Forças evolutivas Definição de Evolução A definição operacional de evolução em nível de deme é mudança na freqüência alélica ou genotípica em gerações. Fatores ou processos que podem alterar a freqüência alélica ou genotípica em um deme. DERIVA GENÉTICA GLOBAL MUTAÇÃO DIVERSIDADE ALÉLICA Desvios de Hardy-Weinberg • • • • • Acasalamento preferencial Mutação Recombinação Deriva Genética Fluxo gênico SELEÇÃO NATURAL BALANÇO ENTRE DERIVA GENÉTICA E FLUXO GÊNICO VARIAÇÃO VARIAÇÃO INTRAPOPULACIONAL INTERPOPULACIONAL RECOMBINAÇÃO SISTEMAS DE ACASALAMENTO HOMOZIGOTOS Desvios de Hardy-Weinberg HETEROZIGOTOS COMPLEXOS MULTI-LOCI Idéia de Darwin sobre Seleção Natural Observações e Deduções de Darwin • • • • • • Acasalamento preferencial Mutação Recombinação Deriva Genética Fluxo gênico Seleção natural Observação 1: Pops tem o potencial de crescer exponencialmente Observação 2: Tamanho populacional se mantém quase constante Observação 4: Existe variação dentro de espécies, e é herdável Dedução 1: Apenas alguns organismos sobrevivem Dedução 2: Inds com variação favorável têm maior chance de sobreviver e reproduzir Observação 3: Recursos naturais são limitados Dedução 3: Acúmulo de variação por muitas gerações é evolução 1 Regras de Tolerância Seleção Natural • Seleção Natural: Sobrevivência e reprodução diferencial de indivíduos na população • Valor Adaptativo: progênie gerada que sobrevive e reproduz na próxima geração • Seleção natural requer variação herdável para valor adaptativo (não basta sorte!) • Define valor adaptativo esperado de um genótipo em um ambiente específico Valor Adaptativo (“Fitness”) • Evite usar o termo “a sobrevivência do mais apto”. • Porquê? – Vários argumentam que é tautológico. • Quem são os mais aptos? • Os que sobrevivem!!! – A maioria das pessoas não compreende os termos “sobrevivência” e “apto”. • Sobrevivência não é o suficiente. Quem é o mais apto? – A triatleta que treina a vida toda e morre sem filhos após sua última maratona aos 80 anos. – O adoentado e drogado que morre de overdose aos 22, deixando 3 crianças. Valor Adaptativo O mais apto é aquele com a maior prole viável. Isso também não está muito correto!! O maior valor adaptativo é o daquele que deixa mais genes como os dele para a próxima geração Valor Adaptativo Inclusivo •Dois gêmeos idênticos, um tem 6 crianças, o outro nenhuma •Outro indivíduo tem duas crianças. O gêmeo sem filhos tem maior valor adaptativo do que o indivíduo que teve dois filhos DNA codifica informações que em conjunto com ambiente influenciam fenótipo Entre características que podem ser influenciadas por respostas geneticamente determinadas ao ambiente estão: • A Viabilidade no ambiente • Uma vez vivo, o sucesso reprodutivo no ambiente • Uma vez vivo e tendo reproduzido, a fertilidade ou fecundidade no ambiente. Viabilidade Locus Hb-β na África: A/A A/S S/S Sem Malária Sem anemia Sem anemia Anemia Alta Alta Baixa Viabilidade: Com Malária Viabilidade: Susceptível à Resistente Anemia malária Baixa Alta Baixa 2 Successo Reprodutivo Dieta normal Fecundidade/Fertilidade Mentalmente deficiente. Pouca probabilidade de se reproduzir Dieta pobre em fenilalanina feto p/p é formado em ambiente pobre em fenilalanina no útero Bebê p/p nasce com cérebro normal Inteligência normal Maior chance de se reproduzir Por que viabilidade, successo reprodutivo, fecundidade e fertilidade são fenótipos importantes na evolução? Porque todos estes fenótipos influenciam as chances de um maior valor adaptativo (ou seja, uma replicação bem sucedida do DNA) H/+ em uma sociedade sem controle de natalidade, exames genéticos e baixa expectativa de vida: H/+ em uma sociedade com controle de natalidade, exames genéticos e alta expectativa de vida: Fecundidade Normal Fecundidade Baixa Seleção Natural é variação herdável no valor adaptativo Ou seja, os genes que estão em um gameta influenciam a probabilidade daquele gameta ser passado para a próxima geração. PENSE COMO UM GAMETA! Valor Adaptativo Relativo Valor Adaptativo Genótipo Valor Adaptativo Valor Adaptativo Relativo • Cada componente pode ser importante, todos devem ser medidos AA 1.4 1.4/1.4 = 1.0 • Efeitos aleatórios devem ser eliminados Aa 1.2 1.2/1.4 = 0.86 Aa 0.8 0.8/1.4 = 0.57 • Pode ser geneticamente complexo: dominância, epistasia • Problemas estatísticos: pequenas diferenças podem ser importantes, mas difíceis de se medir • Muito dependente do ambiente, varia no tempo e no espaço 3 Mudança direcional no espectro da variação • Seleção direcional Tipos de seleção que não dependem de freqüência – Mudança na freqüência alélica em uma direção consistente – Com a seleção direcional, as freqüências alélicas tendem a mudar na direção das mudanças do ambiente O caso das mariposas melânicas Seleção direcional • Revolução Industrial – Escurecimento das cascas Variação fenotípica em uma população de borboletas Aumento de freqüência da forma escura com o grau de industrialização da região. • Camuflagem das mariposas (Biston betularia) aumenta escape de predadores • Seleção direcional de mariposas pintadas claras para mariposas escuras Seleção Direcional E agora? 4 Seleção para aumento de bico em tentilhões de Galápagos Seleção para aumento de bico em tentilhões de Galápagos Pode explicar grande diversidade em tentilhões em Galápagos. Ilhas diferentes teriam diferentes pressões de seleção e levariam a diferentes adaptações nos bicos Seleção contra fenótipos extremos Seleção estabilizadora • Seleção estabilizadora – Formas intermediárias de uma característica são favorecidas – Alelos que especificam formas extremas são eliminados de uma população Variação fenotípica em uma população de borboletas Seleção estabilizadora ocorre quando o fenótipo intermediário é favorecido. Seleção estabilizadora Exemplo: Peso ao nascimento em humanos (varia de 1 - 5.5 kg) Mortalidade é alta nos extremos dessa distribuição Exemplo: Considerada por muitos a força mais comum na natureza. 5 Seleção Estabilizadora Pode criar superioridade do heterozigoto – pela expressão de alelos recessivos em homozigotos – por heterose (vantagem do heterozigoto) Seleção favorecendo fenótipos extremos • Seleção Disruptiva – As formas nos extremos são favorecidas – Formas intermediárias são eliminadas Implicação - Vantagem do heterozigoto Seleção Disruptiva Seleção entre Tentilhões Africanos Bicos grandes e pequenos Variação fenotípica em uma população de borboletas Formas diferentes de seleção natural são observadas na natureza Seleção Disruptiva Seleção elimina a forma intermediária Filhotes - rosa Sobreviventes - Laranja Seleção Disruptiva Seleção Dependente de Freqüência Quando o valor adaptativo de um alelo é afetado por sua freqüência na população Não depende do valor intrínseco do alelo, e sim do meio onde o alelo está inserido! Positiva - Quando o alelo ao aumentar de freqüência aumenta seu valor adaptativo ImplicaçãoExiste uma desvantagem em ser um heterozigoto Negativa - Quando o alelo ao aumentar de freqüência reduz seu valor adaptativo 6 Seleção Dependente de Freqüência Seleção Dependente de Freqüência Positiva - Quando o alelo ao aumentar de freqüência Negativa - Quando o alelo ao aumentar de freqüência aumenta seu valor adaptativo diminui seu valor adaptativo Exemplos: Imagens reconhecidas pelo predador - Sigara distincta Diferenças em uso de recursos Vantagem do macho raro - várias espécies de Drosophila Exemplos: Poucos. Indivíduos com coloração aposemática Conseqüências: Redução da variação genética na população Conseqüências: Manutenção da variação genética na população Biston betularia na Inglaterra: aumento da freqüência da forma escura com a industrialização Distribuição da forma escura de Biston betularia Existe outra mariposa na mesma região que também tem forma escura polimórfica. Distribuição da forma escura de Gonodontis sp. Aumento de freqüência da forma escura com o grau de industrialização da região. Distribuição de Biston betularia e Gonodontis sp na Inglaterra Muito embora o ambiente seja comum a estas duas espécies, elas respondem diferentemente à variação existente no meio. Por quê? Manchester Longsight Manchester Longsight Manchester, Audenshaw Manchester, Audenshaw Stretford Manchester City Center Stretford Manchester City Center Liverpool City Center Liverpool City Center Warrington Warrington Stockport Stockport Northenden Northenden Liverpool Broadgreen Liverpool Broadgreen Pott Shrigley Pott Shrigley Wrexham Wrexham Liverpool Anfield Liverpool Anfield Prestatyn Prestatyn km km km km Delamere Forest Loggerheads Delamere Forest Loggerheads Chester Ruthin km Pwyllglos Clegyr Mawr km Liverpool Aigburth Shotton Neston Chester Ruthin km Pwyllglos Clegyr Mawr km Liverpool Aigburth Shotton Neston 7 Espécies de “grão-fino” e espécies de grão-grosso (Levine) Espécies de “grão-fino” e espécies de grão-grosso (Levine) • Ambiente heterogêneo • Ambiente heterogêneo Adaptação pode ocorrer de duas formas básicas: Esta heterogeneidade pode ser espacial ou temporal. – Adaptação ocorre pela média dos ambientes – Temporal: mais difícil se manter o polimorfismo • porque indivíduos vivenciam os ambientes diferentes – Espacial: adaptação dependerá da forma com que organismo vivencie a heterogeneidade Espécies de “grão-fino” e espécies de grão-grosso (Levine) Os tentilhões de Darwin • Ambiente heterogêneo Adaptação pode ocorrer de duas formas básicas: – Adaptação ocorre pela média dos ambientes Geospiza magnirostris • porque indivíduos vivenciam os ambientes diferentes Agora, graças a Peter e Rosemary Grant e vários de seus alunos, eles são um exemplo clássico de microevolução • porque indivíduos vivenciam apenas um ou outro ambiente AA 27 Aa 20 Geospiza fuliginosa Os tentilhões de Galápagos, um grupo de tentilhões ecologicamente diversos são um exemplo clássico de macroevolução (Charles Darwin, David Lack) – adaptação ocorre diferenciada em cada ambiente Características Mendelianas Geospiza fortis photos © Gary Feldman ( http://www.people.fas.harvard.edu/~gfeldman ) Características Quantitativas Daphne Major aa 35 http://www.public.usitnet/rfinch/gal-orig.html 8 O bico do tentilhão • Os Grant mediram e determinaram pedigrees de Geospiza fortis (o tentilhão do cactus) e outras espécies na ilha Daphne Major por mais de uma década • Eles mediram caracteres morfológicos, incluindo tamanho e formato do bico, fecundidade, sobrevivência, bem como características ecológicas: tamanho e disponibilidade de sementes • Eles calcularam a herdabilidade do tamanho e formato do bico, e sua correlação com outros caracteres O bico do tentilhão • Efeitos da variabilidade ambiental: variação na chuva, particularmente pelo El Niño, leva a mudanças na comunidade vegetal Æ sobrevivência diferencial de aves com bicos de tamanho diferentes • Em anos secos, poucas sementes estão disponíveis (apenas 15% de G. fortis sobreviveu à seca de 1977) e aquelas disponíveis são maiores, requerendo maior força. Por outro lado, em anos úmidos (El Niño de 1983), sementes menores preferíveis estão disponíveis O bico do tentilhão: conclusões • Previsões quantitativas das mudanças em tamanho e forma se conforma a mudanças observadas: microevolução realmente ocorre!!! • Valor adaptativo depende do ambiente • Seleção é direcional mas variável (mantém variabilidade genética ao longo do tempo) seleção osciladora 9