COMENTÁRIO DA PROVA DE BIOLOGIA
A prova de Biologia da UFPR apresentou uma boa distribuição de conteúdos ao longo das nove questões. O grau de
dificuldade variou entre questões médias e fáceis, o que está de acordo com o que se espera de uma avaliação de primeira fase.
Resolução:
Assunto que envolve tema atual sobre o nome de uma doença muito trabalhada em aula.
A Leishmaniose causada pelo protozoário flagelado Leishmania brasiliensis e transmitida pelo mosquito-palha
(Phlebotomus sp. ou Lutzomyia sp.). O mosquito vetor se contamina quando suga o sangue de uma pessoa com a
doença ou de um reservatório natural (cães de rua abandonados).
Resolução:
1º) Pelo fato de aparecem indivíduos afetados de ambos os sexos, a herança é autossômica.
2º) Como o casal 14 e 15 são normais e geraram a fêmea 19 afetada, conclui-se que a herança nos afetados é recessiva.
3º) O macho 13 é normal por ter recebido um alelo dominante (A) de sua mãe (8). Porém seu pai (7) é recessivo (aa) e assim
o macho 13 é obrigatoriamente heterozigoto (Aa). Ao ser cruzado com a fêmea 16 (aa), teremos o cruzamento:
Aa x aa
Filhos: Aa Aa aa aa
Dessa forma a probabilidade de terem filhotes afetados (aa) é de 50%.
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BIOLOGIA
Resolução:
Nesta questão é importante considerar que no lado direito do coração circula sangue venoso, isto é, sangue pobre em
oxigênio e rico em CO2. Já no lado esquerdo do coração, circula sangue arterial, sangue rico em oxigênio. Assim, no
lado esquerdo do coração, a concentração de oxigênio é muito maior que no lado direito.
a) (F) ___pO2 Veia pulmonar < pO2 Ventrículo direito.
A veia pulmonar traz sangue arterial rico em oxigênio em O2 dos pulmões (sangue com maior pressão parcial de O2).
O ventrículo direito sangue venoso pobre em oxigênio.
pO2 Veia pulmonar – (maior) – pO2 Ventrículo direito
b) (V) ___pO2 Átrio esquerdo > pO2 Veia cava.
O átrio esquerdo é rico em sangue arterial – alta concentração de O2 (sangue com maior pressão parcial de O2).
A veia cava é rica em sangue venoso – baixa concentração de O2
c) (F) ___pO2 Átrio esquerdo < pO2 Ventrículo direito.
O átrio esquerdo é rico em sangue arterial – alta concentração de O2 (sangue com maior pressão parcial de O2).
O ventrículo direito é rico em sangue venoso – baixa concentração de O2.
pO2 Átrio esquerdo (maior) pO2 Ventrículo direito
d) ___pO2 Artéria pulmonar > pO2 Veia pulmonar.
A artéria pulmonar transporta sangue venoso – pobre em O2
A veia pulmonar traz sangue arterial – rico em O2 (sangue com maior pressão parcial de O2).
pO2 Artéria pulmonar (menor) pO2 Veia pulmonar
e) ___pO2 Artéria pulmonar > pO2 Veia cava.
A veia cava traz sangue venoso para o coração – baixa concentração de O2
A artéria pulmonar transporta exatamente o mesmo sangue venoso que a veia cava trouxe para o átrio direito – baixa
concentração de O2
pO2 Artéria pulmonar (igual) pO2 Veia cava
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BIOLOGIA
Resolução:
Questão fácil e bem planejada, abordando o processo de fotossíntese. A luz, a temperatura e a concentração de CO2 são
fatores que interferem na intensidade da fotossíntese. Na tabela apresentada, podemos verificar três diferentes condições
que correspondem a três diferentes concentrações de CO2 a uma mesma temperatura (20 oC). Sabemos que, até um
determinado valor, aumentando-se a concentração de CO2 a taxa de fotossíntese também aumenta. Dessa forma, fica fácil
relacionar as condições da tabela com as respectivas curvas do gráfico, no qual a taxa de fotossíntese é avaliada em função
da intensidade luminosa.
Resolução:
Questão muito bem elaborada envolvendo raciocínio e conhecimento sobre enzimas e dois grupos de mamíferos (peixes e
aves).
Enzima do intestino de peixe: deve atuar em pH ligeiramente alcalino e baixa temperatura (gráfico III)
Enzima do estômago de ave: deve atuar em pH Ácido e temperatura corpórea próxima a 40 oC (gráfico II)
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BIOLOGIA
Resolução:
Questão clássica de bilogia celular e que requer atenção para a molécula TIMIDINA formadora do ácido nucleico DNA.
A maior porção de DNA se encontra no núcleo, porém encontramos DNA no interior de mitocôndrias e cloroplastos.
Resolução:
O tamanho e a sobrevivência de uma espécie qualquer está associado diretamente a sua capacidade de reproduzir e
deixar descendentes. Assim, quanto maior o sucesso reprodutivo de uma espécie mais descendentes ela deixa para a
próxima geração e maior será a chance de ela se tornar o tipo dominante em seu ambiente. A partir desta premissa, podemos analisar os parâmetros apresentados pelo pesquisador:
a) (F) Forma de polinização – seja qual for a forma de polinização do arbusto, ela se manifestará numa maior ou menor
capacidade de reproduzir e gerar descendentes, ou seja, em um maior ou menor sucesso reprodutivo. Assim, o
parâmetro imprescindível destacado no enunciado do teste não seria a forma de polinização e sim o sucesso reprodutivo que esta forma de polinização implicaria.
b) (F) Tempo médio de vida – viver mais ou viver menos implica reproduzir por mais tempo ou reproduzir por menos tempo;
deixar mais ou menos descendentes. Quanto mais tempo se vive, mais se reproduz e maior será o sucesso reprodutivo. Assim, o parâmetro imprescindível não seria o tempo médio de vida e sim o sucesso reprodutivo que este
tempo de vida implicaria.
c) (F) Quantidade de toxinas – a quantidade de toxina pode se traduzir em uma vantagem, uma vez que plantas mais tóxicas são menos atacadas por animais e podem, portanto, sobreviver mais. No entanto, o fato de uma variedade ser
mais tóxica não implica afirmar, necessariamente, que ela irá reproduzir mais que as outras e se tornar a população
mais numerosa, como é o caso dos arbustos de flores azuis. Ela pode conter grandes quantidades de toxinas e apresentar dificuldades de reproduzir e deixar descendentes. Necessariamente não há relação entre apresentar características vantajosas e, ao mesmo tempo, apresentar grande capacidade de reprodução. Isso pode ocorrer ou não. O
enunciado, no entanto, é claro e pede a identificação do parâmetro imprescindível, que, novamente, se evidencia
como sucesso reprodutivo e não capacidade de produzir mais ou menos toxinas.
d) (V) Sucesso reprodutivo – ver comentários anteriores.
e) (F) Resistência à decomposição – dos parâmetros apresentados, este é absolutamente impróprio. A decomposição é um
processo que ocorre após a morte do organismo. O que acontece após a morte e o início da decomposição não afeta
em nada a capacidade de deixar descendentes.
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BIOLOGIA
Resolução:
Questão bem tranquila enfocando aspectos ligados a ecologia. Certos animais, como os mamíferos citados no enunciado,
são de fundamental importância no processo de dispersão das sementes (zoocoria). Já insetos, como as abelhas, podem
ser de extrema importância para muitas culturas vegetais, uma vez que atuam de forma decisiva na polinização das flores.
Resolução:
1. (V) Parasitas podem regular o tamanho da população de hospedeiros.
Pense na seguinte comparação: Na medida em que aumenta o número de cães, aumenta também o número de hospedeiros para vermes intestinais se desenvolverem, ou seja, aumenta o número de vermes. Com mais vermes, maior
será a taxa de mortalidade entre os cães. Os vermes, assim, também podem “regular o tamanho da população de
hospedeiros”.
2. (V) Parasitas podem atuar como presas.
Um parasita pode muito bem ser devorado por algum carnívoro e, neste caso, o parasita vai se comportar como uma
simples presa. Pense o pássaro-palito que faz a limpeza nos dentes do jacaré-pantaneiro. Sanguessugas que parasitam a gengiva do jacaré são devoradas pelo pássaro-palito. Esta sanguessuga parasita do jacaré, portanto, não deixa
de ser também uma PRESA do pássaro.
3. (V) Parasitas podem alterar o desfecho de interações competitivas interespecíficas.
Na medida em que uma espécie se contamina com um determinado parasita, o tamanho da população desta espécie
vai ser alterado e, provavelmente, tende a diminuir bastante pelo efeito negativo que o parasita exerce sobre o hospedeiro (aumento da taxa de mortalidade). Ora, na medida em que a população de uma espécie diminui, os competidores naturais desta espécie podem levar vantagem com isso e se estabelecer um novo equilíbrio populacional naquele
ambiente. Assim, faz sentido a afirmação de que “parasitas podem alterar o desfecho de interações competitivas
interespecíficas.”
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BIOLOGIA
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64 A 72 - BIOLOGIA_UFPR_2014