1 Somos uma família! Material A7 Time 2x45 min Age 10-12 Palavras-Chave: LGBT, identidade de género, normas/estereótipos, direitos humanos Conteúdo Exercício de análise de imagens e de reflexão, no qual as/os alunas/os interpretam primeiro a sua estrutura familiar, desenhando a forma como a vêm e, posteriormente, debatem o conceito de família e das suas diferentes estruturas enquanto interpretam fotografias de famílias, incluindo famílias LGBT. Objetivos pedagógicos Explorar a ligação entre direitos humanos e família, reforçar o conhecimento acerca das diferentes estruturas familiares, reforçar a capacidade de análise da turma em relação ao conceito de “família” e às suas diferentes abordagens. Aumentar a capacidade das/dos alunas/os para analisar, refletir e agir relativamente ao preconceito e à discriminação, respeitando as escolhas, condições de vida e estruturas familiares das outras pessoas. Disciplinas Língua portuguesa, educação visual e tecnológica, educação moral e religiosa Tempo estimado 2 x 45 minutos Material necessário • • Marcadores e papel para desenhar; Anexo 1: para a turma: “Fotografias que representam diferentes estruturas familiares”, impressas a cores e em número equivalente aos grupos a constituir (entre 4-5 elementos cada um). 2 Instruções 1. Apresentar a atividade e iniciar o processo de desenho. Introduzir o exercício, explicando que durante a sessão irão explorar as várias formas de família com as quais as pessoas em geral e a turma se identificam e quais as que consideram ser uma família. Refira que nem todas os jovens vivem nos mesmos tipos de famílias, e que nem todos vivem em família. Pedir a cada elemento que represente através de um desenho a sua família (ou as pessoas com quem vive e que entende como sendo da sua família). Sugerir ao grupo que inclua detalhes, se assim o desejar (ex: nome, idade, sexo de cada pessoa e qual o seu parentesco). 2. Refletir em grupo sobre as estruturas familiares e apresentar os desenhos. • Perguntar à turma quais são os tipos de famílias que conhecem. Mencionar aquelas que ainda não tenham sido referidas, em particular as famílias LGBT, caso ainda não tenham sido referidas. O brainstorming pode incluir: famílias com pai ou mãe solteiros (monoparentais), famílias heterossexuais, famílias LGBT ou também conhecidas como famílias arco-íris, famílias recompostas, filhas/os adotivas/os, “famílias desmembradas” em que as crianças são retiradas aos pais, famílias com crianças com dois lares, fruto do divórcio dos pais, famílias alargadas que incluem várias gerações, etc. • De onde provém o conhecimento da turma? Dar aproximadamente a cada aluna/o dois a três minutos para apresentar os desenhos acerca da sua própria família. 3. Trabalho de grupo com base nas fotografias Dividir a turma em grupos de quatro a cinco membros e fornecer a cada grupo uma cópia do anexo 1: para as/os alunas/os - “Fotografias que representam diferentes estruturas familiares”. Pedir a cada grupo para identificar e discutir diferenças entre os desenhos que representam as suas famílias e as fotografias, fazendo o mesmo em relação às diferenças existentes entre as fotografias das várias famílias, no anexo. 4. Desenvolver a atividade, colocando questões como: • • • • • • • Foi difícil desenhar e apresentar a vossa família? Ficaram surpreendidas/os com os desenhos das/os colegas? Porquê? Ficaram surpreendidas/os com alguma das outras fotografias das famílias? Porquê? O que é que acharam interessante nesses casos? Na vossa opinião, qual é a função mais importante de uma família? É “normal” que a sociedade considere que a família consista numa mãe, num pai e seus filhos? Que vantagens ou privilégios possuem este tipo de famílias em relação às que são constituídas por pais do mesmo sexo? 3 • • • • • Relacionar o exercício com os direitos humanos, colocando questões como “todas as crianças têm o direito de viver numa família?” Quais as crianças ou jovens que talvez não vivam numa família? E onde vivem? Quem é que garante que os seus direitos são respeitados? O que aprenderam hoje acerca das famílias e das estruturas familiares? Qual é a vossa opinião sobre esta atividade? Recomendações É recomendável que se trabalhe com este material após a atividade “Regras básicas”. Também se recomenda que a turma tenha recebido uma introdução básica aos direitos humanos antes deste exercício. Poder-se-á optar por trabalhar primeiro com a atividade “O interesse superior da criança”; neste, as/os alunas/os ficam incumbidas/os de definir as necessidades da criança, de analisar a ligação entre os direitos humanos e as necessidades humanas e também de discutir quem tem a responsabilidade de respeitar, proteger e cumprir os direitos humanos. Para aprofundar o trabalho sobre normas e identidade de género, ver “Um conto de fadas”. Trata-se de uma atividade que irá proporcionar uma maior consciencialização e reflexão, por parte da turma, sobre o que é a identidade de género e quais as expetativas de género, assim como sobre o que são as normas, quais as que podem ser identificadas na escola, ou porque é que a heterossexualidade é muitas vezes entendida como mais “normal” e “natural” em oposição à homossexualidade. Ao tomarem consciência das normas e das regras não verbalizadas sobre género e sexualidade, as/os alunas/os reforçam a sua capacidade para as questionar e compreender como e porque é que algumas pessoas são discriminadas. Ao combinar “Somos uma família” com “O meu segredo”, é possível reforçar a capacidade de análise das/dos alunas/os para trabalhar as questões de identidade e experiências de cariz preconceituoso vivenciadas por colegas ou familiares. “O meu segredo”, é um exercício de visualização no qual as/os alunas/os imaginam que possuem um segredo acerca de si próprios relativamente a algo que adoram fazer. Subitamente a cena muda e aquilo que elas/eles adoram torna-se um tabu e passa a ser considerado anormal pela turma. E se esse segredo estivesse relacionado com questões de orientação sexual, identidade de género e problemas em assumir-se? No exercício reflete-se acerca de atitudes e valores e sobre como agir para evitar ser um mero espetador do preconceito e do bullying em situações que envolvem os seus próprios segredos. Para trabalhar com temas ligados às normas, identidade e integração, ver a atividade “Sê tu própria/o”, que se debruça sobre o modo como as normas sociais influenciam o comportamento e a perceção sobre nós própria/os e sobre as/os outras/os. Conhecemos desde muito cedo normas de género clássicas, assim como expetativas de comportamento definidas estritamente em dois géneros. Ao trabalhar sobre a sensibilidade para os estereótipos, reforça-se a capacidade para analisar, refletir ou agir, e inclusivamente aprender a respeitar as escolhas das outras pessoas e identificar aspetos positivos de romper com algumas das normas dominantes. 4 Anexo 1 - fotografias de famílias