Cadernos de Saúde Volume 5 N.º 1 e 2 2012 Índice Editorial5 Fernando Mena Ferreira Martins A arte e a experiência estética clássica vs. contemporânea em recentes estudos das neurociências e da semiótica cognitiva: avanços e limitações 7 Art and the classical vs. contemporary aesthetic experience in recent studies of neuroscience and cognitive semiotics: advances and limitations Leonor Sá Validação portuguesa da escala Functional Assessment of Communication Skills 15 for Adults (ASHA‑FACS) numa população de pessoas com afasia Portuguese validation of the Functional Assessment of Communication Skills for Adults (ASHA‑FACS) in people with aphasia Gabriela Leal e Ana Sancho Contributos para o estudo da satisfação com o suporte social dos pais das crianças 3 1 com doença crónica Contributions to the study of satisfaction with social support parents of children with chronic disease Goreti Filipa Santos Marques, Beatriz Rodrigues Araújo e Luís Octávio Sá As especificidades de um Consentimento Livre e Esclarecido para pessoas com Afasia 40 The particularities of an Informed consent for people with aphasia Inês Tello Rodrigues Caracterização do Trabalho em Equipa nas Unidades de Cuidados Paliativos em Portugal 47 Characterization of Team Work Within Inpatient Units for Palliative Care in Portugal Carla Paiva, Alexandre Castro Caldas e Manuel Luís Capelas Relação entre a área de formação e o desempenho na prova da Torre de Hanói 64 Influence of University course on solving the Tower of Hanoi test Ivo Rocha e Filipa Ribeiro 4 Cade rn o s d e S a ú d e Vo l. 5 N. º 1 e 2 2 0 1 2 Aprendizagem dos Enfermeiros ao longo da vida – Adaptação e validação 71 da Escala de Jefferson Nurses’ lifelong learning – Adaptation and validation of the Jefferson Scale Sofia Vistas Rodrigues, Margarida Vieira PhD, Zaida Charepe PhD e Manuel Luís Capelas O efeito da frequência das palavras e da sua estrutura morfológica na produção 78 de erros afásicos The influence of the word frequency and it’s morphological structure on the production of paraphasias Dora Colaço e Ana Mineiro Regresso ao trabalho após traumatismo crânio‑encefálico: Uma revisão 87 Return to work after traumatic brain injury: A review of the literature Ivo Rocha e Maria Emília Santos Revisitando a Atenção Visual em Surdos 96 Reviewing the Visual Attention in Deaf Tânia Marques, Mara Moita, Pedro Brazão e Ana Mineiro Ca d er n o s d e S a úd e Vo l. 5 N . º 1 e 2 2 0 1 2 p. 5 - 6 5 Editorial Fernando Mena Ferreira Martins Caros Leitores população de pessoas com afasia, tendo os Por circunstâncias várias que não conse- resultados obtidos sido concordantes com os guimos ultrapassar, decidimos publicar em obtidos na validação da versão original. A conjunto os números 1 e 2 de 2012. Esperamos, aplicação desse instrumento, para além de com isso, não defraudar as vossas expectativas. ajudar a identificar estratégias de reabilitação Com efeito, para além de manter os critérios mais eficientes, contribui para melhorar o rigorosos de revisão dos artigos submetidos, envolvimento da pessoa afásica no processo tivemos uma preocupação especial em diver- de reabilitação. sificar os temas que vos apresentamos nesta edição. Goreti Santos Marques e col., num estudo quantitativo, exploratório e descritivo, avaliaram Começamos com um artigo de Leonor Sá, as qualidades psicométricas e a adequação da uma reflexão sobre o papel da arte e da expe- Escala de Satisfação do Suporte Social a pais de riência estética ao longo dos tempos, partindo crianças com doença oncológica. Concluíram do reconhecimento do seu papel social pela tratar-se de um instrumento válido e fiável, população em geral, para a avaliação da per- cuja aplicação contribuirá para melhorar a cepção científica da importância crescente qualidade de vida e bem-estar da população que lhe tem vindo a ser reconhecida, não só em estudo. pelas ciências humanas como pelas ciências As especificidades das pessoas com afasia, exactas. Essa reflexão, baseada em cinco estu- a importância da sua inclusão em estudos dos pioneiros realizados por neurocientistas e científicos e a necessidade ética e legal de teóricos da semiótica cognitiva, demonstra a obtenção de um consentimento informado imprescindibilidade de uma abordagem cien- para tal, levaram Inês Tello Rodrigues a propor tífica para melhor compreender o fenómeno um conjunto de estratégias que facilitem a artístico contemporâneo. sua obtenção. O objectivo é aumentar a sua Gabriela Sá e Ana Sancho adaptaram e participação consciente, respeitando embora validaram a escala Functional Assessment a sua autonomia para a tomada de decisão of Communication skills for Adults numa individual. Cadernos de Saúde Vol. 4 N.º 2 2011 – pp. 5 6 Cade rn o s d e S a ú d e Vo l. 5 N. º 1 e 2 2 0 1 2 Carla Paiva e col., num estudo transversal, descritivo e observacional caracterizaram o trabalho de equipa em unidades de cuidados paliativos em Portugal. Constataram haver diferenças institucionais e pessoais entre as 14 instituições avaliadas não só no que se refere à percepção da colaboração, como à existência de desvalorização de algumas categorias profissionais. Parece aconselhável o estudos das causas determinantes, afim de melhorar a prestação dos cuidados em equipa. Ivo Rocha e Filipa Ribeiro aplicaram o teste da Torre de Hanói a dois grupos de estudantes universitários de cursos distintos – um humanidades, o outro de ciências exactas. Constataram haver diferenças significativas entre os alunos dos dois cursos no que se refere a capacidade de planeamento, utilização de planeamento estratégico, resolução de problemas e flexibilidade cognitiva. Sofia Rodrigues adaptou e validou a Escala de Jefferson de aprendizagem ao longo da vida para o contexto formativos dos enfermeiros, tendo constatado tratar-se de um instrumento útil para a investigação na área da educação e gestão dos Serviços de Enfermagem. Dora Colaço e Ana Mineiro estudaram o efeito da frequência das palavras e da sua estrutura morfológica na produção verbal, tendo constatado a produção de mais erros nas palavras pouco frequentes ou nas palavras construídas, o que permitirá vir a adaptar estímulos utilizados com sujeitos afásicos. Ivo Rocha e M.ª Emília Santos revêem a literatura sobre as consequências dos traumatismos crânio-encefálicos moderados ou graves na reintegração social, familiar e profissional. Considerando o regresso ao trabalho um dos objectivos mais importantes da recuperação do traumatizado, chamam a atenção para a menorização da recuperação neuropsicológica por parte da maioria dos Serviços de reabilitação, com consequências sérias no atraso da recuperação destas pessoas. Tânia Marques e col. fazem uma revisão da literatura sobre a melhoria do desempenho visual em consequência de privação auditiva. Chamam a atenção para uma maior e melhor amplitude na detecção e inibição de estímulos em movimento no campo visual periférico, um aprimoramento dos mecanismos de orientação da atenção e amplitude do campo visual em surdos. Consideram que, para além de existirem diferenças nos estudos comportamentais, existem também alterações neuronais, sugerindo a ocorrência de plasticidade entre modalidades, fruto de uma reorganização neuronal. Acabamos, tal como começámos, esperando que o empenho com que “cosemos”, nestes Cadernos, temas tão diversos seja apreciado por quem nos ler. E, sobretudo, que constitua um estímulo para que nos continuem a enviar, para publicação, os resultados do vosso trabalho de investigação.