BRASÍLIA-DF, SEGUNDA-FEIRA, 28 DE SETEMBRO DE 2015 Ano 17 | Nº 3483 CÂMARA DOS DEPUTADOS J.Batista Em Goiânia, o presidente da Câmara também fez palestra no Fórum Cidadania e Segurança Pública, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) Cunha defende fixação de limite para carga tributária Relator vai sugerir unificação de impostos e contribuições Relator da proposta de reforma tributária, Andre Moura disse que vai propor a substituição de vários tributos federais por um único Imposto sobre Valor Agregado (IVA). A mudança, segundo ele, seria gradativa, ao longo de oito anos. | 4 A carga não poderia ultrapassar percentual máximo do PIB fixado na Constituição O presidente Eduardo Cunha defendeu na sextafeira, em Goiânia, a fixação de um limite na Constituição para a carga tributária, limitado a um percentual do Produto Interno Bruto. A ideia, segundo ele, é debater a proposta de cota para a tributação na comissão especial que analisa a PEC da Reforma Tributária. Na capital goiana, Cunha participou de mais uma edição do Câmara Itinerante. | 3 fotospublicas Emprego: prazo de adesão a programa de proteção pode ser ampliado Em seu relatório à Medida Provisória 680/15, que institui o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), o deputado Daniel Vilela ampliou o prazo para a adesão de empresas – de 12 meses (seis meses com uma renovação) para 24 meses. A votação do parecer na comissão mista responsável pela matéria ficou para quarta-feira. | 4 Disque - Câmara 0800 619 619 www.camara.leg.br/camaranoticias 2 | JORNAL DA CÂMARA 28 de setembro de 2015 Deputada apoia fomento a rádios comunitárias Em audiência, Érika Kokay foi contrária a criminalização e pediu políticas públicas e de estímulo a essas emissoras A deputada Érika Kokay (PT-DF) mostrou-se contrária à criminalização das rádios comunitárias, em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, que discutiu o assunto, na quinta-feira (24). Ela afirmou que o poder público deve pensar em políticas que autorizem o funcionamento da radiodifusão comunitária e em medidas de fomento. “Não é só outorga, é como se constrói mecanismo para fortalecimento”, disse. Em 1998, foi aprovada a lei (9612/98) que institui o serviço de radiodifusão comunitária no Brasil com o objetivo de democratizar a comunicação. Entretanto, as entidades representativas têm reclamado de perseguição punitiva por meio de portarias e decretos que limitam seu alcance. Uso indiscriminado - O Governo de MG Estúdio da rádio comunitária Nova Era, em Minas: serviço de radiodifusão foi instituído em 1998 consultor jurídico do Ministério das Comunicações, Alan Trajano, rebateu as crí- ticas e disse que a descriminalização despreparada pode causar o uso indiscrimina- do das radiofrequências. Mas afirmou que o ministério é favorável à apreciação do processo de outorga das rádios comunitárias, desde que elas se mantenham no limite de 200 watts de frequência e não interfiram em outras emissoras. Comerciais x comunitárias - No entanto, na opinião do coordenador das regionais da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) do Rio Grande do Sul, Clementino Lopes, o Ministério das Comunicações julga de formas diferentes as rádios comunitárias e as comerciais. “Não se sustenta essa argumentação do ministério, quando ele se dirige apenas às rádios comunitárias”, observou Diálogo - Segundo Érika Kokay, a comissão tentará se reunir com o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, para discutir as demandas levantadas na audiência pública. Mostra traz a arte iluminadora de Rones Dumke A partir de quarta-feira, estará aberta à visitação na Câmara a exposição “A Arte Iluminadora de Rones Dumke”, que registra parte da trajetória do artista plástico, com obras que vão do figurativo ao surrealismo clássico. São 28 trabalhos, entre colagens, gravuras e técnicas mistas, também influenciadas pelo dadaísmo, pelo simbolismo e pelo construtivismo. Rones Dumke recebeu prêmios em seu estado, o Paraná, entre eles o Aquisição Fundação Teatro Guaíra, no 30 º salão Paranaense; o AGENDA SEGUNDA-FEIRA 28 de setembro de 2015 » Sessão solene Museu de Arte Contemporânea do Paraná – 1ª Mostra do Desenho Brasileiro; e o Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 55a Legislatura Presidente: Eduardo Cunha (PMDB-RJ) 1º Vice-Presidente Waldir Maranhão (PP-MA) 2º Vice-Presidente Giacobo (PR-PR) 1º Secretário Beto Mansur (PRB-SP) 2º Secretário Felipe Bornier (PSD-RJ) 3ª Secretária Mara Gabrilli (PSDB-SP) 4º Secretário Alex Canziani (PTB-PR) Suplentes: Mandetta (DEM-MS) Gilberto Nascimento (PSC-SP) Luiza Erundina (PSB-SP) Ricardo Izar (PSD-SP) Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar José Carlos Araújo (PSD-BA) Presidente do Centro de Estudos e Debates Estratégicos Lúcio Vale (PR-PA) Corregedor Parlamentar Carlos Manato (SD-ES) Procurador Parlamentar Claudio Cajado (DEM-BA) “Sala Especial”, na 2 ª Mostra do Desenho Brasileiro. Dumke tem obras em co- leções particulares no Brasil, na França, nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. A Câmara faz homenagem ao Dia Nacional dos Vicentinos. Plenário Ulysses Guimarães, 10h SECOM - Secretaria de Comunicação Social Secretário: Cleber Verde (PRB-MA) Diretor-Executivo: Claudio Lessa (61) 3216-1500 [email protected] Jornal da Câmara Editora-chefe Rosalva Nunes Editores Sandra Crespo Ralph Machado Diagramadores Gilberto Miranda Renato Palet Roselene Guedes [email protected] | Redação: (61) 3216-1660 | Distribuição e edições anteriores: (61) 3216-1626 Ouvidor Parlamentar Nelson Marquezelli (PTB-SP) Coordenadora dos Direitos da Mulher Dâmina Pereira (PMN-MG) Procuradora da Mulher Elcione Barbalho (PMDB-PA) Secretário de Relações Internacionais Átila Lins (PSD-AM) Diretor-Geral: Rômulo de Sousa Mesquita Secretário-Geral da Mesa: Sílvio Avelino Impresso na Câmara dos Deputados (DEAPA) Papel procedente de florestas plantadas Leia esta edição no celular JORNAL DA CÂMARA | 3 28 de setembro de 2015 Fotos: J.Batista Dentro do Câmara Itinerante, Cunha fez palestra na Assembleia Legislativa de Goiás Mais tarde, participou de visita a hospital de reabilitação de pacientes com câncer Cunha defende limite constitucional para tributos De acordo com o presidente da Câmara, seria estabelecido um teto equivalente a um percentual máximo do PIB O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, defendeu na sexta-feira que seja fixado na Constituição um percentual máximo do Produto Interno Bruto (PIB) para a carga tributária. Segundo ele, a medida poderá conter propostas do governo como a recriação da CPMF, tema da PEC 140/15. “É preciso acabar com a história de que o Executivo pode ampliar os seus deficits sem limites, neste momento em que o governo está propondo aumentar a CPMF e a carga tributária do País, chegando a níveis insuportáveis principalmente no período de retração econômica”, ressaltou Cunha, na abertura do programa Câmara Itinerante em Goiânia. (GO). A ideia, de acordo com o presidente, é debater a proposta de cota para a tributação na comissão especial que analisa a Proposta de Emenda à Constituição da Reforma Tributária (PEC 233/08). O texto deverá ser levado ao em Plenário no final de outubro. Imposto agregado - O relator da reforma tributária, deputado Andre Moura (PSC-SE), reiterou que vai sugerir a substituição de vários tributos federais por um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), além da unificação das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ler na página 4). Ele ressaltou que a reforma é “extremamente polêmica” e que é difícil traçar um ponto comum. “Existem hoje 27 legislações sobre a tributação que são um verdadeiro tormento e elevam o Custo Brasil”, disse Moura. Reforma eleitoral - Em entrevista, Eduardo Cunha também defendeu a manutenção da janela de 30 dias, a seis meses das eleições, para que um parlamentar possa mudar de partido sem perder o mandato. A medida Câmara Itinerante em Goiânia O presidente fez um balanço positivo da edição do Câmara Itinerante em Goiânia. “Cumprimos uma agenda extensa, que faz parte do nosso processo. Não é só o debate político sobre as matérias, mas também a convivência com a sociedade, conhecer os seus problemas, participar dos debates. O Câmara Itinerante é um conjunto de fatores, e não somente uma sessão com discursos. São ações con- tínuas”, explicou. Como parte da programação em Goiânia, Cunha participou de visita ao Centro de Reabilitação e Readaptação (CRER) Dr. Henrique Santilli. O CRER é uma instituição habilitada pelo Ministério da Saúde para atuar na reabilitação de quatro modalidades de deficiências: física, auditiva, visual e intelectual. Em seus 13 anos de existência, o centro já realizou cerca de 11 milhões de procedimentos. foi aprovada pelo Plenário, como parte da minirreforma eleitoral. A janela, segundo o presidente, deve ser a regra para que candidatos escolham por qual partido vão disputar as próximas eleições, e não a opção de políticos migrarem para novas legendas, como foi o caso de deputados federais que ingressaram na Rede. “A Rede vai ser uma janela para que fiquem por sessenta dias e depois mudem para outros partidos, o que significa que o mundo político se adapta à regra existente. Nós tivemos o PSD de janela na legislatura passada, e passamos a ter a Rede e mais dois ou três outros partidos que estão sendo criados”, disse Cunha. Ajuste não é suficiente para tirar Brasil da crise, diz presidente Ao participar, pela manhã, em Goiânia, do Fórum Cidadania e Segurança Pública, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), o presidente Eduardo Cunha disse que as medidas de ajuste fiscal anunciadas pela presidente Dilma Rousseff não são suficientes para tirar o Brasil da atual crise econômica. Ele se declarou contra a recriação da CPMF, tema da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 140/15, e ressaltou que o governo precisa fazer a sua parte para cortar gastos sem aumentar impostos. Cunha lembrou que a PEC 299/13, de sua autoria, limita em 20 o número de ministérios. O encontro reuniu autoridades, empresários e especialistas em segurança, tecnologia e serviços patrimoniais para discutir formas de aprimorar o controle de fronteiras e a tecnologia a serviço da segurança e da prevenção da criminalidade. Defesa nacional - Eduardo Cunha apresentou o painel “Medidas legislativas para melhorar a vida do cidadão.” Ele falou sobre a necessidade de colocar em prática direi- tos previstos na Constituição para o combate à corrupção, à violência e à criminalidade. Uma das propostas que poderão ser analisadas nesta legislatura é o PL 6460/13, que institui a Política Nacional de Defesa e de Desenvolvimento da Amazônia Legal e da Faixa de Fronteira. “O Exército faz muito bem o seu trabalho, mas certamente poderá fazer muito mais se dermos as condições necessárias.” Também participaram do evento os governadores de Goiás, Marconi Perillo, e de Mato Grosso, Pedro Taques; Eduardo Cunha voltou a se posicionar contra a CPMF e disse que o governo precisa fazer a sua parte para cortar gastos sem aumentar impostos e os secretários de segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, e de Goiás, Joaquim Mesquita. Serviço militar - Perillo pediu a Cunha que apoie a PEC 52/15, do deputado João Campos (PSDB-GO), que au- toriza a atuação na segurança pública estadual de jovens egressos do serviço militar. O governador disse que o seu estado estava aproveitando esses jovens na Polícia Militar, mas foi impedido porque o Supremo considerou a iniciativa inconstitucional. Cunha prometeu dar prioridade à PEC e ao projeto que reforça a defesa nacional nas fronteiras. Perillo saudou a contribuição de Eduardo Cunha ao fórum. “A presença do presidente Eduardo Cunha é muitíssimo importante nesta hora tão delicada.” 4 | JORNAL DA CÂMARA 28 de setembro de 2015 Relator amplia prazo para empresas participarem de proteção ao emprego Companhias em dificuldade poderão reduzir salário e jornada de seus funcionários Adonis Guerra/Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Luis Macedo Metalúrgicos do ABC fazem manifestação pela manutenção de empregos; no destaque, o relator na comissão especial, Daniel Vilela O deputado Daniel Vilela (PMDB-GO) apresentou seu relatório à Medida Provisória 680/15, que institui o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) para permitir à empresa em dificuldade financeira reduzir a remuneração e a jornada de trabalho de seus empregados em até 30%. Como contrapartida, a companhia fica impedida por até 32 meses de demitir sem justa causa quem teve redução salarial e de jornada. Como houve pedido de vista coletivo, a votação do parecer na comissão mista responsável pela matéria ficou para a próxima quarta-feira (30), às 14h30. Em seu relatório, Vilela ampliou o prazo para empresas participarem do programa – de 12 meses (seis meses com uma renovação) para 24 meses. Também estendeu em um ano o período de adesão ao PPE, até 31 de dezembro de 2016. Corporações que respeitarem a cota de trabalhadores com deficiência terão prioridade. O relator incluiu 31 de dezembro de 2017 como data para extinguir o programa. Vínculo - A MP estabelece regra de manutenção do vínculo trabalhista pelo tempo de adesão ao programa mais um terço. Assim, com a mudança feita por Vilela, o funcionário com salário e jorna- da reduzidos de uma empresa que aderir ao programa por 24 meses terá estabilidade por 32 meses. Além disso, a companhia que aderiu ao PPE não poderá contratar outro trabalhador para fazer a mesma tarefa daquele que teve salário reduzido ou exigir hora extra de quem ficou com jornada menor. Conciliação - O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), elogiou o trabalho de conciliação de Vilela em acrescentar contribuições de trabalhadores e empregadores no texto. “Fez um entendimento para conseguir o melhor texto. Evidente que uma matéria com tal alcance social não chegaria ao consenso em alguns pontos.” O deputado Efraim Filho (DEM-PB) ressaltou que a MP busca resgatar a competitivi- dade da indústria e das empresas e tentar preservar o emprego. O deputado Vicentinho (PT-SP) disse que a medida já tem ajudado a acabar com greves no setor automobilístico de empresas como a Ford e a Scania. “Quem sabe a gente consiga construir o acordo. Se o texto for aprovado com unanimidade na comissão, podemos nos unir para defendê-lo no Plenário?”, questionou. Vilela também indica regra de transição O parecer do deputado Daniel Vilela estabelece uma regra para as empresas que se recuperaram economicamente deixarem o programa sem ser penalizadas. Pelo texto, a companhia deverá comunicar os trabalhadores e o governo, com antecedência mínima de 30 dias, que se recuperou economicamente para voltar a exigir jornada integral de trabalho. Ainda conforme o relatório, a estabilidade do trabalhador, prevista no ato de adesão ao programa, é mantida mesmo se a empresa resolver sair do PPE. Caso volte a ter dificuldade econômico-financeira, a companhia só poderá voltar ao programa após seis meses da comunicação da sua saída. Compensação - O trabalhador que tiver diminuição salarial receberá uma compensação do governo de até 50% do salário reduzido (ou 15% do salário original), a partir de recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador. Pelo texto, a compensação estará limitada atualmente a R$ 900,84, 65% do valor do maior benefício do seguro-desemprego (R$ 1.385,91). Pela medida, a redução salarial não pode gerar um salário a ser pago pela empresa inferior ao mínimo, atualmente fixado em R$ 788. Fraude - Vilela duplicou a multa prevista para a em- presa que fraudar o programa. Nesse caso, além de ser excluída da iniciativa e não poder mais se inscrever, a corporação deverá restituir os recursos do FAT recebidos, além de pagar o dobro do valor em multa. Inicialmente, a multa era igual à quantia recebida do fundo. Também serão excluídas do PPE as empresas que descumprirem o acordo coletivo sobre a redução da jornada de trabalho. Além disso, o relator acolheu emenda da deputada Erika Kokay (PT-DF) para retirar do programa a companhia que for autuada por prática de trabalho análogo ao escravo, trabalho infantil ou degradante. reforma Parecer sugere unificação de vários tributos O relator da reforma tributária, deputado Andre Moura (PSC-SE), disse que vai sugerir a substituição de vários tributos federais por um único Imposto sobre Valor Agregado (IVA); além da unificação das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Essas mudanças, segundo ele, seriam gradativas, ao longo de oito anos. “Estamos trazendo alterações, mas que não são de impacto imediato. Sabemos que a crise econômica que afeta o País não permite que essas mudanças ocorram em um primeiro momento”, justificou. De acordo com Moura, a ideia é que as novas regras sejam aplicadas de maneira mais objetiva a partir do oitavo ano de vigência. Na última proposta apresentada pelo Executivo sobre o IVA (PEC 233/08), o imposto substituiria a Cofins, o PIS, a Cide-Combustível e o salário-educação. No caso do ICMS, que é estadual, hoje há alíquotas diferenciadas para um mesmo produto nos estados, o que promove a chamada “guerra fiscal”. Moura também citou a criação de um imposto seletivo, que incidiria sobre alguns tipos de produtos que o governo, por exemplo, quer inibir o consumo, como os cigarros. Novo prazo - O relator explicou ainda que a comissão especial que analisa a reforma tributária decidiu dar até o final desta semana de prazo para que prefeitos, governadores e a Receita Federal apresentem suas opiniões sobre o texto preliminar. Desta forma, a apresentação do relatório prévio na comissão, que ocorreria na última quinta-feira (24), ficou para esta semana. Zeca Ribeiro Andre Moura espera sugestões