Seminário Obstetrícia Central Estadual de Regulação Dra Sabrina Soraia Schroeder Agosto 2009 Cálculo Idade Gestacional • DUM: data última menstruação • DPP: data provável do parto – 40 semanas – 38 - 42 semanas • Regra Nägele: DUM + 7 dias e -3 meses – DUM: 07/06/2008 – DUM: 26/06/2008 DPP: 14/03/2009 DPP: 02/04/2009 Idade Gestacional • Determinação IG: – DUM – Ecografia 1º trimestre: erro 3 - 5 dias 2º trimestre: erro 1 - 2 semanas 3º trimestre: erro 2 - 3 semanas Trabalho de Parto • Trabalho de parto é dividido em duas fases: - fase latente: contrações irregulares, colo grosso, < 3 cm - fase ativa - 3cm de dilatação - 100% apagamento - dilatação cervical rápida (> 1 cm/hora) Trabalho de Parto Prematuro O TPP corresponde a 12 – 13% dos partos. • Causas de prematuridade: Parto por indicação materna ou fetal (30 – 35%); TPP com membranas intactas (40 – 45%); Ruptura prematura das membranas (25 – 30%) • Morbidade associada a prematuridade: 75% mortalidade perinatal 50% morbidade infantil (a longo prazo) Trabalho de Parto Prematuro • Idade gestacional e incidência de TPP: < 28 sem (1150 g): 5% 28 – 31 sem (1650 g): 15% 31 – 33 sem (2000 g): 20% 34 – 36 sem (2650 g): 60 – 70% • Gestações múltiplas são responsáveis por 15 – 20% dos prematuros 60% dos gemelares são prematuros; 40% dos gemelares cursam com ruprema ou TPP Trabalho de Parto Prematuro • 24-34 semanas (37sem) • Contrações regulares • Toque vaginal: 2cm, 80% apagamento • Manejo: – nifedipina e corticóide – coleta HMG, EQU, urocultura Tocolítico • NIFEDIPINA: primeira escolha • • • • menores efeitos adversos Contra-indicações: cardiopatia e hipertireoidismo maior eficácia complicações neonatais dose: 30mg VO ataque e 20mg 4/4h ou 6/6h manutenção • INDOMETACINA: • alternativa à nifedipina abaixo de 32 semanas • mais eficazes que beta-adrenérgicos • dose: 100 mg VR 12/12 • BETA ADRENÉRGICOS: • alternativa a nifedipina e indometacina • maiores efeitos adversos que nifedipina • dose: SG 5% 500 ml + Salbutamol 5amp IV 30ml/h 20/20 min Drug therapy : prevention of preterm delivery New Engl J Med 2007 vol 357 (5), 2 aug 477-487 Corticóide- Maturação pulmonar • BETAMETASONA 12mg IM A CADA 24H – Celestone soluspan 2 ampolas ou dexametasona 6mg im 12/12h 4 doses • Após 24 semanas até 34 semanas – diagnóstico de TPP ou bolsa rota – necessidade de interrupção prematura da gestação Principal contribuição médica para a diminuição da mortalidade perinatal! Bolsa Rota • Diagnóstico é clínico • Manejo – < 34 semanas: expectante + CORTICÓIDE, se iniciar TP não sedar (aceito para transporte) – > 34 semanas: nascimento Descolamento de Placenta • Emergência obstétrica! • Principal fator associado é a hipertensão materna! • Outros: tabagismo, trauma, multiparidade, uso de cocaína ou crack, trombofilias... Descolamento de Placenta • Diagnóstico (um ou mais itens): – Sofrimento Fetal (bradicardia / taquicardia) – Dor e desconforto uterino (focal ou generalizado) – Tônus uterino aumentado – Sangramento vaginal (85%) – Hemorragia oculta (15%) – Ecografia: Suspeita DPP com hemorragia oculta • Nascimento IMEDIATO! Placenta Prévia • Sangramento vaginal sem dor no final 2º e no 3º trimestre • Ecografia: é o método de escolha para confirmação diagnóstica • Manejo: – Repouso – Se não parar o sangramento: nascimento Contra-indicação Parto Normal • 2 cesáreas prévias, cesárea corporal, miomectomia • Apresentação não-cefálica (pélvico, transverso) • Placenta prévia • HIV+ com carga viral alta ou desconhecida • Gestação múltipla • Herpes genital ativo • Câncer de colo uterino Classificação de Hipertensão na Gestação I: Hipertensão crônica= TA≥140/90 diagnosticada antes de 20sem e/ou hipertensão diagnosticada na gestação que não resolve pós parto. II: Pré Eclâmpsia/Eclâmpsia= HAS+ Proteinúria que ocorre após 20 sem. Eclâmpsia é quando a paciente com PE apresenta convulsões sem outra causa III: PE sobreposta a HAS IV: Hipertensão Gestacional= TA ≥140/90 Hipertensão gestacional severa é a elevação sustentada > 160/110 por 6 horas. Normalmente normaliza após o 10º pós parto POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES DA HIPERTENSÃO E PRÉ ECLAMPSIA • MATERNAS: DPP, CIVD, hemorragia cerebral, edema pulmonar, falência hepática, hemorragia hepática, IRA, IAM, morte, morbidade cardiovascular • FETAIS: parto pré termo, restrição severa de crescimento, injúria neurológica por hipóxia, acidose, morte perinatal, morbidade cardiovascular associada a baixo peso ao nascimento. Diagnóstico de PE • TAS 140 mmHg e/ou TAD 90 mmHg (mais de uma medida em repouso) • Proteinúria 300mg /24h - 500mg/24h • Relação Proteinúria/Creatiinúria: 0,3 – 0,5 • Edema NÃO é critério diagnóstico!!!!!!!! Critérios de gravidade • • • • • • TAS > 160 ou TAD >105 Prot >2g/24h Oligúria (<400ml/24h) – Crea > 2,1 Disfunção hepática – TGO > 40 Hemólise DHL> 3x normal, BT Plaquetopenia < 100.000 Critérios de gravidade • Eclâmpsia • Sinais premonitórios: – Visão turva, dilplopia, escotomas cintilantes, cefaléia, tontura • Dor epigástrica persistente – Hematoma hepático • IC, edema pulmonar • RCIU • Oligoidrâmnio Manejo • Solicitação exames de gravidade: – HMG com plaquetas, TGO, LDH, creatinina, ácido úrico • Avaliação fetal: – MAP, PBF, crescimento fetal e ILA, Doppler obstétrico • Betametasona se indicado – 12mg IM duas doses intervalo 24h Manejo • Hipertensão sustentada 160/110 mmHg – Nifedipina 10 mg VO 30 min/30min (max 30mg) – Hidralazina 5mg 20/20 min (max 30mg) • Anti-hipertensivos manutenção – Metildopa 750mg -3g dia (TAS 150-130 e TAD 100-80) – Hidralazina 50mg VO 8/8h Sulfato de Magnésio • Dose de Ataque: – 4g de MgSO4 EV em 3 min – diluir 8ml de MgSO4 50% em 12ml de água destilada • Dose de Manutenção: – 10 mL de MgSO4 a 50% IM no QSE da nádega de 4/4h (alternando; 24 horas). – 10 ml MgSO4 50% diluído em 240ml SF 0,9% EV em bomba de infusão 50ml/h – 1g ou 100ml/ h 2g) Indicações maternas para parto • Hipertensão grave não controlada (TAS > 160 ou TAD > 110) no mínimo 2 drogas • Eclâmpsia • Edema Pulmonar • Descolamento de placenta • Oligúria (< 0,5ml/kg/h- sem resposta a hidratação Atenção para necessidade de UTI ADULTO ! Indicações maternas para parto • Sinais de eclâmpsia iminente (cefaléia severa persistente, distúrbios visuais) • Dor epigástrica persistente ou desconforto em hipocôndrio direito • HELLP ou plaquetas < 100.000 • Piora função renal (crea > 1,4) Atenção para necessidade de UTI ADULTO ! Indicações Fetais • MAP: desacelerações tardias repetitivas, variáveis severas • PBF < 4 em duas ocasiões ( 4 h) • Peso fetal < percentil 5 • Fluxo reverso no final da diástole na artéria umbilical • Oligodrâmnio severo Streptococo Grupo B • Morbidade e mortalidade perinatal • Transmissão vertical causa infecção invasiva precoce • Fatores de risco: colonização materna, TPP, tempo prolongado de BR, febre no TP, bacteriúria por GBS e RN prévio com infecção. Streptococo Grupo B • 1996: CDC + ACOG + AAP recomendavam prevenção baseada em fatores de risco ou cultura • Cultura: GBS + 26,7% / reduziu incidência infecção precoce em 86% • F Risco: profilaxia 25% / 50-68% Quando? • Realizado durante o trabalho de parto ou cesariana com bolsa rota em pacientes com: – Cultura positiva (swab ou urocultura) – Fatores de risco • • • • TP < 37 sem Febre no TP BR > 18 horas RN anterior com infecção por Strepto Profilaxia • Esquemas: – Recomendado: Penicilina G 5 milhões U EV ( (ataque) e 2,5 milhões 4/4h (mínimo 4h) até o nascimento • Alto risco anafilaxia: –GBS suscetível: Clinda 900mg EV 8/8h