matériade capa SÍMBOLO VIVO DA RENÚNCIA SANTIFICADA PELO AMOR SUBLIME, MARIA DE NAZARÉ AINDA SOCORRE SEUS FILHOS ATRAVÉS DE LEGIÕES DE ESPÍRITOS DE LUZ M Por Érika Silveira aria de Nazaré é intitulada no catolicismo como “Mãe Santíssima” ou “Virgem Maria”, mas apesar das diferentes nomenclaturas, é ponto comum entre todos de que se trata de um espírito de alta envergadura espiritual e é referência de socorro aos aflitos. Seu nome é lembrado constantemente diante de muitos leitos de dor. Mães pedem desesperadamente pela salvação de seus filhinhos queridos, outros se colocam de joelhos à espera de um “milagre”. Cada um a sua maneira roga o consolo necessário que acalente o seu espírito nos momentos mais difíceis. Na Terra, Maria de Nazaré recebeu como missão gerar em seu ventre aquele que seria o portador da Boa Nova para toda a humanidade e mudaria para sempre o caminho do Planeta. Na verdade, as passagens citadas nos Evangelhos dão uma vaga e remota idéia sobre sua vida, longe de descrever a grandeza de seu papel. Porém, há um fato interessante e que vale ser acrescido. É a descrição física de Jesus e Maria, feita pelo senador romano Públio Lentulus (uma das encarnações do espírito de Emmanuel, relatada no livro Há Dois Mil Anos, publicado em 1939 pela Federação Espírita Brasileira). A narração foi deixada em uma carta escrita por Públius endereçada ao imperador romano Tibério César, no tempo de Cristo, e que faz parte dos arquivos da biblioteca da Ordem dos Lazaristas de Roma. Um trecho da carta que cita Maria de Nazaré diz: “Jesus é o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante à sua mãe, a qual é de uma rara beleza, não se tendo jamais visto por estas partes uma mulher tão bela”. Não existem relatos históricos a respeito da infân- 6 cia de Maria. Sua vida começa a ser contada a partir de seu casamento com o carpinteiro José, ainda na juventude. Conta-se que quando Maria se recolhia para mais uma noite de descanso, subitamente ouviu a voz de um “anjo” de nome Gabriel, anunciando a chegada de um filho que se tornaria o Mestre da humanidade e que receberia o nome de Jesus (Príncipe da Paz). Nascimento de Jesus Durante o período de gestação de Jesus, César Augusto, imperador da época, decretou a obrigatoriedade de um recenseamento, que deveria ser realizado nas cidades de origem de cada morador. E como a família de seu esposo, José, era de Belém, na Judéia, se dirigiram para o local. Os dias foram passando e chegou o momento de Maria dar à luz, obrigando-os a buscarem um lugar para que pudessem repousar. Mas devido a um grande número de forasteiros na cidade, a dificuldade em encontrar vagas nas estalagens era muito grande. Assim, aceitaram como último recurso uma estrebaria, pouso de animais, repleto de palhas. Jesus nasceu em uma manjedoura de uma singela estrebaria de Belém, uma região de pastoreio, o que favorecia a criação de rebanhos e a presença de pastores para as vigílias noturnas. A vibração se tornou tão especial naquela noite, que os pastores puderam sentir no campo o amparo da misericórdia Divina através da chegada do Pastor Celeste. Cumpridos os oito dias para circuncidar o menino, segundo o mandamento da lei de Moisés, José e Ma- Imagem extraída do livro Maria de Nazaré, da editora Fonte Viva 7 Retrato mediúnico de Maria de Nazaré Matéria de capa MARIA DE NAZARÉ É UM DESSES GRANDES SERES QUE RENUNCIOU, COMO AVE DE LUZ, AO SEU NINHO DE BEM-ESTAR ANGELICAL, PARA AJUDAR A HUMANIDADE, APAGANDO A SUA PRÓPRIA LUZ, PARA QUE ACENDESSE A LUZ MAIOR ria o levaram ao Templo em Jerusalém para apresentar o filho ao Senhor. Paralelamente se espalhava a notícia por intermédio de alguns sacerdotes da Pérsia, que haviam chegado do Oriente, de que havia nascido o menino que seria o novo Rei dos Judeus, fato que deixou o rei Herodes extremamente contrariado. José então recebeu através de um sonho a mensagem de um espírito de luz pedindo para que fugissem para o Egito, pois se seu filho fosse achado seria morto. Assim procederam, retornando somente após a morte de Herodes. O novo testamento não relata o período dos 12 anos de Jesus junto a sua família e o início de sua vida pública, aos 30 anos de idade. Questiona-se o que teria ocorrido com Maria nesse tempo, se teria tido outros filhos. Os fatos são muito vagos e permitem diferentes interpretações. O sofrimento de Maria Desde que Maria recebera o anúncio do anjo de que daria à luz ao Salvador da humanidade, trinta e três anos se passaram, data da partida do Cristo para o plano espiritual. Muitos fatos aconteceram, mas constam poucos relatos históricos sobre Maria junto a Jesus, até o momento de sua prisão. Apesar do grau de hierarquia espiritual elevada de Maria de Nazaré, seu coração de mãe recebeu a notícia da prisão de Jesus dada pelo discípulo João, com grande tristeza e dor. Um sofrimento sentido no silêncio de sua resignação. Inutilmente tentou penetrar o cárcere onde Ele havia sido preso e em oração suplicou que seu filho pudesse se salvar da crucificação. Aos pés da cruz e ao lado de João, amigo inseparável, disse: “Meu filho! Meu amado filho!”. O Cristo, em um de seus últimos suspiros no corpo, disse-lhes: “Mãe, eis aí teu filho! “E ao apóstolo: “Filho, eis aí tua mãe!”. Maria, apesar do sofrimento materno, compreendeu a vontade de Deus. Com a partida de Jesus para o plano espiritual, os discípulos se dispersaram na propagação da Boa Nova. Maria retirou-se para a casa de alguns parentes que lhe esperavam na região de Batanéia. Assim, os anos foram 8 correndo, até que João, filho de Zebedeu, lhe ofereceu um refúgio em Èfero (cidade da Lídia, situada na costa ocidental da Ásia menor), para que pudessem ensinar na pequena casa as verdades do Evangelho. Maria aceitou prontamente o convite e sua choupana tornou-se conhecida como “Casa da Santíssima”. Desesperados e desenganados do mundo iam até lá para ouvir palavras confortadoras. O tempo foi passando e já com a idade avançada, a enfermidade fora lhe minando as forças físicas. Certa noite abriu os olhos e viu surgir a sua frente uma luz ofuscante; era seu filho Jesus, que a buscava para a sua nova morada no plano espiritual. Maria no plano espiritual Há diversas mensagens e descrições sobre as obras de Maria no plano espiritual relatadas em obras psicografadas por Chico Xavier e Yvonne A. Pereira. Existem citações importantes a respeito dos trabalhos sublimes realizados junto aos sofredores e oprimidos nas esferas umbralinas. O livro Ação e Reação, ditado por André Luiz, mostra o poder da prece à Maria que diz: “Mãe Santíssima! Anjo Tutelar dos náufragos da Terra, compadecete de nós e estende-nos tuas mãos doces e puras! ... Sabemos que o teu coração compassivo é luz para os que tresmalham nas sombras do crime e amor para todos os que mergulham nos abismos do ódio... Mãe, atende-nos! Estrela de nossa vida, arranca-nos da escuridão do vale da morte! ...”. Mais adiante nas páginas 155-158, André Luiz descreve a sua visita ao santuário Mansão da Esperança, situada em regiões de extrema dor no plano espiritual. O livro Memórias de um Suicida psicografado pela médium Yvonne A. Pereira, pelo espírito de Camilo Cândido Botelho (cognome do suicida e escritor português Camilo Castelo Branco), descreve a tarefa da Legião dos Servos de Maria na ajuda aos suicidas. Vejamos alguns trechos das descrições citadas na obra através de Camilo, espírito em sofrimento na época:“Imaginais uma assembléia numerosa de cria- Maria recebeu desde cedo, de seus pais Eli e Ana, exemplos de virtude e ensinamentos acerca da vida, da espiritualidade e de Deus turas disformes - homens e mulheres- caracterizada pela alucinação de cada uma, correspondente a casos íntimos, trajando, todos, vestes como que empastadas do lodo das sepulturas, com feições alteradas e doloridas estampando os estigmas de sofrimento cruciantes! Imaginai uma localidade, uma povoação envolvida em densos véus de penumbras, gélida e asfixiante, onde se aglomerassem habitantes de além-túmulo abatidos pelo suicídio, ostentando, cada um, o ferrete infame do gênero de morte escolhido no intento de ludibriar a Lei Divina - que lhes concedera a vida corporal terrena como precioso ensejo de progresso, inavaliável instrumento para a permissão de faltas gravosas do pretérito!... Porém, mesmo em lugar tão terrível, a misericórdia de Deus se manifesta: periodicamente, singular caravana visitava esse antro de sombras. Vinha à procura daqueles dentre nós cujos fluídos vitais arrefecidos pela desintegração completa da matéria, permitissem locomoção para as camadas do invisível intermediário, ou de transição. Supúnhamos tratar-se, a caravana, de um grupo de homens. Mas na realidade eram espíritos que estendiam a fraternidade... Senhoras faziam parte dessa caravana - Legião dos Servos de Maria. Entravam aqui e ali, pelo interior das cavernas habitadas, examinando seus ocupantes. Curvavam-se, cheias de piedade, junto das sarjetas, levando aqui e acolá algum desgraçado tombado sob o excesso de sofrimento; retiravam os que apresentassem condições de poderem ser socorridos e colocavam-se em macas conduzidas por varões que se diriam serviçais ou aprendizes”. O Hospital de Maria de Nazaré Passaram-se os anos e finalmente Camilo tem condições de ser socorrido e é transferido para o hospital Maria de Nazaré. Vejamos o que ele nos narra: “Depois de algum tempo de marcha, durante o qual tínhamos a impressão de estar vencendo grandes distâncias, vimos que foram descerradas as persianas, facultandonos possibilidade de distinguir no horizonte ainda afastado, severo conjunto de muralhas fortificadas, enquanto pesada fortaleza se elevava impondo respeitabilidade e temor na solidão de que se cercava... Edifícios soberbos impunham-se à apreciação, apresentando o formoso estilo português clássico, que tanto nos falava à alma. Indivíduos atarefados, neles entravam e deles saiam em afanosa movimentação, todos uniformizados com longos aventais brancos, ostentando ao peito a cruz azul-celeste ladeada pelas iniciais: L.S.M. Dir-se-iam edifícios, ministérios públicos ou departamentos. Casas residenciais alinhavam-se, graciosas e evocativas na sua estilização nobre e superior, traçando ruas artísticas que se entendiam laqueadas de branco, como que asfaltadas de neve. À frente de um daqueles edifícios parou o comboio e fomos convidados a descer. Sobre o pórtico definia-se sua finalidade em letras visíveis: Departamento de Vigilância. Tratava-se da sede do Departamento onde seríamos reconhecidos e matriculados pela direção, como internos da Colônia. Daquele momento em diante estaríamos sob a tutela direta de uma das mais importantes agremiações pertencentes à Legião chefiada pelo grande Espírito Maria de Nazaré, ser angélico e sublime que na Terra mereceu a missão honrosa se seguir, como solicitudes maternais, Aquele que foi o redentor dos homens!... A um e outro lado destacavam-se outras em que setas indicavam o início de novos trajetos, enquanto novas inscrições satisfaziam a curiosidade ou necessidade do viajante: À direita- Manicômio, À esquerda- Isolamento. 9 Matéria de capa CONFORME O ESPÍRITO MIRAMEZ, MARIA DE NAZARÉ, AINDA CRIANÇA, TERIA SIDO INSTRUÍDA CONFORME AS LEIS DO TEMPLO DE JERUSALÉM, PARA DEPOIS SER Ao contrário das demais dependências hospitalares, como o Isolamento e o Manicômio, o Hospital Maria de Nazaré, ou “Hospital Matriz”, não se rodeava de qualquer barreira. Apenas árvores frondosas, tabuleiros de açucenas e rosas teciam-lhe graciosas muralhas...”. A Mansão da Esperança A Legião dos Servos de Maria mantém também no plano espiritual outras instituições, em clima vibratório mais ameno.Uma dessas instituições é a Mansão da Esperança. Camilo diz,“Não me permitirei à tentativa de descrever o encanto que se irradiava desse bairro onde as cúpulas e torres dos edifícios dir-se-iam filigranas lucidando discretamente, como que orvalhadas, e sobre as quais os raios do Astro Rei, projetados, em conjunto com evaporações de gases sublimados, emprestavam tonalidades de efeitos cuja beleza nada sei a que possa comparar! Emocionados, detivemo-nos diante das escolas que deveríamos cursar. Em tudo, porém, desenhava-se augusta superioridade, desprendendo sugestões grandiosas, inconcebíveis ao homem encarnado. Aqui e ali, pelos parques que bordavam a cidade, deparávamos turmas de alunos ouvindo seus mestres sob a poesia dulcíssima de arvoredos frondosos, atentos e inebriados como outrora teriam sido, na Terra, os discípulos de Sócrates ou de Platão, sob o farfalhar dos plátanos de Atenas; os iniciados de Pitágoras e os desgraçados da Galiléia e da Judéia, os sofredores de Cafarnaum ou Genesaré, embevecidos ante a intraduzível magia da palavra messiânica! A hora da Ave-Maria Na terra quando o sol se põe, muitos elevam suas preces à Mãe de Jesus. No plano espiritual também assim acontece. A suavidade do crepúsculo, as estrelas que principiam a surgir, a natureza que silencia, tudo convida ao recolhimento. Acreditamos que isso que acontece na terra é reflexo de uma atitude muito maior e mais profunda que ocorre no Mundo dos Espíritos...” 10 Trecho do livro Maria de Nazaré, pelo espírito Miramez, psicografado pelo médium João Nunes Maia. Neste livro, o leitor poderá conhecer em detalhes a vida de Maria. Aos sete anos de idade, Maria recebeu a visita de três rabinos que queriam se certificar se ela realmente era a escolhida que seria a mãe do Messias. “Em determinado momento da conversa, um dos rabinos perguntou: - Filha de Deus! Estamos ouvindo muito bem as tuas palavras, e elas serão para nós alguma coisa de especial que, por vezes, confortará nosso coração. Da minha parte, não ignoro o que dizes e me sinto ansioso para que tudo isso aconteça, para a paz de todas as criaturas; no entanto, a situação atual pede sacrifícios e não vejo coragem bastante para as renúncias que o caso merece, como às vezes a própria vida. Que dizes? Maria de Nazaré continuava naquela inquietação própria da idade, porém os ouvidos registravam toda a fala do rabino, de modo que respondeu sorrindo: - Todos os homens já conhecem os caminhos de Deus, mas preferem passar por estradas mais largas, onde o conforto ilusório oferece o céu da Terra, que é passageiro. Eu desejaria saber de ti, quem te deu essas barbas respeitáveis e esses cabelos que encantam a todos, pelo trato que não fica esquecido! De onde veio o algodão e o linho do traje apurado que vestes? Esse cajado que ostentas em tuas mãos benfeitoras, quem te deu? E de onde veio o material dos pergaminhos sagrados que não se apartam da tua bolsa, onde o couro foi fornecido pelo animal? De onde vieram as sandálias que agasalham teus pés para as grandes caminhadas? E o alimento abundante de tua casa? Quem fez os pássaros que cantam na praça do templo e nas florestas? Quem fornece remédio para os males dos homens e de onde vem a inteligência dos sábios? Sei que podes responder imediatamente e conforto o meu coração se a tua resposta for a mesma que vou dar: tudo vem de Deus! Se é assim, por que não sacrificar alguma coisa em favor das leis desse Deus, que redunda em felicidade para todos nós? Se alguns estão dormindo, que ande quem está acordado, porque uma viagem longa se apóia nos primeiros passos e o Senhor que está nos Céus espera quem dê esses passos, para que a verdade seja sustentada e garantida por Ele!”. Editora Fonte Viva INICIADA NA FRATERNIDADE DOS ESSÊNIOS