{INTEGRAÇÃO
MASCULINO E
FEMININO}
Milene Mizuta
1
O relacionamento humano
Esse conteúdo foi escrito por Milene Mizuta com base no Livro Homem e Mulher de Gudrun Burkhard,
sua reprodução é proibida sem previa autorização.
“A vida é a arte do encontro, mesmo havendo tanto desencontro pela vida” Vinícius de Moraes
O drama de todo indivíduo é representado no “palco” chamado alma.
Esse drama de desenvolvimento baseia-se no que chamamos de o “encontro humano”,
o campo das relações é o campo do drama individual de todos nós.
É a partir do relacionamento com outro que conseguimos desenvolver aquilo ao que
viemos, Steiner cita de forma maravilhosa:
Vejo vir ao meu encontro o ser humano, que em cada olhar, em cada movimento me revela:
“Você atuou em mim; no entanto, não afetou com isso minha liberdade, mas ofereceu-me a
possibilidade de eu mesmo dar a mim essa liberdade, no momento certo da vida. O que você
fez me possibilita aparecer agora diante de você, estruturando a mim mesmo como um ser
humano a partir de minha própria individualidade, que você deixou intocada por um recatado
respeito.”1
O encontro com outro ser humano sempre nos traz a possibilidade de um aprendizado
sobre nós mesmo. Não existe caminho de desenvolvimento que não passe pelo encontro com o
outro.
Encontramos no outro a possibilidade de reconhecimento das respostas que existem em
nós, buscando aquilo que precisamos desenvolver.
O encontro humano é hoje o grande desafio de desenvolvimento da humanidade, todos
nós buscamos pela integração a um grupo social, a uma família, a um parceiro, a uma
comunidade e mesmo assim cada vez mais nos mantemos distantes do contato humano, porque
relacionar-se verdadeiramente dói.
Dói quando envoltos ao emaranhado complexo das relações, temos que nos deparar
com aspectos obscuros e ainda não desenvolvidos de nossa alma.
Steiner diz que só nos tornamos verdadeiramente adultos a partir dos 35 anos, idade
essa, em que o setênio da integração masculino e feminino arquetípicamente já foi concluído,
o que nos torna indivíduos mais inteiros e preparados para entrada da vida adulta.
Isso mostra que só é possível relacionar-se com o outro quando aprendo a me relacionar
comigo, mas para aprender a me relacionar comigo, primeiro preciso relacionar-me com o
outro, complexo não?
1
GA 308, palestra de 10/4/1924 à noite, pp. 73-74.
2
A separação do sexos
Retornando a época Lemúrica que já estudamos no nosso primeiro módulo:
“Na Lemúria vivia um povo, a leste da África, na região coberta hoje pelo oceano
Índico.
Desse povo as notícias que nos chegam vem através da tradição oral e dos relatos do
Livro do Gênesis.
Esse nosso ancestral vivia no que conhecemos hoje como Paraíso.
O homem e a mulher viviam totalmente entregues as forças cósmicas que supriam
todas as suas necessidades.
Eram unos a essas forças. Mas estavam submetidos a uma única restrição, não
poderiam comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.
Nós sabemos, por experiência própria que onde há regras logo se cria a possibilidade
de quebrá-las, que onde se põe um obstáculo imediatamente vem o desejo de ultrapassá-lo.”
Isso significa que Homem vivia em conformidade com todas a leis divinas, não
precisando de nada mais para viver. Nossos corpos como já estudamos não tinham estruturas
rígidas como as que
conhecemos
hoje,
podemos comparar a
um feto, onde o corpo
todo
esta
estruturado, mas não
possui a “rigidez” de
uma criança recémnascida.
A procriação
“A criação de Adão – Michelangelo – Sec. XVI
até então dava-se de
forma assexuada com
ainda hoje encontramos em organismos inferiores, como as amebas, onde uma parte desse
organismo se libera gerando uma outra.
A separação dos sexos na humanidade nos é conhecida exaustivamente pelo livro dos
Gênesis, que cita que primeiro houve a criação de Adão e depois Eva de sua costela.
Eva foi gerada a partir da costela que compõe o tórax, parte óssea que protege todos
os nossos órgãos rítmicos: coração, pulmão, etc.
“A criação de Eva – Michelangelo – Sec. XVI
3
O Homem que vivia em estado de sonho tinha tudo que era necessário para sua
sobrevivência, mas para isso não deveria possuir a liberdade, que nos é concedida a partir do
conhecimento, quando conhecemos algo isso nos dá a condição de escolher.
"Ordenou Deus Jeová ao homem: De toda árvore do jardim podes comer livremente, mas da
árvore do conhecimento do Bem e do Mal, dela não comerás; porque no dia em que dela
comeres, certamente morrerás"2.
Então a serpente disse à mulher:
“Certamente não morrereis, porque Deus sabe que no dia em que comerdes do fruto, abrirsevos-ao os olhos, e sereis como Deus, conhecendo o Bem e o Mal"3.
E os homens sucumbiram a essa influência, com o resultado seguinte :
"Foram abertos os olhos de ambos, e conhecendo que estavam nus, coseram folhas de figueira
. . .4"
Que imagem grandiosa para dizer que os sentidos físicos iam despertando e que os homens se
tornavam conscientes de si, experimentando o sentimento de pudor! E assim nós Homens
fomos expulsos do paraíso, e aquilo que era uno começou a se dividir, por isso sempre
procuramos o outro, como forma de integração daquilo que um dia foi separado.
2
(Gênesis, 2, 16 e ss.)
“A queda do paraíso – Michelangelo – Sec. XVI
(Gên. 3, A e ss.)
4 (Gênesis 3, 7):
3
4
A queda do paraíso na biografia
Na biografia de todos nós, ocorre a queda do paraíso, aquele momento em que nos
diferenciamos sexualmente e percebemos que o mundo é feito de dois “seres” bem distintos e
é também aquele momento em que saímos da proteção do ambiente familiar e vamos para a
vida, e começamos a nos deparar com tribos e bandos, onde temos que encontrar nosso lugar,
essa fase nos é conhecida como adolescência.
A partir da pré-puberdade, a diferenciação sexual torna-se cada vez mais visível. A mulher
amadurece mais rapidamente que o homem; a forma do seu corpo denota também as
qualidades da alma feminina: mais redonda, mais cósmica, mais espiritual, menos ligada à terra.
(A tonalidade de voz é mais alta, ossos mais leves, hemoglobina do sangue em porcentagem
menor, útero e órgãos de reprodução retraídos para dentro do corpo.)
O homem tem seu corpo mais anguloso, ossos pesados, mais terrestre, cérebro mais
pesado, hemoglobina em porcentagem
mais elevada (portanto quantidade de
ferro maior), pensamento mais racional,
voltado para a luta, defesa, para a ação.
Órgãos sexuais mais baixos e expostos.
Nossos órgãos sexuais têm os elementos
masculino e feminino ao mesmo tempo,
uma parte se desenvolve, outra regride,
dando a diferenciação sexual. Também a
animicamente, tanto o homem como a
mulher tem dentro de si a parte feminina
da alma (que Jung denomina de "anima")
e a parte masculina ("animus"). De
acordo com a intensidade do animus, o
homem ou a mulher podem ser mais ou
menos masculinos. Se predominar a
anima, o homem ou a mulher podem ser
mais ou menos femininos.
Na fase dos 14 aos 21 anos começa
a busca da complementação da alma
cada Adão busca sua Eva, cada Eva o seu
Adão - primeiro como complementação
e, à medida que há o amadurecimento
psicológico no decorrer dos três setênios
seguintes (21 a 42), haverá a integração dessas partes dentro de cada um.
Cada um de nós carrega dentro de ser humano ideal, que esta diretamente ligada a
imagem que foi construída a partir de nossas vivências, uma mãe amorosa,um pai provedor, ou
uma mãe agressiva e um pai alcoólatra, tudo isso ajuda a formar a imagem que carregaremos
dentro de nós sobre o feminino e masculino.
Nessa fase da vida entramos em contato com o arquétipo do homem e da mulher ideal:
Vênus
Marte
5
Marte
Marte é um elemento universal, usado quando queremos expressar força, poder, luta
agressividade.
O elemento do planeta Marte é o ferro, no nosso organismo esse elemento é de suma
importância já que sua carência no sangue, causa a anemia que nos deixa fraco e sem vontade,
diante de uma infecção o ferro sérico (livre do plasma sanguíneo) é o agente mobilizado para a
defesa do organismo, como um verdadeiro armamento bélico, quando temos deficiência dessa
substância no organismo, diante de uma infecção sentimo-nos prostrados.
O arquétipo do Marte, é determinado pela vontade. “Marte dá uma substância
impulsiva, uma alma de sensação forte, vontade cheia e paixão.” (R. Steiner).
A natureza volitiva vai da força cruel à força férrea na ação, à energia dirigida à meta e
ao domínio de si mesmo.
A vontade é uma força atuante que impregna
o pensamento e o sentimento. Precisa de
esforço e de tarefas como seu elemento de
vida. Seu pensar é certeiro como uma lança,
sua vontade é atuante e segura como a
espada de aço e o seu sentimento se esconde
atrás do escudo. Vivem em suas tarefas e
lutam pelas suas metas. Gosta de ter
liberdade de ação e põe isso em prática.
Marte frutificou civilizações e uniram o
interesse pelo trabalho. Enfurecem-se em
caso de impedimento às próprias iniciativas.
Os conflitos vêm da raiva, da agressão ou de
um comportamento muito obstinado. Muitas
vezes parecem gigantes entre anões e
destroem, por excesso de força, o que eles
próprios construíram.
Na mitologia encontramos dois deuses
gregos:
Ares que é Deus da guerra, amante de
Afrodite, que ajuda vencer as lutas,
representado muitas vezes com um escudo e
lança na mão.
Hephaistos que é o Deus manco, esposo
legítimo de Afrodite, que é o Deus Vulcano dos romanos, ou deus da forja que faz sob
encomenda todos os utensílios dos deuses, intenso trabalhador.
Ereto, cabeça levantada, peito inflado e ombros para trás. Lembra o temperamento
colérico. Membros musculosos, aperto de mão firme é atento e pesquisador. Quando está com
raiva, os seus olhos fulminantes ferem, o nariz se sobressai em luta. Lábios bem formados,
vermelhos e vivos. O queixo é muitas vezes saliente, seus movimentos são impulsivos, chegando
a ser grosseiros. Como forte lutador caminha com passos certos para a sua meta, empurrando
os outros para o lado. É um trabalhador eficaz e um guerreiro sem medo – luta pela verdade e
6
pelo direito. Pioneiro em todos os campos da
vida. Estão sempre atentos e acordados e têm
presença de espírito. Sabem observar bem e
provam tudo pelo pensamento prático, agudo e
críticos. Os pensamentos são como se fossem
marteladas em pregos. Percebem as tarefas sem
se deter nos problemas – o que não tem
importância fica para 2º plano. Pensar
materialista, acordado, disposto assumir a tarefa,
desde que se convença de sua necessidade. Nada
lhe parece inalcançável. Como pesquisador,
prova o existente e avança com pioneirismo.Na
técnica vai fazendo descobertas novas.
Pensar reformador ou revolucionário, abrindo
caminhos. Sua memória é fraca e seu olhar é para
o futuro.
Esconde os sentimentos atrás da armadura e do
escudo, pois é extremamente vulnerável e não
tolera não ser percebido ou ser posto de lado.
Não gosta de comunicar as suas vivências, elas
ficam consigo mesmo, porém os golpes do
destino lhe provocam profunda dor.
É decidido e seu ditado é: “Um homem, uma
palavra.”
Ares
7
Vênus
“Vênus é o elemento do amor cósmico”, R. Steiner
Extrovertida, passiva ou estética. Ela está preenchida por simpatias e antipatias, julgando com
facilidade. Tem um tipo de índole, que tem necessidade de um mundo externo estético, de uma
ou outra maneira e o julga de acordo com esta sua necessidade inata.
Entra em conflito com o mundo externo que não corresponde às suas idéias, o que gera
julgamentos negativos (crítica) e antipatias, enquanto urna harmonia com o mundo externo é
razão para um forte julgamento positivo.
Procura ligação com as pessoas a quem julga positivamente e se fecha às que julga
negativamente.
O seu elemento de vida é o sentir. Acolhem o mundo como conteúdo de vivência e se entregam
aos seus sentimentos. Dedicam-se às pessoas, à natureza e, em especial, à arte.
Gostam de desenvolver sentimentos religiosos. Gostam de ser belos e espalham beleza a sua
volta. Gostam de ser felizes e tornar os outros felizes.
Sem simpatia e participação murcham como a flor sem água.
Na mitologia aparece a Freira dos Germanos e Vênus-Afrodite dos gregos e romanos
representados pela estátua da Vênus de Millôs, famosa pela sua graça e beleza.
Uma Afrodite cósmica,
desperta o sentido da
beleza e aquece o
sentimento para a beleza
e amor divino.
Uma Afrodite terrestre
desperta
alegria
sensorial, sensualidade.
Ela nasce do esperma de
Uranos (céu), que cai do
céu no oceano, e das
águas e ondas do mar
nasce das espumas, onde
ela está sobre uma
O Nascimento de Vênus– Boticelli – Sec.XV
concha.
A Deusa do ar e da luz. O amanhecer e a primavera são seus elementos.
Ela se une a vários deuses:
O seu marido terrestre é Hepheistos, Deus da forja e dos metais.
O seu amante é Ares, Deus Marte, da guerra.
O seu filho é Eros ou cupido
Vênus desperta sensações e a faculdade do amor. A sua natureza é meiga e pacífica.
No céu acompanha o sol em seu caminho. ( A faculdade do amor leva da esfera de Vênus à
esfera solar)
Tende às formas arredondadas, cabeça pequena, cabelos ondulados, testa estreita, olhos
brilhantes, alegres e nariz perfilado. Sua boca geralmente sorri, os ombros são estreitos, os seios
bem desenvolvidos nas mulheres, cintura estreita e bacia mais larga, acentuando a forma
feminina. Os braços são arredondados, de poucos músculos e mãos não criadas para o trabalho.
A postura é relaxada, o andar gracioso, a fala é suave e a sua conduta é de ter muito tato com
os outros.
Romana
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Corpo bem estruturado, levemente encurvado, rosto oval, redondo. Freqüentemente bonito e
muitas vezes feio. Seu pensar é cheio de
sentimentos e imagens coloridas. Acolhem a
verdade somente de uma forma: critica ou
artística. Só os pensamentos que desperta
sentimentos é que são acolhidos. Não é de a sua
natureza fazer contas e resolver problemas. O
mundo se apresenta através de lentes cor de rosa.
E um pensar cheio de sentimentos repletos de
sonhos e paixões. Sua tendência é poética e não
científica.
Houve uma época da humanidade que foi
denominada a época de cobre (também a criança
passa por essa fase em seu desenvolvimento),
onde a consciência em relação ao mundo exterior
se apresenta por imagens.
Hoje, a consciência em imagens está soterrada
pela consciência vigil. Os venusianos vivem num
mundo de sentimentos e sonham colorido. São
mais determinados pelo sistema neuro-vegetativo
do que pelo seu cérebro e são sensíveis ao mundo
elementar. Estas características se manifestam às
vezes como telepatia, sonhos diurnos, visões,
sensações e até alucinações.
O sentimento está sempre em movimento.
Floresce em cada flor e jubila-se com cada
passarinho. Beleza, música e canto são os seus
elementos.
“Sentimentos variam como as ondas do mar. Seu
compartilhar traz alegria e tristeza. Entrega e amor
são os elementos de vida”. Vivem na exaltação de
sentimentos, como numa febre anímica. O mundo
das expectativas e dos desejos preenche com
paixão sua alma, o que é sucedido pela desilusão,
podendo chegar até a histeria. Depois disso, estão
esgotados.
De natureza agradável, que espalham uma
atmosfera alegre e sempre têm uma palavra compreensiva para todos. Evitam brigas,
desarmonia e contradições.
Têm senso de beleza, o que os faz embelezar o ambiente. A sua compaixão os leva a ser mão
aberta e ter uma atuação delicada. Trabalham com dedicação, sem pedir recompensa. O
sentimento de significar alguma coisa para alguém e ser amado, leva a sacrifício bem como a
executar coisas desagradáveis com paciência.
Nem dinheiro, nem qualquer outra coisa as mantêm num lugar frio. Por outro lado, são capazes
de seguir uma pessoa amada até na pobreza.
O venusiano em excesso está sob a natureza emocional das paixões, se entrega
demasiadamente ao prazer. Torna-se animal. Após a excitação vem o desleixo ou nojo; muitas
vezes torna-se sujo ou adoece com moléstias venéreas. Sua atitude muitas vezes é grandiosa e
dócil.
a
9
Lidar com esse tipo é especialmente difícil. Há um
campo pelo qual ele se interessa que diz respeito
aos segredos anímicos dos outros, ou seja, o
mundo do amor e do ódio. Conversas com estas
pessoas podem ser conseguidas através deste
tema aquilo que depende de amor e ódio das
outras pessoas.
10
O Homem e a Mulher
Com o conhecimento dos arquétipos, podemos entender como isso é na vida real, como
essas diferenças se apresentam no dia a dia em cada um de nós, cada homem deve ter em si um
Marte e cada mulher deve ter em si uma Vênus, a essência de cada um de nós esta justamente
nesses arquétipos. Mas não só em nós mora esses arquétipos mas também em nossas relações,
sejam elas eróticas ou não. Todo relacionamento deve ter em vários momentos forças de Marte
e Vênus, que abordaremos mais adiante.
As diferenças entre o Homem e a Mulher chegam inclusive no âmbito biológico.
Homem
Esqueleto mais pesado, contendo, portanto
mais cálcio, que é o elemento de ligação com
a terra
Musculatura mais forte, mas desenvolvida,
forma de um triângulo com a base voltada
para cima.
Tórax e membros mais desenvolvidos
Na adolescência, a voz do homem engrossa,
descendo uma oitava (a voz grossa é sinal de
encarnação mais profunda no corpo)
Cérebro mais pesado, mais voltado para o
pensamento racional-lógico. (Parte esquerda
do cérebro mais desenvolvida)
Órgãos genitais externos ao organismo, mais
perto da terra, o pênis é denominado
“membro” (como os do movimento)
O espermatozóide é um ponto pequeno com
uma longa cauda e pouquíssima substância
Milhares de espermatozóides são produzidos
(força propulsora para sair)
O espermatozóide é extremamente ágil, e
milhões deles vão ao encontro do óvulo para
fecundá-lo
A penetração e a fecundação ocorrem
mediante atividade
Mulher
Esqueleto mais leve, por isso nas tabelas de
peso, tendo a mulher e o homem a mesma
altura, a mulher deverá pesar menos.
Mais tecido adiposo, menos músculos
(exceto as esportistas). Bacia e cintura pélvica
mais desenvolvidas. A forma do tórax é a de
um triângulo com a base voltada para baixo.
A voz se mantém em tonalidade mais alta
Cérebro mais leve, mais voltado para o
pensamento intuitivo e prático. (Parte
cerebral direita mais desenvolvida)
Orgãos genitais recolhidos na interioridade
do corpo, e sem movimento
O óvulo é redondo e contém mais massa,
substância ou matéria (mater=mãe).É grande
em relação à cabeça do espermatozóide.
Um só óvulo amadurece a cada mês
(economia)
O óvulo não é dotado de movimento. É
levado ao útero pelos movimentos realizados
pelas trompas
A fecundação é feita seletivamente. O óvulo
escolhe o espermatozóide que deverá
fecundá-lo. Há receptividade e não
passividade.
Também na fisiologia íntima existem diferenças entre o homem e a mulher, o homem
possui um quantidade maior hemácias no sangue e dentro das hemácias encontramos a
hemoglobina que é a proteína portadora do ferro, ou seja, o homem tem mais ferro no
organismo, para elucidar a explicação, vamos pegar como exemplo uma pessoa que esta
anêmica, quando isso acontece, falta a vontade de atuar, a pessoa se sente fraca. Falta ferro que
é o elemento de Marte o símbolo do masculino, entretanto para administrador dosagens de
ferro para um paciente anêmico, é necessário que junto a isso seja receitado o cobre, porque é
esse elemento que faz um receptáculo para que o ferro seja absorvido pelo organismo, e a
mulher tem uma quantidade maior de cobre no sangue, ou seja, homens possuem
fisiologicamente maior propensão a atuação, e mulheres ao acolhimento.
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O ferro quando queimado produz luz, o cobre quando queimado produz calor.
Completando o quadro interior
Homem
Quantidade maior de ferro no sangue
Luz
Luta, defesa
Força
Falar
Mulher
Quantidade maior de cobre no sangue
Calor
Beleza, amor
Ambientação
Receptividade, sensibilidade
Escutar
Na vida embrionária também é possível observar o jogo dessas duas forças. O sistema
genito-urinário, é o único sistema que depois se diferencia, enquanto no homem certas partes
se desenvolvem, suas equivalentes no sexo feminino se atrofiam.
Por sua natureza biológica já conseguimos entender que o homem é mais voltado para
pensar e o agir e a mulher para o sentir.
A expressão artística nos mostra isso, o homem sempre foi representado por episódios
de luta e embate e mulher sempre pela beleza, com um filho no braço ou com instrumentos
musicais.
Os contos de fadas também ilustram esse papel masculino, do lutador, do “mocinho”,
daquele que salva a donzela, e a mulher sempre representada como a frágil princesa, a musa
inspiradora, aquela por quem o príncipe é capaz de todas as façanhas.
Esse arquétipo que foi muito usado no “amor cortês”, que foi um conceito europeu
medieval de atitudes, mitos e etiqueta para enaltecer o amor, e que gerou vários gêneros de
literatura medieval, incluindo o romance. Ele surgiu nas cortes ducais e principescas das regiões
onde hoje se situa a França meridional, em fins do século XI. Em sua essência, o amor cortês era
uma experiência contraditória entre o desejo erótico e a realização espiritual, "um amor ao
mesmo tempo ilícito e moralmente elevado, passional e auto-disciplinado, humilhante e
exaltante, humano e transcendente"
No decorrer da história da humanidade esse arquétipo foi se perdendo, a revolução
industrial, o feminismo, foram formatando novas formas de relacionamento onde no momento
atual encontramos em muitos casos a inversão de papeis, que refere-se justamente a esse
imagem mais essencial que cada um de nós carrega sobre o feminino e o masculino.
“Marte e Vênus – Boticelli – Sec. XV
12
“Madonna – Rafael – Sec. XV”
“Marte – Velasquez – Sec. XVI”
“Hermes –Praxiteles– Greco-romana”
“Afrodite e Pan – Desconhecido – Grego-Romana”
13
Animus e Anima
Podemos falar também sobre essas forças dos arquétipos dentro de nós, que foram
denominadas por Jung como: Anima e o Animus, o arquétipo da anima (termo em latim para
alma),constitui o lado feminino no homem, e o arquétipo do animus(termo em latim para mente
ou espírito), constitui o lado masculino na psique da mulher. Ambos os sexos possuem aspectos
do sexo oposto, não só biologicamente, através dos hormônios e genes, como também,
psicologicamente através de sentimentos e atitudes.
Sendo a persona a face externa da psique, a face interna, a formar o equilíbrio são os arquétipos
da anima e animus. O homem traz consigo, como herança, a imagem de mulher. Não a imagem
de uma ou de outra mulher especificamente, mas sim uma imagem arquetípica, ou seja,
formada ao longo da existência humana e sedimentada através das experiências masculinas com
o sexo oposto.
Cada mulher, por sua vez, desenvolveu seu arquétipo de animus através das
experiências com o homem durante toda a evolução da humanidade, ou seja, todo homem tem
dentro de si uma Anima e toda mulher tem dentro de si um Animus, aquilo que na fase lemúrica
era unido fisicamente encontramos no homem moderno uma parte como expressão física, e a
outra como algo que temos que buscar o equilíbrio, desenvolver e integrar, para tornarmo-nos
novamente unos no decorre da biografia, mas antes que isso aconteça, na época da
adolescência quando desperta pela primeira vez a imagem da Eva e do Adão dentro do indivíduo
até aproximadamente 28 anos, como não somos “inteiros” buscamos no outro aquilo que em
nós ainda não existe, e aí começa o duro caminho do relacionar-se.
Três fenômenos ocorrem relacionamentos de pessoas que ainda não estão integradas,
e por muitas vezes levando-os inclusive para o fim:
O espelhamento:
O outro é para mim como que um
espelho, encontro comigo mesmo na
alma do outro. “Não consigo mais
viver sem ele”, é um exemplo claro de
espelhamento, sem a individualidade
do outro não consigo me reconhecer.
“O espelho – Toulouse Lautrec – Sec. XVII”
14
A projeção:
A imagem ideal feminina ou
masculina que mora dentro de nós é
projetada no parceiro, que sendo de
carne e osso, jamais consegue
corresponder à imagem ideal.
“A mulher e suas crianças –Renoir – Sec. XIX”
A transposição:
Uma imagem condicionada de pai,
mãe, amante, amor platônico, ideal,
que nunca foi confrontado com a
realidade,
que
nunca
foi
efetivamente vivido, que permanece
como imagem ideal positiva que se
transforma em um verdadeiro
fantasma no relacionamento (Dona
Flor e seus dois maridos), gerando
uma expectativa sobre o parceiro
além da possibilidade humana.
“As três graças – Boticelli – Sec. XV”
15
A integração do Animus e da Anima
A partir dos 28 anos começa na biografia a necessidade interna da integração, a mulher
começa a sentir necessidade de integrar seu animus, que significa, ter o pensar mais assertivo,
força na ação, trazer para o mundo seus desejos, e homem começa ter necessidade de expressar
mais os seus sentimentos, tem vontade de ficar mais com a parceira e tem vontade de
compartilhar.
Agora é a fase da individuação da alma, onde eu começo a percorrer o caminho para
tornar-me um individuo inteiro capaz de compartilhar com o outro.
Agora começamos a lutar com antigas normas, “homem não chora”, “você não pode
depender de seu marido”, etc.
Quais as características positivas da anima?
O calor nos sentimentos
A capacidade de amar
Atribuir significados mais profundos e
humanos
Compadece-se com o sentimento alheio
Cuidar
Ouvir
Criatividade
Beleza
Leveza
Senso estético
Religação com o espiritual
“Vênus – Escultura de Terracota”
Quais as
animus?
características
positivas
Força de iniciativa
Força de ação
Falar
Pensamento claro
Raciocínio lógico
Concentração
Cumprimento de metas, aspiração
Lutar
Empreender o novo
Força do discernimento
“Perfil de um guerreiro – Da Vinci – Sec. XV”
do
16
Se o homem integra sua Anima ele
desenvolve:
Desenvolve a capacidade de sentir o que se
passa no outro ser humano
Desenvolve a retidão de caráter
A ponderação no julgamento
A sensibilidade em lidar com o outro
O senso de Justiça
A polidez
A gentileza
Liberta o sentir
A criatividade
A capacidade de ouvir
A integração com a família
A capacidade de liderança
Encontra um sentido para a vida
Respeito e devoção pela mulher
O interesse pela ecologia
“Davi – Michelangelo – Sec. XV”
Se o homem não integra sua anima ele se
torna
Excessivamente agressivo
Vingativo
“Embruxado”
Emotividade inferior, fala-se de uma alma
endurecida
Excessivamente “palhaço”, não leva nada a
sério
Não respeita a mulher
Torna-se um mal caráter
Não consegue ponderar as coisas
Torna-se grosseiro
Não é criativo
Não tem modos, vira uma “mulher bem
vulgar.”
Torna-se materialista, não consegue ver o
lado espiritual das coisas
Pode tornar-se um alcoólatra ou adicto em
drogas como cocaína
Torna-se machista, acha que a mulher
merecer ser punida.
Torna-se fraco e sem vontade, dependente
da mulher
Unilateral, com uma bitolação no
pensamento
Não consegue se comprometer com nada na
vida
Não sustenta promessa
“Bacchus – Michelangelo – Sec. XV”
17
Se a mulher intega seu animus ela
desenvolve:
Capacidade de concentração
Capacidade de agir
Pensamento claro
Equalizar a simpatia e a antipatia
Não se deixar subvalorizar
Tornar-se mulher em não mãe
Torna-se forte mas não “machona”
Raciocínio lógico
Objetivar sentimentos e não se deixar levar
por ele
Compreender o Homem de maneira mais
abrangente
Ter metas e aspirações e conseguir trazê-las
para terra
A capacidade de controlar a fala e não ser
fofoqueira
A capacidade de manter-se neutra e não
criar conflitos
Capacidade acolher e cuidar do outro
Compreensão mais ampla de seu papel e a
doação para família
A força do discernimento diferenciando o
real da fantasia
“A mulher – Elin Danielson – Sec. XIX”
Se a mulher não integra o animus ela se
torna
Vulgar
“Machona”, disputa tudo com o homem
Fria e dura
Perde a sensibilidade
Tem sempre o sentimento de ser injustiçada
porque se compara ao homem
Tem opiniões pré fixadas
Mãe autoritária
Excessivamente regrada, transforma a casa
em um quartel general
Excessivamente dependente do marido e
dos filhos
Muito fantasiosa chegando ao histerismo
Medo de tudo e de todos
Busca constante proteção
Quer disputar o tempo inteiro
Excessivamente julgadora
Aproxima-se sempre de homens mais frágeis
para poder ser a “comandante” da situação.
“Judith – Klimt – Sec. XVII”
18
As relações
Não vou enfocar aqui o aspecto erótico, e sim a questão de como nos relacionamos no
dia a dia e o que isso tem haver com a integração.
Nos relacionamentos atuais, homem e mulher, filho e mãe, empregado e empregador, chefe ou
subordinado, encontramos as “sombras” que surgem da falta de consonância dessas duas
forças: Marte e Vênus ou Homem e Mulher.
Diante da discussão de um tema, da aparição de um problema, normalmente entramos em áreas
de conflito, a integração dessas forças por nós é o que permite relações harmoniosas.
Isso no dia a dia significa:
Marte
Capacidade de falar e expressar a questão de
forma clara sem emitir opiniões pessoais
Expressar o que aquilo incomoda
verdadeiramente, sem se esconder atrás de
mentiras
Falar de forma clara, trazendo fatos como
exemplos
Organizar para que não vire um caos
Trazer o problema sem querer encontrar
culpados
Deixar que o outro se expresse
Vênus
Ouvir atentamente e com interesse,
acolhendo aquilo que o outro fala
Levar em consideração o sentimento alheio
Não se deixar levar pela emoção, não tratar
as coisas pelo lado pessoal
Respeitar a vez de todos
Ter criatividade para lidar com a situação
Ter paciência para esperar sua vez de falar
Quando algo tem que ser expressado, devemos fazer uso dessas duas forças para que algo novo
possa ser construído
Vênus
Amor
Amor
Marte
Verdade
Verdade
Constroi
Falso
Duro
Destrói
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Como Cultivar a Anima e o Animus
Como cultivar a Anima
• Exercitar a parceria nas
relações, se dispor a trabalhar em
equipe.
• Se colocar a serviço do outro
• Cuidar dos filhos ou de crianças
• Praticar atividade artística
• Buscar o espiritual
• Cultivar a fantasia ativa,
(experimente escrever para sua
anima.)
• Cultivar a religiosidade
• Procurar o encontro com seu Eu
• Cuidar da casa
• Fazer trabalhos manuais
• Fazer
atividades
lúdicas
(brincar)
• Cantar ou dançar
• Fazer atividades que exijam
paciência.
Como cultivar o Animus
• Exercitar a parceria nas
relações,
se
aproximar
verdadeiramente das pessoas.
• Promover a organização da
casa, do trabalho, da agenda.
• Buscar a realização profissional
•
•
•
•
•
•
•
•
Buscar o espiritual
Estudar ciência, matemática, filosofia, história.
Cultivar a fantasia ativa ( experimente escrever para seu animus)
Procurar o encontro com seu Eu
Trabalhar com a terra
Estudar de forma sistemática
Trabalhar com atividades que exijam prazo
Iniciar um projeto pessoal por menor que seja
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Instruções para o trabalho nos pequenos grupos
Escolha um coordenador para o tempo;
Divida o tempo na mesma medida para todos os participantes do grupo;
A pessoa que iniciará os relatos deve colocar o seu trabalho no centro do grupo, os demais
participantes observam em silêncio;
A pessoa que esta fazendo o seu relato, deve ser avisada com 15 e 5 minutos de
antecedência sobre o término do seu tempo;
A ordem de início dos relatos deve variar de um dia para outro;
Enquanto uma pessoa relata, o grupo ouve atentamente, não sendo permitido interrupções,
somente em caso de perguntas de esclarecimento.
Após o término do relato, o grupo deve ficar em silêncio, não julgar, não podar, não falar
frases do tipo : “Sabe o que eu acho?..” “Posso te dar um conselho...”
Após o término serão permitidas perguntas de ESCLARECIMENTO, sobre algo que você não
tenha entendido;
Se a pessoa que relatou o fato não se sentir confortável, não é obrigatório responder a
pergunta feita a ele;
A pessoa que esta relatando deve respeitar o tempo destinado a ele, lembrando que os
outros também querem ser ouvidos, cada minuto que eu falo a mais, alguém vai falar a
menos.
Todos os integrantes devem ter o mesmo tempo de relato, mesmo que o colega solicite um
tempo maior a ele;
Todos os integrantes devem manter-se na sala durante o relato do colega;
Em absoluto serão permitidos, laptops, celulares, etc;
Após o final do relato todos os outros participantes devem silenciar junto ao colega e
escolher uma frase, uma poesia ou um gesto para oferecer a ele;
Lembrem-se alguém esta compartilhando com você o que ele tem de mais valioso, respeite
e receba como um presente;
Perguntas Norteadoras para o trabalho em pequeno grupo - Sábado
Faça uma reflexão sobre os relacionamentos que teve até o momento e responda:
O que eles tem em comum com os relacionamentos de seus pais?
Algumas das normas que recebeu nos primeiros setênios te acompanham ainda hoje? “ Você
tem que ser forte”, “ A mamãe ou papai te protegem”, “ Você tem que ser independente”
Qual era a imagem de sua mãe no coração de seu pai? Qual a imagem do seu pai no coração de
sua mãe? Elas estão presentes ainda na sua biografia?
Diante de um potencial parceiro, como me sinto? Como me vejo?
Como me apresento no mundo como mulher ou homem?
Ouvindo as palestras, gosto dos arquétipos que dizem respeito ao meu sexo? Como gostaria de
ser como mulher ou como homem?
Quais qualidades tem em comum homens/mulheres que admirei ou admiro?
Existe alguma crença que tenho que derrubar? Qual?
Perguntas Norteadoras para o trabalho em pequeno grupo - Domingo
O que eu gostaria de mudar no meu caminho para a integração?
Dentro do processo de amadurecimento do masculino e feminino onde eu me encontro?
O que eu descobri sobre minha Dama/Cavalheiro?
O que eles precisam ou pedem para se harmonizar?
Que pequena ação é possível fazer para melhorar minhas relações?
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O Homem e a Mulher
O homem é a mais elevada das criaturas;
A mulher é o mais sublime dos ideais.
O homem é o cérebro;
A mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz;
O coração, o AMOR.
A luz fecunda, o amor ressuscita.
O homem é forte pela razão;
A mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence, as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos;
A mulher, de todos os martírios.
O heroísmo enobrece, o martírio sublima.
O homem é um código;
A mulher é um evangelho.
O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo; a mulher é o sacrário.
Ante o templo nos descobrimos;
Ante o sacrário nos ajoelhamos.
O homem pensa; a mulher sonha.
Pensar é ter , no crânio, uma larva;
Sonhar é ter , na fronte, uma auréola.
O homem é um oceano; a mulher é um lago.
O oceano tem a pérola que adorna;
O lago, a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa;
A mulher é o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço;
Cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra;
A mulher, onde começa o céu.
Victor Hugo
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{INTEGRAÇÃO MASCULINO E FEMININO}