UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO NÚCLEO DE PESQUISAS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Luiz Eduardo de Sousa Exercício físico promove efeito antioxidante e restaura a expressão das enzimas óxido nítrico sintases no bulbo ventrolateral rostral de ratos com hipertensão renovascular Ouro Preto – MG 2015 Luiz Eduardo de Sousa Exercício físico promove efeito antioxidante e restaura a expressão das enzimas óxido nítrico sintases no bulbo ventrolateral rostral de ratos com hipertensão renovascular Tese apresentada ao Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas (NUPEB) para obtenção do título de Doutor em Ciências Biológicas. Área de concentração: Bioquímica Metabólica e Fisiológica Orientadora: Prfa. Dra Andreia Carvalho Alzamora Ouro Preto – MG 2015 2 S725e Sousa, Luiz Eduardo. Exercício físico restaura a expressão das óxido nítrico sintases no bulbo ventrolateral rostral de ratos com hipertensão renovascular [manuscrito] / Luiz Eduardo Sousa. - 2015. 86f.: il.: color; grafs; tabs. Orientadora: Profa. Dra. Andreia Carvalho Alzamora. Coorientador: Prof. Dr. Mauro Cesar Isoldi. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Instituto de Ciências Exatas e Biológicas. Núcleo de Pesquisa em Ciências Biológicas. Área de Concentração: Bioquímica Metabólica e Fisiológica. 1. Exercícios físicos. 2. Pressão arterial. 3. Óxido nítrico. 4. Stress (Fisiologia). I. Alzamora, Andreia Carvalho. II. Isoldi, Mauro Cesar. III. Universidade Federal de Ouro Preto. IV. Titulo. CDU: 615.72:616.12-008.33 Catalogação: www.sisbin.ufop.br Dedicatória À minha esposa Laila e filhas, Liz e Júlia 3 Agradecimentos Mais uma etapa concluída! Não foi uma tarefa fácil; muito trabalho, dedicação e disponibilidade nessa missão foram determinantes para que tudo se concluísse. À Deus pela vida e possibilidade de chegar aonde cheguei. À Minha esposa Laila por sempre me motivar, incentiva e apoiar em todos os momentos. Acredito que sem seu apoio, tudo se tornaria mais árduo. Suas palavras de incentivo me impulsionaram para seguir em frente, seu carinho me acalentava nos momentos de dúvida e dificuldade. Às duas “pessoinhas” que ainda no ventre de minha esposa, também se tornaram fonte de pura alegria e energia para que eu continuasse nesse caminho. Minhas filhas amadas, Liz e Júlia! Um dia, com certeza, entenderão sua importância e força em minha vida. Aos meus pais, Oscar e Cleyde, por me oferecerem todo apoio e mostrarem ao longo da vida, os valores de responsabilidade, humildade, e honestidade. Aos meus irmãos, Carla, Geisa, Sorele, José Marcus, agradeço pelo carinho. À família Binato Junqueira, agradeço infinitamente. Sempre me apoiaram e motivaram em todas as escolhas. Ao meu sogro Luiz Eduardo, minha sogra Suzana, e aos cunhados Joaquim e Rafael, vocês são especiais. À minha orientadora Profa. Dra Andrea Carvalho Alzamora, por acreditar e depositar sua confiança em meu trabalho. Passamos por momentos tranquilos e difíceis, alegres e tristes, mas sempre tivemos nossos objetivos alcançados. Ao Prof. Dr. Mauro, meu coorientador, uma pessoa incrível, agradeço por estar sempre lado a lado comigo, ensinando e orientando efetivamente, sempre que precisei. Suas piadas foram pequenas doses relaxantes em momentos de “alta tensão”. Aos Profs. Dr. Leonardo, Dra. Tânia e Dra. Lenice, que fizeram parte da banca de Qualificação, meus sinceros agradecimentos, suas colocações e sugestões contribuíram significativamente para o desenvolvimento do meu trabalho. Aos amigos que sempre me apoiaram e ajudaram efetivamente, meus sinceros agradecimentos. Ao Prof. Dr. Frank, grande amigo, pela ajuda técnica e apoio fraterno. À amiga Ana Carla pelo carinho. Ao Prof. Dr. Wanderson, pela ajuda técnica e incentivo. À amiga Verônica, pelas palavras motivadoras e momentos de descontração. Aos colegas do Laboratório de Fisiologia e Biofísica da Universidade Federal de Minas Gerais, especialmente aos Profs. Dr. Robson, Dra. Maria José e Dra. Ana Paula; agradeço as orientações e suporte técnico recebidos. 4 Aos colegas da Universidade Federal de Ouro Preto, que me deram pequenas e fundamentais ajudas, como as acadêmicas Keyla e Mirla. A turma do Laboratório de Hipertensão obrigado pelo companheirismo, Grazi, Uberdan, Aline, Maria Andrea, Claudiane, Jerônimo, Waleska, Gabi, Renato, Everton, Rodrigo e Jamile. Aos funcionários do CCA, sempre fui muito bem recebido por todos. Aos colegas do DECBI, agradeço pelo incentivo. Agradeço especialmente, aos Profs. Dr. Gustavo, Dra. Uyrá, Dr. Leandro, Dra. Lisandra, e Dra. Renata Guerra. À FAPEMIG, REDE TOXIFAR, CNPQ, INCT, NANOBIOFARMACÊUTICA e PRONEX (FAPEMIG/CNPQ) pelo financiamento. Ao sacrifício dos animais experimentais, meu agradecimento. 5 Over the Hills and Far Away (Page/Plant) 6 RESUMO Introdução: O exercício físico tem importante ação no sistema nervoso e órgãos reguladores da pressão arterial. Objetivos: Verificar o efeito do exercício físico sobre a expressão das óxido nítrico sintases (NOSs) no bulbo ventrolateral rostral (RVLM) e estado redox no encéfalo, coração, rins e aorta de ratos com hipertensão renovascular. Métodos: em ratos hipertensos modelo dois rins, um clipe (2R1C), normotensos (SHAM), sedentários (SD) e exercitados (EX) verificamos o efeito do NO no RVLM através da microinjeção de L-arginina e LNAME em ratos submetidos ao protocolo de 4 semanas de exercício físico. Analisamos no RVLM a expressão do mRNA das enzimas: isoformas das NOS (nNOS, iNOS e eNOS), catalase, MnSOD, Cu/ZnSOD e subunidade da NADPH p22phox em ratos exercitados por 4 semanas. Em ratos submetidos aos protocolos de 4 e 8 semanas, verificamos a concentração de TBARS e atividade da catalase no RVLM, bulbo ventrolateral caudal (CVLM), hipotálamo, ventrículo esquerdo, rins e aorta. Resultados: a microinjeção de L-arginina no RVLM aumentou (p<0,05) a pressão arterial média (PAM) nos grupos SHAM-SD e 2R1C-SD comparado à salina. Nos animais 2R1C-EX e SHAM-EX, a L-arginina não produziu efeito significativo. A microinjeção de L-NAME no RVLM produziu efeito similar à salina nos grupos SHAM-SD, SHAM-EX e 2R1C-EX, contudo, no grupo 2R1C-SD induziu redução (p<0,05) da PAM. No RVLM, a expressão do mRNA da nNOS, eNOS e iNOS foi maior (p<0,05) no grupo 2R1C-SD em comparação ao SHAM-SD, entretanto, essa expressão foi normalizada no grupo 2R1C-EX. A expressão do mRNA da catalase e Cu/ZnSOD no grupo 2R1C-SD foi menor (p<0,05) enquanto a expressão de p22phox no 2R1C-SD foi maior (p<0,05) comparado ao SHAM-SD. No grupo 2R1C-EX a expressão do mRNA da catalase foi maior (p<0,05), e a expressão de Cu/ZnSOD e p22phox foi similar ao SHAM-SD. A concentração de TBARS no grupo 2R1C-SD, submetidos ao protocolo de 4 semanas, aumentou (p<0,05) no córtex cerebral, hipotálamo, RVLM, ventrículo esquerdo, aorta e rim esquerdo, comparado ao SHAM-SD. Enquanto no grupo 2R1C-SD submetido ao protocolo de 8 semanas houve aumento (p<0,05) no TBARS no ventrículo esquerdo, aorta e rim esquerdo. Contudo, o grupo 2R1CEX, submetido ao protocolo de 4 semanas, apresentou redução (p<0,05) da concentração de TBARS no hipotálamo, RVLM, ventrículo esquerdo, aorta e rim esquerdo em comparação com 2R1C-SD. No grupo 2R1C-EX submetido ao protocolo de 8 semanas houve redução (p<0,05) no TBARS no hipotálamo, ventrículo esquerdo, aorta e rim esquerdo, comparado com o grupo 2R1C-SD. A atividade da catalase foi reduzida (p<0,05) no hipotálamo, RVLM, ventrículo esquerdo, aorta e rins no grupo 2R1C-SD submetido ao protocolo de 4 semanas, comparado com SHAM-SD, entretanto, no grupo 2R1C-EX a atividade da catalase foi normalizada em todos esses tecidos. Conclusão: O exercício físico restaurou a expressão do mRNA das NOS no RVLM de ratos 2R1C-EX, além disso, o exercício mostrou um efeito antioxidante no RVLM, coração, rins e aorta de ratos 2R1C-EX, o que poderia contribuir para redução dos níveis de pressão arterial e controle da hipertensão. Palavras-chave: hipertensão arterial, óxido nítrico, estresse oxidativo, exercício físico. 7 ABSTRACT Introduction: Exercise has important action in the nervous system and organs of the cardiovascular system. Aim: To investigate the effect of physical exercise on nitric oxide synthases (NOS) mRNA expression in the rostral ventrolateral medulla (RVLM) and redox state in the brain, heart, kidneys and aorta of renovascular hypertensive rats. Methods: Hypertensive rats two kidneys, one clip (2K1C) model, normotensive (SHAM) sedentary (SD) and trained (EX) for 4 and 8 weeks. We analyzed the effect of NO by L-arginine and L-NAME microinjection into RVLM of rats subjected to 4 weeks of exercise. We analyzed mRNA expression of NOS isoforms (iNOS, eNOS and nNOS), catalase, MnSOD, Cu/ZnSOD, subunit of NADPH p22phox of rats trained for 4 weeks. In rats trained for 4 and 8 weeks we analyzed the concentration of TBARS and catalase activity in the RVLM, caudal ventrolateral medulla (CVLM), hypothalamus, left ventricle, aorta and kidney. Results: Microinjection of L-arginine into the RVLM increased (p<0.05) mean arterial pressure (MAP) in the SHAM-SD and 2K1C-SD groups, compared to saline. In the 2K1C-EX and SHAM-EX groups, L-arginine produced no significant effect. The microinjection of L-NAME into RVLM induced similar effect to saline, in the SHAM-SD, SHAM-EX and 2K1C-EX groups; however, L-NAME reduced the MAP in the 2K1C-SD group. In the RVLM, the mRNA expression of nNOS, eNOS and iNOS was higher (p<0.05) in 2K1C-SD group, compared to SHAM-SD group, however, this expression was normalized in 2K1C-EX group. The mRNA expression of catalase and Cu/ZnSOD in the 2K1C-SD was smaller (p<0.05) while the expression of p22phox in 2K1C was greater (p<0.05) compared to SHAM-SD. In 2K1C-EX group the mRNA expression of catalase was higher (p<0.05), and the expression of Cu/ZnSOD and p22phox was similar to the SHAM-SD. The TBARS concentration increased in the brain cortex, hypothalamus, RVLM, left ventricle, aorta and left kidney in the 2K1C-SD group subjected to 4 weeks of exercise. While in 2K1C-SD group the concentration of TBARS increased in the left ventricle, aorta and left kidney in rats subjected to 8 weeks of exercise. However, the concentration of TBARS reduced (p<0.05) in the hypothalamus, RVLM, left ventricule, aorta and left kidney in the 2K1C-EX, compared to 2K1C-SD subjected to 4 and 8 weeks of exercise (except in the RVLM). The catalase activity was reduced (p<0.05) in the hypothalamus, RVLM, left ventricle, aorta and kidney of 2K1C-SD group subjected to 4 weeks of exercise, however, in the 2K1C-EX group the catalase activity was normalized in these tissues. Conclusion: The exercise restored mRNA expression of NOS in the RVLM of 2K1C-EX rats and, the exercise showed an antioxidant effect in the RVLM, heart, kidney and aorta of 2K1C-EX rats. The exercise could contribute to reducing the levels of blood pressure and controlling of hypertension. Key-words: arterial hypertension, nitric oxide, oxidative stress, physical exercise 8 Lista de Figuras Figura 1. Esquema simplificado da cascata enzimática do sistema renina angiotensina. (pág. 18) Figura 2. Esquema mostrando as fases da hipertensão renovascular 2R1C. (pág. 21) Figura 3. Avaliação do ganho de massa corporal (gramas, g) em ratos SHAM e 2R1C, sedentários (SD) e submetidos a exercício físico (EX) na 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª e 8ª semana após as cirurgias. (pág. 49) Figura 4. Registros típicos de pressão arterial pulsátil (PAP, mmHg), pressão arterial média (PAM, mmHg) e frequência cardíaca (FC, bpm de ratos SHAM-SD, SHAM-EX, 2R1C-SD e 2R1C-EX. (pág. 51) Figura 5. Registros típicos do efeito induzido pela microinjeção de L-arginina (50nmol/100nl) no RVLM sobre a pressão arterial pulsátil (PAP, mmHg), pressão arterial média (PAM, mmHg) e frequência cardíaca (FC, bpm) de um rato representativo dos grupos SHAM-SD, SHAM-EX, 2R1C-SD e 2R1C-EX. (pág. 52) Figura 6. Efeito sobre a variação da pressão arterial média (PAM, mmHg) e frequência cardíaca (FC, bpm) induzido pela microinjeção de L-arginina (50nmol/100nl) antes e cinco minutos após L-NAME (10nmol/100nl) e salina (100nl) no RVLM de ratos normotensos (SHAM painel A); hipertensos (2R1C painel B), sedentários (SD) e submetidos a exercício físico (EX). (pág. 54) Figura 7. Níveis relativos de malondialdeído (MDA, nm/mg ptn) pelo método de TBARS no córtex cerebral, hipotálamo, CVLM e RVLM de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 4 semanas de exercício. (pág. 56) Figura 8. Níveis relativos de malondialdeído (MDA, nm/mg ptn) pelo método de TBARS no ventrículo esquerdo, artéria aorta, rim esquerdo e rim direito de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 4 semanas de exercício. (pág. 57) Figura 9. Atividade da enzima catalase (CAT, U/mg ptn) no córtex cerebral, hipotálamo, CVLM e RVLM de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 4 semanas de exercício. (pág. 58) Figura 10. Atividade da enzima catalase (CAT, U/mg ptn) no ventrículo esquerdo, artéria aorta, rim esquerdo e rim direito de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 4 semanas de exercício. (pág. 59) Figura 11. Níveis relativos de malondialdeído (MDA, nm/mg ptn) pelo método de TBARS no córtex cerebral, hipotálamo, CVLM e RVLM de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 8 semanas de exercício. (pág. 60) 9 Figura 12. Níveis relativos de malondialdeído (MDA, nm/mg ptn) pelo método de TBARS no ventrículo esquerdo, artéria aorta, rim esquerdo e rim direito de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 8 semanas de exercício. (pág. 61) Figura 13. Atividade da enzima catalase (CAT, U/mg ptn) no córtex cerebral, hipotálamo, CVLM e RVLM de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 8 semanas de exercício. (pág. 62) Figura 14. Atividade da enzima catalase (CAT, U/mg ptn) no ventrículo esquerdo, artéria aorta, rim esquerdo e rim direito de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 8 semanas de exercício. (pág. 63) 10 Lista de Tabelas Tabela 1. Sequências de primers usados nas análises de qRT-PCR. (pág. 44) Tabela 2. Valores da pressão arterial média (PAM, mmHg) mensuradas através da pletismografia de cauda. (pag. 48) Tabela 3. Valores de massa corporal (gramas, g) avaliados até a oitava semana. (pág. 49) Tabela 4. Valores do peso úmido dos rins (direito e esquerdo) e coração (g/100g de massa corporal). (pág. 50) Tabela 5. Percentual (%) de variação do peso úmido do rim esquerdo (clipado) em relação ao respectivo peso úmido do rim direito. (pág. 50) Tabela 6. Efeito induzido pela microinjeção de L-arginina (50nmol/100nl), L-NAME (10nmol/100nl) e salina (100nl) no RVLM sobre a variação de pressão arterial média e frequência cardíaca de ratos normotensos (SHAM), hipertensos (2R1C), sedentários (SD) e submetidos a exercício físico (EX). (pág. 53) Tabela 7. Expressão do mRNA (unidade arbritária) das óxido nítrico sintases, catalase, Cu/ZnSOD, MnSOD e p22phox no bulbo ventrolateral rostral (RVLM) de animais submetidos ao protocolo de EX de 4 semanas. (pág. 55) 11 Lista de Abreviaturas 2R1C A-779 AMP Ang-(1-7) Ang-(1-9) Ang-I Ang-II AP AT1 AT2 BH2 BH4 Ca+ CAT cGMP CVLM ECA ECA2 eNOS EROs EX FC GABA GC GPx GSH GSSG H2O2 HA iNOS K+ L-Arg L-NAME Mas MDA mtNOS NADPH NEP nNOS NO NOSs NTS O2 O2OH ONOOPA PAM Hipertensão renovascular dois rins, um clipe Antagonista da Ang-(1-7) Aminopeptidase Angiotensina (1-7) Angiotensina (1-9) Angiotensina I Angiotensina II Área postrema Receptor AT1 para Ang-II Receptor AT2 para Ang-II Dihydrobiopterin Tetrahydrobiopterin Cálcio Catalase Guanosina 3’5’ monofosfato cíclico Bulbo ventrolateral caudal Enzima conversora de angiotensina Enzima conversora de angiotensina 2 Óxido nítrico sintase endotelial Espécies reativas de oxigênio Exercício físico Freqüência cardíaca Ácido gama-aminobutírico Guanilato ciclase Glutadiona peroxidase Glutadiona reduzida Glutadiona oxidada Peróxido de hidrogênio Hipertensão arterial Óxido nítrico sintase induzível Potássio L-arginina NG-nitro-L-arginina metil ester Receptor para Ang-(1-7) Malondialdeído Óxido nítrico sintase mitocondrial Nicotinamide adenine dinucleotide phosphate-oxidase Endopeptidase neutra Óxido nítrico sintase neuronal Óxido nítrico Óxido nítrico sintases Núcleo do trato solitário Oxigênio Ânion superóxido Radical hidroxila Peroxinitrito Pressão arterial Pressão arterial média 12 PCP PD123319 PEP PVN RVLM SD SHAM SNC SNS SOD SON SRA TBARS Prolilcarboxipeptidase Antagonista de AT2 Proliendopeptidase Núcleo paraventricular do hipotálamo Bulbo ventrolateral rostral Sedentários Ratos normotensos Sistema nervoso central Sistema nervoso simpático Superóxido dismutase Núcleo supra-óptico do hipotálamo Sistema renina angiotensina Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico 13 Sumário 1. Introdução .......................................................................................................... 16 1.1 Envolvimento do sistema renina angiotensina na hipertensão arterial.. 17 1.2 Modelo experimental de hipertensão renovascular dois rins, um clipe (2R1C) de Goldblatt ............................................................................................... 19 1.3 Participação do SRA no controle central da pressão arterial ................. 21 1.4 Envolvimento do óxido nítrico no controle da função cardiovascular ... 23 1.5 Estresse oxidativo na hipertensão arterial ............................................... 26 1.6 Efeito do exercício físico sobre a função cardiovascular ........................ 30 2. Justificativa ........................................................................................................ 35 3. Objetivos ............................................................................................................ 36 4. 3.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 36 3.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 36 Metodologia ....................................................................................................... 37 4.1 Animais ....................................................................................................... 37 4.2 Cirurgia para o Desenvolvimento da Hipertensão Renovascular ........... 37 4.3 Protocolo de Exercício Físico .................................................................... 38 4.4 Avaliação Indireta da Pressão Arterial Através da Pletismografia de Cauda ..................................................................................................................... 39 4.5 Avaliação da Massa Corporal .................................................................... 39 4.6 Confecção de Cânulas Vasculares ............................................................ 39 4.7 Canulação e Isolamento da Artéria e Veia Femorais.... Error! Bookmark not defined. 4.8 Registro Direto da Pressão Arterial Média, Frequência Cardíaca e Microinjeção .......................................................................................................... 40 4.9 Expressão do mRNA da NOS, catalase, MnSOD, Cu/ZnSOD e p22phox no RVLM ..................................................................................................................... 42 5. 4.10 Análise da catalase e TBARS..................................................................... 45 4.11 Análise do dano oxidativo (TBARS) .......................................................... 46 4.12 Atividade da enzima antioxidante catalase............................................... 46 4.13 Análise Estatística ...................................................................................... 47 4.14 Protocolo Experimental.............................................................................. 47 Resultados ......................................................................................................... 48 5.1 Evolução da pressão arterial após as cirurgias ....................................... 48 5.2 Massa corporal ........................................................................................... 48 5.3 Massa úmida dos rins e coração ............................................................... 50 14 5.4 Níveis basais de pressão arterial média e frequência cardíaca .............. 51 5.5 Efeitos induzidos pela microinjeção de L-arginina e L-NAME no RVLM sobre a pressão arterial média e frequência cardíaca ........................................ 52 5.6 Expressão do mRNA das isoformas de NOS, catalase, Cu/ZnSOD, MnSOD e p22phox no RVLM ................................................................................... 54 5.7 Níveis relativos de malondialdeído (TBARS) e da atividade da enzima catalase nos grupos submetidos ao protocolo de 4 semanas .......................... 55 5.8 Níveis relativos de malondialdeído (TBARS) e da atividade da enzima catalase nos grupos submetidos ao protocolo de 8 semanas .......................... 59 6. Discussão........................................................................................................... 64 7. Conclusão .......................................................................................................... 72 8. Referências bibliográficas ................................................................................ 73 9. Produção Acadêmica ........................................................................................ 86 9.1 Artigos Completos Publicados em Periódicos ......................................... 86 9.2 Apresentação em Eventos Científicos ...................................................... 86 15 1. Introdução H ipertensão arterial sistêmica (HA) é um dos principais fatores de risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares e um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil e no mundo 1. É uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Comumente está associada a alterações metabólicas e morfofuncionais de órgãos-alvo, como o coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos 1. A hipertensão é uma condição complexa, pois aproximadamente 90% dos casos são classificados como hipertensão essencial, onde uma causa precisa é desconhecida 2. Aproximadamente 50% dos pacientes hipertensos apresentam mecanismos neurogênicos envolvidos na patogênese da hipertensão arterial 3. Frequentemente a gênese da HA está atrelada a alterações fisiopatológicas como aumento da atividade do sistema renina angiotensina (SRA) e do sistema nervoso simpático (SNS) 4; 5; 6 . Observam-se também alterações, em diversos tecidos, na atividade ou biodisponibilidade do óxido nítrico (NO) e o aumento da produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) 7; 8; 9. Alterações no funcionamento das vias nervosas (centrais e periféricas) que regulam a pressão arterial também contribuem para o desenvolvimento e manutenção da HA 4. Estudos mostram que o NO e as EROs influenciam o controle neural central da função cardiovascular, especialmente nas áreas do bulbo ventrolateral rostral (RVLM) e ventral (CVLM), núcleos específicos do hipotálamo e núcleo do trato solitário (NTS) 10; 11; 12 . O RVLM é uma importante área do controle cardiovascular, pois apresenta projeções eferentes do bulbo para os neurônios pré-ganglionares simpáticos da medula espinal modulando a atividade simpática 4 . Neurônios do RVLM desempenham papel crucial no controle da pressão arterial 13 . Em situações fisiopatológicas específicas, a hiperatividade do RVLM é um fator determinante para a geração e manutenção HA 10; 14. Como medida não-medicamentosa para tratamento e controle da HA, o exercício físico (EX) se destaca pelos seus efeitos na redução dos níveis pressóricos e pela capacidade de prevenir a HA. Também foi demonstrando que o 16 EX reduz o estresse oxidativo em órgãos do sistema circulatório, e melhora a reatividade ao NO no endotélio vascular 15 . Porém, não está claro se o efeito do EX como regulador da PA envolve modificações/normalização dos níveis e atividades do NO e EROs no RVLM, hipotálamo, rins, coração e artéria aorta de ratos com hipertensão renovascular. 1.1 Envolvimento do sistema renina angiotensina na hipertensão arterial O SRA é bem conhecido devido a sua capacidade de regular a PA e a homeostase de fluídos corporais 6; 16 . Classicamente, o SRA é ativado pela renina, enzima liberada pelos rins em resposta à diminuição do fluxo sanguíneo renal 17 . A renina é sintetizada e armazenada na forma inativa chamada pró- renina nas células justaglomerulares das arteríolas aferentes proximais dos glomérulos renais. Com a redução da perfusão sanguínea nos rins, as células justaglomerulares liberam a renina que terá ação sistêmica 18; 19 . Sistemicamente, a renina cliva o angiotensinogênio formando o decapeptídeo angiotensina I (AngI) que tem pouca ação vasoativa. Alguns minutos após a formação da Ang-I ocorre a formação do octapeptídeo angiotensina II (Ang-II) que se dá principalmente nos pulmões, catalisada pela enzima conversora de angiotensina (ECA) 17; 18; 20. A Ang-I também pode ser metabolizada pela enzima conversora de angiotensina II (ECA2) que remove o aminoácido leucina do terminal C da Ang-I formando a Ang-(1-9) e após clivagem forma a Ang-(1-7), um peptídeo vasodilatador e anti-proliferativo 21; 22 . A ação da Ang-(1-7) ocorre através de sua interação com o receptor Mas 21; 22. A ação da Ang-II em diferentes tecidos ocorre via acoplamento com receptores AT1 e AT2. Nos vasos sanguíneos, a interação entre Ang-II e receptor AT1 induz a vasoconstrição, enquanto com receptor AT2 induz a vasodilatação 23; 24 . O receptor AT1 apresenta duas subunidades, AT1a e AT1b, que são farmacologicamente indistinguíveis, mas são produtos de genes diferentes, que são diferentemente expressos e regulados 25; 26; 27 . A interação da Ang-II com receptor AT1 também está associada a danos teciduais como proliferação celular, enquanto o receptor AT2 induz resposta oposta 23; 24 . A Figura 1 ilustra de forma simplificada a cascata enzimática do SRA. 17 Figura 1. Esquema simplificado da cascata enzimática do sistema renina angiotensina. ECA, enzima conversora de angiotensina; AMP, aminopeptidase; ECA2, enzima conversora de angiotensina 2; PEP, prolilendopeptidase; PCP, prolilcarboxipeptidase; NEP, endopeptidase neutra; AT1 e AT2, receptores para Ang-II; Mas, receptor para Ang-(1-7) (Adaptado de Santos et al., 2013) Atualmente sabe-se que os vários componentes do SRA são encontrados em diversos tecidos como rins, artérias, coração e sistema nervoso 21; 24 . Nos rins, os componentes do SRA foram identificados de forma diferenciada na medula e córtex renal. A Ang-(1-7), por exemplo, parece ocorrer predominantemente no córtex, enquanto a Ang-II predomina na medula renal 21. No coração a síntese e presença dos componentes do SRA sugerem a produção local de peptídeos que modulam a estrutura e função cardíaca 21; 28 .A Ang-II mostrou ser um importante mediador de fibrose cardíaca e hipertrofia patológica na hipertensão renovascular modelo dois rins, um clipe (2R1C), sendo o desequilíbrio entre Ang-II/Ang-(1-7), NO/EROs a chave para lesão cardiovascular nesse modelo experimental de hipertensão 29. No encéfalo foi confirmada, por técnicas de biologia molecular, a presença de componentes do SRA 30 . A Ang-II produzida pela renina cerebral promove diferentes efeitos fisiológicos no sistema circulatório, dependendo da área encefálica. Os componentes do eixo ECA2/Ang-(1-7)/Mas também foram identificados no tecido nervoso 31 . O SRA cerebral está associado a modulação da neurotransmissão, secreção de vasopressina e atividade do sistema nervoso 18 simpático 26 . O receptor AT1 está presente em diversos tecidos inclusive nas áreas encefálicas responsáveis pelo controle cardiovascular como o CVLM, RVLM e hipotálamo 26; 31. Em ratos com hipertensão renovascular 2R1C, foi observado que a Ang-(1-7) está, em parte, envolvida com melhora da sensibilidade do barorreflexo. Esses dados foram observados em ratos 2R1C, previamente tratados com inibidor da ECA, submetidos à infusão intracerebroventricular do antagonista da Ang-(1-7), o A-779 32. Nos rins, o alto nível de Ang-II está associado ao estresse oxidativo, aumento da expressão de citocinas proinflamatórias e de genes associados com fibrose túbulo-intersticial. Contudo, o tratamento com ECA2 reduziu as respostas mediadas pela Ang-II, mostrando que a Ang-(1-7) apresenta efeito renoprotetor 33. Tem sido descrito que o eixo ECA/Ang-II/AT1 do SRA está envolvido em diversas lesões de órgãos e tecidos, como o coração, rins, artérias e tecido nervoso. Porém, mecanismos contra-regulatórios como o eixo ECA2/Ang-(17)/Mas do SRA atuam em diferentes estados patológicos. 1.2 Modelo experimental de hipertensão renovascular dois rins, um clipe (2R1C) de Goldblatt Diversos são os modelos experimentais usados para investigar o mecanismo fisiopatológico envolvido no desenvolvimento e manutenção da HA, no estudo de novas terapias e sua profilaxia 34; 35 . A hipertensão renovascular de Goldblatt (2R1C) caracteriza-se por mecanismo fisiopatológico onde inter-relações hormonais e neurais estão envolvidas no desenvolvimento e manutenção da hipertensão 19; 34 . A hipertensão modelo 2R1C é induzida com a implantação cirúrgica de um clipe de prata em umas das artérias renais, promovendo redução do fluxo sanguíneo para o rim correspondente (rim clipado) e, assim ativando o SRA e SNS. Classicamente, o desenvolvimento da hipertensão 2R1C envolve modificações no SRA, e pode ser descrito em três fases (Figura 2), de acordo com Martinez-Maldonado (1991). A fase 1 (1 a 4 semanas após implantação do clipe) da hipertensão 2R1C é descrita como renina-angiotensina hiperatividade do SRA dependente, pois é mediada pela 19 . Imediatamente após a implantação do clipe na artéria 19 renal esquerda ocorre aumento da secreção de renina, da atividade da renina plasmática, dos níveis sistêmicos de Ang-II e aumento da PA retenção de água e sódio não é proeminente nessa fase 36; 37 . Contudo, a 19 . Administração de inibidores da ECA ou de bloqueadores de AT1 promove redução da PA, evidenciando o papel da Ang-II na manutenção da HA 19 . Além do aumento da Ang-II circulante na fase 1, também ocorre aumento do tônus simpático, onde podemos observar redução da PA após desnervação renal em ratos 2R1C 38 .A partir da terceira ou quarta semana após a cirurgia, observa-se também atrofia do “rim clipado” e hipertrofia do rim “não clipado” 19. A fase 2 (5 a 8 semanas após implantação do clipe) a Ang-II induz a retenção de sódio e água, ocorre estímulo da produção de aldosterona pela zona glomerular da glândula supra-renal, vasoconstrição das arteríolas eferentes dos glomérulos, estimulação nervosa do centro da sede e secreção do hormônio antidiurético que irão promover aumento da ingestão de água, retenção e expansão do volume plasmático 19. Esta fase está associada com retenção de sal, aumento da resistência vascular periférica e da PA, como conseqüência da redução do fluxo plasmático renal e da taxa de filtração glomerular 19. Após a quarta semana da cirurgia 2R1C ocorre aumento da atividade da ECA tecidual, especificamente na aorta, coração, rins e pulmões, enquanto a atividade da ECA plasmática aumenta até a quarta semana e permanece estável até a décima segunda semana 39 . O aumento da atividade da ECA tecidual ocorre concomitante com a elevação da PA e está relacionado com hipertrofia cardíaca, possivelmente devido ao efeito da Ang-II como promotora 39 . Desta forma, os níveis teciduais elevados de Ang-II e renina, mesmo com seus níveis plasmáticos normalizados, são responsáveis pela hipertensão nesta fase 40 . Na fase 3 (>9 semanas após implantação do clipe), a PA permanece elevada em comparação com a fase 1 mesmo com redução da atividade da renina plasmática e dos níveis circulantes de Ang-II. Nessa fase, mesmo com remoção do clipe ou administração do inibidor ECA não ocorre redução dos níveis pressóricos (Figura 2) 19. Desta forma, podemos observar que a resposta fisiológica do organismo do animal submetido à cirurgia 2R1C varia de acordo com o tempo e desenvolvimento da HA. Até 4 semanas, a hipertensão é renina-angiotensina 20 dependente, com altos níveis circulantes de Ang-II e ECA, enquanto após a quarta semana, ocorre aumento dos níveis teciduais de Ang-II e ECA. Figura 2. Esquema mostrando as fases da hipertensão renovascular 2R1C. O eixo Y representa o tempo de desenvolvimento da hipertensão em semanas: Fase 1 com duração aproximada de 4 semanas; Fase 2 se estende da quinta a oitava semana; Fase 3 é considerada após a nona semana. O eixo X representa a pressão arterial em mmHg. 1 valor de pressão arterial normal. (a) pré-tratamento com inibidor da enzima conversora de angiotensina (ECA) impede o desenvolvimento da hipertensão induzida pela cirurgia. Sem inibição da ECA ocorre aumento expressivo da pressão arterial com aumento da atividade da renina plasmática e da concentração de Ang-II circulante. (b) inibição da ECA ou remoção do clipe entre o sétimo e décimo dia da fase 2 promove rápida redução da pressão arterial ao valores de pressão da fase 1. Durante a fase 2, a pressão arterial pode permanecer estável (c) ou continuar a subir (d) mesmo com diminuição da atividade da renina plasmática. Na fase 3 a pressão arterial permanece elevada em relação a fase 1, (e) ocorre diminuição da atividade da renina e plasmática e da Ang-II circulante e, mesmo com remoção do clipe ou administração do inibidor da ECA (f) não ocorre redução da pressão arterial, permanecendo igual à fase 2. Ang-II, angiotensina II. Inib. ECA, inibidor da enzima conversora de angiotensina. (Adaptado de Martinez-Maldonado, 1991). 1.3 Controle central da pressão arterial O fator neurogênico da HA envolve uma série de alterações fisiológicas e bioquímicas nas regiões reguladoras da função cardiovascular no sistema nervoso autônomo (SNA), como barorreceptores, quimiorreceptores, receptores renais aferentes, ou em circuitos e núcleos centrais que induzem a resposta autonômica 4; 41; 42. 21 Os barorreceptores controlam a PA em curto prazo, momento a momento. A estimulação dos barorreceptores promove redução da atividade do sistema nervoso simpático, aumento da atividade do sistema nervoso parassimpático e, 4; 43 consequentemente redução da PA . Os quimiorreceptores atuam através da detecção de hipóxia e hipercapnia, resultando em hiperventilação, ativação do sistema nervoso simpático e aumento da PA 43; 44. As primeiras sinapses centrais dos baro e quimiorreceptores ocorrem no NTS, tornando-o assim um importante centro integrador do controle cardiovascular 4. O NTS mantém projeções eferentes para diferentes áreas envolvidas no controle da função cardiovascular 45 como a área depressora CVLM, que mantém sinapses inibitórias ascendentes com a área pressora RVLM, através de conexão GABAérgica 45; 46. Existe também projeção neuronal do NTS para o RVLM através de conexão glutamatérgica direta 47. Como já mencionado, o CVLM caracteriza-se como uma região depressora e importante para a modulação do barorreflexo, por atenuar a atividade pressora do RVLM e, também por ativar o sistema nervoso parassimpático através de projeções com o núcleo ambíguo 45; 47; 48 . O SRA pode influenciar o CVLM de várias formas, como ocorre no modelo 2R1C. A Ang-II, por exemplo, induziu efeito hipotensor quando microinjetado no CVLM, sendo esse efeito inibido pela losartana (antagonista de AT1) e PD123319 (antagonista de AT2) tanto em ratos normotensos como em hipertensos (2R1C) 49. O RVLM apresenta neurônios eferentes que mantêm sinapses com os neurônios pré-ganglionares simpáticos da medula espinal. Diversas áreas encefálicas modulam a ativação do tônus simpático do RVLM além do CVLM e NTS, como a área tegumentar lateral, núcleo paraventricular do hipotálamo (PVN), formação reticular pontina e área pressora caudal 45. O mecanismo pelo qual a Ang-II influencia na atividade do RVLM também envolve conexões com a área postrema com regiões do bulbo e hipotálamo. A Ang-II circulante, através da área postrema (área desprovida de barreira hematoencefálica) modula o tônus simpático, via conexão direta ou indireta com o RVLM 45; 50 . Estudos mostram que a Ang-II exerce efeito hipertensor no RVLM. A Ang-II quando microinjetada diretamente no RVLM aumenta a PA em animais anestesiados, enquanto o antagonista da Ang-II ou inibidor da ECA reduz a PA e 22 a atividade simpática 45; 51 . Foi observado também que em ratos 2R1C, o RVLM apresentou maior expressão do receptor AT1 14. A complexidade do SNA vai além do que está apresentado neste trabalho. Novos elementos reguladores da função neural tem sido descritos, como os componentes do eixo ECA2/Ang-(1-7)/Mas 21, NO e ROSs 9. 1.4 Envolvimento do óxido nítrico no controle da função cardiovascular Na década de 80, foi demonstrado que o relaxamento vascular induzido pela acetilcolina era dependente do endotélio e, ficou evidente que esse efeito era mediado por um fator humoral lábil, o fator de relaxamento dependente do endotélio 52 . Em 1987, foi descoberto que o fator de relaxamento derivado do endotélio era o NO 53 . Com base nos seus diversos efeitos fisiológicos e possibilidades terapêuticas para doenças cardiovasculares, o NO foi escolhido a molécula do ano de 1992 pela revista Science 54. NO é um gás que desempenha várias funções fisiológicas e de sinalização celular em diferentes tecidos, incluindo no sistema nervoso 55; 56 . No sistema circulatório, o NO exerce importante papel na função cardíaca e endotelial como vasodilatação 29 , prevenção de adesão de plaquetas, exerce ação antiinflamatória e proteção contra aterosclerose 7. A ação vasodilatadora do NO envolve a geração de guanosina 3’,5’-monofosfato cíclico (cGMP) dependente da modulação de canais iônicos de Ca2+ e K+ 56. O estresse de cisalhamento do fluxo sanguíneo no endotélio vascular (shear stress) e mediadores químicos como acetilcolina, bradicinina, substância P, estimulam a produção de NO a partir da L-arginina (L-arg) numa complexa reação catalisada pelas enzimas sintetizadoras de NO, as óxido nítrico sintases (NOSs) 29 . As NOSs catalisam a oxidação da L-arginina em NO e L-citrulina, num processo que exige NADPH e co-fator BH4 (tetrahydrobiopterin), tendo O2 como substrato 56. Três isoformas de NOS são conhecidas: neuronal (nNOS ou NOS I), induzível (iNOS ou NOS II) e endotelial (eNOS ou NOS III) 55; 56 . Uma quarta isoforma, variação da nNOS, encontrada na membrana mitocondrial é descrita como óxido nítrico sintase mitocondrial (mtNOS) 56 . Essas isoformas são proteínas homodiméricas com subunidades de 125 a 160 kDa, em que cada subunidade 23 consiste em dois domínios: um domínio oxigenase ou heme N-terminal, que catalisa os passos da reação. Esse domínio liga os substratos O2 e L-arginina e os dois grupos prostéticos redox, Fe(III)-heme e BH4. O outro domínio é redutase C-terminal, que fornece os elétrons para reação catalisada pela NOS. Desta forma a NOS precisa do BH4 para produzir NO. Na ausência desse co-fator, a NOS catalisa de maneira eficiente a oxidação de O2, mediada pela NADPH 56; 57; 58; 59 . Quando a NOS está “desacoplada” (NOS uncoupled) os elétrons fluem do domínio redutase para o heme e são desviados para o oxigênio molecular em vez da L-arginina, resultando na formação de anion superóxido. O principal mecanismo responsável pelo desacoplamento das NOS é a deficiência do BH 4 60. A síntese de NO ocorre numa grande variedade de células, como nos neurônios, células endoteliais e macrófagos. A nNOS está presente nos neurônios 56; 61 , túnica adventícia de vasos cerebrais, cardiomiócitos, miócitos, pulmão, corpo cavernoso entre outros atividade regulada pelo Ca2+ 56 sendo constitutivamente expressa com sua 61 . A eNOS também é constitutivamente expressa e dependente de Ca2+ sendo presente no endotélio vascular 61 astrócitos, medula óssea, cardiomiócitos, hepatócitos e outros 56 , neurônios, . A iNOS é independente de Ca2+ e sua expressão é induzida por macrófagos, astrócitos e micróglias, seguida de estimulação imunológica ou inflamatória 56; 61 . A iNOS pode ser encontrada em hepatócitos, células endoteliais, músculo vascular, fígado, rins 56 e no encéfalo 62. Na célula, o NO atua como mensageiro intracelular, difundindo-se rapidamente e influenciando alvos específicos. Contudo, diversas células de vários tecidos produzem NO e, no tecido nervoso, podem influenciar neurônios em diferentes e extensas regiões do sistema nervoso central (SNC) 56; 61 . Os efeitos fisiológicos do NO no SNC são observados nos vasos, células da glia e nos neurônios. Seus efeitos são dependes da síntese de cGMP, via ativação de guanilato ciclase (GC) 56; 61. Além do efeito dependente de cGMP, o NO modula a atividade neuronal em vias independentes, como a reação de NO com ânion superóxido (O2-) resultando na formação de peroxinitrito (ONOO) e subseqüente nitração e oxidação de proteínas 61 . Todas as isoformas de NOS têm potencial para produzir O2-, porém a iNOS é a que tem maior potencial devido a depleção de L-arginina durante a inflamação 61 . A produção de O2- pela nNOS ocorre quando o receptor 24 de glutamato é estimulado e o influxo de cálcio para a célula é prolongado 56 .A reação do NO com o O2- é rápido o suficiente para evitar a ação de antioxidantes, formando assim o ONOO 56. No tronco encefálico, neurônios que reagem ao NO são encontrados no NTS, CVLM e RVLM 63 . Sendo o papel do NO e das NOS, especialmente no RVLM, altamente complexo e variável. No hipotálamo, o PVN e núcleo supra-óptico (SON) apresentam produção de NO pelos neurônios parvocelulares e magnocelulares. Os neurônios parvocelulares que produzem NO são encontrados na mesma região que apresenta projeções nervosas para o tronco encefálico e medula espinal, indicando as vias em potencial nas quais o NO influencia o sistema nervoso autônomo 63. No RVLM, todas as isoformas de NOS estão presentes, porém, apresentam diferentes funções na atividade nervosa simpática 64 . Evidências sugerem que a sinalização do NO no RVLM é dependente da via GC/cGMP, pois a microinjeção de azul de metileno (inibidor da GC) atenuou o efeito pressor induzido por doador ou precursor de NO 64; 65. A ação do NO no RVLM é contraditória. Estudos têm relatado que o NO derivado da nNOS, no RVLM, promove aumento da atividade simpática via ativação da transmissão glutamatérgica, enquanto que o NO derivado da iNOS promove diminuição da atividade simpática via estimulação da transmissão GABAérgica 64; 66. Sendo a atividade da nNOS mais prevalente que a da iNOS em condições fisiológicas 62; 64 . Contudo, em ratos espontaneamente hipertensos (SHR), o NO derivado da eNOS apresentou ação inibitória sobre o RVLM, pois a transfecção de adenovirus codificado com eNOS resultou em simpatoinibição e resposta depressora, possivelmente envolvendo ativação GABAérgica 67 . Na insuficiência cardíaca, a redução da nNOS e dos níveis de NO no RVLM contribuiu para aumento da atividade simpática 68 . Enquanto o aumento da expressão de nNOS no RVLM promoveu inibição simpática em animais SHR 64. Em relação à expressão da iNOS os dados da literatura são discordantes. Foi observado em ratos normotensos que o aumento da expressão de iNOS esteve associado com aumento da PA 64 , enquanto ratos com hipertensão 2R1C apresentaram maior expressão da iNOS, o que poderia estar envolvido na ativação do RVLM, pois houve redução da PA após microinjeção do inibidor da iNOS (aminoguanidina) 14. Entretanto, outro estudo sugere que a baixa atividade e 25 expressão da iNOS no RVLM estão envolvidos no aumento da atividade simpática em animais SHR 69. Dados da literatura sugerem que a ação (excitatória ou inibitória) do NO no RLVM é variável devido ao modelo experimental, tipo e dose do doador ou precursor do NO utilizado 64; 70 . Baixas doses de doador ou precursor de NO no RVLM aumentaram a PA e atividade simpática, enquanto altas doses tiveram efeitos opostos em ratos 70 . Microinjeção de L-arg no RVLM, nas concentrações de 1 e 10 nmol/50nL promoveram aumento da PAM em ratos normotensos. Enquanto a microinjeção na concentração de 50 nmol/50nL induziu resposta 70 depressora . A microinjeção bilateral no RVLM do inibidor não específico para NOS, o NG-nitro-L-arginina-metil-ester (L-NAME; 10 nmol/50nL) induziu redução da PA, em contraste, a microinjeção unilateral de L-NAME não promoveu resposta 70 . Por outro lado, outro estudo mostrou que em ratos normotensos a microinjeção de L-arg, nas concentrações de 5, 24 e 140nmol, promoveu aumento gradual da PA 65. O SRA também parece influenciar a atividade do NO no RVLM. A Ang-II ativa os receptores AT1 no RVLM promovendo aumento da atividade simpática via ativação glutamatérgica, o que pode estar envolvido no fator neurogênico da hipertensão. Enquanto o NO mostrou ser capaz de diminuir a formação de Ang-II em diversas áreas do bulbo 64. Podemos então observar que a função do NO no RVLM ainda não está esclarecida, pois diversos estudos apontam resultados divergentes. Sendo que em ratos com hipertensão 2R1C, os resultados são ainda insuficientes para esclarecer o verdadeiro papel do NO no controle central da função cardiovascular. 1.5 Estresse oxidativo na hipertensão arterial Estresse oxidativo é um desequilíbrio entre a geração de compostos oxidantes e a atuação do sistema antioxidante. A geração de radicais livres constitui um processo contínuo e fisiológico. Durante diversos processos metabólicos, os radicais livres atuam como mediadores para a transferência de elétrons nas reações bioquímicas 71 . A produção em proporções apropriadas possibilita a geração de ATP, ativação de genes e participação nos mecanismos 26 de defesa durante infecção. Contudo, a produção exagerada de radicais pode conduzir a danos oxidativos em diferentes órgãos e tecidos 72. A instalação do estresse oxidativo decorre da geração aumentada de radicais livres (compostos oxidantes) ou em detrimento da velocidade de remoção desses pelos compostos antioxidantes. Esse processo conduz a oxidação de moléculas com conseqüente perda de suas funções biológicas, cuja manifestação é o dano oxidativo contra tecidos 72. A geração de radicais livres ocorre, de forma geral, nas mitocôndrias (por meio da cadeia transportadora de elétrons), membranas celulares e no citoplasma. Tais mecanismos podem ser catalisados pelos íons ferro e cobre. O oxigênio (O2), na mitocôndria, por ação do citocromo oxidase, sofre redução tetravalente, com recepção de quatro elétrons, resultando na formação de água. A ação do citocromo oxidase controla a geração de radicais livres, impedindo a produção excessiva na mitocôndria. Entretanto, cerca de 2 a 5% do oxigênio metabolizado nas mitocôndrias são desviados para outras vias moleculares, e reduzidos de forma univalente, dando origem aos radicais livres 72. Como conseqüência da redução univalente do O 2, são gerados os radicais O2, hidroxila (OH) e peróxido de hidrogênio (H2O2). Apesar do H2O2 não ser um radical livre, é uma espécie com alto potencial reativo, além de participar da formação do radical OH. O radical O2 participa das reações de geração de OH, e, também pode gerar o radical livre óxido nítrico (NO) e consequentemente gerar ONOO, também potencialmente reativo. Outras importantes enzimas geradoras de radicais livres são as NADPH oxidases (nicotinamide adenine dinucleotide phosphate monooxigenase, oxidases), lipoxigenase e NOS xantina oxidase, 73 NADPH . A citocromo é uma p450 proteína transmembrana que tem função de transferir elétrons através das membranas celulares capaz de gerar OH e O2. Ela é composta por duas subunidades ligadas à membrana (p22phox e gp91phox), por três subunidades citoplasmáticas (p40phox, p47phox e p67phox) e pela proteína G Rac 1 74. Normalmente, o aceptor de elétrons é o oxigênio e, desta forma, gera-se O2 72 . Em situações patológicas, como na HA, o co-fator da NOS, o BH4, pode ser oxidado para dihydrobiopterin (BH2). Neste caso, a NOS irá produzir O2 além de NO 75. 27 O sistema de defesa antioxidante pode ser classificado em não-enzimático (inclui compostos antioxidantes de origem dietética) e enzimático. O sistema enzimático inclui as enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutadiona peroxidase (GPx). Essas enzimas agem impedindo ou controlando a formação de radicais livres e espécies não-radicais 72 . Em condições fisiológicas, o O2 que é produzido combina com a SOD que o dismuta em H 2O2 que será metabolizado em H2O pela ação da CAT e GPx 72; 75. A principal defesa contra O2 e ONOO é o grupo das SODs. Em mamíferos existem três isoformas de SOD (SOD1 ou Cu/ZnSOD; SOD2 ou MnSOD; SOD3 ou ecSOD), cada uma delas são produtos de genes distintos e estão em locais diferentes da célula, mas catalisam a mesma reação 73 . A localização distinta das isoformas das SODs é particularmente importante, pois segmenta a sinalização redox na célula. O mecanismo de dismutação do O 2 pela SOD envolve a atividade de metais de transição, indicando que a atividade da SOD requer um metal catalisador como cobre (Cu), zinco (Zn) e manganês (Mn) 73 . O local de atividade da Cu/ZnSOD é no citoplasma, espaço intermembrana da mitocôndria e lisossomos. A MnSOD atua na matriz mitocondrial e a ecSOD na matriz extracelular, superfície celular e fluídos extracelulares 73 . As enzimas GPx e CAT agem, de forma integrada, impedindo o acúmulo de H2O2. Essa ação é importante uma vez que o H2O2 com participação do ferro e cobre, resulta na geração do radical OH, contra o qual não há sistema enzimático de defesa. O OH é o principal indicador de peroxidação lipídica, tendo como conseqüência a alteração da função biológica das membranas celulares, alteração de proteínas, culminando na disfunção biológica 72 . Outras enzimas também são conhecidas como sistema de defesa contra H 2O2 como peroxiredoxinas e tioredoxina redutase 76. O fato da produção excessiva de OH ser altamente danosa ao organismo, a ação das enzimas antioxidantes é fundamental para equilibrar o sistema. Desta forma, a GPx se destaca, uma vez que sua ação depende da manutenção do ciclo redox da glutadiona, por meio do controle da relação entre glutadiona reduzida (GSH) e oxidada (GSSG) 72. Quando a produção de radicais livres ou espécies reativas supera a capacidade de ação dos antioxidantes, favorece-se a oxidação de moléculas, gerando marcadores de estresse oxidativo, que podem ser identificados e 28 quantificados. Os marcadores de estresse são derivados, principalmente, da oxidação de lipídeos, proteínas e DNA. Outra forma de verificar o estresse oxidativo é empregando métodos indiretos, baseados na capacidade antioxidante. Os malondialdeídos (MDA) são produtos da oxidação de lipídeos, que podem ser quantificados pelas técnicas de TBARS (thiobarbituric reactive acid substances) 77 . Um estudo clínico mostrou que homens hipertensos apresentavam níveis de MDA elevados, por outro lado, os níveis de antioxidantes estavam elevados no grupo controle. Esse estudo mostrou que o status de antioxidantes totais tinha significativa correlação negativa com PA 78 . Outros marcadores de dano oxidativo são derivados da oxidação de proteínas como carbonilos e 3-nitrotirosina, e derivados da oxidação de DNA como 8-OHdg (prostaglandin F2-Alfa-8 Isoprostane) e 5-HMdU (5-hidroxymetil-2´-desoxyuridine) 72. Diversos estudos mostram que no quadro de hipertensão experimental, ocorre aumento do estresse oxidativo sistêmico e em órgãos específicos como no cérebro 79; 80 e nos rins 81 . Na hipertensão induzida pela infusão crônica de Ang-II, foi demonstrado o aumento da expressão de Nox 1, gp91phox e p22phox que são subunidades da NADPH oxidase. Aumento da produção de EROs nos rins pode desenvolver hipertensão. Foi observado que camundongos knockout para SOD apresentaram maior nível de PA comparados com grupo controle. O desenvolvimento da HA esteve associado com aumento da produção de O2 e inativação do NO nos vasos dos rins 82; 83. A geração de EROs também está associada com doenças cardiovasculares como insuficiência cardíaca 84 . Um estudo mostrou relação direta entre geração de EROs, falência do miocárdio e alterações hemodinâmicas, especificamente via geração de OH no quadro de insuficiência cardíaca 84 . Redução das defesas antioxidantes como SOD, catalase e GPx ou redução da concentração de antioxidantes endógenos como vitamina E, vitamina C e glutadiona aumentam os níveis de EROs nos quadros de falência cardíaca subseqüente ao infarto do miocárdio 84 . Contudo, o estresse oxidativo na falência cardíaca pode ser um quadro primário por conta da geração de EROs em vez do declínio das defesas antioxidantes no coração 84 . Em ratos com hipertensão 2R1C, um estudo mostrou que houve remodelação cardíaca associada com estresse oxidativo. Ratos 2R1C apresentaram hipertrofia ventricular associada com aumento de TGF-β e fibrose 85 . 29 As artérias muitas vezes são os principais alvos dos danos promovidos pela hipertensão, principalmente devido à reação inflamatória induzida pela doença. A inflamação crônica pode ativar a produção de EROs, o que também está associado com a HA 86 . A inflamação é a primeira resposta imune para eliminar patógenos ou reparar dano no tecido. Células do sistema imunológico, como neutrófilos e macrófagos produzem EROs na tentativa de eliminar o patógeno. Contudo, o processo inflamatório contínuo, como pode ocorrer na hipertensão arterial, pode levar a produção excessiva de EROs. Na hipertensão arterial o estresse oxidativo é a principal causa de disfunção endotelial, primariamente através da redução de NO, devido a sua reação com superóxido resultando na formação de ONOO 86 . É conhecido que o aumento do O2 na vasculatura impede a ação vasodilatadora do NO, promovendo contração da musculatura lisa vascular e proliferação de células inflamatórias 87. A ação de compostos antioxidantes também está diretamente relacionada com o estímulo produzido pelos compostos oxidantes, onde pequeno estímulo como baixas concentrações de EROs são capazes de induzir a expressão de enzimas antioxidantes e outros mecanismos de defesa 88 . A base desse fenômeno é explicada pelo conceito de hermose, caracterizada pela relação doseresposta, onde baixas doses de determinada substância são estimuladoras enquanto altas doses são inibitórias 88. Apesar dos comprovados efeitos deletérios promovidos pelos radicais livres em diferentes tecidos, não está totalmente claro, qual a participação de compostos oxidantes e antioxidantes nas áreas centrais de controle cardiovascular de ratos com hipertensão 2R1C. Estresse oxidativo pode ser considerado a causa ou conseqüência da HA. Em órgãos reguladores da PA, o estresse oxidativo apresenta papel crucial no desenvolvimento da HA. 1.6 Efeito do exercício físico sobre a função cardiovascular O exercício físico regular apresenta comprovados benefícios para a saúde, sendo indicado como medida preventiva para diversas doenças cardiovasculares, como a HA 89; 90. Diversos tipos de exercícios promovem redução da PA, sendo os aeróbios (combinados ou não com exercícios resistidos) de intensidade moderada os mais efetivos 91. 30 Exercícios aeróbios reduzem a PA em indivíduos com pressão normal e em hipertensos, porém essa redução é mais pronunciada nos hipertensos. A resposta diferenciada entre os indivíduos pode ser explicada pelo tipo de EX, freqüência, intensidade e tempo 89 . Apenas uma sessão de exercício também promove redução da PA em indivíduos hipertensos. Esse efeito agudo do EX é denominado hipotensão pós-exercício, que pode perdurar por até 20 horas hipotensão pós-exercício deve ser considerada mesmo nos 89 .A estudos experimentais com exercício crônico. Como o efeito pode durar quase dois dias após a última sessão de EX, algumas análises experimentais devem ser feitas após esse período, a fim de se evitar os efeitos agudos do EX. Segundo recomendações do American College of Sports Medicine 89 , para redução da PA, a freqüência ideal é entre 3 a 5 vezes por semana, com intensidade moderada (40 – 60% do VO2 de reserva), o tempo de duração deve ser de no mínimo 30 minutos e o tipo de EX deve ser o aeróbio podendo ser suplementado pelo exercício de resistência 89 . Segundo dados do nosso laboratório, ratos com hipertensão 2R1C que praticaram natação (com e sem carga) por 5 semanas, 5 dias por semana, 60 minutos diários tiveram redução da PA e da FC, quando comparado com ratos 2R1C sedentários 92. O efeito agudo do EX sobre a PA ocorre devido à vasodilatação nos músculos previamente exercitados e diminuição da atividade nervosa simpática 89; 93; 94; 95 . Contudo, o efeito crônico do EX é que está envolvido com o controle da PA em longo prazo. Importantes adaptações hemodinâmicas, estruturais e autônomas são promovidas pelo EX regular, mesmo em condições patológicas 89; 96 . Entre as adaptações do EX incluem redução da atividade do sistema nervoso simpático, aumento da atividade do sistema nervoso parassimpático, aumento do NO vascular, aumento das enzimas antioxidantes, redução da Ang-II em diversos tecidos, entre outros que serão descritos a seguir. Alterações estruturais no sistema circulatório em resposta ao EX aeróbio como remodelamento vascular, angiogênese e hipertrofia cardíaca contribuem para a redução da resistência vascular periférica e da PA fisiológica 89 . Redução da resistência vascular mediada pelo EX também envolve adaptações neurohumorais, estruturais e alterações na responsividade vascular a estímulos vasoativos. Redução da atividade nervosa simpática ou influência de estímulos vasodilatadores (como o NO) são exemplos de mudanças neurais que promovem 31 redução da resistência vascular e da PA 89 . Um estudo de Graham e Rush (2004) mostrou que o EX melhora a atividade do NO como mediador da vasodilatação do músculo liso vascular, possivelmente por induzir o aumento de eNOS e diminuição de compostos oxidantes 97. A hipertrofia cardíaca ocorre em resposta a situações que envolvem aumento do metabolismo, da PA, do volume ou ambos, como EX, gestação e HA. O EX (aeróbio, sem carga) induz hipertrofia cardíaca excêntrica (fisiológica), com crescimento longitudinal dos cardiomiócitos. Enquanto a HA, associada ao sedentarismo, promove hipertrofia cardíaca concêntrica (patológica) e fibrose cardíaca 98 . Dados do nosso laboratório mostraram que ratos hipertensos 2R1C submetidos a natação sem carga apresentaram redução do número de células inflamatórias e redução na deposição de colágeno no coração, em comparação com ratos 2R1C sedentários 92. Quanto aos efeitos do EX sobre o SRA, foi observado redução dos níveis de renina, Ang-II e ECA em SHR, sendo esses efeitos não observados em ratos normotensos 99 . Em ratas, foi observado que o EX regular, do tipo natação, promoveu redução da ECA e Ang-II e aumento da ECA2 e Ang-(1-7) no miocárdio 100 . Por outro lado Silva e colaboradores (2011), mostraram que os animais SHR que nadaram por 8 semanas (com carga) apresentaram maior expressão do receptor Mas na artéria aorta 101 . Possivelmente um mecanismo capaz de aumentar o efeito vasodilatador da Ang-(1-7). Também foi observado que o LNAME reduziu o efeito vasodilatador da Ang-(1-7), o que sugere a interação do NO com Ang-(1-7) na vasodilatação. Esse efeito foi observado em anéis de aorta que foram tratados com acetilcolina e Ang-(1-7) 101 . Esses dados, em conjunto, mostram que o EX induz adaptações cardíacas benéficas, tanto por reduzir a atividade do eixo ECA/Ang-II/AT1, como por aumentar a atividade do eixo ECA2/Ang-(1-7)/Mas. No SNC, estudos sugerem que o controle motor e autonômico apresentam interações essenciais para a regulação cardiovascular durante EX, como aumento do débito cardíaco e da PA 102; 103 . Foi demonstrado por Kerman e colaboradores (2003 e 2006) que áreas bulbares, pontinas e hipotalâmicas apresentam neurônios simpato-motores 102; 103 . Um grande número desses neurônios foi observado no RVLM, mostrando que essa área é influenciada também por 32 estímulos motores 103 . Considerando que áreas centrais relacionadas com a função cardiovascular participam das respostas pressóricas durante o EX, podemos predizer que as adaptações promovidas pelo EX modulam esses neurônios, especialmente no RVLM, contribuindo para redução da PA. O EX regular promove plasticidade neural e angiogênese em áreas específicas do SNC, promovendo melhora da memória e cognição, que são funções associadas com alterações no número, estrutura e função de neurônios 104 . Nas áreas encefálicas envolvidas com o controle cardiovascular o EX também promove alterações importantes. O RVLM recebe várias projeções (diretas ou indiretas) de receptores musculares que são ativados pelo EX. Entre os neurotransmissores do RVLM, o glutamato parece estar envolvido na resposta cardiovascular induzida pelo EX 105 . Ratos sedentários apresentaram maior resposta simpatoexcitatória devido à ativação glutamatérgica no RVLM. Em relação à transmissão GABAérgica, os dados são inconclusivos sobre sua participação no RVLM de animais exercitados e sedentários 105. Em SHR foi observado modificações neuronais, promovidas pelo EX, no hipotálamo associadas com redução da PA, restauração da transmissão GABAérgica e alterações na atividade das NOS 106 . Em ratos com insuficiência cardíaca, o EX restaurou os níveis de nNOS no PVN. Expressão de nNOS no PVN aumentaram em ratos exercitados, quando comparados com sedentários. Esses dados sugerem que a inibição simpática associado com o EX regular em ratos com insuficiência cardíaca pode ser devido, em parte, às alterações nos níveis de nNOS no PVN 107. Dados não publicados do nosso laboratório (Maia et al.) mostraram que ratos 2R1C sedentários apresentaram níveis elevados de PAM, redução da sensibilidade da bradicardia reflexa, aumento de células inflamatórias, aumento do diâmetro de cardiomiócitos, deposição de colágeno e hipertrofia cardíaca concêntrica. Contudo, ratos 2R1C submetidos ao EX por até 4 semanas, reduziu PAM, aumentou a sensibilidade da bradicardia reflexa, reduziu deposição de colágeno e preveniu a hipertrofia concêntrica. Além disso, reduziu a deposição de colágeno nos rins. Após 6 semanas de EX, apesar dos níveis de PAM e sensibilidade da bradicardia reflexa nos ratos 2R1C exercitados serem similares aos 2R1C sedentários, o EX induziu efeitos benéficos sobre a morfologia renal e cardíaca, como aumento do diâmetro de cardiomiócitos e diminuição da 33 deposição de colágeno, para valores similares aos ratos normotensos sedentários. Em síntese, esse estudo mostrou que o EX realizado por até 10 semanas, com volume, freqüência e intensidade constante induz benefícios distintos na função cardiovascular e estrutura renal e cardíaca em ratos 2R1C. Além disso, foi sugerido que a sexta semana representa um momento de transição em que os fatores hipertensivos superam os efeitos benéficos do EX (de intensidade constante) sobre a função cardiovascular. O exercício também apresenta importante efeito antioxidante em diferentes tecidos, especificamente os exercícios de intensidade moderada. São irrefutáveis as evidências mostrando os benefícios do exercício moderado na prevenção de doenças crônicas, como doenças cardiovasculares, hipertensão e obesidade 108 . O exercício extenuante (principalmente se for esporádico) causa dano estrutural à célula muscular, como ruptura da linha Z. Entretanto alguns desses danos são devidos a produção de radicais livres 108 . O mecanismo pelo qual o exercício promove aumento na geração de EROs não pode ser somente explicado pelo aumento do consumo de oxigênio na mitocôndria. Um estudo mostrou que aproximadamente 2% do oxigênio usado pela mitocôndria é convertido em EROs somente no estado de repouso. Porém, quando a mitocôndria encontra-se produzindo ATP a partir do ADP, a proporção de oxigênio convertido em EROs reduz para cerca de um décimo do observado no estado de repouso 109. Com base nessa informação, o papel da mitocôndria na formação de EROs durante o exercício deve ser reconsiderada e, talvez, fontes alternativas de EROs devem ser identificadas 108; 109. Dados indicam que existem fontes extracelulares geradoras de EROs como a xantina oxidase. Um estudo realizado com ciclistas competidores do Tour of France de 2001, mostrou que os atletas que receberam alopurinol (um inibidor da xantina oxidase) apresentaram menores níveis de malondialdeído no plasma ao término da prova. Esse dado sugere que a xantina oxidase está envolvida no dano tecidual associado com exercício físico de alta intensidade 110 . Apesar dos diversos efeitos benéficos do EX para o controle da PA e sobre o estado redox, ainda não está esclarecido se esses benefícios envolvem alterações nas vias de NO e no estresse oxidativo no encéfalo e órgãos periféricos de ratos com hipertensão renovascular. 34 2. Justificativa A hipertensão arterial é considerada um dos principais problemas de saúde no mundo, afetando cerca de 30% da população. Fatores como o sedentarismo contribuem para o desenvolvimento da hipertensão, sendo o exercício físico regular uma importante estratégia não farmacológica de controle e prevenção da doença. Alguns fatores fisiopatológicos estão atrelados à hipertensão como aumento da atividade do sistema renina angiotensina e do estresse oxidativo em áreas encefálicas reguladoras da função cardiovascular. O óxido nítrico (NO) também é um fator determinante na função cardiovascular, pois participa do controle do tônus arterial e do controle central do sistema nervoso autônomo. Desta forma, o estudo da participação das EROs e NO no encéfalo é fundamental para o entendimento da gênese e manutenção da hipertensão arterial. Bem como a compreensão do papel do exercício físico sobre o estresse oxidativo e NO no encéfalo e órgãos periféricos de animais hipertensos. Apesar das evidências sobre os efeitos benéficos do exercício físico sobre a hipertensão, o mecanismo pelo qual ele influencia o equilíbrio redox e a atividade do NO no bulbo e em órgãos periféricos ainda necessita ser esclarecido. Os estudos dos mecanismos pelos quais o exercício físico influencia os parâmetros de NO, estresse oxidativo, pressão arterial e freqüência cardíaca são imprescindíveis para o desenvolvimento de novas possibilidades terapêuticas na hipertensão arterial. Dessa forma, o presente estudo verificou o efeito do EX, natação sem carga sobre a resposta pressórica induzida pela microinjeção de L-Arg no RVLM, bem como a participação de EROs e enzimas antioxidantes no encéfalo, coração, rins e aorta de ratos com hipertensão renovascular. 35 3. Objetivos 3.1 Objetivo Geral Verificar o efeito do exercício físico sobre a expressão de NOS e estado redox no encéfalo, coração, rins e aorta de ratos com hipertensão renovascular. 3.2 Objetivos Específicos Em ratos hipertensos (2R1C) e normotensos (SHAM), sedentários (SD) e submetidos a exercício físico (EX): Avaliar o efeito da microinjeção de L-arginina, um precursor de NO, e de LNAME, um inibidor não específico para NOS, no RVLM sobre a pressão arterial média e freqüência cardíaca. Avaliar modificações na expressão das isoformas de NOS (nNOS, iNOS e eNOS) no RVLM. Avaliar modificações na expressão das enzimas catalase, MnSOD, Cu/ZnSOD e p22phox no RVLM. Mensurar os níveis das enzimas catalase e das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico no RVLM, CVLM, hipotálamo, ventrículo esquerdo do coração, artéria aorta e rins. 36 4. Metodologia 4.1 Animais Foram utilizados ratos Fischer machos com aproximadamente 9 a 11 semanas de vida, pesando entre 150 e 200g, provenientes do Centro de Ciência Animal (CCA) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Os animais foram acondicionados em caixas de polietileno com até quatro animais por caixa, com livre acesso (ad libitum) a água e ração comercial para roedores (Nuvilab). Os animais foram mantidos em ambiente com ciclo claro/escuro de 12 horas. As caixas eram limpas a cada dois dias. Todo o procedimento experimental foi aprovado pelo Comitê de Ética (CEUA) da Universidade Federal de Ouro Preto, protocolo n°.2012/20. 4.2 Cirurgia para o desenvolvimento da hipertensão renovascular Para indução da hipertensão arterial foi utilizado o método descrito por Goldblatt 34 , denominado dois rins, um clipe (2R1C). Os ratos foram submetidos ao jejum de 12 horas, com livre acesso à água. O jejum de 12 horas promove um esvaziamento temporário e parcial das alças intestinais, o que facilita o acesso cirúrgico à artéria renal. No dia da cirurgia, os animais anestesiados com mistura de quetamina (Syntec, LTDA) e xilazina (Divisão Vetbrands Saúde Animal) (50mg/kg e 10mg/kg, ip, respectivamente), foram colocados em decúbito dorsal em uma prancha cirúrgica e submetidos à tricotomia e assepsia (álcool iodado 2%) da região abdominal. Em seguida foi realizada uma incisão de 3 a 5 cm caudal às últimas costelas esquerdas. Afastadores foram colocados bilateralmente na incisão cirúrgica e as alças intestinais foram rebatidas, em seguida a artéria renal esquerda foi isolada com uso de pinças. Com a artéria renal esquerda isolada, um clipe de prata 950 (5% de liga de cobre com ótimo grau de dureza) apresentando 8 mm de comprimento e 2 mm de largura, em forma de U, foi implantado ao redor da artéria. Com auxílio de um calibrador, o grau de constrição do clipe foi estabelecido em 0,2 mm de diâmetro interno. De acordo com Britto 32 , o grau de constrição de 0,2 mm proporciona um índice de obtenção de pressão arterial maior que 130 mmHg. 37 Em outro grupo os animais foram submetidos à cirurgia fictícia (SHAM), que consistiu dos mesmos procedimentos cirúrgicos da cirurgia 2R1C, mas sem a colocação do clipe de prata na artéria renal. Os animais SHAM foram utilizados como controle (ou normotensos). Em todos os animais o abdome foi suturado com pontos contínuos, envolvendo a camada muscular primeiramente e depois a pele. Ao final dos procedimentos cirúrgicos, em todos os animais, foi administrado antibiótico (24 UI das penicilinas e 0,01 mg de estreptomicina e diidroestreptomicina/ 100 g do peso corporal – pentabiótico veterinário/ FORT DODGE Saúde Animal Ltda. Indústria Brasileira). 4.3 Protocolo de exercício físico Os protocolos de exercício físico (EX) e de sedentarismo (SD) foram realizados num período de 4 ou 8 semanas em grupos distintos de animais. Desta forma os animais foram alocados em 8 grupos: o 4 semanas: SHAM-SD, SHAM-EX, 2R1C-SD e 2R1C-EX o 8 semanas: SHAM-SD, SHAM-EX, 2R1C-SD e 2R1C-EX Quatro dias após a cirurgia, os ratos 2R1C e SHAM foram separados nos grupos experimentais, EX e SD. O exercício físico consistia de natação sem carga adicional cinco vezes por semana. No primeiro dia os animais nadaram por 20 min, no segundo dia 40 min e a partir do terceiro dia 60 min até completarem as 4 ou 8 semanas de exercício físico. O EX foi realizado em tanques coletivos de 38 por 60 cm de largura e 50 cm de profundidade, a temperatura da água foi mantida em 30 ± 2°C, através do uso de um termostato. Os grupos sedentários, 2R1C-SD e SHAM-SD, foram colocados em recipientes coletivos com quatro animais em cada, com água rasa à ± 10 cm de profundidade, na temperatura de 30 ± 2°C, para que a manipulação e exposição às condições de exposição à água fossem semelhantes aos demais animais submetidos ao protocolo de EX. 38 4.4 Avaliação indireta da pressão arterial através da pletismografia de cauda Todos os grupos submetidos aos protocolos de 4 e 8 semanas de EX foram submetidos à pletismografia de cauda para avaliação indireta da PA e FC. O animal foi colocado em um sistema de contensão para ratos (LE 5022, Panlab) e permaneceu em uma caixa de aquecimento (LE 5610, Panlab) para facilitar as medidas de PA. Neste sistema de contenção somente a cauda do animal fica mantida exteriorizada na qual foi acoplado um manguito de borracha e um transdutor (LE 5160-R, Panlab) para registro da PA e FC. Cerca de cinco mensurações foram realizadas em cada animal e a média foi utilizada nas análises dos resultados. A avaliação por pletismografia foi realizada no início de cada semana após as cirurgias SHAM ou 2R1C. Nos grupos do protocolo de 4 semanas de EX, a pletismografia foi realizada na 2ª, 3ª e 4ª semana após as cirurgias. Enquanto nos grupos de 8 semanas, foi realizada na 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª e 8ª semanas após as cirurgias. 4.5 Avaliação da massa corporal A massa corporal dos animais foi avaliada semanalmente, utilizando-se de uma balança digital (Fiziola). Os animais foram pesados no dia das cirurgias (2R1C ou SHAM) e antes da 5ª, 10ª, 15ª e 20ª sessão de EX ou de sedentarismo para os animais dos grupos de 4 semanas. Enquanto nos grupos de 8 semanas de EX, os animais foram pesados na 5ª, 10ª, 15ª, 20ª, 25ª, 30ª, 35ª e 40ª sessão, e também no dia do experimento. 4.6 Confecção de cânulas vasculares Cânulas vasculares foram confeccionadas com 4 cm (para canulação da artéria) ou 3 cm (para canulação da veia) de tubos de polietileno PE-10, polimerizados por aquecimento a 17 cm de tubos de polietileno PE-50. O interior das cânulas foi preenchido com uma solução salina (NaCl, 0,9%) e a extremidade 39 livre do PE-50 foi fechada com uma fina ponta metálica. Tomou-se o cuidado para não deixar bolhas de ar no interior das cânulas. 4.7 Isolamento dos vasos femorais e canulação Ao completarem o protocolo de EX os animais 2R1C e SHAM (EX e SD) foram anestesiados com uretana (1,2 g/kg, i.p., SIGMA, USA). Todos os procedimentos cirúrgicos e avaliações hemodinâmicas foram realizados com os ratos anestesiados. Em seguida para registrar os parâmetros cardiovasculares e administrar anestésico realizou-se uma pequena incisão na pele da região ventral da raiz do membro posterior, separando o tecido adiposo para localização do feixe vascular e nervoso femoral. Após isolamento dos vasos femorais, as cânulas foram introduzidas nos respectivos vasos até o nível da artéria aorta (via artéria femoral) e da veia cava inferior (via veia femoral). A seguir, as mesmas foram amarradas junto ao feixe vascular com fio cirúrgico. A canulação da artéria femoral foi realizada para conexão com o sistema de aquisição de dados e registro dos parâmetros cardiovasculares, enquanto a canulação da veia femoral para administração de anestésico (uretana). 4.8 Registro direto da pressão arterial média, frequência cardíaca e microinjeção A avaliação dos parâmetros cardiovasculares, PAM e FC, foram realizadas através do registro direto em animais anestesiados com uretana (1,2g/kg, i.v., SIGMA, USA), canulados e acoplados ao sistema computadorizado de aquisição de dados (UIM100A, Powerlab System, AD instruments). A uretana apresenta ação similar nos sistemas nervoso autônomo simpático e parassimpático, o que favorece seu uso nos estudos da função cardiovascular 111 . A PAM foi monitorada por um transdutor de pressão modelo Gould conectado a um amplificador (ML221 Bridge Amp). A pressão arterial pulsátil (PAP) e FC foram continuamente amostradas pelo sistema de conversão analógico/digital (PowerLab) a uma frequência amostral de 1000Hz e armazenados em disco rígido (computador pessoal). A amplitude do range foi previamente definida em 20 mV. Posteriormente, o sinal foi processado por um software (LabChart 5) para se 40 obter a PAM, FC, as características temporais e as alterações máximas dos parâmetros desejados. PAM e FC foram derivados em tempo real a partir de pulsos de PAP, utilizando o LabChart 5. Essas variáveis foram apresentadas simultaneamente em canais distintos no monitor e armazenadas no disco rígido do computador. A PAM foi calculada automaticamente pelo software (LabChart 5) seguindo a formula: PAM = PAS + (PAD x 2) 3 Para a realização da traqueostomia, a musculatura cervical foi afastada e a traquéia exposta. Em seguida, foi transpassado entre a traquéia e o esôfago um fio cirúrgico para posterior amarração da cânula. Por fim, foi feito uma incisão na traquéia e uma cânula de polietileno (PE-90) foi introduzida e fixada à traquéia. A traqueostomia teve como finalidade manter as vias aéreas livres e facilitar a aspiração da via aérea inferior. Dose adicional de uretana (0,1 a 0,2 g/kg) foi administrada quando necessária para manter o nível de anestesia. O controle da anestesia foi monitorado observando a variação da pressão arterial, freqüência cardíaca, reflexo da córnea e nocicepção da cauda. Com os animais canulados e traqueostomizados, eles foram colocados em decúbito ventral em um aparelho estereotáxico (David Kopf, modelo DKI 900). A cabeça do animal foi estabilizada com uma inclinação de aproximadamente 11° com o auxílio das barras auriculares e da barra incisora. Em seguida, realizou-se uma incisão mediana na região cervical posterior, separando-se a musculatura e expondo a membrana atlanto-occipital. A seguir, foi realizada uma craniotomia occipital, seccionando-se a membrana atlanto-occipital e as meninges (dura-máter e aracnóide) para exposição da superfície dorsal do bulbo e visualização do óbex. As microinjeções foram feitas usando uma micropipeta de vidro (30-50 μm, diâmetro interno) de ponta tripla, devidamente fixada ao micromanipulador do estereotáxico. As microinjeções foram realizadas pela pressão de ar exercida por uma seringa de plástico (20 ml) conectada à extremidade distal da pipeta. As drogas foram microinjetadas no RVLM tendo o óbex como ponto de referência. As coordenadas foram 2,1 mm rostral e 1,8 lateral ao óbex, a profundidade foi 41 determinada no momento em que a micropipeta tocou o osso na superfície ventral do bulbo. A introdução da micropipeta no RVLM promovia aumento transitório da PAM, o que servia como forma adicional (indireta) de confirmar o correto posicionamento da micropipeta. Após registrar os valores basais de pressão arterial e freqüência cardíaca, foi microinjetado unilateralmente L-glutamato no RVLM para confirmar o local da microinjeção. L-glutamato é um aminoácido excitatório que evoca resposta pressora quando microinjetado no RVLM. A microinjeção de L-glutamato induziu efeito pressor (+12.2 ± 0.7 mmHg) comparada com a salina (+3.4 ± 0.9 mmHg). Para controlar os efeitos de volume e/ou pressão exercida pela microinjeção das drogas, o mesmo volume (100 nL) de veículo (NaCl, 0,9%, salina) foi microinjetado em ordem aleatória. Para testar o efeito cardiovascular induzido pelo precursor de NO no RVLM, foi microinjetado unilateralmente L-arginina (50 nmol/100nL) e o L-NAME (10 nmol/100nL). A microinjeção foi realizada após estabilização dos parâmetros cardiovasculares por um período entre 10 a 15 minutos. A L-arginina foi microinjetada antes e 5 minutos depois a microinjeção de L-NAME no RVLM. Ao término do experimento de microinjeção os animais foram eutanasiados com overdose de uretana intravenosa. 4.9 Expressão do mRNA da NOS, catalase, MnSOD, Cu/ZnSOD e p22phox no RVLM O qRT-PCR (real-time reverse transcription polymerase chain reaction) foi realizado em grupos diferentes de ratos. Para análise quantitativa da expressão 42 do mRNA no RVLM, o cérebro foi rapidamente removido e imediatamente armazenado em nitrogênio liquido, em seguida, estocado em freezer -80°C até ser processado. O RVLM foi removido bilateralmente seguindo as seguintes coordenadas em relação ao óbex: 2,0 a 2,2 de extensão rostrocaudal, 1,7 a 1,9 de extensão láterolateral, na superfície ventral do bulbo. Estruturas da superfície do bulbo (pirâmides e sulco bulbopontino) também foram utilizadas como referência anatômica para dissecação do RVLM. O tecido foi homogeneizado com 1mL de TRIzol Reagent (SIGMA) em seguida incubado por 5 minutos à temperatura ambiente, para permitir a completa dissociação das proteínas nucleares. Posteriormente foi adicionado 134μL de clorofórmio, específico para biologia molecular (SIGMA), e em seguida, as amostras foram agitadas em vórtex por 15 segundos. As amostras foram incubadas por 15 minutos à temperatura ambiente, centrifugadas a 12.000 x g por 15 minutos a 4°C (Vision – Micro high speed refrigerated centrifugue), e separada a fase superior que continha o RNA. O RNA foi precipitado com 650 μL de isopropanol (SIGMA) por 10 minutos à temperatura ambiente, seguido de centrifugação a 12.000 x g por 35 minutos a 4°C. O sobrenadante foi removido e o RNA lavado com 1,3 mL de etanol 75%. O RNA foi recuperado por centrifugação a 12.000 x g por 15 minutos a 4°C, a lavagem com etanol foi repetida e as amostras foram armazenadas a -80°C por no mínimo 1 hora. Após nova centrifugação, o etanol foi descartado e o precipitado de RNA deixado por 10 minutos à temperatura ambiente para evaporação do excesso de etanol. O RNA foi ressuspendido em 10-50 μL de água tratada com dietil-pirocarbonato (H2O DEPC, SIGMA). Em seguida o RNA foi tratado com DNase conforme instruções do fabricante (turbo-DNA-freeTM, Ambion). Em cada amostra foi adicionado 10% de volume tampão para DNase e 1μL de DNase I. A seguir, as amostras foram incubadas por 30 minutos a 37°C. Foram acrescentados 10% do volume de reagente de inativação, seguido por incubação por 2 minutos a temperatura ambiente. As amostras então foram centrifugadas a 10.000 x g por 2 minutos para precipitar o reagente de inativação com a DNase. A concentração de RNA foi determinada por leitura da razão OD260/OD280 em espectrofotômetro (NanoVue Plus, GE). A reação de transcriptase reversa 43 (RT-PCR) foi realizada com 1 μg de RNA total, utilizando 1 μl de oligonucleotídeo randômico (0,1 μg/μ) (Randon Primer – PROMEGA) e 1ul de dNTPs (10nM) (Invitrogen), em reação com volume final de 13 μl corrigido com H2O/DEPC. O tubo contendo essa mistura de reação foi aquecido por 5 minutos a 65°C. Imediatamente após a incubação, foi transferido para cuba com gelo, adicionando-se 4 μl de tampão de PCR 5X, 1 μl de DTT 10nM, 1 μl do inibidor de ribonuclease 40U/μl, e 1 μl de Superscript III 200U/ μl (Invitrogen), finalizando um volume de 20 μl por reação. A mistura foi homogeneizada, rapidamente centrifugada e incubada por 3 minutos a 42°C, 5 minutos a 25°C e 50 minutos a 50°C, sendo a reação inativada a 70°C por 15 minutos. O cDNA sintetizado foi utilizado nas reações de PCR quantitativo (em tempo real). Para esses ensaios, foram preparadas soluções contendo os primers (300nM para as enzimas nNOS, iNOS, eNOS, catalase MnSOD, Cu/ZnSOD, p22 phox e 18s) e SYBR Green (Invitrogen). As sequências dos primers estão na Tabela 1. Tabela 1 Sequências de primers usados nas análises de qRT-PCR Gene Sequência (5’-3’) forward Sequência (5’-3’) reverse nNOS GCCATCCAGCGCATAATGACCCAG GAGGGTGACTCCAAAGATGTCCTC eNOS CTGCCCTTGGCCTGCGCTGGT ACACAGGTCCCTCATGCCAAT iNOS GAGTGAGGAGCAGGTTGAGGATTAC GACCGCACCGAAGATATCCTCAG Catalase ATTGCCGTCCGATTCTCC CCAGTTACCATCTTCAGTGTAG Cu/ZnSOD ATACACAAGGCTGTACCACTGC CCTCTCTTCATCCGCTGGAC MnSOD AGGCGGCAATCTGTAAGC TGTGTCTGTGGGAGTCCAAG TGCTCATCTGTCTGCTGGAG GTCAGGTACTTCTGTCCACACC GTAAGTGCGGGTCATAAG CCATCCAATCGGTAGTAGC p22 18s phox Óxido nítrico sintase neuronal (nNOS); óxido nítrico sintase endotelial (eNOS), óxido nítrico sintase induzível (iNOS); cobre/zinco superóxido dismutase (Cu/ZnSOD); manganês superóxido dismutase phox (MnSOD); subunidade p22 da NADPH; cDNA ribossomal endógeno 18s. Os cDNAs dos genes eNOS, nNOS, iNOS, catalase, MnSOD, Cu/ZnSOD, p22phox e o constitutivo 18s foram amplificados usando os primers especificados na Tabela 1 e SYBR Green PCR Master Mix (Applied Biosystems). As análises dos dados foram feitas pela comparação entre número de cópias dos poços controle e experimentais, obtida entre as porções de crescimento geométrico das curvas, passando-se uma reta denominada limiar (threshold) que cruza essas 44 porções. A expressão relativa de cada mRNA foi determinada pelo método Ct, no qual o valor Ct é o número de ciclos por onde o sinal cruza a reta limiar. Considerando o número de ciclos por onde passa a reta limiar Ct, foi encontrado o ΔCt que é a diferença do valor médio para o gene de interesse e para o RNA 18s. A seguir, foram subtraídos os valores médios encontrados para os poços experimentais da média dos poços controle, obtendo-se o ΔΔCt (=ΔCt amostra - ΔCt calibrador ). Esse valor foi colocado como exponencial negativo na base 2 (2ΔΔCT), obtendo-se assim o número de vezes que o gene estará expresso após o tratamento em questão em relação ao controle. As soluções com o cDNA foram distribuídas nos poços da placa de experimento (30 μl/poço). Todos os ensaios foram realizados em um termociclador (BioCycler – 7300 Real time PCR system – Appied Biosystem) nas seguintes condições: 7 minutos a 95°C seguido por 40 ciclos de 10 segundos a 95°C e 1 minuto a 60°C. 4.10 Análise da catalase e TBARS Para análise do dano oxidativo outros diferentes grupos de animais foram utilizados. Os tecidos coletados (RVLM, CVLM, hipotálamo, córtex cerebral, ventrículo esquerdo, aorta e rins) foram armazenados no gelo (em tubos devidamente etiquetados). Depois cada órgão foi homogeneizado em 1ml de tampão fosfato de potássio pH 7,5 e centrifugado a 1500 x g (4700 rpm) por 10 minutos. O sobrenadante foi coletado e o volume final de todas as amostras ajustado para 1,5 ml com tampão fosfato. Essas amostras foram armazenadas em freezer -80°C para posterior análise bioquímica. O tecido CVLM foi dissecado seguindo as mesmas dimensões do procedimento de dissecação do RVLM. Contudo a coleta foi feita na região imediatamente caudal ao RVLM. O hipotálamo foi coletado utilizando-se uma pinça curva e ponta fina, na região caudal ao quiasma óptico e medial ao tracto óptico, numa profundidade de aproximadamente 1 mm. O córtex cerebral foi coletado sempre no hemisfério cerebral esquerdo. A aorta abdominal foi coletada para análise, bem como a região central dos rins (contendo o hilo renal). Nestes casos, todo órgão foi utilizado para análise, devido ao seu tamanho reduzido. 45 Para coleta do ventrículo esquerdo, foram removidos os átrios e o ventrículo direito, preservando o septo interventricular. 4.11 Análise do dano oxidativo (TBARS) A peroxidação lipídica foi determinada através do ensaio de substancias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBA) utilizando o método de Draper. A determinação da concentração de TBARS se baseia na capacidade do ácido tiobarbitúrico em se ligar a lipídeos oxidados. Resumidamente, 100 mg do tecido foram homogeneizados com 1 mL de tampão por 10 minutos a 4º C. O sobrenadante foi retirado e usado como amostra biológica. 500 μL do sobrenadante do homogenato foram misturados com ácido tricloroacético (TCA) (28% p/v em HCL 0,25N), TBA (1% em ácido) colocado em banho de gelo. O precipitado foi removido por centrifugação a 1000 x g por 15 minutos a 4º C, e a absorbância do sobrenadante foi determinada a 532 nm. Os resultados foram expressos em U/ml/mg proteína 112. 4.12 Atividade da enzima antioxidante catalase A atividade da CAT foi mensurada a partir da taxa de decréscimo de peróxido de hidrogênio a uma absorbância de 240nm, representada por U/mg de proteína. Foram utilizados os seguintes reagentes: Tampão Fosfato e peróxido de hidrogênio, que foram preparados de acordo com o protocolo a seguir: 1. Tampão fosfato (PBS): NaCl (136, 9 mM) - 8,0086 g (anidro PA) Na2HPO4 (0,27 mM) - 0,0383 g (anidro) - 0,48 g (2 H2O) - 0,0724 g (7 H2O) KH2PO4 (1,1 mM) - 0,1496 g (anidro PA) Obs.: Diluído em água destilada com volume final de 1000 ml (conservar em geladeira) 2. Tampão com peróxido = 25 ml de tampão para 40 μl de peróxido de hidrogênio Após preparo dos reagentes foi iniciada a leitura em espectrofotômetro, onde o tampão com peróxido foi aliquotado juntamente com cada uma das amostras em cubeta de quartzo (970 μl e 30 μl, respectivamente). A leitura foi realizada durante 46 60 segundos, com registros a cada 10 segundos. O teor protéico total é médio das amostras dos tecidos foram realizados pelo método de Bradford 113. 4.13 Análise estatística A normalidade dos dados foi testada usando o teste de Kolmogorov-Smirnov. Dados paramétricos foram expressos em média ± erro padrão da média (EPM) seguido por ANOVA e pós-teste de Newman-Keuls. A diferença foi considerada significativa quando valor de p > 0,05. Para análise dos dados foi utilizado o software Graphpad Prism 5. 4.14 Protocolo experimental 47 5. Resultados 5.1 Evolução da pressão arterial após as cirurgias Os valores de pressão arterial média (PAM) apresentados na Tabela 2 foram avaliados por pletismografia de cauda da primeira à oitava semana em ratos hipertensos (2R1C) e normotensos (SHAM), sedentários (SD) e submetidos a exercício físico (EX) por 4 ou 8 semanas. Os valores basais de PAM dos ratos 2R1C-SD e 2R1C-EX foram superiores (p<0,05) aos dos animais SHAM-SD a partir da terceira semana após a realização das cirurgias. Contudo, os animais 2R1C-EX apresentaram PAM basal inferior (p<0,05) em relação aos ratos 2R1C-SD na segunda e após a quarta semana. Em todas as semanas em que foram avaliadas a PAM, não foi observada diferença significativa entre os animais SHAM-SD e SHAM-EX (Tabela 2). n 1ª 2ª 3ª 4ª 5a 6a 7a 8a SHAM SD 10 109±2 110±2 109±3 110±2 110±6 103±3 115±7 113±5 EX 10 109±3 111±2 112±1 110±2 114±8 115±9 111±9 109±5 2R1C Tabela 2. Valores da pressão arterial média (PAM, mmHg) mensuradas através da pletismografia de cauda. SD 10 103±1 117±3 120±7* 142±3* 144±6* 152±3* 149±7* 156±9* EX 10 103±2 104±1*# 117±4* 125±1*# 134±3*# 129±8*# 139±8*# 132±8*# Ratos normotensos (SHAM) e hipertensos (2R1C) sedentários (SD) e submetidos a exercício a a a a físico (EX). 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5 , 6 , 7 e 8 semanas após as cirurgias SHAM e 2R1C. Valores expressos em média ± EPM (n = 10/grupo). *p<0,05 em relação ao grupo SHAM-SD.# p<0,05 em relação ao grupo 2R1C-SD (ANOVA seguido de Newman Keuls). 5.2 Massa corporal Para avaliar o efeito do EX sobre a variação da massa corporal dos animais, estes foram pesados semanalmente, a contar da data da realização das cirurgias 2R1C ou SHAM. Como apresentado na Tabela 3, os ratos 2R1C-EX apresentaram menor (p<0,05) massa corporal em comparação com ratos SHAMSD e 2R1C-SD a partir da segunda semana. Os ratos SHAM-EX apresentaram 48 maior (p<0,05) massa corporal que os ratos 2R1C-EX a partir da quinta semana e menor (p<0,05) que os ratos SHAM-SD a partir da quarta semana. n 1ª 2ª 3ª 4ª 5a 6a 7a 8a SHAM SD 10 193±5 220±4 245±5 269±7 318±8 325±6 339±8 341±6 EX 10 191±5 215±4 243±5 260±4* 266±4* 270±4* 2R1C Tabela 3. Valores de massa corporal (gramas, g) avaliados até a oitava semana. SD 10 190±5 223±7 249±9 270±9 275±7* 283±4* β β β β 278±9* 282±3* 289±5* 295±6* EX 10 189±6 196±5*# 220±6*# 249±5*# 252±5*# 257±7*# 260±8*# 263±6*# Ratos normotensos (SHAM) e hipertensos (2R1C) sedentários (SD) e submetidos a exercício a a a a físico (EX). 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5 , 6 , 7 e 8 semanas após as cirurgias SHAM e 2R1C. Valores expressos em média ± EPM (n=10/grupo). * p<0,05 em comparação com o grupo SHAM-SD. # p<0,05 em comparação com o grupo 2R1C-SD. β p<0,05 em comparação com grupo 2R1C-EX (ANOVA seguido de Newman Keuls). Como apresentado na Figura 3 o ganho de massa corporal do grupo 2R1C-SD foi maior (p<0,05) em comparação com o grupo 2R1C-EX a partir da 6a semana e foi menor (p<0,05) que o grupo SHAM-SD na 7a semana. O grupo 2R1C-EX teve menor ganho (p<0,05) de massa em comparação com o grupo SHAM-SD na 7a e 8a semana. 2R1C-SD 2R1C-EX SHAM-SD SHAM-EX 180 160 140 # 120 *# # 100 60 * * 8 80 7 Ganho de massa corporal (gramas) 200 40 20 6 5 4 3 2 0 Semanas Figura 3. Avaliação do ganho de massa corporal (gramas, g) em ratos SHAM e 2R1C, sedentários a a a a (SD) e submetidos a exercício físico (EX) (n=8-10/grupo) na 2ª, 3ª, 4ª, 5 , 6 , 7 e 8 semana após as cirurgias. *p<0,05 em comparação com o grupo SHAM-SD. #p<0,05 em comparação com o grupo 2R1C-EX. β p<0,05 em comparação com 2R1C-SD (ANOVA seguido de Newman Keuls). 49 5.3 Massa úmida dos rins e coração A avaliação da massa úmida relativa dos rins dos animais SHAM e 2R1C (SD e EX) foi utilizada como confirmação de sucesso da cirurgia 2R1C. A Tabela 4 mostra que a massa úmida relativa do rim esquerdo dos animais 2R1C (SD e EX) foi menor (p<0,05) em relação à massa do rim esquerdo dos ratos SHAM-SD. Entretanto, a massa úmida relativa do rim direito dos ratos 2R1C (SD e EX) foi maior (p<0,05) quando comparados à massa do rim direito dos ratos SHAM-SD. Para verificar se o grau de constrição da artéria renal dos ratos 2R1C-SD foi semelhante aos dos animais do grupo 2R1C-EX avaliou-se o percentual de variação do rim esquerdo (clipado) em relação ao rim direito (não clipado). A Tabela 5 mostra que os valores de percentual de variação do grupo 2R1C-EX foram similares aos dos animais 2R1C-SD e superiores aos valores de percentual de variação dos animais SHAM-SD. Não houve diferença entre os valores de percentual de redução dos animais SHAM-SD e EX. Os animais 2R1C-SD, 2R1C-EX e SHAM-EX tiveram valores de massa úmida relativa do coração superior (p<0,05) aos animais SHAM-SD (Tabela 4). Tabela 4. Valores do peso úmido dos rins (direito e esquerdo) e coração (g/100g de massa corporal). SHAM 2R1C n RE RD Coração n RE RD Coração 0,325±0,01 6 0,278±0,01* 0,413±0,01* EX 6 0,321±0,01 0,331±0,01 0,392±0,008* 6 0,273±0,02* 0,441±0,01* 0,368±0,01* 0,335±0,01 # 0,311±0,01 0,372±0,01* 7 # SD RE, rim esquerdo; RD, rim direito. Ratos normotensos (SHAM), hipertensos (2R1C) sedentários (SD) e submetidos a exercício físico (EX). (n=6-7/grupo). *p<0,05 em comparação com ratos SHAM-SD. Valores expressos em média ± EPM. #p<0,05 em comparação com o rim esquerdo do grupo 2R1C-SD (ANOVA seguido de Newman-Keuls). Tabela 5. Percentual (%) de variação do peso úmido do rim esquerdo (clipado) em relação ao respectivo peso úmido do rim direito no respectivo animal. SHAM SD (n=7) 2R1C EX (n=6) SD (n=7) EX (n=6) -1,0±2,6 -2,3±1,1 -39,9±6,6* -32,7±12,8* Percentual de variação do peso úmido do rim esquerdo em relação ao peso úmido do rim direito [(g/100g de massa corporal) (rim esquerdo/rim direito X 100 – 100)] em ratos normotensos (SHAM), hipertensos (2R1C) sedentários (SD) e submetidos a exercício físico (EX). Valores expressos em média ± EPM. ). (n=6-7/grupo). *p<0,05 em relação ao rato SHAM-SD (ANOVA seguido de Newman Keuls). 50 5.4 Níveis basais de pressão arterial média e frequência cardíaca Os níveis basais de PAM e FC em ratos anestesiados 2R1C e SHAM (SD e EX) estão representados na Figura 4. Os níveis basais da PAM e FC avaliados diretamente foram realizados na quarta semana após a cirurgia. SHAM-SD SHAM-EX 5s 2R1C-SD 5s 5s E 5s F * 150 125 # 500 * 100 75 50 # 400 FC (bpm) PAM (mm/Hg) 2R1C-EX 300 200 100 25 0 0 SHAM 2R1C SHAM 2R1C Figura 4. Painéis A, B, C e D, registros típicos de pressão arterial pulsátil (PAP, mmHg), pressão arterial média (PAM, mmHg) e frequência cardíaca (FC, bpm) de ratos SHAM-SD (painel A), SHAM-EX (painel B), 2R1C-SD (painel C) e 2R1C-EX (painel D) anestesiados com uretana (1,2 g/kg i.v.). 5s = 5 segundos. Painel E, pressão arterial média basal (PAM, mmHg) e painel F, frequência cardíaca (FC, bpm) de ratos SHAM e 2R1C, SD e EX. (n=5/grupo). Ratos normotensos (SHAM), hipertensos (2R1C) sedentários (SD) e submetidos a exercício físico (EX) por 4 semanas. *p<0,05 em comparação com os ratos SHAM-SD. (n=6/grupo). #p<0,05 em comparação com ratos 2R1C-SD (ANOVA seguido de Newman Keuls). 51 Os animais submetidos ao protocolo de oito semanas, a PAM e FC não foram avaliadas diretamente, apenas por pletismografia de cauda. A Figura 4 (painéis A, B, C e D) ilustra os registros típicos de pressão arterial pulsátil (PAP, mmHg), FC (bpm) e PAM (mmHg). Como apresentado na Figura 4 (painel E), a PAM dos ratos 2R1C-SD (131±4,8 mmHg, n=6) foi maior (p<0,05) do que a PAM basal dos ratos SHAM-SD (103,4±0,7 mmHg, n=6). A PAM dos ratos 2R1C-EX (118,6±4,2 mmHg, n=6) foi menor (p<0,05) do que a PAM dos ratos 2R1C-SD (131±4,8 mmHg, n=6) e maior (p<0,05) em relação aos ratos SHAM-SD. Além disso, os valores de FC basais dos ratos 2R1C-EX (360±13,5 bpm, n=6) foram inferiores (p<0,05) à FC dos ratos 2R1C-SD (412±5,5 bpm, n=6). 5.5 Efeitos induzidos pela microinjeção de L-arginina e L-NAME no RVLM sobre a pressão arterial média e frequência cardíaca Para verificar o efeito do NO no RVLM de ratos 2R1C e SHAM, SD e EX, foi realizada microinjeção do precursor do NO, L-arginina (50 nmol/100nl) no RVLM com intenção de avaliar seus efeitos sobre a PAM e FC. A Figura 5 ilustra, nos registros típicos, os efeitos das microinjeções de L-arginina no RVLM. A B C D Figura 5. Registros típicos do efeito induzido pela microinjeção (seta preta) da L-arginina (50nmol/100nl) no RVLM sobre a pressão arterial pulsátil (PAP, mmHg), pressão arterial média (PAM, mmHg) e frequência cardíaca (FC, bpm) de um rato representativo de cada grupo SHAMSD (Painel A), SHAM-EX (Painel B), 2R1C-SD (Painel C) e 2R1C-EX (Painel D). Ratos normotensos (SHAM), hipertensos (2R1C), sedentários (SD) e submetidos a exercício físico (EX) por 4 semanas. 52 De acordo com a Figura 6 (painéis A e B) e Tabela 6, nossos resultados mostram que a L-arginina microinjetada no RVLM induziu efeito pressor (p<0,05) nos animais sedentários (SHAM-SD e 2R1C-SD) em relação à respectiva salina, enquanto nos animais exercitados (SHAM-EX e 2R1C-EX) não apresentou efeito significativo. Contudo o efeito da L-arginina no grupo 2R1C-SD foi menor (p<0,05) que o grupo SHAM-SD. A microinjeção de L-NAME no RVLM apresentou efeito (p<0,05) hipotensor apenas nos animais 2R1C-SD em relação à microinjeção de salina. Entretanto, a microinjeção de L-NAME bloqueou o efeito hipertensivo induzido pela L-arginina somente nos grupo SHAM-SD. Em relação à FC, a microinjeção de L-arginina no RVLM apresentou efeito bradicárdico em relação à salina somente nos animais 2R1C-EX. Enquanto a microinjeção de L-NAME no RVLM apresentou efeito bradicárdico em relação à salina somente no grupo SHAM-EX (Figura 6, painel C e D e tabela 5). Em relação ao efeito da L-arginina no RVLM sobre a FC, observamos que produziu bradicardia (p<0,05) nos grupos SHAM-EX e 2R1C-EX em comparação com salina. A microinjeção de L-NAME produziu efeito bradicárdico maior (p<0,05) nos grupos SHAM-EX em comparação com salina e L-arginina. Contudo o L-NAME não bloqueou o efeito bradicárdico da L-arginina nos grupos SHAM-EX e 2R1C-EX. Nos grupos SHAM-SD e 2R1C-SD, a L-arginina e L-NAME produziram efeito bradicárdico mas não foram diferentes entre si (Figura 6, painéis C e D). Tabela 6. Efeito induzido pela microinjeção de L-arginina (50nmol/100nl), L-NAME (10nmol/100nl) e salina (100nl) no RVLM sobre a variação de pressão arterial média e frequência cardíaca de ratos normotensos (SHAM), hipertensos (2R1C), sedentários (SD) e submetidos a exercício físico (EX). SHAM-SD SHAM-EX 2R1C-SD 2R1C-EX L-Arg ΔPAM ΔFC ΔPAM ΔFC 11,8±1,7* -6,8±2,3 2,4±0,7 -1,1±0,7* ϒ ΔPAM ΔFC ΔPAM ΔFC 6,4±1,0* -4,5±4,3 1,3±0,3 -0,5±0,8* 1,4±1* # ϒ L-NAME 1,6±0,9 -2,1±0,4 4,1±2,9 -5,7±1* -9,6±6,6* -1±0,2* 2,5±0,8 Salina 2,2±0,6 -2,7±2,6 2,0±0,9 3,3±1,7 1,8±0,5 -4,5±1,2 2,0±0,4 4,8±1,0 2,3±7,8 1,6±1,1 -1,2±1,3* 4,6±0,6 -2,8±0,7 1,9±0,4 4,5±2,1 L-Arg 2 0,9±2,8 ϒ ΔPAM, variação da pressão arterial média (mmHg). ΔFC variação da (batimentos por minuto - bpm), L-Arg,L-arginina. L-Arg 2, microinjeção de após o L-NAME. EPM, (n=5/grupo). *p<0,05 em relação a salina. # p<0,05 respectiva microinjeção no grupo SHAM-SD. ϒ p<0,05 em comparação seguido de Newman Keuls) freqüência cardíaca L-arginina 5 minutos em comparação com com L-Arg (ANOVA 53 2R1C-SD SHAM-SD 15 * 15 # PAM (mmHg) 10 5 2R1C-EX SHAM-EX B 10 * PAM (mmHg) A 0 -5 -10 -15 5 0 -5 -10 -15 * -20 SHAM-SD -20 2R1C-SD 2R1C-EX SHAM-EX 10 10 # 0 -5 5 FC (bpm) FC (bpm) 5 * 0 -5 -10 -10 -15 -15 * * * * * Figura 6. Efeito sobre a variação da pressão arterial média (PAM, mmHg) e frequência cardíaca (FC, bpm) induzido pela microinjeção de L-arginina (50nmol/100nl) antes e cinco minutos após LNAME (10nmol/100nl) e salina (100nl) no RVLM de ratos sedentários (SHAM e 2R1C, painel A) e exercitados (SHAM e 2R1C, painel B), (n=5/grupo). *p<0,05 em comparação com respectiva salina. # p<0,05 em comparação com a respectiva microinjeção no grupo SHAM-SD. ϒ p<0,05 em comparação com L-arginina antes L-NAME (ANOVA seguido de Newman Keuls). 5.6 Expressão do mRNA das isoformas de NOS, catalase, Cu/ZnSOD, MnSOD e p22phox no RVLM Como mostrado na Tabela 7, os níveis de expressão do mRNA das isoformas nNOS, eNOS, iNOS e p22phox no RVLM foi maior (p<0,05) nos ratos 2R1C-SD em relação aos ratos SHAM-SD. Os ratos 2R1C-SD também apresentaram redução (p < 0,05) da catalase e Cu/ZnSOD em comparação com SHAM-SD. No entanto os ratos 2R1C-EX apresentaram níveis de nNOS, eNOS e nNOS menores (p<0,05) e aumento (p < 0,05) da expressão da catalase em 54 relação aos ratos 2R1C-SD. Porém, nos animais SHAM-EX houve redução (p<0,05) da expressão do mRNA da nNOS no RVLM, em relação ao grupo SHAM-SD. Tabela 7. Expressão do mRNA (unidade arbitrária) das óxido nítrico sintases, catalase, phox Cu/ZnSOD, MnSOD e p22 no bulbo ventrolateral rostral (RVLM) de animais submetidos ao protocolo de EX de 4 semanas. phox Grupos nNOS eNOS iNOS Catalase Cu/ZnSOD MnSOD p22 SHAM-SD 0.9 ± 0.1 2.8 ± 0.1 0.5 ± 0.07 3.9 ± 0.2 4.2 ± 1.2 0.4 ± 0.1 2.5 ± 0.3 SHAM-EX 0.3 ± 0.04* 2.2 ± 0.4 0.2 ± 0.02 4.3 ± 0.4 3.3 ± 0.7 0.6 ± 0.3 3.9 ± 1.1 2R1C-SD 3.3 ± 0.4* 8.5 ± 0.5* 1.2 ± 0.07* 2.2 ± 0.2* 0.5 ± 0.1* 0.3 ± 0.1 9 ± 1.5* 2R1C-EX 2.0 ± 0.2 # 0.2 ± 0.05 2.3 ± 0.1 0.6 ± 0.6 4.3 ± 1 5-6 5-7 5-8 N 5-6 # 2.0 ± 0.6 6-8 # 6-7 4.2 ± 0.3 6-8 # Valores expressos em media ± EPM. n = número da amostra. Óxido nítrico sintase neuronal (nNOS). Óxido nítrico sintase endotelial (eNOS). Óxido nítrico sintase indusivel (iNOS). Cobre/zinco superóxido dismutase (Cu/ZnSOD). Manganês superóxido dismutase (MnSOD). phox Subunidade p22 da NADPH. Dois rins, um clipe (2R1C). Ratos normotensos (SHAM). Ratos exercitados (EX). Ratos sedentários (SD). (n=6-8/grupo). * p<0.05 Comparado com SHAM-SD. # p<0.05 comparado com o respectivo grupo 2R1C-SD (ANOVA e Kruskal Wallis test). 5.7 Níveis relativos de malondialdeído e da atividade da enzima catalase nos grupos submetidos ao protocolo de 4 semanas A Figura 7 representa os níveis relativos de malondialdeído (MDA, método TBARS) no córtex cerebral (painel A), hipotálamo (painel B), CVLM (painel C) e RVLM (painel D) de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX; n = 5 por grupo) submetidos aos protocolos de 4 semanas de EX. Os resultados mostram que houve aumento (p<0,05) dos níveis relativos de malondialdeído no córtex cerebral, hipotálamo e RVLM de ratos 2R1C-SD em comparação aos ratos SHAM-SD. Contudo, houve redução dos níveis de malondialdeído no RVLM e hipotálamo (p<0,05) nos ratos 2R1C-EX em comparação aos ratos 2R1C-SD (Figura 10, painéis B e D). Não foi observado diferença nos níveis de malondialdeído no CVLM entre todos os grupos apresentados (Figura 7, painel C). 55 Córtex cerebral A * 0.4 0.3 0.2 0.1 MDA U/mg proteina MDA U/mg proteina 3.0 0.5 0.0 * 2.5 2.0 1.5 1.0 # 0.5 0.0 SHAM SHAM 2R1C CVLM C * 0.6 MDA U/mg proteina 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0.0 2R1C RVLM D 0.6 MDA U/mg proteina Hipotálamo B 0.6 0.5 0.4 # 0.3 0.2 0.1 0.0 SHAM 2R1C SHAM 2R1C Figura 7. Níveis relativos de malondialdeído (MDA, nm/mg ptn) pelo método de TBARS no córtex cerebral (painel A), hipotálamo (painel B), CVLM (painel C) e RVLM (painel D) de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 4 semanas de EX. (n=5/grupo). *p<0,05 em comparação com ratos SHAM-SD. #p<0,05 em comparação com ratos 2R1C-SD (ANOVA seguido de Newman Keuls). A Figura 8 representa os níveis relativos de malondialdeído (MDA, método TBARS) no ventrículo esquerdo, artéria aorta, rim esquerdo (clipado) e rim direito (não clipado) de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 4 semanas de EX. Os resultados mostram que houve aumento (p<0,05) dos níveis relativos de malondialdeído no ventrículo esquerdo, artéria aorta e rim esquerdo de ratos 2R1C-SD em comparação com ratos SHAM-SD (Figura 8, painéis A, B e C). Contudo, houve redução (p<0,05) dos níveis relativos de malondialdeído do ventrículo esquerdo e artéria aorta de ratos 2R1C-EX, em comparação com ratos 2R1C-SD (Figura 8, painéis A e B). Não foi observado nos níveis de malondialdeído no rim direito (não clipado) entre todos os grupos experimentais (Figura 8, painel C). 56 A Ventrículo esquerdo 2.0 0.6 * 0.4 # 0.2 MDA U/mg proteina MDA U/mg proteina 0.8 0.0 1.0 # 0.5 SHAM 2R1C Rim esquerdo 2R1C Rim direito D 0.8 0.8 0.6 * 0.4 0.2 0.0 * MDA U/mg proteina MDA U/mg proteina * 1.5 0.0 SHAM C Aorta B 0.6 0.4 0.2 0.0 SHAM 2R1C SHAM 2R1C Figura 8. Níveis relativos de malondialdeído (MDA, nm/mg ptn) pelo método de TBARS no ventrículo esquerdo (painel A), artéria aorta (painel B), rim esquerdo (painel C) e rim direito (painel D) de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 4 semanas de EX. (n=5/grupo). *p<0,05 em comparação com ratos SHAM-SD. #p<0,05 em comparação com ratos 2R1C-SD (ANOVA seguido de Newman Keuls). A Figura 9 representa a atividade da enzima catalase de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) nos animais submetidos ao protocolo de 4 semanas de EX. Os resultados mostram que houve redução (p<0,05) da atividade da catalase no hipotálamo e RVLM de ratos 2R1C-SD em comparação com ratos SHAM-SD. Contudo, houve aumento (p<0,05) dos níveis de catalase no hipotálamo e RVLM de ratos 2R1C-EX, em comparação com ratos 2R1C-SD (figura 9, paineis B e D). Não foi observado diferença nos níveis da catalase no córtex e no CVLM em todos os grupos experimentais (figura 9, painéis A e C). 57 Córtex cerebral A 3.0 Atividade da enzima (U/mg proteína) Atividade da enzima (U/mg proteína) 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 2.5 # 2.0 1.5 1.0 * 0.5 0.0 SHAM SHAM 2R1C CVLM C 2R1C RVLM D 3.0 3.0 Atividade da enzima (U/mg proteína) Atividade da enzima (U/mg proteína) Hipotálamo B 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 # 2.5 2.0 1.5 * 1.0 0.5 0.0 SHAM 2R1C SHAM 2R1C Figura 9. Atividade da enzima catalase (CAT) (U/mg ptn) no córtex cerebral (painel A), hipotálamo (painel B), CVLM (painel C) e RVLM (painel D) de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 4 semanas da EX. (n=5/grupo). *p<0,05 em comparação com ratos SHAM-SD. #p<0,05 em comparação com ratos 2R1C-SD (ANOVA seguido de Newman Keuls). A Figura 10 representa a atividade da enzima catalase de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 4 semanas de EX. Os resultados mostram que houve redução (p<0,05) dos níveis de catalase no ventrículo esquerdo, artéria aorta, rim esquerdo (clipado) e rim direito de ratos 2R1C-SD em comparação com ratos SHAM-SD. Contudo, houve aumento (p<0,05) dos níveis de catalase no ventrículo esquerdo, artéria aorta, rim direito e rim esquerdo de ratos 2R1C-EX, em comparação com ratos 2R1C-SD (figura 10, painéis A, B, C e D). 58 A Ventrículo esquerdo 8 # 6 4 * 2 Atividade da enzima (U/mg proteína) Atividade da enzima (U/mg proteína) 8 0 4 # 2 2R1C * Rim esquerdo SHAM 2R1C Rim direito D 8 8 6 # 4 * 2 0 Atividade da enzima (U/mg proteína) Atividade da enzima (U/mg proteína) 6 0 SHAM C Aorta B 6 # 4 * 2 0 SHAM 2R1C SHAM 2R1C Figura 10. Atividade da enzima catalase no ventrículo esquerdo (painel A), artéria aorta (painel B), rim esquerdo (painel C) e rim direito (painel D) de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 4 semanas de EX. (n=5/grupo). *p<0,05 em comparação com ratos SHAM-SD. #p<0,05 em comparação com ratos 2R1C-SD (ANOVA seguido de Newman Keuls). 5.8 Níveis relativos de malondialdeído e da atividade da enzima catalase nos grupos submetidos ao protocolo de 8 semanas A Figura 11 representa os níveis relativos de malondialdeído (MDA, método TBARS) no córtex cerebral (painel A), hipotálamo (painel B), CVLM (painel C) e RVLM (painel D) de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX; n = 5) submetidos aos protocolos de 8 semanas de EX. Os resultados mostram que não houve diferença dos níveis relativos de malondialdeído nos animais 2R1C-SD em comparação com SHAM-SD nos diferentes tecidos cerebrais estudados, contudo, houve redução (p < 0,05) dos níveis relativos de malondialdeído no RVLM dos animais 2R1C-EX em comparação com 2R1C-SD (Figura 11, painel D). 59 Figura 11. Níveis relativos de malondialdeído (MDA, nm/mg ptn) pelo método de TBARS no córtex cerebral (painel A), hipotálamo (painel B), CVLM (painel C) e RVLM (painel D) de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 8 semanas de EX. (n=5/grupo). #p<0,05 em comparação com ratos 2R1C-SD (ANOVA seguido de Newman Keuls). A Figura 12 representa os níveis relativos de malondialdeído (MDA, método TBARS) no ventrículo esquerdo, artéria aorta, rim esquerdo (clipado) e rim direito (não clipado) de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 8 semanas de EX. Os resultados mostram que houve aumento (p<0,05) dos níveis relativos de malondialdeído no ventrículo esquerdo, artéria aorta e rim esquerdo de ratos 2R1C-SD em comparação com ratos SHAM-SD (Figura 12, painéis A, B e C). Houve redução (p<0,05) dos níveis relativos de malondialdeído do ventrículo esquerdo, artéria aorta e rim esquerdo de ratos 2R1C-EX, em comparação com ratos 2R1C-SD (Figura 12, painéis A e B). Não foi observado nos níveis de malondialdeído no rim direito (não clipado) (Figura 12, painel C). 60 Ventrículo esquerdo A * 0.2 # MDA U/mg proteina MDA U/mg proteina 0.4 0.0 1.5 # 1.0 0.5 0.0 Rim esquerdo 0.8 SHAM 2R1C 2R1C Rim direito D 0.8 * 0.6 # 0.4 0.2 0.0 MDA U/mg proteina SHAM MDA U/mg proteina * 2.0 0.6 C Aorta B 0.8 0.6 0.4 0.2 0.0 SHAM 2R1C SHAM 2R1C Figura 12. Níveis relativos de malondialdeído (MDA, nm/mg ptn) pelo método de TBARS no ventrículo esquerdo (painel A), artéria aorta (painel B), rim esquerdo (painel C) e rim direito (painel D) de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 8 semanas de EX. (n=5/grupo). *p<0,05 em comparação com ratos SHAM-SD. #p<0,05 em comparação com ratos 2R1C-SD (ANOVA seguido de Newman Keuls). A Figura 13 representa a atividade da enzima catalase de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 8 semanas de EX. Os resultados mostram que houve aumento (p<0,05) da atividade da catalase no RVLM de ratos 2R1C-EX em comparação com ratos 2R1C-SD. Não foi observado diferença nos níveis da catalase no córtex cerebral, hipotálamo e no CVLM (figura 13, painéis A, B e C). 61 Córtex cerebral A 3.0 Atividade da enzima (U/mg protein) Atividade da enzima (U/mg protein) 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 SHAM SHAM 2R1C CVLM C 2R1C RVLM D 3.0 3.0 Atividade da enzima (U/mg protein) Atividade da enzima (U/mg protein) Hipotálamo B 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 # 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 SHAM 2R1C SHAM 2R1C Figura 13. Atividade da enzima catalase (CAT) (U/mg ptn) no córtex cerebral (painel A), hipotálamo (painel B), CVLM (painel C) e RVLM (painel D) de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 8 semanas de EX. (n=5/grupo). #p<0,05 em comparação com ratos 2R1C-SD (ANOVA seguido de Newman Keuls). A Figura 14 representa a atividade da enzima catalase de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX) submetidos ao protocolo de 8 semanas de EX. Os resultados mostram que houve aumento (p<0,05) da atividade da catalase no rim esquerdo e direito de ratos 2R1C-EX, em comparação com ratos 2R1C-SD (figura 14, painéis C e D). Não houve diferença na atividade da catalase no ventrículo esquerdo e aorta dos demais grupos (Figura 14, painéis A e B). 62 A 8 Atividade da enzima (U/mg protein) Atividade da enzima (U/mg protein) 12 10 8 6 4 2 SHAM 4 2 SHAM 2R1C Rim esquerdo 10 * 8 6 4 2 12 Atividade da enzima (U/mg protein) * 2R1C Rim direito D # 12 Atividade da enzima (U/mg protein) 6 0 0 C Aorta B Ventrículo esquerdo # 10 8 6 4 2 0 0 SHAM 2R1C SHAM 2R1C Figura 14. Atividade da enzima catalase no ventrículo esquerdo (painel A), artéria aorta (painel B), rim esquerdo (painel C) e rim direito (painel D) de ratos SHAM e 2R1C (SD e EX). (n=5/grupo). *p<0,05 em comparação com ratos SHAM-SD submetidos ao protocolo de 8 semanas de EX. #p<0,05 em comparação com ratos 2R1C-SD (ANOVA seguido de Newman Keuls). 63 6. Discussão O presente estudo mostrou que a microinjeção de L-arginina no RVLM induziu efeito pressor nos ratos 2R1C-SD, contudo seu efeito foi menor nos ratos SHAMSD. As expressões, no RVLM, do mRNA das isoformas de NOSs, p22phox e concentração de TBARS foram maiores em ratos 2R1C-SD. A expressão do mRNA das enzimas antioxidantes Cu/ZnSOD, catalase e a atividade da catalase foram menores em ratos 2R1C-SD, sugerindo um aumento do estresse oxidativo no RVLM de ratos hipertensos sedentários. Somado a isso, o exercício físico reduziu os valores basais de pressão arterial e freqüência cardíaca nos ratos 2R1C-EX, enquanto o efeito cardiovascular induzido pela microinjeção de Larginina no RVLM foi bloqueado nos ratos exercitados, 2R1C-EX e SHAM-EX. Em conjunto os resultados mostraram que o exercício físico normalizou a expressão do mRNA da isoformas de NOSs e a concentração de TBARS, aumentou a expressão do mRNA e atividade enzimática da catalase no RVLM de ratos hipertensos 2R1C-EX. Esses dados sugerem que o exercício físico tem a capacidade de restaurar os níveis de pressão arterial via redução da expressão das NOS e do balanço redox no RVLM de ratos 2R1C. Os dados também mostraram que o exercício reduziu o ganho de massa corporal nos ratos 2R1CEX e SHAM-EX, o que está de acordo com a literatura, onde o exercício físico aeróbio geralmente promove redução de gordura corporal 114 . De acordo com dados da literatura, o efeito do NO no RVLM é contraditório. Alguns estudos 62; 65; 70; 115 mostraram, em ratos normotensos, que baixas doses de L-arginina (1-50 nmol) microinjetadas no RVLM aumentaram a pressão arterial. Contudo, outros dados 62; 70; 116 mostraram que a microinjeção de altas doses de L-arginina (50-100 nmol) no RVLM reduziram a pressão arterial em ratos normotensos. Chan et al. (2001) mostraram em ratos normotensos que o efeito hipotensor induzido pela L-arginina (100nmol) no RVLM foi bloqueado pelo antagonista seletivo para iNOS (aminoguanidina), enquanto o antagonista de nNOS (7-nitroindazole) não teve efeito. Esse dado indica que a atividade de diferentes isoformas das NOSs induz efeitos distintos sobre a pressão arterial. Dados de Chan et al. 62 e outros 69; 70 sugerem que altas doses de NO induzido pela L-arginina ou nitroprussiato de sódio (doador de NO) possam produzir efeitos não fisiológicos através da formação de EROs ou de espécies 64 reativas de nitrogênio no RVLM. Os resultados do presente estudo estão de acordo com essa observação, onde foi mostrado que microinjeção de L-arginina no RVLM induziu efeito hipertensor em ratos 2R1C e SHAM sedentários. O efeito pressor foi reduzido em ratos 2R1C-SD comparado com SHAM-SD, sugerindo que em ratos 2R1C-SD possa haver maior nível de NO endógeno. Foi o que observamos através do aumento da expressão do mRNA de nNOS, iNOS e eNOS nos ratos 2R1C-SD. Os dados também mostraram que o exercício físico alterou os níveis de NO e EROs no RVLM de ratos 2R1C-EX, deixando os níveis de nNOS, eNOS, iNOS, catalase e TBARS similares aos dos ratos SHAM-SD. Contudo, em ratos SHAM-EX o exercício reduziu a expressão apenas de nNOS em comparação com o grupo SHAM-SD. Os dados também mostraram que o efeito hipertensivo induzido pela microinjeção de L-arginina no RVLM foi bloqueado em ratos exercitados (2R1C-EX e SHAM-EX), sugerindo que a atividade das NOS, especialmente nNOS, é menor que os níveis necessários para formar NO a partir da L-arginina no RVLM. A iNOS também tem papel importante na excitação do RVLM. Foi demonstrado que o aumento da expressão de iNOS no RVLM promove simpatoexcitação via aumento do estresse oxidativo, em ratos normotensos. Como a simpatoexcitação do RVLM pode ser abolida com inibidores da iNOS, tem-se sugerido que a L-arginina ou BH4 são insuficientes quando a iNOS está super-expressa, promovendo a geração excessiva de EROs. Entretanto todas as isoformas de NOSs têm potencial para formar anion superóxido. Quando o cofator BH4 está reduzido, a atividade das NOS produzem anion superóxido em vez de NO 64 . Estudos também mostram que a eNOS desacoplada aumenta a produção de EROs, inibe a via de sinalização eNOS/cGMP e aumenta o estresse oxidativo na microvasculatura cerebral9; 64; 117 . Esses dados indicam que a interação entre eNOS e EROs na vasculatura encefálica inicia uma cascata de eventos inflamatórios que estão diretamente relacionados com a patogênese da hipertensão neurogênica 9; 64. Morimoto et al. (2000) mostraram que microinjeção de L-NAME no RVLM não alterou significativamente os valores de pressão arterial, freqüência cardíaca e da atividade nervosa simpática em ratos normotenso. Em adição, nossos resultados mostraram que a microinjeção no RVLM de L-NAME preveniu o efeito pressor induzido pela L-arginina somente em ratos SHAM-SD e não nos ratos 2R1C-SD, 65 reforçando a hipótese que os níveis de NO devem ser diferentes entre ratos normotensos e hipertensos. Algumas evidências 118; 119 indicam que as EROs no RVLM de SHR são reduzidas após microinjeção do mimético da SOD. De acordo com esses dados, a microinjeção de vitamina C no RVLM reduz a pressão arterial somente em ratos 2R1C e não em normotensos, mostrando que ocorre maior formação de EROs no RVLM de ratos 2R1C. Estudo em um modelo de hipertensão induzida pela Ang-II mostrou aumento da expressão do mRNA de p22phox na vasculatura de animais sedentários 120 , enquanto o exercício físico aumentou a expressão da proteína Cu/ZnSOD no núcleo paraventricular do hipotálamo (PVN) 15 . No presente estudo, os resultados mostraram redução da expressão do mRNA da Cu/ZnSOD e altos níveis de expressão da p22phox no RVLM de ratos 2R1C-SD, sugerindo a existência de elevadas concentrações de ânion superóxido no RVLM. Entretanto, o exercício físico, no grupo 2R1C-EX, normalizou os níveis de expressão do mRNA da Cu/ZnSOD e p22phox deixando-os similares aos do grupo SHAM-SD, possivelmente contribuindo para a redução do ânion superóxido no RVLM, indicando um incremento das defesas antioxidantes induzidas pelo exercício físico no grupo 2R1C-EX. Estudos mostram que o exercício físico normaliza a expressão de AT1R e da NADPH oxidase, além de reduzir a geração de ânion superóxido no RVLM e PVN de coelhos que receberam infusão intraventricular de Ang-II 121; 122 e em animais com insuficiência cardíaca que a subunidade p22 phox 122; 123 . Pesquisas indicam participa diretamente da geração de EROs no RVLM. O bloqueio, no RVLM, da p22phox atenuou a geração de EROs e disfunção da cadeia transportadora de elétrons na mitocôndria induzida pela Ang-II 124. Com objetivo de verificar o envolvimento do peróxido de hidrogênio no RVLM de ratos hipertensos, analisamos a atividade e expressão do mRNA da catalase. Em concordância com Chan et al. (2006) que mostrou redução do mRNA e atividade da catalase no RVLM de SHR, nossos resultados mostraram redução da expressão do mRNA e atividade da catalase no RVLM de ratos 2R1C-SD, em comparação com SHAM-SD. Em conjunto, esses dados indicam que o aumento do peróxido de hidrogênio contribui para o dano oxidativo no RVLM de ratos 2R1C-SD. A peroxidação lipídica é um dos especificamente nas membranas celulares indicativos de dano oxidativo, 79 . De fato, o tecido cerebral possui 66 grande montante de fosfolipídeos e ácidos graxos poliinsaturados que são suscetíveis a oxidações, devido à baixa atividade das enzimas antioxidantes e elevado consumo de oxigênio 125 . Os exercícios regulares de intensidade moderada apresentam a capacidade de estimular enzimas antioxidantes em 126; 127 diferentes regiões encefálicas em ratos normotensos 128 , no RVLM de SHR 129 e no músculo esquelético , no tecido cardíaco 108 . Os resultados do presente estudo estão de acordo com esses dados, onde a concentração de TBARS no RVLM foi maior em ratos 2R1C-SD comparado com SHAM-SD, e o exercício físico reverteu esses parâmetros no RVLM de ratos 2R1C-EX deixando-os semelhantes aos SHAM-SD. Desta forma, os dados sugerem que o estresse oxidativo no RVLM pode mediar uma disfunção central que levaria ao aumento da atividade simpática, enquanto o exercício físico, através do seu efeito antioxidante, seria capaz de normalizar esses efeitos. O mecanismos pelo qual as EROs influenciam o tônus simpático no RVLM ocorre devido ao aumento do input glutamatérgico e atenuação GABAérgica, resultando no aumento da simpatoexcitação e da pressão arterial 64. Os resultados também mostraram o efeito antioxidante do exercício no hipotálamo, uma importante área reguladora da função cardiovascular. O hipotálamo apresentou aumento da concentração de TBARS nos animais 2R1CSD, em contrapartida apenas o exercício por quatro semanas reduziu o TBARS no hipotálamo nos animais 2R1C-EX. Observamos aumento da atividade da catalase no hipotálamo de ratos 2R1C-EX, exercitados por quatro semanas, em comparação com 2R1C-SD. De fato o PVN é um importante núcleo hipotalâmico que participa da simpatoexcitação e hipertensão no modelo 2R1C 80 . O estresse oxidativo no modelo na hipertensão renovascular está associado com aumento da expressão de AT1 no PVN e aumento da atividade simpática 80 . Outro estudo também evidenciou o envolvimento do SRA na ativação do hipotálamo, onde a Ang-II induziu o aumento de citocinas pró-inflamatórias e estresse oxidativo no PVN, contribuindo com o quadro de hipertensão arterial 130 . A inibição das EROs no PVN atenuou a atividade de componentes do SRA, as citocinas próinflamatórias e o estresse oxidativo no modelo de hipertensão induzida pela Ang-II 130 . No presente estudo não foi observado alteração na concentração de TBARS e atividade da catalase no hipotálamo de ratos 2R1C-SD e EX por oito semanas. Um estudo mostrou que o treinamento físico (com ajuste de intensidade) realizado 67 por 8 semanas apresentou efeitos distintos nos parâmetros de estresse oxidativo ao longo do tempo em SHR. O exercício realizado por duas semanas promoveu redução da p47phox, das EROs, de NF-ĸB e de TNFα no PVN, enquanto o treinamento até 4 semanas reduziu apenas gp91 phox, e, na oitava semana não foi observado alteração nos marcadores de estresse oxidativo no PVN 131. Encontramos também aumento da concentração de TBARS no córtex cerebral em ratos 2R1C-SD que foi reduzida pelo exercício físico. Esses dados estão de acordo com Hirooka et al. (2006), onde mostrou que ratos hipertensos (SHRSP – spontaneously hypertensive stroke prone rat) apresentaram elevados níveis de TBARS no córtex cerebral sedentários 132 . De fato o exercício físico moderado aumenta a expressão do mRNA de enzimas antioxidantes do cérebro concomitante a redução dos níveis de componentes oxidantes 125 . Estudos mostraram que o cérebro apresenta um importante fator protetor, o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) 133 . Tem sido sugerido que o BDNF regula o desenvolvimento cerebral, neuroplasticidade, neurogênese e plasticidade sináptica 134 . Algumas evidências mostram que o exercício físico induz aumento dos níveis de EROs e de BDNF em algumas regiões encefálicas, contudo, o nível de dano oxidativo não aumentou 126; 135 . Esses dados sugerem que o BDNF, induzido pelo exercício físico regular, exerce fator protetor contra o dano oxidativo cerebral. Quando foi analisada a concentração de TBARS e atividade da catalase no CVLM, não encontramos diferença entre os grupos, indicando que a hipertensão renovascular e exercício físico não interferiram no seu estado redox. Contudo, nossos dados estão em contradição com o observado na literatura. Dados do nosso laboratório mostrou que a microinjeção de vitamina C no CVLM de ratos 2R1C induziu maior resposta hipotensora em comparação com SHAM, indicando maior presença de EROs nessa região 11 . Entretanto, esse estudo não verificou a participação do peróxido de hidrogênio e catalase no CVLM, já que a vitamina C tem ação sobre o anion superóxido. Foi observado também na literatura que o CVLM teve resposta oposta à Ang-II em comparação com o RVLM 49 , esse dado indica que o CVLM reage diferentemente a determinados componentes do SRA, o que poderia também ocorrer com alguns compostos oxidantes e antioxidantes. Como os dados da literatura são escasso em relação ao estresse oxidativo no CVLM, novos estudos devem ser conduzidos a fim de esclarecer essa questão. 68 Em relação ao efeito da hipertensão e do exercício físico sobre o estado redox em órgãos periféricos, os dados mostram que a artéria aorta apresentou maior concentração de TBARS no grupo 2R1C-SD submetido a 4 e 8 semanas de exercício físico, em comparação com SHAM-SD, enquanto o exercício físico normalizou essas concentrações no grupo 2R1C-EX. Entretanto, a atividade da catalase aumentou no grupo 2R1C-EX apenas nos animais submetidos ao protocolo de 4 semanas, em comparação com 2R1C-SD. A produção de EROs na artéria ocorre principalmente no músculo liso vascular e na túnica adventícia 136 sendo as principais cascatas enzimáticas responsáveis pela disfunção endotelial as vias da xantina oxidase, eNOS e NADPH oxidase 137 . Dados da literatura mostram que a adição de xantina oxidase em cultura de músculo liso vascular de aorta induz a formação de anion superóxido, resultando em contração e proliferação celular, sendo essa condição mais acentuada em ratos hipertensos 138 . Como o modelo experimental 2R1C é angiotensina dependente, estudos indicam que, neste caso, a NADPH pode ser a principal formadora de EROs nos vasos. A Ang-II aumenta em três vezes a produção de anion superóxido e em cinco vezes o acúmulo de H2O2 no músculo liso vascular de SHR. Enquanto a Ang-II ativa ERK/2 através do anion superóxido, o H 2O2 induz proliferação celular através da estimulação de MAP kinase p38. No vaso, o H2O2 estimula o aumento da atividade do mRNA da eNOS, o que induz a formação de NO e, em menor quantidade, a formação de anion superóxido. Neste caso o anion superóxido remove rapidamente o NO para formar ONOO. Tanto o anion superóxido como o H2O2 podem se transformar em OH°, no qual através da cicloxigenase COX1 catalisa a produção de agentes vasoconstritores 29; 139 . Por outro lado, a estimulação da NADPH pela Ang-II é acompanhada por um aumento da atividade da p22phox, tendo seu efeito inibido pelo p22phox antisense, que também tem efeito inibitório sobre a expressão da catalase no músculo liso vascular 139 . Os resultados do presente estudo estão de acordo com a literatura, onde o exercício físico promoveu efeito antioxidante na artéria aorta. Os exercícios aeróbios mostram efeito protetor contra a peroxidação lipídica induzida pelas EROs no vaso, reduz a ocorrência de doenças cardiovasculares associadas com estresse oxidativo e aumenta a expressão do mRNA da SOD e GPx 140. Dados da literatura mostram que o exercício físico moderado realizado por 8 semanas foi capaz de 69 reduzir a expressão de gp91phox na aorta de SHR, mas não alterou a expressão da catalase, o que está em concordância com os dados do presente estudo 97. Nos rins, os dados do presente estudo mostraram que houve aumento da concentração de TBARS no rim esquerdo nos grupos 2R1C-SD e 2R1C-EX dos ratos submetidos aos protocolos de 4 e 8 semanas. Não houve aumento do TBARS no rim direito dos animais hipertensos. Entretanto, a atividade da catalase aumentou no rim esquerdo do grupo 2R1C-EX dos protocolos de 4 e 8 semanas. E houve redução da atividade da catalase no rim esquerdo do grupo 2R1C-SD exercitado por 4 semanas. Como ocorre no miocárdio, a Ang-II induz nos rins aumento da produção de EROs e conseqüente peroxidação lipídica 141; 142 . O aumento do TBARS no rim esquerdo pode estar associado ao procedimento de estenose da artéria renal. Os resultados estão de acordo com dados da literatura onde um estudo mostrou que o estresse oxidativo renal na hipertensão renovascular está associado com alterações cardiovasculares e simpáticas, devido a mudanças na expressão de AT1, NADPH e em enzimas antioxidantes 81. Foi evidenciado que o rim clipado apresentou maior expressão de AT1, p47 phox e gp91phox, em comparação com grupo controle 81 . Estudos em ratos diabéticos mostraram que o exercício físico de baixa intensidade apresentou efeitos benéficos na função renal, como redução da albuminúria, aumento da SOD e redução dos níveis de 8-OHdg, um marcador de dano oxidativo no DNA 143; 144 .O exercício físico também alterou marcadores de estresse oxidativo no rim de ratos com doença renal crônica. Ratos com doença renal crônica apresentaram níveis elevados de creatinina e uréia na urina, aumento de superóxido renal, enquanto o exercício físico foi capaz de reduzir a produção de superóxido e aumentou a atividade da SOD e GPx 145 . Os dados da literatura em conjunto com os resultados do presente estudo sugerem que o exercício influencia as respostas antioxidantes e reduz os compostos oxidantes no rim não clipado de animais hipertensos. O presente estudo mostrou que o exercício físico realizado por quatro e oito semanas foi eficaz na redução da concentração de TBARS no ventrículo esquerdo de ratos 2R1C-EX, em comparação com 2R1C-SD. Enquanto a atividade da catalase aumentou no ventrículo esquerdo do grupo 2R1C-EX apenas nos animais exercitados por 4 semanas. A produção excessiva de TBARS e redução da atividade da catalase no ventrículo esquerdo nos ratos 2R1C-SD 70 ocorreram provavelmente devido a um aumento dos níveis de Ang-II, característico desse modelo experimental. De fato a Ang-II é um indutor de produção de EROs, via ativação da NADPH no coração e rins 141; 142 . A Ang-II também está associada com produção de colágeno e fibronectina, concomitante ao aumento de EROs no miocárdio 146 . Quanto ao efeito do exercício sobre o estresse oxidativo cardíaco, nossos dados estão de acordo com outros estudos que mostraram a capacidade do exercício em aprimorar as defesas antioxidantes, especificamente a catalase, GPx e SOD e redução de MDA no coração de ratos 147; 148 . Esses dados sugerem que o exercício regular pode induzir efeitos benéficos na preservação da estrutura e funcionalidade cardíaca, por influência positiva nas defesas antioxidantes. Diversas evidências mostram que o exercício físico regular melhora o equilíbrio redox. Um estudo com humanos obesos mostrou que o exercício realizado por 12 semanas, 30 a 60 minutos diários foi capaz de reduzir o estresse oxidativo muscular e sistêmico, bem como os marcadores circulantes de inflamação 149 . Os efeitos do exercício sobre o estresse oxidativo parecem ser dependentes do tipo de treinamento. Exercício agudo de alta intensidade tem característica geradora de compostos oxidantes, enquanto o exercício moderado regular melhora a função antioxidante. O alto consumo de oxigênio e geração de EROs induzido pelo exercício físico regular promove respostas adaptativas do sistema antioxidante, como aumento da expressão de enzimas antioxidantes 150; 151 . Os resultados em conjunto mostraram que o exercício físico realizado por 4 semanas apresentou maiores benefícios em relação à atividade da catalase em comparação às 8 semanas de exercícios. O exercício por 4 semanas nos ratos 2R1C-EX, em comparação com 2R1C-SD, aumentou a atividade da catalase no hipotálamo, RVLM, ventrículo esquerdo, aorta e rins enquanto o exercício por 8 semanas aumentou a atividade da catalase apenas no RVLM e rins. Dados do nosso laboratório (Maia et al.) mostraram que o exercício físico por 8 semanas não foi capaz de normalizar a bradicardia reflexa e hipertrofia concêntrica do coração em ratos 2R1C. Esses resultados mostram que o benefício adaptativo do exercício até 6 semanas são sobrepostos por fatores inerentes à hipertensão arterial, especialmente a Ang-II, na qual tem a capacidade de modular neurônios glutamatérgicos no RVLM e piorar a bradicardia reflexa, sugerindo que a partir da 71 sexta semana de exercício físico regular (sem ajuste de carga ou volume) os efeitos fisiopatológicos da hipertensão se sobrepõem aos efeitos benéficos do exercício. 7. Conclusão Os resultados do presente estudo mostraram que uma menor resposta cardiovascular induzida pela microinjeção de L-arginina no RVLM de ratos 2R1CSD pode ser atribuída a altos níveis de NO endógeno e estresse oxidativo em ratos hipertensos. Essa possibilidade é reforçada pelos nossos resultados, onde ratos 2R1C-SD apresentaram aumento da expressão do mRNA das isoformas de NOS, p22phox e TBARS e, uma redução do mRNA da Cu/ZnSOD e catalase no RVLM. O exercício físico foi capaz de reverter a expressão das NOS e catalase do RVLM de ratos hipertensos, provavelmente reduzindo os níveis de NO e peróxido de hidrogênio. Somado a isso, o exercício físico reduziu a concentração de TBARS e aumentou a atividade da catalase no RVLM de ratos 2R1C. Esses dados sugerem que o balanço entre NO e EROs no RVLM é importante para a manutenção do estado hipertensivo, enquanto o exercício físico restaura esse desequilíbrio entre NO e EROs, pelo menos no RVLM, uma importante área do controle simpático do sistema circulatório, contribuindo assim para a redução da pressão arterial. Somado a isso, o exercício físico foi eficaz na restauração do balanço redox no ventrículo esquerdo, aorta e rins dos ratos hipertensos. 72 8. 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Produção Acadêmica 9.1 Artigos Completos Publicados em Periódicos Nitric oxide at the CVLM is involved in the attenuation of the reflex bradycardia in renovascular hypertensive rats. Nitric Oxide, v.26, p.118-125, 2012. Time-course effects of aerobic exercise training on cardiovascular and renal parameters in 2K1C renovascular hypertensive rats (Aceito para publicação no Brazilian Journal of Medical and Biological Research) Exercise training restores oxidative stress and nitric oxide synthases in the rostral ventrolateral medulla of renovascular hypertensive rats (Aceito para publicação no Free Radical Research) 9.2 Apresentação em Eventos Científicos Natação promove efeito antioxidante no hipotálamo, coração, rins e aorta de ratos com hipertensão renovascular. XIX Simpósio Brasileiro de Fisiologia Cardiovascular (2015). Exercício físico normaliza catalase e TBARS no bulbo ventrolateral rostral, hipotálamo, ventrículo esquerdo e aorta de ratos com hipertensão renovascular. XVIII Simpósio Brasileiro de Fisiologia Cardiovascular (2014). Exercício físico restaura a expressão de eNOS e iNOS e modula a resposta hipertensora induzida pela l-arginina no bulbo ventrolateral rostral de ratos hipertensos. I International Symposium on Biological Sciences (2014). 86