130 Operador Nacional do Sistema Elétrico Ano XI | Julho 2009 Informativo mensal do ONS Operador e Cier promovem reunião de trabalho sobre a integração da América Latina Pág. 3 ONS e agentes adotam Esquema Especial de Proteção inédito envolvendo Itaipu e Tucuruí Págs. 4 e5 Conheça o novo gerente executivo da GPE Pág. 5 Um importante passo para a implementação do novo sistema de supervisão e controle, a Rede de Gerenciamento de Energia (Reger) Pág. 6 Dá para ser feliz no trabalho? E nquanto no passado nos preocupávamos apenas em como o trabalho transformava matéria-prima em objetos, hoje o trabalho adquiriu um significado totalmente novo, com a ampla difusão da crença de que ele deve nos tornar felizes. Para alguns autores, o trabalhador de hoje precisa estar satisfeito para que seu raciocínio, criatividade e emoção produzam conhecimento. Para outros, extrair a felicidade do trabalho é pedir demais, sendo esse tema apenas um artifício criado pelas empresas para manter os funcionários mais tempo no trabalho. Para os ainda mais extremistas, a real felicidade deve ser buscada fora do ambiente do trabalho. A revista Época de 13 de julho faz uma retrospectiva histórica do tema, analisando obras recém-publicadas e ouvindo empresários e professores sobre o assunto. Segundo ela, a equação de trabalhar sem prazer para viver livremente nos períodos de folga é irrealizável na prática, pois passamos mais de 60% do dia envolvidos com o trabalho. Além disso, não há ser humano capaz de desligar o cérebro durante suas tarefas. Por isso, ao mapear o terreno da felicidade no trabalho, a reporta- Participe! Envie sua sugestão de pauta ou proposta de texto de matéria para: [email protected] 2 ONS | Ligação 130 | gem apresenta os cinco grandes prérequisitos para alcançá-la. O ambiente - Mesmo reconhecendo como é difícil criar um clima de saudável harmonia entre pessoas que precisam se ver todos os dias, as empresas reconhecem a necessidade de criar um ambiente que motive os trabalhadores e incentive a cooperação. Cada vez mais, as empresas assumem essa responsabilidade, pois um bom ambiente de trabalho ajuda a atrair e reter talentos e incentiva os profissionais a produzir mais e melhor. A imersão - Quando as pessoas estão profundamente imersas e concentradas em seu trabalho, são mais felizes. Isso acontece quando as tarefas têm características desafiadoras, cuja resolução e execução aumentam a motivação e o engajamento do trabalhador. O reconhecimento - Mesmo admitindo que a primeira e principal forma de reconhecimento é o dinheiro, os autores constatam que ele não é capaz de elevar o nível de motivação. A celebração de resultados individuais e coletivos, as oportunidades de desenvolvimento, a admiração dos superiores e colegas são importantes formas de explicitar o reconhecimento. E o maior de todos é o autorreconhecimento. A noção de ter feito um bom trabalho. O equilíbrio - Vive-se hoje um dilema: todas as empresas pregam qualidade de vida, mas impõem exigências aos seus funcionários que os obrigam a trabalhar cada vez mais. Esse conflito só é resolvido quando elas cultuam valores que não estão relacionados aos seus resultados financeiros. O propósito - Encontrar um propósito no que se faz talvez seja o mais crucial destes cinco fatores. O desejo de agir com sentido no trabalho é uma parte importante de nossa estrutura, pois hoje ele é o principal construtor de nossa identidade. Afinal, quando somos apresentados a uma pessoa, a pergunta mais imediata que fazemos não é de onde ela vem ou quem é sua família, mas o que ela faz. Impresso em Ligação: Informativo do Operador Nacional do Sistema Elétrico papel reciclado Escritório Central: Rua da Quitanda, 196 Centro Rio de Janeiro RJ 20.091-005 Telefone (21) 2203 9400 Fax (21) 2203 9444 www.ons.org.br Filiado à Edição: Assessoria de Comunicação e Marketing Comissão Editorial: Eneida Leão, Hermes Chipp e Tristão Araripe Fotos: Reynaldo Dias e arquivo Coordenação Editorial: Expressiva Comunicação e Educação (21) 2578-3148 www.expressivaonline.com.br Julho 2009 | | | | | | | | | Integração da América Latina cada vez mais próxima Nos dias 16 e 17 de julho, o ONS, em conjunto com a Comisión de Integración Energética Regional (Cier), promoveu uma reunião do grupo de trabalho do projeto Cier 15, dedicado ao estudo da integração dos países da América Latina. O diretor geral do ONS, Hermes Chipp (foto), abriu o evento ressaltando a importância do trabalho desenvolvido pelo grupo e o papel a ser representado junto aos governos de cada país, para que a integração se dê tanto em âmbito técnico como de mercado. “É muito gratificante vermos um sonho se transformar em realidade. O andamento do trabalho deste grupo vem estabelecer um novo paradigma, com possibilidades reais de implantação. Não podemos perder a oportunidade de envolver os governos. No Brasil, venho buscando levar os resultados do nosso trabalho no Cier 15 às instâncias decisórias, como o CMSE”, enfatizou Hermes Chipp, que também é vicepresidente da Cier. A reunião teve por objetivo validar os resultados preliminares da segunda fase do projeto, que vem sendo desenvolvida pelos consultores que integram o consórcio vencedor da licitação internacional realizada em 2008 – a brasileira PSR, a argentina Mercados Energéticos e a chilena Synex. Segundo o delegado brasileiro no projeto e assessor da Diretoria do ONS, Marcelo Prais, os trabalhos referentes ao Cier 15 (Estudo de transações de eletricidade entre os mercados Andino, da América Central e Mercosul. Factibilidade de integração) foram inicialmente divididos em duas etapas. “Na fase 1, foi realizado um diagnóstico sobre quais as interligações existentes, os problemas verificados e o que impedia a realização de negócios de gás e eletricidade entre os países. O relatório foi emitido em 2007”, relembra. Em final de 2008, após o processo licitatório, foi iniciada a fase 2 que, com base no que foi levantado, busca identificar quais as potencialidades de integração entre os países, os projetos candidatos e quais obstáculos de ordem técnica, legal e regulatória necessitam ser superados. Cada país informou os projetos de maior interesse para análise dos consultores. “No caso do Brasil, temos a usina binacional Brasil/Argentina em Garabi, além de projetos no Peru e no Uruguai, entre outros”, comenta Prais. Operação do sistema: teoria e prática No final de julho, os 14 trainees operadores, que participam do Programa Construir 2009, começaram o treinamento prático em seus Centros de origem. Esta etapa deve durar cerca de seis meses. rios às atividades que desempenharão nos Centros de Operação do ONS, contou com 280h/aula, com a participação de instrutores externos (profissionais do mercado) e internos (empregados do ONS). Antes disso, os jovens passaram por outras duas instâncias de treinamento, após a programação de Integração. A primeira, voltada ao nivelamento técnico dos participantes, teve duração de 192h/aula, ministrada por instrutores da Funcefet; enquanto a segunda, voltada aos conhecimentos específicos necessá- Um dos diferenciais deste ciclo foi a promoção de visitas técnicas. Os trainees conheceram: a Subestação, o Centro de Operação e o Modelo de Usinas Reduzidas de Furnas, em Jacarepaguá (RJ); o Centro Nacional de Operação do Sistema e o Centro Regional de Operação Norte/Centro-Oeste do ONS, ambos em Brasília. Julho 2009 | Ligação 130 | ONS 3 Do Paraná ao Pará: integração Sábado, 4 de julho de 2009, 18h36, tempo chuvoso e com descargas atmosféricas em Foz do Iguaçu e nublado em Ivaiporã. Repentinamente, dois circuitos de 765 kV entre as subestações de Foz do Iguaçu e Ivaiporã são desligados de forma automática, pelas atuações corretas de proteção. Em consequência, são também desligadas quatro unidades geradoras da UHE Itaipu 60Hz, no Paraná. Adotando um Esquema Especial de Proteção inédito, visando à segurança e à otimização do sistema, o ONS desliga outras duas unidades geradoras na UHE Tucuruí, no Pará. Resultado da operação: sucesso! O leitor deve estar se perguntando: “Por que desligar unidades geradoras no Pará, para resolver um problema no Sul?” Normalmente, nesta época do ano, dadas as características climáticas das regiões, a interligação Norte-Sul possibilita a transferência de energia para O desligamento das unidades de Tucuruí é comandado por um sinal que percorre 3.500 km, de Itaipu a Imperatriz, no Maranhão, passando por cerca de 40 estações repetidoras. a região Sudeste, aumentando o fluxo na rede. Quando ocorre uma contingência severa no sistema envolvendo Itaipu, como foi o caso da perturbação do dia 4 de julho, seu impacto atinge essa interligação e impõe restrições significativas às transferências de energia do Norte para o Sudeste. Esses procedimentos são adotados por medida de segurança à operação do Sistema Interligado Nacional, buscando evitar consequências mais graves, como sobrecarga, perda de linhas e, em última instância, um possível blecaute no Sudeste. Com o novo esquema, foi possível minimizar essas restrições, possibilitando um ganho da ordem de 900 MW médios de energia, que a rigor, pelos procedimentos de segurança até então adotados, seriam vertidos pela UHE Tucuruí. Com a perda desse montante de energia, aumentaria a necessidade de geração térmica para suprir o Sudeste, o que comprometeria a economicidade da operação. O Esquema Especial de Proteção demonstra a preocupação do 4 ONS | Ligação 130 | Julho 2009 ONS com a garantia da segurança, da continuidade e da economicidade do suprimento de energia elétrica, traduzida no dia-a-dia de trabalho de suas equipes. Trabalho integrado “O Esquema Especial é fruto de um trabalho conjunto das equipes do ONS e dos agentes envolvidos – Itaipu, Furnas e Eletronorte. Identificamos os riscos existentes, fizemos os estudos iniciais e, junto com Gerência Executiva de Estudos Especiais, Proteção e Controle (GPE) e com a Gerência Executiva de Programação e Desligamentos (GPD), aprofundamos o tema e elaboramos essa solução pioneira”, comenta o gerente executivo de Planejamento da Operação (GPO), José Carlos Sili Salomão. É importante ressaltar que todo esse empenho por parte do ONS se justifica pela grande frequência com que ocorrem os desligamentos desses dois circuitos próximos à Itaipu. “Ao longo dos anos, verificamos que a incidência desses desligamentos era praticamente igual ao número de desligamentos de circuitos simples no sistema. Ou seja, a probabilidade da perda simul- o do sistema e de equipes tânea desses dois circuitos específicos é a mesma em relação a um único circuito no SIN”, complementa Paulo Gomes, gerente executivo da GPE. A viabilidade de uma estratégia arrojada Com base nos estudos realizados, foi elaborado o Esquema Especial de Proteção. O desligamento das unidades de Tucuruí é comandado por um sinal que percorre 3.500 km (veja mapa), de Itaipu a Imperatriz, no Maranhão, passando por cerca de 40 estações repetidoras, em apenas 33 milissegundos. Graças à velocidade desse sinal é possível efetuar os desligamentos das duas unidades geradoras de Tucuruí em tempo hábil para a garantia da integridade do sistema. Mas não é só o sinal que é veloz, as equipes dos agentes, que trabalharam em campo instalando os equipamentos necessários para viabilizar o esquema, conseguiram realizar a tarefa em apenas dez dias. “Tanto a integração das áreas do ONS, como o trabalho conjunto dos agentes, foi fundamental para o sucesso da operação”, avalia Rogério Amado, gerente de Planejamento da Operação Elétrica (GPO-1). E, por incrível que pareça, logo após o trabalho ser concluído, houve a necessidade de utilização do Esquema Especial, que passou no teste prático com louvor. Agora, está em estudo a implementação de um segundo canal de comunicação entre Itaipu e Tucuruí. “Nossa intenção é conferir mais confiabilidade e seletividade ao esquema, além de tornar a operação ainda mais segura. Para isso, estamos analisando as opções tecnólogicas para definirmos a mais adequada”, avalia Paulo Gomes, da GPE, que, em agosto, passa a gerência executiva para Mauro Muniz (leia a entrevista abaixo). Circuito interno Em agosto, Mauro Pereira Muniz assume o posto até então comandado por Paulo Gomes, na Gerência Executiva de Estudos Especiais, Proteção e Controle (GPE) que, por sua vez, irá assessorar a Diretoria de Planejamento e Programação da Operação (DPP). Mauro Muniz ingressou no ONS em 2000, após 15 anos de trabalho na Promon Engenharia. Engenheiro eletricista pela UFF, mestre em Eletrônica de Potência pela Coppe/UFRJ e com mais duas especializações no currículo (Caise e MBA em Gerenciamento de Projetos), Mauro procura passar o máximo de tempo possível com sua esposa Vilmária e suas duas filhas: Victoria, de 12 anos, e Fernanda, de 7. Quais as suas expectativas em relação ao novo desafio? Quando tive conhecimento do processo de seleção, fiquei muito motivado por ser uma experiência nova para mim, embora dentro da minha área de conhecimento. Quando entrei para o ONS, fui trabalhar na GAT1, depois, em 2004, assumi a GAT-3, mas ainda estava na mesma Gerência Executiva de Administração da Transmissão e na mesma Diretoria de Administração dos Serviços de Transmissão. Agora, com o novo cargo, estou indo para outra Diretoria, ainda mais próxima da operação. Acredito que será uma oportunidade muito gratificante para mim. A GPE é uma gerência bastante estratégica para o Operador, responsável por processos de grande importância, com muito contato com os agentes. Gosto de enfrentar desafios, pois eles possibilitam o nosso crescimento. Como foi o processo seletivo? Inicialmente, o comitê, formado por gerentes executivos ou profissionais com cargos acima, baseado na análise curricular e nas avaliações de desempenho e de potencial, selecionou quatro candidatos, entre os inscritos no processo. Esses profissionais tiveram de fazer uma apresentação sobre a GPE ao comitê, que escolheu três a serem entrevistados pelo diretor de Planejamento e Programação da Operação. Esta foi a última etapa da seleção. O que você espera da equipe da GPE? Espero que cada um continue desempenhando o seu papel da melhor forma possível. Como eu também irei fazer, ouvindo as pessoas e buscando corresponder à expectativa que o ONS está depositando em mim. Julho 2009 | Ligação 130 | ONS 5 Reger: sinfonia com tecnologia de ponta Como maestro do Sistema Interligado Nacional (SIN), o Operador Nacional vem continuamente desenvolvendo novas metodologias, aperfeiçoando seus processos e adotando tecnologias que garantam o cumprimento de sua missão institucional: operar o sistema elétrico nacional com segurança e economicidade. A implementação de um novo sistema de supervisão e controle, a Rede de Gerenciamento de Energia (Reger), é um exemplo de sua determinação e um marco na atualização tecnológica do ONS, que vem regendo essa grande orquestra que é o SIN. A assinatura dos contratos com o consórcio Siemens-Cepel e com a OSIsoft para desenvolvimento do primeiro ciclo do projeto Reger, efetuada em final de junho, representa a entrada do Operador Nacional na maioridade tecnológica no que diz respeito às atividades de supervisão e controle do SIN. Esse passo é fruto de uma longa reflexão, traduzida em um Plano Diretor de Supervisão e Controle, elaborado entre 2004 e 2006. “Em 2007, o Conselho de Administração do ONS aprovou o Plano Diretor. Vale ressaltar que o Reger é o primeiro sistema que colhe os frutos do trabalho conjunto, desenvolvido no âmbito do grupo VLPGO (Very Large Power Grid Operators), onde foi estabelecida uma especificação de referência para sistemas de gerenciamento de energia”, enfatiza Hermes Chipp, diretor geral do ONS e presidente do VLPGO. A partir da implantação de uma plataforma unificada de supervisão e controle, em substituição aos atuais recursos operacionais, que são 6 ONS | Ligação 130 | Julho 2009 providos por diferentes fornecedores, o ONS busca obter maior confiabilidade de seus processos. Com a nova Rede de Gerenciamento de Energia, além da unicidade da informação e do aumento da segurança informacional, o Operador terá melhores condições para garantir a continuidade dos processos de supervisão e controle, uma vez que cada um de seus Centros de Operação poderá ter suas atribuições assumidas por um outro, sem prejuízo ao sistema. nova geração proveniente dos empreendimentos na região Amazônica, assim como para a integração de tecnologias emergentes, como o uso de sincrofasores (PMU)”, avalia Luiz Eduardo Barata, diretor de Operação do ONS. “Além de todos os ganhos tecnológicos, o sistema estará dimensionado para a ampliação da rede do SIN, em particular para a incorporação da Da esq. para a dir.: Guilherme Mendonça e Newton José Leme Duarte, diretor e diretor geral da Siemens; Albert Cordeiro Geber de Melo e Roberto Pereira Caldas, diretor geral e diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Cepel; e o diretor geral e o diretor de Operação do ONS, Hermes Chipp e Luiz Eduardo Barata. O projeto está dividido em três ciclos, a serem desenvolvidos em um horizonte de cerca de 20 anos, conforme previsto no edital de licitação. O primeiro ciclo contratado tem o prazo total de duração de seis anos, com sua implementação em duas fases. A primeira será concluída ao final de 30 meses. Assim, no segundo semestre de 2011, o Reger estará em funcionamento. As etapas seguintes irão agregar novas e complementares funcionalidades ao sistema. A modalidade de contratação adotada (Evergreen), de caráter inédito no ONS, permite ainda assegurar a atualidade da plataforma tecnológica ao menor custo. “Tivemos o máximo cuidado na definição da forma de contratação, uma vez que se trata de um projeto de longo prazo. Procuramos garantir a continuidade do Reger, de acordo com os interesses do Operador. Embora o contrato fechado seja apenas para o primeiro ciclo, deixamos previamente acordadas as bases de negociação para a contratação dos outros dois ciclos”, explica Sergio Morand, assessor da Diretoria de Operação e coordenador geral do projeto. Com isso, foi possível garantir a manutenção do Sistema para assegurar o funcionamento em conformidade com os requisitos especificados após a conclusão do período de garantia, com custos pré-definidos; a evolução do sistema para realizar aprimoramentos decorrentes de alteração de requisitos, como novas funcionalidades; as renovações de hardware e software, quando solicitadas pelo ONS; e software assurance para assegurar o suporte e atualização das versões de software próprio e de terceiros. Dada a sua significativa importância, várias áreas do ONS vêm trabalhando de forma integrada em torno do Reger, envolvendo praticamente todas as diretorias. Notas O Reger foi subdividido no Plano de Ação do ONS em três projetos: 11.14, 11.15 e 11.16. ONS reunido com agentes do Sul e do Mato Grosso do Sul O projeto 11.14, coordenado por Hiram Toledo dos Santos, referese ao trabalho de desenvolvimento, propriamente dito, do novo sistema de supervisão e controle e que será elaborado pelo Consórcio Siemens-CEPEL. À frente do 11.15, Marco Aurélio Quadros vem se dedicando ao projeto voltado à gestão da mudança, que tem por objetivo desde a implantação nas diversas localidades do Operador de toda a infraestrutura necessária ao Reger até a descontratação dos atuais Sistemas de Supervisão e Controle do ONS e a revisão dos Procedimentos de Rede. Coordenado por Orlando Riccieri, o projeto 11.16 busca promover a integração da Base de Dados Técnica e de aplicativos corporativos com o novo sistema, o provimento de suporte da infraestrutura de TI corporativa ao Reger bem como a especificação e contratação das redes de comunicação necessárias. A implantação do Reger trará avanços significativos para a operação bem como para outras áreas do ONS que utilizam informações do tempo real como insumo. Essa facilidade será proporcionada por uma poderosa ferramenta – o historiador PI, da OSIsoft –, pela qual será possível disponibilizar um banco de dados históricos da operação em tempo real para toda a corporação. Nos dias 9 e 10 de julho, foi realizada a 1ª Reunião Técnico-Gerencial com os Agentes da Região Sul e Mato Grosso do Sul de 2009, em Florianópolis. Cerca de 50 profissionais, representando 30 empresas, estiveram presentes ao evento. A reunião buscou esclarecer as atividades desenvolvidas pelo Centro Regional de Operação Sul (COSR-S) e pelo Núcleo Sul (NSUL) visando à otimização dos resultados para todos os participantes do Sistema Interligado Nacional. Além disso, teve por objetivos intensificar a integração do ONS com os agentes, estimular a apresentação de sugestões de melhoria para o sistema e promover o envolvimento das equipes do COSR-S e do NSUL e dos agentes com os novos conhecimentos e desenvolvimentos relacionados à região. Entre os temas tratados, assuntos envolvendo a operação do sistema, acesso, PAR, PAR/DIT, planejamento elétrico da operação, intervenções, estudos especiais, proteção, programa de geração, previsão de carga e hidrologia. Redes neurais Recentemente, a engenheira Luana Gomes, do Núcleo Norte/Nordeste, apresentou à Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) os resultados do Modelo Neuro3M, baseado na técnica de redes neurais, que será aplicada na previsão de vazões naturais afluentes ao reservatório de Três Marias. Na mesma ocasião, Luiz Guilherme Ferreira Guilhon, engenheiro da GPD-3, abordou os aspectos institucionais referentes aos projetos em andamento no Subgrupo de Hidrologia do Grupo de Trabalho de Desenvolvimento de Modelos e Aperfeiçoamento Metodológico do Planejamento e Programação da Operação (GT2), coordenado pelo ONS e a CCEE, congregando todos os agentes da operação e do mercado. Dentre os dados requeridos pelo modelo Neuro3M, destacam-se as informações de precipitação prevista, obtidas pelo modelo numérico de previsão de precipitação (ETA), além de dados fluviométricos e pluviométricos. Esta metodologia foi aprovada pelos agentes de geração na 14ª reunião do Subgrupo de Hidrologia, realizada em junho. Atualmente, o ONS está trabalhando para a automatização do modelo e, posteriormente, será solicitada à Aneel a autorização para utilização do Neuro3M nas previsões de afluências a serem usadas no Programa Mensal de Operação e suas revisões. Julho 2009 | Ligação 130 | ONS 7 Um passeio pela França Dicas Maria Helena Teles de Azevedo, engenheira de sistemas de potência da Gerência de Metodologias e Modelos Energéticos (GMC-2), dá a dica do mês. Atraída pela proposta de leitura de um manual de liderança, baseado numa história real, comecei a ler “Shackleton – uma lição de coragem”, de Margot Morrell e da jornalista do Wall Street Journal Stephanie Capparell, livro indicado no Programa de Desenvolvimento Gerencial (PDG) do ONS. Minha grande surpresa foi descobrir, por trás das estratégias de liderança apresentadas pelas autoras, a extraordinária história de um visionário explorador do Pólo Sul chamado Ernest Shackleton, que teve como feito mais fascinante transformar uma de suas expedições, interrompida por acontecimentos que a conduziriam a um trágico fracasso, em uma vitoriosa lição de liderança e sobrevivência. Assim, motivada a conhecer mais profundamente a história desse navegador irlandês, li, em seguida, o livro de Alfred Lansing, intitulado “A incrível viagem de Shackleton – a saga do Endurance”, que reconstitui, a partir de documentos e entrevistas com sobreviventes, a incrível Expedição Imperial Transamérica. Essa expedição teve início em 1914, partindo da Inglaterra em direção ao Pólo Sul, visando atravessar por terra todo o continente antártico, a partir da Baía de Wensel. Devido às péssimas condições climáticas, o navio, denominado Endurance, ficou preso em uma imensa banquisa, até ser totalmente por ela destruído, iniciando para a sua tripulação, formada por 28 homens, uma luta por sobrevivência em um ambiente inóspito e hostil, que durou cerca de dois anos. O mais incrível é que todos sobreviveram. O livro de Alfred Lansing é uma ótima dica para quem gosta de biografias de grandes líderes, assim como para quem gosta de histórias reais, repletas de situações inusitadas. Boa leitura! Título: A incrível viagem de Shackleton – a saga do Endurance Autor: Alfred Lansing Editora: José Olympio Ano: 1989 Participe também! Mande suas dicas para o Ligação: [email protected] Em julho, inspirado no Ano da França no Brasil, o Programa de Endomarketing promoveu dois eventos que estimularam os sentidos dos colaboradores: a exposição “A França dos seus olhos” e a palestra “Tour de France des Vins – um passeio pelos aromas e a produção francesa”. A mostra “A França dos seus olhos”, aberta a visitação no Escritório Central de 17 de julho a 14 de agosto, reúne 52 fotos de 26 colaboradores do ONS. “Tivemos um retorno muito positivo dos colegas à solicitação de material para a exposição, não só em número como em qualidade”, ressalta Jaqueline Marques, analista de comunicação da Assessoria de Comunicação e Marketing, responsável por coordenar e montar a exposição. A intenção da iniciativa foi revelar o olhar apurado e o senso estético dos “fotógrafos”, que visitaram a França entre 1990 e 2009. A montagem da exposição foi contextualizada nas estações do ano, apresentadas em três partes, tendo como fundo o bleu-blancrouge da bandeira francesa. Já envolvidos pelos ares franceses, no dia 23 de julho, os colaboradores do Escritório Central puderam “degustar”, teoricamente, os vinhos de diversas regiões do país, num verdadeiro “Tour de France des Vins”, tendo como guia Jeanne Marioton, especialista na área. A viagem começou em Alsace, na fronteira com a Alemanha, passando por Bourgogne, Provence, Bordeaux, Loire e Champagne, só para citar parte do roteiro. Para deixar a platéia com mais “vinho na boca”, foram sorteados cinco exemplares do livro “Vinhos – uma festa dos sentidos”.