Tema do 2T2013 - Mateus – O Evangelho do Reino Estudo 02 - “Percorria Jesus toda a Galiléia” Texto bíblico: Texto áureo: Mateus 3 e 4 Mateus 4.23 MINISTÉRIO DE JESUS NA GALILÉIA ”E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo” O Ministério na Galiléia – Introdução I Mateus, como os demais evangelistas, silencia sobre o intervalo de vida do Senhor Jesus, compreendido entre a sua infância e até aos 30 anos. A não ser Lucas, que narra o episódio da ida ao templo com seus pais, aos 12 anos de idade, numa das festas dos judeus, nada mais sabemos sobre o que decorreu em todo este tempo, de pelo menos 18 anos. Podemos supor que, sendo ele, Jesus, ser humano, mas também divino, como o vemos declarar no encontro que teve com os doutores no templo, esse tempo foi todo de preparo íntimo e pessoal dele para a obra que estaria por realizar e que iniciaria no momento aprazado pelo Senhor Deus desde o princípio do mundo. O Ministério na Galiléia – Introdução II Este tempo completou-se com a chegada de João, primo de Jesus, pouco mais velho do que ele, sendo então o precursor, o porta-voz, o anunciador das boas-novas para o mundo. Enquanto de Cristo nada se sabe nesse tempo de sua infância e juventude, de João também pouco se sabe, a não ser aquilo que os estudiosos deduzem de sua pregação. Ele deve ter passado boa parte de sua vida entre os essênios, grupo tradicionalista do judaísmo, que, não contente com os desvios que percebia na religião oficial presente no templo em Jerusalém, teria saído da cidade e, indo para a região ao sul da capital da província, junto ao Mar Morto, o chamado deserto da Judéia, ali se radicara, acolhendo muitos simpatizantes. Pregavam a mudança de vida, o afastamento das coisas materiais, a santidade no procedimento, tendo o batismo dos novos acólitos como a evidência da conversão. Nessa região, identificada hoje como a de Qunram, é que foram descobertos os célebres "manuscritos do Mar Morto", relíquias deixadas pelos essênios em esconderijos nas cavernas da região. O Ministério na Galiléia - Introdução III A pregação do evangelho exige muita perspicácia por parte do pregador em face do grupo a que se destina. João, parece-nos, tinha noção exata desta técnica. O momento religioso e moral que se vivia em Jerusalém era de distanciamento da vida santa por parte do povo, de vícios de religiosidade por parte dos sacerdotes e de desvios morais por parte dos membros da corte, onde o próprio rei seria acusado por ele. Assim, não havia como contemporizar. A mensagem tinha que ser forte, eivada de autoridade moral e espiritual, e objetiva na crítica aos fatos que estavam ocorrendo. Como se fala no dito popular, o pregador tinha que "bater forte", para que as pessoas acordassem para o problema e saíssem da letargia em que se encontravam. O Ministério na Galiléia – Introdução IV O texto dos capítulos 3 e 4 após a apresentação do ministério de João Batista nos introduz em quatro eventos muito significativos no início do ministério de Jesus Cristo: O batismo de Jesus A tentação no deserto O início do ministério na Galiléia E o chamado aos primeiros discípulos Vamos nos deter um pouco em cada um deles: Mateus 3.1-12 A pregação de João Batista Aquele povo tinha sempre como justificativa ou prerrogativa de sua segurança e salvação, o fato de se considerarem filhos de Abraão, o que para eles era como um salvo-conduto diante de Deus. Daí, a palavra tão dura de João para eles: - Não se vangloriem com isto, não! Primeiro porque vocês não estão vivendo em acordo com tal bênção e, segundo, porque isto não é privilégio de vocês, não! O Senhor Deus vai suscitar "outros filhos de Abraão", numa alusão de que, mesmo o coração mais empedernido, gentio, iníquo, poderia ser salvo pelo sangue de Cristo, sendo por isso mesmo considerado também como filho de Abraão. "e não queirais dizer dentro de vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão." Mt 3.9 Mateus 3.1-12 1 E, naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia, 2 E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. 3 Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas. 4 E este João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre. 5 Então ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão; 6 E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados. 7 E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? 8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; 9 E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão. 10 E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo. 11 E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo. 12 Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará O batismo de Jesus – Mateus 3.13-17 Uma das passagens mais belas do NT é esta que trata do relacionamento de Jesus com seu primo João. Ambos tinham plena consciência do que competia a cada um: João como precursor, Cristo como cumpridor. João saiu na frente, pregando o evangelho, anunciando a boa-nova da salvação, condenando o pecado e chamando à transformação de vida, cumprindo exatamente o que o profeta Isaías anunciou 700 anos atrás. Num determinado momento, ele teria que cessar a sua carreira e passar o bastão para Jesus, para que este levasse a mensagem até à cruz do Calvário. Ambos cumpriram plenamente os seus papéis: "Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele." Mt 3.13 Mateus 3.13-17 13 Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. 14 Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? 15 Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu. 16 E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. 17 E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. A tentação de Jesus – Capítulo 4.1-11 Muitas vezes, não compreendemos quando somos submetidos a duras provas em nossa vida. Achamo-nos santos em nosso viver, crentes, vivendo em comunhão com o Senhor e, ainda assim, enfrentamos problemas e dificuldades. A dificuldade em compreender tais situações decorre principalmente do fato de que, considerando-nos bons em nosso relacionamento, corretos em nossas atitudes para com Deus e para com o próximo, não achamos justo que sejamos alvos da tristeza, do contratempo, da maldade contra nós. Por exemplo, como entender que, logo após dar a prova ao Pai de que vai cumprir a sua missão, iniciando o seu ministério salvífico na terra, depois de 30 anos de preparo e espera do momento oportuno para Deus, o Senhor Jesus seja tentado da forma como o será?... Como compreender que o próprio Espírito de Deus é que o conduz à tentação e à provação como lemos? Mateus 4.1-11 1 Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; 3 E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. 4 Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. 5 Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, 6 E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-teão nas mãos, Para que nunca tropeces em alguma pedra. 7 Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. 8 Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. 9 E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. 10 Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. 11 Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam. A tentação de Jesus – Capítulo 4.1-11 A tentação de Jesus se dá em três níveis da condição humana: Primeiro, o nível físico: Somos tentados em função de nossa fragilidade humana; Segundo o nível moral: Somos tentados em função de nossa capacidade mental; Terceiro, o nível espiritual: Somos tentados em função de nossa maior ou menor comunhão com o Pai. O Ministério da Galiléia em início – Mateus 4.12-17 "Ora, tendo ouvido Jesus que João fora entregue, retirou-se para a Galiléia.“ Mt 4.12 Uma das coisas mais difíceis para o temperamento humano é o exercício da paciência, de aguardar o momento Ministério de Jesus na Galiléia certo, a oportunidade indicada para exercer então a sua ação concentrada e objetiva em prol da causa que persegue. Jesus nos dá um exemplo de sublime inteligência. Uma lição de estratégia. Em vez de seguir a esteira de João, batendo na mesma tecla e tirando proveito do impacto causado pela mensagem do seu primo, vai retirar-se para uma região mais distante, saindo do foco de atenções, para que a mensagem de João se acomode e solidifique na mente daqueles que a ouviram até que em outro momento, ele surja, então, despertando-a novamente, e, em outro contexto, de forma a criar mais amplitude em seu efeito e consequências. Mateus 4.12-17 12 Jesus, porém, ouvindo que João estava preso, voltou para a Galiléia; 13 E, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulom e Naftali; 14 Para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz: 15 A terra de Zebulom, e a terra de Naftali, Junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galiléia das nações; 16 O povo, que estava assentado em trevas, Viu uma grande luz; E, aos que estavam assentados na região e sombra da morte, a luz raiou. 17 Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. Os primeiros discípulos – Capítulo 4.18-25 Na preparação para qualquer obra a ser realizada, é fundamental a escolha que se fará das pessoas que irão participar do empreendimento em vista. A empreitada humana em busca de seus ideais será sempre forjada pela clarividência e inteligência de um chefe ou líder, mas também pela persistência e pelo trabalho dedicado e pronto de seus seguidores. Nenhuma grande jornada da humanidade foi feita sem a participação conjunta de líderes e liderados que somaram os seus esforços e idéias, para que os objetivos em vista se concretizassem. a Os primeiros discípulos – Capítulo 4.18-25 Cristo sabia disto. Sabia que ele seria a razão e o fundamento da fórmula salvadora que estava trazendo para o homem, mas que, exatamente pela maneira como se daria ela (com sua morte na cruz), ele precisaria de discípulos que levassem avante a sua mensagem. Pôs-se então em busca daqueles que o iriam seguir e, com seus ensinos e exemplos, ser responsáveis, depois de sua partida deste mundo, pela dissseminação e pregação desta mensagem por todas as partes. Mateus 4.18-25 18 E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; 19 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 20 Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no. 21 E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes; 22 E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no. 23 E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. 24 E a sua fama correu por toda a Síria, e traziam-lhe todos os que padeciam, acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos, e ele os curava. 25 E seguia-o uma grande multidão da Galiléia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia, e de além do Jordão. – Conclusão Do tríplice ministério de Cristo qual seria o mais importante e significativo para a época? ”E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo” Ensinar?... Pregar?... Curar?... E nos dias de hoje qual deve ser o principal ministério da igreja?