Tony Bellotto fala sobre seu novo livro no #acampamento na Bienal
Na terça-feira, Bienal do Livro Rio abordou também temas como literatura de índio, beleza e
as ligações culturais dos brasileiros com o futebol
Com uma vida atarefada entre a música e um programa de televisão, Tony Bellotto ainda
consegue tempo para escrever. Na tarde desta quarta-feira (4), no #acampamento na bienal, ele falou
sobre o seu novo livro “Machu Picchu: na trilha das famílias”, além de ser sabatinado por fãs e leitores.
Tendo como principal inspiração a própria literatura, Tony Bellotto diz que escreve primeiro
para si próprio. “Eu escrevo para mim, para compreender o mundo. Não faço livros para vender,
apesar de ficar muito feliz quando vendem e quando o leitor diz que gostou”, disse. “Quando escrevo,
tento chegar ao meu máximo sozinho para depois começar a mostrar para as pessoas. Tento manter a
história em segredo até que esteja pronta”, declarou.
Sobre a carreira de músico abrir portas como escritor, Tony nega. “É claro que mais ajuda do
que atrapalha, mas também traz algumas dificuldades porque as pessoas já fazem um pré-julgamento
do seu trabalho”, afirmou. “Todo o escritor tem outra profissão. São muito raros os escritores que
vivem como literatura”, completou.
O #acampamento recebeu também o escritor e desenhista de literatura infantojuvenil Fábio
Yabu, conhecido especialmente pela série “Princesas do Mar” e pelas HQs “Combo Rangers”.
Seu primeiro romance, “A última princesa”, chamou atenção por misturar referências históricas
com a fantasia dos contos de fada: o livro traz fatos da vida de Princesa Isabel e sua amizade com o
inventor Alberto Santos Dumont. Toda a obra de Yabu reflete sua preocupação em abordar temas
relevantes, que reflitam valores e gerem questionamentos e que podem ser mostrados de maneira
interessante e atrativa para público jovem.
“Nas minhas histórias você não vai ver bruxas e vilões tradicionais, mas pode encontrar, por
exemplo, o meio ambiente tratado de um jeito diferente, misturando assuntos importantes e que
merecem ser abordados com o universo lúdico”, explica.
Ontem
A tradição oral de contar histórias vem muito antes de Cabral: a mesa “Guarani, Kaiowá e muitas
mais – Literatura de índio” reuniu no Café Literário Graça Graúna, Daniel Munduruku e Lucia Sá para
debater o fortalecimento e as contribuições da cultura indígena à sociedade brasileira.
“Antes dos portugueses, os índios já cantavam, dançavam e também contavam histórias. A
historiografia brasileira custou a reconhecer a literatura indígena”, contou Lucia Sá. “Tem gente que
pensa que índio de roupa não é mais índio, que índio tem que ser aquele sem contato com o
progresso. Há uma cobrança de autenticidade dos grupos indígenas que é injusta, pois tentam
deslegitimar sua cultura”, completou.
“O mundo é tão grande, tem lugar para todo mundo colocar seus pensamentos. A literatura
indígena é para mim um compromisso com a nossa identidade. Há mais literatura indígena do que se
supõe”, disse a escritora Graça Graúna. Para ela, o público presente no Café Literário representa um
incentivo à cultura do índio.
Segundo Daniel Munduruku, é preciso acabar com a mentalidade antiga sobre o índio, do bom
selvagem. “Talvez eu tenha sido escolhido para transmitir pela literatura os ensinamentos do meu
povo. Meu povo aprendeu a se adaptar e a incorporar novas técnicas, fazendo com que a nossa
cultura sobreviva. A escrita é um instrumento importante e o bom uso dele faz atualizar a nossa
memória”, assegurou.
Na noite de terça o espaço Mulher e Ponto abordou o tema “Espelho, espelho meu: qual é a
beleza ideal e qual é o meu ideal de beleza?” A mesa contou com a participação da psicóloga Raquel
Moreno e da professora Joana de Vilhena Novaes, com a mediação da atriz Clarice Niskier.
Raquel abriu o encontro afirmando que cada vez mais os meios de comunicação massificam o
consumo da beleza com imagens de pessoas felizes, magras, sorrisos mais brancos e outros
estereótipos, onde o “mais” impera e, consequentemente, gera a necessidade da busca de um padrão
estético. Para ela, o ser humano precisa da “validação do outro”, sendo que cada lugar e classe têm
sua própria percepção e aceitação desse padrão. “Cada corpo é fruto de uma sociedade”, afirma.
O Brasil lidera o ranking de consumo no mercado de beleza. As participantes concordam que a
necessidade do “corpo perfeito” e a eterna juventude se tornam objeto de investimento tanto para o
homem como para a mulher, fazendo das cirurgias estéticas algo corriqueiro.
Já o Placar Literário promoveu um bate-bola entre o jornalista Muniz Sodré e o sociólogo
Ronaldo Helal. A mesa “Pensando o Futebol” abordou as ligações culturais dos brasileiros com o
futebol. “Para mim, o futebol é pátria, nação e povo. É um lugar de convergência, no qual um jogo
interpreta processos de identidade nacional”, afirmou Sodré.
Para Helal, as rivalidades futebolísticas entre os países têm fundamentos sociológicos e
políticos. “Fiz uma pesquisa em Buenos Aires que mostra que o argentino não tem esse antagonismo
em relação ao brasileiro. A Argentina tem questões políticas com os ingleses, os chilenos, os uruguaios.
Nós somos apenas mais um para eles”, disse.
O mediador Vítor Iório também questionou os colegas sobre os altos preços do Maracanã,
sugerindo que o futebol parece estar retornando às elites. Sobre isso, Helal lembra que a emoção dos
jogos com mais de 120 mil pessoas se perdeu. “Eu tenho a impressão que em algum momento vão
perceber que é a torcida quem faz o espetáculo”, finalizou.
Os patrocinadores
O evento tem como patrocinadores másters a CCR, o Grupo Bradesco Seguros e a Petrobras,
contando com o apoio cultural do BNDES. A Light patrocina a visitação escolar; a Supergasbras, o
Placar Literário; a Secretaria Municipal de Cultura, o #acampamento na bienal; a Submarino, o ecommerce; o Iba, o Café Literário; e os Correios patrocinam a operação logística. A Rede D’OR é
responsável pelo serviço médico do evento.
A Bienal também conta com a realização do Ministério da Cultura através da Lei Federal de
Incentivo à Cultura e com o patrocínio do Governo do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Estado
de Cultura, pela Lei estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro.
Os organizadores
Com escritórios no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia, a Fagga l GL events
exhibitions é uma das maiores empresas em promoção e organização de feiras do país, responsável
pela realização de mais de 20 eventos anuais. Subsidiária do grupo GL events Brasil, operação
brasileira de um dos maiores grupos do setor de eventos do mundo - a francesa GL events -, a Fagga
soma mais de meio século de experiência.
O SNEL (Sindicato Nacional dos Editores de Livros) é uma sociedade civil que tem como objetivo
o estudo e a coordenação das atividades editoriais no Brasil, assim como a representação legal da
categoria de editores de livros e publicações culturais. Sua missão é dar suporte à classe nas áreas de
direitos autorais, biblioteconomia, trabalhista, contábil e fiscal. A atual presidente do SNEL é Sonia
Jardim, que também é vice-presidente de operações do Grupo Editorial Record.
Mais informações para a imprensa:
Adriane Constante – [email protected]
João Veiga – [email protected]
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Tel.: (21) 3461-4616 – ramal 123 – www.approach.com.br
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