Dia do Hidrógrafo
28 de Setembro
MEDALHA
PRÍNCIPE ALBERT I
XVIII Conferência Hidrográfica Internacional, realizada
em Monte Carlo - Mônaco, a
Capitão-de-Fragata (T)
Izabel King Jeck e o Capitão-de-Corveta Aluízio
Maciel de Oliveira foram
agraciados com a Medalha
Príncipe Albert I de Mônaco.
pág 06
Editorial
com grande satisfação que a
Diretoria de Hidrografia e
Navegação (DHN) apresenta a 1ª Edição do periódico
“Informativo da DHN”. A proposta
desse veículo é capilarizar a
divulgação das atividades
desenvolvidas no âmbito desta
Diretoria junto ao público interno,
às diversas entidades de pesquisas, instituições acadêmicas, ao
setor privado e à toda Comunidade Marítima, potencialmente
parceiras e colaboradoras em
projetos.
Vislumbra-se, assim, a consolidação de ações cooperativas, no
presente, entre os diversos
órgãos, e a construção de um
futuro científico, que continue a
afiançar o padrão de excelência
e o estado da arte nos projetos
desenvolvidos no país, afetos à
Hidrografia, Meteorologia,
Navegação, Cartografia, Oceanografia e Sinalização Náutica.
O lançamento do Informativo,
que terá periodicidade quadrimestral, coincide ainda com as
comemorações alusivas ao Dia
do Hidrógrafo, 28 de setembro,
É
data na qual reverenci- elevado padrão de respeitabiliam-se os feitos do dade e de reconhecimento junto
Capitão-de-Fragata aos organismos internacionais e à
Manoel Vital de Oliveira comunidade marítima.
– Patrono da Hidrogra- Além disso, mostramos a Comisfia Brasileira, de outros são “Oceano Leste III”, realizada
ilustres hidrógrafos do pelo Navio Oceanográfico
passado que também Antares, de 29 de maio a 20 de
contribuíram com a julho, na qual concluiu, com
formação do Serviço sucesso, inúmeras atividades
Hidrográfico Brasileiro, bem como afetas à Hidroceanografia e à
de homens e mulheres, que Meteorologia; a biografia de um
labutam no presente, a fim de ilustre Hidrógrafo, o Almirante-dehonrarem e dignificarem o Esquadra Maximiano Eduardo da
esforço, o legado e os exemplos Silva Fonseca, com suas principais
de desprendimento, profissiona- contribuíções para a Hidrografia;
lismo, dedicação ao serviço e a “Hidrografia do Amanhã”, com
amor à Pátria deixados por esses informações sobre o Serviço de
Hidrógrafos precursores.
Tráfego de Embarcações; um
A matéria de capa faz referência “flash” do cotidiano do Compleao “Dia do Hidrógrafo”, à sua xo Naval da Ponta da Armação,
importância e aos desafios, local onde localiza-se a DHN; e as
perspectivas e responsabidades atividades da Confraria do “Bode
a serem experimentadas por Verde”.
todos nós nos anos vindouros.
Por fim, crendo que este periódiO periódico apresenta, ainda, a co irá robustecer o espírito
participação de representantes cooperativo entre as diversas
da MB em eventos e no colegia- instituições dessa área do conhedo de organismos internacionais, cimento e a Marinha do Brasil,
com destaques à premiação de parabenizo aqueles que colabodois oficiais do Centro de Hidro- raram com a concretização
grafia da Marinha durante a desse projeto e desejo a todos
cerimônia de abertura da XVIII uma leitura agradável e elucidaConferência Hidrogáfica Interna- tiva.
cional, em Monte Carlo – Môna“Restará sempre muito o que
co, e à eleição de um oficial da
fazer!”
DHN como Perito para a Comissão de Limites da Plataforma
Marcos Nunes de Miranda
Continental das Organizações
Vice-Almirante
das Nações Unidas, fatos que Diretor de Hidrografia e Navegação
demonstram, de forma notória, o
“O farol da Ilha Rasa,
Faróis do
Brasil
inaugurado em 31 de
Julho de 1829 no litoral
da cidade do Rio de
Janeiro - RJ, sempre foi
uma questão prioritária. Hoje, além do farol,
Ilha
Rasa
2
funciona uma estação
meteorológica da
Marinha do Brasil.”
Hidrografia
do
Amanhã
Serviço de Tráfego de Embarcações (VTS)
S
erviço de Tráfego de
Embarcações (VTS) é
um auxílio eletrônico à
navegação, com capacidade de prover monitorização ativa do tráfego aquaviário, cujo propósito é
ampliar a segurança da
vida humana no mar, a
segurança da navegação
e a proteção ao meio
ambiente nas áreas em que
haja intensa movimentação de embarcações ou
risco de acidente de grandes proporções. O serviço é
composto normalmente de
Automatic Identification
System (AIS), conjunto de
radares, comunicação em
VHF, circuito fechado de TV
e de um sistema que integra
e disponibiliza as informações necessárias ao operador de VTS em um centro de
operações, de onde são
monitoradas as condições
de navegabilidade na área
do porto e deslocamento
das embarcações.
Informativo da DHN
O VTS surgiu após a
Segunda Guerra Mundial,
em função do aumento do
comércio marítimo entre as
nações e a consequente
ampliação do movimento
nos portos e terminais,
quando se percebeu que
os auxílios à navegação
audiovisuais de curto alcance não eram suficientes
para permitir a total utilização das facilidades dos
portos, sob todas as condições de visibilidade e densidade de tráfego. Os atrasos
gerados pelas condições
ambientais adversas e os
congestionamentos no
tráfego de navios representavam sérios problemas às
operações dos portos e
terminais com consequências em outros modais de
transporte. Nesse sentido,
iniciou-se na Europa a
instalação de um sistema
radar com fins exclusivos de
controle do tráfego (VTS),
que foi rapidamente adota-
do por diversos portos e
terminais daquele
continente.
A esse sistema básico
foram acrescidos
outros módulos e, fruto
dessa evolução tecnológica, surgiram os
conceitos de “Sistema
de Gerenciamento do
T r á f e g o
d e
Embarcações” (VTMS)
e “Sistema de
Gerenciamento e
Informação do Tráfego
de Embarcações”
(VTMIS), de forma a
prover alguma diferenciação entre os antigos VTS e os modernos
sistemas com base informatizada.
Atualmente, passado
o período de modernização, tal diferenciação não
é mais necessária e os
conceitos se confundem,
como nos modelos a serem
adotados nos VTS que serão
implantados futuramente
no Brasil, chamados de
VTMIS e com recursos que
“O VTS surgiu após a
Segunda Guerra
Mundial.”
permitirão o compartilhamento das informações
com agências interessadas
na operação do porto
(Autoridades Portuárias,
Polícia Federal, Receita
Federal etc).
A adoção do serviço
depende unicamente das
Autoridades Portuárias e
Operadores Portuários de
Terminal, devendo ser
implementada em função
ANO 1 • Nº 1 • Edição Quadrimestral
3
Hidrografia do Amanhã
do movimento de embarcações nos portos e terminais.
Algumas Autoridades Portuárias tiveram a
iniciativa de usar isoladamente sensores e recursos
para atenderem as suas
necessidades de monitoramento e controle. Tais
iniciativas, embora
positivas, passaram a
ser erradamente
chamadas de VTS,
uma vez que não
atendem às normas
que regem internacionalmente o sistema, mas que podem
ser considerados
como embriões do
serviço no Brasil. A
International Association of
Marine Aids to Navigation
and Lighthouse Authorities
(IALA), organização internacional vinculada à
International Maritime
Organization (IMO), é a
responsável técnica pelo
provimento dos requisitos
de funcionamento do
serviço.
No Brasil, cabe à
Marinha do Brasil, através
do Centro de Sinalização
Náutica Almirante Moraes
Rego (CAMR), subordinado
à Diretoria de Hidrografia e
Navegação (DHN), a
responsabilidade técnica
em autorizar, licenciar e
inspecionar a operação
dos VTS. Para isso foi publicado em 2009 um conjunto
de regras, que constituem
as “Normas da Autoridade
Marítima para o Serviço de
Tráfego de Embarcações”
(NORMAM-26).
Para a implantação
de um VTS é necessário que
a Autoridade Portuária
proponente envie um
projeto para aprovação do
CAMR, solicitando a licença para implantar o serviço. Após análise e concessão da autorização para
implantação, o proponente adotará as providências
necessárias para aquisição
dos equipamentos e contratação de pessoal qualificado para operação do
serviço, contactando a
Marinha quando as instalações e sistemas estiverem
prontos para entrar
em funcionamento.
Nessa fase, a Marinha
realizará vistoria e
testes visando aferir a
eficiência dos serviços que serão prestados ao navegante e
emitirá a consequente licença para operação.
Até a presente data,
a Marinha do Brasil
recebeu e analisou os
projetos para implantação
do VTS nos portos de Santos
e Rio Grande, sendo que
apenas Santos possui a
autorização para implantação do VTS. No caso do
projeto do porto de Rio
Grande, este foi aprovado
com algumas pendências
que deverão ser solucionadas por aquela Autoridade
Portuária
Visite o Complexo Naval Ponta da Armação
O Espaço da Memória Histórica da Diretoria de
Hidrografia e Navegação, localizado em Niterói, no Rio
de Janeiro, pertence a um patrimônio arquitetônico
construído entre os anos de 1644 e 1666, em pleno período do Brasil Colônia.
É neste Espaço que se guardam registros referentes
à saga histórica da Hidrografia brasileira, como: maquetes, fotos, documentos, entre outros, compreendendo a evolução da Cartografia Náutica, da
Oceanografia, da Meteorologia, da Segurança
da Navegação, da Sinalização Náutica e da Pesquisa
Científica na Antártica.
O Espaço da Memória Histórica da DHN é aberto a
visitações públicas gratuitas, que deverão ser agendadas
pelo telefone (21) 2189-3387 ou pelo e-mail
[email protected]
4
Capa
H
á 183 anos, mais
exatamente no dia 28
de setembro, nascia,
no Recife, o Patrono da
Hidrografia brasileira, o
Capitão-de-Fragata Manuel
Antonio Vital de Oliveira, um
dos nomes mais significativos
de nossa História Naval.
É tradição de todas as Marinhas lembrar daqueles que se
notabilizaram por ações
meritórias e virtudes cívicomilitares. Por isso, o Comandante Vital de Oliveira, hidrógrafo dedicado, é merecedor
de uma justa homenagem,
pois se destacou desde
quando ingressou na Marinha
em 1843.
Nos anos de 1857 a 1862
realizou o primeiro levantamento hidrográfico brasileiro
entre a Foz do Rio São Francisco e a Foz do Rio Mossoró. No
comando do Iate “Paraibano”, explorou o litoral do
Nordeste desde o Rio Grande
do Norte até Alagoas, numa
extensão de mais de 400
milhas, que resultou na confecção de cartas náuticas,
consideradas um dos mais
perfeitos trabalhos de Hidrografia.
O ilustre hidrógrafo se engajou, com patriotismo, nas
operações de guerra e,
dentro da mais genuína
tradição de honra militar,
tombou mortalmente ferido
em combate, no comando do
Couraçado Silvado, durante o
bombardeio à Fortaleza de
Curupaiti, em 2 de fevereiro
de 1867.
É definitivamente marcante,
nos dias de hoje, a integração
dos trabalhos de hidrografia
às atividades da Marinha do
Brasil. Os levantamentos
realizados por nossos oficiais,
naquela época, especialmente na segunda metade
do século XIX, constituem a
estrutura básica das realizações hidrográficas que atingem o presente e projetam-se
Informativo da DHN
DIA DO HIDRÓGRAFO
28 de Setembro
para o futuro
Em 1933, foi inaugurado o
primeiro curso de Hidrografia.
A partir daí, a Hidrografia
passava a ser executada por
oficiais formados na área
técnica, permitindo uma
ação coordenada e constante no sentido de favorecer o
País de um moderno sistema
de cartas náuticas.
Com o empenho das várias
gerações de hidrógrafos,
resultou o que é hoje, a Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), localizada na
Ponta da Armação, em Niterói
(RJ), que dispõe de modernos
equipamentos e presta serviços principalmente nas áreas
de Meteorologia, Cartografia,
Sinalização Náutica, Oceanografia, Hidrografia e Navegação.
Criada pelo Decreto Imperial
n. 6113, de 02 de fevereiro de
1876, sob a denominação de
Repartição Hidrográfica e sob
a direção do Capitão-deFragata Antonio Luiz Von
Hoonholtz, Barão de Teffé,
iniciou-se a gloriosa trajetória
de contribuições da atual
DHN para o desenvolvimento
da Marinha e do País.
Este resumo histórico da
Hidrografia Brasileira ressalta a
importância do HOMEM nas
realizações das tarefas desenvolvidas por esta Organização
Militar. São militares e servidores civis, que executam os
serviços como coleta de
dados oceanográficos,
previsões meteorológicas,
cartas náuticas das áreas sob
sua jurisdição, avisos meteorológicos e sinalização náutica.
Coordenam e desenvolvem
pesquisas hidroceanográficas
e meteorológicas de maneira
autônoma ou em parceria
com instituições públicas e
privadas.
Ao exemplo do passado, o
hidrógrafo de hoje busca o
estado da arte no contínuo
aperfeiçoamento técnicoprofissional, sabendo entender claramente o significado
do nosso lema “Restará sempre muito o que fazer...”
Sendo assim, a Hidrografia,
voltada para o apoio às
Operações Navais e contribuindo para o desenvolvimento
nacional, tem sempre presente, no cumprimento de sua
missão, o exemplo de entusiasmo, de abnegação e
heroísmo de seu patrono Vital
de Oliveira que personificou
integralmente o espírito
hidrográfico que comemoramos no dia 28 de setembro
ANO 1 • Nº 1 • Edição Quadrimestral
5
Artigos
OFICIAIS DA DIRETORIA DE HIDROGRAFIA E NAVEGAÇÃO SÃO
AGRACIADOS COM A MEDALHA PRÍNCIPE ALBERT I DE MÔNACO
E
m 23 de abril, na
cerimônia de abertura da XVIII Conferência Hidrográfica Internacional, realizada em Monte
Carlo - Mônaco, a Capitãode-Fragata (T) Izabel King
Jeck e o Capitão-de-
Corveta Aluízio Maciel de Oliveira, foram agraciados com a Medalha Príncipe Albert I de
Mônaco, pela publicação do artigo "Multibeam Processing for Nautical Charts". O artigo,
publicado em 2009 na Revista Hidrográfica Internacional, foi escolhido pelos estados
membros da Organização Hidrográfica Internacional (OHI) como o melhor artigo publicado naquela revista, no período de 5 anos, compreendido entre 2007 e 2011.
As medalhas foram entregues pelo Príncipe Albert II e o artigo está disponível na
página: http://www.iho-ohi.net/mtg_docs/IHReview/2009/November/Article5.pdf
OFICIAL DA DHN É ELEITO PERITO PARA A COMISSÃO DE LIMITES
DA PLATAFORMA CONTINENTAL DA ONU
N
o dia 16 de junho
de 2012, o ContraAlmirante (RM1)
Jair Alberto Ribas Marques,
Assessor para o Levantamento da Plataforma
Continental (LEPLAC) da
Diretoria de Hidrografia e
Navegação (DHN), foi
eleito como Perito da
Comissão de Limites da
Plataforma Continental
(CLPC) da ONU, por um
período de 5 anos, tomando posse no dia 30 de julho
de 2012. A Eleição ocorreu na XXII Reunião dos
Estados Unidos Partes, da
6
Convenção das
Nações Unidas
sobre o Direito do
Mar (CNUDM),
realizada na Cidade de Nova Iorque.
O Almirante Ribas
obteve 155 votos
dos 158 votantes,
sendo a primeira
vez que o País
alcançou o 1º
lugar dentro do
Grupo da América Latina
e do Caribe - GRULAC.
Foram eleitos 20 peritos dos
diversos grupos regionais,
faltando somente a elei-
ção de um perito do Leste
Europeu, que não apresentou candidatos.
Recortes
da
História
Maximiano Eduardo da Silva Fonseca
Almirante-de-Esquadra
N
asceu em São José
das Tabuas, Estado
do Rio de Janeiro,
em 06 de novembro de
1919 e faleceu, no Rio de
Janeiro, em 03 de abril de
1998.
Tendo cursado a
Escola Naval entre 1937 e
1941, durante o curso mostrou especial entusiasmo
pelas matérias ligadas a
navegação, instrumentos
náuticos e hidrografia.
Dessa forma foi natural a
escolha da sua especialidade: a Hidrografia.
Em 1952, na Amazônia, ainda sem dispor de
equipamentos eletrônicos
de posicionamento, o
então Capitão-Tenente
Maximiano realizou admiráveis trabalhos como
Comandante do Navio
Hidrográfico Rio Branco,
chefiando a comissão que
executou o levantamento
hidrográfico e produziu as
Cartas Náuticas que permitiram a abertura do Canal
Norte do Amazonas a
navios de grande porte.
Posteriormente teve decisiva participação na escolha
no equipamento de posicionamento Raydist, o qual, a
partir de 1955, acelerou
substancialmente a execução do Plano Cartográfico
Brasileiro.
Recebeu, em 1958,
como Imediato, o Navio
Hidrográfico Sírius, construído no Japão.
Informativo da DHN
Em setembro do
mesmo ano, assumiu o
Comando do Navio, no
qual voltou a realizar levantamento na Barra Norte do
Rio Amazonas. No Comando do Navio Hidrográfico
Canopus (1963) completou
o levantamento da costa
sul do Brasil e iniciou o dos
Abrolhos.
Como Comandante
do Centro de Sinalização
Náutica Almirante Moraes
Rego, elaborou o planejamento para recuperação e
melhoramento para a
Sinalização Náutica no
Brasil que consubstanciouse como o primeiro plano
de longo prazo para a
atividade, servindo de base
para a elaboração da
parte do Plano Diretor da
Marinha pertencente à
Sinalização Náutica.
Em 1979, o então
Almirante-de-Esquadra
Maximiano, assumiu a
pasta da Marinha. Na área
da Hidrografia, além da
incorporação dos novos
meios flutuantes, foram
adquiridos novos equipamentos, notadamente o
Sistema de Automação
Cartográfica que veio
colocar a Diretoria de
Hidrografia e Navegação
(DHN) no mesmo nível dos
melhores serviços hidrográficos do mundo. Sua ação
culminou com a transferência da DHN para a Ponta da
Armação, o que vem per-
mitindo, hoje, a contínua
expansão da Diretoria e de
suas organizações militares
subordinadas.
A Sinalização Náutica foi outro setor para o
qual o ministro deu permanente atenção; ao deixar a
pasta, contávamos com
414 faróis e faroletes, destes,
nada menos que 116 haviam sido apresentados na
sua gestão.
Dentre os destacados serviços que o Almirante Maximiano prestou a
Marinha, à Hidrografia
brasileira e suas pesquisas,
cabe ainda lembrar seu
entusiasmo e apoio às
Operações Antárticas,
desde a aquisição do navio
polar Tahla Dan (Barão de
Teffé 1982), seguida pela
Primeira Expedição a Antártica, até a Instalação de
nossa base na Ilha Rei
George, por ocasião da
Segunda Expedição
ANO 1 • Nº 1 • Edição Quadrimestral
7
Aconteceu
COMISSÃO OCEANO LESTE III
Navio Oceanográfico “Antares”
Navio Oceanográfico Antares
N
o dia 29 de maio de
2012 o Navio Oceanográfico “Antares”
desatracou do píer Almirante “Paulo Irineu Roxo de
Freitas” (PIRF) com a missão
de realizar a Comissão
Oceano Leste III, tendo
como tarefas contribuir
para a execução do Plano
de Coleta de Dados Oceanográficos da DHN e apoiar
a produção de informações ambientais necessárias ao planejamento e
condução das operações
navais na área compreendida entre os estados do
Espírito Santo e Alagoas.
Entre as atividades realizadas encontram-se: coletas
de dados físico-químicos da
água do mar através do
conjunto CTD-Rossete,
correntometria com ADCP
de casco, observações
batitermográficas, sondagem GEBCO, coleta de
8
dados meteorológicos,
geomorfológicos, inspeção
na estação maregráfica do
Porto de Maceió, trabalhos
de topografia e geodésica,
além dos lançamentos de
boias de deriva em apoio
ao programa PNBOIA
(Programa Nacional de
náuticos. Cabe ressaltar
que no trecho Vitória x
Salvador o Navio efetuou,
com sucesso, testes com o
equipamento L-ADCP
acoplado ao conjunto CTDRossete.
Lançamento do CTD-Rossete com L-ADCP acoplado
CTD-Rossete com L-ADCP acoplado
Boias). Em termos quantitativos foram realizadas 103
estações oceanográficas,
44 observações batitermográficas, 13 coletas de
amostras de fundo, 23
lançamentos de bóias de
deriva e 9 rastreios de sinais
No dia 6 de junho de 2012,
durante a primeira Pernada
da Comissão, o Navio
realizou cerimônia alusiva
ao seu 24º Aniversário de
Incorporação. No dia 20 de
julho de 2012, o Navio
atracou na Base Naval do
Rio de Janeiro, perfazendo
um total de 34,5 Dias de Mar
e 52 Dias de Comissão
A
pós sediar a 51ª Sessão do Conselho da IALA –
International Association of Marine Aids to
Navigation and Lighthouse Authorities no Rio
de Janeiro, em junho de 2011, o Brasil participou das
últimas duas Sessões, a 52ª, na sede da Associação,
em Saint Germain em Laye, França, em dezembro, e
a 53ª, em Istambul, Turquia, em junho passado.
Esse importante fórum da indústria marítima
mundial, no qual o País tem assento desde 1998,
representado pelo Centro de Sinalização Náutica
“ALMIRANTE MORAES REGO”, é integrado por 24
países e pelo Secretariado daquele organismo
internacional e se reúne duas vezes por ano, a fim de
deliberar sobre assuntos referentes à evolução e ao
uso de equipamentos, sistemas e métodos voltados
aos auxílios à navegação, de forma a contribuir para
a segurança e a eficiência do tráfego marítimo, bem
como para a proteção do meio ambiente. Desses
assuntos, dentre outros diversos, destacam-se os
avanços no desenvolvimento do projeto de eNavigation, do VTS - Vessel Traffic Service e do AIS - Automatic Identification Sistem em
suas múltiplas e amplas aplicações no universo da segurança e controle da navegação.
Participaram dessas sessões, além da representação brasileira, delegados da África
do Sul, Alemanha, Austrália, Canadá, Chile, China, Coréia do Sul, Dinamarca, Espanha,
Estados Unidos da América, França, Finlândia, Holanda, Índia, Irlanda, Japão, Malásia,
Noruega, Reino Unido, Rússia, Senegal, Suécia e Turquia, países que compõem o
Conselho daquela Associação no quadriênio que se encerra em 2014, quando terá lugar
a XVIII Conferência da IALA, a ser realizada em La Corunã, Espanha.
Ainda que breves, em função das sessões de trabalho programadas para a 53ª
Reunião do Conselho, merecem destaques as visitas ao
Centro de VTS de Istambul, local de onde se coordena o
intenso tráfego marítimo no Estreito de Bósforo, e ao LutfKirdasr International Istambul Convention and Exhibition
Centre, local onde será realizado o 12th IALA International
Symposium on Vessel Traffic Services-Beyond the limits...
ao qual o Centro de Sinalização Náutica Almirante
Moraes Rego enviará representante, em especial por esse
serviço estar por ser
implantado em diversos portos
brasileiros nos próximos anos.
No primeiro semestre de
2012 houve também a
participação brasileira nos
Comitês Técnicos de VTS, ANM
Aconteceu
Participação do Brasil na IALA
–Aids to Navigation Management e EEP – Engineering/Environ-ment/Preservation;
A contínua participação do Brasil no Conselho da IALA, bem como em sessões de seus
comitês técnicos, atesta a importância que Diretoria de Hidrografia e navegação e a
Marinha atribuem à segurança da navegação, coerentemente com as responsabilidades do Brasil em sua extensa área marítima, o mar brasileiro – nossa Amazônia Azul
Informativo da DHN
ANO 1 • Nº 1 • Edição Quadrimestral
9
Aconteceu
REFLORESTAMENTO DO MORRO DA ARMAÇÃO
E
stá sendo executado
o reflorestamento do
Morro da Armação
pela Empresa Horto Pendotiba, sem ônus para a MB.
Na fase atual, está sendo
replantada uma parcela
da área total, destruída
pelos sucessivos incêndios
dos últimos anos. É importante esclarecer que a
contribuição desse trabalho trará melhorias significativas como:
- proteção ao talude do
morro, de modo a evitar
escorregamento de camada de solo, como o ocorrido em abril de 2010; e
- diminuição das ocorrências de incêndios, haja vista a
possibilidade de erradicação do capim colonião
(panicum maximum),
elemento mais agressivo ao
solo do morro.
A programação de
execução é de uma área
de 3,2 hectares (32.000 m²)
com o plantio estimado de
8.500 mudas de Mata
Atlântica. A atividade teve
início em 18JUL2012 e deve
perdurar até final de outubro, dependendo das
condições do tempo
9ª Gincana de Pintura do CNPA
A
conteceu no dia 22 de Setembro de 2012, a 9ª Gincana de
Pintura do Complexo Naval da Ponta da Armação, que
teve como tema suas instalações e logradouros,
particularmente a retratação dos aspectos históricos e
tradicionais da sua arquitetura, compreendendo todas as
organizações navais ali sediadas, a saber: a Diretoria de
Hidrografia e Navegação (DHN), o Centro de Sinalização Náutica
Almirante Moraes Rego (CAMR), o Centro de Hidrografia da
Marinha (CHM), a Base de Hidrografia da Marinha em Niterói
(BHMN) e o Grupamento de Navios Hidroceanográficos (GNHo)
WORKSHOP
Normas da Autoridade Marítima para
Levantamentos Hidrográficos
N
os dias 4 e 5 de
outubro, a Diretoria
de Hidrografia e
Navegação (DHN) realizará
um Workshop sobre as
Normas da Autoridade
Marítima para Levantamentos Hidrográficos
(NORMAM-25) e para
Auxílios à Navegação
(NORMAM-17), que contará com a participação de
Representantes da Autoridade Marítima, das Autori-
10
dades Portuárias e das
Entidades Executantes de
Levantamentos Hidrográficos.
Este workshop, coordenado pelos Centros de
Hidrografia da Marinha
(CHM) e de Sinalização
Náutica Almirante Moraes
Rego (CAMR), visa aprimorar os procedimentos relacionados à execução de
Levantamentos Hidrográficos e às propostas de alte-
ração de balizamento,
apresentando aspectos
referentes à legislação e as
inconsistências técnicas
mais usuais.
O evento ocorrerá no
Auditório da Diretoria de
Hidrografia e Navegação,
sito na Rua Barão de Jaceguai, s/nº - CEP: 24048-900 –
Centro – Niterói/RJ. As
atividades começarão às
09h00 e terminarão às
17h00
O Bode Verde
P
ejorativa na origem, "bode verde"era expressão que só se ouvia
em referências jocosas. Nascida por extensão da alcunha
"bode preto", que se dava antigamente ao velho corpo de
maquinistas navais, por comparação com a maçonaria, que os
opositores ferreteavam com tal comparação ao diabo.
Por volta de 1933 começou-se a designar-se como "bode da
hidrografia" ao grupo de oficiais que formavam as primeiras turmas da
especialidade, só então reconhecida oficialmente. Era uma expressão maldosa, pois atribuía uma intenção de exclusividade, de
quadro fechado, aos
oficiais de então, que, ao
“Hidrografia só se faz a contrário disso, pretendiam continuar na
carreira, no Corpo da Armada, como seus
golpes de aríete.”
colegas de outras especialidades, ou era
Capitão-de-Corveta Alves Câmara apenas uma brincadeira, ironizando o "espírito de corpo" que se formava.
Verde, por quê? Porque já se chamava "bode azul"ao grupo de oficiais - radiotelegrafistas, e porque as publicações da Diretoria passaram a ser, desde o primeiro
número dos "Anais", em 1933, de capa em cartolina verde, o que foi apenas acaso.
Foi somente depois de 1940 que a figura de um bode, na cor verde, começou a
aparecer, à guisa de heráldica humorística. Tornara-se moda, nos caça-submarinos,
ostentar símbolos jocosos, e as lanchas hidrográficas, primeiro, e depois os pequenos
navios hidrográficos, vez por outra, exibiam no costado essa figura de um "bode verde".
Evidentemente, isto nunca foi oficial, e mesmo continuou reprovada por muitos oficiais
antigos, como atentado contra a circunspeção de um navio de guerra.
Adotaram-na, porém, as novas gerações de hidrógrafos, como um desafio à tentativa inicial de ridículo, para exprimir o ímpeto na ação que tinha caracterizado e continuava a caracterizar a atividade hidrográfica, desde o ressurgimento de 1931.
Um antigo hidrógrafo, o então Capitão-de-Corveta Alves Câmara, costumava
dizer ---- "hidrografia só se faz a golpes de aríete", mas talvez seja uma simples coincidência a representação do bode rampante que os jovens da época lançaram
CONFRARIA DO BODE VERDE
C
onforme a
p r o g r amação de
eventos para a
Confraria do Bode
Verde para o ano
de 2012, foram realizados três
almoços de confraternização, os de 102° ao 104°, em
08 de março, 05 de maio e 26
de julho, contando-se, respectivamente, com a presença de 41, 54 e 50 participantes, destacando-se a
presença do Oficial Decano
da Hidrografia, Almirante
Hélio Leôncio nesses três
Informativo da DHN
eventos. Tiveram lugar essas
confraternizações no Salão
dos Conselheiros, que domina o quarto andar da venusta Sede Social do Clube
Naval, no Centro do Rio de
Janeiro. Incumbiu-se desses
três almoços o restaurante “O
Navegador”. No dia 03 de
julho, em ambiente anexo ao
Restaurante “O Navegador”,
reuniu-se pela oitava vez, a
Comissão Organizadora da
Confraria do Bode Verde,
contando com as presenças
do seu Grão-Mestre - Almirante Adrião, e Comandan-
tes: Gauthier - Chanceler e
Arauto; Lucimar; Ney Dantas Escrivão e Secretário; Gabriel
– Editor-Chefe; Luiz Carlos –
Ouvidor; e Piovesana - Almoxarife e Provedor. Foram
também convidados a essa
reunião, com o propósito
aumentar e renovar os Membros dessa Comissão, o
Almirante Lawrence e os
Comandantes: Fernando,
Nunes Guimarães e Márcia.
Não participou da reunião,
mas também aceitou fazer
parte da Comissão, o
Comandante Magaldi
ANO 1 • Nº 1 • Edição Quadrimestral
11
Agenda
- 19 de Setembro de 2012
Almoço da Confraria do
Bode Verde;
- 27 de Setembro de 2012
Almoço dos Ex-Diretores;
- 28 de Setembro de 2012
Dia do Hidrógrafo;
- 04 e 05 de Outubro de 2012
Workshop - Normas da
Autoridade Marítima para
Levantamento Hidrográficos;
- 12 de Novembro de 2012
Almoço da Confraria do
Bode Verde;
- 13 a 16 de Novembro de 2012
V Congresso Brasileiro de
Oceanografia.
Expediente
Informativo da Diretoria de Hidrografia e Navegação
Publicação do Centro de Sinalização Náutica Almirante
Moraes Rego(CAMR)
Edição Quadrimestral
Ano 1 • Número 1 • Setembro de 2012
Comandante da Marinha
Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto
Diretor-Geral de Navegação
Almirante-de-Esquadra Gilberto Max Roffé Hirschfeld
Diretor de Hidrografia e Navegação
Vice-Almirante Marcos Nunes de Miranda
Colaboradores
Comandante do Grupamento de Navios
Hidroceanográficos (GNHo)
Capitão-de-Mar-e-Guerra Newton de Almeida Costa
Neto
Diretor do Centro de Hidrografia da Marinha (CHM)
Capitão-de-Mar-e-Guerra Edson Carlos Furtado Magno
Comandante da Base de Hidrografia da Marinha em
Niterói (BHMN)
Capitão-de-Mar-e-Guerra Jailton Pedro Teixeira de
Souza
Diretor do Centro de Sinalização Náutica Almirante
Moraes Rego (CAMR)
Capitão-de-Mar-e-Guerra Ezio Demarco Junior
Tiragem: 3.000
Impressão: Base de Hidrografia da Marinha em Niterói
Projeto Gráfico e Editoração:
CF Giucemar Tabosa Cardoso
CC Gizo Sampaio Machado
1ºTen (RM2-T) Jaqueline do Amparo Alves
SC Flávia Maria da Silva Gonçalves
3ºSG-FR Anderson Fidelis Couto
CB-FR Allan Wesley Duarte Almeida
Sites: www.mar.mil.br e www.dhn.mar.mil.br
Contato:
Assessoria de Comunicação Social - DHN
(21) 2189-3387 e (21) 9669-2068
[email protected]
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Edição 1 - Marinha do Brasil