0 Figura 2. Precipitação média no período de outubro de 2012 a abril de 2013. (Fonte: INMET, 2013). 31 temperatura média máxima temperatura média mínima 35 Temperatura (°C) 30 25 20 15 10 5 0 2ª qui. Out 1ª qui. Nov 2ª qui. Nov 1ª qui. Dez 2ª qui. Dez 1ª qui. Jan 2ª qui. Jan 1ª qui. Fev 2ª qui. Fev 1ª qui. Mar 2ª qui. Mar 1ª qui. Abr 2ª qui. Abr Figura 3. Temperatura média máxima e mínima no período de outubro de 2012 a abril de 2013 (Fonte: INMET, 2013). 3.3 Implantação e condução do experimento Para a implantação do plantio direto e preparo reduzido, inicialmente foi formada a palhada com cobertura vegetal, utilizando–se a cultura do milheto, semeado em outubro de 2012. Quando o milheto estava à uma altura de, aproximadamente, 1,20 m, foi dessecado para formação da palhada nos sistemas de preparo reduzido e plantio direto, com aplicação do herbicida Glifosato (concentração solúvel, ingrediente ativo 480 g L -1), aplicando-se dose equivalente a 5,0 L ha-1 do produto, quinze dias antes da semeadura da soja. No dia 19 de dezembro de 2012, foi realizada a semeadura da soja, utilizando a cultivar Anta 82 RR de ciclo super-precoce (Tabela 2). O fator preponderante para a escolha da cultivar foi devida a realização das semeaduras adensada e cruzada, manterem uma densidade maior entre as plantas e cultivares com ciclo de longa duração com esse tipo de semeadura, poderia acarretar em acamamento das plantas. A cultivar em questão foi escolhida por propiciar menos tempo em campo, por ser de ciclo 32 super-precoce, minimizando também, efeito de pragas e doenças, como a ferrugem asiática. Tabela 2. Características da cultivar Anta 82 RR. Reações as doenças Cultivar Ciclo Maturação reativa Anta 82 RR Superprecoce 7.4 Ferrugem asiática Cancro da Mancha Mancha Nematóides Nematóide haste olho de rã alvo de galha de cisto Susceptível Resistente Resistente --------- Susceptível Resistente Oídio --------- Fonte: Fundação MT (2011) Durante a condução do experimento foram realizadas capinas manuais para o controle de plantas daninhas. No controle de insetos e pragas utilizou-se o inseticida Deltamethrina EC (0,4 L ha-1). Para o controle da ferrugem asiática foram realizadas cinco aplicações do fungicida Tebuconazole 200 EC, na dosagem de 0,5 L ha-1. 3.4 Máquinas e implementos utilizados no experimento As máquinas e implementos utilizados no experimento foram: trator agrícola da marca Massey Ferguson, modelo MF 292 TDA com 105 CV de potência no motor (Figura 4); grade intermediária da marca Piccin, modelo 16 x 28” (Figura 5); grade leve da marca Krohn, modelo 32 x 22” (Figura 6); subsolador da marca Krohn, modelo 5 x 5, hastes parabólicas com ponteiras de 8 cm de largura (Figura 7); semeadora-adubadora de precisão, marca Massey Ferguson, modelo MF 407 de arrasto, com sete unidades de semeadura, espaçadas de 0,45 m (Figura 8). 33 Figura 4. Trator agrícola Massey Ferguson, modelo MF 292 TDA, com 105 CV de potência no motor. Figura 5. Grade intermediária da marca Piccin, modelo 16 x 28”. 34 Figura 6.Grade leve da marca Krohn, modelo 32 x 22” Figura 7. Subsolador da marca Krohn, modelo 5 x 5, hastes parabólicas com ponteiras de 8 cm de largura. 35 Figura 8. Semeadora-adubadora de precisão, marca Massey Ferguson, modelo MF 407, de arrasto, com sete unidades de semeadura espaçadas de 0,45 m. 3.5 Parâmetros avaliados - Severidade e número de pústulas cm-2 da ferrugem asiática: foram realizadas a contagem do número de pústulas por centímetro quadrado, no folíolo central, no terço médio de três plantas por parcela. Também avaliouse a severidade na planta, na qual foram atribuídas notas, utilizando a escala visual para severidade de doenças conforme recomendações de Juliatti e Santos (1999). Todas as avaliações foram realizadas quinzenalmente, totalizando cinco avaliações. Após obtenção dos dados, foi calculado a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), através do programa AVACPD da Universidade Federal de Viçosa. Segundo Shanner e Finley (1977), a AACPD pode ser calculada pela equação: AACPD = ∑[(Yi – Yi + 1)/2 x (Ti + 1 – Ti)], em que: Yi = Proporção da doença na i-ésima observação; Ti = tempo (dias) na i-ésima observação e 36 n = número total de observações. A AACPD foi padronizada, dividindo-se o valor da área abaixo da curva de progresso pela duração de tempo total (tn – t1) da epidemia (FRY, 1977). - Número de dias para a maturidade (NDM): foi avaliado no estádio R8 (FEHR; CAVINESS, 1977), compreendendo o período entre a data da semeadura e a data em que 50% das plantas da área útil se encontram com 95% das vagens maduras, expresso em dias. - Altura da planta na floração (APF): determinou-se pela distância em cm, a partir da superfície do solo até a extremidade do caule principal quando 50% das plantas da parcela útil apresentam pelo menos uma flor aberta (estádio R1), com o auxilio de uma trena graduada. - Altura de planta na maturidade (APM): avaliou-se no estádio R8, compreendendo a distância na haste principal entre o colo e a inserção da vagem mais distal, expressa em cm. - Altura da inserção da 1º vagem (AIPV): avaliado no estádio R8, compreende a distância, em cm, entre a superfície do solo e a inserção da primeira vagem. - População de plantas: determinação do número de plantas de soja por parcela, levando em consideração a área útil. - Produtividade de grãos (PG): foi avaliada através da colheita manual da área útil de cada parcela (21 m2), com posterior trilhagem das plantas. Após pesagem dos grãos os dados obtidos (gramas por parcela) foram transformados para Kg ha-1, sendo esta produtividade corrigida para teor de água de 13%, conforme a fórmula abaixo: 37 Em que: Pf = peso final da amostra; Pi = peso inicial; Ui =umidade incial; Uf = umidade final (13%). - Peso de 100 grãos (PCS): após a pesagem dos grãos da parcela, o peso de cem grãos foi determinado de acordo com a metodologia descrita nas Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009), pela contagem manual de repetições de 100 sementes; - Índice de clorofila: foi avaliado utilizando-se um medidor eletrônico (ClorofiLOG – CFL 1030). As medições foram realizadas aos 60 e 70 dias após a semeadura e consistiram na verificação de três pontos por folha, no terço médio da planta, e três plantas por parcela, totalizando nove pontos de avaliações por parcela. - Condutância estomática: Com auxílio do porômetro mediu-se a taxa de difusão de água através da superfície da folha, calculando a condutância estomática, auxiliando a análise das condições fisiológicas das plantas e fornecendo uma importante visão das reações das plantas aos fatores ambientais. Os dados foram coletados aos 75 dias após a semeadura, na fase de enchimento dos grãos (Figura 9). 38 Figura 9. Porômetro utilizado para medição da condutância estomática. - Densidade do solo: foi calculado através do método do anel volumétrico, com volume conhecido de 50 cm3. A equação utilizada para o cálculo da densidade do solo foi: Ds Ms Vt Onde: Ds - Densidade do solo [kg m-3]; Ms - massa de sólidos do solo - peso seco do solo [kg]; Vt - volume total do solo - volume do anel [m3]. - Força de tração: A média utilizada nas operações de preparo do solo foi determinada utilizando um transdutor de força à base de extensiômetros elétricos de resistência, que compõem uma célula de carga com capacidade de 50 kN. Foi utilizado um sistema de aquisição de dados computadorizado, acionado e desligado por meio de balizamento no início e fim do comprimento de cada parcela para monitorar e exibir os dados da célula de carga. - Velocidade de deslocamento: Foram determinadas as velocidades de deslocamento do conjunto, utilizando cronômetro digital, com precisão de 0,1 s, acionando no momento em que o trator entrou na área e desligado ao final 39 da parcela, quando o trator saiu da mesma. A velocidade foi calculada de acordo com a equação: em que: Vm = velocidade média (km h-1); D = espaço percorrido na parcela (m) T = tempo de percurso (s) - Capacidade de campo efetiva de cada conjunto (trator + implemento): é a quantidade de hectares trabalhados por hora pelo conjunto, sendo calculada pela velocidade real do trator e largura real do implemento. Cce: capacidade de campo efetiva (ha h-1), Vm: velocidade de deslocamento (km h-1), Lm: largura de trabalho (m), e 10: fator de conversão para (ha h-1). - Tempo efetivo de trabalho: calculado pelo inverso da capacidade de campo efetiva. ⁄ Td: Tempo efetivo de trabalho (h.ha-1), 40 Cce: capacidade de campo efetiva (ha h-1). - Potência média na barra de tração: foi determinada de forma indireta, de acordo com a seguinte equação: em que: Pm = potência média (kW); Fm = força média (kgf) Vm = velocidade média (km h-1); 367,09771 = constante. - Consumo de combustível: Para determinação do consumo horário de combustível, utilizou-se um medidor de vazão, modelo Flowmate oval M-III (LSN41L8-M2) e um Microlloger da marca Campbell Cientific modelo 1000R para registrar os dados gerados. O consumo específico de combustível foi calculado com base na equação: em que: CO – consumo operacional, L ha-1; Chc – consumo horário de combustível volumétrico, L h-1, e Td – tempo efetivo demandado, h ha-1. 41 - Demanda de energia: através da potência requerida e a capacidade de campo efetiva, foi determinada a demanda energética de cada operação, utilizando-se a seguinte equação: em que: De = demanda de energia (kW h ha-1); Pm = potência média (kW); Cce: capacidade de campo efetiva (ha h-1). Todos os dados foram analisados estatisticamente, por meio da análise de variância. Com as variáveis significativas foram feitas comparações entre médias, pelo teste de Tukey, a 5 % de probabilidade, com auxílio do programa SISVAR (FERREIRA, 2010). 42 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Houve efeito significativo da interação sistema de manejo do solo x sistema de semeadura, para as variáveis: altura de planta na floração (APF); maturação (APM); inserção da primeira vagem (AIPV); densidade estomática (DE); população de plantas (Pop); produtividade (Prod); área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) do número de pústulas cm-2 e severidade da ferrugem asiática. Para o índice de clorofila (IC), houve efeito significativo isoladamente para os sistemas de semeadura. Para as variáveis: número de dias para maturação (NDM); densidade do solo (DS); e peso de 100 grãos (P100), não houve efeito significativo dos parâmetros analisados. 4.1 AACPD de pústulas cm-2 e severidade da ferrugem asiática Para o número de pústulas cm-2, a menor AACPD ocorreu utilizando o plantio direto e preparo reduzido, ambos com a semeadura convencional (45 cm espaçamento), apesar de não diferir da semeadura cruzada (Tabela 3). Tabela 3. Áreas abaixo das curvas do progresso da doença (AACPD), do número de pústulas cm-2 de ferrugem, em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja Sistemas de Semeadura Sistemas de manejo do solo Convencional Cruzado Adensado Convencional 2573,13 aA 3056,28 aA 2938,72 aA Reduzido 2582,49 bA 3143,13 abA 3193,01 aA Direto 2178,67 bA 3066,93 aA 3371,92 aA *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na vertical, e minúscula, na horizontal, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. 43 A alta incidência da ferrugem asiática verificada na condução do experimento deve-se as condições climáticas propícias (Figuras 1 a 3) e a alta infestação da doença na região. O controle da doença está baseado no uso integrado de práticas culturais, aliadas ao manejo de fungicidas, principalmente para que se evite o surgimento de populações do patógeno menos sensíveis aos fungicidas existentes e proporcione a durabilidade de genes de resistência no hospedeiro (JULIATTI et al., 2010; WALKER et al., 2011). Com o sistema de manejo reduzido e plantio direto, utilizando a semeadura cruzada e adensada, houve um aumento do número de pústulas cm-2. Resultados semelhantes foram encontrados por Madalosso et al. (2010), ao avaliarem a resposta de duas cultivares de soja, submetidas a diferentes espaçamentos entrelinhas, durante as safras 07/08 e 08/09. Os mesmos observaram que a redução do espaçamento entrelinhas e o sombreamento criado por esta prática permitiu melhores condições para o estabelecimento e progresso da ferrugem asiática para as duas cultivares e menor eficácia de controle. Para a severidade da ferrugem asiática, a semeadura adensada no sistema de plantio direto observou-se menores valores (AACPD), apesar de não diferir estatisticamente do preparo reduzido do solo. Fixando os sistemas de manejo do solo, nota-se que não houve diferença estatística entre os tipos de semeadura da soja (Tabela 4). Tabela 4. Áreas abaixo das curvas do progresso da doença (AACPD), da severidade da ferrugem, em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja Sistemas de semeadura Sistemas de manejo do solo Convencional Cruzado Adensado Convencional 3772,46 aA 3769,99 aA 3796,24 aA Reduzido 3762,49 aA 3781,24 aA 3778,72 aAB Direto 3772,46 aA 3774,97 aA 3763,72 aB *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na vertical, e minúscula, na horizontal, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. 44 Os resultados encontrados no presente trabalho indicaram maior severidade da ferrugem asiática na semeadura adensada (0,23 m de espaçamento), estando de acordo com Madalosso (2007), o qual, trabalhando com três espaçamentos entre linhas de soja encontrou resultados semelhantes, observando condições acentuadas no estabelecimento e quantidade final de doença (AACPD) em espaçamentos menores, justificando o espaçamento de 30 cm como a condição mais adequada à progressão da doença, quando comparado aos espaçamentos de 45 e 60 cm. Os resultados encontrados foram superiores aos encontrados por Martins (2011) o qual estudou a severidade da ferrugem asiática em genótipos de soja na safra agrícola 2008/09. Este encontrou valores de AACPD variando entre 416,0 e 1100,0. A alta severidade da ferrugem asiática encontrada no presente trabalho pode ter sido ocasionada pela ocorrência da temperatura (21 a 32 ºC) e umidade relativa do ar (em torno de 90%). Segundo Zambolin (2006), umidade relativa superior a 60%, aliado a chuvas constantes de baixa intensidade e temperaturas entre 18 e 25 ºC, são ideais para a proliferação da doença. As maiores severidades encontradas com o espaçamento reduzido estão de acordo com Dias et al. (2011). Segundo estes autores a ferrugem asiática da soja ocorre em áreas sombreadas da cultura, provavelmente porque a luz solar é um desencadeador de processos fisiológicos de resistência, principalmente em cultivares com algum nível de resistência à Phakopsora pachyrhizi. 4.2 Altura da planta na floração Para a altura da planta na floração houve interação significativa do sistema de manejo de solo x sistema de semeadura, onde foram observadas as maiores alturas das plantas na floração na semeadura convencional, dentro dos três tipos de manejo do solo, e nas semeaduras cruzada e 45 adensada, com o plantio direto, apesar de não diferir significativamente do preparo reduzido (Tabela 5). Tabela 5. Alturas de plantas na floração, em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja Sistema de Semeadura Sistemas de manejo do solo Convencional Cruzado Adensada 23,33 aA Convencional 22,75 aB 20,66 aB Reduzido 23,16 aA 24,58 aAB 23,50 aAB Direto 26,58 aA 27,66 aA 24,33 aA *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na vertical, e minúscula, na horizontal, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. A altura no período de floração indica o período vegetativo da cultura. Um período vegetativo curto, com plantas de baixa estatura, serve como indicativo de baixa produtividade. Barros et al. (2011), ressaltam que valores baixos de altura de plantas na floração resultam em baixa produtividade, devido a menor área fotossintética, porém evita incidência e severidade de doenças, em consequência a menor formação de microclima e diminuição de perdas por acamamento. Os baixos valores encontrados para a altura de plantas na floração diferem dos encontrados por Menezes (2013), o qual trabalhou com semeadura cruzada da soja (cultivar precoce), encontrando alturas entre 0,40 e 0,60m. Esses baixos valores encontrados podem ser explicados conforme relatado por Embrapa (2011), temperaturas acima de 13º C induz a floração, podendo acarretar diminuição na altura das plantas, sendo que nesta safra, os dados climatológicos de temperatura obtidos corroboram com esta afirmativa (Figura 3). A cultivar Anta 82 RR tem como característica o crescimento semideterminado, diferindo, assim, segundo Carvalho et al., 2002, das cultivares de hábito de crescimento determinado, onde a altura da planta no florescimento não apenas dá uma estimativa da altura final, como, também 46 contribui para a definição da taxa de crescimento das plantas durante o período reprodutivo. 4.3 Número de dias para maturação Quanto ao número de dias para a maturação, não houve efeito isolado e interação significativa entre os sistemas de manejo do solo e semeadura da cultura da soja. Os valores variaram de 115 a 118 dias tanto para os sistemas de manejo do solo, e semeadura (Figura 10). O número de dias para a maturação é fortemente influenciado pelas condições climáticas (fotoperíodo), acarretando em maior permanência da cultura da soja em campo deixando assim, a cultura mais susceptível a doenças e patógenos de final de ciclo. 118,00 A a 118,00 Numero de dias para maturação Numero dde dias para maturação 120,00 a a 116,00 114,00 112,00 B a 117,00 a a 116,00 115,00 110,00 Preparo Preparo Plantio Direto Convencional Reduzido Sistemas de manejo do solo semadura semadura semeadura convencional cruzada adensada Sistemas de semeadura Figura 10. Número de dias para maturação, em função dos sistemas de manejo do solo (A) e semeadura (B). Conforme elucidado por Sediyama (1993), o fotoperíodo é o fator mais importante na determinação da proporção relativa entre os períodos vegetativos e reprodutivos, influenciando, também, no período de florescimento até a formação da vagem e, daí, até a maturação, no número de nós e na altura da planta. 47 4.4 Altura de plantas na maturação Para a altura de plantas na maturação, houve efeito significativo da interação manejo de solo x sistemas de semeadura, sendo as maiores médias na semeadura adensada com o plantio direto (93,86 cm), apesar de não diferir estatisticamente do preparo convencional e na semeadura cruzada, com os três sistemas de manejo de solo (Tabela 6). As maiores alturas foram encontradas nos sistemas de semeaduras cruzadas e adensadas, da cultura da soja, representando uma tentativa de adaptação pela competição entre as plantas por luminosidade, efeito esse caracterizado como estiolamento das plantas. Resultados semelhantes a esse foram encontrados por Lima et al. (2012). Tabela 6. Alturas de plantas na maturação, em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja. Sistemas de manejo do solo Convencional Sistemas de Semeadura Cruzado Adensado Convencional 72,08 bA 85,75aA 85,91 aAB Reduzido 74,83 bA 86,75 aA 85,16 aB Direto 79,75 bA 86,25 abA 93,86 aA *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na vertical, e minúscula, na horizontal, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. As médias de altura encontradas foram superiores as recomendações de Silva et al. (2010). Segundo estes, a altura de plantas ideal deve ser no mínimo 65 cm, apresentando efeitos diretos e indiretos sobre a produção, por estar relacionada ao controle de plantas invasoras, ao acamamento e à colheita mecânica. Segundo a Embrapa (2004), a altura de plantas de soja na colheita considerada ideal está em torno de 80 a 100 centímetros, pois favorece o pleno crescimento das plantas e facilidade da colheita mecanizada. 48 Os resultados encontrados de altura de plantas na maturação corroboram com os resultados encontrados por Menezes (2013), o qual trabalhando com semeadura cruzada da soja, encontrou as maiores alturas com o aumento da densidade de plantas. 4.5 Altura de inserção da primeira vagem Houve efeito significativo da interação manejo de solo x sistemas de semeadura para esta variável, onde as maiores médias foram observadas no plantio direto com os três sistemas de semeadura, a semeadura adensada com o preparo convencional e também a semeadura cruzada dentro dos três sistemas de manejo dos solos (Tabela 7). Tabela 7. Alturas de inserção da primeira vagem, em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja Sistemas de Semeadura Sistemas de Manejo do solo Convencional Cruzado Adensado Convencional 10,50 bB 9,83 bA 11,41 aA Reduzido 9,42 bC 10,25 aA 10,58 aB Direto 11,31 aA 10,58 aA 11,17 aAB *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na vertical, e minúscula, na horizontal, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os sistemas que se destacaram estão de acordo com Marques (2010). Segundo este, a altura mínima da primeira vagem deve ser de 0,10 a 0,15 m, para se obter uma colheita com o mínimo de perdas pela barra de corte. Valores médios semelhantes foram encontrados por Sousa (2011), onde a altura de inserção da primeira vagem variou de seis a treze centímetros. Os resultados alcançados estão de acordo com Peluzio et al. (2002). Esses relataram que as alturas das plantas na maturação e inserção da 49 primeira vagem são características que sofrem variações em função da densidade de plantas. Assim, as maiores populações estimularam o crescimento das plantas e a elevação da altura de inserção da primeira vagem. Os resultados encontrados divergem dos encontrados por Gavotti et al. (2003). Esses, comparando o sistema de preparo convencional e plantio direto, não observaram diferença significativa para esta variável. Contudo, obtiveram altura média de inserção da primeira vagem superior à do presente estudo (14,0 cm). Almeida et al. (2011), ressaltam que a utilização de plantas muito altas (> 80 cm) e com baixa altura de inserção de primeira vagem (< 10 cm) poderá acarretar em perdas na colheita mecanizada. No presente trabalho observou-se que os sistemas que se destacaram apresentaram altura de inserção de primeira vagem em torno de 10 a 11 cm. 4.6 População de plantas Houve efeito significativo da interação sistemas de manejo do solo x sistemas de semeadura, sendo que na semeadura cruzada com os três sistemas de manejo de solos e a semeadura adensada no plantio direto, apesar de não diferir estatisticamente do preparo convencional, obtiveram os maiores valores de população de plantas (Tabela 8). Tabela 8. População de plantas (plantas ha-1 x 1000) em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja Sistemas de manejo do solo Convencional Sistemas de Semeadura Cruzado Adensado Convencional 144,64 bAB 265,60 aA 219,76 aAB Reduzido 187,26 bB 262,50 aA 208,57 aB Direto 197,74 bA 255,60 abA 277,38 aA *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na vertical, e minúscula, na horizontal, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 50 As semeaduras cruzada e adensada apresentaram, respectivamente, 82 e 64% a mais de plantas, em comparação com o sistema convencional de semeadura (45 cm de espaçamento). Os resultados encontrados no presente trabalho foram inferiores aos relatados por Menezes (2013), o qual encontrou um acréscimo de 117% para semeadura cruzada, em relação a semeadura convencional. Lima et al. (2012), trabalhando com diferentes cultivares de soja em sistema de semeadura cruzada, verificaram que a cultivar Anta 82 RR apresentou maior população de plantas e número de grãos por vagem, mas não foi suficiente para refletir na produtividade. A densidade de semeadura é fator determinante para o arranjo das plantas no ambiente de produção e influencia o crescimento da soja (MARTINS et al., 1999). 4.7 Produtividade de Grãos Para a produtividade de grãos (kg ha-1), houve efeito significativo da interação sistemas de manejo do solo x sistemas de semeadura, com destaque para o plantio direto e preparo convencional, com os três sistemas de semeadura, e o preparo reduzido, com semeadura adensada, embora não tenha diferido estatisticamente do manejo convencional (Tabela 9). Tabela 9. Produtividade final (kg ha-1), em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja Sistemas de manejo do solo Convencional Sistemas de Semeadura Cruzado Adensado Convencional 1513,93 aA 823,94 aA 1907,33 aA Reduzido 2128,53 abA 988,81 bA 2468,13 aA Direto 1950,54 aA 941,70 aA 2213,04 aA *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na vertical, e minúscula, na horizontal, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 51 A produtividade é uma característica influenciada por vários fatores, tais como: características climáticas, manejo e tratos culturais. Outro fator que pode ter sido preponderante para as produtividades alcançadas foi a alta incidência da ferrugem sobre a cultura. Para Fiomari et al. (2005), o aumento na produtividade em cultivares de ciclo precoce, devido à redução do espaçamento entre linhas, é atribuído ao adensamento de plantas, auxiliando no controle de plantas daninhas. Resultados similares aos encontrados no experimento foram observados por Freitas et al. (2010) e Luca e Hungria (2010). Os mesmos também verificaram que o aumento da densidade de semeadura não proporcionou maiores rendimentos para a cultura da soja. Entretanto, essa constatação foi feita somente para a semeadura em linhas adensadas. Narimatsu (2004), cultivando soja nos sistemas de cultivo mínimo, preparo convencional e plantio direto, sobre a palhada de B. brizantha, observou maior produção de grãos para os sistemas com revolvimento de solo, atribuindo a estes a maior população de plantas. Souza et al. (2010), avaliando a produtividade da cultura da soja em diferentes sistemas de manejo do solo, não encontraram diferenças estatísticas significativas, comprovando que o solo, mesmo apresentando certo grau de compactação, não influenciou na produtividade. Tourino et al. (2002) constataram que a redução do espaçamento entre linhas e da densidade de sementes na linha, proporcionaram maior produtividade para a cultura da soja semeada em linhas não cruzadas. Mattioni et al. (2008) e Komatsu et al. (2011), em trabalhos com densidade de plantas, verificaram maior produtividade de grãos em espaçamentos de 0,45 m comparado a espaçamentos maiores e menores, respectivamente, divergindo dos resultados encontrados no presente trabalho, onde não houve diferença estatística entre os tipos de semeadura. 52 4.8 Peso de 100 grãos Para a variável peso de 100 grãos, não houve efeito isolado e interação significativa entre sistema de manejo do solo x sistema de semeadura. Tanto em função dos sistemas de preparo quanto em função dos sistemas de semeadura analisados, os pesos de 100 grãos variaram de 13 a 15 gramas (Figura 11). 17,00 15,00 14,00 B 16,00 a a a 13,00 12,00 Peso de 100 grãos Peso de 100 grãos 16,00 17,00 A 15,00 a a a 14,00 13,00 12,00 11,00 11,00 10,00 10,00 Preparo Preparo Reduzido Plantio Direto Convencional Sistemas de manejo do solo semadura convencional semadura cruzada semeadura adensada Sistemas de semeadura Figura 11. Peso de 100 grãos, em função do sistema de manejo do solo (A) e semeadura (B). Resultados semelhantes foram verificados por Mattioni et al. (2008) e Mauad et al. (2010), que não observaram efeito do espaçamento nas entrelinhas de soja no peso de mil sementes. De acordo com Rambo et al. (2003), o peso de grãos tem controle genético substancial, o que confere pouca variabilidade em função do manejo cultural. Para Petter et al. (2012), as condições edafoclimáticas interferem na respostas da cultura da soja quanto ao manejo adotado, refletindo nos componentes de rendimento e produtividade. 53 4.9 Índice de Clorofila Quanto às leituras do índice de clorofila, aos 60 e aos 75 dias após a semeadura, não houve efeito isolado e interação significativa entre sistema de manejo x sistema de semeadura. Os valores dos índices de clorofila variaram de 50 a 53 entre os sistemas de manejo e sistemas de semeadura (Figura 12). Figura 12. Índice de clorofila aos 60 e aos 75 dias após a semeadura, quanto ao sistema de manejo do solo (A) e semeadura (B). Segundo Souza (2011) o teor de clorofila nas folhas possui um papel fundamental no processo fotossintético das plantas. No entanto, diversas doenças causam lesões nas folhas como a ferrugem asiática, levando à destruição do pigmento fotossintetizante a clorofila. Correlação direta dos teores de clorofila com níveis de nitrogênio nos tecidos foliares tem sido verificada em diversas culturas, (FERREIRA et al., 2006) têm utilizado o índice SPAD como forma de determinar o estado nutricional da planta quanto aos níveis de N e na recomendação de adubação nitrogenada. 54 4.10 Densidade Estomática A densidade estomática apresentou efeito significativo da interação sistemas de manejo do solo x sistemas de semeadura. As maiores densidades estomáticas no manejo de solo reduzido ocorreram na semeadura cruzada, apesar de não diferir da semeadura adensada (Tabela 10). Tabela 10. Densidade estomática em função dos sistemas de manejo do solo e semeadura da soja. Sistemas de Semeadura Sistema de manejo do solo Convencional Cruzado Adensado Convencional 545,087 aA 568,687 aA 587,312a A Reduzido 520,937 bA 685,162 aA 597,675 abA Direto 534,225 aA 606,850 aA 594,925 aA *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na vertical, e minúscula, na horizontal, não diferem entre si pelo teste de Tukey, á 5% de probabilidade. A descrição anatômica é um importante parâmetro à ser avaliado na cultura da soja devido, ao surgimento de novas cultivares geneticamente modificadas, podendo assim selecionar as melhores características de cada cultivar. Na soja, o número de estômatos por área é um caráter que sofre influência ambiental e é variável entre as diferentes cultivares (BUTTERY et al., 1993). Segundo Oliveira et al. (2005) vários fatores atuam sobre os estômatos, logo sobre a condutância estomática das plantas. Dentre estes estão as condições hídricas que atuam nos processos fotossintéticos dos vegetais. Variações no conteúdo de água nas folhas causam o fechamento estomático, diminuindo a taxa fotossintética e queda de produção do vegetal. De acordo com Liu-Gitz et al. (2000) baixos níveis de luz azul, aliados a altas irradiâncias, reduzem a densidade de estômatos na face adaxial, mas a aumenta na face abaxial em cultivares de soja, indicando 55 diferentes vias regulatórias envolvidas na formação dos estômatos nas duas faces foliares. 4.11 Densidade do Solo A densidade de solo não apresentou efeito isolado e interação significativa entre sistemas de manejo dos solos x sistemas de semeadura. Os valores de densidade dos solos variaram entre 1,18 e 1,25 entre os sistemas de manejo do solo e semeadura (Figura 13). A 1,25 a 1,20 a a 1,15 1,10 1,30 Densidade do solo Mg m-3 Densidade do solo Mg m-3 1,30 B a 1,25 a 1,20 a 1,15 1,10 Preparo Preparo Reduzido Plantio Direto Convencional Sistemas de manejo do solo Semadura convencional Semadura cruzada Semeadura adensada Sistemas de semeadura Figura 13. Densidade do solo em função dos sistemas de manejo do solo (A) e semeadura (B). O fato de não ter ocorrido diferença significativa para a densidade de solo pode ser explicado por ter sido o primeiro ano de cultivo na área. A densidade do solo é uma característica que se modifica conforme o manejo do solo e a disponibilidade de água do local. Uma das tendências do sistema de plantio direto é que com o tempo, em função do tráfego de máquinas forme uma camada compactada que pode prejudicar o desenvolvimento das culturas. Porém, se o sistema for corretamente manejado, com boa cobertura morta e adequada rotação de culturas irá 56 promover uma melhor estruturação do solo, com canais que permitem adequado fluxo de ar e maiores taxas de infiltração de água (SEIXAS et. al., 2005). Mesmo não apresentando diferença significativa, pode-se explicar que o preparo reduzido apresentou maior média de densidade ocasionado pela escarificação do solo, com o mínimo possível de movimentação do solo. Porém a longevidade dos efeitos da escarificação é muito variável, desde poucos meses até alguns anos, dependendo do tipo de solo e índices pluviométricos e manejos empregados nas culturas (TWONLOW et al., 1994) 4.12 Desempenho energético dos sistemas de manejo do solo Para a realização das operações características de cada sistema de manejo do solo, a umidade do solo era de 40%. Foram encontrados efeitos significativos de todas as variáveis quanto ao desempenho energético em relação aos sistemas de manejo do solo. Os maiores valores de força média, potência média e demanda de energia foram observados no preparo convencional do solo. O consumo de combustível foi maior tanto no preparo convencional como no preparo reduzido. As maiores velocidade média e a capacidade de campo efetiva foram obtidas no plantio direto (Tabela 11). Tabela 11: Força média requerida na barra de tração (kN), velocidade média de deslocamento (m s-1), potência média (kW), consumo médio de demanda de energia (kW h ha-1), consumo médio de combustível por área ( L ha -1), capacidade de campo efetiva (ha h-1) e demanda de energia (kW h ha-1) quanto aos sistemas de manejo do solo. 57 Sistemas de manejo do solo PC PD PR CV (%) Força Velocidade Potência Consumo Cce média média média médio (ha h-1) (kN) (m s-1) (kW) (L ha -1) 55,87 a 9,90 c 31,34 b 4,35 b 4,62 a 4,29 b 67,06 a 12,72 c 35,52 b 23,46 a 3,42 c 12,85 b 0,22 c 1,67 a 0,42 b 14,89 3,18 10,87 26,05 2,04 Demanda de energia (kW h ha-1) 66,64 a 7,65 c 40,71 b 18,80 Médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. PC= Preparo convencional; PD=Plantio direto e PR=Preparo reduzido. Os resultados encontrados no presente trabalho estão de acordo com Fernandes et al. (2008). Estes avaliando o consumo energético de diferentes operações agrícolas mecanizadas, concluíram que os sistemas com menor número de operações por hectare obtiveram menor consumo de combustível, destacando a semeadura direta, seguida pelo cultivo mínimo com gradagem leve, vibro escarificador e o preparo convencional. Os valores de força média encontrados no trabalho diferiram dos resultados encontrados por Tavares, et al. (2012) que encontraram valores muito baixos de força não chegando a 15,00 (kN). Eles explicaram que isso ocorreu porque ao realizar os manejos o solo estava com um teor de água elevado. Menezes (2013) encontrou os maiores valores de força média requerida, potência média e consumo médio de combustível com o preparo reduzido, divergindo dos valores encontrados na presente pesquisa onde as mesmas variáveis obtiveram maiores valores com o preparo convencional dos solos. Furlani (2005) encontrou diferença de capacidade de campo entre os -1 sistemas de preparo do solo, onde o plantio direto (1,55 ha h ) superou o -1 -1 preparo convencional (1,50 ha h ), seguido do cultivo mínimo (1,40 ha h ). Valores esses diferentes dos encontrados no presente trabalho onde o plantio direto seguidos do preparo reduzido e preparo convencional alcançaram capacidade de campo de 1,67; 0,42 e 0,22 ha h respectivamente. -1 58 Para a demanda de energia os maiores valores encontrados foram para o preparo convencional (66,64 KW h ha-1), preparo reduzido (40,71 KW h ha-1) e plantio direto (7,65 KW h ha-1), divergindo dos resultados alcançados por Tavares et al. (2012) no qual o cultivo mínimo teve maior consumo de energia quando comparado com o plantio convencional. Segundo os mesmos no plantio convencional, foi usada apenas uma passagem de grade, com isso como o cultivo mínimo com escarificador demanda maior potência na barra de tração do trator esse tratamento obteve maior consumo de energia. 4.13 Correlação dos caracteres agronômicos De acordo com os resultados apresentados na Tabela 12, o número de pústulas cm-2, a densidade estomática e a altura de plantas na maturação se correlacionaram de maneira positiva com a população de plantas, ou seja, quanto maior a população maiores serão os valores do número de pústulas cm-2, densidade estomática e altura de plantas na maturação. Também quanto maior a população de plantas verificou-se uma menor produtividade e um aumento no índice de clorofila. Foi observado correlação positiva do número de pústulas cm-2, altura de plantas na maturação e população de plantas em relação ao índice de clorofila. Estes resultados divergem dos obtidos por Souza, (2012) que quanto maior o número de pústulas menor o índice de clorofila. Os resultados corroboram com os obtidos por Menezes, (2013), trabalhando com semeadura cruzada em sistemas de manejo de solo, não encontrou correlação entre o índice de clorofila e a severidade da ferrugem asiática. Polizel et al. (2011) verificaram que com o aumento da severidade da ferrugem há uma redução do índice de clorofila. 59 Tabela 12: Correlação entre as variáveis analisadas no presente estudo. Pust Pust Sev APF DE NDM APM AIPV P100 Pop Prod DS IC 1 Sev 0,0181 1 APF ns DE -0,1485 -01141 1 ns ns NDM 0,3070 ns 0,1559 ns 0,2454 ns 1 -0,718 APM ns 0,0052 ns 0,0637 ns -0,1179 1 ns "0,5728 ** 0,1296 ns 0,0662 AIPV -0,0920 P100 ns 0,2359 ns ns 0,0172 0,2140 ns 0,1209 ns 1 -01756 Pop ns -0,0846 ns ns -0,2019 ns 0,0411 ns 0,0614 0,2479 ns -0,0753 0,2827 ns -0,1341 1 0,1808 1 Prod 0,3855* 0,0213 DS ns 0,1881 0,4237** 0,2985 ns 0,0727 ns 0,1247 ns 0,1167 ns -0,2515 0,2168 ns 0,2939 ns -0,0130 0,3970 * 0,1222 ns 0,1907 ns 0,1056 ns ns 0,0725 ns 0,0690 ns 0,1275 ns 0,0509 ns ns 0,7745 ** -0,0491 0,3110 ns 0,2191 0,2932 ns ns -0,1598 1 ns ns IC ns ns ns -0,0685 ns 0,4467 ns -0,1801 ns 0,0296 ns ns -0,2696 ns 0,0896 ns -0,4541 ** -0,0499 ns 0,4484 1 0,0604 1 ns ** ** -0,1961 ns -0,0737 ns 1 *; ** - Significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente. NS-não significativo. APF- altura de planta na floração; DE- densidade estomática; APM- altura planta maturação; AIPV - altura de inserção de primeira vagem; o vagem planta; PG - produtividade; P100 - peso de cem sementes; Pop –população de plantas; Prod -produtividade de grãos; DS – densidade estomática; IF1 –índice de clorofila FALKER aos 60 dias após a semeadura; IF2 –índice de clorofila FALKER aos 75 dias após a semeadura. 60 5. CONCLUSÕES A interação plantio direto x semeadura adensada obteve menor severidade da ferrugem asiática; maior altura de plantas na floração, maturação e inserção da primeira vagem; maior população de plantas e produtividade. O plantio direto apresentou melhor desempenho energético, com menor consumo de combustível e demanda de energia. 61 6. REFERÊNCIAS AGBEDE, T. M. Nutrient availability and cocoyam yield under different tillage practices. Soil and Tillage Research, south western Nigeria. V.99, n. 1, p.49-57, 2008. ALMEIDA, A. M. R., FERREIRA, L. P., YORINORI, J. T., SILVA J. 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