___________________________________________________________________ A INCORPORAÇÃO DOS PROBIÓTICOS NA ALIMENTAÇÃO HUMANA THE PROBIOTICS’ INCLUSION IN HUMAN DIETARY ELISA BARCELOS DE CARVALHO Graduada em Nutrição – UNIPAC-JF E-mail: [email protected] ANNE GUIMARÃES SOARES Graduada em Nutrição – UNIPAC-JF Especialista em Nutrição Clínica - Faculdade Arthur Sá Earp Neto. E-mail: [email protected] LÉO GUIMARÃES SOARES Doutorando em Odontologia – UERJ E-mail: [email protected] RESUMO O uso de probióticos está mais comum na dieta de todos. A incorporação dos probióticos na alimentação tem se tornado de extrema importância, pois é uma das formas de se combater uma microbiota prejudicial do intestino. Sendo assim, a proposta deste artigo foi revisar a literatura a respeito dos probióticos, pesquisando em bancos de dados, verificar sua segurança e eficácia, seus efeitos benéficos e mecanismos de ação, além de estudos clínicos. Concluiu-se que apesar de inúmeros estudos terem comprovado que há promoção de saúde aos consumidores regulares de alimentos contendo probióticos, os resultados dos estudos ainda são controversos e por isso mais estudos são recomendados, especialmente para elucidar alguns mecanismos de ação ainda desconhecidos. Palavras-chave: Probiótico, Lactobacilos, Bifidobactérias, Alimentos funcionais. ABSTRACT The use of probiotics is more common in all dietary. The incorporation of probiotics in the diet has become extremely important because it is one of the ways to combat a damaging intestinal microbiota. Thus, the aim of the manuscript was to review the literature, searching databases, about probiotics, verify the safety and efficacy, beneficial effects and mechanisms of action, and clinical studies. It was concluded that despite numerous studies have proven that there are health promotion to regular consumers of foods containing bioculturas active, results of the studies are still controversial and, therefore, more studies are recommended, especially some for elucidating mechanisms of action are still unknown. Key-words: Probiotic, Lactobacillus, Bifidobacterium, Functional Foods. __________________________________________________________________________________________900 NUTRIR GERAIS, Ipatinga, v. 6 n. 10, p. 900-917, fev./Jul. 2012. ___________________________________________________________________ INTRODUÇÃO Alimentos funcionais são aqueles que oferecem benefícios adicionais à saúde, e seu consumo é comum desde os primórdios da alimentação humana. Um alimento para ser considerado funcional deve afetar beneficamente uma ou mais funções no organismo a fim de melhorar o estado de saúde ou minimizar o risco de doenças. Estes alimentos são responsáveis por incitar os consumidores que conhecem a importante associação entre nutrição e saúde (OLIVEIRA, 2007). O probiótico é uma palavra que deriva do latim e grego e significa “pró-vida” ou para vida, e existem várias definições desde a sua descoberta (KARKOW, 2007). O consenso mais comum define os probióticos como sendo “microrganismos vivos, que administrados em quantidades adequadas conferem benefícios a saúde do hospedeiro” (FAO/OMS, 2002). Para uso em alimentos, os probióticos não devem apenas sobreviver à passagem pelo trato digestivo, todavia também precisam ter a capacidade de se proliferar no intestino ou ser consumido a fim de permitir sua sobrevivência durante essa passagem (OLIVEIRA, 2007). As principais cepas utilizadas como probióticos são as pertencentes aos gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium (BADARÓ et al. 2008) e o uso da terapia com probióticos, até o momento, tem uma vantagem que é a inexistência de efeitos secundários (MARTINS et al., 2005). A definição de um produto como probiótico exige que sua segurança e eficácia sejam cientificamente comprovadas para cada cepa e produto. Esta demonstração de benefícios inclui pesquisas sobre mecanismos de ação e estudos clínicos em humanos (SALMIEN, 2004). Almeida et al. (2007) observaram que 91,11% das pessoas entrevistadas relataram não associar o tipo de alimento funcional, como Lactobacillus vivos, à terminologia probiótico. Além disso, os autores constataram que, dos entrevistados que têm conhecimento sobre probiótico, 25% nunca consumiram o produto, apesar de todos conhecerem seus efeitos. Sendo assim, foi realizada uma revisão seletiva da literatura, entre os meses de julho a setembro de 2011, pesquisando os bancos de dados MEDLINE/PubMed e Lilacs/SciELO empregando os descritores “probiótico, lactobacilos, bifidobactérias, alimentos funcionais”. Foram avaliadas revisões sistemáticas, ensaios clínicos, além de trabalhos clássicos sobre o __________________________________________________________________________________________901 NUTRIR GERAIS, Ipatinga, v. 6 n. 10, p. 900-917, fev./Jul. 2012. ___________________________________________________________________ assunto. A proposta deste artigo foi revisar a literatura buscando informações dos probióticos, investigar sua segurança/eficácia, mecanismos de ação e estudos clínicos. REVISÃO DA LITERATURA Segundo Gordon (2008), provavelmente, o primeiro autor da medicina ocidental a publicar sobre o tema dos probióticos, em 1908, foi o russo ganhador do Prêmio Nobel Llya Metchnikoff, quando descreveu a longevidade em pessoas na Europa Oriental que possuíam um consumo elevado de leite fermentado. Metchnikoff teorizou que os microorganismos proteolíticos produzidos no cólon são substâncias tóxicas responsáveis pelo processo de envelhecimento, e propôs que as bactérias presentes no leite fermentado produziam substâncias que inibiam o crescimento de bactérias patogênicas e, assim, prolongavam a longevidade dos consumidores. No entanto, o termo probiótico só foi adotado em 1965 por Stillwell e Lilly. Fuller (1989) afirmou que os probióticos eram simplesmente definidos como suplementos alimentares à base de microrganismos vivos que afetariam beneficamente seu hospedeiro, promovendo um equilíbrio de sua microbiota intestinal. Segundo Isolauri (2000), probiótico é um suplemento alimentar microbiano vivo que afeta de forma benéfica seu receptor, por melhorar o balanço microbiano intestinal. Para De Vrese (2001), o termo probiótico inclui produtos com microrganismos viáveis em quantidades adequadas capazes de alterar a microbiota das mucosas ou colonizar um sistema hospedeiro produzindo melhoria da saúde. A definição atualmente aceita internacionalmente é a sugerida pela FAO/OMS (Food and Agriculture Organization of United Nations; World Health Organization) de 2002: “probióticos são organismos vivos que, quando administrados em quantidade adequada, conferem efeito benéfico à saúde do hospedeiro”. Uma das essenciais funções da microbiota intestinal é o aproveitamento de energia a partir de elementos da dieta que poderiam ser eliminados pela excreção. Os polissacarídeos que não são digeridos (prebióticos) são metabolizados pelos microrganismos residentes e formam ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), como o acetato, proprionato e o butirato. Os AGCC apresentam um importante valor na manutenção da camada epitelial, pois as células epiteliais __________________________________________________________________________________________902 NUTRIR GERAIS, Ipatinga, v. 6 n. 10, p. 900-917, fev./Jul. 2012. ___________________________________________________________________ colônicas obtêm cerca de 70% de sua energia procedente da oxidação do butirato. Este também atua como um fator trófico para células de tecidos intactos (CUMMINGS, 1997). Saad (2006) concluiu que para garantir benefícios à saúde, os probióticos devem ser ingeridos diariamente. Alterações favoráveis na composição da microbiota intestinal foram observadas com doses de 100g de produto alimentício contendo 10 9 UFC de microrganismos probióticos, geralmente com a administração durante o período de 15 dias. Assim sendo, para serem de importância fisiológica ao consumidor, os probióticos devem alcançar populações acima de 106 a 107 UFC/g ou mL de bioproduto. Segundo Oliveira et al. (2007), as doses ainda não foram bem estabelecidas. Para que um efeito benéfico seja conferido ao indivíduo, as bactérias probióticas devem estar presentes em quantidades viáveis ao serem consumidas. Ainda que o nível ainda não esteja bem estabelecido, deve variar de acordo com a espécie e cepas utilizadas. Atualmente, a recomendação é com base na porção diária de microrganismos viáveis que devem ser ingeridos, sendo o mínimo estipulado de 108 a 109 UFC/dia (BRASIL, 2007). Estudos realizados em humanos por cerca de um ano, com administração de Lactobacilos e Bifidobactérias na dose de 106-109 UFC/dia, não demonstraram nenhum efeito adverso (BATISTA, 2002). O trato gastrointestinal contém uma complexa população de bactérias que constituem a microbiota intestinal (ANDOH; FUJIYAMA, 2006). Conforme Harmsen et al. (2000), o tipo de parto exerce influencia sobre a composição da microbiota intestinal. O intestino do feto é estéril, no entanto, quando há possibilidade de realização de parto normal, ele será colonizado por microrganismos da microbiota vaginal e da microbiota natural dos pais. Este fato leva a uma inoculação de bactérias diversas como bifidobactérias, enterobactérias, bacteroides, clostrídios e cocos gram-positivos. Já os nascidos por cesariana são colonizados por bactérias do próprio ambiente. Saarela (2000) destaca que a maior parte das culturas probióticas é originada do intestino humano ou animal. Deste modo, estas culturas são capazes de fazer parte da microbiota do hospedeiro, mesmo temporariamente, depois de consumidas. Pode-se dizer que uma linhagem probiótica irá desempenhar de modo mais completo seu efeito benéfico quando estiver em __________________________________________________________________________________________903 NUTRIR GERAIS, Ipatinga, v. 6 n. 10, p. 900-917, fev./Jul. 2012. ___________________________________________________________________ ambiente da mesma natureza ao qual foi isolado. Logo, é recomendável que microrganismos probióticos para consumo humano sejam de procedência humana. Segundo Waitzberg (2009), a microbiota intestinal humana divide-se em: microbiota dominante que inclui as bifidobactérias, microbiota subdominante, que inclui os Lactobacillus e microbiota residual, que estão incluídos Pseudomonas, Clostridium e Klebsiella. A microbiota do intestino grosso contém uma composição diversificada. Estima-se que seja colonizado por pelo menos 400 espécies de microrganismos. Esta população bacteriana é responsável pelo desenvolvimento do sistema-imunológico do recém-nascido, induzindo a maturação de células responsáveis pela regulação das respostas imunológicas (COSTA, 2011). Acredita-se que os efeitos benéficos exercidos pelos probióticos estejam relacionados ao fato de que a microbiota intestinal pode proteger os indivíduos contra infecções e que os distúrbios dessas populações de microrganismos podem aumentar a susceptibilidade a infecções. Assim, o ecossistema bacteriano intestinal em condições normais representa uma barreira efetiva em oposição aos microrganismos patogênicos e oportunistas (KARKOW, 2007). Segundo Amores et al. (2004) alguns dos mecanismos de atuação dos probióticos são através da competição com os microrganismos patogênicos por nutrientes e espaço físico; competição por sítios de ligação; produção de substâncias antimicrobianas como bacteriocinas, ácidos graxos de cadeia curta, peróxido de hidrogênio e ácido lático; estímulo ao sistema imune. Dentre os mecanismos de ação dos probióticos destaca-se a “exclusão competitiva”, através da qual as bactérias probióticas impedem a colonização da mucosa por microrganismos potencialmente patogênicos, por meio de competição por sítios de adesão na mucosa, competição por nutrientes, e através da produção de compostos antimicrobianos (GUARNIER; MALAGELADA, 2003). Os efeitos benéficos dos probióticos são baseados no conhecimento de que a microbiota intestinal pode proteger os indivíduos contra infecções e que o distúrbio dessas populações de microrganismos pode aumentar a suscetibilidade às infecções. Os efeitos dos microrganismos são específicos de cada linhagem (cepa) e podem atuar tanto na modulação da microbiota intestinal como no sistema imunológico (LARAYAR, 2005). No estudo duplo-cego sobre diarreia nosocomial realizado por Szajewska et al. (2001) foi avaliada a eficácia do Lactobacillus casei rhamnosus GG (LGG) administrado por via oral na __________________________________________________________________________________________904 NUTRIR GERAIS, Ipatinga, v. 6 n. 10, p. 900-917, fev./Jul. 2012. ___________________________________________________________________ prevenção desta doença em 81 crianças, na dose de 6 x 10 9 UFC duas vezes ao dia por via oral. Verificou-se que o LGG reduziu o risco de diarreia nosocomial e constatou-se que a prevalência de infecção por rotavírus foi semelhante nos LGG e no grupo placebo. No entanto, o uso de LGG comparado com placebo reduziu significativamente o risco de gastroenterite por rotavírus. Foi concluído que o uso profilático de LGG reduziu significativamente o risco de diarreia nosocomial em crianças, particularmente gastroenterite por rotavírus nosocomial. Costa-Ribeiro et al. (2003) mediram o efeito de LGG em crianças internadas em uma unidade metabólica com desidratação moderada grave e diarreia aguda grave. Nesse estudo os LGG não reduziram a duração diarreia. Sendo assim, os autores concluíram que, ou os probióticos não foram eficazes nas formas mais graves de diarreia, ou em uma diarréia de curta duração, de aproximadamente 39 horas, a administração de probióticos não foi suficiente para permitir uma colonização contínua. Billoo et al. (2006) utilizaram o S. boulardii na terapia de diarreia aguda em crianças. Foi observada uma diminuição do curso de dieta aguda em crianças que receberam a preparação probiótica via oral. As crianças tratadas com S. boulardii apresentaram 50% de redução no número de episódios de diarreia, comparadas com o grupo controle. Penna et al. (2009) utilizaram na prevenção de diarreia em 139 crianças hospitalizadas uma preparação probiótica que continha 2,6x108 UFC de Lactobacillus delbrueckii/grama de leite em pó, onde 72 crianças pertenceram ao grupo probiótico e 67 ao grupo placebo. As crianças do grupo do probiótico tiveram uma frequência de diarreia de 13,90%, enquanto no grupo placebo foi de 9,00%, sem diferença estatística significante entre os grupos. Foi concluído que o uso do Lactobacillus delbrueckii não foi eficaz na prevenção de diarreia em crianças internadas por curto período. Chen et al. (2010) avaliaram os efeitos microbiológicos, clínicos e imunológicos dos probióticos na diarreia infecciosa aguda em 304 crianças hospitalizadas por diarreia aguda que receberam uma mistura de Bacillus mesentericus, Enterococcus faecalis e Clostridium butyricum ou placebo por via oral 3 vezes ao dia durante 7 dias. Amostras de fezes foram homogeneizadas para a cultura de bactérias e células sanguíneas foram isoladas de cultura de células e análise de citocinas. Foi verificado no soro o aumento da IL-10 e o fator de necrose tumoral α; Interferon-γ e IL-12, moderadamente elevados no grupo probióticos, em comparação com o grupo placebo. __________________________________________________________________________________________905 NUTRIR GERAIS, Ipatinga, v. 6 n. 10, p. 900-917, fev./Jul. 2012. ___________________________________________________________________ Foi concluído que esta mistura de probióticos reduziu a severidade de diarreia e o tempo de internação, além de restaurar a microbiota intestinal benéfica, melhorando a imunidade do hospedeiro de proteção, como regulação de citocinas pró-inflamatórias e aumento da regulação de citocinas antiinflamatórias. A eficácia dos probióticos na prevenção e tratamento da diarreia associada aos antibióticos tem sido comprovada. Siitonen et al. (1990) ao avaliarem 16 voluntários saudáveis tomando Eritromicina durante 7 dias, observaram que a administração concomitante de LGG no iogurte não só reduziu o número de dias com diarréia, mas também diminuiu os efeitos secundários associados, tais como dor abdominal. Um estudo duplo cego controlado foi realizado por Arvolla et al. (1999) com 119 crianças de 4 anos, que faziam tratamento com antibióticos para infecções respiratórias, juntamente com cápsulas de LGG ou de placebo. Foi observada a manifestação de diarreia em 5% das crianças que receberam probiótico e em 16,00% das que receberam placebo. Segundo De Vrese (2007), o uso de antibióticos pode ocasionar uma perturbação da microbiota intestinal, gerando um crescimento excessivo de bactérias normalmente inofensivas e consequente diárreia com sintomas relacionados com a produção de toxinas. Em um estudo randomizado, duplo-cego controlado por placebo, em indivíduos com idade superior a 50 anos usando combinação L. casei, L. bulgaricus e S. thermophilus duas vezes por dia durante um curso de antibióticos e de uma semana após a conclusão da terapia antibiótica mostrou redução na incidência de AAD (HICKSON et al., 2007). Zanello et al. (2009) com 170 pacientes administrando Vancomicina junto com S. boulardii ou Vancomicina mais o placebo. Foi observado um decréscimo significativo na decorrência da diarreia nos pacientes tratados com o probiótico (16,70%) comparados com o do grupo placebo (50,00%). Tabbers et al. (2011) estudou em 159 crianças com constipação um produto lácteo fermentado contendo B. lactis DN-173 010 ou um produto de controle duas vezes ao dia durante 3 semanas. Ambos os grupos apresentaram um aumento na frequência de fezes desde o início até ao fim de 3 semanas de consumo do produto mas a diferença não foi estatisticamente significativa. __________________________________________________________________________________________906 NUTRIR GERAIS, Ipatinga, v. 6 n. 10, p. 900-917, fev./Jul. 2012. ___________________________________________________________________ Estudos experimentais têm indicado o potencial efeito protetor das bactérias ácido-láticas (BALs) contra o desenvolvimento de tumores do cólon. Os mecanismos pelos quais as BALs podem inibir o câncer de cólon ainda não estão bem esclarecidos. Os mecanismos podem envolver: modificação da atividade metabólica da microbiota intestinal; alterações das condições fisiológicas do cólon, degradação de carcinógenos potenciais alterações qualitativas e quantitativas da microbiota intestinal (BERDANI; ROSSI, 2009). O mecanismo de ação através dos quais os microrganismos probióticos diminuem a exposição do hospedeiro a agentes carcinogênicos se dá por: detoxicação de carcinógenos ingeridos, modificação do ambiente intestinal diminuindo a população de bactérias putrefativas, produção de compostos podendo afetar a produção de compostos que inibem o crescimento de células tumorais, estimulação do sistema imune que age contra a proliferação de células tumorais (ANTUNES, 2007). Tem-se sugerido que os probióticos são capazes de reduzir a resposta inflamatória (com diminuição das citocinas, da hipersensibilidade e aumento da atividade fagocitária), alterar a atividade metabólica das bactérias intestinais e reduzir o número de bactérias envolvidas na prócarcinogênese e na mutagênese (DENIPOTE, 2010). Os probióticos podem exercer influência na resposta imunológica, fazendo com que haja produção de citocinas antiinflamatórias ou direcionando o aumento da produção de IgA secretora. Além disso, a degradação de patógenos por enzimas de probióticos irá reduzir a taxa de exposição a antígenos. Estes e outros mecanismos contribuem para limitar a quantidade de bactérias não benéficas que venham a chegar ao trato gastrintestinal (COSTA, 2011). Vários probióticos são capazes de exercer efeitos hipercolesterolêmico, o que contribui de maneira significativa, para redução do colesterol. Este pode ser obtido sob três formas: utilizando o colesterol no intestino e reduzindo sua absorção; aumentando a excreção de sais biliares e produzindo ácidos graxos voláteis no cólon que podem ser absorvidos e interferir no metabolismo de lipídios no fígado (MANZONI et al. 2008). Em um estudo realizado por Naruszewicz et al. (2000), a ingestão de uma bebida contendo L. plantarum 299v promoveu uma alteração benéfica (LDL: reduziu 12,00%; HDL: elevou em 10,00%) em homens fumantes. A administração de L. paracasei LTH 2579, L. fermentum (PCC) e LGG não resultou em efeito hipocolesterolemiante. __________________________________________________________________________________________907 NUTRIR GERAIS, Ipatinga, v. 6 n. 10, p. 900-917, fev./Jul. 2012. ___________________________________________________________________ Um estudo realizado por Manzoni et al. (2008) utilizando modelos animais distintos, mostrou os efeitos benéficos do iogurte de soja fermentando com E. faecium CRL 183 nos lipídios séricos. Foi constatada a redução dos níveis de colesterol total (18,40%) e elevação dos níveis de HDL (17,80%). Hatakka et al. (2008) realizaram um estudo em homens hipercolesterolêmicos. O objetivo do estudo foi examinar o efeito da administração de cápsulas de Lactobacillus rhamnosus LC705 e Propionibacterium ssp Shermani. Os indivíduos consumiram diariamente as cápsulas contendo os probióticos em doses de 2x 1010 bactérias ou duas cápsulas de placebo. Como resultados obtiveram a não alteração nos níveis de colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos comparados com o grupo placebo. A administração de Lactobacillus rhamnosus LC705 e Propionibacterium ssp Shermani não afetou lipídios séricos. Administração de probióticos melhorou os casos de gastrites associadas ao H. pylori, diminuindo a densidade populacional dessa bactéria no estômago, podendo ser um meio de prevenção ou de redução da colonização gástrica deste microrganismo. Alguns Lactobacillus resistem ao pH gástrico aderindo à mucosa e residindo transitoriamente no estômago, por conseguinte abrandando a sua quantidade no estômago (COSTA, 2011). Na cavidade oral, uma recente pesquisa bibliográfica (DHINGRA, 2011) verificou que os estudos relacionando probióticos e gengivite apresentavam inúmeras falhas metodológicas com alto índice de viés para que se chegue a definitivas conclusões. O autor concluiu que os atuais ensaios clínicos randomizados têm importantes limitações metodológicas e por isso ainda não há provas suficientes para apoiar a eficácia dos probióticos no tratamento de gengivites. Segundo Martins et al. (2005), o uso da terapia com probióticos tem uma vantagem que é a inexistência de efeitos secundários, como a seleção de bactérias resistentes, onde os efeitos benéficos destes microrganismos são semelhantes da microbiota normal do corpo humano, utilizando aqueles que possuem eficácia confirmada, como bifidobactérias, lactobacilos e leveduras. Para Salmien et al. (2004), uma bacteremia causada por Lactobacilus spp. tem um risco estimado inferior a 1/1.000.000, mas estados de imunossupressão, pré-hospitalizados, algumas morbidades e pré-antibioterapia aumentam a predisposição. __________________________________________________________________________________________908 NUTRIR GERAIS, Ipatinga, v. 6 n. 10, p. 900-917, fev./Jul. 2012. ___________________________________________________________________ No mercado brasileiro, os produtos comerciais encontrados (Tabela 1) raramente atendem às determinações da legislação, tanto em relação ao número mínimo de microrganismos viáveis quanto em relação à correta identificação da cultura presente no produto (OLIVEIRA, 2007). Tabela 1. Principais alimentos probióticos produzidos no Brasil (Adaptada de Oliveira, 2007). Produto Actimel Activia Fabricante Danone Danone Probiótico Lactobacillus casei defensis Lactobacillus bulgaricus Streptococcus thermophilus Bifidobacterium DN-173 010 Lactobacillus casei Lactobacillus acidophilus Batavito Batavo Biofibras Batavo Chamyto Nestlé Dietalat Parmalat LC1 Active Nestlé Nesvita/Actfibras Nestlé Vigor Club Vigor Yakult Yakult Lactobacillus bulgaricus Streptococcus thermophillus Lactobacillus acidophilus NCC 208 Fibras prebióticas Bacilos probióticos Lactobacillus acidophilus Lactobacillus casei Lactobacillus casei Shirota Yakult 40 Yakult Lactobacillus casei Shirota Lactobacillus acidophilus Bifidobacterium lactis Lactobacillus johnsonii Lactobacillus helveticus Lactobacillus acidophilus Bifidobacterium lactis Justificativa Atua na flora intestinal. Regula o trânsito intestinal. Ajuda no equilíbrio da flora intestinal por meio dos lactobacilos Lcasei. Regula a flora intestinal. Auxilia no bom funcionamento do intestino Ajuda a regular a flora intestinal quando associada a hábitos de vida saudáveis Ajuda a reforçar as defesas naturais. Agiliza e regula o funcionamento do intestino. Normaliza o equilíbrio da flora intestinal. Auxilia na digestão e absorção dos nutrientes e no equilíbrio da flora intestinal. DISCUSSÃO Mesmo sendo um tema moderno, a literatura científica apresenta inúmeras definições para o termo probiótico ao longo dos anos. Os probióticos foram inicialmente definidos como suplementos alimentares à base de microrganismos vivos que promovem o balanço da microbiota intestinal (FULLER, 1989; ISOLAURI, 2005; KARKOW et al., 2007) e podem ser incluídos no grupo de alimentos funcionais (NICOLI et al., 2001; VARAVALLO et al., 2008). __________________________________________________________________________________________909 NUTRIR GERAIS, Ipatinga, v. 6 n. 10, p. 900-917, fev./Jul. 2012. Formatado: Tabulações: 7,45 cm, À esquerda ___________________________________________________________________ Entretanto, a definição atualmente aceita internacionalmente é de que probióticos são organismos vivos administrados em quantidade adequada que conferem efeito benéfico à saúde do hospedeiro (FAO/OMS, 2002). Foi verificado que a microbiota do intestino contém uma composição diversificada sendo colonizado por cerca de 400 espécies de microrganismos responsáveis pelo desenvolvimento do sistema-imunológico (VARAVALLO et al., 2008; COSTA, 2011). No trato gastrointestinal existem bactérias consideradas benéficas, probióticas, como por exemplo, as Bifidobactérias e Lactobacilos e aquelas consideradas prejudiciais, como as Enterobacteriaceae e Clostridium ssp (WALKER, 2002; VARAVALLO et al., 2008; WAITZBERG, 2009). Todavia as principais bactérias empregadas nos alimentos probióticos são do gênero Lactobacillus e Bifidobacterium (MARSHALL,1991; MORAIS, 2006; BADARÓ et al., 2008), e em menor escala as bactérias Enterococcus faecium e Streptococcus thermophilus (COPPOLA, 2004; OLIVEIRA et al., 2007). Além disso, há também o estímulo da resposta imune por aumento da produção de anticorpos, ativação de macrófagos, proliferação de células T e produção de interferon, entre outros (PELUSO et al., 2007; COSTA, 2011). Todavia, ainda é necessário se obter maiores esclarecimentos sobre o real mecanismo pelos quais essas bactérias estimulam o sistema imune. Diversos autores tem estudado a atuação dos probióticos na diarreia. Szajewska et al. (2001) em seu estudo com LGG verificou redução do risco de diarreia nosocomial em crianças, diferente dos achados de Costa-Ribeiro et al. (2003), que em seu estudo que os LGG não foram eficazes nas formas mais graves de diarreia. Em estudo realizado por Billoo et al. (2006) com uso de S. boulardii foi observada diminuição do curso de dieta aguda em crianças, assim como Chen et al. (2010) que verificaram que uma mistura de Bacillus mesentericus, Enterococcus faecalis e Clostridium butyricum reduziu a severidade de diarreia além de restaurar a microbiota intestinal benéfica. Em outro estudo, Penna et al. (2009) verificaram que o uso do Lactobacillus delbrueckii não foi eficaz na prevenção de diarreia em crianças internadas por um curto período. Com relação à atuação dos probióticos na diarreia associada ao uso de antibióticos os autores foram unânimes em afirmar a eficácia dos probióticos na prevenção e tratamento (SIITONEN et al., 1990; ARVOLLA et al., 1999; DE VRESE, 2007; HICKSON et al., 2007; ZANELLO et. al, 2009). __________________________________________________________________________________________910 NUTRIR GERAIS, Ipatinga, v. 6 n. 10, p. 900-917, fev./Jul. 2012. ___________________________________________________________________ Na atuação das culturas probióticas na intolerância à lactose há um consenso entre os autores (DE VRESE et al., 2000; KNUT, 2001; PRETTO et al., 2002; SAAD, 2006) que elas podem promover melhora da digestão devido à presença ativa de β-galactosidase microbiana nos fermentos. Salmien et al. (2004) ainda acrescenta que o mecanismo de atuação envolve a redução da concentração da lactose presente no leite fermentado, pelo uso por bactérias com alta atividade de enzima lactase. Quanto à atuação dos probióticos na constipação intestinal, os autores Ouwehand et al. (2002), Guarner et al. (2005), Saad (2006) e Yang et al. (2008) verificaram um aumento na frequência evacuatória dos pacientes restaurando o equilíbrio da microbiota e o peristaltismo intestinal. Todavia, Tabbers et al. (2011) verificou em seu estudo que os grupos apresentaram um aumento na frequência de fezes desde o início até ao fim de 3 semanas de consumo do produto, mas a diferença não foi estatisticamente significativa. Vários estudos experimentais têm indicado para o potencial efeito protetor das bactérias ácido-láticas (BALs) contra o desenvolvimento de tumores do cólon. Os mecanismos pelos quais as BALs podem inibir o câncer de cólon ainda não estão bem esclarecidos (BERDANI; ROSSI, 2009). Desta forma, a redução de microrganismos produtores de enzimas pró-carcinogénicas pode beneficiar o hospedeiro (BERDANI; ROSSI 2009). Algumas evidências sugerem que os probióticos são capazes de reduzir a resposta inflamatória (com diminuição das citocinas, da hipersensibilidade e aumento da atividade fagocitária), alterar a atividade metabólica das bactérias intestinais e reduzir o número de bactérias envolvidas na pró-carcinogênese e na mutagênese (PARVEZ, 2007; DENIPOTE, 2010). Os probióticos podem exercer influência na resposta imunológica, fazendo com que haja produção de citocinas antiinflamatórias ou aumento da produção de IgA secretora, entre outros mecanismos que contribuem para limitar a quantidade de bactérias não-benéficas que venham a chegar ao trato gastrintestinal (COSTA, 2011). Todavia, ainda é necessário se obter maiores esclarecimentos sobre o real mecanismo pelos quais essas bactérias estimulam o sistema imune (PELUSO et al., 2007). Vários estudos demonstraram a utilização dos probióticos na redução significativa dos níveis de colesterol total pela diminuição do colesterol LDL, enquanto os níveis de HDL aumentam ligeiramente (NARUSZEWICZ et al., 2000; VARAVALLO et al., 2008). Um estudo __________________________________________________________________________________________911 NUTRIR GERAIS, Ipatinga, v. 6 n. 10, p. 900-917, fev./Jul. 2012. ___________________________________________________________________ realizado por Manzoni et al. (2008) com E. faecium constatou a redução dos níveis de colesterol total (18,40%) e elevação dos níveis de HDL (17,80%). Já a administração de L. paracasei, L. fermentum e L. rhamnosus GG não resultou em efeito hipocolesterolemiante (NARUSZEWICZ et al., 2000). Concordando com estes achados, Hatakka et al. (2008) realizaram um estudo em homens hipercolesterolêmicos e constataram que não houve alteração nos níveis de colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos quando administrados Lactobacillus rhamnosus LC705 e Propionibacterium SSP Shermani. No mesmo estudo de Naruszewicz et al. (2000), a ingestão de uma bebida contendo L. plantarum 299v promoveu uma alteração benéfica. Na associação dos probióticos com a gastrite associada ao Helicobacter pylori, diversos estudos realizados mostraram que a administração de probióticos gerou melhoras nos casos, havendo supressão do mesmo e redução da inflamação da mucosa gástrica (SAKAMOTO et al., 2001; COSTA, 2011; ARMUZZI et al., 2001). Todavia nos achados de Cremonini et al. (2002) não houve diferença na erradicação do H. pylori. Segundo Oliveira et al., (2007), o nível de ingestão de probióticos ainda não está bem estabelecido e deve variar de acordo com a espécie e cepas utilizadas. Bezkorovainy (2001) afirmou que o consumo de produtos que contenham os probióticos deve ser contínuo. BRASIL (2002; 2007) destaca que a quantidade mínima viável deve estar entre 108 a 109 UFC/dia, para Saad (2006) e Antunes (2007) deve alcançar populações acima de 106 a 107 UFC/dia. Quanto aos efeitos colaterais do uso de probióticos, ainda não foram relatados na literatura científica conforme Batista (2002) e Martins et al. (2005). Todavia, deve-se destacar que a chance de uma bacteremia em estados de imunossupressão, pré-hospitalizados, algumas comorbidades e pré-antibioterapia aumenta (Salmien et al., 2004). CONCLUSÃO Sabe-se que há uma grande importância do papel da microbiota intestinal na manutenção da saúde e prevenção de doenças. Os achados deste artigo nos levam a concluir que mais pesquisas devem ser realizadas em alguns campos, como definir a real atuação dos probióticos na diarréia e na constipação intestinal, na redução significativa dos níveis de colesterol, no mecanismo de ação na resposta imunológica e a quantidade correta de ingestão de probióticos. __________________________________________________________________________________________912 NUTRIR GERAIS, Ipatinga, v. 6 n. 10, p. 900-917, fev./Jul. 2012. ___________________________________________________________________ Todavia em outras áreas, esta revisão demonstrou que os probióticos foram capazes obter sucesso e gerar consenso entre os autores, como na diarreia associada ao uso de antibióticos, na atuação das culturas probióticas na intolerância à lactose e, até o momento, quanto à ausência de efeitos colaterais. Portanto, pode-se observar que inúmeros estudos têm comprovado que há promoção de saúde na incorporação dos probióticos na alimentação humana, e em quantidades terapêuticas, todavia os resultados dos estudos ainda são controversos e, por isso, mais estudos são recomendados, especialmente para elucidar alguns mecanismos de ação ainda desconhecidos. REFERÊNCIAS ALMEIDA, F.H.S.; SILVA, I.B.S.; NOGUEIRA, R.R.; ARÊDES E.M.; SILVA, C.C.M. Probióticos e seus efeitos sob a compreensão do consumidor. Revista Científica da Faminas, v. 3, n. 1, p. 367, 2007. AMORES, R.; CALVO, A.; MAESTRE, J. R.; MARTÍNEZ-HERNÁNDEZ, D. Probióticos. Revista Espanola de Quimioterapia, v.17, n.2, p. 131-139, 2004. ANDOH, A.; FUJIYAMA, F. Therapeutic approaches targeting intestinal microflora I inflammatory bowel disease. World Journal of Gastroenterology, v. 12, n. 28, p. 4452-4460, 2006. ANTUNES, A. E. C.; SILVA, E.R.A.; MARASCA, E.T.G.; MORENO, I.; LERAYER, A. L. S. Probióticos: agentes promotores de saúde. 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