UFMG – ICB Ecologia Energética 2º semestre / 2008 O que são os plásticos? Dicionário: Plástico. Relativo a forma ou a estética. Que tem a propriedade de adquirir determinadas formas, por efeito de uma ação exterior. Der. Grego plastikós (relativo as dobras do barro). Em latim, plasticu, “que pode ser modelado”. Plástico / matéria plástica, no ambiente técnico: Designação genérica para um grande grupo de materiais sintéticos que apresentam em comum o fato de serem moldáveis, através de processamento e aquecimento. Por que tanto sucesso? Por que tão disseminado? •Presente em geladeiras, panelas, brinquedos, meia-calças, páraquedas, próteses, roupas, instrumentos cirúrgicos, carros, colchões, nylon aumentado 40X, é 60X mais fino q o fio de cabelo. Abaixo, venda de meias da Dupont utensílios domésticos, construções, etc. •Declínio da reserva de madeira e minérios, •Podem ser mais resistentes que a madeira, sem apodrecer como ela, ou mais leve que o ferro, sem enferrujar. •Leves, resistentes, práticos e versáteis, duráveis e relativamente baratos em comparação com outros materiais. Monômeros Quimicamente os plásticos são polímeros, moléculas gigantes de copolímero + subproduto alto peso molecular, constituídas pela união de moléculas simples chamadas monômeros (do grego mono “uma”, mero, parte), através Reação de policondensação –ex. PET Poli (tereftalato de etileno) Monômero Polímero de reações químicas específicas. – exemplo colar-contas. Reação de poliadição – duplas ligações entre C, sem formação subproduto Reação de modificação de polímeros ao lado. Abaixo tabela de polímeros por poliadição. (PE) (PP) Poli (cloreto de vinila) Poliestireno expandido Poliacrilonitrila (PAN) (PMMA) (PTFE) (IR) (CR) P olibutadieno (BR) Alguns polímeros por policondensação Poliamida -66 (PA -66) Poli (glicol etilenico (PEG) Resina de fenol formaldeido (PR) (PU) Químicos – escolha da estrutura adequada de polímero e condições de fabricação para o efeito desejado, ou seja, para que possua as características físicas exigidas. A aditivação desses polímeros permite melhorar a qualidade dos mesmos, conferindo cor, flexibilidade, resistência mecânica, etc, ou seja, características adequadas ao artefato que se deseja fabricar. Alguns tipos de aditivos Função Agente corante Conferir cor Antiestático Evitar eletrização ao atrito Antioxidante Impedir degradação por oxidação Biocida Impedir degradação por microorganismos Plastificante Aumentar flexibilidade Estabilizante UV Impedir degradação por raios ultravioletas Estabilizante térmico Impedir degradação por aquecimento Divisão dos polímeros Há diversas maneiras de se dividir os polímeros. A Classificação por produção, já citada, é uma delas. A classificação conforme as características mecânicas decorre, da configuração específica das moléculas do polímero. Sob este aspecto, os polímeros podem ser divididos termorrígidos em termoplásticos, (termofixos) elastômeros (borrachas). e Termoplásticos • maior parte dos polímeros comerciais. •Pode ser fundido diversas vezes.Alguns também podem dissolver-se em vários solventes. - Reciclagem possível. •Propriedades mecânicas variam conforme o plástico: sob temperatura ambiente, podem ser maleáveis, rígidos ou mesmo frágeis. •Estrutura molecular: moléculas lineares dispostas na forma de cordões soltos, mas agregados, como num novelo de lã. Exemplos: polietileno (PE), polipropileno (PP), poli(tereftalato de etileno) (PET), policarbonato (PC), poliestireno (PS), poli(cloreto de vinila) (PVC), poli(metilmetacrilato),(PMMA),etc.. . Termorrígidos (Termofixos) •Rígidos e frágeis, muito estáveis a variações de temperatura. Uma vez prontos, não mais se fundem. Reciclagem complicada. •Estrutura molecular: os cordões estão ligados fisicamente entre si, formando uma rede ou reticulado. Estão presos entre si através de numerosas ligações, não se movimentando com liberdade. Ex.: baquelite (tomadas, cabo de panela), ; poliéster usado em carrocerias, caixas d'água, piscinas, etc., na forma de plástico reforçado (fiberglass). Elastômeros (Borrachas) •Estrutura molecular: a estrutura é similar à do •Classe intermediária entre os termorrígido mas, neste caso, termoplásticos e os termorrígidos: não há menor número de ligações são fusíveis, mas apresentam alta entre os “cordões”. Ou seja, é elasticidade, não sendo rígidos como como se fosse uma rede, mas os termofixos. com malhas bem mais largas •Reciclagem complicada pela que os termorrígidos. incapacidade de fusão. Exemplos: pneus, vedações, mangueiras de borracha. Plásticos Comuns ou de massa (commodities) Plásticos de Engenharia •Mais nobres, propriedades físicas •Produzidos e consumidos em e químicas melhores. grande quantidade. •Produzidos em menor escala, •Custo baixo em relação a outros mais caros. termoplásticos. •Ex: poliamidas (nylons), •Tem características comparáveis policarbonatos, poliesteres,etc. aos Plásticos de Engenharia. •Ex: Polietileno, poliestireno, polipropileno, PVC, etc. Plásticos de uso especial • Últimas conquistas no desenvolvimento de termoplásticos, pesquisados para fins específicos. •Possuem propriedades específicas, mas em geral possuem termoplasticidade , grande resistência mecânica, resistência a temperaturas elevadas, propriedades mecânicas mantidas em larga faixa de temperatura, resistência às intempéries e à oxidação, autoretardamento da chama e pouca fumaça, resistência a solventes e reagentes, à abrasão ,às radiações eletromagnéticas, baixo coeficiente de expansão térmica. Ex: visores de astronautas (policarbonato modificado) Os tipos de industria de plástico e tipos de modelagem A indústria petroquímica produz a matéria- prima, que disponibiliza- a para outra empresa a fim de confeccionar a matéria plástica que, por fim, será destinada uma última indústria, onde o produto é processado. Nº empresas no Brasil, capacidade e investimentos A cadeia petroquímica no Brasil tem cerca de 30 anos – hoje está em reestruturação, em especial nos segmentos de primeira e segunda geração (processo de privatização iniciado na década passada). O segmento de terceira geração, foi implantado através de investimentos oriundos do capital privado. • 1º eram fabricados produtos de baixo valor agregado (descartáveis, utensílios domésticos, adornos, etc.). • expansão de mercado e desenvolvimento econômico, desenvolvimento da indústria brasileira de polímeros, matéria-prima do setor de transformação -produtos mais sofisticados produzidos no país. •Hoje participa ativamente de diversos segmentos industriais, tais como têxteis, embalagens, eletro-eletrônicos, automobilístico, etc. •Entretanto, a quase totalidade dos polímeros produzidos e consumidos no Brasil são commodities ou pseudo-commodities, tais como polietileno, polipropileno, poliestireno, PVC e PET. Os polímeros mais sofisticados de alto desempenho, que têm grande valor, em geral, ainda não são produzidos no país. Modelagem por injeção A matéria plástica(grãos coloridos) obtida da 2º geração, é derretida em máquinas especiais que imediatamente injetam o material fundido em moldes apropriados. Com o resfriamento ocorre o endurecimento do material. Modelagem por assopro A massa fundida é lançada violentamente contra as paredes internas do molde, através de um jato de ar. Modelagem por extrusão Modelagem por calandragem O plástico fundido passa por um orifício com a forma desejada, O material derretido, após sendo imediatamente resfriado. atravessar cilindros em rotação, transforma-se em lâmina, viabilizando a produção de folhas plásticas. Os polímeros mais produzidos no Brasil •Brasil existem cerca de 20 empresas produtoras de resinas, a maioria localizada nos Pólos Petroquímicos. •As principais resinas termoplásticas, do ponto de vista comercial, produzidas por estas empresas são: -Polietileno de Alta Densidade (PEAD); -Polietileno de Baixa Densidade (PEBD); -Polietileno de Baixa Densidade Linear (PEBDL); -Polipropileno (PP); -Poliestireno (PS); - Poliestireno expandido (EPS) -Policloreto de Vinila (PVC); -Polietileno Tereftalato (PET). Polietilenos (designação antiga do eteno): Polietileno de Alta Densidade (PEAD) G.P. = 50.000 a 300.000 • Baixo custo; •Densidade:0,935 - 0,960 g/cm3. Apresenta •Elevada resistência química e estrutura praticamente isenta de ramificações. a solventes; •Baixo coeficiente de atrito; •É rígido, resistente à tração, moderada •Macio e flexível; resistência ao impacto. •Fácil processamento; •Excelentes propriedades •Utilizado em bombonas, recipientes, garrafas, filmes, brinquedos, materiais hospitalares, isolantes; tubos para distribuição de água e gás, •Baixa permeabilidade à água; tanques de combustível automotivos, etc. •Atóxico e inodoro. • Produção brasileira em 1998: 692.864 t. Polietileno de Baixa Densidade (PEBD) Polietileno de Baixa Densidade Linear (PEBDL) •Densidade: 0,910-0,925 g/cm3. •Densidade: 0,918-0,940 g/cm3. •Apresenta moléculas com alto •Menor incidência de ramificações - são grau de ramificação. mais regulares e mais curtas que no PEBD. •Versão mais leve e flexível do •Resistência mecânica ligeiramente PE. superiores ao PEBD. • É utilizado basicamente em •Custo de fabricação menor. filmes, laminados, recipientes, •Flexibilidade e resistência ao impacto - embalagens, brinquedos, aplicação para embalagens de alimentos, isolamento de fios elétricos, etc. •Produção brasileira em 1998: 652.647 t. bolsas de gelo, utensílios domésticos, canos e tubos. •Produção brasileira em 1998: 175.053 t. Polipropileno(designação antiga do propeno) •Boa estabilidade térmica; •Maior sensibilidade à luz UV e agentes de oxidação, sofrendo degradação com •Propriedades muito semelhantes às do maior facilidade. PE, mas com ponto de amolecimento mais Aplicações: Brinquedos; Recipientes elevado. para alimentos, produtos químicos; Principais propriedades: Carcaças para eletrodomésticos; •Baixo custo; Sacarias (ráfia); Filmes orientados; •Elevada resistência química e a solventes; •Fácil moldagem; •Fácil coloração; Tubos de canetas esferográficas; Carpetes; hospitalar esterilizável; Autopeças (pára-choques, pedais, carcaças de baterias, etc.). Atualmente •Alta resistência à fratura por flexão ou há uma tendência no sentido de se fadiga; utilizar exclusivamente o PP no interior •Resistência ao impacto acima de 15oC; dos automóveis. Produção brasileira de PP em 1998: 702.795 t Poliestireno PS expandido (EPS) Termoplástico duro e quebradiço, com •Espuma semi-rígida com marca comercial transparência cristalina. isopor(R). Principais propriedades: •É polimerizado na presença do agente •Fácil processamento; expansor ou então o mesmo pode ser •Fácil coloração; absorvido posteriormente. Durante o •Baixo custo; processamento do material aquecido, ele •Elevada resistência a ácidos e álcalis; se volatiliza, gerando as células no •Semelhante ao vidro; •Baixa densidade e absorção de umidade; •Baixa resistência a solventes orgânicos, calor e intempéries. •Produção brasileira em 1998: 129.879 t (excluindo isopor). material. •Baixa densidade e bom isolamento térmico. •Aplicações: protetor de equipamentos, isolantes térmicos, pranchas para flutuação, geladeiras isotérmicas, etc. •Produção brasileira em 1998: 10.000 t. Policloreto de Vinila (PVC) cloreto de vinila: •Plastificantes (aditivo usado para tornar o polímero mais flexível) a base de ftalatos também são Principais propriedades: •Baixo custo; •Elevada resistência a chama, pela presença do cloro; •Processamento demanda um pouco de cuidado. Restrições: •O monômero é um potente cancerígeno; considerados cancerígenos. O Greenpeace vem promovendo ampla campanha para banir o uso do PVC que contenha esse aditivo, •Produção brasileira em 1998: 649.840 t. Polietileno Tereftalato (PET) Aplicações: frascos e garrafas para uso Desenvolvido em 1941 para a alimentício/hospitalar , cosméticos, confecção de fibras têxteis. No final da bandejas paramicroondas, filmes para década de 60, começou a ser áudio e vídeo, fibras têxteis desenvolvido para aplicações em As garrafas de refrigerante são embalagens. responsáveis pelo consumo de 70% do Principais total de embalagens de PET e, de 1996 propriedades: para 1997, esse consumo aumentou em Leveza, 24% no Brasil e de 1997 para 1998, em transparência, 17% (Sammarco e Delfini, 1999). 1996 brilho, 1997 1998 boas propriedades mecânicas e de Produção(t) 97.945 143.343 200.000 barreira do dióxido de carbono (CO2), Consumo aparente (t) 173.268 249.012 298.413 Produção e consumo no Brasil •O consumo aparente de transformados plásticos no Brasil cresceu 7,1% em 2007, chegando a 4,9 milhões de toneladas. •O consumo médio do brasileiro e de 24,23 quilos, enquanto que os africanos consumiram 25 kg em media em 2005 e os argentinos, no mesmo ano, 35 kg. Gráfico 4 – Consumo Aparente de Artefatos Transformados de Plástico Bibliografia: • Livros: AUSKAS, M. E. & GUEDES, B. O Plástico: Materiais, moldes, processos e projeto de peças. São Paulo, Editora Érica,1986. CANTO, E. L.Plástico: Bem supérfluo ou mal necessário? São Paulo, Editora Moderna, 1997. MANO, E. B. Polímeros como Materiais de Engenharia. São Paulo, Editora Edgard Blücher, 2003. MANO, E.B. & MENDES, L.C. Introdução a Polímeros. São Paulo, Editora Edgard Blücher, 2001. RABELLO, M. S. Aditivação de polímeros. São Paulo, Artiliber Editora, 2000 Sites: http://www.plastico.com.br/revista/pm399/abiplast.html http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/polimeros/polimeros-2.phphttp://www.gorni.eng.br/intropol.html http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2003/quimica/paginahtml/polimeros7.htm http://www.bvsde.ops-oms.org/bvsair/e/repindex/repi59/prp/prpcua01.html http://giga.ea.ufrgs.br/Artigos/oportunidades_pet.pdf http://www.scielo.br/pdf/po/v9n4/6187.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-14282001000300004&script=sci_arttext&tlng=en http://www.desenvolvimento.gov.br/portalmdic/arquivos/dwnl_1196780017.pdf http://www.sobronze.com.br/tabelas_plasticos.html http://www.superimagens.com/sp/galeria/modo_slide.php?t=1&id_aut=58&palavrachave=&id_cat_autor=&id_img=3705 &pagina=9&pag_retorno=portfolio http://www.achetudoeregiao.com.br/lixo_recicle/plastico_sua_historia.htm http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://bp1.blogger.com/_DkS5Kt187XU/RgqVjuxjdbI/AAAAAAAAABM/pV2IF JVnu0E/s320/processo%2Binje%C3%A7%C3%A3o.png&imgrefurl=http://moldesunisc.blogspot.com/&h=152&w=320&sz=54&hl=ptBR&start=3&um=1&usg=__OhPNiLRLPBwZT3rZWcHArUl3x84=&tbnid=npJuTX0lpQcp_M:&tbnh=56&tbnw=118&prev=/ images%3Fq%3Dmaquina%2Bde%2Bmodelagem%2Bde%2Bplasticos%2Bpor%2Binje%25C3%25A7%25C3%25A3o% 26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG