“Facebooqueando” a Sala de Aula:
a lógica de uso das redes sociais online e a reestruturação
da escola.
Mariana Marlière Létti1 (UnB)
Resumo:
Os brasileiros são, atualmente, o povo que mais acessa as redes sociais
online no mundo e, ao mesmo tempo, estão entre os países com o maior
índice de evasão escolar. Como mudar estes números? A presente pesquisa
buscou compreender qual o apelo do Facebook, partindo do princípio de
que a escola é, também, uma rede social. A partir da análise de grupos
focais em escolas públicas do DF concluímos que a solução para que a
escola tenha tanto significado, para os alunos, quanto o Facebook, está
longe da simples inserção da tecnologia no dia a dia escolar. Diante disto,
passamos a traçar estratégias de transposição da estrutura e da lógica de
uso dessas redes sociais virtuais visando a construção de uma nova escola.
Palavras-chave: Educação, redes sociais, reestruturação da escola.
Abstract:
Brazilians are extremely connected to social media. At the same time, we
are one of the countries with the highest school dropout rates. How can
that trend change? This researche aims to unsderstand why kids love
Facebook and dislike their schools. We found out that the solution does not
rely on bringing social networks inside their classrooms, but rather
restructuring our schools to become Facebook-like.
Palavras-chave: Education, social network, school restructuring.
Introdução
A educação tradicional tem encontrado nas últimas décadas uma geração de
alunos que não mais se satisfaz com a combinação “saliva e giz”. Esta expressão,
retirada da linguagem popular, se refere aos recursos utilizados por essa
“ideologia” educacional: o foco no professor e a aula restrita à sala, ao livro e ao
1
Mariana LÉTTI, Doutoranda.
Universidade de Brasília (UnB)
Faculdade de Educação
[email protected]
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quadro. Percebe-se a necessidade que os jovens sentem de um “algo a mais” no
processo educacional. Essa nova geração de estudantes chega à rede de ensino com
uma demanda de conhecimento que a maioria dos professores não está pronta para
suprir. O advento das tecnologias em geral deu origem a um grupo de indivíduos
acostumados à velocidade, em contraste com as gerações anteriores que possuíam
a cultura da “contemplação”.
Essa velocidade que atualmente faz parte da vida em sociedade é devida,
em muito, ao fato das novas tecnologias estarem presentes em praticamente todas
as atividades realizadas no dia-a-dia. Além do caixa eletrônico, do bilhete
eletrônico, do microondas, da televisão e tantas outras tecnologias, temos o
crescimento do mercado de celulares com acesso à internet (smartphones) e de
computadores pessoais (notebooks). Só essas duas últimas inovações, por exemplo,
já abrem um leque quase infinito de possibilidades de recursos de socialização e
aprendizagem uma vez que o acesso à rede acontece, a qualquer momento, de
qualquer lugar.
Em vista disso, apontamos para a necessidade de refletir sobre o papel da
escola e do educador no desenvolvimento deste indivíduo que possui uma nova
forma de ver o mundo. A escola foi uma instituição “concebida com o objetivo de
atender a um conjunto de demandas específicas do projeto histórico que a
planejou e procurou pô-la em prática: a modernidade” (Sibilia, 2012:16). Logo,
estamos lidando com uma tecnologia ultrapassada e, como não nos livraremos dela,
precisamos atualizá-la.
Para tanto, acreditamos na necessidade de retirar, de nossas pesquisas, o
foco na instituição escolar e colocá-lo nos alunos e em suas subjetividades (Sibilia,
2012). Além disto, precisamos conhecer quem são estes novos sujeitos e o que eles
esperam de nós educadores, para então modificar a estrutura escolar para que ela
faça sentido dentro da sociedade atual.
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1 Problemática
Paula Sibilia, em seu livro Redes ou Paredes, afirma que a escola é uma
tecnologia: “podemos pensá-la como um dispositivo, uma ferramenta ou um
intrincado artefato destinado a produzir algo” (2012:13). Redes sociais são
estruturas sociais compostas por pessoas ou organizações, conectadas por um ou
vários tipos de relações, que partilham valores e objetivos comuns. Logo, se a
escola é uma tecnologia (e nós acreditamos que ela é), então ela é, sem dúvida,
uma tecnologia de rede social.
No entanto, se o Facebook é uma rede social e a escola também, porque os
alunos adoram tanto uma e detestam tanto a outra? Esta questão conduz à
delimitação do problema central da investigação proposta: como transformar a
“rede social escola” para que ela faça tanto sentido para os estudantes quanto as
redes sociais online?
1.1 Objetivo Geral
- Propor uma reestruturação da instituição escolar com base na lógica estrutural e
de uso das redes sociais virtuais.
1.2 Objetivos Específicos
- Compreender as expectativas pedagógicas dos atuais estudantes da rede pública
de ensino do DF;
- Compreender qual o apelo que as redes sociais online possuem para os jovens de
hoje.
- Por meio de uma antropologia de redes, separar os elementos positivos e
negativos da lógica estrutural e de uso dessas redes.
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- Transpor os elementos positivos desta lógica, a partir das expectativas estudantis,
para a estrutura escolar.
2 Referencial Teórico
2.1 Definições de Redes Sociais
Dentre as várias definições de rede social que encontramos na literatura,
optamos por adotar duas, uma vez que, por possuírem cada uma seu viés, as
entendemos como complementares.
Ao conceituar as redes sociais em termos mais exatos, a definição de Kiso
traz uma visão estrutural que julgamos ser importante no momento de analisar a
escola como rede social.
Rede social é uma estrutura social constituída por nós (no qual geralmente
são pessoas, organizações e até conceitos) que são vinculadas por um ou
mais tipos específicos de relações, como valores, visões, ideias, amigos,
gostos, tipo sexual, entre outras características que agrupam os indivíduos
por afinidades. As redes sociais encaram os relacionamentos sociais em
termos de nós e lacos. Os nós são os indivíduos de dentro das redes, e os
laços são os relacionamentos entre os indivíduos. Pode haver vários tipos
de laços entre os nós (KISO, 2009 apud SILVA, 2010).
A forma como Rocha define as redes sociais, apesar se algumas semelhanças,
possui uma abordagem radicalmente diferente da de Kiso, uma vez que ela lança
um olhar bem mais social e crítico. Segundo a autora:
A palavra rede (originária da latina rete em lingua portuguesa remete a
noçãoo de junção de nós – individuais ou coletivos – que, interligados entre
si, permitem a união, a comutação, a troca, a transformação. Estar em
rede – social, cultural, econômica, política – é (ou sempre foi) uma das
condições de possibilidade de nossa convivência neste mundo, dada a
necessidade (ou a obrigatoriedade) da contínua constituição de grupos
comuns (ou comunidades) em limitados espaços e simultâneos tempos.
(...) São sistemas abertos e em construção permanente possuindo como
característica principal a grande capacidade de transmissão de
informação. Estar em rede significa ser capaz de fazer uso da capacidade
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de ser sujeito (ativo e responsável), sugerir mudanças, administrar
complexidades e incentivar a articulação, o fortalecimento e, se
necessário, a (re)construção contínua das redes (ROCHA, 2005).
A junção destas duas definições nos oferece uma boa base de referência na
análise das redes sociais virtuais e, principalmente, da escola enquanto rede social.
2.2 Definições de Redes Sociais Virtuais
Assim como nas definições das redes sociais presenciais, é possível perceber
dois vieses claros quando se trata de conceituar as redes sociais virtuais. A primeira
se baseia em elementos estruturais e a segunda, em elementos sociais.
Boyd e Ellison trabalham com a seguinte ideia:
Nós definimos sites de redes sociais como um serviço baseado na internet
que permite que os indivíduos (1) construam um perfil público ou semipúblico dentro do sistema, (2) articulem uma lista de outros usuários com
os quais possuem conexão, e (3) ver e navegar dentro das suas próprias
listas de conexão assim como nas listas de outros usuários dentro do
sistema (Traduzido pela autora. BOYD; ELLISON, 2008:211).
Já Alex Primo, com um viés bem social, ressalta a importância da interação
na rede social, ao destacar que “[...] uma rede social não se forma pela simples
conexão de terminais. Trata-se de um processo emergente que mantém sua
existência através da interação entre os envolvidos (Primo, 2007 apud Silva,
2010 ”.
Para fins teóricos, porém, nos apropriaremos das definições elaboradas por
Raquel Recuero, por acreditarmos que elas possuem uma abordagem mais completa
do fenômeno.
Sites de redes sociais são caracterizados principalmente pela exposição
pública da rede de conexões de um indivíduo, que mostra aos demais quem
são seus amigos e a quem está conectado; e pela construção de
representações das pessoas ali envolvidas. (Esta última, enquanto fator
necessário para que a primeira possa emergir.) Assim, as redes sociais na
Internet não podem ser confundidas com a ferramenta que as suporta; são,
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por si, expressões de grupos sociais, de pessoas e instituições que estão
permanentemente interconectadas
pelas novas tecnologias
de
comunicação e informação. São constituídas pelas representações das
pessoas (os perfis no Orkut, as páginas pessoais e etc) e as conexões que
existem entre essas representações ("amigos" no Orkut, links em um blog,
etc) (RECUERO, 2009).
2.3 Redes Sociais Virtuais e a Educação
2.3.1 Novos Sujeitos
Yves Chevallard, em seu livro La Transposición Didáctica (2005) afirmou que
o sistema educacional nada mais é do que o fruto das vontades e caprichos de um
grupo de indivíduos. Indivíduos estes, que o conceberam dentro de uma lógica que
objetivava atender a um conjunto de demandas de um período muito específico na
história: a modernidade (Sibilia, 2012). No entanto, este momento histórico
passou, abrindo a possibilidade de uma nova configuração de ser humano, de
tempo e de espaço.
Pierre Babin e Marie-France Kouloumdjian também abordaram, ainda nos
anos 80, o surgimento de um novo modo de ser e de pensar. Eles acreditavam que o
meio tecnológico moderno, em especial a utilização das mídias e dos aparelhos
eletrônicos no cotidiano, gerava um novo comportamento intelectual e afetivo.
Apontaram, então, para o nascimento de uma nova cultura. Afirmaram que era
preciso mesclar a tradicional cultura do livro com a que chamaram de audiovisual,
visando retirar o que havia de melhor dos dois mundos. Esta, segundo eles, seria a
única forma de atualizar a escola (1989).
Paulo Freire também apontava constantemente para a necessidade de
integrar as novas tecnologias à educação. “Eu continuo lutando no sentido de pôr a
escola à altura de seu tempo e isto não é soterrá-la nem sepultá-la, mas é refazê-la
(...). A escola não é em si mesma errada, ela está errada” (Freire, 1995 apud:
Medeiros; Gomes, 2008:18).
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Questionamos, porém, se seria desejável integrar as novas tecnologias ao
contexto de uma escola que continua acreditando em preceitos ultrapassados como
os planos de aula pré-estabelecidos e as grades curriculares totalmente fechadas.
(Lacerda, 2011). Pode-se facilmente pegar os computadores, ligá-los à internet e
usá-los em sala. Mas isto traria a instituição escolar para o século XXI? Isto tornaria
a escola significativa para esta nova geração de estudantes?
Vale ressaltar, porém, que ao especificarmos uma geração para a qual a
educação precisa mudar para fazer sentido, não estamos nos referindo à geração
conhecida como “nativos digitais” (Prensky, 2001). Esta delimitação com base em
uma data de nascimento, embora possa fazer sentido dentro de uma sociedade com
as configurações socioeconômicas dos Estados Unidos, não tem grande valia em um
país com a extensão territorial e com os índices de desigualdade e de distorção
idade-série do Brasil.
A geração a que nos referimos, que é criadora e criatura das redes sociais
online, é a “Geração C” um termo cunhado por Dan Pankraz (2009). Ao contrário
dos chamados “nativos digitais” ou “Geração Z” este novo grupo não tem sua
delimitação baseada em idade, e sim, em hábitos. Sua designação vem da ideia de
um “coletivo conectado”. São indivíduos que têm a necessidade de fazer parte de
um grupo e que se “movem” como um enxame: várias pessoas existindo como um
único ser, ativo, rápido e sem um líder. Eles se baseiam em três pilares:
expressionismo
(criatividade),
coletivismo
(pertencimento)
e
escapismo
(competição lúdica). Para fazer com que a “GenC” se engaje em alguma ideia,
marca ou intituição, 5 questões precisam ser lembradas:
1. É sobre fazer, não dizer;
2. Se você não estimular a conversação e lhes der algo que valha a pena ser
discutido, acabou;
3. Eles não são um público alvo, são parceiros na produção, na modulação, no
desenvolvimento e na distribuição de ideias;
4. ‘Comunicação Subversiva’ é o futuro – quando a Geração C acha que
realmente sabe sobre uma marca, sobre uma ideia, eles vão propagá-la
dentro de seus coletivos;
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5. Você precisa se inspirar na cultura do coletivo que deseja alcançar.
(Traduzido pela autora. PANKRAZ, 2009: slideshare)
Nossas escolas não estão preparadas para lidar com este tipo de
subjetividade. A pedagogia atual e a estrutura escolar está, na melhor das
hipóteses, voltada para a “Geração X” (nascidos entre 1965 e 1979). E embora toda
a ideia da “Geração C” tenha sido desenvolvida pensando no mercado, ela, além de
se mostrar de grande valia para repensarmos a instituição escolar, também
encontra paralelos nos estudos realizados por educadores brasileiros. Segundo
Villela (2013), por exemplo, para que a escola se torne significativa, ela precisa
despertar três sentimentos em seus estudantes: acolhimento, o aluno precisa se
sentir bem, feliz, protegido fisica e emocionalmente; reconhecimento, deve se
sentir parte de uma comunidade de iguais, e não ser visto como um elemento
ameaçador; e pertencimento, precisa acreditar que a escola também é dele. Na
realidade, não há muita controvérsia em relação à necessidade de transformar a
instituição escolar em um ambiente que estimule postivamente os jovens. O grande
problema reside em como fazê-lo.
2.3.2 Novas Escolas
Jim Lengel traça em seu site um paralelo interessante entre a evolução da
educação e do trabalho nos séculos XIX, XX e XXI, chamando atenção para o fato de
que a o sistema escolar sempre acompanhou a evolução do mercado. No século XIX,
por exemplo, as pessoas costumavam trabalhar em grupos de dois ou três
indivíduos e, embora resolvessem os problemas juntos, cada exercia sua função.
Além disto, usavam ferramentas simples e, frequentemente, trabalhavam ao ar
livre. A escola desta época, a educação 1.0 como Lengel denominou, possuía a
mesma lógica estrutural do trabalho 1.0: pessoas de idades diferentes, estudando
juntas e com poucas ferramentas.
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O século XX trouxe consigo a consolidação do modelo fordista e do trabalho
nas fábricas, o que mudou significativamente a forma como os indivíduos se
portavam em seus ambientes de trabalho. As pessoas passaram a trabalhar
sozinhas, em estações individuais, realizando exatamente a mesma tarefa de seus
colegas ao lado. Da mesma forma, a educação, agora chamada de 2.0, acompanhou
a mudança. Nas escolas do século XX, encontramos salas de aulas fechadas e com
divisões etárias. Cada estudante é responsável pelo seu próprio desenvolvimento e
deve respeitar o tempo e o espaço determinados pela instituição.
A sociedade já modificou mais uma vez o seu sistema de trabalho, do 2.0
para o 3.0. Agora as pessoas voltam a trabalhar em pequenos grupo para a solução
conjunta de problemas, mas conjugam suas habilidades individuais à ferramentas
digitais e portáteis para a realização de uma multiplicidade de tarefas. A escola,
porém, continua operando na lógica 2.0 e este é o motivo, segundo Lengel, para o
desinteresse dos estudantes pela educação: são indivíduos vivendo sob a lógica 3.0,
mas estudando na 2.0 (Lengel, 2010).
Reservamos para esta teoria as mesmas críticas que fizemos para o conceito
de “Nativos Digitais” de Prensky (2001). No entanto, o panorama realizado por
Lengel levanta questões importantes e chega ao ponto que nos interessa: a escola
não acompanhou o desenvolvimento do indivíduo ao longo dos anos e, por isto,
perdeu seu sentido.
A realidade organizacional da Sociedade Industrial inspirava o sistema
escolar, visto que aquela escola formava Sujeitos que iriam viver naquele
tipo específico de sociedade. Naquele momento, a metáfora máquina
servia como representação da sociedade e, como não podia deixar de ser,
a escola reproduzia estas características quer fosse em sua estrutura física
(filas de carteiras, sinos para definir horários a serem cumpridos etc), quer
fosse nos procedimentos adotados (instrução de ouvir e responder,
memorização de textos desprovidos de contexto, disciplinas artificialmente
separadas). Potencializada pelas tecnologias telemáticas, a Sociedade da
Informação pressupõe uma nova metáfora para o sistema escolar: a rede
(KERBAUY; SANTOS, 2011).
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2.3.3 As Redes Sociais Online e o seu Impacto na Educação
É devido a esta nova metáfora que o número de estudos e pesquisas sobre as
possibilidades pedagógicas das novas tecnologias, em especial da internet e suas
redes
sociais,
aumentou
consideravelmente.
Desde
década
de
1990,
as
expectativas a respeito da revolução do ensino por meio destas tecnologias vem
crescendo. No entanto, “embora a adoção das tecnologias aplicadas ao cotidiano
da sala de aula tenha sido incentivada – e muito – pelas empresas fabricantes de
insumos computacionais, isso não garantiu qualidade na aprendizagem” (Kerbauy e
Santos, 2011).
O fato é que, seja por iniciativa da própria escola, seja por meio de
programas como o PROINFO, ou mesmo pelas mochilas dos alunos, os computadores
chegaram às salas de aula. Mas a inclusão destas tecnologias na educação não
ocorreu, ou melhor, não está ocorrendo tranquilamente. Existe uma forte
resistência
dos
docentes
em
aceitar
esta
nova
ferramenta
didática
e,
historicamente, não havia porque esperarmos uma reação diferente. Sempre que
uma nova tecnologia chega à escola, há um um misto de sentimentos: uma
esperança de melhoras extremas no ensino e um temor de que ela acabará com
tudo. Em geral, nada disso se cumpre (Alvarez, 2013). “Hoje é difícil imaginar, mas
o próprio livro já foi uma tecnologia nova. Era algo subversivo imaginar um
estudante lendo sozinho. Além de se imaginar que o livro tiraria o papel do
professor, também se temia que ele acabasse com a memória dos estudantes”
(Tori, 2010). Ou seja, uma integração completa entre as novas tecnologias e a
escola vai acontecer mais cedo ou mais tarde, mas não sem, primeiro, superarmos
muitos obstáculos.
O problema, no entanto, é que, ao passo em que a escola tem se mostrado
muito lenta nesta transição, os estudantes e a tecnologia nunca estiveram mais
velozes. Enquanto os docentes ainda estudam alternativas para o uso do
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computador de mesa na educação, os jovens já estão com seus smartphones,
notebooks e tablets na mão.
Felizmente, tem havido um grande empenho por parte de alguns educadores
e estudiosos em trazer a escola para o seu tempo e, acompanhando o ritmo dos
estudantes, as redes sociais parecem ser “a bola da vez”.
Considerando o ser humano como ser social, que age e modifica o meio
onde está e que responde às características desse ambiente, as redes
sociais digitais passam a ser excelentes recursos de aprendizagem, pois
favorecem o contato entre as pessoas, de tal forma que podem utilizar
diferentes mídias para se expressar (SILVA, 2010).
Uma pesquisa realizada em 2012 pelo Comit
mapeou o uso e os
entre
e 1 anos.
estor da nternet no rasil
bitos na internet de criancas e adolescentes com idades
resultado mostrou que em m dia
0
dos indiv duos nessa
fai a et ria estao nas redes sociais, mas que, quanto mais velhos, mais conectados,
chegando a 83% na faixa de 15-16 anos. Desses, mais da metade (53%) acessa seus
perfis nas redes diariamente.
Neste contexto, as práticas pedagógicas voltadas para a inovação têm
encontrado muitos espaços de reflexão dentro do meio acadêmico. O inverso
também é verdadeiro. A academia também tem se fartado de estudos de caso
sobre projetos desevolvidos com o intuito de conjugar a educação formal com a
utilização das redes sociais.
Percebem-se muitas iniciativas de professores em levar as redes sociais,
presentes no dia a dia das pessoas e, principalmente, dos alunos, para a
sala de aula; ou, então, levar para as redes sociais atividades do contexto
educacional. Os professores que aproveitam o potencial dos jovens em se
comunicar e estabelecer relações na Internet estão propondo o seu uso
com fins pedagógicos, e conseguindo provocar mudanças nas relações
estabelecidas com os alunos. A partir da criação de comunidades
específicas, por exemplo, como os fóruns e chats sobre temas específicos,
mediados por professores ou estudantes, as informações e os conteúdos
passam a ser construídos fora da escola (QUEIROZ, 2011).
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O que se percebe, porém, das tentativas de inserção dos sites de redes
sociais na educação é que, praticamente em sua totalidade, o que vem
acontecendo não é, de fato, uma ressignificação das práticas pedagógicas, mas
simplesmente a apropriação de uma nova ferramenta usada de uma maneira
antiga. O tempo continua sendo o determinado pelo professor: encontros com hora
marcada e prazos de entrega. O espaço também não apresenta grande mudança,
saímos da sala de aula presencial para a sala de aula virtual e, mesmo
virtualmente, a sala de aula tem um enorme potencial opressor. As tarefas não
mudaram: leiam o texto, assistam ao vídeo, pesquisem, escrevam, produzam; e os
conteúdos ainda menos. O que há realmente de inovador nestas iniciativas? Apenas
a ferramenta. No lugar do quadro e do caderno, temos o computador e o Facebook.
O processo ensino-aprendizagem em rede pode favorecer um aprendizado
autônomo, personalizado, menos invasivo e mais processual. Mas, para isto, é
preciso que se compreenda que não é levando as redes sociais online para dentro
da estrutura conservadora da escola que teremos uma mudança, e sim
transformando esta estrutura em uma rede social significativa para alunos e
professores.
3 Metodologia
Com o objetivo de explicitar as expectativas pedagógicas dos alunos da rede
pública de ensino do Distrito Federal foram realizados grupos focais em 3 escolas
públicas do DF: uma na asa norte (centro), uma em Planaltina (periferia) e uma no
Itapõa (periferia). No total, tivemos como sujeitos: 30 estudantes na faixa etária
de 10 a 17 anos; 20 meninas e 10 meninos; 10 do ensino fundamental e 20 do
ensino médio; todos escolhidos aleatoriamente. Cada grupo focal teve uma duração
média de 1 hora e todos contaram com um roteiro semi-estruturado.
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Este roteiro foi construído partindo do pressuposto de que os estudantes, de
modo geral, se sentem bem estando conectados às redes sociais online mas não em
suas escolas. Por isto as perguntas foram divididas em três blocos: “sentimentos a
respeito da escola”; “sentimentos a respeito das redes sociais online”; “no que
uma pode melhorar a outra”.
4 Análise dos Dados
As falas a respeito dos sentimentos pela escola não foram nenhuma surpresa.
Há anos as pesquisas mostram que o grau de insatisfação dos alunos em relação à
educação vem aumentando. Eles não querem ser obrigados a ir à escola; não se
sentem estimulados para estudar conteúdos que não compreendem o objetivo;
querem ter mais liberdade de expressão; querem ser respeitados pelos professores;
precisam de um tempo diferenciado; não querem ter que ser bons em tudo; não
conseguem ficar tanto tempo sentados prestando atenção em algo que não os
interessa; e querem ficar fora de sala.
As considerações sobre os seus sentimentos pelas redes sociais online
também começaram sem muitas novidades: amam as redes sociais, em especial o
Facebook, embora com a chegada dos familiares e professores estejam usando
bastante o Whatsapp; gostam de poder entrar e sair quando quiserem; de conversar
com os amigos; de ver e compartilhar coisas engraçadas; de poder deletar gente
chata; de só ver coisas que gostam; e adoram o fato de que na internet ninguém
manda neles.
No entanto, conforme a conversa foi evoluindo, sentimentos mais profundos
foram emergindo: adoram o acesso rápido e ilimitado às informações; a liberdade
de expressão; a valorização de suas habilidade individuais em detrimento de suas
falhas; a possibilidade de revisão ou mesmo exclusão do erro; a ausência de uma
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autoridade formal e autoritária; e, principalmente, a constante atualização das
plataformas. Estas foram as questões mais recorrentes nos três grupos.
Dentro do universo da internet, o Facebook não apenas foi citado como o
“local” mais frequentado por todos, mas era a única rede social que todos
participavam (com exceção de uma estudante que havia deletado seu perfil
recentemente a pedido do namorado). Além disto, praticamente todas as outras
redes sociais eram utilizadas de forma integrada à plataforma do Facebook, como o
Youtube e o Instagram. Neste sentido, no cruzamento dos sentimentos estudantis
pela escola, pelas redes sociais e as expectativas pedagógicas destes, com o intuito
de propor uma reestruturação da escola, optamos por focar a análise da lógica
estrutural e de uso de redes sociais online, no Facebook. Logo, a partir das falas
dos estudantes, fomos buscar no Facebook qual ferramenta tinha como objetivo
propiciar determinado sentimento.
4.1 Sentimentos e Ferramentas
4.1.1 “No Facebook a gente tem acesso rápido às informações
que nos interessam”.
O Facebook é construído com a estrutura de uma “lin a do tempo”. Cada
usuário possui a sua e nela ficam gravadas todas as suas ações dentro da
plataforma de forma cronológica, o que torna muito fácil o resgate de qualquer
informação. Além disto, há o “feed de not cias”. Este é o lugar onde o usuário
passa mais tempo, pois é nele que aparecem todas as informações sobre as quais
houve uma sinalização (direta ou indireta) de interesse. Se o indivíduo “curtiu”
uma página, entrou para um grupo, ou “assinou” algum perfil, terá, em seu “feed
de not cias” as atualizações que estas pessoas postaram em suas timelines.
Usando como base uma análise das interações que o usuário faz dentro da
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internet, o Facebook também poderá “sugerir” assuntos que acredita ser do seu
interesse. Se de fato houver interesse, basta que ele sinalize à plataforma, para
continuar recebendo estas informações. Caso contrário, ele pode “dizer” que não
quer ver mais esta notícia, que não quer mais ver nada deste indivíduo ou empresa,
ou ainda que acha o conteúdo irrelevante, ofencivo ou impróprio. Feito isto, o
Facebook irá bloquear este assunto do feed do usuário e propor novos temas de
interesse.
Além disto, as postagens podem possuir e, em sua maioria, possuem,
hiperlinks. Estes “atal os” possibilitam que com apenas um clique, o usuário saiba
mais do assunto que despertou seu interesse. Ele pode ser redirecionado, quando
quiser, para um texto que explique melhor a informação, para um vídeo que ilustre
o acontecido, ou para uma infinidade de recursos, didáticos ou não, disponíveis na
internet.
4.1.2 “Eu fico sabendo de coisas do mundo todo”.
Dentro da plataforma do Facebook, o primeiro espaço disponível para o
usuário é o de pesquisa. “Pesquise pessoas, locais e coisas” é a mensagem que vem
escrita neste campo. A partir dele, pode-se chegar a qualquer assunto que seja de
seu interesse, no mundo inteiro. É possível a busca por um termo qualquer dentro
de perfis de usuários, dentro de páginas, em locais, grupos, aplicativos, eventos,
publicações de amigos, atualizações públicas, publicações em grupo e no universo
da internet como um todo.
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4.1.3 “Eu tenho liberdade pra falar o que eu penso. No Facebook
eu tenho voz”.
“No que você está pensando?”; “ que você tem feito?”; “Como está se sentindo?”;
“Escreva algo”. Estas são algumas das frases que aparecem para o usuário no
campo “status” com o intuito de estimulá-lo a se expressar livremente. Além disto,
em todas as postagens (próprias e de outros usuários) há o convite: “Escreva um
coment rio...”. Todas as ferramentas do Facebook visam o estímulo ao diálogo,
mesmo ao diálogo silencioso de quem apenas curti ou compartilha. No evento
intitulado F8, em setembro de 2011, quando Mark Zuckerberg anunciou a
transformação da plataforma do Facebook no formato linha do tempo, ele afirmou:
“Queremos fazer da Timeline um lugar que você se orgulha de chamar de 'casa'.
Queremos que você expresse quem você realmente
” (Traduzido pela autora.
http://www.youtube.com/watch?v=9r46UeXCzoU).
4.1.4 “As pessoas me curtem por aquilo que sou bom. As coisas
em que sou ruim ficam em segundo plano”.
No Facebook há um botão de curtir, mas não há um de “não curtir”. O que implica
que dentro da rede, em princípio, apenas as habilidades positivas seriam
simplesmente reforçadas e o que fosse negativo teria que ser ignorado, ou
desestimulado por meio de um comentário escrito. Muitos usuários desta rede
afirmam que o botão de “não curtir” deveria existir e, em uma outra rede social,
chamada Quora, um internauta postou a pergunta: Porque não há o botão “não
curtir” no Facebook? Dentre várias respostas estava a de Tom Whitnah, engenheiro
de software do Facebook:
Universidade Federal de Pernambuco
NEHTE / Programa de Pós Graduação em Letras
CCTE / Programa de Pós Graduação em Ciências da Computação
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(...) Enquanto muitos usuários amam a ideia do Facebook adicionar
um botão “não curto” não creio que existam muitos usuários loucos para
terem seu conteúdo desaprovado. (...)
Apesar de existirem posts nos quais o botão “não curto” poderia ser
usado para expressar simpatia ou comiseração, estimo que a grande
maioria de seu uso seria apenas de negatividade ambígua, que
desmoralizasse o autor da postagem.
O que poderia frequentemente ser uma brincadeira para quem
clicou “não curto” poderia gerar um sentimento de crítica ou julgamento
em quem recebeu o “não curto”. As pessoas podem expressar sentimentos
amplos em suas respostas nos comentários, incluindo críticas,
negatividade, simpatia e piedade. Mas ao remover o aspecto negativo
desses comentários e cimentá-los como uma interação proeminente, o
Facebook estaria encorajando e facilitando muito mais negatividade do
que os usuários gostariam de ver fluindo em sua linha do tempo.
“Não curto” dá um tipo de feedback que, de modo geral,
desencorajaria o compartilhamento. “Curtir” dá feedback ao autor do
conteúdo postado e é também um mecanismo que auxilia no
compartilhamento de bom conteúdo com amigos nos Feeds de Notícia.
“Não curto” resultaria em nada sendo compartilhado (porque algum de
seus amigos gostaria de ver o conteúdo que você não gostou?), então seria
uma funcionalidade bem mais castradora do que o “curtir” (Traduzido pela
autora.
http://www.quora.com/Facebook-1/Why-is-there-no-Dislikebutton - step=5)
4.1.5 “O erro pode ser corrigido, editado, excluído”.
Qualquer postagem feita no Facebook é passível de edição e exclusão, mesmo os
comentários feitos no status de outra pessoa. A exclusão é uma ação permanente.
Uma vez excluído, o post é deletado de toda a estrutura do Facebook e não é mais
possível recuperá-lo. Já a ferramenta de edição deixa um “rastro” o que a torna
muito didática. Quando o usuário edita um texto, este é automaticamente marcado
como “editado” e qualquer pessoa pode ter acesso ao “histórico de edições” uma
lista com a forma original do post e todas as alterações feitas posteriormente.
4.1.6 “No Facebook não tem uma autoridade, ou melhor, a
autoridade é o respeito. Não, melhor ainda, a autoridade sou
eu, você, todo mundo”.
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No Facebook existe sim uma autoridade soberana: o próprio Facebook. É ele
quem determina se o que foi postado possui ou não algum conteúdo impróprio, se o
usuário está fazendo propaganda demais (spam), se está incomodando, etc. Porém,
em geral, o sistema só aplica estas regras se alguém “reclama”. Neste sentido, a
autoridade no Facebook acaba sendo compartilhada com os mais de 1 bilhão de
usuários, incentivando, desta forma, uma auto regulamentação da rede.
5 Conclusões
Após analisarmos cuidadosamente as ferramentas do Facebook que
proporcionavam tantos sentimentos positivos em nossos jovens e que, mais
importante que isto, conseguiam embutir neles um engajamento raramente visto
nas escolas contemporâneas, o que pareceu, em princípio, um mero desejo
adolescente de abandonar a escola, tomou contornos de expectativas pedagógicas
sóbrias e benéficas. É digno de nota que nenhum dos estudantes entrevistados
sugeriu que a escola deveria ser extinta ou mesmo questionou a necessidade da
figura do professor. Ou seja, eles compreendem que a instituição escolar tem sua
importância, mas não vêem sentido “nesta” escola. Isto se dá porque estes
indivíduos
enxergam
a
relação
escola-aluno-professor
de
uma
maneira
completamente nova, moldada a partir da fôrma das novas tecnologias e das redes
sociais online.
Neste sentido, concluímos que a solução para o problema do desinteresse
desses estudantes em relação à escola reside, não no movimento de trazer o
Facebook para dentro da sala de aula mas, ao contrário, “transformar a escola em
um Facebook”. Ou seja, transformar a escola em uma rede social que gere tanto
engajamento e sentimentos positivos em seus alunos quanto as redes sociais
virtuais. Para tanto, a estrutura e a lógica escolar precisam sofrer uma revolução.
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6 Sugestões para “Facebooquear” a sala de aula
1. Dividir as disciplinas em obrigatórias e optativas. Desta maneira, o estudante vai
ganhando, gradativamente, a possibilidade de escolher as matérias que, de fato, o
interessam.
2. Modificar o sistema de avaliação, de forma que as habilidades individuais sejam,
não apenas respeitadas, mas valorizadas. “A escola se instaurou sob a égide da
cultura letrada”
porém, “a sociedade contemporânea está fascinada pelos
sedutores feitiços das imagens” (Sibilia, 2012).
3. Acabar com o sistema de seriação. É preciso respeitar o tempo do estudante de
hoje que, certamente, não é o mesmo de seus pais e avós. Não faz mais sentido,
por exemplo, que um aluno seja obrigado a rever todo o conteúdo de uma
disciplina, se parte dela já foi assimilada. Ou, ainda, que ele “passe de ano” se
determinada habilidade não foi, de fato, adquirida.
4. Repensar totalmente a estrutura escolar baseada na hierarquia e dominação
soberana do professor. Este sendo o ponto mais fundamental pois, a partir dele,
seremos capazes de modificar a relação aluno/escola em seus aspectos mais
sensíveis: o monopólio do discurso e a consequente falta do diálogo; a
hierarquização e a estagnação do conhecimento; a ausência de significação da
instituição escolar.
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facebooqueando a sala de aula