ATRAÍDAS À CRUZ Escrito por: Rute de Matos Bazan “Atraídas à cruz” é uma série de monólogos que retrata a experiência de quatro mulheres que estavam ao pé da cruz de Cristo, seu relacionamento com Ele e porque foram atraídas ao pé da cruz. Esta encenação, fácil de ser preparada, com certeza tocará o coração de sua congregação fazendo-a refletir sobre seu próprio relacionamento com Cristo. Esta encenação pode ser apresentada durante a Semana da Páscoa, outro evento sobre o Calvário ou durante algum programa do Ministério da Mulher de sua igreja. Sugestão de Cenário Foto: Marli Peyerl 1) Personagens (4 mulheres, 1 homem + narrador): Maria Madalena – jovem, bonita e muito emotiva Maria (mãe de Tiago) – meia-idade, mais velha que Maria, humilde e simples Maria (mãe de Jesus) – meia idade, bonita, porém com expressão cansada, submissa. Salomé – mulher mais idosa, personalidade forte, porém, serena e ponderada João – Jovem (só figurante, não fala na encenação) 2) Posição dos personagens no palco: Todos os personagens estarão olhando para a cruz em posição fixa. Procurem encontrar uma posição confortável dentro do descrito acima. Não precisam ficar como estátuas, porém não devem se mexer muito, principalmente o olhar. Cruz Maria Madalena Maria (mãe de Jesus) e João Maria (Mãe de Tiago) Salomé 3) Expressão e Vestimenta dos Personagens: Maria Madalena – Ajoelhada (ou debruçada) com braços para frente. Completamente em desespero, não consegue nem olhar para a cruz. Vestido e lenço em tons de vermelho e roxo. Maria (mãe de Tiago) – Em pé (cabisbaixo) segurando alguma roupa ou tecido. Demonstra tristeza e reverência. Vestido e lenço em tons mais claros, porém sóbrios (verde ou azul) Maria (mãe de Jesus) – Ajoelhada (sentada sobre os pés) com as mãos no colo, olhando para a cruz. Olha para a cruz com profunda angústia. Vestido escuro com lenço preto sobre a cabeça. João – Em pé com a mão nos ombros (ou cabeça de Maria) também olha para a cruz. Demonstra profunda tristeza ao olhar para a cruz e ao mesmo tempo um grande carinho por Maria. Vestido em tom azul ou verde forte. Salomé – Ajoelhada (sobre os pés) com as mãos juntas sobre o peito, olhando para a cruz. Demonstra tristeza e ao mesmo tempo, adoração. Vestida em tons de marrom ou caramelo. 4) Iluminação: Luz fraca diretamente sobre a cruz. Foco no centro do palco no momento em que cada participante fala. Se tiver uma luz bem fraca sobre cada participante nos lugares também fica bem. 5) Música de fundo: Uma música solene e triste que deve iniciar um pouco antes da narração e cortina se abrirem (se houver). Durante a narração e enquanto as pessoas falam o volume da música deve ser abaixado, quase que completamente. 6) Cena: Cada participante sai de seu lugar e vai para o centro do palco onde falam os monólogos e depois voltam ao lugar e à posição original (seguindo a ordem abaixo). Encenação (Música e narração começam enquanto cortinas são abertas e participantes permanecem em suas posições.) Narração: “O imaculado Filho de Deus pendia da cruz, a carne lacerada pelos açoites; aquelas mãos tantas vezes estendidas para abençoar, pregadas ao lenho; aqueles pés tão incansáveis em serviço de amor, cravados no madeiro; a régia cabeça ferida pela coroa de espinhos; aqueles trêmulos lábios entreabertos para deixar escapar um grito de dor... Nunca antes houvera tão geral conhecimento de Jesus como quando Ele pendia da cruz. Ele foi erguido da terra, para todos atrair a Si.” EGW Salomé: Quando meus filhos Tiago e João começaram seguir a Jesus, me senti atraída a Ele. Somos de família humilde e nunca pudemos oferecer muito aos nossos filhos e eles acabaram se tornando pescadores, mas agora como discípulos de Jesus, o Rabi, teriam a chance de subir na vida. Foi por isso que quando Jesus veio até a nossa casa, não perdi a oportunidade de lhe pedir que meus filhos ocupassem uma posição de honra em Seu reino. Tiago e João já faziam parte do grupo de discípulos mais próximos de Jesus e Ele com certeza não negaria meu pedido... Mas Sua resposta me surpreendeu. Fiquei frustrada e minha fé enfraqueceu. Por um tempo cheguei a duvidar de Jesus pois Ele parecia fugir de todas as oportunidades de se tornar rei. Uma coisa porém, ainda me atraía a Ele – era o seu olhar de amor cada vez que curava um doente ou perdoava um pecador. © 2009 Rute de Matos Bazan Quando soube que prenderam a Jesus, corri para onde Ele estava pois dentro de mim ainda existia uma esperança de que talvez agora Ele fosse estabelecer Seu reino. Jesus porém não reagiu, não como eu esperava.....Mas nestas últimas horas vi em Seus olhos um amor tão grande como nunca antes tinha visto. Suas palavras “E Eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a Mim” vieram à minha mente. Foi então que entendi que o reino de Cristo não é um reino de força e poder, mas um reino de amor. Eu fui atraída à cruz por causa desse amor. Maria, mãe de Tiago: Desde que soube que Maria teria um filho especial, senti que como irmã mais velha deveria ajudála. Ela era tão nova para assumir tão grande responsabilidade. Apesar de nem todos na família aceitarem a idéia de que Jesus era o filho de Deus, sempre via nEle uma bondade muito grande que me atraía e me influenciava a fazer o bem. Depois que nossos maridos morreram passamos a andar com Jesus e Seus discípulos. Afinal, todos eram homens e muitas vezes precisam de um toque feminino para aliviar a difícil vida que levavam, indo de cidade em cidade pregando o amor de Deus. Por três anos tivemos a alegria de ver inúmeras pessoas sendo curadas, aliviadas de seus fardos e aprendendo das lindas histórias que Jesus contava. Tudo que Ele pensava era o bem dos outros. Muitas vezes, estava cansado e ainda assim tinha forças para socorrer quem precisasse. Não entendo como podem prender alguém tão bom e matá-lo como se fosse um criminoso. Até as pessoas que acusaram foram abençoadas por sua bondade... Para mim, nunca houve a necessidade de um milagre extraordinário para me fazer seguir a Jesus. Simplesmente fui atraída à cruz porque Cristo me fez ser uma pessoa bondosa. Maria Madalena: Por muito tempo vivi em Magdala, uma pequena vila à beira mar por onde muitos viajantes passavam. Sempre imaginei que um entre aqueles homens, encontraria alguém que me fizesse feliz. Alguns me prometiam muitas coisas e eu realmente acreditava que me fariam feliz, mas sempre acabava sozinha e ferida. Cheguei a um ponto onde parei de me importar com meus sentimentos, pois não queria mais que quebrassem meu coração. A esta altura, minha reputação já não valia nada. Certo dia, encontrei Jesus e Ele me olhou com amor, me senti atraída a Ele, mas era uma atração diferente, pois me senti perdoada e valorizada. Inicialmente tive medo de que pudesse ser traída, mas com o tempo fui vendo que o Seu amor nunca mudava. Decidi ficar sempre ao Seu lado, mas às vezes caía e voltava à minha velha vida. Ficava muito envergonhada, mas cada vez que Jesus me olhava com amor e me perdoava, me sentia como se nunca tivesse me afastado. Tornei-me uma de suas seguidoras e acompanhei Jesus por onde passou. Quando prenderam a Jesus, fiquei confusa e com medo, mas resolvi ficar ao Seu lado mesmo sem entender o que estava acontecendo pois Ele nunca me abandonou. Mesmo vendo-O ali todo machucado, ainda pude ver que Ele é o filho de Deus, que tira o pecado do mundo e eu fui atraída à cruz por que só Ele oferece perdão. Maria, mãe de Jesus: Quando o anjo Gabriel apareceu para mim, pensei que estava sonhando, simplesmente não conseguia imaginar que dentre todas as mulheres do mundo eu fora escolhida para criar o filho de Deus! Ainda era nova e não entendia tudo, mas compreendi desde o início que a educação de uma criança depende de comunhão constante com Deus. Por vezes, quis que Ele fosse reconhecido ou até mesmo se revelasse perante as pessoas, toda mãe deseja o melhor para o seu filho. Mas ao mesmo tempo em que eu o educava Ele me ensinava qual era verdadeiro plano de Deus para a Sua e a minha vida. Nunca consegui ficar longe de Jesus. Durante todos esses anos, procurei sempre estar onde Ele estava. Quando me disseram que estava preso e que fora açoitado, corri ao Seu auxílio, queria muito © 2009 Rute de Matos Bazan segurá-lo em meus braços e cuidar de suas feridas. Mas minhas forças se foram várias vezes, ao contemplar a crueldade com que eles o maltrataram. Tentaram me levar embora, mas eu fiquei, jamais poderia deixar meu Filho num momento como este. E enquanto eu estava aqui ao pé da cruz tentando lhe transmitir algum conforto, Ele pediu a João que cuidasse de mim ... (chorando) Ó que amor maravilhoso!!! ...Apesar da grandeza do amor de uma mãe, o amor dEle por mim foi muito maior do que podia imaginar ou sentir. Eu fui atraída à cruz porque quando Ele mais precisava de alguém, ainda assim se lembrou de mim. Narração: Sem a cruz não teria o homem união com o Pai. Dela depende toda a nossa esperança. Daí brilha a luz do amor do Salvador; e quando ao pé da cruz o pecador contempla Aquele que morreu para salvá-lo, pode rejubilar-se com grande alegria, pois seus pecados estão perdoados. Ao ajoelhar-se em fé junto à cruz, alcançou ele o mais alto lugar que o homem pode atingir. (Cortina fecha – música diminui e acaba) © 2009 Rute de Matos Bazan