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APRISIONAMENTO DE EPIGLOTE EM POTRO - RELATO DE CASO
Marcos Aurélio Dias Meireles1, Saulo Tinoco Lannes1, Denise Glória Gaiotte1,
Francielle Pereira Gobbi1, Ítalo dos Santos Coutinho1, Moisés Dias Alves1, Flávio
Augusto Soares Graça1, Paula Alessandra Di Filippo1, Ana Paula Delgado Costa1
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Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
Contato: [email protected]
O aprisionamento da epiglote é caracterizado por fixação da epiglote pela prega
glossoepiglótica e prega aritenoepiglótica que recobre o ápice, margens laterais e
parte da superfície dorsal da epiglote. Ocorre em consequência de processos
inflamatórios faringeanos e laringeanos inespecíficos, em cistos subepiglóticos,
deformidades das cartilagens, hipoplasia congênita da epiglote ou por
deslocamento dorsal do palato mole. Clinicamente se caracteriza por intolerância
ao exercício, ruído respiratório anormal audível tanto na inspiração quanto na
expiração, e tosse crônica.
Um equino, macho, da raça Appaloosa, com oito meses de idade e 190 kg de
peso foi encaminhado ao Hospital Veterinário da UENF apresentando como
queixa principal um ronco intermitente há 40 dias e que se agravava durante a
alimentação ou quando colocado em exercício físico. Segundo o proprietário já
havia sido realizada antibioticoterapia com penicilina sem resultado positivo.
Durante o exame clínico de rotina foi constatado ruído respiratório na região da
laringe. Não se verificou alterações no hemograma. Durante o exame
endoscópico observou-se aprisionamento da epiglote. O animal foi submetido a
traqueostomia de emergência com o intuito de diminuir a angústia respiratória e
melhorar a condição de conforto para realização do procedimento cirúrgico. O
equino apresentou significativa melhora clínica e após uma semana foi submetido
ao procedimento cirúrgico. Com o animal em estação foi realizada sedação
(0,4mcg Kg-1 de cloridato de detomidina). Uma haste confeccionada em aço com
um ganho de superfície interna cortante foi introduzido pela cavidade oral e
direcionado sob visualização endoscópica por via nasal. Sua porção cortante foi
presa sob a prega aritenoepiglótica a qual foi secionada com um movimento
contínuo na direção caudo cranial. Para testar a eficácia do procedimento o
traqueotubo foi fechado por 24 horas e pôde se constatar que o animal voltou a
respirar sem produzir ronco. O traqueotubo foi então retirado e instituída terapia a
base de antibiótico (penicilina potássica, 20.000 UI kg-1) e anti-inflamatório
(flunexim meglumine, 0,05 mg/kg-1) por 5 dias. Passados 2 meses da realização
do procedimento o animal não apresenta mais nenhum ruído ao respirar.
Palavras- chave: epiglote, encarceramento, cavalo.
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