Desenvolvimento de Plantas Regulação Hormonal do Desenvolvimento Vegetal Ana Hortência Fonsêca Castro Amauri Alves de Alvarenga INTRODUÇÃO Níveis de Controle do Desenvolvimento: Genético; Ambiental; Hormonal; CONTROLE HORMONAL Fitohormônio X Regulador de Crescimento; Classes de Reguladores de Crescimento: Auxinas; Giberelinas; Citocininas; Etileno; Inibidores; Outros RC; Salicilatos, Brassinosteróides, Äcido Jasmônico AUXINAS Histórico Darwin (1880): coleóptile de alpiste; “ A Força do Movimento em Plantas ” Boysen-Jensen (1913): coleóptile de aveia; Paal (1919): sinal de natureza química; Went (1926): “ Teste da Curvatura do Coleóptile de Aveia” AUXINAS Natureza Química a) Auxinas Indólicas (naturais): Naturais: AIA, indol aceto-aldeído, indol acetopirúvico, indol acetonitrila, indol aceto-aspártico; Sintéticas: AIA, AIB (alta atividade fisiológica, mais estável, mais barato); AUXINAS b) Auxinas não indólicas (sintéticas): Ác. naftaleno acético (ANA): ou ; 2,4-D e 2,4,5-T (cloradas); Locais de ocorrência e transporte: regiões meristemáticas de caules e raízes, flores, sementes, frutos, folhas jovens; Transporte: via floema (basípeto ou acrópeto); AUXINAS Transporte polar (basípeto): Modelo quimiosmótico de transporte do AIA: “ pH externo mais ácido e potencial eletroquímico externo mais positivo gasto de E (hidrólise do ATP)”; Velocidade de transporte: 1 cm/h (AIA); Inibidores do transporte de auxinas: ácido naftilftalâmico (NPA) e ácido 2,3,5-triodobenzóico (TIBA) - substs. anti-auxínicas; AUXINAS Análise e Quantificação a) Métodos biológicos: Teste de Went: 0,02 a 0,2 mg/l; Teste do cresc/o do coleóptile; b) Testes físico-químicos: Cromatografia em papel e em camada fina; *HPLC; GS+MS; AUXINAS Auxinas conjugadas: fisiologicamente inativas; Funções: a) armazenamento de auxinas; b) fonte reserva (germinação); c) controle dos níveis endógenos; d) proteção (degradação enzimática e física- luz); Ex: indol acetilaspartato, indol acetil 2mioinositol, indol acetil 2-mioinositol arabinosídeo; AUXINAS Metabolismo Síntese a) Via Triptofano (maioria das sps.); b) Via Triptamina (em algumas sps.); Degradação AIA A B ác. oxidol 3-acético 3-metileno oxindol Fotodegradação AUXINAS Biossíntese Compartalização [ ] de Equilíbrio Conjugação Transporte Biodegradação AUXINAS Efeitos Fisiológicos Alongamento celular; Induz dominância apical; Rizogênese; Estimula divisão celular em caules; Baixos níveis: senescência e abscisão; Induz produção de flores femininas (pepino); Partenocarpia (pimentão, pimenta); Epinastia; AUXINAS Mecanismo de Ação no Alongamento Celular Aumento da extensibilidade da PC “Hipótese Ácida de Crescimento” Como ocorre? Ca+2/calmodulina GIBERELINAS Introdução 1926 a 1930: 1os estudos no Japão com pls. de arroz Giberella funjikuroi; 1950: GA1, GA2, GA3 (americanos e ingleses); atualmente: + de 87 GAs; GIBERELINAS Caracterização Química compostos terpênicos (diterpenos cíclicos); GA4> GA7> GA3 (mais ativas); GA8 (menos ativa); - Ex: GA4: 10-5 a 10-7 M ; GA8: 10-2 M ; substâncias com atividade giberélica: esteviol, helmintosporiol, kaurenol, kaurenal; GIBERELINAS Ocorrência em todas as regiões de crescimento ativo da planta; Transporte Predomin/e via floema; Damasco, pêssego e maçã: via seiva xilemática GIBERELINAS Tipos de Giberelinas a) Livres Esqueleto ent-gibereliano: 19 ou 20 C; b) Conjugadas com a glucose giberelina glicosídica (grupo carboxil); giberelina glicosil éter (grupo hidroxil); GIBERELINAS Análise Quantitativa a) Testes biológicos ou bio-ensaios: Elongamento do hipocótilo da alface; Produção de -amilase em cereais; Elongamento da 2a folha de arroz anão; b) Testes físico-químicos: TLC, HPLC, GS+MS, métodos imunológicos para purificação de extratos e estudo de receptores de giberelinas; GIBERELINAS Biossíntese Geranil geranil pirofosfato: composto chave; Sujeito a ação de inibidores como: Cycocel, PIX, ALAR, Paclobutazol, AMO 1618 (impedem a ciclização dos anéis); Hidroxilação do C-2: elimina seu efeito fisiológico; Quanto > no de OH, < atividade; GIBERELINAS Efeitos fisiológicos: Germinação: estimula a produção de enzimas hidrolíticas e induz quebra de dormência; Promovem alongamento celular; Reverte o nanismo genético; Regulam a transição da juvenilidade para a fase adulta Induzem formação de flores masculinas (algs.sps); Promovem o crescimento de frutos onde as auxinas não tem efeito (maçã) Efeitos Fisiológicos (Continuação) Induz partenocarpia (uva; tomate; pimentão) Estimula a floração e inibe a tuberização em espécies que formam órgãos subterrâneos de reserva GIBERELINAS Promoção do Crescimento Caulinar * Alongamento e Divisão Celular * Aumento da extensibilidade da PC: altera distribuição de Ca+2 nos tecidos; * Aumenta a síntese de alfa amilase da [ ]osmótica absorção de água p Alongamento Celular GIBERELINAS Aplicações Comerciais Produção de frutos forma do cacho; uva: aumenta tamanho e Aumenta a produção do malte em cevada (aumenta ativ/e da -amilase); Aumenta a produção de açucar em cana (estimula a elongação do internódio, no inverno); Uso no melhoramento de plantas de de ciclo mais longo (pinus) CITOCININAS Histórico Skoogs e colaboradores: culturas de tecidos de tabaco adenina; Miller et al. (1955): 1a citocinina (cinetina estimulava divisão de células de tabaco, qdo. associada a uma auxina); Citocininas: ligadas diret/e a divisão celular; Naturais: zeatina e hidroxiuréia; Sintéticas: BAP (benzilaminopurina), difeniluréia; CITOCININAS Constituição Química Adenina + radical (tipo de citocinina); Classificação: ribosídicas e não ribosídicas; Ocorrência: regiões meristemáticas (princ/e ponta de raízes); Transporte: via floema (transporte lento: baixa polaridade e produzida em baixíssimas [ ]); CITOCININAS Biossíntese Efeitos Fisiológicos: Promove divisão celular: - Ciclo celular apresenta 2 pontos de controle: 1. Iniciação da replicação do DNA (regulado pela auxina); 2. Iniciação da mitose (regulado pela citocinina); CITOCININAS Crescimento correlativo de plantas (c/ auxinas): - A/C 0,7: brotos laterais; - A/C = 1: parte aérea; - A/C > 1: rizogênese; Retarda a senescência e estimula a mobilização de nutrientes Lang (folhas de videira); Quebra a dormência de sementes e gemas por inibidores, como ABA; ETILENO Histórico Séc XIX (Alemanha): gás de carvão vegetal plantas próximas às lâmpadas > desfolhamento; América Central e Havaí: maturação precoce dos frutos; Burg e Thimann (1959): CG, o etileno foi descoberto e reconhecido como regulador de crescimento; ETILENO Transporte Difusão livre, através de espaços intercelulares; Ocorrência Todas as células (órgãos em senescência); Uso comercial: Etefon (ác. 2-cloroetilfosfônico) etileno é liberado lentamente; ETILENO Biossíntese e sua regulação; Efeitos Fisiológicos Maturação de frutos; Indutor de senescência e abscisão (folhas e flores); Germinação de sementes epígeas (estimula formação do gancho plumular); Florescimento: inibe em algumas sps. e induz em outras (manga); INIBIDORES 1. Ácido abscísico compostos com C assimétrico; 2. Substs. de natureza fenólica (flavonas) rotenóides (rotenona e derivados): timbó e feijão jacatupé; 3. Outros compostos Cycocel, ALAR, PIX, Paclobutazol (substs. com atividade anti-giberélica); ÁCIDO ABSCÍSICO Histórico Bennet-Clark e Kefford et al. (1953): frutos de algodão substâncias inibitórias: abscisina I e abscisina II; Grupo inglês: plantas perenes substância que promovia dormência de gemas: dormina; Abscisina e dormina ácido abscísico; ÁCIDO ABSCÍSICO Metabolismo Biossíntese e catabolismo; Ocorrência Em toda planta (plantas superiores); Transporte Floema (principalmente) e xilema; ÁCIDO ABSCÍSICO Efeitos Fisiológicos Induz dormência em sementes e gemas (inibe síntese de -amilase); Inibe o crescimento (bloqueia a extrusão de íons H+), evitando a acidificação da PC e elongação da célula; Induz senescência e abscisão; ÁCIDO ABSCÍSICO Abertura e fechamento de estômatos; Seca: [ ] aumenta 40X Em déficit hídrico: ABA Inibe ATPase fecha ostíolo s , w , p pH e at. fosforilase açúcares solúveis OUTROS REGULADORES Mitchell e colaboradores (anos 60): extrato de pólen (60 espécies) 50% efetivo na promoção do crescimento; Nova classe: brassins Mitchell e Gregory (1972): brassins (aumento da produção e vigor de sementes); Grove et al. (1979): brassinolide (P.A.); Brassinolide (BR): 1o regulador de natureza esteroidal; OUTROS REGULADORES Ácido Salicílico: folhas e órgãos reprodutivos (+ de 34 espécies); (Raskin, 1972) maior teor: inflorescências de plantas termogênicas e plantas infectadas por patógenos necrotizantes; Afeta florescimento, produção de calor (plantas termogênicas) e aumento de resistência a doenças; OUTROS REGULADORES Ácido Jasmônico: Ampla distribuição (206 espécies); Exogenamente: a) Induz: senescência, abscisão do pecíolo, formação de raiz, enrolamento de gavinhas, síntese de etileno e -caroteno; b) Inibe: germinação de sementes e pólen, crescimento de calos, crescimento de raiz, síntese de clorofila;