26 APRISIONAMENTO DE EPIGLOTE EM POTRO - RELATO DE CASO Marcos Aurélio Dias Meireles1, Saulo Tinoco Lannes1, Denise Glória Gaiotte1, Francielle Pereira Gobbi1, Ítalo dos Santos Coutinho1, Moisés Dias Alves1, Flávio Augusto Soares Graça1, Paula Alessandra Di Filippo1, Ana Paula Delgado Costa1 1 Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro Contato: [email protected] O aprisionamento da epiglote é caracterizado por fixação da epiglote pela prega glossoepiglótica e prega aritenoepiglótica que recobre o ápice, margens laterais e parte da superfície dorsal da epiglote. Ocorre em consequência de processos inflamatórios faringeanos e laringeanos inespecíficos, em cistos subepiglóticos, deformidades das cartilagens, hipoplasia congênita da epiglote ou por deslocamento dorsal do palato mole. Clinicamente se caracteriza por intolerância ao exercício, ruído respiratório anormal audível tanto na inspiração quanto na expiração, e tosse crônica. Um equino, macho, da raça Appaloosa, com oito meses de idade e 190 kg de peso foi encaminhado ao Hospital Veterinário da UENF apresentando como queixa principal um ronco intermitente há 40 dias e que se agravava durante a alimentação ou quando colocado em exercício físico. Segundo o proprietário já havia sido realizada antibioticoterapia com penicilina sem resultado positivo. Durante o exame clínico de rotina foi constatado ruído respiratório na região da laringe. Não se verificou alterações no hemograma. Durante o exame endoscópico observou-se aprisionamento da epiglote. O animal foi submetido a traqueostomia de emergência com o intuito de diminuir a angústia respiratória e melhorar a condição de conforto para realização do procedimento cirúrgico. O equino apresentou significativa melhora clínica e após uma semana foi submetido ao procedimento cirúrgico. Com o animal em estação foi realizada sedação (0,4mcg Kg-1 de cloridato de detomidina). Uma haste confeccionada em aço com um ganho de superfície interna cortante foi introduzido pela cavidade oral e direcionado sob visualização endoscópica por via nasal. Sua porção cortante foi presa sob a prega aritenoepiglótica a qual foi secionada com um movimento contínuo na direção caudo cranial. Para testar a eficácia do procedimento o traqueotubo foi fechado por 24 horas e pôde se constatar que o animal voltou a respirar sem produzir ronco. O traqueotubo foi então retirado e instituída terapia a base de antibiótico (penicilina potássica, 20.000 UI kg-1) e anti-inflamatório (flunexim meglumine, 0,05 mg/kg-1) por 5 dias. Passados 2 meses da realização do procedimento o animal não apresenta mais nenhum ruído ao respirar. Palavras- chave: epiglote, encarceramento, cavalo.