Este ano, durante 12 meses a RTP vai olhar para Grandes Histórias da Sociedade. Onde Toda a gente
conta.
Todos os meses, durante uma semana, programação e informação da RTP vão estar unidas a refletir
sobre uma Grande História.
Este mês de janeiro, em “ Grandes Histórias – Toda a Gente Conta” viciados na net e vidas que mudam
num click são o tema em análise. Tema que esteve na origem do telefilme " A Princesa", a exibir pela
RTP1 no serão de dia 29 de janeiro. Ao longo da semana, de 23 a 29, vamos falar em vários espaços
noticiosos do tema do mês.
Queremos com esta iniciativa alertar e ajudar a compreender melhor o que envolve alguns dos assuntos
mais importantes para a nossa vida na sociedade atual.
Através da informação com a grande e pequena reportagem, com o olhar de todos os intervenientes que
fazem a diferença em cada tema. E através da ficção com um conjunto de doze telefilmes que nos
mostram o retrato ficcionado de Grandes Histórias.
Os temas a abordar durante o ano de 2012 são:
Janeiro
A Princesa (Viciados na Net)
Por Vítor Elias
Vera, adolescente de 15 anos, é uma rapariga feliz:
popular na escola, boa estudante, sempre com boas
notas, é a filha ideal, a princesa dos seus pais.
Estes, a professora do secundário Maria Xavier e o seu
marido, o juiz desembargador Henrique Xavier, adoramna. A mãe admira imenso o percurso escolar sem mácula
da filha, o pai admira a maneira como ela sempre cumpriu
os seus deveres e está perfeitamente integrada na
sociedade.
Simpática e carinhosa para os pais, que nunca tiveram qualquer razão de queixa. Costuma passar horas
no quarto, em frente ao computador, a navegar nas redes sociais da internet, mas fá-lo apenas após
estudar, fazer os trabalhos de casa, colocar os pratos na máquina de lava-loiça, após cumprir todos os
seus afazeres sem uma queixa, até de boa vontade, exemplarmente… Por que razão haveriam de estar
preocupados?
“A Princesa” levanta assim algumas questões pertinentes. Qual a verdadeira influência da internet e das
redes sociais no comportamento dos mais jovens? Vivendo os jovens hoje em dia praticamente num
mundo virtual, paralelo, será que os pais conhecem ainda os filhos que têm em casa? O que podemos
fazer para proteger os nossos filhos de si próprios, da arrogância típica da adolescência, que hoje, devido
às novas tecnologias, pode ter resultados incontroláveis e mesmo trágicos? Será que para proteger um
filho é aceitável fazer tudo, mesmo quebrar as leis? Não conhecendo os nossos filhos hoje em dia, será
que, mesmo querendo, possamos sequer salvá-los?
PRINCIPAIS PERSONAGENS
Vera Xavier (Joana Metrass)
15 anos, bonita e inteligente, filha de boas famílias, acaba por ver-se envolvida no mundo das redes
sociais quase porque sim, porque é o que toda a gente da idade dela está a fazer. Influenciável devido à
sua idade, quer conhecer outras pessoas na internet que não façam parte do seu mundo, o que em si
nada tem de mal. O problema é que acaba por perder o controlo do que está a fazer.
Henrique Xavier (Pepe Rapazote)
50-55 anos, juiz-desembargador, homem reto e austero, muito trabalhador, mas afável para com a filha.
Habituado a pensar em si como uma pessoa que consegue perceber nos réus quem está a mentir ou
não, fica em choque quando percebe que não conseguiu fazer isso com a própria filha. Culpa-se
intimamente por ter dado sempre primazia à sua carreira e ter tido a filha muito tarde, pensando que se
calhar é por isso, devido à grande diferença de idades entre ambos, que não consegue entender a sua
mentalidade o novo mundo onde ela vive.
Maria Xavier (Mafalda Vilhena)
40-45 anos, professora, adora a filha. Mas sente-se também ela culpada por, como professora, ser o seu
dever educar crianças como alunos mas também como cidadãos, quando aparentemente não conseguiu
sequer fazer isso com a própria filha.
Catarina Melo (Sara Butler)
15 anos, estuda no mesmo colégio da Vera, de quem é a melhor amiga. Como todos os adolescentes,
também adora navegar horas nas redes sociais, mas usa-as principalmente para contactar os seus
amigos do colégio quando chega a casa. Usa a internet com parcimónia e de uma forma equilibrada,
ficando extremamente preocupada quando percebe que a melhor amiga está a perder o controlo e chega
mesmo a “desamigá-la” da sua página da internet, como se, para a Vera, a internet fosse um mundo à
parte, completamente desligado da realidade, onde prefere viver.
Gonçalo Costa (Miguel Santiago)
17 anos, estudante de outro colégio, conheceu a Vera pela internet e “namora” com ela, querendo com
isso dizer manter uma relação completamente aberta, sem os compromissos e fidelidade que ele e todos
os seus amigos da internet pensam ser algo de “cota”, preconceitos dos seus pais que não entendem
nada do novo mundo em que vivemos. Muitas vezes embriagado, é ele que oferece drogas à Vera e é
com ele que ela se filma na cama para depois colocarem os vídeos na internet.
Fevereiro
“Incógnito” (Testes de Paternidade)
Ideia: Luis Avelar e Artur Ribeiro
Argumento: Artur Ribeiro
Oficialmente, já não há filhos de “pais incógnitos”, mas
para preencher o espaço em branco reservado ao nome
do progenitor no registo de recém-nascidos sem pai
declarado, entram ao trabalho os Procuradores e Juízes
do Tribunal de Família e Menores. Esta é a história de
Lúcia, Procuradora Adjunta, encarregue de
averiguações oficiosas de paternidade de crianças
registadas sem nome do pai, função que desempenha
com uma dedicação intensa pois ela própria
desconhece quem é o seu pai.
No início da história, Lúcia descobre que está grávida, mas não o diz de imediato ao seu companheiro,
Frederico. A altura não é a melhor e a gravidez não foi planeada. A sua mãe, Matilde, está gravemente
doente numa fase terminal de cancro, e é a ela que Lúcia conta o seu estado, o que leva a uma conversa
sobre o pai desconhecido de Lúcia.
Lúcia não sabe, mas esta será a última conversa que terá com a mãe, que falece no dia seguinte, ficando
no ar a incógnita da identidade do seu pai.
Enquanto lida diariamente com outros casos de paternidade desconhecida ou recusada, Lúcia, com a
ajuda de Frederico, vai investigar por sua conta própria a identidade do homem da foto, na esperança de
o identificar e esclarecer qual foi a sua relação com Matilde, e se poderá na verdade ser seu pai.
PRINCIPAIS PERSONAGENS
Lúcia Taveira (Lúcia Moniz)
35 anos, vive com Frederico. É Procuradora Adjunta num Tribunal de Família, e é regularmente
encarregue de averiguações oficiosas de paternidade de crianças registadas sem nome do pai, função
que desempenha com uma dedicação intensa pois ela própria desconhece quem é o seu pai, apesar de
já ter feito as pazes com esse passado e essa incógnita. É uma mulher dedicada ao seu trabalho e
defensora acérrima dos direitos dos menores. Apesar de ser uma mulher forte no seu trabalho tem um
lado frágil a nível pessoal. É uma mulher por vezes angustiada e que tem tendência para complicar as
questões da sua vida pessoal, ao contrário da vida profissional em que é decidida e pragmática. Sente
que tem um dever de justiça para com os desfavorecidos, e ao tomar conta de tantos casos de menores e
famílias no tribunal, encontra aí um substituto para uma família própria, e por isso não tem nos planos ser
mãe tão cedo. Ao descobrir que está grávida vai ficar apreensiva e com dúvidas, mas o apoio do
companheiro vai acabar por a conquistar para a ideia de constituir família.
Frederico Matias (Pedro Laginha)
40 e tal anos, jornalista. É uma pessoa sensível e ama incondicionalmente Lúcia. Aceita todas as suas
angústias, dúvidas, e altos e baixos emocionais. Durante muitos anos trabalhou um pouco anónimo entre
várias redações de jornais, mas de momento está a ganhar estatuto como jornalista de referência, assim
como cronista, e passou a ser dos favoritos para entrevistar políticos e outras figuras de referência. É
uma pessoa afável que conquista rapidamente os seus interlocutores. Ao mesmo tempo, é um idealista,
humanista e otimista. Criativo e dinâmico, é uma pessoa que gosta de se dar bem com todos os que o
rodeiam, sem que com isso deixe de ser frontal e pragmático.
Gustavo Ferreira – (Guilherme Filipe)
Perto de 60 anos, empresário e político, casado, com dois filhos, é apontado como candidato a futuro
primeiro-ministro e, apesar de ser independente, acaba por ter o apoio de um partido. Apresenta
propostas inovadoras e é um favorito dos opinion-makers do país. Contudo, uma suspeita de
envolvimento num caso de corrupção que se encontra em julgamento vai pôr em causa a sua eleição,
embora ele se afirme inocente e vítima de uma difamação para perder votos. No passado, fez parte de
um movimento armado de extrema-esquerda, e durante esse período viu-se envolvido em algumas
situações que o levaram a fugir do país, tendo ir estudar para Londres. É culto e gosta de ler, tendo como
sua empresa favorita uma editora de livros, que dá prejuízo mas que lhe traz alegria.
Março
“Bullying” - Jogos Cruéis
Alexandre Castro
“Jogos Cruéis” conta-nos a história de duas famílias
afetadas pelo fenómeno do cyberbullying: a da família de
uma vítima, Vasco (13), e a da família da sua principal
agressora e colega de turma, Raquel (14), que acaba
igualmente por se tornar um alvo de maus tratos. Os
sentimentos de vergonha, revolta e culpa dos
intervenientes na história, e ainda a dificuldade dos pais
em perceber a realidade em que os filhos vivem, vão
marcar o dia-a-dia destas duas famílias. A prioridade passa
a ser, então, resgatar a comunicação com os dois
adolescentes, a tempo de recuperá-los para a sociedade e para a vida.
PRINCIPAIS PERSONAGENS
Família Dias:
Vasco Dias (António Sanches)
É um miúdo tímido, mas com elevada autoconsciência. Astuto e estudioso, está habituado a ser o melhor
aluno, o que lhe dá o respeito e admiração dos professores e boa parte dos colegas. No fundo, Vasco
sempre beneficiou do ambiente de forte estímulo ao estudo existente em sua casa. Criado apenas pela
mãe, procura no irmão a segurança e proteção do progenitor, o que às vezes não é bem compreendido
por David. Com a mãe tem igualmente uma relação muito próxima, embora desde há um ano ela esteja
assoberbada de trabalho com o doutoramento. Quando crescer, quer ser engenheiro informático como o
irmão. Tem facilidade em mexer com computadores, telemóveis e todo o tipo de gadgets tecnológicos. A
entrar na puberdade, vai sentir-se apaixonado pela primeira vez na sua vida e, apesar da timidez, não se
irá coibir de ir à luta. Gosta de filmes de ficção científica e o seu maior sonho é ser uma das primeiras
pessoas a ir viver para outro planeta.
Sofia Dias (Cristina Carvalhal)
Professora universitária, vive atarefada entre o trabalho e os filhos, procurando um equilíbrio por vezes
difícil de conseguir. Sustenta a casa sozinha e com dificuldades, desde o dia em que o marido a deixou,
na altura em que se encontrava grávida de Vasco. Também por isso tornou-se uma “leoa” na educação
com os filhos, exigente e protetora. De resto, tem com eles uma relação genuína e frontal. Atualmente,
encontra-se a fazer o doutoramento, o que lhe provoca períodos de grande ansiedade e também de
ausência e desconcentração relativamente ao acompanhamento dos filhos.
David Dias (Ivo Lucas)
Estudante do 1º ano do curso de Engenharia Eletrotécnica. Bom aluno, comunicativo, mulherengo, ganha
algum dinheiro vendendo downloads de séries, filmes e música, situação que lhe provoca alguns conflitos
com a mãe. Apesar de não ter muita paciência para a dependência de Vasco relativamente a si, é um
irmão presente e está sempre a tentar fazer com que ele “saia da casca e da saia da mamã”, e se
autonomize. Ele também sabe o que é viver sem um pai e não quer que o irmão sofra com essa
ausência.
Família Monteiro:
Raquel Monteiro (Inês Faria)
Filha única, passa a maior parte do tempo sozinha em casa, com a empregada ou com os amigos. Está
habituada a mentir aos pais para conseguir o que quer, seja dinheiro, seja um programa com os amigos.
É esperta e tem um natural espírito de liderança que cativa quem está à volta dela. No entanto, não se
coíbe de enfrentar (seja frontal ou cinicamente) quem se puser no seu caminho ou quem a tente
contrariar. Nesses casos, age sem contemplações até por saber que é uma forma de reforçar a sua
imagem perante os colegas. No fundo, é uma miúda com fortes carências afetivas, que mostra uma
necessidade de ser aceite e de estar rodeada de outros alunos na escola, nem que para isso tenha que
agir de uma maneira incorreta. É fã da saga “Twilight”.
Fernando Monteiro (António Carneiro)
Diretor numa empresa de telecomunicações passa a vida em viagens, restando pouco tempo para se
dedicar à família. Perante as ausências prolongadas, perdeu o estatuto de chefe da casa, embora no
fundo até agradeça. Tornou-se um “yes, man” perante Maria Antónia e tenta defender a filha em qualquer
circunstância, mas sem sucesso. Acaba, assim, por ter uma ligação mais próxima de Raquel do que de
Maria Antónia.
Maria Antónia Monteiro (Sofia Portugal)
Vive para a loja de joias que tem num centro comercial, onde passa inclusive os fins de semana. Faz
questão de ser financeiramente independente do marido e, por isso, tal dedicação à sua vida profissional.
Dá muita importância ao aspeto físico, tentando conciliar o ginásio com os tratamentos de beleza.
Perante este contexto resta-lhe pouco tempo para tratar da casa e, sobretudo, para dar atenção à filha,
com a qual tem uma relação extremamente conflituosa. Passa a vida a pôr a filha de castigo e é dela a
ideia de a transferir para o ensino público depois de chumbar o último ano.
Abril - Emigração
Maio – Endividamento Familiar
Junho – Velhos São Os Trapos (Abandono de Idosos)
Julho – O Primogénito (Doenças Raras)
Agosto - Insegurança
Setembro – Mudar de Vida
Outubro – Violência Doméstica
Novembro – Encosta-te a Mim (Toxicodependência)
Dezembro – Solidão
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