Citrullus lanatus Da Taxonomia à Ecofisiologia SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus - Biogeografia • A melancia é originária das regiões secas da África tropical, tendo um centro de diversificação secundário no Sul da Ásia. • A melancia cultivada (C. lanatus var. lanatus) deriva provavelmente da variedade C. lanatus var. citroides existente na África Central. • A cultura foi introduzida na América no séc XVI. (Porto, 2003) SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus – Classificação botânica • Família: Cucurbitaceae • Sub-família: Cucurbitoideae • Tribo: Benincaseae • Sub-tribo: Benincasinae • Gênero: Citrullus • Espécie: Citrullus lanatus • Variedade: C. lanatus var. lanatus SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus – Morfologia • A melancia é uma planta herbácea de ciclo vegetativo anual. • O sistema radicular é extenso, mas superficial, com um predomínio de raízes nos primeiros 60 cm do solo. • Os caules rastejantes são angulosos, estriados, pubescentes, com gavinhas ramificadas. • As folhas da melancia são profundamente lobadas. • A espécie é monóica. As flores são solitárias, pequenas, de corola amarela. SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus – Morfologia do fruto • • • • • • • • • • • • • • • • • O fruto é um pepônio. 15. 5. Formato do fruto 1 globular 2 achatado 3 discóide 4 cilíndrico 5 oval 6 cordiforme 7 periforme 8 halteres 9 alongado 10 superior turbinado 11 coroado 12 inferior turbinado 13 curvado 14 pescoço curvo 15 outro • • • • • 16. Gomos no fruto 0 ausentes 3 superficiais 5 intermediários 7 profundos SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus – Morfologia do fruto • • • • • • • • • • • • • • • 17. Cor da casca predominante na maturidade (é a cor que cobre a maior área na superfície do fruto, no caso de duas cores terem a mesma área, a cor mais clara é considerada predominante) 1 verde 2 azul 3 creme 4 amarelo 5 laranja 6 vermelho 7 rosa 8 marrom 9 cinza 10 preto 11 outra • • • • • • • • • • • • • 18. Cor secundária da casca (é a cor que cobre a segunda maior área na superfície do fruto, no caso de duas cores terem a mesma área, a cor mais clara é considerada predominante) 0 sem cor secundária 1 branco 2 verde 3 azul 4 creme 5 amarelo 6 laranja 7 vermelho 8 rosa 9 outra SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus – Morfologia do fruto • • • • • • • • • • • 19. Desenho produzido pela cor secundária 0 sem cor secundária 1 pontilhado (manchas com menos de 0,5cm de diâmetro) 2 manchado (manchas com mais de 0,5cm de diâmetro) 3 listrado (com listras que vão desde o pedúnculo até a cicatriz do botão floral) 4 estriado (com marcas alongadas que não contínuas de um lado a outro do fruto) 5 bisseccional 6 outro • • • • • • • • • 20. Textura da casca 1 lisa 2 granulada 3 levemente enrugada 4 superficialmente ondulada 5 em rede 6 com verrugas 7 com espinhos 8 outra Esquinas-Alcazar, J.T.; Gulick, P.J. Genetic resources of Cucurbitaceae. Roma: IBPGR, 1983. 101 p. SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus – Fisiologia • Sob condições ótimas de temperatura (25 a 30 ºC) a germinação epígia ocorre em 3 dias. A 15-20 ºC são necessárias 2 semanas para que ocorra a emergência. A colheita manual inicia-se 75 a 110 dias após a sementeira. O pedúnculo é cortado com uma faca a cerca de 5 cm do fruto. SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus – Cultivar Crimson Sweet • Progênie de autofecundação, frutos grandes ou pequenos, redondos, polpa vermelha intensa, alto teor de sólidos solúveis, casca com listras verdes largas sobre um fundo claro e uniforme (Ferreira et al. 2006); • Vale salientar que o tipo ‘Crimson Sweet’ é a cor predominante comercialmente no país (Silva et al. 2006). SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus – Melhoramento Genético • Devido ao sistema de cultivo praticado na região Nordeste, em condições de sequeiro e livre de insumos, que propicia uma interessante pressão de seleção para, por exemplo, genótipos tolerantes à seca, doenças e insetospraga e mais adaptados à agricultura orgânica que preconiza um cultivo livre de adubos químicos (Ferreira et al. 2006), hipotetizou-se que as plantas de melancia mantidas por eles eram portadoras de genes úteis para o melhoramento de plantas, principalmente genes para resistência a doenças (Queiróz et al. 2002). • Caracteres como resistênia ao oídio, bem como de prolificidade, podem ser transferido para as cultivares comerciais, como a Crimson Sweet que é deficiente nos mesmos(Queiroz et al. 2002). SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus – Melhoramento Genético • A Embrapa Semi-Árido coordenou várias coletas de cucurbitáceas, obtendo, ao todo, 600 acessos de germoplasma de melancia em 53 municípios do Nordeste brasileiro (Queiróz 1993, Queiróz et al. 1999). • Desta forma, percebeu-se que o uso do germoplasma local, como fonte de matéria prima para o melhoramento de melancia, surge como uma alternativa promissora na obtenção de cultivares que apresentem padrão de casca semelhante ao da cultivar Crimson Sweet (Ferreira et al. 2006) e sobretudo que apresentem genótipos adaptados e resistentes aos principais estresses bióticos da cultura nas condições brasileiras (Queiroz & Souza, 1998). SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus – Melhoramento Genético • Quanto à cor externa, foram encontrados frutos verde-claros e verde-escuros, porém lisos. Também foram encontrados frutos listrados, com listras estreitas e largas, verde-claras e verdeescuras (Queiroz et al. 2002). • Desde final de 1996, a Embrapa Semi-Árido vem estudando a obtenção de híbridos de melancia sem sementes, a partir do desenvolvimento de linhas tetraplóides e diploides de melancia. • Segundo Matsum e Nakai, as plantas 3n e as plantas 4n resultantes poderiam ser distinguidas no campo pelo uso de um marcador genético para a cor da fruta. Os pais diploide têm o verde escuro (D) a fruta, que é dominante ao verde claro (d) fruta dos pais tetraploide. As plantas de Triploide que resultam deste cruzamento terão listrado o verde (fruta de ds). SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus – Pigmentação das Flores • As cores são as características mais fortes das flores nas angiospermas e estão associadas aos sistemas de polinização próprios. • Existem em plantas vasculares, especialmente na corola de angiospermas. • Todas as cores das flores são formadas por um número pequeno de pigmentos. SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus – Os Flavonóides são os pigmentos mais importantes • • • Muitas flores vermelhas, alaranjadas ou amarelas devem suas cores à presença de pigmentos carotenóides, semelhantes àqueles que ocorrem nas folhas da planta (e também em todas as angiospermas, algas verdes e outros organismos). • Antocianinas são as principais determinantes da coloração das flores. • São pigmentos vermelhos e azuis, solúveis em água e encontrados nos vacúolos, cuja acidez interfere na cor a ser apresentada. No entanto, os mais importantes são os FLAVONÓIDES, cuja composição é dada por 2 anéis de 6 carbonos, ligados por uma unidade de 3 carbonos. • Os Carotenóides são solúveis em lipídeos e encontrados nos plastídeos. • A Cianidina apresenta-se vermelha em soluções ácidas, violeta em soluções neutras e azul e soluções alcalinas. Nas folhas, os flavonóides bloqueiam a radiação ultravioleta externa, permitindo a entrada de comprimentos de onda verde-azulado e do vermelho, importantes para fotossíntese. SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus – Pigmentação das flores • • • FLAVONÓIS são comumente encontrados em folhas e flores. Alguns não têm coloração, mas podem contribuir para os tons de marfim e branco em certas flores. As diferentes misturas de flavonóides e carotenóides, além de pH e propriedades estruturais irão produzir as cores características. • Os padrões de ultravioleta são mais comuns em flores amarelas do que em outras flores. • Já na ordem Chenopodiales, os pigmentos avermelhados não são antocianinas nem mesmo flavonóides. • São compostos aromáticos mais complexos betacianinas (betalaínas) são famílias muito aprentadas. Chalcona amarela é um tipo de flavonóide que absorve ultravioleta e permite que somente polinizadores específicos visitem àquela flor, que na parte mais externa é também amarela, entretanto, reflete o ultravioleta, devido a presença de carotenóides. SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus – Ecofisiologia • Quando os frutos carnosos maturam, sofrem uma série de mudanças características, que são mediadas pelo hormônio etileno, havendo o aumento do conteúdo de açúcares, amolecimento do fruto causado pela quebra de substâncias pécticas e mudança de cor de verde-folha para vermelho brilhante, amarelo, azul ou preto. SILVA, L. M. I. SILVA, L. M. I. Co-evolução bioquímica • Evitam a predação e a herbivoria. – A citar: alcalóides, quinonas, óleos voláteis (incluindo terpenóides), glicosídeos (incluindo cianogênicos e saponinos), flavonóides e até mesmo ráfides (cristais de oxalato de cálcio). SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus – 70-kDa heat shock protein • The glyoxysomal and plastid molecular chaperones (70-kDa heat shock protein) of watermelon cotyledons are encoded by a single gene. Wimmer,B., Lottspeich,F., van der Klei,I., Veenhuis,M. and Gietl,C. • "hsp70; long precursor produced by in vitro transcription and translation and was imported and proteolytically processed by isolated plastids; the short version of the presequence harbors a consensus PTS2 peroxisomal targeting signal, which is functional and able to direct a reporter protein to peroxisomes of the yeast Hansenula polymorpha in vivo; the PTS2 information is hidden in the context of the 67 aa presequence; localized to plastids and glyoxysomes" SILVA, L. M. I. Citrullus lanatus – CDS tradução CDS translation= "MASSTVQIHGLGAPSFAAASMRKSNHVS SRTVFFGQKLGNSSAFPTATFLKLRSNISR RNSSVRPLRIVNEKVVGIDLGTTNSAVAAM EGGKPTIVTNAEGKRTTPSVVAYTKIGDRL VGQIANRQAVVNPRDTFFSVKRFIGRKMS EVDEESKQVSYRVVRDENGNVKLECPAIG KQFAAEEISAQVLRKLVDDASKFLNDKVTK AVVTVPAYFNDSQRTATKDAGRIAGLEVLRI INEPTAASLAYGFEKKSNETILVFDLGGGTF DVSVLEVGDGVFEVLSTSGDTHLGGDDFD KRIVDWLAANFKRDEGIDLLKDKQALQRLT ETAEKAKMELSSLTQANISLPFITATADGPK HIETTLTRAKFEELCSDLLYRLKTPVENSLR DAKLSFKDVHEVVLVGGSTRIPAVQELVKK MTGKEPNVTVNPDEVVALGAAVQAGVLA GDVSDIVLLDVSPLSLGLETLGGVMTKIIPR NTTLPTSKSEVFSTAADGQTSVEINVLQGE REFVRDNKSLGSFRLDGIPPAPRGVPQIEV KFDIDANGILSVTAIDKGTGKKQDITITGAST LPSDEVERMVSERRKFAKEDKEKRDAIDT KNQADSVVYQTEKQLKELGDKVPGPVKE KVESKLGELKEAISGGSTEAIKEAMAALNQ EVMQLGQSLYNQPGAAPGAGAGSESGPS ESTGKGPEGDVIDADFTDSK" SILVA, L. M. I. Considerações Futuras • CÉLULAS E TECIDOS VEGETAIS • Um grupo de genes está envolvido na determinação do padrão radial da diferenciação tissular! • RELAÇÃO ENTRE CAULE E FOLHA • DESENVOLVIMENTO DA FLOR • • • OS HORMÔNIOS VEGETAIS Etileno GIberelinas • FATORES EXTERNOS E CRESCIMENTO VEGETAL Fotoperiodismo • • MOVIMENTO DE ÁGUA E SOLUTO NAS PLANTAS SILVA, L. M. I.