CNPq - Detalhe de Propostas
Número do Processo: 473497/2007-7
Nome: Flávio José de Lima Silva
Data Envio: 25/09/2007 0:44:25
Setor: COGEC/CGCTM/DPT
CA: EL
IDENTIFICAÇÃO - PROJETO
NÚMERO DO PROCESSO
LINHA DE FOMENTO/CHAMADA
473497/2007-7
Edital MCT/CNPq 15/2007 - Universal / Edital MCT/CNPq 15/2007 Universal - Faixa A - Até R$ 20.000,00
COMITÊ ASSESSOR
EL - Ecologia e Limnologia
MODALIDADE CONTRATAÇÃO
Individual
DADOS DO SOLICITANTE
PROPONENTE
CPF
TITULAÇÃO MÁXIMA
Flávio José de Lima Silva
485.543.674-72
Doutorado
DATA DE NASCIMENTO
SEXO
E-MAIL
04/07/1966
Masculino
[email protected]
END RESIDENCIAL
TELEFONE
RESIDENCIAL
NACIONALIDADE
Rua Prof. Antônio De Campos,
S/n - Uern - Mossoró - Fanat Mossoro RN
84 - 33152237
Brasileiro
FAX
CA DE JULGAMENTO
ÁREA DE CONHECIMENTO DO JULGAMENTO
EL
Ecologia de Ecossistemas
INSTITUIÇÃO PROPONENTE
UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Campus Universitário, Br-110, Km-46 - Rua Prof.
Antônio Campus, s/nº Mossoro )
ÁREA DE ATUAÇÃO DO PROPONENTE
- Ciências Biológicas/Zoologia
- Ciências Biológicas/Taxonomia dos Grupos Recentes
- Ciências Biológicas/Comportamento Animal
INSTITUIÇÕES - PROJETO
FUNÇÃO
NOME
Executora
UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
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CNPq - Detalhe de Propostas
DADOS GERAIS - PROJETO
TÍTULO
Diversidade, áreas de ocorrência e conservação de mamíferos aquáticos no Rio Grande do Norte
SIGLA DATA DE INÍCIO
21/11/2007
PALAVRAS CHAVE
DURAÇÃO
24 mês(es)
HOME PAGE DO PROJETO
mamíferos aquáticos; Biodiversidade; pesca artesanal;
conservação;
RESUMO
Devido a escassez de informações sobre mamíferos aquáticos, principalmente no que se refere à diversidade,
distribuição e conservação das espécies, o estado do Rio Grande do Norte é considerado como área prioritária
para realização de investigações. Estudos dessa natureza tornam-se ainda mais relevante devido a grande
atividade de prospecção e produção de petróleo e gás no litoral do Rio Grande do Norte, sendo considerado
atualmente o primeiro produtor de petróleo em mar. O processo de licenciamento dessas atividades exigem
um conjunto de informações precisas sobre a biota local, especialmente sobre a diversidade e ocorrência de
mamíferos aquáticos nas proximidades de plataformas, indicação de períodos e áreas de exclusão, assim
como a identificação de possíveis impactos dessas atividades sobre os animais. O projeto proposto visa
determinar a diversidade e áreas de ocorrência das espécies de mamíferos aquáticos no litoral do Rio Grande
do Norte, através da identificação de animais encalhados, observações diretas e entrevistas com moradores
de comunidades costeiras. Também pretende-se investigar a ocorrência e freqüência de mamíferos aquáticos
nas proximidades de plataformas de petróleo e determinar áreas e períodos de exclusão de atividades de
prospecção sísmica. Pretende-se ainda caracterizar as interações entre esses animais e as atividades de
pesca, relatando os casos de captura acidental e intencional no estado. Em adição, propõe-se realizar a
caracterização detalhada da pesca artesanal, descrevendo os procedimentos e apetrechos adotados, bem
como as espécies-alvo, esforço de captura e produção de pescado. A pesca demonstra-se como importante
atividade econômica para as populações locais e os registros de encalhes de mamíferos aquáticos nos
apetrechos de pesca tem sido freqüente para diversas localidades em estudos realizados pela equipe
envolvida na presente proposta na área desde 1998, configurando-se como potencial ameaça às espécies em
foco. Os resultados obtidos poderão contribuir para ampliar o conhecimento sobre a diversidade e ecologia
destes animais, bem como gerar relevantes subsídios para adoção de medidas de conservação e manejo das
espécies e dos ambientes costeiros do estado onde ocorrem.
ÁREAS DO CONHECIMENTO - PROJETO
Ecologia de Ecossistemas
FUNDO SETORIAL
Fundo(s) Setorial(is) Informado(os) que possa(m) apoiar este projeto, no caso do mesmo se enquadrar na
cadeia de conhecimento de um deles:
Fundo Setorial de Petróleo e Gás Natural
ATIVIDADE ECONÔMICA (CNAE):
Outros Serviços Coletivos, Sociais e Pessoais
DOCUMENTOS ANEXOS
Projeto de Pesquisa
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CNPq - Detalhe de Propostas
EQUIPE - PROJETO
NOME
FUNÇÃO NO
PROJETO
TITULAÇÃO
MÁXIMA
Adna Sandra Lucas Firmino
Pesquisador
Colaborador
Mestrado
CPF
DATA DE
NASCIMENTO
913.728.284-00
14/03/1974
PAÍS DE
NASCIMENTO
Brasil
NOME
FUNÇÃO NO
PROJETO
TITULAÇÃO
MÁXIMA
Lídio França do Nascimento
Pesquisador
Colaborador
Doutorado
CPF
DATA DE
NASCIMENTO
792.201.184-91
14/05/1971
NOME
FUNÇÃO NO
PROJETO
Izaelia Morgana Fernandes
da Silva
Pesquisador
Colaborador
CPF
DATA DE
NASCIMENTO
761.303.394-53
NOME
Flávio José de Lima Silva
CPF
485.543.674-72
14/07/1972
FUNÇÃO NO
PROJETO
Coordenador
DATA DE
NASCIMENTO
04/07/1966
PAÍS DE
NASCIMENTO
TITULAÇÃO
MÁXIMA
EMAIL
[email protected]
NACIONALIDADE
Brasileiro
ÁREAS DE ATUAÇÃO
- Ciências Humanas/Psicologia
- Ciências Biológicas/Zoologia
EMAIL
NACIONALIDADE
Brasileiro
ÁREAS DE ATUAÇÃO
- Ciências Biológicas/Psicobiologia
PAÍS DE
NASCIMENTO
EMAIL
Brasil
TITULAÇÃO
MÁXIMA
Doutorado
PAÍS DE
NASCIMENTO
Brasil
FUNÇÃO NO
PROJETO
TITULAÇÃO
MÁXIMA
Priscila Izabel Alves
Pereira de Medeiros
Pesquisador
Colaborador
Mestrado
CPF
DATA DE
NASCIMENTO
14/03/1981
- Ciências Biológicas/Comportamento Animal
- Ciências Biológicas/Ecologia comportamental
Brasil
NOME
010.881.544-76
ÁREAS DE ATUAÇÃO
PAÍS DE
NASCIMENTO
Brasil
NACIONALIDADE
Brasileiro
ÁREAS DE ATUAÇÃO
- Ciências Biológicas/Zoologia
- Ciências Biológicas/Taxonomia dos Grupos
Recentes
- Ciências Biológicas/Comportamento Animal
EMAIL
[email protected].
br
NACIONALIDADE
Brasileiro
ÁREAS DE ATUAÇÃO
EMAIL
[email protected].
br
file:///E|/FLÁVIO-PRODEPE-UERN/EDITAL%20UNIVERSAL/detalheProposta.do.htm (3 of 5)9/4/2008 08:01:12
NACIONALIDADE
Brasileiro
CNPq - Detalhe de Propostas
CUSTEIO CAPITAL
SOLICITADO AO CNPQ
ITEM DE DISPÊNDIO
DESCRIÇÃO
VALOR TOTAL
Material Bibliográfico
R$ 0,00
Diárias (Total)
R$ 7.513,20
Equipamentos e
Material permanente
- 1 Aparelho de GPS portátil à prova de água (R$ 1.300,00) para
marcação dos locais de encalhe e observação dos animais; - 1
Máquina fotográfica REFLEX digital com objetiva 500 mm para
registro e identificação dos animais (R$ 6.000,00); - 1 Bateria
R$ 9.170,00
recarregável. lítio-íon (EN-EL7) p/ máquina fotográfica. REFLEX (R
$ 470,00) - 1 Cartão de memória 4Gb; velocidade de
processamento 133x (Wa) p/ Máquina REFLEX (1.400,00)
Custeio (Total)
R$ 3.237,20
Passagens (Total)
R$ 0,00
RECEBIMENTO DE RECURSO FEDERAL ANTERIOR
Recebeu, nos últimos 12 (doze) meses que antecedem a publicação deste edital, financiamento para pesquisa
de agência de fomento federais ou estaduais igual ou superior a R$ 20.000,00?
Não
QUADRO GERAL DE ORÇAMENTO
SOLICITADO AO CNPq
ITEM DE DISPÊNDIO
US$
R$
*TOTAL (R$)
Material Bibliográfico
0,00
0,00
0,00
Equipamentos e Material permanente
0,00
9.170,00
9.170,00
Total capital
0,00
9.170,00
9.170,00
Diárias (Total)
0,00
7.513,20
7.513,20
Custeio (Total)
0,00
3.237,20
3.237,20
Passagens (Total)
0,00
0,00
0,00
Total custeio
0,00
10.750,40
10.750,40
0,00
19.920,40
19.920,40
Total
*VALOR DO DÓLAR DE REFERÊNCIA: R$ 2.0
file:///E|/FLÁVIO-PRODEPE-UERN/EDITAL%20UNIVERSAL/detalheProposta.do.htm (4 of 5)9/4/2008 08:01:12
CNPq - Detalhe de Propostas
DECLARAÇÃO
O solicitante declara formalmente que: a) tem pleno conhecimento do Edital em que se baseia esta solicitação
bem como das regras e normas do CNPq relacionadas à modalidade de auxílio pleiteada (http://www.cnpq.
br/normas/index.htm#2); b) tem garantias da instituição sede do projeto de que disporá de condições
básicas operacionais para a execução do objeto da solicitação; c) tem conhecimento de que deverá prestar
contas dos recursos obtidos dentro dos prazos e normas do CNPq; d) declara que, sendo o caso, deu
conhecimento a todos os membros listados nesta solicitação dos termos da presente declaração e que dispõe
da concordância formal deles; e) que a versão do currículo Lattes a ser considerado para julgamento será
aquela enviada ao CNPq até o dia 11/10/2007 às 18:00; f) responde pela veracidade de todas as informações
contidas na presente solicitação e no seu currículo Lattes.
(Declaração feita em observância aos artigos 297-299 do Código Penal Brasileiro).
NOME
CPF
Flávio José de Lima Silva
485.543.674-72
Declaração registrada eletronicamente através da internet junto ao CNPq, mediante uso de senha pessoal do
solicitante em 25/09/2007 0:44:25, sob o número de protocolo 8681716055975525
file:///E|/FLÁVIO-PRODEPE-UERN/EDITAL%20UNIVERSAL/detalheProposta.do.htm (5 of 5)9/4/2008 08:01:12
PROPOSTA DE PROJETO DE PESQUISA
Edital MCT/CNPq 15/2007 – Universal
Seleção Pública de Projetos de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação
I - IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
Título do Projeto: Diversidade, áreas de ocorrência e conservação de mamíferos
aquáticos no Rio Grande do Norte
Coordenador: Flávio José de Lima Silva
Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN
Logradouro: Campus Central- Mossoró. Av. Antônio de Campos, s/n
Bairro: Costa e Silva UF: Rio Grande do Norte Cidade: Mossoró
CEP: 59600-970 Telefone: 84-33152237 Fax:
84-33152235
Email: [email protected]
Resumo do projeto:
Devido a escassez de informações sobre mamíferos aquáticos, principalmente no que se
refere à diversidade, distribuição e conservação das espécies, o estado do Rio Grande do
Norte é considerado como área prioritária para realização de investigações. O projeto
proposto visa determinar a diversidade e áreas de ocorrência das espécies de mamíferos
aquáticos no litoral do Rio Grande do Norte, através da identificação de animais
encalhados, observações diretas e entrevistas com moradores de comunidades costeiras.
Também pretende-se investigar as interações entre esses animais e as atividades de
pesca, relatando os casos de captura acidental e intencional no estado. Em adição,
propõe-se realizar a caracterização detalhada da pesca artesanal, descrevendo os
procedimentos e apetrechos adotados, bem como as espécies-alvo, esforço de captura e
produção de pescado. A pesca demonstra-se como importante atividade econômica para
as populações locais e os registros de encalhes de mamíferos aquáticos nos apetrechos
de pesca tem sido freqüente para diversas localidades em estudos realizados pela equipe
envolvida na presente proposta na área desde 1998, configurando-se como potencial
ameaça às espécies em foco. Os resultados obtidos poderão contribuir para ampliar o
conhecimento sobre a diversidade e ecologia destes animais, bem como gerar relevantes
subsídios para adoção de medidas de conservação e manejo das espécies e dos
ambientes costeiros do estado onde ocorrem.
Palavras-Chave: Biodiversidade, mamíferos aquáticos, conservação, pesca artesanal.
2
II – CARACTERIZAÇÃO DA PROPOSTA
1 – Caracterização do problema e justificativa
Os mamíferos aquáticos podem ser utilizados como bioindicadores de ambientes
marinhos, uma vez que são considerados como topo de cadeia alimentar (Odum, 1983;
Dobson & Frid, 1998). Sua importância ecológica se relaciona, entre outros aspectos,
com a manutenção do equilíbrio da estrutura trófica e com as interações ecológicas que
mantêm com outros organismos (Katona & Whitehead, 1988)
O Brasil possui uma das mais extensas áreas jurisdicionais marinhas do planeta,
com aproximadamente 8.000 km de litoral, além de um imenso complexo fluvial na
região norte. Ocorrem no país 50 espécies de mamíferos aquáticos, das quais 39 são
cetáceos, 7 são pinípedes, 2 são sirênios e 2 são mustelídeos (Jefferson, 1993; IBAMA,
1997; IBAMA, 2001; Batisda et al., 2007).
Das 50 espécies de mamíferos aquáticos listados para o Brasil, 37 estão
classificadas como “Dados Insuficientes (DD)”, cujas informações existentes não
permitem fazer uma avaliação mais detalhada de seu estado de conservação. Entre as
demais espécies, 11 estão classificadas em algum grau de ameaça, sendo 8 consideradas
“Vulneráveis (VU)”, 2 como “Em Perigo (EN)” e 1 como “Em Perigo Crítico (CR)”.
Apenas 2 espécies são consideradas como “Baixo Risco (LR)” (Jefferson, 1993;
IBAMA, 2001; Hoyt, 2005; Batisda et al., 2007).
Os estudos sobre diversidade de mamíferos aquáticos no Nordeste do Brasil
além de escassos são restritos a trabalhos de curta duração e de pouca circulação
(Almeida, 1995). No que se refere ao Rio Grande do Norte, os estudos realizados até o
presente sugerem uma relativa diversidade desses animais no estado (Silva et al., 1998;
Medeiros et al., 2001; Medeiros et al., 2006; Medeiros, 2006; Attademo, 2007). Devido
a carência de informações sobre estes animais, principalmente no que se refere à
diversidade, distribuição e conservação das espécies, o estado do Rio Grande do Norte é
considerado como área prioritária para o desenvolvimento de estudos com mamíferos
aquáticos (IBAMA, 1997; IBAMA, 2001).
Entre os mamíferos aquáticos os cetáceos representam a ordem com maior
diversidade de espécies. A ocorrência de grandes cetáceos (misticetos) na costa
brasileira é comum entre os meses de julho a novembro, enquanto os odontocetos
(baleias com dentes e golfinhos) ocorrem ao longo do ano. A caça indiscriminada
3
reduziu drasticamente quase todas as populações de baleias do planeta nos últimos
séculos. Nos últimos três anos, a avistagem de grandes cetáceos, principalmente baleia
jubarte Megaptera novaeangliae na costa do Rio Grande do Norte tem sido freqüente.
Isto provavelmente é resultado da reestruturação dessas populações no litoral
nordestino, que no passado foram caçadas indiscriminadamente nessa área pela caça
comercial e desde meados da década de 1980 tiveram a sua captura proibida em águas
jurisdicionais brasileiras.
O litoral do Rio Grande do Norte tem como principais atividades econômicas a
produção de sal, turismo, pesca artesanal, carcinicultura e extração de petróleo, todas
com elevado potencial de impacto à qualidade dos sistemas costeiros e estuarinos, assim
como representam ameaças às espécies animais que ocorrem nesses ambientes, em
particular os mamíferos aquáticos (Richadson et al., 1995, Norman, 2000; Di Benedito,
2004; Hoyt, 2005). Diante das ameaças já existentes na região, torna-se urgente a
realização de diagnósticos de diversidade e condição de conservação de espécies
sentinelas, como os mamíferos aquáticos (Katona & Whitehead, 1988).
Estudos dessa natureza tornam-se ainda mais relevante devido a grande
atividade de prospecção e produção de petróleo e gás no litoral do Rio Grande do Norte,
sendo considerado atualmente o primeiro produtor de petróleo em mar e o segundo em
escala geral no Brasil. O processo de licenciamento dessas atividades exige um conjunto
de informações precisas sobre a biota local, especialmente sobre a diversidade e
ocorrência de mamíferos aquáticos nas proximidades de plataformas, indicação de
períodos e áreas de exclusão, assim como a identificação de possíveis impactos dessas
atividades sobre os animais.
Os equipamentos de pesca artesanal, principalmente as redes de espera,
representam uma importante ameaça aos mamíferos aquáticos (Norman, 2000). Os
representantes desse grupo animal são alvos de captura acidental em redes de pesca em
todo o litoral do estado (Medeiros et al., 2003; Attademo et al., 2005; Attademo, 2007).
Apesar dos pescadores conhecerem a legislação de proteção a essas espécies, o uso das
mesmas para consumo humano da carne e como isca para captura de pescado foi
evidenciado em estudos prévios realizados no estado, significando um impacto negativo
sob as populações das diferentes espécies de mamíferos aquáticos (Attademo,
2007).Outras ameaças, como atropelamento por embarcações e perseguição por barcos
de turismo também já foram registradas no estado (Medeiros et al., 2002; Medeiros et
al., 2003; Santos et al., 2006).
4
A determinação da diversidade, distribuição e estado de conservação das
espécies de mamíferos aquáticos no litoral do Rio Grande do Norte, bem como a
caracterização da pesca artesanal e das interações entre essa atividade e os mamíferos
aquáticos, propostas no presente projeto, contribuirão para um melhor entendimento da
diversidade destes animais, assim como podem gerar subsídios para adoção de medidas
de conservação e manejo das espécies e dos ambientes costeiros do estado onde
ocorrem.
Encalhes de mamíferos aquáticos são eventos freqüentes no litoral potiguar. Os
encalhes de animais vivos podem fornecer informações sobre fisiologia e
comportamento das espécies, assim como possibilitam o desenvolvimento de programas
de reintrodução desses animais na natureza (Geraci & Lounsbury, 1993; IBAMA,
2005). Os encalhes de animais mortos têm sido reconhecidos como uma imensurável
fonte de dados biológicos e exames pós-morte podem prover informações sobre as
causas de morte naturais ou relacionadas a ações humanas. Uma carcaça em
decomposição na praia pode fornecer informações valiosas sobre morfologia, história de
vida, taxonomia, genética, doenças, parasitas, predadores, contaminantes e ecologia
alimentar. Além disso, o estudo de encalhes desses animais pode proporcionar o
conhecimento necessário para direcionar os esforços de conservação e fornecer dados
para uma avaliação anual da taxa de mortalidade dos grupos taxonômicos, causas de
óbitos, sazonalidade dos eventos e associação com atividades humanas potencialmente
perturbadoras aos mamíferos aquáticos (IBAMA, 2005; Zerbini et al., 2007).
2 - Objetivos
2.1-Objetivo geral:
Verificar a diversidade de espécies, áreas de ocorrência e interação dos
mamíferos aquáticos com a pesca no litoral do Rio Grande do Norte.
2.1-Objetivo Específicos:
a) Identificar as espécies e áreas de ocorrência de mamíferos aquáticos no Rio
Grande do Norte através de atendimento aos encalhes, observações diretas dos
animais e entrevistas com moradores de comunidades litorâneas.
b) Identificar a causa do encalhe e a causa da morte de mamíferos aquáticos no
estado.
5
c) Investigar a ocorrência e freqüência de mamíferos aquáticos nas proximidades
de plataformas de petróleo e determinar áreas e períodos de exclusão de
atividades de prospecção sísmica
d) Descrever as características, métodos e apetrechos utilizados na pesca
artesanal e as interações entre a pesca e os mamíferos aquáticos no estado.
3-Metodologia
3.1-Duração e Área de Estudo
O Projeto terá a duração de 24 meses e ocorrerá ao longo dos 400 km da costa
do Estado do Rio Grande do Norte. Para efeito de realização das excursões de campo
para coleta de dados, o litoral do estado será divido em 3 trechos com aproximadamente
a mesma extensão: a) Litoral Sul, localizado entre os municípios de Baía Formosa e
Natal; b) Litoral Central, entre Extremoz e Caiçara do Norte; c) Litoral da Costa Branca,
entre Galinhos e Tibau.
3.2- Divulgação do projeto nas comunidades de pesca
Para facilitar a coleta de dados será realizada, nos três primeiros meses do
projeto, uma campanha de divulgação das atividades através de distribuição de cartazes
e cartões em todas as comunidades litorâneas do estado, principalmente nas colônias de
pesca e associação de moradores. Os cartazes e cartões conterão o número de telefone
de contato para notificação dos pesquisadores em caso de encalhes de mamíferos
aquáticos.
Durante as visitas a cada uma das colônias de pesca será realizada uma reunião com
os pescadores e moradores da comunidade para apresentar e discutir os objetivos do
projeto, os procedimentos imediatos em caso de encalhe de mamíferos aquáticos vivos
ou mortos, assim como sobre a importância da conservação das espécies, dos ambientes
costeiros e uso legal de apetrechos de pesca.
3.3-Coleta de dados
a) Identificação de espécies e áreas de ocorrência de mamíferos aquáticos
Para identificar as espécies e áreas de ocorrência de mamíferos aquáticos no Rio
Grande do Norte serão realizadas excursões pela praia ao longo de todo o litoral do
6
estado, sendo visitado, uma vez ao mês, cada um dos trechos do litoral potiguar (Sul,
Central e Costa Branca). Nestas excussões serão procedidas coletas de material
biológico, como carcaças e ossos, que permitam a identificação de espécies de
mamíferos aquáticos.
Também serão realizadas entrevistas com pescadores das comunidades para
levantar informações sobre a ocorrência de animais na área, utilizando-se de guias de
identificação de espécies de mamíferos aquáticos para confirmar com os entrevistados a
ocorrência das espécies por eles observadas (Jefferson et al., 1993; Batisda et al., 2007).
Para determinar a ocorrência de mamíferos aquáticos nas proximidades de
plataformas de petróleo e indicar as áreas de exclusão de atividades sísmicas no litoral
do rio Grande do Norte serão utilizados os dados referentes aos locais e períodos
freqüência de mamíferos marinhos para elaborar mapas georeferenciados dos registros
dos encalhes e observações dos animais nessas áreas.
b) Identificação de causa de encalhe e causa de morte de mamíferos aquáticos
encalhados
Quando ocorrer um encalhe a equipe se deslocará até o local e realizará os
procedimentos indicados pelo Protocolo de Conduta para Encalhes de Mamíferos
Aquáticos da Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Nordeste (IBAMA, 2005) e
segundo Geraci & Lounsbury (1993), que envolve:
(i)
Identificação da espécie, coleta de dados mofométricos, determinação da faixa
etária e sexo;
(ii) Determinação do estado da carcaça e coleta de material biológico;
(iii) Diagnóstico da causa do encalhe para animais vivos e necropsia (causa da
morte) em caso de animais mortos;
(iv) Guarda da carcaça para coleta de material osteológico (quando o estado e o
tamanho da carcaça permitir o animal será transportado para o laboratório
(UERN ou UFRN, de acordo com a proximidade da área do encalhe) para a
realização de maceração (submersão da carcaça em Peróxido de Hidrogênio para
desgastes das partes moles e retirada do esqueleto) e posterior análise de
osteopatias (doenças ósseas).
Em casos de encalhes de animais vivos, após avaliação das condições físicas, os
indivíduos serão reintroduzidos ao mar ou transportados para local adequado à sua
7
recuperação, conforme definido pelo Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA)-Instituto
Chico Mendes.
c) Descrição das características, métodos e apetrechos utilizados na pesca artesanal
e as interações entre a pesca e os mamíferos aquáticos
Nas mesmas excursões descritas acima serão visitadas as colônias de pesca e
procedidas entrevistas com uma amostra de 10% dos pescadores associados em cada
colônia para coletas de dados sobre a ocorrência de espécies e encalhes de mamíferos
aquáticos, métodos e apetrechos utilizados na pesca artesanal, assim como sobre as
interações de mamíferos aquáticos com essa atividade, principalmente encalhes nas
redes e uso dos animais encalhados.
Esses dados serão coletados de acordo com procedimentos descritos em Rosas et
al. (2002), Di Benedito (2004) e pelo Protocolo de conduta de encalhes de mamíferos
aquáticos (IBAMA, 2005), levantando-se as seguintes informações:
(i)
Tipo e medidas da embarcação (tipo de casco,comprimento total,
calado,capacidade);
(ii)
Tipo e medidas das redes de pesca (comprimento total, malha, entre-nós);
(iii)
Esforço de pesca com a rede (local, tempo de exposição, freqüência de
captura de peixes);
(iv)
Outros apetrechos de pesca;
(v)
Espécies-alvo de pescado;
(vi)
Produção mensal por espécie-alvo e por apetrecho;
(vii)
Contato com mamíferos aquáticos durante as atividades de pesca (cetáceos,
sirênios, mustelídeo);
(viii) Casos de encalhe de mamíferos aquáticos nas redes ou nos apetrechos;
(ix)
Procedimentos no caso de encalhe;
(x)
Destino dos animais encalhados;
(xi)
Uso das carcaças.
3.4-Catalogação e análise dos dados e material biológico
Os dados de ocorrência das espécies serão armazenados em bancos de dados
específicos que permitam a elaboração de mapas com posicionamento geográfico dos
registros, indicando as respectivas áreas de ocorrência.
Os dados das entrevistas com pescadores serão compilados em planilhas eletrônicas
que permitam a análise e realização de testes estatísticos para determinar os métodos e
8
apetrechos de pesca utilizados nas colônias da região, assim como a caracterização das
interações entre a pesca e os mamíferos aquáticos.
Os materiais ósseos recuperadas serão catalogadas e armazenadas na Coleção de
Mamíferos Aquáticos da UERN, e as informações de cada registro serão remetidos para
o banco de dados de Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Nordeste
(REMANE/IBAMA/INSTITUTO CHICO MENDES). Além disso, todo material
osteológico será investigado a procura de possíveis doenças e degenerações ósseas
(osteopatias).
4-Estratégia de ação
O projeto proposto será executado através de parceria entre o Projeto Cetáceos
da Costa Branca – Univerisdade do Estado do Rio Grande do Norte e Projeto Pequenos
Cetáceos –Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ambos membros da Rede de
Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Nordeste (REMANE) e possuidores de Licença
de coleta e transporte de material biológico no estado do Rio Grande do Norte. Essas
duas instituições realizam pesquisas com mamíferos aquáticos na região desde 1998 e
desenvolvem estudos de mestrado e doutorado em programas de pós-graduação da
UERN (Desenvolvimento e Meio Ambiente) e UFRN (Psicobiologia e Bioecologia
Aquática). Os resultados obtidos no presente projeto poderão fazer parte de estudos de
mestrado ou doutorado .
Durante a execução do projeto será ampliada a Rede de Informantes e a Rede de
Colaboradores de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Norte. A Rede de
Informantes tem como propósito informar e confirmar os casos de encalhes de
mamíferos aquáticos e é constituída por pessoas que possuem relação intensa com as
áreas litorâneas do estado, como pescadores, guias de turismo e proprietários de bares,
restaurantes e pousadas. Os presidentes de cada Colônia de Pesca constituem um “nó de
rede” em cada comunidade do litoral do Rio Grande do Norte e serão sempre contatados
em caso de aviso de encalhes para confirmar a ocorrência e evitar deslocamentos
desnecessários da equipe. Dados como nome, apelido, endereço e telefone desses
informantes serão coletados e os mesmos serão contados semanalmente para obtenção
de informações sobre a presença de animais na região onde atua.
9
A Rede de Colaboradores tem como finalidade obter apoio logístico em cada
comunidade para facilitar o atendimento aos mamíferos aquáticos encalhados. Essa rede
é constituída por Prefeitos, secretários municipais, técnicos e agentes de fiscalização de
órgãos governamentais (IBAMA, IDEMA, EMATER, FUNASA, entre outros),
Unidades da PETROBRAS, Polícia Militar e Bombeiros. A Rede é instituída,
indicando-se o nome, telefone e tipo de apoio prestado por cada colaborador das áreas,
como transporte de pessoal, remoção e transporte de carcaças, isolamento de áreas,
alojamento e alimentação de pessoal envolvido no atendimento de encalhes. Em caso de
encalhes confirmados, os colaboradores da área serão contatados para prover o tipo de
apoio que dispõe.
Também será elaborado um plano de mídia e estratégia de divulgação das
atividades do projeto junto aos órgãos de imprensa local e nacional, principalmente em
caso de encalhes de animais.
5-Ameaças e oportunidades
Considerando as dimensões do litoral, as dificuldades de acesso às áreas
costeiras e o grande número de comunidades pesqueiras que serão investigadas, o
acesso a essas áreas representa um risco à coleta de dados e ao atendimento aos
encalhes. Para evitar esse risco o projeto conta com o apoio da PETROBRAS/Unidade
RN-CE que fornecerá transporte sempre que necessário para as viagens de campo e os
atendimentos aos encalhes.
O atendimento aos encalhes sempre envolve relativa dificuldade de operação,
principalmente quando se trata de animais vivos ou espécies de grande porte corporal.
Essa ameaça será reduzida devido ao apoio prestado pela Rede de Colaboradores já
estruturada em todo o litoral.
Os pescadores em geral possuem restrições em relatar casos de encalhes de
mamíferos aquáticos em suas redes temendo a ação dos órgãos de fiscalização. Como as
duas instituições envolvidas no presente projeto atuam na área desde 1998, esse risco
tem sido minimizado devido aos contatos constantes mantido diretamente com os
pescadores e presidentes das colônias, assim como com os envolvidos na Rede de
Informantes já estabelecida no litoral.
A atuação e experiência dos pesquisadores das instituições envolvidas no projeto
nos últimos 9 anos representa uma garantia de êxito na coleta de dados e obtenção dos
10
resultados propostos, principalmente devido ao envolvimento já alcançado junto às
comunidades do litoral potiguar.
6-Resultados esperados
a) Espera-se identificar a diversidade de mamíferos aquáticos no estado do Rio Grande
do Norte, indicando também as áreas de ocorrência dos animais.
b) Espera-se ainda realizar uma caracterização da pesca artesanal no estado,
descrevendo os apetrechos e procedimentos utilizados pelos pescadores em cada
uma das comunidades.
c) Também espera-se descrever as possíveis interações entre os mamíferos aquáticos e
as atividades de pesca artesanal.
d) A redução dos incidentes de encalhes de mamíferos aquáticos em apetrechos de
pesca, assim como a maior velocidade no atendimento de animais encalhados é
esperado como resultado das atividades educativas realizadas junto as comunidades
de pescadores.
7-Produtos, avanços e aplicações esperadas:
a) Pretende-se produzir um catálogo com informações sobre a diversidade de espécies
de mamíferos aquáticos no estado, a ser publicado na forma de um livro e
distribuído aos órgãos públicos vinculados ao gerenciamento, manejo, conservação
e educação ambiental.
b) Está previsto a elaboração de um banco de dados sobre a distribuição das espécies
de mamíferos aquáticos no Rio Grande do Norte.
c) Planeja-se elaborar mapas georeferenciados sobre as áreas de ocorrência das
espécies de mamíferos aquáticos no estado, com possibilidade de aplicação na
elaboração de mapas de sensibilidade ambiental, que são relevantes nos processos
de licenciamento de atividades potencialmente impactantes e de importância
econômica do estado, como prospecção e exploração de petróleo e gás, produção de
sal e carcinocultura.
d) Espera-se ainda produzir um trabalho para apresentação em evento nacional ou
internacional e submeter um manuscrito de artigo científico completo para
publicação em periódico científico indexado internacionalmente.
Todos esses produtos previstos podem ser utilizados como subsídios técnicos
para conservação, gestão e manejo das espécies que ocorrem na região, minimizando
11
principalmente os efeitos das ações antrópicas sobre esses animais e dos ambientes onde
ocorrem. Todos esses produtos serão remetidos oficialmente ao Grupo de Trabalho de
Especialista em Mamíferos Aquáticos (GETEMA-IBAMA) e ao Centro Mamíferos
Aquáticos (CMA-IBAMA), órgãos responsáveis pela avaliação das prioridades de
estudos, conservação e manejo dos mamíferos aquáticos no Brasil.
8-Equipe técnica
a) Identificação
Flávio José de Lima Silva – Doutor – Coordenador
Lídio França Nascimento – Doutor – Pesquisador
Priscila Izabel A. P. de Medeiros – Mestre – Pesquisadora
Adna Sandra Lucas Firmino - Mestre – Pesquisadora
Izaélia Morgana F. Silva - Mestre – Pesquisadora
10 estudantes de iniciação científica (1 PIBIC e 9 voluntários): estudantes de ciências
biológicas da UERN; UFRN e FACEX
b) Descrição das qualificações da equipe técnica:
- O coordenador do projeto (Flávio José de Lima Silva) é biólogo, professor
adjunto da UERN e possui doutorado em Psicobiologia (Comportamento Animal).
Realiza estudos com mamíferos aquáticos desde 1988, envolvendo aspectos sobre
diversidade, ecologia e comportamento de espécies de mamíferos aquáticos em todo o
nordeste do Brasil. Coordena pesquisas com golfinhos em Fernando de Noronha desde
1990 e no Rio Grande do Norte desde 1998. Fundou e coordena o Projeto Cetáceos da
Costa Branca - UERN e Projeto Pequenos Cetáceos – UFRN. É representante
institucional da UERN na Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Nordeste
(REMANE). Possui qualificação técnica para identificação de espécies, atendimentos
aos encalhes e necrópsias de mamíferos aquáticos. É credenciado no programa de pósgraduação em Psicobiologia - UFRN (mestrado e doutorado). Já orientou 5 dissertações
e está orientando outras 4 dissertações de mestrado, todas relacionadas a diversidade de
espécies, comportamento e interações de mamíferos aquáticos com pesca. É autor de
artigos científicos em periódicos internacionais relacionados ao tema em foco.
- Lídio França Nascimento é doutor em Psicobiologia e professor da
Universidade Gama Filho – FATERN (Natal). Atua em estudos sobre comportamento,
ecologia e diversidade de espécies de mamíferos aquáticos no Rio Grande do Norte
12
desde 1998. É Coordenador de atendimento aos encalhes de mamíferos aquáticos no
estado, representando o Projeto Pequenos Cetáceos – UFRN na REMANE. Já
participou de monitoramentos de mamíferos aquáticos em ilhas oceânicas e litoral do
nordeste do Brasil. Já orientou monografias e co-orienta dissertação de mestrado
enfocando diversidade e comportamento de mamíferos aquáticos no nordeste do Brasil.
Tem relevante produção científica na área de mamíferos aquáticos em revistas nacionais
e internacionais.
- Priscila Izabel A. P. de Medeiros é bióloga e Mestre em Bioecologia AquáticaUFRN. Realiza estudos sobre diversidade de espécies e ecologia comportamental de
mamíferos aquáticos no estado do Rio Grande do Norte. Conduz monitoramentos de
mamíferos aquáticos em ilhas oceânicas e no litoral nordestino, assim como procede
atendimentos à encalhes desses animais na região.
- Adna Sandra Lucas Firmino é bióloga, Mestre em Bioecologia AquáticaUFRN e professora substituta do Departamento de Ciências Biológicas da UERN. Atua
em estudos sobre mamíferos aquáticos desde 1998. Fundou e atualmente coordena as
atividades de pesquisa em campo e laboratório do Projeto Cetáceos da Costa BrancaUERN.
- Izaélia Morgana F. Silva é bióloga, mestre em Psicobiologia (Comportamento
Animal – UFRN) e professora da FACEX (Natal-RN). Realiza estudos com mamíferos
aquáticos desde 1998, e atualmente coordena projetos de pesquisa sobre diversidade,
ecologia e comportamento de mamíferos aquáticos no Rio Grande do Norte.
- Além dos pesquisadores acima descritos o projeto contará com a participação
de 4 estudantes de Iniciação Científica (estudantes de Ciências Biológicas da UERN), 3
estudantes da UFRN e 3 estudantes da FACEX.
O Coordenador do projeto conta com uma cota de bolsa de Iniciação Científica
(PIBIC CNPq-UERN) e uma bolsa de PIBIC UERN.
c) Pesquisadores parceiros e descrição das atividades:
-Lídio França do Nascimento será responsável pela coordenação e execução das
atividades relacionadas ao atendimento aos encalhes e identificação das espécies;
-Priscila Izabel A. P. de Medeiros participará das atividades de campo e
laboratório relacionadas ao atendimento aos encalhes e identificação das espécies;
-Adna Sandra Lucas Firmino será responsável pela coordenação das atividades
de campo e laboratório relacionadas a caracterização da pesca artesanal e interação entre
13
mamíferos aquáticos e pesca. Também será responsável pela curadoria do acervo de
material biológico coletado.
-Izaélia Morgana F. Silva participará das atividades de coleta de dados em
campo e atividades educativas junto às comunidades de pescadores.
-André Silva Barreto (Universidade do Vale do Itajaí-UNIVALE) realizará as
determinações de idade dos indivíduos, através da análise de camadas dentárias.
-Ana Bernadete Lima Fragoso (MAQUA-RJ) realizará análise de material
osteológico, para determinação de osteopatias.
-Os estudantes de Iniciação Científica participarão das coletas e análises de
dados previstas no presente projeto.
9- Parcerias e disponibilidade de recursos
a) Instituições parceiras e descrição das atividades:
O Projeto Cetáceos da Costa Branca – UERN e o Projeto Pequenos Cetáceos –
UFRN participarão de todas as atividades previstas no projeto fornecendo pessoal,
equipamentos e estruturas disponíveis.
O Centro Mamíferos Aquáticos (CMA- Instituto Chico Mendes) oferecerá o
apoio no atendimento e translocação de animais encalhados vivos, principalmente
quando se tratar de peixe-boi marinho.
As Colônias de Pesca do Rio Grande do Norte prestarão apoio necessário ao
contato com os seus associados e organização das reuniões com os mesmos. Também
prestarão informações sobre os casos de encalhes de animais em suas respectivas áreas
de atuação.
Conforme está descrito nas estratégias de ação, diversas instituições
governamentais e não governamentais já participam da Rede de Informantes e Rede de
Colaboradores do projeto, constituindo-se em importantes parcerias na realização das
atividades propostas no presente projeto.
b) Empresas parceiras e descrição das atividades
A PETROBRAS (Unidade RN-CE) oferecerá apoio logístico para o transporte
de pesquisadores e remoção de animais encalhados. Prestará ainda apoio na elaboração
dos mapas de distribuição e ocorrência das espécies.
O Aquário de Natal disponibilizará recintos apropriados (tanques de água
salgada) para a reabilitação de mamíferos aquáticos encalhados vivos.
14
c) Existência de financiamento de outras fontes:
O projeto proposto conta com apoio logístico da PETROBRAS que fornece
transporte de pesquisadores e equipamentos para as áreas de pesquisa, assim como
disponibiliza o transporte necessário para o atendimento e remoção de animais
encalhados vivos ou mortes.
Encontra-se em fase de análise pela Unidade da PETROBRAS RN-CE uma
proposta de financiamento ao projeto que, se aprovado, permitirá uma ampliação das
atividades previstas, incluindo o monitoramento para identificar as espécies através de
excursões em barco ao longo da costa.
10-Indicadores de avaliação do andamento do projeto
a) Aos 6 meses de execução
-Visita a todas as colônias de pesca nos e trechos do litoral potiguar;
-Distribuição de 200 cartazes e 200 cartões nas comunidades litorâneas divulgando os
telefones de contato em caso de encalhes de mamíferos aquáticos.
b) Aos 12 meses
- Conclusão das entrevistas para coleta de dados sobre diversidade de espécies,
caracterização da pesca e interação entre mamíferos aquáticos e pesca;
- Atendimento a todos os casos de encalhes de mamíferos aquáticos nos 3 trechos do
litoral do estado;
- Realização de 1 reunião (descrita na metodologia) em cada colônia de pesca do trecho
da Costa Branca;
- Elaboração de um relatório parcial de desempenho das atividades;
c) Aos 18 meses
- Visita a todas as colônias de pesca dos 3 trechos do litoral;
- Realização de uma reunião em cada colônia de pesca dos trechos central e sul do
litoral do estado;
- Atendimento a todos os casos de encalhes de mamíferos aquáticos nos 3 trechos do
litoral do estado;
- Elaboração de um relatório parcial das atividades;
- Elaboração de um trabalho científico para apresentação em evento nacional ou
internacional na área em estudo (zoologia, ecologia ou oceanografia);
d) Aos 24 meses
- Conclusão das coletas de dados em campo;
- Conclusão da análise do material biológico e dados coletados;
- Elaboração do banco de dados (descrito na metodologia);
15
- Elaboração dos mapas de ocorrência das espécies (descritos na metodologia);
- Atendimento a todos os casos de encalhes de mamíferos aquáticos nos 3 trechos do
litoral do estado;
- Elaboração de pelo menos um artigo científico completo para submissão em periódico
indexado internacionalmente;
- Elaboração de um relatório final das atividades.
11- Interesse e participação do setor produtivo
Atualmente o processo de licenciamento de atividades de prospecção (pesquisa
sísmica) e exploração de petróleo exige um conjunto de dados sobre a diversidade e
distribuição da biota marinha, principalmente mamíferos aquáticos, nas áreas de atuação
das empresas de produção de petróleo e gás. Os resultados gerados pelo projeto servirão
de subsídios para a elaboração de estudos e relatórios de impactos ambientais (EIARIMA), assim como planos de monitoramento da biota e acompanhamento dos
impactos ambientais durante a realização de estudos sísmicos e exploração de petróleo e
gás no estado do Rio Grande do Norte, que ocupa atualmente o segundo lugar em
produção petrolífera do Brasil.
Os setores de carcinocultura (em ascensão no estado), produção de sal e turismo
também poderão utilizar os resultados do projeto para orientar a elaboração de seus
EIAS-RIMAS e planos de ação nas áreas costeiras onde atuam.
12- Referências bibliográficas:
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de registros (1516-1994) e informações gerais das espécies. Monografia de Bacharelado
em Ciências Biológicas. Recife: UFRPE. 129 p.
Attademo, F. L. N. 2007. Diversidade de espécies e interação entre cetáceos e atividades
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Norte. In: IV Encontro Nacional sobre Conservação e Pesquisa de Mamíferos Aquáticos
- IV ENCOPEMAQ, Itajaí-SC.
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Reunião de Trabalhos de Especialistas em Mamíferos Aquáticos da América do Sul / 2º
Congresso da Sociedade Latino Americana de Especialista em Mamíferos AquáticosSOLAMAC. Olinda – PE.
Zerbini, A.N.; Siciliano, S.& Pizzorno, J. L. A. 2007. Programa de avaliação e ações
prioritárias para as zonas costeiras e marinhas. Diagnóstico para os mamíferos
marinhos.
13- Cronograma
Etapa Atividade
Previsão de Início
1
10/10/2007
Identificação de espécies e áreas de ocorrência
de mamíferos aquáticos
Resultado Previsto
-Identificação da diversidade de mamíferos aquáticos no
estado do Rio Grande do Norte -Determinação das áreas
de ocorrência das espécies identificadas. - Produção de
catálogo das espécies identificadas; -Elaboração de
mapas de distribuição das espécies identificadas; Organização de banco de dados sobre a ocorrência e
distribuição das espéceis de mamíferos aquáticos no Rio
Grande do Norte.
Custo estimado: (50% Valor Total) = R$ 9.960,20
Etapa Atividade
2
Atendimento aos encalhes de mamíferos
aquáticos, reabilitação, necropsias e coleta de
material biológico
Resultado Previsto
-Identificação e catalogação das espécies encalhadas; Determinação da causa do encalhe e causa da morte de
mamíferos aquáticos; - Determinação de faixa etária e
sexo dos animais encalhados; - Ampliação da coleção de
referência de mamíferos aquáticos da UERN; Recuperação e reintrodução de animais encalhados
vivos;
Previsão de
término
10/10/2009
Executores
Flávio José de Lima Silva; Lídio França
Nascimento; Priscila Izabel A. P. de
Medeiros; Adna Sandra Lucas Firmino;
Izaélia Morgana F. Silva
Previsão de Início
10/10/2007
Previsão de
término
10/10/2009
Executores
Flávio José de Lima Silva; Lídio França
Nascimento; Priscila Izabel A. P. de
Medeiros; Adna Sandra Lucas Firmino;
Izaélia Morgana F. Silva; 10 estudantes
de iniciação científica
18
Custo estimado: (30% Valor Total) = R$ 5.976,12
Etapa Atividade
Previsão de Início
3
10/10/2007
Caracterização da pesca artesanal e
implementação de atividades educativas para
pescadores
Resultado Previsto
- Caracterização da pesca artesanal , descrevendo os
apetrechos e procedimentos utilizados pelos pescadores
em cada uma das colônias de pescadores do estado. Descrição das possíveis interações entre os mamíferos
aquáticos e as atividades de pesca artesanal. - Redução
dos incidentes de encalhes de mamíferos aquáticos em
apetrechos de pesca - Maior velocidade e sucesso no
atendimento de animais encalhados são esperados como
resultados das atividades educativas realizadas junto as
comunidades de pescadores.
Custo estimado: (20% Valor Total) = R$ 3.984,08
Previsão de
término
10/10/2009
Executores
Flávio José de Lima Silva; Priscila Izabel
A. P. de Medeiros; Adna Sandra Lucas
Firmino; 10 estudantes de iniciação
científica.
19
III - ORÇAMENTO
1) Orçamento Previsto: R$ 19.920,40
2) Justificativa do Orçamento:
Os recursos solicitados (R$ 19.920,40) serão destinados à aquisição de:
a)Material de consumo (R$ 3.237,20) necessário para realizar coleta de dados,
atendimento aos encalhes e coleta de material biológico; b)Diárias (R$ 7.513,20) para
custear as despesas com alimentação, acomodação e transporte dos pesquisadores, tendo
como base os valores estabelecidos na tabela do CNPq (Valor unitário R$ 187,83
conforme RN-031/2006); c)Equipamentos e Material Permanente (R$ 9.170,00)
necessários à coleta e análise dos dados para identificação das espécies e áreas de
ocorrência, principalmente no que se refere a coleta de imagens para identificação de
animais encalhados e observados diretamente, utilizando-se de equipamentos
fotográficos, assim como de equipamento de posicionamento geográfico para
determinação dos locais de ocorrência dos indivíduos observados e identificados.
3) Orçamento detalhado
a) Custeio (Material de Consumo)
Despesa
Quantidade Valor Individual Valor Total R$
Tubo a vácuo
30
0,58
17,40
Botas de borracha (pares)
10
30,00
300,00
Máscaras com filtro
40
5,25
210,00
Aventais de plástico
10
10,00
100,00
Tela de nylon (metros)
109
4,00
436,00
Fita métrica (30 metros)
4
30,00
120,00
Cabo de seda (metro)
40
4,00
160,00
Faca inox 10" - descanar
4
30,00
120,00
carcaças
Pares de Luvas de borracha
100
5,00
500,00
cano longo
Seringa descartável (5ml)
60
0,34
20,40
Folmol P.A. (Litro)
15
5,5,
82,50
Recipientes plásticos com
250
0,38
95,00
tampa (exames)
Luvas de procedimentos (8)
6
13,00
78,00
(caixas)
20
Álcool etílico P.A.
(LITROS)
Cabo bisturi-tamanho 5
Lâmina de bisturi
Bactericida (desinfetante)Litros
Balde plástico com tampa
(15 litros)
Saco plástico de lixo (50
litros-pacota com 10)
Seringa descartável (10 ml)
41
8,1,
332,10
5
150
7,00
0,8
35,00
120,00
10
8,0
80,00
4
30,00
120,00
30
10,00
300,00
20
0,54
10,80
Sub-Total: R$ 3.237,20
b) Diárias
Despesa
Diárias p/ pesquisadores em
campo
Quantidade
40
Valor Individual
Valor Total
(Tabela CNPq)
187,83
7.513,20
Sub-Total: R$ 7.513,20
c) Equipamentos e Material Permanente
Despesa
Quantidade Valor Individual Valor Total
Aparelho de GPS portátil à
1
1.300,00
1.300,00
prova de água
Máquina fotográfica
REFLEX digital com
1
6.000,00
6.000,00
objetiva 500 mm
Bateria recarregável. lítio-íon
(EN-EL7) p/ máquina
1
470,00
470,00
fotográfica. REFLEX
Cartão de memória 4Gb;
velocidade de processamento
1
1.400,00
1.400,00
133x (Wa) p/ Máquina
REFLEX
Sub-Total: R$ 9.170,00
Total: R$ 19.920,40
Download

Número do Processo: 473497/2007-7 Nome: Flávio José de