ISOLAMENTO DE CLONES DE CIANOBACTÉRIAS, CULTURA E BIOENSAIOS DE TOXICIDADE Álvaro Amorim Instituto de Zoologia “Dr. Augusto Nobre”- Faculdade de Ciências Praça Gomes Teixeira - 4000 PORTO Bolseiro BJI no âmbito do Projecto PEAM/C/CNT/38/91 J.N.I.C.T. Dezembro de 1993 ÍNDICE Resumo ……………………………………………………………….. 3 Abstract ………………………………………………………..……… 4 Introdução ……………………………………………………………. 5 Material e métodos ………………………………………………… 12 Resultados e discussão ……………………………………..……….. 16 Conclusões ……………………………………………………………. 31 Agradecimentos ……………………………………………………… 33 Referências bibliográficas …………………………………………… 34 Apêndice ………………………………………………………………. 38 Anexos………………………………………………………………… 51 2 RESUMO O estudo da toxicidade de cianobactérias dulciaquÍcolas tem vindo a desenvolver-se nos últimos anos devido aos problemas que vêm surgindo, relativos à intoxicação de animais que as ingerem, bem como devido às intoxicações humanas, agudas e crónicas. Neste trabalho apresenta-se os resultados relativos ao estudo da toxicidade de cianobactérias ao longo de um ano, isoladas a partir de três lagoas do litoral centro de Portugal, lagoas das Braças, Vela e Mira. Realizaram-se amostragens mensais, procedendo-se ao isolamento de estirpes, seguindo-se a sua cultura para posterior avaliação da sua toxicidade. O isolamento foi feito em meio Z8 sólido após o qual se fez a cultura em meio líquido. Os ensaios de toxicidade realizaram-se em murganhos Charles River (14 - 45 g), através de injecção intraperitoneal de suspensão de cianobactérias liofilizadas, tendo-se determinado a dose letal para 50% dos animais injectados -DL50. Os resultados obtidos permitem-nos concluir que Microcystis aeruginosa é a espécie dominante, cerca de 65% do total das estirpes pertencem a esta espécie, sendo no entanto, Oscillatoria sp., com cerca de 12,7%, e Synechococus sp., com cerca de 20,6%, géneros que também ocorrem com alguma frequência. O género Phormidium sp., surge também uma vez durante o período de estudo. Durante este período, isolaram-se 63 clones de cianobactérias. Das estirpes testadas, 32,6% são tóxicas, com valores de DL50 entre 10mg/kg e 120mg/kg. Apenas foram registados sinais de hepatotoxicidade. Tendo em conta que muitos dos locais onde surgem grandes massas de cianobactérias, como neste caso, são utilizados para lazer, com contacto directo, ou a sua água para consumo, torna-se necessário fazer um levantamento mais alargado da presença destes organismos, assim como alertar e informar os utentes para a prevenção de intoxicações humanas. 3 ABSTRACT Studies on the toxicity of freshwater cyanobacteria have been increasing during the last decades especially because human and animal intoxications due these organisms have been occurring more frequently. The study of the toxicity of cyanobacteria strains isolated from three lakes located on the centre of Portugal, Braças, Vela and Mira lakes, was performed during one year and the results are presented here. Sampling was done monthly and strains of cyanobacteria were isolated. Isolation and culture of strains were done in Z8 medium. Toxicity testes were done using Charles River mice (14 - 45 g), and freeze-dried cyanobacteria were suspended in water and injected intraperitoneally. The dose that caused mortality on 50% of the animals - LD50 was then determined. During this study, were isolated 63 cyanobacteria strains. Results revealed the Microcystis aeruginosa was the dominant species composing 65% of the total number of strains isolated. Nevertheless, Oscillatoria sp. (12.7%), Synechococus sp. (20.6%), occurred also. Phormidium sp. occurred only in one sample. Considering all the strains analysed, 32.6% were hepatotoxic and LD50 ranged from 10mg/kg to 120 mg/kg. Having in the mind that the lakes Braças, Vela and Mira are utilised as recreation sites as also some water is used for drinking purposes it is advisable to do a more intensive survey on the presence of these organisms as also to inform users of these waterbodies in order to prevent human intoxications. 4 INTRODUÇÃO Durante os últimos anos tem havido um acréscimo de registos de florescências, ou “blooms”, de cianobactérias em rios, lagos, albufeiras e açudes. Este aumento de registos tem levado a um aumento significativo de estudos sobre estes organismos, sobretudo devido ao incremento no número de intoxicações, quer humanas quer animais, registado nas últimas décadas. O registo de intoxicações abrange as mais variadas partes do mundo, como Canadá, Estados Unidos da América, Austrália, Índia, Bangladesh, África do Sul, Israel, Rússia, Noruega e Grã-Bretanha (Carmichael, 1981). Existem muitos casos referenciados, de intoxicações agudas, em vários países. Na Rodésia, entre 1960 e 1965 surgiram numerosas gastrenterites em pessoas que ingeriram água contaminada por Microcystis aeruginosa. (Zilberg, 1986). Na Inglaterra, em Agosto de 78 na localidade de Rostherne Mere, Cheshire, uma florescência de Oscillatoria, provocou a morte de gado (Reynoulds, 1980). Também na Inglaterra, em 1989, uma florescência de M. aeruginosa, num reservatório de água, provocou a morte de 20 cordeiros e 15 cães (Falconer, 1991). Na Austrália em 1979, 150 pessoas, sobretudo crianças, receberam tratamento hospitalar, após o tratamento de um reservatório de água que continha cianobactérias, com sulfato de cobre (Falconer, 1991). Também em Portugal têm surgido florescências tóxicas de cianobactérias (Vasconcelos et al.., 1993; Vasconcelos, 1994). Vasconcelos (1994) apresenta resultados para 36 lagos, albufeiras e grandes rios de Portugal, durante o período de 1989-92. Destas 36 massas de água, cerca de 30 apresentaram florescências de cianobactérias, das quais 60% revelaram-se tóxicas através de bioensaios com murganhos. Trabalhos realizados noutros países, mostram valores semelhantes (Repavich et al., 1990). As cianobactérias tem a capacidade de crescer rapidamente quando a água é rica em nutrientes - eutrofização - (Watanabe et al., 1986; Codd, 1984), o que se tem verificado com maior incidência nos últimos anos, devido aos problemas crescentes de poluição. Estes microrganismos possuem uma quantidade relativamente elevada de vacúolos gasosos (Codd, 1984), que lhes permite flutuar, podendo concentrar-se à superfície e formar uma camada espessa que cobre o espelho de água. Quando se encontram dispersas na coluna de água, podem parecer pouco densas, no entanto, quando as condições atmosféricas são 5 favoráveis, ambiente calmo sem vento ou chuva, as células concentram-se à superfície, em poucas horas. Estas, podem de seguida ser arrastadas para as margens por acção de uma ligeira brisa, que entretanto se forme, aumentando ainda mais a sua concentração, podendo atingir valores de, pelo menos, 5-20mg peso seco/l. Nestas concentrações podem ser tóxicas para muitos animais, que as consumam juntamente com a água que ingerem (Codd, 1984). Estas acumulações de cianobactérias podem durar dias, semanas ou apenas horas, conforme as condições ambientais. As florescências de cianobactérias revelam uma agregação dinâmica, que pode formar uma estrutura, ou padrão, em mosaico, que se pode alterar no tempo. Assim, um ponto onde se encontrava uma estirpe tóxica, pode-se encontrar, passado algum tempo, outra totalmente diferente, não tóxica (Carmichael & Gorham, 1981). Existem várias espécies descritas de cianobactérias de água doce que podem provocar intoxicações agudas, tais como M. aeruginosa, Anabaena flos-aquae, Aphanizomenon flos-aquae, Gloeotrichia echinulata e Oscillatoria agardhii (Codd, 1984). A estrutura de algumas toxinas, produzidas por estas espécies, é conhecida. Estas podem ser basicamente de 2 tipos: neurotoxinas, que quimicamente são alcalóides e hepatotoxinas que são polipéptidos cíclicos (Carmichael, 1992). Estas moléculas são metabolitos secundários, produzidos por estas espécies, e podem ter efeitos nocivos noutras espécies. Por esta razão, provavelmente, são compostos de protecção (Carmichael, 1992). As toxinas podem também ser classificadas segundo o tipo de ensaio que é utilizado para a sua detecção (Carmichael, 1992): - Citotoxinas, quando são detectadas em linhas de cultura de células de mamíferos, especialmente de células tumorais. - Biotoxinas, quando são detectadas através de bioensaios em pequenos animais (murganhos ou invertebrados). As neurotoxinas actuam ao nível do sistema nervoso e têm um efeito muito rápido, entre alguns minutos e poucas horas, provocando a morte por bloqueamento dos músculos respiratórios e consequente paragem respiratória (Carmichael, 1992). As hepatotoxinas actuam de um modo mais lento, podendo a morte surgir até alguns dias após a administração das mesmas (Carmichael, 1992). Estas toxinas provocam a morte por hemorragias hepáticas, levando a um incremento no peso do fígado, que pode ser superior a 100% (Carmichael, 1992), atingindo, ou superando, 10% do peso corporal. O mecanismo de acção das hepatotoxinas é ainda pouco 6 conhecido, no entanto, sabe-se que a morte, em animais intoxicados é devida à destruição hepática maciça e hemorragias, resultando num forte choque circulatório e na perda de funções hepáticas (Hooser et al., 1989). Devido ao afluxo de sangue ao fígado, na altura da morte, cerca de 40% do seu total concentra-se neste órgão (Adams et al., 1988). Apesar da frequência com que as florescências tóxicas surgem, o número de intoxicações humanas agudas, quando comparadas com o número de registos das mesmas intoxicações em animais, não é muito elevado. Isto deve-se, provavelmente, ao facto da maior selectividade que o homem apresenta em relação ao que ingere. Os maiores problemas surgem geralmente devido ao contacto directo com as cianobactérias, durante a prática de desportos aquáticos em massas de água contaminadas, ou devido a tratamento insuficiente dos reservatórios de água para beber, com a eliminação apenas das células, permitindo que as toxinas libertadas se mantenham na água. As intoxicações agudas provocadas por estas cianobactérias podem provocar vários sintomas no Homem, tais como reacções alérgicas (febre dos fenos, asma e irritação dos olhos), gastrenterites ou hepatoenterites com diarreia e dores (Falconer, 1989), letargia, tremores musculares e respiração ofegante (Carmichael & Schwartz, 1984, Beasley et al., 1989), enfraquecimento, anorexia, palidez das membranas mucosas e extremidades frias (Carmichael, 1992). No Homem, que faz uma selecção mais apurada da água que ingere, o principal problema pode surgir com doses subletais de toxinas, que podem surgir na água de consumo. Muitas das técnicas de tratamento da água para consumo, destruem as cianobactérias, libertando, no entanto, as toxinas para a água. Estas, dificilmente são detectadas e resistem aos tratamentos convencionais. Estes compostos, continuamente ingeridos em doses subletais, não provocam intoxicações agudas letais, mas podem actuar como promotores de tumores (Carmichael, 1992). Uma forma de remover as toxinas da água é através da utilização de carvão activado, juntamente com os processos usuais de purificação da água, como, floculação, sedimentação, filtração rápida em areia e cloragem. Um processo de controle das florescências de cianobactérias, é a utilização de sulfato de cobre. No entanto, este composto provoca a lise celular e liberta as toxinas para a água, o que se torna um inconveniente quando se quer utilizar a água para consumo pois pode causar intoxicações, ou, em concentrações subletais, actuar como promotor de 7 tumores. As lagoas das Braças, Vela e Mira (Fig.1), fazem parte de um conjunto de pequenas lagoas naturais da região Centro-Litoral entre Aveiro e a Figueira da Foz. Estas lagoas estão inseridas dentro de importantes áreas florestais, sobretudo constituídas por pinheiros (Pinus sp.) e acácias (Acacia sp.), e distam, em média, cerca de 6 km do mar. Apesar de possuírem uma pequena superfície, estas zonas húmidas têm um elevado valor ecológico, devido, sobretudo à utilização que delas é feita, por parte das populações, quer humanas, quer de aves que aí nidificam ou que por aí passam nas suas rotas migratórias. A sua utilização pelas populações humanas, é sobretudo para lazer, nomeadamente para natação, pesca desportiva, durante a Primavera e Verão, e desportos náuticos, sem motor. A água é também utilizada para rega e além disso, na lagoa das Braças existe uma captação de água para consumo e na lagoa da Vela é praticada uma actividade piscatória considerável. Nesta lagoa, as espécies mais frequentemente capturadas são a carpa (Cyprinus carpio), o achigã (Micropterus salmoides), o escalo (Leuciscus cephalus) e a enguia (Anguilla anguilla). Estas lagoas, apesar de possuírem um caracter permanente, podem sofrer grandes variações do nível da água. A lagoa das Braças perdeu mesmo toda a sua água no Verão de 92, estando a ser feito um plano para a sua recuperação. A área envolvente, além da zona florestal, possui também algumas zonas agrícolas e agregados populacionais, dos quais resulta alguma pressão sobre as lagoas (esgotos domésticos, lazer, pesca desportiva ou profissional). Esta pressão varia bastante entre as lagoas, sendo a lagoa de Mira a que sofre um maior impacto, seguida da lagoa de Vela e da das Braças. A lagoa das Braças é a que se encontra mais a sul (fig.1 e fig.2a), do sistema de lagoas de Quiaios e Mira. É alimentada por linhas de água de pequena extensão e o excesso é escoado, para o mar ou para a lagoa da Vela, pela vala da Lavadia. O terreno envolvente é dominado por pinheiros (Pinus sp.), e encontra-se relativamente isolada das populações. Devido a este facto, é uma lagoa frequentemente procurada, para repouso, por algumas espécies de aves aquáticas, especialmente no Inverno. Algumas espécies, no entanto, como o galeirão (Fulica atra), e o pato real (Anas platyrhynchus), podem ser encontradas no Verão, em elevadas densidades (Vasconcelos, 1990). 8 Lagoa de Mira Lagoa da Vela Lagoa das Braças km Fig. 1 - Localização das lagoas das Braças, Vela e Mira no território português. 9 AVEIRO N Vala da lavadia Vala da Veia FIGUEIRA DA FOZ Fig. 2a- esquema da localização das lagoas das Braças e Vela. Praia de mira Vala para a Ria de Aveiro AVEIRO Lagoa de mira N MIRA COIMBRA Valas abastecedoras da lagoa de de mira Fig. 2aEsquema da localização da lagoa de Mira. FIGUEIRA DA FOZ FIGUEIRA DA FOZ 10 0 10km A lagoa da Vela, que se encontra numa posição intermédia entre as Braças e Mira (mas mais próximo das Braças - fig.1 e fig.2a), é também alimentada por pequenas linhas de água, uma delas com origem na vala da Lavadia, e, sobretudo, pela vala da Veia, com origem nos arrozais do Vale do Mondego. O excesso de água é escoado, através de uma vala, para a lagoa de Salgueira, situada mais a norte. Esta lagoa, é rodeada por um dos lados (lado este), por terrenos agrícolas e algumas povoações (Bom Sucesso, Castanheira, Lomba do Poço Frio e Pedros). Pelo lado oeste, é ladeada por uma mata densa de pinheiros e acácias. Também nesta lagoa podemos encontrar patos reais e galeirões em densidades relativamente elevadas (Vasconcelos, 1990). A lagoa de Mira, a mais a norte do conjunto (fig.1 e fig. 2b), é alimentada por pequenas linhas de água e descarrega o excesso de água na ria de Aveiro, através de uma vala. Esta lagoa é rodeada por terrenos agrícolas, em quase toda a sua periferia. Excepção para uma pequena porção da zona sul, onde existe um canavial e no lado oeste, onde existe uma estância turística. As populações de aves aquáticas que se podem encontrar nesta lagoa, tal como nas anteriores, são constituídas por patos reais, galeirões e também por alguns mergulhões-de-crista (Podiceps cristatus). Das três lagoas é a mais profunda, podendo atingir os 3m de profundidade. Um conjunto de factores, como a pressão humana (esgotos domésticos, nutrientes resultantes da fertilização dos terrenos agrícolas adjacentes, quer nas lagoas quer nas linhas de água que as alimentam e também grandes quantidades de engodo que são lançadas à água na pesca desportiva), elevada densidade de animais, sobretudo durante o Inverno, assim como um enriquecimento natural em nutrientes, tem levado à sua progressiva eutrofização. Um sinal evidente deste fenómeno é a exagerada produção de organismos fitoplanctónicos, que leva ao aparecimento de florescências, especialmente de cianobactérias. 11 MATERIAL E MÉTODOS. 1-Colheita de estirpes Durante 14 meses, juntamente com o estudo da dinâmica populacional do fitoplancton, estudou-se a variação da incidência de estirpes tóxicas e não tóxicas em três pontos de cada uma das lagoas das Braças, Vela e Mira (fig.1). As amostragens foram feitas mensalmente, entre Janeiro de 1992 e Fevereiro de 1993, com as seguintes datas de realização: 16 de Janeiro de 1992 11 de Fevereiro de 1992 10 de Março de 1992 8 de Abril de 1992 1992 6 de Maio de 1992 11 de Junho de 1992 10 de Julho de 1992 20 de Agosto de 1992 3 de Setembro de 1992 7 de Outubro de 1992 11 de Novembro de 10 de Dezembro de 1992 22 de Janeiro de 1993 12 de Fevereiro de 1993 As amostras foram colhidas com uma rede de plancton com malha de 55µm. Em cada ponto faziam-se vários arrastos horizontais, logo abaixo da superfície, de modo a obter uma concentração de plancton suficiente para que estivessem representadas o maior número de espécies possível. As amostras foram colocadas em frascos de plástico, transportadas em malas térmicas e analisadas nas 24 horas seguintes, no laboratório. Neste, procedeu-se à identificação das cianobactérias presentes para posterior isolamento. A cada uma das estirpes detectada era atribuído um código, constituído por uma sigla -IZANCYA-, comum a todas as amostras, e um número, que diferencia as diferentes lagoas, estações e datas de colheita da amostra. Eventualmente, pode surgir um índice, associado ao número, que distingue diferentes espécies de uma mesma amostra. 12 2-Isolamento e cultura de estirpes As colónias das espécies que interessavam eram colocadas em meio Z 8 (Kotai, 1972), em tubos de ensaio com rolha, e colocados a crescer sob iluminação de luz branca fluorescente. Após uma semana de crescimento, retiravam-se algumas colónias para meio Z 8 sólido (meio Z8 + 0,75% de Agar), em placas de Petri. Estas foram espalhadas em ziguezague, com o auxílio de ansas de metal esterilizadas ao rubro. Através de repicagens sucessivas procurou isolar-se as cianobactérias, até se conseguir placas com culturas monoespecíficas. A identificação das espécies de cianobactérias foi feita com base em Hüber-Pestalozzi (1975). Após a obtenção de placas com culturas monoespecíficas, guardou-se a estirpe em stock, em meio Z 8 líquido (matrazes de 50 ml) e sólido (tubos com rolha). Com o fim de obter biomassa suficiente para realizar ensaios de toxicidade, fizeram-se culturas em grande volume, em balões de 6 l, com 4 litros de meio Z 8. Inicialmente colocaram-se algumas colónias em matrazes de 100ml, que cresciam durante aproximadamente uma semana, com agitação diária. No final deste período eram transferidas para matrazes de 1 litro, com agitação contínua por meio de fluxo de ar. Estes mantinham-se em crescimento durante aproximadamente uma semana, até atingir uma concentração adequada, passando-se então toda a cultura para os balões de 6 litros. A cultura crescia então durante um mês, aproximadamente, no final do qual se obtinha uma concentração razoável para retirar o material necessário aos bioensaios, que se iriam realizar posteriormente. O material celular era então concentrado, por sedimentação ou flutuação, após algumas horas de repouso em funis de decantação. Este tempo de repouso variava consideravelmente de estirpe para estirpe, desde uma ou duas horas até mais de 24 horas. O material concentrado era então congelado, a -80oC, e posteriormente liofilizado. 3-Bioensaios de toxicidade. As suspensões para realizar os bioensaios foram feitas com o material liofilizado em água destilada, de modo a aplicar uma dose inicial da 13 ordem dos 500 mg de peso seco de cianobactéria por kg de murganho, ou seja, aproximadamente, de 5 mg/ml. Os bioensaios foram efectuados com murganhos da estirpe CharlesRiver (I. Gulbenkian de Ciência, Oeiras), com pesos entre 14 e 45g. A solução foi aplicada por injecção intraperitoneal -ip.- nunca excedendo o volume de 1ml, em dois animais por dose. Sempre que o volume de injecção era demasiadamente pequeno era feita uma diluição de modo a obter um maior volume e assim diminuir o erro cometido. Considerou-se que o intervalo de tempo até 3 horas, após a injecção i.p., era o que dava maior confiança de que a morte era causada pelas toxinas. Determinou-se a dose letal para 50% dos animais injectados -DL50-, através de doses sucessivamente mais apertadas, de modo a obter um valor aproximado, por exemplo, iniciava-se com uma dose na ordem dos 500mg/kg, para determinar a toxicidade e de seguida aplicavam-se doses de 200, 100 e 50mg/kg. Se o animal morria para doses de 100 e sobrevivia para doses de 50, então de seguida aplicavam-se doses de 60, 70 e 80mg/kg. Em algumas estirpes ficou-se por um intervalo de 10 ou 15 unidades, mas nas que se chegou ao valor aproximado, fizeram-se ainda intervalos mais apertados. Neste caso, se tivessem sobrevivido os animais injectados com dose de 80mg/kg, aplicar-se-ia as doses de 85, 90 e 95mg/kg. Nos casos em que se optou apenas pela determinação dos intervalos onde a DL50 se encontraria, isto aconteceu pelo facto de o intervalo ser relativamente pequeno, e a obtenção de um valor exacto não justificar o sacrifício de mais animais. Após a morte dos murganhos, estes eram autopsiados, e o peso do fígado era registado, de forma a obter uma maior confiança em relação à causa de morte dos animais. Também se efectuou a determinação do diâmetro médio das estirpes de M. aeruginosa, tóxicas e não tóxicas, que foram testadas. Das outras espécies não foram determinadas devido ás dificuldades, inerentes à sua forma e tamanho, e não ter muito significado para os objectivos do trabalho, que seria a comparação com as estirpes tóxicas. A determinação do diâmetro médio fez-se ao microscópio óptico, utilizando-se uma ocular micrométrica e, pelo menos, 10 leituras para cada estirpe. Com os valores obtidos, fizeram-se gráficos comparativos entre diâmetros e desvios padrão, diâmetros das espécies tóxicas e DL50, diâmetros das estirpes tóxicas e não tóxicas. 14 Os pesos do fígado, em percentagem do peso total do corpo, assim como o tempo de sobrevivência dos murganhos, foram analisados em termos de frequência em que ocorreram. Para os pesos do fígado, fez-se um histograma, utilizando intervalos de percentagens de 0,5%. Para os tempos de sobrevivência, utilizaram-se intervalos de 15min. Estes dois parâmetros foram também comparados entre si, sendo apresentado um diagrama de dispersão. Em algumas situações recorreu-se a testes estatísticos para comprovar a significância dos dados observáveis nos gráficos. Os testes utilizados foram os seguintes: -Coeficiente de correlação -Teste t-student 15 RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante os 14 meses em que decorreu o estudo, entre Janeiro de 1992 e Fevereiro de 1993, recolheram-se 103 amostras, das quais se isolaram 63 estirpes. Destas, cerca de 12 ainda se encontram em fase de isolamento, pois a sua purificação tem-se revelado bastante difícil. Durante este período encontraram-se várias espécies, das quais se conseguiram manter quatro (Microcystis aeruginosa, Oscillatoria sp., Synechococus sp. e Phormidium sp.). Pela análise da figura 3, verifica-se que a espécie mais frequente é M. aeruginosa , o que está de acordo com outros autores que referem que esta espécie é a mais abundante nas massas de água, quer em Portugal (Vasconcelos, 1994), quer noutros países (Carmichael, 1992; Watanabe et al., 1986; Nakano et al., 1989). Synechococus e Oscillatoria, surgem também com percentagens consideráveis, apesar de bastante baixas em relação à de M. aeruginosa. Outras espécies surgiram durante as análises das amostras, como Anabaena flos-aquae e M. viridis. No entanto, estas perderam-se devido ao facto de se terem mostrado difíceis de isolar e manter em cultura, e como surgiram com pouca frequência, não foi possível isolar nenhuma. As amostragens na lagoa das Braças, só foram realizadas entre Janeiro e Julho de 1992, como se pode ver na figura 4. Isto deve-se ao facto desta lagoa ter ficado sem água, tornando impossível a amostragem. Em Julho de 1992 , apenas se fez amostragem na estação de Braças 1, pois nas estações 2 e 3 já não havia água. Em Agosto já não foi feita amostragem nesta lagoa. Pela análise das figuras 4, 5, e 6, pode-se verificar que as lagoas apresentam dois tipos de comportamento, em termos de diversidade específica, durante o período em estudo. Assim, podemos verificar que, entre Janeiro e Julho de 1992, se observa uma dominância nítida da M. aeruginosa. Esse facto é menos evidente na lagoa de Mira, devido, provavelmente, ao menor número de estirpes isoladas. No entanto, em relação às outras duas lagoas, e ainda mais nas Braças, podemos observar séries contínuas desta espécie, ao longo do tempo. Por exemplo, nas Braças 2, entre Janeiro e Junho de 1992 (em todas as amostragens efectuadas nessa estação - fig. 4), e nas Braças 3 entre Janeiro e Junho de 1992 houve apenas uma interrupção, no mês de Fevereiro, por Synechococcus. Na Vela, podemos encontrar uma série contínua entre 16 Gráfico 1- Percentagem de espécies isoladas a partir de amostragens das lagoas das Braças, Vela e Mira, entre Janeiro de 1992 e Fevereiro de 1993 4,76% 1,59% M.A. Ma - isoladas 15,87% Ma - em isolamento M. A. O. isoladas 4,76% 53,97% O. em isolamento S. isoladas 7,94% S.em isolamento 11,11% Ph. isoladas Fig 3-Diagrama da distribuição das espécies encontradas ao longo dos 7 meses de amostragem, nas Braças (Ma- Microcystis aeruginosa, S-Synechococus, O-Oscillatória, Ph- Phormidium, *- Espécies em isolamento, +- Espécies não testadas, t-Espécies tóxicas) Ma S+ Ma Ma O Jan.92 Fev.92 Mar.92 Abr.92 Mai.92 Jun.92 Jul.92 Braças 1 Ma t Ma Ma Mat Ma Ma Jan.92 Fev.92 Mar.92 Abr.92 Mai.92 Jun.92 Jul.92 Braças 2 Ma t S Ma Ma Ma Ma Jan.92 Fev.92 Mar.92 Abr.92 Mai.92 Jun.92 Jul.92 Braças 3 17 Fig 5-Diagrama da distribuição das espécies isoladas ao longo dos 14 meses de amostragem, na lagoa de Mira ( Ma- Microcystis aeruginosa, S-Synechococus, O-Oscillatória, Ph- Phormidium, *- Espécies em isolamento, +- Espécies não testadas, t-Espécies tóxicas) Ma t Ma S* O S S* Ma* Jan.92 Fev.92 Mar.92 Abr.92 Mai.92 Jun.92 Jul.92 Ago.92 Set.92 Out.92 Nov. 92 Dez.92 Jan.93 Fev.93 Mira 1 Ma Ma Mat S S O+ S O* Ma* Jan.92 Fev.92 Mar.92 Abr.92 Mai.92 Jun.92 Jul.92 Ago.92 Set.92 Out.92 Nov. 92 Dez.92 Jan.93 Fev.93 Mira 2 Ma* Ma* S S Ma O Ma* Ma* S Jan.92 Fev.92 Mar.92 Abr.92 Mai.92 Jun.92 Jul.92 Ago.92 Set.92 Out.92 Nov. 92 Dez.92 Jan.93 Fev.93 Mira 3 Fig 6-Diagrama da distribuição das espécies isoladas ao longo dos 14 meses de amostragem, na lagoa da vela ( Ma- Microcystis aeruginosa, S-Synechococus, O-Oscillatória, Ph- Phormidium, *- Espécies em isolamento, +- Espécies não testadas, t-Espécies tóxicas). Mat Mat Mat Ma+ S* Ph+ Jan.92 Fev.92 Mar.92 Abr.92 Mai.92 Jun.92 Jul.92 Ago.92 Set.92 Out.92 Nov. 92 Dez.92 Jan.93 Fev.93 Vela 1 Mat Ma Mat O O* Jan.92 Fev.92 Mar.92 Abr.92 Mai.92 Jun.92 Jul.92 Ago.92 Set.92 Out.92 Nov. 92 Dez.92 Jan.93 Fev.93 Vela 2 Mat Mat Mat Mat Ma* S O* Ma Ma Mat Jan.92 Fev.92 Mar.92 Abr.92 Mai.92 Jun.92 Jul.92 Ago.92 Set.92 Out.92 Nov. 92 Dez.92 Jan.93 Fev.93 Vela 3 Março e Julho de 1992, com 5 registos consecutivos de M. aeruginosa. Nesta lagoa, no entanto, a dominância não é tão evidente como nas Braças, apesar de ser mais que em Mira. Entre Agosto de 1992 e Fevereiro de 1993 este comportamento altera-se significativamente, quer 18 na lagoa de Vela, quer mesmo em Mira, apesar de nesta a homogeneidade de M. aeruginosa, nunca ter sido tão importante. Pode haver duas hipóteses para a justificação desta heterogeneidade mensal da distribuição da M. aeruginosa, que surge em Agosto de 1992. Primeiro, porque nestes meses pode existir em pequenas quantidades tornando-se difícil a sua detecção e isolamento. Por outro lado, como a eficiência de isolamento das espécies identificadas não é de 100%, o não aparecimento de M. aeruginosa nestes meses, pode ser devido ao facto da estirpe se ter perdido por dificuldades no isolamento (Nakano et al., 1989). Um exemplo deste facto é relativo à amostragem de Janeiro de 1993. Quando se fizeram as identificações das espécies das amostras, surgiram colónias de M. aeruginosa que pareciam facilmente isoláveis. Estas foram colocadas nos tubos de ensaio com Z8, e, passada uma semana, quando se ia fazer a sementeira em placas de Petri, existiam muitas outras microalgas, mas M. aeruginosa tinha desaparecido. Disto, resultou que das 6 amostras obtidas nesta amostragem, apenas na estação de Mira 3, se conseguiu uma cianobactéria, neste caso, M. aeruginosa. Em termos de toxicidade, esta “não dominância”, de M. aeruginosa, reflecte-se no facto de só uma estirpe ser tóxica, ao longo de todo este período. De todas as espécies isoladas, unicamente M. aeruginosa apresenta estirpes tóxicas. Em relação a Oscillatoria, existem dados sobre a ocorrência de estirpes tóxicas (Berg et al., 1986). Quanto a Synechococcus, os registos de espécies tóxicas são ainda escassos, não podendo unicamente com estes resultados tirar conclusões acerca da incidência de toxicidade nesta espécie. O que se verifica, e neste caso também em relação a Oscillatoria, é que, durante o período de amostragem, não surgiu qualquer estirpe tóxica, destas cianobactérias. M. aeruginosa foi pois a única espécie que apresentou estirpes tóxicas, ao longo dos 14 meses de amostragem, nas 3 lagoas. Em termos totais (fig.7), verifica-se que cerca de 32,6% das estirpes encontradas são tóxicas, o que corresponde a um pouco menos de metade das estirpes, desta cianobactéria, que foram purificadas e testadas. A frequência de estirpes tóxicas variou também entre as lagoas. Assim, verifica-se que a lagoa da Vela apresenta uma maior proporção de estirpes tóxicas (fig.8), cerca de 76,9%, enquanto que na lagoa de Mira e Braças, apenas 33,3% e 21,4%, respectivamente, das estirpes são tóxicas. Nesta última, Braças, a grande dominância de M. aeruginosa não se traduz numa elevada percentagem de estirpes tóxicas, ao contrário do que 19 Fig. 7- Percentagem de estirpes tóxicas e não tóxicas isoladas a partir das lagoas das Braças, Vela e Mira, entre Janeiro de 1992 e Fevereiro de 1993 Ma M.A.tóxica tóxica 19,57% 32,61% 0,00% Ma M. A. não não tóxica tóxica O O. tóxica tóxica 8,70% O O.não nãotóxica tóxica 0,00% SS.tóxica tóxica SS.não nãotóxica tóxica 39,13% Fig. 8- Proporção de estirpes tóxicas e não tóxicas nas três lagoas entre Janeiro de 1992 e Fevereiro de 1993. 100% 80% 60% Não tóxica 40% Tóxica 20% 0% BRAÇAS MIRA VELA acontece na lagoa da Vela. Na lagoa de Mira a percentagem de estirpes tóxicas também é relativamente baixa, mas a dominância desta espécie também não tão evidente como nas outras duas lagoas. De qualquer 20 forma, com excepção da lagoa das Braças, verifica-se uma associação entre o período de maior frequência de M. aeruginosa ao aparecimento de estirpes tóxicas. Após Julho de 1992, a única estirpe tóxica que aparece é em Fevereiro de 1993 (fig.6). Nas Braças, como não há resultados após o mês de Julho, não se pode fazer esta associação. Portanto, entre Agosto e Dezembro de 1992, não só esta espécie perde a dominância, como também a toxicidade desaparece. O aparecimento desta estirpe tóxica, Fevereiro de 1993, pode levantar a hipótese que este fenómeno é periódico e sazonal. Com a determinação da toxicidade de mais algumas estirpes que falta isolar, poderíamos confirmar melhor esta hipótese. De qualquer forma, só um estudo mais longo poderia apoiar esta hipótese. Uma outra característica que se pode observar, menos evidente nas lagoas das Braças e Mira devido ao pequeno número de estirpes tóxicas, é a forma de variação da DL50 (Fig. 9, 10 e 11). Este valor, que varia entre 10 e 120mg/kg, representa apenas a toxicidade potencial, uma vez que as cianobactérias cresceram em condições laboratoriais optimizadas, para se obter uma maior produção de toxinas. Em relação à lagoa das Braças, pode-se verificar que há um aumento do valor da DL50 (diminuindo a toxicidade potencial), de Janeiro para Julho. Isto é mais evidente na lagoa da Vela (Fig.11), estação Vela 3, em que o valor vai subindo sucessivamente de 55-70 para 90 e depois para 120, durante os meses de Março, Abril e Maio de 1992, respectivamente. Apesar da quebra que surge em Junho de 1992, nesta estação, este facto parece ser apoiado pelo que acontece nas outras duas estações desta lagoa e pelo que acontece nas outras lagoas, apesar de o número de estirpes ser menor. Além disso, o aparecimento da estirpe tóxica em Fevereiro de 1993, nesta mesma estação, e com uma toxicidade da ordem dos 10mg/kg, para a DL50, parece também apoiar esta hipótese. Portanto, teremos uma diminuição progressiva da toxicidade de Janeiro a Julho, até desaparecer completamente, entre os meses de Agosto e Dezembro de 1992. Considerando que este facto não é devido a um simples acaso, no entanto seria necessário um estudo mais prolongado para confirmação, pode-se admitir duas justificações para a sua ocorrência: -Estirpes tóxicas e não tóxicas têm necessidades fisiológicas diferentes, surgindo em épocas diferentes, com condições ambientais diferentes. -As condições de crescimento durante o Inverno são adversas, tendo por isso um crescimento menor, recorrendo a substâncias tóxicas para 21 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Jan-92 Fev-92 Mar-92 Abr-92 Mai-92 Jun-92 Jul-92 mês Braças 1 Braças 2 Braças 3 Fig. 9- DL5 -DL50 das estirpes tóxicas de Microcystis Gráfico 50 (mg/kg) das estirpes tóxicas, referentes ás 3 aeruginosa estações , nas trêsdaestações lagoa dedaMira lagoa de Mira. 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Mira 1 Mira 2 mês 22 Fev-93 Jan-93 Dez-92 Nov-92 Out-92 Set-92 Ago-92 Jul-92 Jun-92 Mai-92 Abr-92 Mar-92 Fev-92 Mira 3 Jan-92 mg/Kg mg/Kg Fig. 9- DL 4 50 (mg/kg) estirpes tóxicas de Microcystis Gráfico - DL50 das das estirpes tóxicas, referentes ás 3 aeruginosa ,estações nas trêsda estações lagoa das da lagoa Braças. das Braças. 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Fev-93 Jan-93 Dez-92 Nov-92 Out-92 Set-92 Ago-92 mês 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Intervalo onde se encontra o DL50 50 da estirpe DL50 Jan-92 Fev-92 Mar-92 Abr-92 Mai-92 Jun-92 Jul-92 Ago-92 Set-92 Out-92 Nov-92 Dez-92 Jan-93 Fev-93 mg/Kg Vela 1 Jul-92 Jun-92 Mai-92 Abr-92 Mar-92 Fev-92 DL50 Jan-92 mg/Kg Fig. 9- DL das estirpes de ás Microcystis Gráfico 5- DL50 50 (mg/kg) das estirpes tóxicas,tóxicas referentes 3 aeruginosa estações da ,lagoa nas três da Vela. estações 6A-Estação da lagoa da 1 (Vela Vela 1); (Vela 1, Vela 2, Estação Vela 3). 3 (Vela 3). 6B- Estação 2 (Vela 2); 6C- mês Vela 2 23 140 120 100 80 60 40 20 0 Intervalo onde se encontra o DL50 50 da espécie. DL50 50 Jan-92 Fev-92 Mar-92 Abr-92 Mai-92 Jun-92 Jul-92 Ago-92 Set-92 Out-92 Nov-92 Dez-92 Jan-93 Fev-93 mg/kg Fig 11-Continuação mês Vela 3 24 sobreviver aos seus consumidores. No Verão, em condições melhores, crescem mais rapidamente, e baseiam a sua estratégia de sobrevivência neste crescimento, evitando gastar energia na formação de metabolitos secundários. Um outro parâmetro que foi estudado, para as estirpes de M. aeruginosa, foi o seu diâmetro médio (fig. 12, 13, 14 e 15). O diâmetro celular médio das estirpes tóxicas (fig.12), encontra-se entre 4,6 e 7,1 µm, apresentando um desvio padrão de 0,78, que no entanto é inferior ao desvio padrão que ocorre em clones de algumas estirpes. O que significa que a variabilidade pode ser maior dentro das estirpes do que entre elas. A análise correlação, entre os diâmetros médios e os seus desvios padrão, resultou da quase nula, com uma confiança de 95%. O resultado da análise foi: r=0,0152 para n=14 com 95% de confiança r< 0,567, o que significa que a correlação não é significativamente diferente de zero. Portanto, a variabilidade de cada estirpe é independente do seu diâmetro. r=1,36.10-3 para n=12 com 95% de confiança r<0,59 o que significa que a correlação não é significativamente diferente de zero. Portanto, o valor da DL50 de cada estirpe é independente do seu diâmetro médio. Nas estirpes não tóxicas, encontra-se um comportamento semelhante. Não se encontra correlação entre o diâmetro médio e sua variabilidade. Isto pode-se verificar facilmente pela análise da fig.14, e pelo coeficiente de correlação: r=0,01776 para n=16 com 95% de confiança r<0,49 o que significa que a variabilidade das estirpes é independente do seu diâmetro médio. Um resultado mais significativo, resultou da comparação entre os diâmetros médios das estirpes tóxicas e não tóxicas (fig.15). Pela análise do gráfico, verifica-se que há uma tendência para o tamanho médio das estirpes tóxicas ser maior. Para confirmar esta hipótese realizou-se um t 25 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Sd do diâmetro médio Diâmetro celular médio Jan. 92 Jan. 92 Jan. 92 Fev.92 FeV.92 Mar.92 Abr.92 Abr.92 Mai.92 Mai.92 Jun.92 Jun.92 Jun.92 Jul.92 Fev.93 D (µm) Fig. Diâmetro celular médio (µm), das estirpes Fig. 12-12Diâmetro celular médio (µm), das estirpes tóxicas Microcystis aeruginosa isoladas nas três tóxicas dede Microcystis aeruginosa isoaldas nas três lagoas entre Janeiro de 1992 e Fevereiro de 1993 (Sd lagoas entre Janeiro de 1992 e Fevereiro de 1993. desvio padrão). Fig.1213 Toxicidade das estirpes de Microcystis aeruginosa -DL 50 - e diâmetro médio celular (µm). 8D µm 7 (µm) 6 5 4 3 2 1 0 DL50 50 Diâmetro celular Jan. 92 Jan. 92 Jan. 92 Fev.92 FeV.92 Mar.92 Abr.92 Abr.92 Mai.92 Mai.92 Jun.92 Jun.92 Jun.92 Jul.92 Fev.93 mg/kg 140 DL50 120 (mg/kg) 100 80 60 40 20 0 Estirpe Também entre o diâmetro médio de cada estirpe e seu DL50 (fig. 13), não existe correlação. A análise do gráfico da figura 13 já dá uma ideia deste facto. Da análise estatística resultou: 26 este t- student, cujo resultado foi: t=8,76 para 28 G.L.com 99% de confiança t>2,79 (valor tabelado para 25 G.L.) o que significa que existem diferenças significativas entre os dois grupos de estirpes, diferenças estas que não são devidas ao acaso. Daqui resulta, que as estirpes tóxicas, têm em média um diâmetro superior ao das estirpes não tóxicas. As estirpes a que correspondem os números referenciados em abcissas encontram-se no quadro 1 (apêndice). A referência a algumas estirpes cujos diâmetros não foram determinados, deve-se ao facto destas terem sido testadas e entretanto terem morrido, não tendo sido possível fazer a sua determinação. No entanto, como o resultado da toxicidade já era conhecido, achou-se pertinente referenciá-las. Dois dos efeitos das hepatotoxinas nos murganhos são o aumento do a suspeitar à primeira vista, uma vez que quanto maior o tempo de sobrevivência, mais tempo haveria para o sangue se concentrar neste órgão. O aparecimento de uma elevada percentagem de estirpes tóxicas, algumas com valores de DL50 muito baixos, podendo chegar aos 10mg/kg, vem de encontro à importância deste tipo de trabalhos. 600 mg duma estirpe com este DL50, pode, nestas condições, causar a morte a uma pessoa com 60kg de peso. Este valor extremamente baixo, que é devido às condições de cultura ideais, e por infecção i.p., refere apenas uma toxicidade potencial. No entanto, estirpes com toxicidade desta ordem de grandeza, são extremamente perigosas no meio natural, para populações que tenham contacto directo com a água. Isto sem esquecer o risco que existe para as populações que estejam em contacto com águas contaminadas por qualquer estirpe tóxica. Tendo em conta que as estirpes tóxicas podem surgir em alturas em que as lagoas são utilizadas por populações humanas, quer para lazer (final da Primavera e princípio do Verão), quer para outras actividades que aí realizem, os riscos de ocorrerem intoxicações agudas são grandes. Um outro problema para a saúde pública é a capacidade que algumas toxinas possuem como promotores de tumores, em doses subletais. Com estudos realizados recentemente, verificou-se que estes problemas podem ainda ser agravados, com a possibilidade de algumas 27 5 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 Set.92 Jun.92 Jun.92 Mai.92 Mai.92 Abr.92 Mar.92 Fev. 92 Sd do diâmetro médio Fev.92 D (µm) Fig.14-Diâmetro Fig. 14- Diâmetrocelular celularmédio médio(µm), (µm),das dasestirpes estirpesnão nãotóxicas de Microcystis aeruginosa isoladas nas três lagoas entre tóxicas de Microcystis aeruginosa Janeiro de 1992 e fevereiro de 1993 (Sd- desvio padrão) Diâmetro celular médio Estirpe Fig. 15- Variação do diâmetro médio (µm) das estirpes tóxicas e não tóxicas de Microcystis aeruginosa 8 7 Diâmetro celular médio das estirpes tóxicas 5 4 3 2 1 Estirpes 28 17 15 13 11 9 7 5 3 0 1 D (µm) 6 Diâmetro celular médio das estirpes não tóxicas >180 165-180 150-165 135-150 120-135 105-120 90-105 75-90 60-75 45-60 30-45 15-30 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0-15 Nº de ocorrências Fig. 16- Tempos de sobrevivência de murganhos injectados com doses letais de Microcystis aeruginosa. Intervalo de tempo (minutos) Fig.17-Percentagens de peso do fígado, relativamente ao peso total, de murganhos injectados com doses letais de Microcystis aeruginosa. 20 15 10 5 Intervalos de % de peso de figado 29 11,5-12 11-11,5 10,5-11 10-10,5 9,5-10 9-9,5 8,5-9 8-8,5 7,5-8 0 7-7,5 Nº de ocorrências 25 toxinas serem bioacumuláveis, ou seja, poderem passar através da cadeia trófica, sem serem alteradas, até atingirem o homem. Erikson et al. (1989), referem a ocorrência deste fenómeno em moluscos de água doce (Anodonta cygnea). Como nestes lagoas é praticada a actividade piscatória, quer como pesca desportiva (Mira), quer como pesca profissional (Vela), não é de excluir a possibilidade da ocorrência de problemas, devidos à bioacumulação das toxinas em peixes. Apesar de todos estes problemas que podem provocar nas populações humanas, é sobretudo nos animais que os principais problemas ocorrem. Isto deve-se ao facto do Homem apresentar uma elevada selectividade em relação à água que ingere. O aumento da eutrofização destas lagoas levam-nos a pensar que as possibilidades de intoxicações humanas, agudas e crónicas deverão aumentar ao longo do tempo. A monitorização regular da toxicidade e o controlo efectivo das fontes de nutrientes afiguram-se como medidas necessárias e urgentes no sentido de evitar riscos para a saúde pública. Em apêndice, apresentam-se os registos dos bioensaios efectuados para as estirpes testadas. Fig. 18- Relação entre o tempo de sobrevivência dos murganhos, injectados com doses letais de Microcystis aeruginosa , e o aumento do peso do fígado. Peso do fígado (% de peso corporal) 12 11 10 9 8 7 0 50 100 150 tempo em minutos 30 200 250 CONCLUSÕES Após a análise dos resultados, pode-se chegar a algumas conclusões: -Microcystis aeruginosa é a espécie dominante entre Janeiro e Julho de 1992, sobretudo nas lagoas das Braças e Vela, altura em que perde a dominância, e as proporções das diferentes espécies passa a ser mais ou menos equilibrada. -Apesar de estarem descritas outras espécies de cianobactérias potencialmente tóxicas, M. aeruginosa é a única que surge nestas três lagoas com estirpes tóxicas. Oscillatoria e Synechococcus não apresentam qualquer estirpe tóxica durante o período estudado (nas amostras testadas). -M. aeruginosa, no entanto, apresenta unicamente estirpes tóxicas entre Janeiro e Julho. Durante este período a sua toxicidade vai decrescendo, acabando por deixar de existir, entre Agosto e Janeiro. As diferentes estirpes, colhidas em cada mês, quer nas diferentes lagoas, quer nas diferentes estações de uma lagoa ou mesmo de anos diferentes, apresentam valores médios da DL50 relativamente semelhantes e sucessivamente maiores à medida que se avança de Janeiro para Julho. -Também a percentagem de estirpes tóxicas varia entre as lagoas. É superior na lagoa da Vela (77%), seguindo-se as outras duas, Mira (33%) e Braças (21,4%). Nas Braças, onde a dominância de M. aeruginosa é mais acentuada, a percentagem de estirpes tóxicas é a mais baixa, ao contrário do que acontece na Vela. -Associado à toxicidade parece estar o diâmetro médio celular. Assim, as espécies tóxicas apresentam, em média, um diâmetro celular superior ao das não tóxicas. Este diâmetro, no entanto, não se reflecte numa maior ou menor toxicidade da estirpe. O diâmetro celular médio é independente da DL 50 da estirpe. -Os diâmetros celulares médios são também independentes do seu desvio padrão. Isto significa que o diâmetro celular não determina a variabilidade, em termos de tamanho, das células da estirpe, quer nas tóxicas quer nas não tóxicas. 31 -Uma associação que também se verificou não existir, é o aumento do peso do fígado e o tempo de sobrevivência, em animais intoxicados com doses letais de material liofilizado de M. aeruginosa. Assim, um maior tempo de sobrevivência não implica necessariamente um maior aumento do peso do fígado. -O aparecimento de estirpes com toxicidade potencial relativamente elevada, com alguns valores de DL50 na ordem dos 10mg/kg (o que significa que, nestas condições, 600mg desta cianobactéria liofilizada injectada intraperitonealmente são capazes de levar à morte um homem com cerca de 60kg por injecção i.p.), leva à necessidade de alertar as autoridades para este problema. Além de ser necessário a continuação destes estudos, é indispensável tomar medidas que levem à diminuição da eutrofização das lagoas, juntamente com planos para a sua recuperação. É também necessário alertar as comunidades que utilizam estas zonas húmidas, para o perigo que existe no contacto com a água. 32 AGRADECIMENTOS Agradeço a V. Vasconcelos, quer pela oportunidade que me deu para a realização do trabalho, quer por todo o apoio na realização do mesmo, desde o campo até ao laboratório, bem como na revisão e leitura crítica do manuscrito. Quero também agradecer a F. Gonçalves, M. Reis, P. Barros, C. Moutinho e O. Matias, pela sua ajuda no campo; a T. Campos pela sua ajuda no campo e laboratório; a P. Correia pela sua ajuda nas culturas; a M. Vieira e P. Alves pela sua ajuda na redacção do relatório. Este trabalho não seria realizável sem o apoio do Instituto de Zoologia “Dr. Augusto Nobre”. Finalmente, agradeço à J.N.I.C.T., que financiou o trabalho através do projecto PEAM/C/CNT/38/91. 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADAMS, W.H., STONE, J.P. SYLVESTER, B., STONER, R.D. SLATKIN, D.N., TEMPEL, N.R. & SIEGELMAN, H.W., 1988. Pathophysiology of cyanoginosin-LR: In Vivo and in Vitro studies. Toxicology and Applied pharmacology. 96: 248-257. *BEASLEY, V.R., COOK, W.O., DAHLEM, A.M., HOOSER, S.B., LOVELL, R.A. & VALENTINE, W. M.,1989. Intoxication in livestock and water fowl. Clinical Toxicology-Veterinary Clinics of North America. Food Animal practice. 5: 345-361 BERG, K., SKULBERG, O.M., SKULBERG, R., UNDERDAL, B. & WILLEN, T., 1986. Observations of toxic blue-green algae (cyanobacteria), in some Scandinavian lakes. Acta Veterinaria Scandinavia. 27: 440-452. *CARMICHAEL, W.W. (ed.) 1981. The water environment - Algal Toxins and Health, Plenum, N. Y. CARMICHAEL, W.W. (1992). Cyanobacteria secondary metabolites. A review. J. 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The distribution and relative abundance of bloom forming Microcystis species in several eutrophic waters. Jpn. J. Limnol.47 (1): 87-93 36 *ZILBERG, B. 1986. Gastroenteritis in Salisbury European childrenA five years study. Cent. Afr. J. Med. 12:164-168. *Referências bibliográficas não consultadas directamente. 37 APÊNDICE Quadro 1- Correspondência entre os códigos das estirpes tóxicas e não tóxicas de Microcystis aeruginosa (os números da primeira coluna são os utilizados no gráfico da figura 15). ESTIRPES CÓDIGO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 TÓXICAS MÊS IZANCYA 45 Jan. 92 IZANCYA 46 Jan. 92 IZANCYA 47 Jan. 92 IZANCYA 50 Fev.92 IZANCYA 54 FeV.92 IZANCYA 61 Mar.92 IZANCYA 72 Abr.92 IZANCYA 74 Abr.92 IZANCYA 83 Mai.92 IZANCYA 85 Mai.92 IZANCYA 96 Jun.92 IZANCYA 99 Jun.92 IZANCYA 101 Jun.92 IZANCYA 104 Jul.92 IZANCYA 186b Fev.93 38 ESTIRPES NÃO TÓXICAS CÓDIGO MÊS IZANCYA 48 Fev.92 IZANCYA 51 FeV.92 IZANCYA 53 Fev. 92 IZANCYA 57 Mar.92 IZANCYA 58 Mar.92 IZANCYA 60 Mar.92 IZANCYA 73 Abr.92 IZANCYA 80 Mai.92 IZANCYA 81 Mai.92 IZANCYA 82 Mai.92 IZANCYA 86 Mai.92 IZANCYA 87 Mai.92 IZANCYA 92 Jun.92 IZANCYA 93 Jun.92 IZANCYA 94 Jun.92 IZANCYA 108 Jul.92 IZANCYA 161a Set.92 IZANCYA 180 Jan.93 Tabelas relativas aos resultados dos ensaios de toxicidade nos murganhos. Braças 1-Fev. 92 IZANCYA 48 A 1 2 3 CONC. (mg/ml) 42,3 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/3 50/3 2 3 1 2 3 CONC. (mg/ml) a B C B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 21,7 1 21 1 Braças 2-Mar. 92 IZANCYA 57 A 1 C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 21,4 1 21,7 1 Mira 2-Fev. 92 IZANCYA 53 A 1 B PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 20,8 1 20 1 Braças 3-Fev. 92 IZANCYA 52 A 1 C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 14,4 0,5 Braças 2-Fev. 92 IZANCYA 51 A 1 B B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) Braças A 3-Mar. 92 B C IZANCYA 58 CONC. PESO DOS QUANT. (mg/ml) MURG. (g) INJECT. (ml) a 39 D DOSE (mg/kg) 483 D DOSE (mg/kg) 481 500 D DOSE (mg/kg) 467 461 D DOSE (mg/kg) 476 488 D DOSE (mg/kg) D DOSE (mg/kg) Vela 2-Fev. 92 IZANCYA 60 A 1 2 3 CONC. (mg/ml) 30/10 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 29,9 1 D DOSE (mg/kg) 355 4 Braças 3-Abr. 92 IZANCYA 73 A 1 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 Mira 3-Abr. 92 IZANCYA 77 B A 1 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/3 50/3 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/3 50/3 2 3 4 CONC. (mg/ml) 30/3 30/3 C B C B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 15,6 0,28 17,7 0,32 Braças 3-Mai. 92 IZANCYA 82 A 1 B PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 18,4 0,33 17,6 0,28 Braças 2-Mai. 92 IZANCYA 81 A 1 C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 21,7 1 24,4 1 Braças 1-Mai. 92 IZANCYA 80 A 1 B PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 20 1 14,3 0,95 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 19,4 0,58 25,6 0,83 40 D DOSE (mg/kg) 500 700 D DOSE (mg/kg) 461 410 D DOSE (mg/kg) 300 300 D DOSE (mg/kg) 300 300 D DOSE (mg/kg) 400 432 Mira 1-Mai. 92 IZANCYA 86 A 1 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/8 50/8 A 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 2 3 CONC. (mg/ml) 30,3 C B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 17,6 1 14,2 1 Braças 2-Jun. 92 IZANCYA 93 A 1 B PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 30,3 1 25,8 1 Braças 1-Jun. 92 IZANCYA 92 1 C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 17,6 1 17,3 1 Mira 2-Mai. 92 IZANCYA 87 A 1 B B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 18,9 1 D DOSE (mg/kg) 568 578 D DOSE (mg/kg) 206 242 D DOSE (mg/kg) 568 704 D DOSE (mg/kg) 529 4 Braças 3-Jun. 92 IZANCYA 94 A 1 2 3 CONC. (mg/ml) 30/3 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 18,9 1 D DOSE (mg/kg) 565 4 Mira 3-Jun. 92 IZANCYA 97 B A 1 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 27,8 1 26,3 1 41 D DOSE (mg/kg) 360 374 Braças 1-Jul. 92 IZANCYA 102 A 1 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 18,5 1 15,2 1 Vela 2 -Set. 92 IZANCYA 110 B A 1 C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 23,5 1 22,6 1 Mira 1-Jul. 92 IZANCYA 108 A 1 B B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 20,1 1 22,3 0,95 D DOSE (mg/kg) 426 442 D DOSE (mg/kg) 541 658 D DOSE (mg/kg) 498 448 IZANCYA 110B= YZANCYA 122 Vela 3 -Set. 92 IZANCYA 111 A 1 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 Mira 2- Set. 92 IZANCYA 113 A 1 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 C B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 31 1 24,4 1 Mira 3 -Set. 92 IZANCYA 114 A 1 B PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 27,5 1 30,2 1 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 32,6 1 27,6 1 42 D DOSE (mg/kg) 363 323 D DOSE (mg/kg) 323 379 D DOSE (mg/kg) 307 362 Mira 1- Out. 92 IZANCYA 151 A A 1 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 Mira 2 -Out 92 IZANCYA 152 A 1 2 3 CONC. (mg/ml) a B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 18,4 1 20,5 1 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) D DOSE (mg/kg) 543 488 D DOSE (mg/kg) 4 Vela 3 -Dez. 92 IZANCYA 161 A A 1 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 C B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 19,3 1 20,1 1 Vela 3 -Jan.93 IZANCYA 180 A 1 B PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 16,5 1 18,4 1 Mira 1- Nov. 92 IZANCYA 174 A 1 C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 20,3 1 19,5 1 Mira 2 -Dez. 92 IZANCYA 163 A 1 B B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 14 1 16,5 1 43 D DOSE (mg/kg) 493 513 D DOSE (mg/kg) 606 543 D DOSE (mg/kg) 518 498 D DOSE (mg/kg) 714 606 Mira 3- Jan. 93 IZANCYA 183 B A 1 2 3 4 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 Vela 1- Jan. 92 IZANCYA 45 A 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 CONC. (mg/ml) 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 CONC. (mg/ml) 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 C B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 18,3 0,329 18,3 0,329 19,7 0,0355 18,7 0,0337 15,3 0,0275 18,4 0,0033 17,1 0,05 16,1 0,05 15,3 0,02 19,7 0,03 26,8 0,06 25,6 0,05 Vela 1- Jan. 92 IZANCYA 46 A 1 B PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 19,8 1 23,7 1 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 14,5 0,26 15 0,27 18,5 0,0333 14,8 0,0266 16,2 0,0029 13,1 0,0024 20,6 0,006 14,1 0,04 14,6 0,02 14,6 0,02 21 0,041 27,6 0,058 44 D DOSE (mg/kg) 505 422 D DOSE (mg/kg) 300 300 30 30 3 3 50 50 25 25 35 35 D DOSE (mg/kg) 300 300 30 30 3 3 50 50 25 25 30 30 E F TEMPO DE FÍGADO (% MORTE (h)de peso do corpo) 1,09 8,7 1 10,6 1,28 8,8 >3 V V >3 >3 >3 >3 V 1,04 8,9 E F TEMPO DE FÍGADO (% MORTE (h) de peso do corpo) 1,16 8,1 1,21 7,9 1,3 8,4 V V V >3 >3 V V V 2,08 8,4 Braças 3- Jan. 92 IZANCYA 47 A 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 CONC. (mg/ml) 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 Mira 1- Fev. 92 IZANCYA 50 A 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 CONC. (mg/ml) 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 15,3 0,275 16,4 0,295 18 0,0324 15 0,027 18,1 0,0033 14,7 0,0026 15,5 0,19 20,8 0,25 14,3 0,062 16,2 0,07 21,1 0,06 25,8 0,08 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 28,7 1 29,5 1 27,1 0,43 26,9 0,43 24,5 0,195 25,4 0,2 30 0,096 27,8 0,089 29,4 0,188 27,1 0,13 27,1 0,13 45 D DOSE (mg/kg) 300 300 30 30 3 3 200 200 75 75 35 35 D DOSE (mg/kg) 217 211 100 100 50 50 20 20 40 40 30 30 E F TEMPO DE FÍGADO (% MORTE (h)de peso do corpo) 1,08 9 0,53 7,6 v 8,8 v v v 1,26 9 0,47 9,7 >3 >3 V 2,09 9,1 E F TEMPO DE FÍGADO (% MORTE (h) de peso do corpo) 0,44 10,3 0,42 10,9 0,47 8,1 1,14 7,8 1,01 8,4 <5 8,3 V V >3 V V Braças 3- Jan. 92 IZANCYA 54 A 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 Vela 3 - Mar. 92 IZANCYA 61 A 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 50/5 50/5 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 32,1 1 44,6 1 15,1 0,453 19,6 0,588 28,9 0,578 23,6 0,472 20,1 0,201 22,7 0,227 31,9 0,16 24,6 0,12 31,3 0,25 28,2 0,23 30,5 0,18 29,2 0,18 32,8 0,13 27,9 0,11 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 33,9 1 18 1 21,2 0,276 21,6 0,276 28,1 0,303 22,6 0,243 26,4 0,233 23,2 0,205 24,6 0,169 21,1 0,148 46 D DOSE (mg/kg) 311 224 150 150 100 100 50 50 10 10 40 40 30 30 20 20 D DOSE (mg/kg) 295 556 130 128 55 55 45 45 35 35 E F TEMPO DE FÍGADO (% MORTE (h)de peso do corpo) 0,23 8 0,26 7,1 1,26 10,3 0,54 11,1 0,46 9,9 1,2 9,8 1,21 9,3 0,57 9,7 v v 0,52 11,2 0,4 11,7 <5 10,4 <5 9,1 <5 10,2 <5 10,3 E F TEMPO DE FÍGADO (% MORTE (h) de peso do corpo) 0,29 9,1 1,35 8,6 3,21 9,9 3,14 7,7 V V V V V V Braças 2- Abr. 92 IZANCYA 72 A 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 CONC. (mg/ml) 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/3 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 Vela 3- Abr. 92 IZANCYA 74 A 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 18 0,324 14,7 0,265 14,7 0,026 16,7 0,03 13,7 0,0025 19 0,0034 21,2 0,13 19,6 0,12 18,1 0,08 15,4 0,07 20,8 0,03 16,7 0,03 27,5 0,09 22,6 0,08 20,1 0,05 23,2 0,06 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 18,4 1 15,1 1 21,6 0,108 21,7 0,1085 19,8 0,0495 20,1 0,0503 20,7 0,621 24 0,72 25,1 0,502 27,3 0,546 29,7 0,475 20,5 0,328 27,4 0,49 31 0,56 47 D DOSE (mg/kg) 300 300 30 30 3 3 100 100 75 75 25 25 60 60 45 45 D DOSE (mg/kg) 543 662 50 50 20 20 150 150 100 100 80 80 90 90 E F TEMPO DE FÍGADO (% MORTE (h)de peso do corpo) 1 8,3 1 8,6 V V V V 1,03 10,4 1,05 9,4 1,44 8,6 >3 V V 0,52 8,2 1,07 9,6 <3 1,35 8,2 E F TEMPO DE FÍGADO (% MORTE (h) de peso do corpo) 2,03 9 2,25 8,8 V V V V 2,4 10,9 1,33-2,43 9,3 2,53 9 1,33-2,43 9,7 V V <6,30 10,4 V Vela 1- Mai. 92 IZANCYA 83 A 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 CONC. (mg/ml) 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 50/8 Vela 3- Abr. 92 IZANCYA 85 A 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 50/10 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 28,7 1 29,5 1 25,1 0,4 26,5 0,42 25,5 0,2 29,2 0,23 29,9 0,096 29,4 0,094 28,8 0,368 29,4 0,376 30,5 0,34 27,9 0,31 29 0,23 28,1 0,22 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 19 1 20,1 1 26,2 0,131 24,8 0,124 23,8 0,0595 19,1 0,0478 22,5 0,675 21,9 0,657 27,7 0,554 23 0,46 17 0,272 26,4 0,422 31,6 0,88 31,4 0,82 33,3 0,87 31,6 0,76 32,3 0,78 48 D DOSE (mg/kg) 228 210 100 100 50 50 20 20 80 80 70 70 50 50 D DOSE (mg/kg) 526 498 50 50 20 20 150 150 100 100 80 80 140 140 130 130 120 120 E F TEMPO DE FÍGADO (% MORTE (h)de peso do corpo) <2 11,4 <2 11,5 0,54 9,2 0,58 9,5 V >3 V V 1,06 8,8 0,49 9 0,5 8,5 0,48 8,5 V 1,15-5,50 (7,4) E F TEMPO DE FÍGADO (% MORTE (h) de peso do corpo) 1,09 8,5 1,24 9,5 V V V V 3 9 2,28 9,4 V V V V <2,40 (9,4) >3 <3 10,5 V <3 8,6 Vela 1- Jni. 92 IZANCYA 99 A 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 CONC. (mg/ml) 30/10 50/10 50/10 50/10 51/10 50/10 50/10 50/10 51/10 50/10 50/10 50/10 51/10 Vela 3- Jun. 92 IZANCYA 101 A 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 CONC. (mg/ml) 30/10 30/10 30/10 30/10 30/10 30/10 30/10 30/10 30/10 30/10 30/10 30/10 30/10 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 27,3 1 21,2 0,21 22,3 0,23 23,5 0,12 18,7 0,094 20,3 0,041 20,4 0,041 a a a a a a B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 27,6 0,85 22,2 0,22 21,6 0,22 22,3 0,11 20,8 0,1 22 0,044 21,6 0,043 22,7 0,1 26,8 0,12 24,9 0,1 20,5 0,082 28,1 0,092 20,8 0,073 49 D DOSE (mg/kg) 366 100 100 50 50 20 20 90 90 75 75 60 60 D DOSE (mg/kg) 308 100 100 50 50 20 20 45 45 40 40 35 35 E F TEMPO DE FÍGADO (% MORTE (h)de peso do corpo) 0,23 8,7 3 10,1 1,4 9,9 V V V V E F TEMPO DE FÍGADO (% MORTE (h) de peso do corpo) 0,59 9,1 2,23 10,4 2,3 11,4 3,15 10,2 >3 9,2 V V V 1,52 8,2 2,56 8 V V V Vela 1- Fev. 93 IZANCYA 186 B CONC. (mg/ml) 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 50/5 PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 27,3 1 16,5 1 27,8 0,834 26,8 0,804 25,1 0,502 24,5 0,49 25,8 0,413 19,5 0,312 30,5 0,37 30,5 0,37 29,4 0,24 34 0,27 29,7 0,12 30,4 0,12 29,1 0,15 29,9 0,15 Mira 3- Jun. 92 IZANCYA 96 A 1 2 3 CONC. (mg/ml) 10/1,2 B C PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 34,2 1 DOSE (mg/kg) 366 606 150 150 100 100 80 80 60 60 40 40 20 20 10 10 D DOSE (mg/kg) 244 TEMPO DE FÍGADO (% MORTE (h) de peso do corpo) 0,26 8,3 1,03 9,7 0,32 10,2 0,31 9,5 0,4 9 0,28 10,5 0,38 9,9 0,46-1,48 11 <6,40 11,2 <6,40 10,4 <6,40 10,8 <6,40 10,7 <6,40 10,8 <6,40 10,2 <5 7,3 V E F TEMPO DE FÍGADO (% MORTE (h) de peso do corpo) 0,36 9,2 4 Vela 2 - Jul. 92 IZANCYA 104 CONC. (mg/ml) 10/1,2 PESO DOS QUANT. MURG. (g) INJECT. (ml) 36,5 1 DOSE (mg/kg) 228 TEMPO DE FÍGADO (% MORTE (h) de peso do corpo) 0,3 10,3 a - Estirpes testadas cujos registos dos ensaios se perderam 50 ANEXOS ANEXO 1 Comunicação apresentada no 2º Encontro de Planctonologistas Portugueses, que decorreu entre 2 e 4 de Dezembro de 1992 na Universidade do Algarve (Faro). Esta comunicação está em publicação na revista UCA, da universidade do Algarve. ii ANEXO 2 Abstract da comunicação apresentada no First SETAC World Congress, que decorreu de 28 a 31 de Março de 1993 na FIL (Lisboa). iii ANEXO 3 Resumo da comunicação a apresentar na 4ª Conferência Nacional Sobre o Meio Ambiente, a decorrer entre 6 e 8 de Abril de 1994 em Lisboa (Centro Cultural de Belém). Comunicação escrita a ser publicada nas actas da mesma conferência. iv