Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN- 978-972-8746-71-1 A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA Maria Clara Correia Ferreira Lino Doutoranda em Educação no Instituto de Ciênc i a sdaEd uc a ç ã o–UI DOPECE( Ob s e r v a t ó r i od e Po l í t i c a sd eEdu c a ç ã oeCon t e x t osEd u c a t i vo s )–Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT) Ag r u pa me n t od eEs c ol a sd oAl t odoLu mi a r–Es c ol aEB2 , 3D. J os éI [email protected] Resumo Na escola onde leccionamos Matemática, confrontamo-nos com um tipo de alunos heterogéneo. Alguns mostram-se desinteressados pelas actividades escolares e têm elevado absentismo. Outros, demonstrando empenho quando estão nas aulas, revelam falta de hábitos de trabalho e estudo, em casa. Todavia, sempre que a estes jovens é solicitado qualquer tipo de actividade diferente do habitual, ou quando lhes é requerido para intervirem activamente, apresentam-se interessados e trabalhadores, mas, desorganizados. Esta comunicação visa expor uma actividade posta em prática com alunos do 9º ano de escolaridade. A ideia surgiu após a frequência de um curso na Faculdade de Ciências de Lisboa, sobre o uso das tecnologias na aprendizagem da Matemática. Apresentaremos um trabalho, no qual, recorren doa osc o mpu t a d o r e s ,f oiu t i l i z a d o oa pp l e t“ A Co r r i d a ” . Osr e s ul t a d o sob t i d o sf or a m,para nós, deveras gratificantes. Iniciaremos com uma breve abordagem teórica. Narraremos o contexto da experimentação. Exporemos o desenvolvimento da tarefa. Descreveremos a análise efectuada às respostas dos alunos a um inquérito que lhes foi distribuído após terem concluído o que lhes havia sido proposto. Terminaremos com algumas considerações, indicação do material utilizado, e uma lista de applets e de links a serem, eventualmente, pesquisados e explorados em aulas de Matemática. “As TI C s ão e n t e nd i d as c omo r e c ur s o s p ar a a t r a ns f o r maç ã o d as pr á t i c a s n a e s c o l a e n ão pa r a o s i mpl e s r e f or ç o d a e f i c á c i a d os me i os j á e x i s t e n t e s ” Centro de Competência CRIE, Faculdade de Ciências de Lisboa, desdobrável, 2008, p.3 Pressupostos teóricos Na perspectiva de Ponte, Oliveira, Cunha & Segurado (1998), tendo sido a Matemática c on s i de r a d a ,p o rt r a d i ç ã o ,“ c o mou mc or p od ec on he c i me nt o”( p . 10 ) ,p od e r ás e ra n a l o ga me n t e e nc a r a d a“ c omoumaa c t i v i d a deh uma n a ”( p. 1 0 ) .Estes autores entendem que, assim como a sociedade em que vivemos se encontra em constante desenvolvimento, a Matemática também se mostra em evolução permanente. 5432 Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN- 978-972-8746-71-1 As ópticas absolutistas (Ernest, 1991), que compreendem o conhecimento matemático como uma edificação compacta, construída dedutiva e conjuntamente, qual paradigma da inflexibilidade totalitária, colaboraram para a solidificação de um currículo amplamente organizado em torno dos conteúdos. Neste contexto, o professor devia limitar-se a expor com clareza e rigor os conceitos matemáticos e treinar os alunos na resolução de exercícios repetitivos. Todavia, muitos matemáticos têm vindo, desde há muito, a mostrar o seu desacordo relativamente a este aspecto. Bento de Jesus Caraça (1958) contradiz o pensamento de ciência f e i t a ,c om odec i ê n c i ae mf a s ed ee l a b or a ç ã o ;Ge or gePól ya( 1 94 5)r e f e r eq ue“ aMa t e má t i c a apresentada à moda de Euclides surge como uma ciência dedutiva e sistemática mas a Matemática no seu processo de criação aparece comoc i ê n c i ae x pe r i me n t a lei nd ut i va ”( p . vi i ) . Almiro (2005), referindo-se às actuais advertências metodológicas para o ensino da Matemática, menciona que estas valorizam, cada vez mais, a aplicação das novas tecnologias, uma vez que este método apoia a prolificação de contextos significativos, possibilitando a simulação de conjunturas e a observação de novos problemas, facilitando uma abordagem prática e intuitiva da Matemática, espicaçando o espírito de pesquisa nos alunos e fornecendo-lhe um papel mais dinâmico no decurso da aprendizagem (APM, 1988; Mathematical Association, 1992; Ponte & Canavarro, 1997; Veloso, 1988). Em 1988, a Associação de Professores de Matemática (APM), referindo-se ao uso dos computadores em sala de aula, considerou que estes permitem observar uma nova espécie de dinamismo instrutivo no decorrer do qual se estimulam os alunos no sentido de obterem a sua emancipação e desenvolverem o espírito de iniciativa, remetendo-se o professor a apresentar-se como um parceiro com mais experiência acerca de cada assunto, ao invés de se mostrar como o detentor de toda a sabedoria. Azevedo (2002) é de opinião de que a utilização das novas tecnologias é bastante importante, u mave zq ue ,a c t ua l me nt e ,“ ( …)A l i ç ã od opr o f essor já não é o único modo de ensino. Ela mantém o seu lugar e a sua importância, mas tem que se articular com todos os meios s u pl e me nt a r e sq uee s t ã oa od i s p or( …) ”( p. 157), nomeadamente, com as novas tecnologias. Es t ea ut ori n d i c a ,a i nd a ,q uen aa c t u a l i d a des ea s s i s t e“( …)àv a l o r i z a ç ã odae x pe r i me n t a ç ã oe visualização. Já em 1592, Comenius escrevia: «é preciso não descrever os objectos mas mostrálos». Experiências recentes destacam a importância do uso do computador para explorar, descobrir e desenvolver conceitos matemáticos e não somente para verificar resultados ou r e a l i z a re x e r c í c i ospr á t i c o s ”( pp .1 57 1 58 ) . Segundo Canavarro (1994), os professores mostram concepções desiguais sobre a utilização dos computadores na aula, contribuindo este facto para que seja diferente a maneira como os utilizam. Assim, enquanto alguns professores entendem que esta prática, tendo o poder de estimular e motivar os alunos, actua de forma positiva no ambiente da sala de aula, outros pensam ser este um hábito que permite uma execução mais rápida e rigorosa de determinadas 5433 Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN- 978-972-8746-71-1 tarefas, e, outros ainda, julgam que esta experiência possibilita a execução de actividades de experimentação, de exploração e de investigação que, muito dificilmente, se conseguiriam executar ou nunca se conseguiriam realizar sem este recurso. Procedimentos estratégicos Tal como indicámos no resumo, apresentaremos uma actividade planeada e desenvolvida na escola EB 2,3 D. José I, em Lisboa, e posta em prática com alunos do 9º ano de escolaridade. Ne s t aa c t i vi d a d ef o iut i l i z a dooa pp l e t“ ACo r r i d a ” . Em primeiro lugar, relataremos, o contexto da experimentação. Seguidamente, exporemos o desenvolvimento do trabalho Prosseguiremos, com uma reflexão, sobre a actividade executada. Indicaremos o material utilizado. Apresentaremos as duas fichas formativas fornecidas aos alunos e um inquérito que lhes foi igualmente distribuído após a conclusão da tarefa. Exporemos a análise, sob a forma de gráfico de barras, efectuada às respostas dadas pelos 22 alunos de uma das turmas a esse inquérito. Finalizaremos, com uma lista de applets e de links a serem, eventualmente, pesquisados e explorados em aulas de Matemática. Esta experiência decorreu durante as aulas de duas turmas de alunos de 9º ano, no ano lectivo transacto, ou seja, 2007/2008. Inicialmente tinha sido prevista a experimentação nas três turmas do 9º ano existentes na escola, mas por incompatibilidade de horários juntamente com a indisponibilidade da sala de TIC, foi impossível aplicar a tarefa na outra turma. Naquela altura, nesta escola, existiam apenas dois computadores portáteis. A sala de recursos possuía cinco computadores, acontecendo, porém, que apenas três de entre eles, tinham acesso à Internet. A sala de TIC, naquele tempo equipada com cerca de 18 computadores, apresentava-se quase sempre ocupada com aulas da disciplina de TIC ministradas aos alunos de 9º ano, excepto, quando para lá se dirigiam as turmas de percursos curriculares alternativos de 6º ano e 7º ano. Este facto, sempre impediu um normal acesso das outras turmas da escola, a esta sala. Assim, para efectuar esta experiência, houve necessidade de se solicitar uma troca de sala. É de referir que os alunos aos quais foi apresentada esta tarefa, eram cerca de 45, cuja média de idades, rondava os 16 anos. Haviam, portanto, vários alunos repetentes. Aquelas duas turmas apresentavam-se como sendo muito heterogéneas. Alguns alunos revelavam-se desinteressados por qualquer actividade escolar e evidenciavam absentismo elevado. Outros, porém, mostravam-se empenhados quando estavam nas aulas, mas a grande lacuna era a falta de hábitos de trabalho e estudo, em casa. O aproveitamento destas turmas não era bom na globalidade das várias disciplinas, essencialmente devido à falta de assiduidade regular por parte dos alunos. No entanto, veio a verificar-se, no decorrer desta actividade, que os alunos se mostraram interessados, trabalhadores, e investiram na pesquisa, só que, de uma forma desorganizada. 5434 Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN- 978-972-8746-71-1 Objectivos e operacionalização da experiência An á l i s eei nt e r pr e t a ç ã ode gráficos de Os conteúdos de Matemática utilizados consistiram em: “ f u nç õ e sl i n e a r e sea f i n s ” ;“ Ex pl or a ç ã og r á f i c adai n f l uê n c i ad ava r i a ç ã od o spa r â me t r os a e b nas funções do tipo y ax ou y ax b ” ;“ De t e r mi n a ç ã od ae xp r e s s ã od eumaf un ç ã o, atendendo à regularidade das coordenadas de gráfi c o s ” ;“ Re s o l u ç ã og r á f i c ades i s t e ma sde e qu a ç õe s ”e“ Cl a s s i f i c a ç ã od es i s t e ma sdee qu a ç õ e s ” .Co moo bj e c t i vo s , fixou-se, desenvolver a capacidade de análise e interpretação de gráficos, construir um modelo matemático através da análise dos dados recolhidos, resolver graficamente sistemas de equações, identificar situações onde um sistema fosse impossível ou indeterminado, descrever e explicar as estratégias e procedimentos utilizados, usar representações para modelar, interpretar e analisar situações. Os alunos organizaram-se em grupos de dois, mas alguns (quatro), preferiram ficar sozinhos. Foi deixado no ambiente de trabalho o endereço do applet a utilizar (http://standards.nctm.org/document/eexamples/chap5/5.2/index.htm#APPLET). Não se deu a conhecer, propositadamente, o objectivo da utilização do applet,. Foi apenas explicado que iriam fazer uma exploração d os“ mo vi me nt o s ” do sbo ne c o se r e s pe c t i v a representação gráfica, de modo que no final da aula pudessem revelar, sintetizando, o que tinham aprendido. Tinha sido prevista uma duração de cerca de 5 a 10 minutos, mas, de facto, a empatia que os alunos têm com qualquer aplicação informática é grande e 10 minutos foi um tempo exagerado para adaptação, uma vez que, rapidamente, todos se familiarizaram, utilizando menos tempo. De seguida foi-lhes distribuída uma ficha formativa (Ficha de trabalho nº 1, projectada ao mesmo tempo, num ecran), e que deveria ser resolvida em 20 minutos. Porém, tal não aconteceu com a maioria dos alunos, tendo-se prolongado por meia hora. Todavia, alguns alunos, que se mostraram desembaraçados com o applet, para a resolução da ficha, iam, por vezes, pedindo ajuda à professora. Contudo, pode dizer-se que foi com grande facilidade que a maioria dos a l u n oss e“ mov i me nt ou ”n oa p p l e tep r e e nc h e uc o m desembaraço as questões lá apresentadas. Notou-se, tal como esperávamos, que as maiores dificuldades surgiram na organização e sistematização dos dados recolhidos. Após a certificação de que todos tinham resolvido a Ficha 1, os grupos foram apresentando as suas soluções e assim foi-se estabelecendo uma relação entre as variáveis existentes no applet com as variáveis da função: Distância = posição inicial + passo dos intervenientes x Tempo Foi uma ficha resolvida com sucesso pelos alunos. Assim, após a resolução desta ficha, e depois de oralmente terem sido analisadas e discutidas as respostas, ou seja, após uma reflexão e resumo das conclusões foi-lhes distribuída uma segunda ficha formativa (Ficha de trabalho nº 2, 5435 Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN- 978-972-8746-71-1 também esta projectada num ecran). Esta ficha foi um pouco mais complexa para alguns, uma vez que sentiram alguma dificuldade em deduzir a expressão que relacionasse a distância em função do tempo, (D e T), ou seja, a construção do modelo matemático, talvez pelo facto de os quadros de registo serem insuficientes para a conclusão e respectiva dedução, ou, por não terem sido usadas as letras habituais para as variáveis (x e y). O que se verificou foi que após ter sido sugerida a mudança das variáveis, as fórmulas pretendidas surgiram com facilidade. Foi também com destreza que relacionaram soluções gráficas com as que eram pedidas na ficha. Obviamente aqueles alunos que sempre mostraram maior desenvoltura para a Matemática evidenciaram, uma vez mais, uma maior agilidade. Porém, foi recompensador observar os c ha ma d osa l u no s“ ma i sf r a c o s ”ap a r t i c i pa r e mc om g os t oear e v e l a r e m,a s s i m,a p r e nd i z a g e ns mais significativas, do que em contexto de aula sem a utilização das tecnologias. Tal como aconteceu com a Ficha 1, os alunos corrigiram e sintetizaram as conclusões. Aquando da discussão das posições relativas das linhas, foi deixado para exploração o seguinte problema, relativamente às personagens compreendidas nas fichas de trabalho: “ Seopa s s oéu mf a c t o rde c i s i v op a r aq uea sl i nh a ss e j a m pa r a l e l a s ,po r q ueéq u es eoMi g ue le a Ana correrem com o mesmo passo, um partindo da árvore, e outro de casa, as linhas não ficam p a r a l e l a s ? ” . Por último, foi distribuído um inquérito aos alunos de uma das turmas, onde se pedia para classificar algumas afirmações, numa escala de 1 a 5, relativas à aula em que tinham acabado de participar. Alguns alunos mais céleres, responderam logo ao inquérito, outros mais lentos, levaram-no para casa. Na aula seguinte, procedeu-se à correcção, no quadro, das fichas de trabalho, e ao esclarecimento de algumas dúvidas que alguns alunos possuíam. Debateu-se, de seguida, o tipo de aula que lhes tinha sido proporcionado no dia anterior e os alunos mostraram-se francamente s a t i s f e i t osc o me s t aa ul a“ di f e r e n t e ” ,emui t í s s i moentusiasmados, o que se veio a constatar nas respostas dadas no inquérito. De acordo com os gráficos que a seguir se apresentam, a grande maioria dos alunos gostou da aula, achou fácil trabalhar com o applet, sentiu-se mais motivada para estudar Matemática, conseguiu perceber quais os valores e como fazer variar as funções, reconheceu que tinha aprendido a resolver, graficamente, sistemas de equações, afirmou que sabia classificar sistemas e que sabia interpretar, graficamente, o problema. Da mesma forma, a maioria dos alunos entendeu que teve mais dificuldade na resolução das fichas de trabalho. Quase todos os alunos responderam que não tinham sentido dificuldades em usar o applet. Nas questões de resposta aberta, poucos apresentaram sugestões ou críticas, mas é de mencionar uma resposta dada por alguns a l u n os :“ Ap r e nd oma i sn e s t a sa ul a sc om oc omp ut a do r ,d oq ue n a sou t r a ss óc oma‘ s t or a ’eoma n ua louf i c h a s ” . 5436 Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN- 978-972-8746-71-1 Considerações finais Re f l e c t i nd os o br ee s t a sa u l a s“ d i f e r e nt e s ” ,e s ob r et od a af i l os of i as u bj a c e n t e ae s t a problemática, a experiência confirmou o que, sobre o assunto, tem sido escrito pelos autores que nos serviram de referência teórica. Concluímos com esta experiência, que os alunos sentir-se-ão mais atraídos pelas aprendizagens da Matemática, se forem utilizados recursos/instrumentos tecnológicos. Não podemos continuar a usar apenas os manuais, fichas de trabalho, ou resolver problemas ligados à vida real, sem usar, para esse efeito, os instrumentos que todos nós possuímos: os das novas tecnologias. Não queremos deixar de aludir ao facto de que, quando os alunos, de forma entusiasta, investiram na pesquisa, fizeram-no, como atrás referimos, de uma forma desorganizada. As referências teóricas utilizadas, permitiram-nos solucionar os diversos problemas surgidos ao longo da implementação da experiência. No entanto, a nossa experiência de ensino da Matemática, ao longo de alguns a n osc o ma l un ospr o bl e má t i c o s ,“ e ns i n ou n os ” que, sempre que a este tipo de alunos é solicitado qualquer tipo de actividade diferente do habitual, seja fora ou dentro da sala de aula, ou quando lhes é pedido para intervirem de uma forma mais activa, eles mostram-se interessados, trabalhadores, e investem na pesquisa. À “ de s o r g a ni z a ç ã o”e v i d e nt ede mon s t r a d a ,o pr of e s s ort e mq u ea c t ua re mc on f or mi da d e .É exactamente aí que o seu papel se reveste da máxima importância e responsabilidade, apelando ao uso eficaz da sua sabedoria, criatividade e bom senso. Terminamos esta nossa reflexão, referindo que foi muito gratificante observar os alunos muito mais empenhados nestas aulas, descobrir um brilho diferente nos seus olhos e constatar que a qu e l e sq ue ,h a bi t u a l me nt e ,di z e m“ nã ogo s t od eMa t e má t i c a ”a de r i r a m def o r mae s p on t â n e aà realização das actividades e até, alguns, tomaram posições de liderança dentro do seu grupo, na execução das tarefas. A utilização das TIC na Matemática, não só potencia a aprendizagem dos alunos, como a formação dos professores. Aumentar a motivação dos alunos e ligar a Matemática à realidade não passa somente por dotar as escolas de equipamentos ligados às novas tecnologias, é importante desenvolver competências nos professores que lhes permitam utilizá-las em contexto educativo para que possam alterar progressivamente as metodologias anteriormente adoptadas desenvolvendo e aumentando a compreensão matemática. Contudo, na nossa opinião, não deveremos esquecer, que estas ferramentas não podem ser o objectivo da Matemática; elas são apenas instrumentos auxiliares da aprendizagem. 5437 Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN- 978-972-8746-71-1 Referências bibliográficas -Al mi r o ,J . ( 2 00 5) .Ma t e r i a i sma n i p ul á ve i set e c n ol o gi anaa u l ad eMa t e má t i c a .I nGTI–Gr u po de Trabalho de Investigação. O Professor e o Desenvolvimento Curricular. Lisboa: Associação de Professores de Matemática, pp. 275-307. - APM (1998). Renovação do Currículo de Matemática. Lisboa: Associação de Professores de Matemática. - Azevedo, J. M. (2002). Matemática em movimento: Uma experiência de utilização das novas t e c no l og i a s . I nGTI–Gr up odeTr a b a l h odeI nv e s t i g a ç ã o .Reflectir e Investigar sobre a prática profissional. Lisboa: Associação de Professores de Matemática, pp.155-175. - Caraça, B. J. (1958). In Ponte, J. P., Oliveira, H., Cunha, M. H. & Segurado, M. I. (1998). Histórias de Investigações Matemáticas. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional, p. 10. - Ernest, P. (1991). The philosophy of mathematics education. London: Folmen, in Ponte, J. P., Oliveira, H., Cunha, M. H. & Segurado, M. I. (1998). Histórias de Investigações Matemáticas. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional, p. 10. - Canavarro, A. P. (1994). Computador na Educação Matemática: instrumento para entusiasmar, para facilitar, ou para possibilitar? In Actas Profmat (pp. 73-81). Lisboa: Associação de Professores de Matemática. - Comenius (1592). História Mundial da Educação, Vol. 4, p. 185. - Mathematical Association (1992). Computers in mathematics curriculum. London: Mathematical Association. - Pólya, G. (1945). Ponte, J. P., Oliveira, H., Cunha, M. H. & Segurado, M. I. (1998). Histórias de Investigações Matemáticas. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional, p. 10. - Ponte, J. P. & Canavarro, A. P. (1997). Matemática e Novas Tecnologias. Lisboa: Universidade Aberta. - Ponte, J. P., Oliveira, H., Cunha, M. H. & Segurado, M. I. (1998). Histórias de Investigações Matemáticas. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional. - Veloso, E. (1998). O computador na aula de Matemática. Lisboa: Associação de Professores de Matemática. Materiais Utilizados - Computadores - Applet: http://standards.nctm.org/document/eexamples/chap5/5.2/index.htm#APPLET - Duas fichas de trabalho 5438 Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN- 978-972-8746-71-1 - Computador portátil e projector - Inquérito Ficha de trabalho 1 “ AI nf l uê nc i ado sPa r â me t r o snac or r i dadaAnaedoMi g ue l ” O applet que tens no teu computador repre s e nt auma“Co r r i d ad aAn aedoMi gu e l“ . 1. - Coloca a Ana e o Miguel Junto à casa. - Selecciona para a Ana e para o Miguel os val or e s“St a r tpo s i t i on“1 6e0eosv a l o r e s2e5 p a r ao“St e pSi z e ”r e s p e c t i v a me nt e . Responde: 1.1 Quem chegou em primeiro lugar à árvore? 1.2 Que significado têm os valores 20 e 42? 1.3 O que significa o valor 100? 2. Fa zv a r i a ràt u avo n t a d eo“St e pSi z e ” ,o“St a r tPo s i t i on ”d ec a d aum.Pod e sa t é colocar a Ana e o Miguel em locais opostos na corrida. Regista o que vais observando em relação aos gráficos: Em q ues i t u a ç ã oéqu eum d e l e séu l t r a p a s s a do ,pa r t i nd od ame s map os i ç ã o… q ua lo p a r â me t r oqu ei n f l ue n c i ae s t as i t u a ç ã o , …. Analisa se as linhas ficam mais ou menos i nc l i n a da s , as uapo s i ç ã oe nt r ea sdu a s , …… Um exemplo de registo: Passo Posição Ana Miguel 5439 Observações Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN- 978-972-8746-71-1 Anotações dos gráficos: 3. I n di c aq uev a l o r e sd e ve mt e rospa r â me t r o s“ Pa s s o ”e“ Pos i ç ã o”p a r aq ue : 3.1 Os gráficos se intersectem. 3.2 Os gráficos sejam paralelos. 3.3 Os gráficos sejam coincidentes. 4. Indica que significado tem nesta situação de corrida cada uma das alíneas na pergunta anterior. 5440 Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN- 978-972-8746-71-1 Ficha de trabalho 2 Descobre a Função e resolve sistemas! Ag o r an ã od e i x e squ eaAnas emov a …. 1. Co l oc as óoMi gue lac or r e r… Posição : 0 Tempo Passo : 2 Distância Com a ajuda do botão vai fazendo deslocar lentamente o Miguel, tomando nota de algumas coordenadas que vais obtendo durante o percurso do Miguel e preenche a seguinte tabela (no gráfico os eixos estão identificados como: Tempo, Distância) Miguel 5441 Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN- 978-972-8746-71-1 2. Co l oc as óaAnaac or r e r… Posição: 20 Passo: 1 Regista algumas coordenadas que vais obtendo pelo mesmo processo da alínea anterior Ana 3. Determina as coordenadas do ponto onde a Ana e o Miguel se cruzam. 4. Atendendo aos valores preenchidos, utilizando a calculadora ou uma folha de Excel, descobre uma expressão que relacione a distância em função do tempo, para a Ana e para o Miguel. 5. Com as funções que descobriste, coloca-as no sistema seguinte, resolve-o e compara a solução obtida em 2. Tempo 5442 Distância Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN- 978-972-8746-71-1 6. Com base neste applet, apresenta um par de equações para cada uma das situações: 6.1 Exemplo de Sistema Impossível 6.2 Exemplo de Sistema Indeterminado Inquérito Entendendo que esta aula se revelou diferente daquelas em que habitualmente costumas participar para aprender Matemática, gostaria, como tua professora e, para eventualmente melhorar alguns aspectos neste tipo de aulas, de saber a tua opinião. Para isso, peço-te que classifiques as seguintes afirmações, colocando uma cruz no quadrado, n umae s c a l ade1a5( 1–gr a uma i sba i xo ;5–gr a uma i sa l t o ) . Afirmações 1 2 3 4 5 1 - Gostei da aula 2 - Senti-me mais motivado para estudar Matemática 3-Foif á c i lt r a ba l ha rc o m o“ Ap pl e t ” 4 - Dificuldade na execução da ficha de trabalho 1 5 - Dificuldade na execução da ficha de trabalho 2 6 - Consegui perceber quais os valores e como fazem variar as funções 7 - Aprendi a resolver sistemas de equações graficamente 8 - Sei classificar sistemas 9 - Sei interpretar o problema graficamente Ses e n t i s t edi f i c ul d a de se mu s a ro“ a p pl e t ” , í n di c aa sr a z õ e s : Algumas sugestões/críticas: Obrigada pela tua colaboração! 5443 Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN- 978-972-8746-71-1 Análise do Inquérito Motivaç ão para E s tudar Matemátic a G os tei d a au la 30 21 20 30 10 0 0 0 1 2 0 3 22 20 1 4 10 5 0 1 0 0 2 0 3 0 4 5 G ra u Dific uld ade na res oluç ão da F ic h a1 F ac ilid ade em trab alh ar c o m o Ap plet 20 20 15 12 10 10 5 0 0 0 0 1 2 3 4 5 10 0 0 0 2 1 2 3 4 5 0 G ra u G rau R es oluç ão g ráfic a de S is temas ão g ráfic a de um C las s ific açInterpretaç ão de 10 P ro blema S is temas D ific u ldad e n a res o lu ç ão d a F ic ha 2 20 17 10 3 2 0 1 2 3 0 4 20 10 8 15 0 5 1 2 4 103 4 5 5 0 0 0 0 0 0 0 1 G rau 2 de 3 c onhec 4 1 5imento 2 3 10 5 0 5 G ra u 19 3 4 5 G rau de c onhec imentoG rau de c onhec imento 5444 Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN- 978-972-8746-71-1 Exemplos de alguns applets Fraction Pointer - http://www.shodor.org/interactivate/activities/BoundFractionPointer/ Fraction Times - http://www.fi.uu.nl/toepassingen/03034/game.html Álgebra geométrica: http://www.fi.uu.nl/toepassingen/00217/toepassing_wisweb.en.html Resolver equações (método balança) - http://www.fi.uu.nl/toepassingen/02017/toepassing_wisweb.en.html Representar sequências - http://www.shodor.org/interactivate/activities/Sequencer/ Manipulação de funções lineares - http://www.shodor.org/interactivate/activities/SlopeSlider/ Construção de triângulos - http://nlvm.usu.edu/en/nav/frames_asid_165_g_3_t_3.html Explorando a soma de ângulos internos de um polígono - http://illuminations.nctm.org/ActivityDetail.aspx?ID=9 Snooker - incluído no ClicMat que pode explorar a partir do CD na escola ou fazer download a partir de http://www.dgidc.min-edu.pt/recursos_multimedia/recursos_cd.asp Links com vários applets para investigar e materiais para utilizar nas aulas http://www.apm.pt/ http://web.educom.pt/pr1305/mat_links.htm http://nemegea.no.sapo.pt/mat_na_net/mat_na_net.htm -lista de sites http://www.prof2000.pt/users/folhalcino/pontes/sitemat/index.htm http://mathforum.org/mathtools/sitemap.html - Math Tools http://www.eb23-guifoes.rcts.pt/NetMate/sitio/Links/rercursos-educacionais-On-line.htm http://e-criar.sapo.pt/ - guia de blogs, home pages http://www.dynamicgeometry.com/General_Resources/Classroom_Activities.html#Exploring%20Alge bra%201%20with%20The%20Geometer's%20Sketchpad http://www.min-edu.pt/np3/924.html - plano tecnológico para a educação http://www.dgidc.min-edu.pt/mat-no-sec/ - apoio para prof do Ens Sec. http://softlivre.crie.min http://www.apm.pt/portal/index.php?id=26373&page=1&search=_SEARCH_DONE%3D1 – ma t e r i a l para aulas http://nlvm.usu.edu http://illuminations.nctm.org http://www.shodor.org http://geometrias.blogspot.com/ 5445