Editorial Editorial
5
Artigo Article
9
O Mapa da Arte em Minas The Map of Art in Minas
13
Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas
22
Entrevista Interview
26
Mercado Externo Foreign Market
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Projetos Projects
36
Feiras e Eventos Fairs and Events
38
Eu Faço I Make
39
Onde Encontrar Where to Find
Edição e Projeto Editorial Edition and Editorial Project
Instituto Centro CAPE / Central Mãos de Minas
Edição/Revisão Ediction/Revision
Rodrigo Narciso - 9710/MG
Colaboradores Colaborators
Arnaldo Vieira
Rachel Francine
Daniel Barcelos
Sebrae/MG
Fotografia Photography
Walmir Monteiro
Arquivo Centro CAPE
Tradução Translation
Cláudio Narciso
Diagramação e Arte Diagramming and Graphic Arts
Cristiano Martins
Gráfica Printing Company
Difusora Editora Gráfica
Tiragem Drawing
10.000 exemplares
Distribuição Gratuita Costless Distribution
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R. das Amendoeiras / Zip Code: 2645 097
Alcoitão - Estoril
Phone: 351 96 707 2538
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3
Índice / Expediente Index / Expedient
4
4
Editorial Editorial
SELO DE QUALIDADE I.Q.S.
I.Q.S. QUALITY SEAL
Por/By: Tânia Machado* Foto/Photo: Divulgação Centro CAPE
O artesanato brasileiro já
alcançou o status de produto
indispensável nas maiores feiras
de design e decoração do mundo.
Foi justamente em uma dessas
feiras que, em 2003, após iniciarmos uma parceria com a APEXBrasil, percebi que deveríamos
criar um processo de certificação
da cadeia produtiva do artesanato.
Nos eventos internacionais
era comum termos que responder
aos compradores uma série de
questões relativas ao processo
produtivo do artesanato. A não
utilização de mão de obra infantil
e o uso de matérias primas que
não agridem o meio ambiente,
sempre foram pré requisitos para
que os compradores europeus e
norte americanos adquirissem
nossos produtos.
A partir dessas demandas,
decidimos criar um selo de qualidade que certificasse a produção
artesanal nas questões ambientais,
sociais e econômicas. Assim nasceu
o Programa de Certificação da
Produção Artesanal (PCPA). Temas como a construção da cadeia
produtiva, orientação do levantamento de custos, uso consciente
dos resíduos da produção e formação de preço de venda, são
questões trabalhadas, individualmente, pelos consultores do
The handcraft from Brazil has reached the status of a
product that is essential at the largest design and decoration
shows worldwide. In one of those shows in 2003, having just
started a partnership with APEX-Brazil, I noticed that
we should create a certification process for the handcraft
productive chain.
On international events it was usual to answer to
clients a number of questions related to the handcraft
production process. The absence of child labor and the use
of environment friendly raw materials were always
demanded by the North American and European shoppers
in order to buy our products.
Due to these requirements we decided to create a Quality
Seal to certify the handcraft production in relation to environmental, social and economical issues. This is how the Programa
de Certificação da Produção Artesanal –PCPA (Handcraft
programa. Hoje, 97 artesãos de 53
municípios de Minas Gerais, se
orgulham de apresentar aos compradores do Brasil e do exterior o
Selo de Qualidade IQS.
Com o apoio de instituições
como a Cemig, Vale, Usiminas,
Sebrae Minas, Eletrobras e do
governo de Minas Gerais, o
PCPA cresce a cada ano, e nosso
objetivo é certificar um grande
número de artesãos em todo o
território nacional.
Agora estamos partindo também para a busca do setor internacional. Apresentamos ao BID,
BIRD e ao Governo Espanhol um
projeto de financiamento para
certificar até 2011 um mínimo de
1.000 artesãos.
Em Minas somos assim...não
conseguimos pensar pequeno...
*Presidente do Centro CAPE
Production Certification Program) came to be. Aspects as the
productive chain organization, guidance to calculate costs,
conscious use of production waste and setting of price are issues
dealt with individually by our consultants. Currently, 97
artisans from 53 cities in the State of Minas Gerais are proud to
present to shoppers from Brazil and abroad the IQS Quality Seal.
Supported by institutions such as Cemig, Vale, Usiminas,
Sebrae Minas, Eletrobras and the government of Minas Gerais,
the PCPA grows year after year and our goal is to certify a large
number of artisans all over Brazil.
Now we are going to search for the international area. We
have presented to BID, BIRD and to the Spanish government a
demand for a loan to certify at least 1,000 artisans until 2011.
That´s how we are in Minas Gerais...we can´t think small....
*President of Centro CAPE
ORGANIZING PRODUCTION: A DREAM COMING TRUE
Por/By: Arnaldo Clemente Vieira* Fotos/Photos: Divulgação Centro CAPE
A produção artesanal há
vários anos tem sido reconhecida
como uma alternativa ao desenvolvimento econômico e sóciocultural e, por esses motivos, tem
passado por constantes avaliações e reestruturações no que se
refere ao processo de produção,
produto e gestão. Tudo isso vem
gerando, para o produtor e
profissio nais que atuam no
segmento, a necessidade de
repensar o processo de
produção, as condições
de trabalho, nas formas
de aprendizado, e práticas de gestão utilizadas.
As formas tradicionais de se produzir,
passadas entre gerações,
e o processo de criação
das peças artesanais até
então inspiradas nos valores cultural, religioso
e outros, têm cedido
espaço para a produção
seriada e induzida, onde
o mercado dita o que quer comprar, como quer o produto a
quantidade e quanto pagar.
Essa situação tem sido inclusive
motivo de discussões entre
partes que apóiam e se opõem a
esse movimento, ambas sustentam suas opiniões através de
estudos, pesquisas e debates
sobre o assunto.
Divergências a parte, com a
crescente aceitação dos produtos
For many years the handcraft production has been
recognized as an alternative for societies’ cultural and
economic development, so it has gone through constant
evaluations and changes concerning the production process,
product design and management. All together it brings the
need to rethink the production process, working conditions,
learning methods and management tools.
The traditional way to work, passed through
generations, and the creation process of handcrafted pieces
inspired on cultural and religious values, has increasingly
been replaced by a production in series and induced by the
market which dictates what it wants to buy, how the product
should be, the amount and the prices. This situation arouses
artesanais pelo mercado, as
condições e as formas de organização tornaram-se preocupações relevantes, visto que
independente do caminho a ser
seguido pelo produtor artesanal
de uma maneira geral, ainda se
predomina um sistema produtivo rudimentar.
Alguns aspectos referentes a
esse sistema rudimentar de
produção são interessantes e
merecem ser considerados nesse texto, pois
retratam a realidade do
ambiente nas oficinas
ou ateliês artesanais
geralmente vinculados
ao ambiente doméstico.
Em muitos casos esses
locais são mal ventilados,
tem baixa luminosidade,
concentração de lixo e
poeira, condições estas
que podem comprometer a saúde e o bem estar
do artesão.
controversy between those who are for or against this
movement, both opinions supported by research and debates
over the issue.
Nevertheless, with the markets increasing acceptance of
handcrafted products, organization of the process has become
a relevant concern, as whichever way the craftsmen take,
usually a primitive productive system is still predominant.
Some aspects inherent to this primitive production
system are interesting and deserve to be discussed in this
text, as they depict the reality in the workshops usually
connected to a household. In many cases this places are badly
ventilated, dark, gathering garbage and dust, which can
jeopardize the artisans’ well being.
5
Artigo Article
ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO:
UMA REALIDADE POSSÍVEL
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Artigo Article
Ainda em se tratando de oficinas e ateliês artesanais, é
comum encontrarmos produtos
com defeito ou sobras de matérias
primas amontoados pelo chão,
prateleiras ou mesmo em caixas,
na expectativa de serem reaproveitados em algum momento,
o que geralmente não acontece.
Matérias primas e insumos estocados em diferentes locais muitas
vezes não são encontrados quando necessário; prática semelhante
acontece com as ferramentas e
equipamentos, sem uma adequada forma de armazenamento ou
manutenção, muitos se perdem
ou se tornam obsoletos.
Outro ponto que deve ser levado em conta é a condição do
In most workshops, we
usually find defective products or production leftovers pilled on the floor, on
shelves or in boxes, waiting
to be reused somehow,
which seldom happens.
Raw materials and supplies
stocked in many places are
not found when needed; the
same goes for tools and
equipment that are not
properly stored or maintained and end up getting
lost or becoming obsolete.
Another aspect that
produtor artesanal de regular o
seu próprio tempo de trabalho,
muitas vezes compartilhado
com outras tarefas da casa ou
família, tempo este fundamental
na composição do custo do produto que nem sempre é considerado na hora de se formar o
preço de venda.
A atual forma de gerenciar, o
tempo dedicado à produção e as
condições para a sua realização
demonstram a fragilidade do
setor artesanal e a necessidade,
como dito anteriormente, de
uma revisão na organização,
gestão e nas formas de realizar
o trabalho.
Na verdade pode parecer
impossível, mas, se torna reali-
should be taken in consideration is the craftsperson’s
need to regulate himself his
time at work which is usually shared with household
tasks and the family, time
which is essential to calculate the cost of the product
and is not always taken
into consideration to calculate the final price.
The current way of
management, the time
dedi cated to production
and the conditions for the
perfor mance of the job
dade a partir da adoção de um
“sistema/prática de gestão”
adquiridos em um processo de
capacitação, cujo objetivo seja
preparar o produtor para o desenvolvimento através do conhecimento da cadeia produtiva de
seus produtos, gestão do negócio,
organização e melhoria no lay-out
da produção e como conseqüência, a inserção dos produtos no
mercado nacional e internacional.
Vale ainda ressaltar que tais práticas/sistemas, devem buscar com
muita preocupação atingir e
demonstrar desempenhos sustentáveis nos aspectos econômicos,
sociais, ambientais e culturais que
visam, além disso, à perenidade
da atividade artesanal.
show how fragile the
handcraft sector is and the
need, as pre viously mentioned, to rethink organization, ma na gement and
job perform.
It may seem impossible but it becomes real
when a “system/practice
management” is adopted,
acquired in a capacitation
process aimed at preparing
the producer for development through the know ledge of the products productive chain, business
management, organization
and improvements in production lay-out and consequently the insertion of
the product in the national
and international market.
We should also point out
that such practices/systems should be aimed at
reaching and showing sustainable performance on
economic, social, environmental
and
cultural
aspects which intend to
make the handcraft activity a long-lasting one.
On the other hand, only capacitating
the handcraft producer to adopt sustainable practices or systems is not enough to
guarantee the quality in the production
process, it is also necessary to elaborate
and implement a systematic understood
as “conformity evaluation”, with pre
defined rules correctly supervised and
evaluated, to allow an adequate degree of
confidence in a product, process or service
attending the requirements of a technical
norm or regulation.
The conformity evaluation most
common is certification. Certification is
the way to show that the product complies
with the characteristics the client requires,
but cannot visualize in the product, so
through a certificate or seal the client
believes the product satisfies his demands
in aspects regarding social-environmental
responsibilities.
In this sense, an experience that is
presenting good results in Minas Gerais is
the “Instituto de Qualidade Sustentável’s
(Sustainable Quality Institute) IQS Seal”,
the Handcraft Production Certification
Program (Programa de Certificação da
Produção Artesanal in Portuguese)
developed by the Institute Centro Cape,
intends to improve the quality and competitiveness of the handcraft sector, increasing
the performance through the adoption of a
norm and a certification system.
The program began in early 2003,
with the creation of a norm to evaluate the
Handcraft Activity Management System
(Sistema de Gestão da Atividade Artesanal
in Portuguese) and the definition of
performance requirements for the four
dimensions of environmental, social, economical and cultural sustainability. The
whole system was designed in conformity
to the sector’s specific reality, allowing the
producer to evaluate the efficiency of the
activity as a whole, to be organized and to
define how to work, to better distribute the
tasks and most of all to dedicate and
concentrate on production.
7
tando bons resultados em Minas Gerais é o “Selo IQS
do Instituto de Qualidade Sustentável”, desenvolvido
pelo Instituto Centro Cape o Programa de Certificação
da Produção Artesanal, visa sem pretensão de criar
barreiras ou obrigações, melhorar a qualidade e a
competitividade do setor artesanal, favorecendo o
incremento de seu desempenho por meio da adoção
de norma e de um sistema de certificação.
O programa marcou seu inicio em 2003, com
criação de uma norma para avaliar o Sistema de
Gestão da Atividade Artesanal e o estabelecimento
de requisitos de desempenho para as quatro
dimensões da sustentabilidade: ambiental, social,
econômica e cultural. Todo o sistema foi concebido em conformidade com a realidade específica
do setor, permitindo ao produtor avaliar a eficácia
de sua atividade como um todo, se organizar e
definir formas de trabalho, ordenar uma melhor
distribuição das tarefas, e principalmente, se
dedicar e concentrar na fabricação das peças.
Artigo Article
Por outro lado, apenas capacitar o produtor
artesanal para adoção de práticas ou sistemas
sustentáveis não é o suficiente para se garantir a
qualidade no processo de produção, é necessário
ainda a elaboração e implementação de uma
sistemática entendida como avaliação da conformidade, com regras pré-estabelecidas e devidamente
acompanhadas e avaliadas, que propicie adequado
grau de confiança de que um produto, processo ou
serviço atenda aos requisitos de uma norma ou
regulamento técnico.
O mecanismo de avaliação da conformidade
mais comumente utilizado e conhecido é a certificação. Certificação é a forma de demonstrar que o
produto atende a características que o cliente deseja,
mas não consegue visualizar no produto, assim,
através de um certificado ou selo, o cliente acredita
que o produto satisfaz seu desejo quanto a aspectos
ligados à responsabilidade sócio-ambiental.
Nesse sentido, uma experiência que vêm apresen-
8
Artigo Article
Embora experiências positivas como esta
possam apontar um dos caminhos para a
profissionalização, é importante lembrar que o
sucesso de programas como este, depende do grau
de comprometimento do produtor e da forma
como a orientação e preparo para a certificação são
conduzidos. É quase impossível capacitar este
tipo de público de forma coletiva e padronizada,
a flexibilidade é uma característica fundamental
para o bom desempenho de qualquer “sistema
ou prática de gestão”; resumindo é um desafio
de construção de conhecimentos que envolvem
não só produtores artesanais e facilitadores,
como também, organismos públicos e privados.
Assim sendo, quando pensamos de forma
mais ampla e objetiva, conseguimos entender que
Even though most positive experiences as this one may show a path to
professionalism, it is important to
have in mind that the success of such
programs, depend on the level of the
producers’ seriousness and how the
guiding and preparation for certification are conducted. It is almost impossible to train such public collectively
according to standards, flexibility is
a characteristic inherent to a good
performance for any “management
system or practice”; in short it is a
para haver uma verdadeira transformação nas
formas de organização da produção artesanal,
tornando tudo uma “realidade possível”, faz-se
necessário o apoio de todos os atores envolvidos
em projetos de construção e realização, que de
alguma forma possam contribuir para as perspectivas futuras de fortalecimento e desenvolvimento
sustentável do setor artesanal.
*Arnaldo
Clemente
Vieira
é
Bacharel
em
Administração de Empresas; Pós-graduado em
Gestão da Economia Solidária e Desenvolvimento
Sustentável; Especializado em Finanças, Comércio
Exterior e Programas de Certificação; Consultor e
Facilitador do ICCAPE, CDL/BH, IBA, EBEIDS,
FEDERAMINAS e IEL
challenge to build knowledge that
involve not only handcraft producers
and consultants but public and
private organizations as well.
So, when we think in a broader
and more objective manner, we are
able to understand that to make
happen a true transformation on the
organization manner of the handcraft
production, making it all a “dream
come true”, it is necessary the
support of every part involved in
projects of construction and imple-
mentation, that in any way can
contribute for future perspectives
of sustainable strengthening and
developing of the handcraft sector.
*Arnaldo Clemente Vieira is Business
Administration Degree; Post-graduation
in
Solidarity
Economy
and
Sustainable Development; Specialized
in Finances, Foreign Trade and
Certification Programs; Consultant
for ICCAPE, CDL/BH,IBA, EBEIDS,
FEDERAMINAS e IEL
ART WITH IRON GIVES CRAFTSMAN RECOGNITION
Por/By: Rachel Francine Fotos/Photos: Walmir Monteiro
Situado há 22 km da capital
mineira, o município de Nova
Lima começou a ser povoado
em 1701 com a descoberta da
mineração do ouro. A atividade
atraiu expedições para o arraial
que teve outras denominações
até receber o nome atual. Foram
elas: Campos de Congonhas,
Congonhas de Sabará e Vila
Nova de Lima. Somente em
1923 a localidade passou a
chamar-se Nova Lima e hoje,
com cerca de 70 mil habitantes,
é considerada um importante
pólo de serviços e de comércio.
A mineração ainda é a principal
base da economia do município.
Seguindo as tradições da sua
cidade natal e movido pelo dom
do trabalho manual, o artesão
Márcio Ferreira iniciou há 30 anos
sua carreira como joalheiro em
Nova Lima, lapidando peças em
ouro e prata com pedras naturais.
Há 12 anos descobriu no ferro sua
fonte de renda e iniciou o trabalho
Nova Lima County, 22
km away from the capital of
Minas Gerais State, received
the first settlers in 1701 after
gold was found. The activity
attracted expeditions to the
settlement that had other
names before: Campos de
Congonhas, Congonhas de
Sabará and Vila Nova de Lima.
Only in 1923 it was named
Nova Lima and today, with
com o artesanato, criando e
reinventando seus produtos.
“Iniciei meu trabalho com ferro
após um curso que fiz de serralheria artística na Casa Aristides,
aqui em Nova Lima. Minhas
peças foram vistas por um americano que me propôs a criação e
exportação de três modelos de
castiçal e três modelos de porta
about 70 thousand inhabitants,
it is considered an important
services and business center.
Mining continues to be the
main economic activity.
Following hometown
tradition and moved by the
gift of manual work, the
artisan Márcio Ferreira began
his career as a jeweler 30 years
ago, polishing gold and silver
jewelry with natural stones.
vinho. A demanda foi grande,
tive que parar de fabricar as jóias
e me dediquei por sete anos à
produção de peças para este
cliente. De uma hora para outra
pararam de encomendar minhas
peças e fui obrigado a me reinventar, criando novos produtos
inspirados no Brasil e na natureza”, contou Márcio Ferreira.
12 years ago he found out in
iron his source of income
and started to work with
handcraft, creating and
redesigning his products. “I
started my work with iron
after taking a course in artistic
metal works at Casa Aristides,
here in Nova Lima. My pieces
were seen by an American
who suggested the creation
and export of three models
of candleholders and three
models of wine holders. The
demand was so large I had
to quit making jewelry and
dedicated myself for seven
years to produce pieces for that
client. All of a sudden the
orders disappeared and I was
forced to reinvent myself,
creating new products
inspired on Brazil and on
nature”, Márcio Ferreira told.
9
O Mapa da Arte em Minas The Map of Art in Minas
ARTESÃO DE NOVA LIMA GANHA
DESTAQUE NA ARTE COM O FERRO
10
O Mapa da Arte em Minas The Map of Art in Minas
A princípio o ferro apareceu no caminho do artesão
como mais uma opção de trabalho mas logo ganhou
espaço na produção . “Trabalho com o ferro com o mesmo
cuidado, carinho e dedicação de quando lapidava o ouro e
a prata. Hoje minhas formigas são minhas jóias”, destacou.
Atualmente Márcio Ferreira produz cerca de 1200 peças
em seu ateliê e possui clientes em Tiradentes (MG), São
Paulo, Alagoas, Goiás, Brasília, Rio Grande do Sul, Rio
Grande do Norte e Rio de Janeiro e suas peças são
exportadas, através da parceria com a Mãos de Minas/
Centro CAPE e a Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (APEX–Brasil), para
Alemanha, Espanha e Estados Unidos.
As peças são criadas com o material encontrado em
sucatas e, com o aumento da produção, o artesão passou a
comprar também as barras de ferro. O carro chefe de
Márcio Ferreira são as “formigas”, mas o artesão além de
produzir sob encomenda, cria outros tipos de insetos como
a barata, mosquito, aranha, borboletas, escorpião além de
flores, castiçais, folhas, fruteiras, suportes para garrafa de
vinho, cadeiras, mesas, quadros de ferro, dentre outros.
Para a criação da “formiga” de 75 centímetros, por
exemplo, Márcio Ferreira leva em média duas horas para
finalização da peça. “Preciso cortar o ferro, modelar, soldar
e fazer o acabamento com o verniz. Faço formigas de cinco
centímetros a um metro e meio de comprimento e o preço
varia de R$8,00 à R$400,00”, conta.
At first iron seemed to be the way to just another possibility but it
became an important share of the production. “I work with iron as carefully as when I polished gold and silver. Today my ants are my jewels”,
remarked. Nowadays Márcio Ferreira produces around 1,200 pieces in
his workshop and supplies customers in Tiradentes, Minas Gerais
State, Brasília and states of Sao Paulo, Alagoas, Goiás, Rio Grande do
Sul, Rio Grande do Norte and Rio de Janeiro. His pieces are exported
through a partnership with Mãos de Minas/ Centro CAPE and the
Brazilian Agency for Promotion of Exports and Investiments (Apex –
Brazil) to Germany, Spain and United States.
The pieces are created with the material found in junk yards and,
with the increase in production, the artisan started to buy iron bars.
The main product of Márcio Ferreira are “ants”, but the artisan,
besides producing to fulfill orders, creates other type of insects as
coach roaches, mosquitoes, spiders, butterflies, scorpions, flowers,
candleholders, leaves, fruit bowls, wine bottle holders, chairs, tables,
iron frames, etc.
To make a 75 centimeters “ant”, for instance, Márcio Ferreira takes
about two hours to finish the piece. “I need to cut the iron, shape it, weld
and finish up with varnish. I make five-centimeters to a meter-and-a-half
ants and the price ranges from U$ 4.00 to U$ 200.00”, he tells.
11
Márcio’s team is
composed of five artisans
and he is aided by his
daughter, Letícia Ferreira,
who runs the business. The
workshop got the I.Q.S. Seal
two years ago, granted by
the Sus tainable Quality
Institute
Organization
(Organização Instituto de
Qualidade Sustentável in
Portuguese) in a partnership
clientes, organizou o espaço de
trabalho, passou a ter controle
do seu estoque de matériaprima, diminuiu o desperdício e
houve aumento considerável das
vendas dos produtos. “O artesão
antigo é resistente a mudanças,
acha que trabalhando da forma
que sempre fez está no caminho
certo. Mas quando consegue
ouvir e aceitar a ajuda de quem
tem visão de negócio evolui mais
with the Institute Centro
CAPE. The artisan guarantees
that after the seal was granted
he became more tranquil
to attend to his clients,
organized the working area
and started to have control
of the raw material stock,
decreased the waste and
increased considerably the
sales. “The old fashioned
artisan is resistant to
rápido e os resultados positivos
são muitos”, disse Ferreira.
Este ano Márcio ficou entre
os 19 artesãos mineiros que participaram do processo para
aquisição do Prêmio TOP 100 de
Artesanato, promovido pelo
Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro Empresas (Sebrae). “Não
foi dessa vez que conquistei este
prêmio, mas continuarei batalhando para recebê-lo”, frisou.
changes, thinks that the right
way to work is that he has
always done. But when he is
able to listen to and accept
help from those who have
a business perspective the
production evolutes quicker
and the positive results are
many”, said Ferreira.
This year Márcio was
among the 19 artisans from
Minas Gerais who took part
in the nomination process
for the TOP 100 Handcraft
Award (Prêmio TOP 100 de
Artesanato, in Portuguese),
sponsored by the Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro
Empresas (Sebrae), a
government office that gives
support to small business. “I
couldn’t get the award this
time, but I’ll work hard to
get it”, he stated.
O Mapa da Arte em Minas The Map of Art in Minas
A equipe de Márcio é formada por cinco artesãos e ele recebe
a ajuda da filha, Letícia Ferreira,
responsável pela administração
do negócio. O ateliê possui há
dois anos o selo I.Q.S, concedido
pela Organização Instituto de
Qualidade Sustentável em parceria com o Instituto Centro CAPE.
O artesão garante que após a
aquisição do selo ele ficou mais
tranqüilo para atender seus
12
O Mapa da Arte em Minas The Map of Art in Minas
De acordo com o artesão, o segredo do
artesanato é sempre inovar e aperfeiçoar novas
técnicas. “Fiz uma parceria com produtores
de pedra-sabão de Ouro Preto (MG), para
trabalharmos na criação de novos produtos com
as duas matérias-primas. O resultado foi bem
positivo e caiu no gosto dos fregueses estrangeiros.
Os negócios chegaram a crescer 20% em relação
ao registrado no mesmo período de 2008”.
He explains that the secret in
handcraft is to always innovate
and create new techniques. “I
started a partnership with soapstone producers from Ouro Preto,
Minas Gerais State, to work creating
new products with the two materials.
It was successful and foreign
O artista participa, sempre que pode, das
feiras que acontecem por todo o Brasil. “Acredito
que as feiras de artesanato são vitrines e
precisamos marcar presença para divulgar a
nossa arte. Neste segundo semestre de 2009
participo de uma feira em Olinda e duas aqui em
Belo Horizonte, sendo uma delas a Feira
Nacional de Artesanato, organizada pelo Centro
CAPE”, finalizou.
buyers appreciated it. Business
increased in 20% compared to the
same period in 2008”.
The artist takes part, whenever
it is possible, in markets and fairs all
over Brazil. “I believe the handcraft
fairs are windows to make our art
visible and we should participate.
On the second semester of 2009 I’m
going to participate in a fair in
Olinda, Pernambuco State, and two
others in Belo Horizonte, Minas
Gerais State, one of them is the Feira
Nacional de Artesanato (National
Handcraft Fair),
organized by
Centro CAPES”, concluded.
CERTIFICATION INCENTIVES TO INCREASE PRODUCTION
Por/By: Rachel Francine Fotos/Photos: Walmir Monteiro
Todo o processo de mudança
gera expectativas e apreensão, e
acontece em momentos que existe
a necessidade do encontro com
novas oportunidades, possibilidades, caminhos e resultados. Para
a ceramista Flávia Guimarães, de
Belo Horizonte, a oportunidade
para participar do processo de certificação do Selo I.Q.S bateu em
sua porta em fevereiro de 2009.
Segundo a artesã, ela se encontrava sem rumo e desmotivada com a
baixa venda de seus produtos. “O
ano havia começado e eu não sabia
como dar continuidade ao meu
trabalho”, contou. Em 2004, Flávia
descobriu a arte com a cerâmica
após se recuperar de um problema
de saúde que a fez afastar-se da
profissão de Relações Públicas,
cargo que exercia numa grande
Every change process
generates expectations and
apprehension, and it takes
place when there is the need
to meet new opportunities,
possibilities, directions and
results. For the ceramist
Flávia Guimarães, from Belo
Horizonte, the opportunity to
take place in the I.Q.S Seal
certification process knocked
on her door in February,
2009. According to the artist,
she was lost and with no
incentive due to her products
be not selling well. “The year
had already began and I didn’t
know how to continue with
empresa. Animada com a proposta do Programa de Certificação da
Produção Artesanal (PCPA), a
artesã aperfeiçoou seu processo de
produção após receber por alguns
dias a visita dos consultores do
Centro CAPE em seu ateliê. “Eu
sempre procurei fazer meu trabalho da maneira
mais profissional
possível, mas o
olhar dos consultores e seus
conhecimentos
me ajudaram a
montar
meu
quebra-cabeça
que estava com
as peças soltas”,
comparou Flávia. De acordo
com a ceramis-
my job which, for me, was a
great achievement”, she told.
In 2004, Flávia discovered
art with ceramics while
recovering from a health
problem that forced her to
quit her public relations
career in a large company.
Thrilled with a proposal
from the Artisanal Production
Certification Program (PCPA
in Portuguese), the artisan
upgraded her production
process after receiving a few
visits from the Centro CAPE
consultants in her workshop.
“I’ve always tried to carry on
my work as professionally as
ta, em um mês de trabalho ela
conseguiu adequar às exigências
do PCPA e fez todas as mudanças
estruturais necessárias para ter
total conhecimento da sua cadeia
produtiva e reduzir, por exemplo,
o desperdício de materiais na
produção de suas peças.
possible, but the consultants’
keen eye and their knowledge
helped me to put the missing
parts of my puzzle in the right
place”, compared Flávia.
According to the ceramist, in
a month’s work she was able
to adapt to the PCPA
demands, implementing all
the structural changes to gain
total control of her production
line and, for instance, to
reduce the waste in the
production of her pieces.
13
Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas
CERAMISTA PRODUZ EM MAIOR
ESCALA MOTIVADA PELO SELO IQS
14
Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas
“Hoje consigo trabalhar com
dados reais e com métodos que
auxiliam na mensuração dos
resultados. Consigo pensar de
maneira mais organizada a
produção e comercialização
e ficou claro definir meu público
e o mercado”, destacou. A
ceramista encontra-se em processo de experimento para produzir
seu próprio esmalte, matéria
prima utilizada em seus produtos, na tentativa de reduzir ainda
mais o custo do seu trabalho.
Flávia produz uma média
de 40 peças por mês, trabalha
sozinha e o processo em seu
ateliê é todo artesanal. A mode-
lagem das peças é feita com as
mãos e também utilizando placas, moldes e torno. A argila é a
matéria prima principal em seu
trabalho, seguida do esmalte
que proporciona a cor para o
acabamento de tigelas, canecas,
xícaras, quadros, esculturas,
bijuterias, dentre outros utilitários e decorativos. Todas as
peças são queimadas em alta
temperatura, 1240º. “A aber tura do forno é sempre uma
surpresa, mesmo o forno elétrico que apresenta uma maior
previsibilidade em relação ao
forno à lenha ou a gás”.
A ceramista ressalta que
“Nowadays I’m able to work with real data and
methods that help the measuring of results. I’m able of
thinking the production and sales in a more organized way
and it became clear how to define my public and market”,
remarked. She is in a process of experimenting to produce
her own enamel, material used on her products, in an
attempt to reduce her costs.
Flávia produces an average of 40 pieces monthly, works
by herself and the process in her workshop is completely manual. The modeling of her pieces is manual as well as with
plates, models and torno. Clay is the main raw material in
her work, followed by the enamel that gives color for the finishing of bowls, cups, pictures, sculptures, jewelry among
todo o processo para a conquista
do Selo I.Q.S motivou seu
trabalho, proporcionou a minimização do tempo de produção
e a c ri aç ão de mais peças.
A modificação no ambiente
interno do ateliê gerou espaços
reservados para as ferramentas,
material de produção, forno,
torno, esmaltes e controles.
“Existem muitos artesãos que
possuem experiência e acabam
ficando estagnados, achando
que já trabalham da maneira
correta e profissional, mas
o olhar do consultor nos faz
enxergar outras possibilidades.
Vale a pena buscar pelo Selo IQS”.
others. They are all burned in high temperatures, 1240º C.
“It is always a surprise when I open the oven, even the electric oven which allows a higher predictability in relation to
the ovens that use gas or wood”.
The ceramist remarks that the whole process to be granted the I.Q.S Seal incentived her work, allowed the decrease of
the time of production and the creation of more pieces. The
physical changes in her workshop created room for tools, raw
materials, stove, potter’s wheel, enamels and control sheets.
“Many artisans have experience but stagnate, believing that
already work in a correct and professional manner, but the
consultants eyes makes us see other possibilities. It is worth
to go for the IQS Seal”.
QUALIDADE GERA QUALIDADE
15
QUALITY GENERATING QUALITY
Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas
Por/By: Daniel Barcelos Fotos/Photos: Walmir Monteiro
Para adequar-se às exigências
do mundo atual, em que termos
como “sustentabilidade” deixam
de ser apenas palavras e passam a
fazer parte das atividades
econômicas das mais diversas
áreas, a produção artesanal
brasileira caminha na direção de
novos conceitos. Acompanhando
tendências
mundiais,
todo
empreendedor, de qualquer que
seja o ramo de atividade, inevitavelmente precisará adequar seu
processo produtivo, sob a pena de
ver seu mercado reduzido a ínfimas frações do seu potencial. Isso
porque, cada vez mais, as preocupações ambientais e sociais tomam
conta do imaginário coletivo de
maneira global. E nem poderia ser
diferente diante das recentes constatações relacionadas ao clima do
planeta, ao crescimento desordenado da população, ao aumento
da fome e da miséria no mundo.
Observando essa tendência,
estampada mais nitidamente no
comportamento dos clientes
To adapt to current
demands when conceptions
as “sustainability” are not
just words but part of
diverse areas of economic
activity, the Brazilian
handcraft production goes
toward new concepts.
Following international trends,
every entrepreneur, of any
area of economic activity,
undoubtedly will need,
sooner or later, to adapt its the
internacionais, em um primeiro
momento, mas que também já
se enxerga nas exigências do
mercado interno brasileiro, o
Instituto Centro CAPE idealizou
um programa que auxilia o
artesão no sentido de melhorar
sua produção. O Programa de
Certificação
da
Produção
Artesanal (PCPA) foi desenvolvido, então, e desde 2003
vem colaborando para o aprimoramento dos processos pro-
market will be reduced to a
small fraction of its potential,
as environmental and social
issues increasingly become a
worldwide concern. And it
couldn’t be otherwise as we
are facing global warming,
overpopulation, hunger and
misery threatening our planet.
Observing this trend,
easier noticed on international
clients’ behavior firstly, but
also noticed on internal
dutivos do artesão mineiro.
Implantado inicialmente em
caráter piloto, o programa foi
sendo aperfeiçoado até culminar,
em 2006, no surgimento da
Organização
Instituto
de
Qualidade Sustentável. A organização capacita, avalia e fiscaliza os
artesãos que, uma vez aprovados,
recebem uma certificação, o Selo
IQS, que o identifica como ambientalmente correto, socialmente
justo e economicamente viável.
Brazilian market demands,
the Institute Centro Cape
designed a program to guide
the artisans towards improving the production. So,
the Artisanal Production
Certification Program (PCPA,
initials in Portuguese) was
created and since 2003 is
collaborating to improve
the productive processes of
the local artisans.
Implemented experimen-
tally at first, the program
went through improvements
until, in 2006, it became the
Organização Instituto de
Qualidade Sustentável (Sustainable Quality Institute
Organization). This Organization trains, evaluates and
checks the artisans who, once
approved, receive a certification, the IQS Seal, being
identified as environmentally
and socially correct.
16
Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas
Durante os três anos decorridos entre a idealizaA mesma percepção tem outra artesã, Carla
ção do projeto e a primeira certificação, o processo Ramos, que expõe seu trabalho na Feira de
foi sendo aprimorado ao ponto de conquistar credi- Artesanato da Avenida Afonso Pena, conhecida
bilidade junto aos compradores. Estima-se que, em nacionalmente como Feira Hippie, na capital
média, as vendas dos artesãos certificados aumente mineira. “Acho que o principal aprendizado foi
em 30%, o que torna o Selo IQS objeto do desejo com relação à organização do meu espaço. Hoje sei
exatamente o que tenho em
também dos produtores.
estoque, onde procurar um
A artesã paraense, radimaterial de que preciso, e
cada em Belo Horizonte há 9
“Hoje sei exatamente o que
isso me ajuda tanto na hora
anos, Helen Nilce Barbosa
tenho em estoque, onde procurar
de produzir quanto na hora
Rodrigues é um exemplo de
um material de que preciso, e
de sair para comprar matéria
quem apostou nessa tendênisso
me
ajuda
tanto
na
hora
de
prima”, revela enquanto
cia. Proprietária da marca
produzir quanto na hora de sair
mostra o exíguo cômodo de
Joana Joaninha, ela recebeu
casa onde trabalha
para comprar matéria prima”
em maio de 2009 o certificaMaria Rosalina Figueido IQS. Segundo ela, a
redo, mais uma artesã recencapacitação promovida pelos
certificadores ajudou a melhorar seu processo temente certificada pelo Instituto de Qualidade
produtivo. Ela possui um ateliê onde confecciona Sustentável, aponta outras vantagens trazidas
peças em patchworkI, como bolsas e objetos deco- pelo PCPA. “A capacitação me ajudou muito a
rativos, e conta que, ainda que recente, a capaci- definir o mínimo de peças produzidas por mês,
tação já produziu resultados notórios. “Eu me na organização do meu espaço e na valorização
organizo melhor e não perco tempo procurando dos produtos”, conta. Segundo ela, a certificação
materiais”, revela. Além disso, deixou de traba- já rendeu uma encomenda de peças para uma
lhar sozinha e já contratou duas ajudantes.
feira de fora da cidade de Belo Horizonte.
Throughout the three years between designing the
Another artisan thinks the same way, Carla Ramos has
Project and the first certification, the process was improved a stand at the Feira de Artesanato ( Handcraft Market) also
and earned customers’ credibility. It is estimated that, in known as Feira Hippie (Hippie Market). The market takes
average, the certified artisans’ sales have a 30% increase, place at Avenida Afonso Pena, the main avenue in Belo
what makes the IQS Seal so desired by producers.
Horizonte, on Sundays.” In my opinion, the most useful lesson
The artisan Nilce Barbosa Rodrigues, from the Iearned was how to organize my workshop. Now I know
northern State of Pará but living
exactly what I have in stock, where
for nine years in Belo Horizonte,
to look for a supply I need, and that
“Now I know exactly what I have in
capital of Minas Gerais State, is
helps me to produce more as well
an example of someone who bet on
as when I need to go out to buy
stock, where to look for a supply I
this tendency. Owner of the label
supplies”, she talks while showing
need, and that helps me to produce
“Joana Joaninha”, she received
the tiny room she works in.
more as well as when I need to go
the IQS certificate in May, 2009.
Maria Rosalina Figueiredo, is
out to buy supplies”
She agrees the capacitation she
another artisan who has been recently
went through to be certificated
certified by Organização Instituto de
improved her productive process. In her workshop, she Qualidade Sustentável (Sustainable Quality Institute
produces patchwork pieces, bags and decoration objects. Organization), she points out other advantages brought up by
She tells us that even though it is recent, the consultancy PCPA certification. “The capacitation helped me to define the
and training has showed noticeable results. “I’m better minimum of pieces produced monthly, organizing the working
organized and don’t waste time looking for my supplies”. area to increase the value of my product. The certification allowed
In addition, she hired two employees.
me to receive an order for a market out of town.
17
Just as her colleagues Carla and
Helen, Maria Rosalina points out the
advantages of having an organized
workshop. She goes further, and states
that the pricing of her products
is more adequate. “Even though I had
to raise some prices a little, the
production increased, the waste of
supplies diminished, and so my profits
are better”. Helen, remarks that she
improved her understanding of the
production chain in her workshop.
discriminando os gastos fi xos, com materiais,
e eliminando desperdícios”, conta. Mesmo
aspecto ressaltado p o r C a r l a , q u e a i n d a
s e l e m b r a d e u m f a t o r q u e considera
primordial: a remuneração. “Eu nunca havia
calculado o valor do meu tempo de trabalho.
Estabelecer o valor da hora
trabalhada é muito
importante, porque é
daí que vem meu
ganho, propriamente
dito”.
“I learned t o c a l c u l a t e c o s t s ,
dis c r im inating fixed expenses,
with supplies and avoiding
waste”. The same aspect pointed
out by Carla, who adds
something she considers
essential: her earnings. “I had
never calculated the value of
my time. Setting the value an
hour of work is very important,
because that is where my income
comes from”.
Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas
Assim como suas colegas Carla e Helen,
Maria Rosalina destaca as vantagens de organizar melhor seu ambiente de trabalho. Mas vai
além, e revela que a precificação de seus produtos
também está mais adequada. “Algumas peças
estavam com seus preços abaixo do custo e
sofreram pequenos reajustes. Agora sei que
negocio mi nhas peças a valores mais justos”,
c o n st a t a a a rte sã . H e l e n, por sua vez,
destaca que melhorou seu entendimento a
cerca da cadeia produtiva de seu ateliê.
“Apren di a calcular todos os meus custos,
18
Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas
De acordo com Tânia
Machado, presidente do Ins tituto Centro Cape, os ótimos
resultados alcançados pelos
artesãos que passaram pela
certificação têm atraído a
atenção de artesãos de fora do
estado de Minas Gerais.
“Nosso objetivo é certificar,
nos próximos anos, um gran de número de artesãos em
todo o território nacional”,
projeta. Já o consultor Ar na ldo Vieira conta que chegar
nas oficinas, depois de concluído o trabalho, e ouvir o
relato dos artesãos que hoje
conseguem reduzir o tempo
de produção das peças e, por
isso, estão mais disponíveis
para investir na criação, é
motivo de muito orgulho. “O
aumento das vendas é outra
questão importante. Sabemos
que famílias e comunidades
vivem da produção artesanal
e, a partir do IQS, podem vislumbrar uma melhor qualidade
de vida”, ressalta.
No último mês de maio,
além das três citadas anteri ormente, outros 12 artesãos
According to Tânia Machado, Institute Centro
Cape’s presidente, the wonderful results reached by
artisans who passed through certification have
attracted the attention of artisans from all over
Brazil. “Our goal is to certify, in the coming years,
a large number of artisans all over Brazil”. The
consultant Arnaldo Vieira says that arriving at the
workshops, after the consultancy work has been
concluded and listening to the artisans telling that
now they are able to reduce the production time and
consequently have more time available to spend on
creation, makes him very proud. “The increase on
sales is another important issue. As we know that
families and communities depend on the crafts
production to make a living and now, since the
fo ram certificados. Eles têm
motivos para acreditarem que
serão mais valorizados daqui
para frente. Na edição 2009
do Prêmio Top 100 de
Artesanato, promovido no
Rio de Janeiro pelo Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro
Empresas
(Sebrae),
cem
unidades pro dutivas do país
foram contempladas, sendo
Minas Gerais o estado com
maior número de inscrições.
Dos seis mineiros ganha do res, quatro eram certificados
com o Selo IQS.
IQS, can foresee a better quality of life” he remarks.
Past May, twelve other artisans, besides the
three already mentioned, have been certified. They
have enough reasons to believe they will be more
valued from now on. On The Top 100 Handcraft
Award (Prêmio Top 100 de Artesanato, in
Portuguese), 2009 Edition in Rio de Janeiro,
sponsored by the Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro Empresas (Sebrae), a government office that
supports small business, a hundred producing
unities from Brazil were recognized, while Minas
Gerais was the State that presented the largest
number of participants. Six awards went to Minas
Gerais and four of the winners had been certified
with the IQS Seal.
MOSAIC ARTIST GETS A NEW LIFE
Por/By: Rachel Francine Fotos/Photos: Walmir Monteiro
Pintura com cacos. Foi assim que a artesã
Marisa Sônia Lanna, do ateliê Arte Mosaico, de
Belo Horizonte, descreveu seu trabalho com o
mosaico, atividade que ela exerce com prazer há
10 anos. Centrada e com alma de artista, Marisa
lembra que até o início de 2009 achava que para
concretizar seu trabalho precisava apenas utilizar
a imaginação e a criatividade. Viu que não era
bem assim, seria necessário realizar mudanças no
seu processo de produção e adequar seu tempo de
trabalho para conquistar novos rumos.
Painting with shards. This way
the artisan Marisa Sônia Lanna, from
Belo Horizonte’s Arte Mosaico workshop, described her mosaic work,
activity she has pleasantly been
involved with for 10 years. Focused
and with the spirit of an artist,
Marisa remembers that until early
2009 she thought that just imagination
Foi assim que a artesã resolveu participar
do processo de certificação do Selo I.Q.S., que
lhe proporcionou uma visão mais ampla para
reorganização do seu negócio. “Eu sempre
reclamava que não conseguia fabricar para lojistas, nem exportar meu produto. A produção das
peças em mosaico é mais demorada e meu
espaço de trabalho estava desorganizado,
perdíamos muito tempo procurando materiais e
ferramentas; e não tínhamos noção do que era
nossa cadeia produtiva.”, lembrou.
and creativity were enough to get her
work done. She found out it was not so.
Changes in her production process were
necessary as well as to better use her
time in order to conquer new horizons.
That was how the artisan decided to be part of the I.Q.S. Seal
Certification Process, which made
her see better how to reorganize her
business. “I always complained that
I couldn’t produce for shops or
export my product. The mosaic
pieces production takes more time
and my working area was not
organized, we wasted a lot of time
looking for supplies and tools; and
had no idea of what our production
chain was.”, remarked.
19
Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas
VIDA NOVA PARA ARTESÃ
QUE CRIA PEÇAS EM MOSAICO
20
Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas
O Mosaico
Mesas, quadros, espelhos e vários
outros tipos de adornos são produzidos
com o mosaico. A arte com esta técnica
consiste em peças recortadas, que coladas
próximas umas das outras, produzem um
efeito visual, como uma pintura, desenho
ou imagem. Geral mente as peças são
feitas com pastilhas de vidros, pastilhas
de porcelana, azulejos, pedras e cerâmicas
e são coladas em bases que podem ser de
pedra ardósia, cimento, cerâmica, vidro,
MDF ou compensado. No ateliê Arte
Mosaico, uma mesa de um metro leva
cinco dias para ficar pronta e sai na faixa
de R$500,00 à R$700,00, dependendo
do tipo da base.
The mosaic
Tables, pictures, mirrors and various
decoration pieces can be produced with the mosaic.
The art with this technique consists of shards
which when placed next to each other produce a
visual effect similar to a painting, drawing or a
picture. Usually the shards are made of glass,
porcelain, ceramics and stones that are glued on
supports that can be stone, cement, ceramic, glass
or wood. At Arte Mosaico’s workshop, a one-meter
table takes five days to be produced and goes for
around U$250.00 to U$350.00, according to the
material used as a support.
Somente após receber
a consultoria da equipe
do Programa de Certificação da Produção
Artesanal (PCPA), Marisa
que tem como companheira de trabalho a
artesã Luciana Lanna dos
Santos, sentiu que não
focava no processo de
produção e que desperdiçava uma grande
quantidade de material, o
que onerava os custos do
produto final e a fazia
perder muito tempo.
Duas semanas de
trabalho intenso com a
participação do consultor
por três dias consecutivos
no ateliê. Esse foi o tempo
necessário que ajudou a
artesã a perceber todos os
erros e enganos cometidos.
“Tivemos que modificar
todo o nosso espaço de
trabalho, apenas mudando
móveis de lugar, etiquetando as matérias primas e
estipulando os espaços
para produção, acabamentos, moldes, dentre
outros. Hoje temos capacidade para produzir o
dobro de peças e em
menos tempo. Temos os
materiais próximos de
nossas mãos.”, frisou.
Only after getting
consultancy from the team of
the Artisanal Production
Certification Program (PCPA
in Portuguese), Marisa who
has as a partner the artisan
Luciana Lanna dos Santos,
figured she didn’t focus on the
production process and that a
large amount of supplies were
wasted, this raised the cost of
the final product and she
wasted a lot of time.
Two weeks of intense
work with the participation of
the consultant for three
consecutive days in the
workshop. That was the time
necessary to help the artisan
to pinpoint the errors and
mistakes carried out. “We had
to modify our whole working
area, moving the furniture,
labeling raw materials
and defining the area for
production, finishing, models,
etc. Today we are able to
produce twice as much in a
shorter period of time. The
supplies are at hand.”
21
comemora as novas conquistas.
“Valeu a pena todo o trabalho
para adequar a infra-estrutura do
ateliê. Além de aumentarmos
nossa capacidade e processo
de produção, trabalhamos
ambi ental mente corretos e
sustentáveis e nossa qualidade
de vida melhorou 100%. A
consultoria, além de ajudar
na vida profissional, nos faz
repensar as mudanças necessárias para a vida pessoal, para
que possamos estar em perfeita
harmonia. Aconselho aos artesãos que ainda não possuem o
Selo a correr atrás da novidade”,
observou Marisa.
The artisan produces about 50 pieces monthly and always
has products for sale at the Central Mãos de Minas shop.
She also accepts orders and teaches classes to people
interested in learning the trade.
Currently, with the IQS seal, the artisan celebrates
her new achievements. “The works to adequate the
workshop infrastructure was worthwhile. Besides
enlarging our capacity and production process, we work
environmentally correct, with sustainability and our
quality of living has improved a 100%. The consultancy,
besides helping our professional life, makes us rethink the
necessary changes for our private life so we can live in perfect
harmony. I advise the artisans who still do not have the Seal to go
for this innovation”, observed Marisa.
Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas
A artesã produz cerca de
50 peças por mês e sempre
tem produtos para venda na
loja da Central Mãos de
Minas. Trabalha também por
encomenda e oferece aulas
para as pessoas interessadas
em aprender o ofício.
Hoje, com o Selo IQS, a artesã
22
APOIO AO ARTESANATO
Entrevista Interview
SUPORT TO HANDCRAFT
Por/By: Rodrigo Narciso Foto/Photo: Divulgação
Eleito vice-governador de Minas Gerais, em 2006, Antônio Augusto Anastasia já
ocupou diversos cargos nos governos estadual e federal, entre outras atividades
exercidas na administração pública. Durante o exercício dessas funções, o
vice-governador desenvolveu importantes projetos de estímulo à produção e
comercialização do artesanato mineiro. Em entrevista à Brasil Feito a Mão,
Anastasia fala sobre as ações em apoio à produção artesanal
O Governo do Estado percebe
o artesanato como importante
instrumento de geração de renda
em Minas Gerais?
Sim, com a mais absoluta
certeza, pois reconhecemos que
o artesanato sempre foi gerador
de renda, principalmente nas
pequenas comunidades do
Estado, onde, muitas vezes, é a
principal fonte de trabalho. É um
importante segmento da nossa
economia, formado por milhares
de artesãos, que já trabalham de
forma mais organizada, buscando
uma produção sustentável. O
Governo de Minas vem trabalhando na implementação de
políticas mais robustas para o
fortalecimento do setor, como a
criação de diretrizes e de um
plano de negócios para o artesanato, o cadastramento do artesão
mineiro, além da capacitação da
mão-de-obra e do incentivo à
comercialização para estimular a
expansão do mercado.
O senhor foi determinante
para que o artesanato fosse
transferido da Secretaria de
Assistência Social para a
Elected vice-governor of Minas Gerais in 2006, Antônio Augusto Anastasia has
occupied different positions at State and National government administration levels.
The now vice-governor has implemented important projects to foster production and
sales of handcraft made in Minas Gerais. In an interview to Brazil Made by Hand,
Anastasia tells us about the policies to support handcraft production
Does the State Government see handcraft as
an important instrument to generate income in
Minas Gerais?
Yes, absolutely, as we recognize that handcraft has always
been generating income, mainly in small towns, where it often
is the main source of employment. It is an important segment
of our economy, composed of thousands of artisans who now
work in a more organized way aiming at a sustainable
production. The government of Minas Gerais is working to
implement stronger policies to strengthen the sector, for
instance the creation of guidelines and a business plan for
handcraft, the registration of the artisans, besides the capacitation
and the incentive to sales to stimulate market growth.
You played an important role when handcraft
was transferred from the Welfare Office to the
Economic Development Office. Did this change favor
improvements in the area?
We did collaborate for the creation of a Handcraft
Division in the Industry, Business and Services State Office, a
branch of the Economical Development State Secretary (Sede).
We try to replace a vision of paternalism, used to deal with
handcraft, for one that sees it as an important economic activity,
producing wealth for the workers who became economic agents
and for the whole society involved in the productive chain,
from manufacturing to sales. We intended to provide the sector
with the necessary tools for the sustainable development of the
business. Implemented a new public policy, the handcraft from
Minas Gerais has now available a number of instruments
capable of multiplying the production capacity. The first
stimulus is a special taxes regime which allowed, by means of
a protocol of intentions, a tax break for the state artisans.
Minas Gerais Government, through the Sede, has also formed
partnerships for technical cooperation with institutions at all
levels of government. A communication channel with the
Ministry of Development, Industry and Foreign Trade was
established, as it is responsible for the Brazilian Handcraft
Program (Programa do Artesanato Brasileiro –PAB, in
Portuguese). The Superintendência de Artesanato (Handcraft
Affairs Office) is also responsible for the participation of
handcraft from Minas Gerais in markets and fairs all over
Brazil and even abroad. We should highlight the integration
promoted by the State Government between the State
Secretaries of Economical Development and Tourism, a very
productive partnership. This partnership takes place in the
Production Associated to Tourism Program (PAT), a Ministry
of Tourism initiative that includes handcraft as a product.
Minas Gerais é o Estado líder do ranking de
exportações do artesanato brasileiro. O Governo
de Minas acredita que o setor possui potencial
para ampliar essas exportações? Existem projetos
de estímulo?
A riqueza do artesanato mineiro, que revela a
grandeza cultural de Minas, tem um papel muito
importante também no ambiente sócio-econômico
de nosso Estado. É uma atividade que possui
enorme potencial para continuar ampliando suas
exportações. Nossos artesãos contam com o apoio
Minas Gerais State is number one in handcraft
exports in Brazil. Does the State Government believe the
sector can increase the sales abroad? Are there projects
to stimulate that?
The richness of the handcraft from Minas Gerais, which
shows the greatness of Minas’ culture, plays an important
role also in the State’s social-economical context. It is an
activity with a huge potential to increase the exports. Our
artisans are supported by Central Exportaminas, which was
created with the intention to make it easier to export, increasing
the opportunities for our products in foreign markets. The
Central Exportaminas provides support free of charge from a
team of foreign trade specialists. On the internet, besides links
to sites related to export, the artisan can register to receive
23
Comércio Exterior, onde está o Programa do
Artesanato Brasileiro (PAB). A Superintendência de
Artesanato também é responsável pela participação
do artesanato mineiro em feiras e eventos regionais,
que acontecem por toda Minas Gerais, além dos
eventos nacionais e até internacionais. É importante
destacar, ainda, o trabalho integrado promovido
pelo Governo de Minas entre as secretarias de
Estado de Desenvolvimento Econômico e a de
Turismo (Setur), uma parceria extremamente produtiva. Esta parceria acontece no programa
Produção Associada ao Turismo (PAT), do
Ministério do Turismo, que tem como um dos seus
produtos o artesanato.
Entrevista Entrevista
Interview
Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Essa
mudança permitiu avanços ao setor?
É verdade que colaboramos para a criação da
Superintendência de Artesanato, que integra a
Subsecretaria de Indústria, Comércio e Serviços,
órgão da Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Econômico (Sede). Buscamos substituir a visão de
cunho assistencialista, até então atribuída ao artesanato, por seu reconhecimento como importante
atividade econômica, produtora de riquezas para o
trabalhador, alçado ao posto de agente econômico, e
para a sociedade envolvida na cadeia produtiva,
desde a manufatura à comercialização. Tínhamos e
temos o objetivo de oferecer ao setor as ferramentas
necessárias para o desenvolvimento sustentável de
suas atividades. Com a implantação de uma política
pública, o artesanato mineiro está cercado de instrumentos capazes de multiplicar sua capacidade. O
primeiro estímulo é o regime fiscal especial, que permitiu, por meio de um protocolo de intenções, a
redução da carga tributária para o artesão mineiro.
O Governo de Minas, por meio da Sede, também firmou convênios e termos de cooperação técnica com
várias instituições nas esferas municipal, estadual e
federal. Foi estabelecida interlocução permanente
com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
24
Entrevista Interview
da Central Exportaminas, que foi criada com o
objetivo de facilitar as exportações, ampliando as
oportunidades dos produtos mineiros no mercado
internacional. Essa Central Exportaminas oferece
atendimento gratuito de uma equipe especializada
em negócios internacionais. Na internet, além dos
links para os sites relacionados à exportação, o
artesão pode se cadastrar para receber o roteiro básico
de exportação e enviar suas dúvidas. Há também o
call center, com atendentes especializados que
registram a consulta e encaminham para análise dos
consultores em comércio exterior. Em um prazo
máximo de 48 horas, o artesão recebe um relatório
por escrito sobre sua consulta, da forma que preferir;
pode ser por e-mail, fax ou correio. O artesão mineiro
pode, ainda, agendar o atendimento pessoal com
um dos consultores, no escritório da Central
Exportaminas e encontra todas essas informações
detalhadas bem como outras orientações de negócio
no portal da Central Exportaminas . Enfim, uma gama
de informações disponibilizadas pelo Estado e de fácil
acesso ao artesão mineiro para o desenvolvimento de
sua atividade do ponto de vista econômico.
Desde abril deste ano, a Oficina de Embalagem
é uma realidade para o artesão mineiro. Essa
information on the basic steps to export and clear out doubts.
There is also a call center, with specialized operators to take
note of the demands and direct them to the analyses of foreign
trade specialists. In a maximum of 48 hours, the artisan
receives an answer, either by e-mail, fax or mail. The Minas
Gerais artisan can also schedule a visit with the consultants
at Central Exportaminas’ headquarters and find detailed
information and guidelines for business deals on Central
Exportaminas’ home page .Finally, a wide range of information
made available by the State Government and easy to be accessed
by the artisans instruct about the development of the
economical aspects of the activity.
Starting in April, the Packaging Workshop is now
available to Minas Gerais’ artisans. This workshop was
long ago requested by handcraft producers. Has the
State Government supported this initiative?
Yes. The Minas’ Government, through the State
Secretary for Social Development (Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Social -Sedese), supported this initiative
oficina atende uma reivindicação antiga dos
produtores artesanais. O Governo do Estado
apoiou essa iniciativa?
Sim. O Governo de Minas, por meio da
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social
(Sedese), apoiou essa iniciativa com o repasse de
recursos ao Instituto Centro de Capacitação ao
Empreendedor (Cape)/Mãos de Minas.
A construção do Centro de Feiras e Exposições
Expominas, em Belo Horizonte, foi importante
para melhorar a qualidade dos eventos realizados
na cidade. O Expominas é parte de um projeto
mais amplo de melhoria da infraestrutura para
grandes eventos?
Seguramente. Com a estrutura do Expominas,
Belo Horizonte pôde passar a captar eventos de
maior porte nacionais e internacionais.
Atualmente, é o principal espaço que nos permite a
realização deste perfil de eventos em Minas Gerais.
O Expominas integra uma série de ações para
incrementar o turismo de negócios e eventos em
Belo Horizonte, por meio de parceria do Governo de
Minas com o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID). E faz mesmo parte de um
projeto mais amplo da melhoria de infraestrutura
with funding to the Instituto Centro de Capacitação ao
Empreendedor -Cape (Entrepreneur Capacitation Center
Institute)/Mãos de Minas.
The building of a fairs and exhibits complex, the
Expominas, in Belo Horizonte, was important to
improve the quality of the events that take place in the
city. Is Expominas part of a broader project to improve
the structure of large events?
Certainly, with the structure of Expominas, Belo
Horizonte now is able to host larger national and international
events. Nowadays, it is the main exhibits area in the State and
allows events of magnitude in Minas Gerais. The Expominas
integrates a series of actions to incentive business tourism and
events, in Belo Horizonte, through a partnership between
Minas Government and Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID). And it is part of a broader plan
to improve the infrastructure in the area, as since its
implementation, there have been articulations to improve the
services offered in town. This articulation was achieved
through the assembling and implementation of the Rede de importance for Minas Gerais. Last year’s edition brought
Turismo de Negócios e Eventos (Events and Business Tourism 184 thousand visitors to Expominas in the six days the
Network), by Minas Gerais Tourism Secretary. Through this event lasted. It shows how big it is, attracting people from
network, the production chain has been working cooperative all over the country, who buy handcraft and also spend on
and coordinately offering the necessary services to different hotels, bars, transportation, restaurants, energizing
sectors connected to tourism.
event profiles. It would be of no help
Besides, it is a great opportunity
to have a Convention and Exhibits
“The
Feira
Nacional
do
for people to visit Belo Horizonte
Center of quality, if we did not
Artesanato
is
the
largest
window
and surroundings. In this context,
improve the hotel, transportation,
the exhibitors who come from
restaurant and other services.
for handcraft in Latin America,
different parts of Brazil bring in
Thanks to this articulation, Belo
consequently an event of great
resources to the economy.
Horizonte is now able to host large
importance for Minas Gerais”
Another essential aspect is the
national and international events.
promotion of handcraft itself as
This year the Feira Nacional de Artesanato according to a research on the economic impact of
(Handcraft National Fair) is on the 20th Edition. How International Events, presented by the Empresa
important are events like the Feira Nacional, for Brasileira de Turismo - Embratur (the Brazilian Tourism
Agency), the item on shopping and gifts represents
Business Tourism in the State?
The Feira Nacional do Artesanato is the largest window 32,80% of what is spent by a business tourist and 60% of
for handcraft in Latin America, consequently an event of great them show a preference for local crafts.
25
Entrevista Entrevista
Interview
dessa área, na medida em que, a partir de sua vitrine do artesanato na América Latina e, portanto,
instalação, houve uma articulação para melhorar a um evento de grande importância para Minas
prestação de serviços na cidade. Essa articulação Gerais. Na edição do ano passado, 184 mil
se deu através da montagem e implantação da Rede visitantes passaram pelo Expominas em seis dias
de Turismo de Negócios e Eventos, pela Secretaria de evento. Isso demonstra a expressividade da
de Estado de Turismo de Minas Gerais. Por meio feira, atraindo público de todo o país, que compra
o artesanato e também gasta
dessa rede, a cadeia produtiva
em hotéis, bares, transporte,
começou a atuar de forma
“A
Feira
Nacional
do
restaurantes, movimentando
cooperada e articulada presoutros setores afins do
tando serviços adequados
Artesanato é a maior vitrine
turismo. Consiste, ainda,
para os diversos perfis de
do artesanato na América
numa grande oportunidade
eventos. De nada adiantaria
Latina
e,
portanto,
um
evento
para as pessoas também
ter um centro de convenções
de
grande
importância
para
o
conhecerem Belo Horizonte
e exposições de qualidade,
e seu entorno. Dentro desse
sem melhorar o atendimento
estado de Minas Gerais”
contex to, até mesmo os
em hotelaria, transporte,
expositores vindos de várias
restaurantes, etc. Graças a
este trabalho articulado, Belo Horizonte hoje pode partes do Brasil injetam recursos na economia
se candidatar a receber eventos de grande porte mineira. Outro ponto fundamental é a promoção
do artesanato propriamente dito, isto porque
nacionais e internacionais.
segundo a pesquisa de impacto econômico de
Este ano, a Feira Nacional de Artesanato Eventos Internacionais, realizada pela Empresa
completa 20 anos. Qual a importância de eventos, Brasileira de Turismo, a Embratur, o item sobre
do porte da Feira Nacional, para o Turismo de compras e presentes representa 32,80% do gasto
do turista de negócios, com a preferência de 60%
Negócios no Estado?
A Feira Nacional do Artesanato é a maior deles pelo artesanato local.
26
Mercado Externo Foreign Market
COOPERATIVISMO:
PRODUTO DE EXPORTAÇÃO
EXPORTING THROUGH MUTUAL COOPERATION
Por/By: Daniel Barcelos Fotos/Photos: Walmir Monteiro
A expressão “comércio exterior” remete,
geralmente, a negócios mirabolantes, organizações
multinacionais e bacharéis especializados. Mas, por
outro lado, temos relatado em “O Brasil Feito a Mão”
diversas possibilidades que também existem. É o
caso, por exemplo, da Cooperativa de Artesãos
Futurarte, que foi fundada em 2004 pela ONG Missão
Ramacrisna, e congrega artesãs do bairro Santo
Afonso, zona rural de Betim, na região metropolitana
de Belo Horizonte (MG). O grupo de trabalhadoras
tem conquistado mercados em outros países desde
2007, quando teve um de seus produtos – uma bolsa
feita com papel de jornal e tecido de chita – premiado
em feira de design na Alemanha.
Desde seu lançamento, a Futurarte tem o objetivo
de gerar renda e condições de vida digna e sustentável para os cooperados. “No início, o intuito era de
The expression “foreign trade”
reminds, usually, exotic business,
multinational organizations and
schooled specialists. On the other hand,
there are many possible success stories
told on Brazil Made by Hand Magazine
(“O Brasil Feito a Mão” in Portuguese). That’s the case of Cooperativa
de Artesãos Futurarte (Futurart
Artisans cooperative, for instance.
Created by the NGO Ramakrishna
Mission (Missão Ramacrisna in
Portuguese) in 2004. It congregates
artisans from a neighborhood called
Santo Afonso, just outside Betim, a city
não deixar ‘órfãos’ os jovens que já participavam
da história da Missão Ramacrisna, e de ser um
instrumento facilitador no processo de realização
pessoal de cada um”, conta Solange Bottaro, superintendente da instituição. Com o tempo, o projeto
agregou as mulheres da comunidade onde fica a sede
da Ramacrisna. “E esse fato foi altamente positivo,
pois gerou uma troca de experiências bastante interessante”, lembra. Segundo ela, esse era um público
altamente vulnerável e com poucas chances de
inserção no mercado formal de trabalho.
Segundo ela, foi através de parcerias com o
Instituto Centro Cape, Central Mãos de Minas e
Sebrae foram ofertados cursos de associativismo,
empreendedorismo, precificação e design, entre
outros, de forma a capacitar os participantes para o
gerenciamento do seu próprio negócio.
in the Great Belo Horizonte area. A
group of ladies has reached foreign
markets since 2007, when one of their
products – a bag made of newspapers
and flowered fabric – got a prize at a
German design fair.
From the beginning, Futurarte
aims at generating sustainable income
and a better living for cooperative
members. “In the beginning, our intention
was to provide a “parenting” to
youngsters involved in the Missão
Ramacrisna, and to facilitate their process
of growing up”, tells Solange Bottaro, the
institution’s superintendent. As time
passed, the Project included women from
the community where the Ramacrisna’s
headquarters is located. “This decision
was highly positive as it generated a
very interesting sharing of experiences”,
she recalls. That was a highly vulnerable
group and with few chances to get
a formal job.
Solange says that it was through
partnerships wit the Instituto Centro
Cape, Central Mãos de Minas and Sebrae
that cooperativeness, entrepreneurship,
pricing and design courses were offered,
enabling the participants to manage
their own businesses.
Nowadays, Futurarte agregates
"Innovative Solutions", held
24 artisans, but this number
at the Tendence Lifestyle –
changes and may reach 33 at
International Gift Fair, Kitchen
times. The mix of 140-products
Utensils and Interior Design,
pleases foreign costumers as
in Frankfurt.
they use recycled materials, for
According to Ramacrisna
being in accordance with “fair
superintendent, from the total
trade” standards (which take
sales of Futurarte, currently,
in consideration social and
20% go to foreign customers like
environmental variables in the
Fabio Navarro (Spain), Green
productive chain), the attention
Veranda (USA) and Claudia
with the finishing, originality in
Durr (Germany). “Besides the
design and functionality. Those
bags, sousplas, trays, clocks,
were the aspects, by the way, that
folders,
got them the Form Award, given
made of recycled material; the
by the German Arts and Crafts
cooperative also produces mats
Association, the Bundesverband
and table cloths from natural
Kunsthandwerk, in the category
cotton fibers, using a loom”.
and
other
objects
27
Ino va do ras", durante a
Tendence Lifestyle – Feira
Internacional de Presentes,
Utensílios de Cozinha e
Decoração de Interiores,
em Frankfurt.
Segundo a superintendente da Ramacrisna, do
total comercializado pela
Futurarte, atualmente, 20%
são destinados a clientes
internacionais como Fabio
Navarro (Espanha), Green
Veranda (Estados Unidos) e
Claudia Durr ( Alemanha).
“Além de bolsas, sousplas,
bandejas, relógios, pastas e
outros objetos de material
reaproveitado, na cooperativa também são produzidos
tapetes, caminhos de mesa e
jogos americanos a partir da
fibra natural de algodão,
com uso de técnicas do tear
mineiro”, lembra.
Mercado Externo Foreign Market
Atualmente, a Futurarte
conta com 26 artesãs, mas
esse número é variável e
pode chegar a 33, dependendo do momento. O mix
de 140 produtos tem agradado aos compradores de outros países porque são
caracterizados pela utilização de matéria prima
reaproveitável, o alinhamento às preconizações do
chamado “comércio justo”
(que leva em conta as
condições socioambientais
de toda a cadeia produtiva),
o cuidado com o acabamento
das peças e por um design
original e funcional. Foram
esses aspectos, aliás, que
levaram ao Prêmio Form, da
Associação de Artes e
Artesanatos da Alemanha, a
Bundesverband Kunsthandwerk, na categoria "Soluções
28
Mercado Externo Foreign Market
Relações institucionais
Desing e ecologia
Uma parceira firmada com a
tecelagem Horizonte Têxtil tem
permitido importantes avanços
para a cooperativa Futurarte.
Através
dela,
chegam
às
cooperadas novas tendências de
design com a colaboração do
estilista Ronaldo Silvestre. “Ele
ajuda a criar novas coleções e a
pesquisar matérias primas como
um tecido desenvolvido pela
Horizonte Têxtil, à base de
garrafas pet”, explica Solange
Bottaro. Ela su gere que toda
ajuda é bem vinda e muito bem
aproveitada pelas artesãs do
grupo, ao afirmar que “as
cooperadas são extremamente
criativas, e desenvolvem novos
produtos independentemente do
lançamento de novas coleções”.
O sucesso da Futurarte
e a sua própria existência
só são possíveis porque a
o mais curioso deles, é
a visita anual do Projeto
Solidariedade Globalizada,
cooperativa contou, desde a
sua fundação, com a parceira de instituições que
contribuíram para o seu
desenvolvimento. A Missão
da Liverpool Hope University,
do qual a Ramacrisna é a
única parceira fora dos
continentes africano e asiáti co. Coordenados pela
Ra ma crisna, por motivos
óbvios, é o melhor exemplo
disso, ao lado da Petrobras
(patrocinadora da coope rativa). As exportações e
ce ra mis ta e bacharel em
artes, Susan Disley, alunos
e professores do curso de
moda da universidade inglesa desenvolvem, durante
participações em eventos
quin ze
internacionais, conquistadas
com muita competência e
trabalho, claro, também são
ar tís ti cas junto às crianças
e adolescentes em situação
de risco social. As visitas
reflexo da colaboração de
parceiros como o Instituto
Centro CAPE, o SEBRAE e
culminam com a produção
de objetos que valorizam
matérias primas naturais,
a Apex Brasil.
Outro exemplo, talvez
a exemplo dos produtos
da Futurarte.
dias,
atividades
Institutional relations
Design and ecology
A
partnership
with
Horizonte
Textiles has allowed important improve-
Futurarte’s success – actually,
the most interesting one, is
its existence itself – is only
the annual visit made by the
made possible by the partner
Projeto Solidariedade Globalizada
ments for the Futurarte cooperative.
institutions that contributed to
(Global Solidarity Project), from
Through it, the cooperative members
the cooperative’s development
Liverpool Hope University, being
learn about new trends in design getting
from the very beginning. The
Ramacrisna their only partner in
the collaboration of the fashion designer
Ramacrisna Mission, for obvious
a continent other than Africa and
Ronaldo Silvestre. “He helps to create
reasons, is the best example, together
Asia. Coordinated by the ceramist
new collections and to research new
with Petrobras, another sponsor.
and art graduate, Susan Disley,
materials as a fabric created by Horizonte
The exports and participations
students and professors from the
Textiles, using discarded plastic bottles”,
in international events were
English
explains Solange Bottaro. She suggests
achieved
serious
design course, for 15 days, carry on
that any help is welcome and the group
work, are also a result from
artistic workshops with children
partnerships with the Instituto
and teenagers. The visits result
Centro CAPE, SEBRAE and
in production of objects that
Apex Brazil.
value natural materials, similar
tries to make the most out of it “the
artisans are very talented and create new
products continuously”.
with
hard
Another example, perhaps
University’s
to what Futurarte does.
fashion
29
A Cooperativa Futurarte tem transformado as
mulheres da região rural de Betim em verdadeiras
empreendedora. Prova disso é o resultado da produção no ano de 2008, que foi bastante positivo
para as artesãs. No ano passado foram comercializadas 17.134 peças. A renda média das cooperadas
nesse ano também aumentou: elas receberam uma
média de R$ 569,00. Essa renda beneficia tanto as
cooperadas quanto suas famílias, totalizando o
apoio direto e indireto a cerca de 140 pessoas da
região. Além disso, ajuda a movimentar a microeconomia da zona rural de Betim, onde vivem essas
famílias. “A Futurarte mudou minha vida, pois me
deu independência financeira”, afirma a artesã e
presidente da Cooperativa, Dalva Rocha Freitas, de
34 anos. Ela revela que, antes de se juntar ao grupo,
conseguia alguma renda com as poucas peças de
croché que produzia em casa. Hoje, segundo ela
própria, pode se considerar uma nova mulher.
O resultado do trabalho das artesãs da
Futurarte é vendido em alguns estados do Brasil,
como São Paulo (nas lojas paulistas do Grupo Pão
de Açúcar, por meio do projeto Caras do Brasil),
Minas Gerais (em eventos como a Feira Nacional
de Artesanato e a Unilar), Rio de Janeiro (na Feira
da Providência e no Fashion Business do Fashion
Rio), e através de encomendas particulares
e de empresas (brindes).
Success
The Cooperative Futurarte has
made entrepreneurs out of the
women. They had a very productive
year in 2008. 17,134 pieces were
sold last year. Their individual
income increased and they earned
U$ 285.00 in average. This income
benefits up to 140 people in the
region, including the artisan’s
families, and contributes to the whole
economy in Betim’s countryside,
where those families live. “Futurarte
changed my life giving me financial
independence”, says the artisan
and Cooperative president Dalva
Rocha Freitas, 34 years old. She
tells that before joining the group
she had some income from a few
knitted pieces she made at home.
Now, she says, she is a new woman.
The result of their work is sold in
some Brazilian States like São Paulo
(at Pão de Açúcar stores through the
project Caras do Brasil), Minas
Gerais (at the Feira Nacional de
Artesanato and Unilar), Rio de
Janeiro (at Feira da Providência and
Fashion Business at the Fashion Rio),
through orders from individuals
and companies (gifts).
Mercado Externo Foreign Market
Crescimento
30
Mercado Externo Foreign Market
Missão Ramacrisna
Apesar do que possa sugerir
a deno minação “missão”, a
Ramacrisna não está ligada a
nenhuma instituição religiosa.
Ela foi criada há 50 anos, pelo
professor Arlindo Correa da
Silva, com o objetivo de promover
o desenvolvimento humano em
populações em condições de
vulnerabilidade social, através
da educação, profissionalização,
da arte e do apoio social.
O nome da instituição foi escolhido em homenagem ao sábio e
filósofo Sri Ramakrishna, que viveu
na Índia entre 1836 e 1886. Sri
Ramakrishna era ecumenista e
pregava o trabalho social como
forma de edificação do ser humano.
Hoje, a Ramacrisna atende,
por ano, cerca de 3 mil pessoas
com idades a partir dos seis anos.
São 486 alunos do ensino fundamental de 5 escolas publicas, a
quem oferece auxilio pedagógico,
aulas de inglês, dança, artesanato,
canto, percussão, violino, oficina
de artes, esportes e informática.
Além disso, oferece cursos profissionalizantes para jovens com
mais de 16 anos em situação de
risco social e pessoal, alfabetização
de adultos e outras atividades.
Ramacrisna Mission
populations in conditions of
krishna was an ecumenist
schools who receive pedago-
suggest
social vulnerability through
and preached social work as a
gical support, English, dance,
otherwise, Ramacrisna has
professionalizing, art and
road to improvement of men.
handcraft, singing, percussion,
no link to any religious
social support.
Even though the name
“mission”
may
Today,
Ramacrisna
violin, arts, sports and
institution. It was created 50
The name of the insti-
supports, yearly, around 3
computing classes. Besides,
years ago by the professor
tution was chosen to honor
thousand people aged over 6
it offers professionalizing
Arlindo Correa da Silva,
the philosopher Sri Rama-
years. 486 of those are
courses to teens over 16 who
with the intention to promote
krishna, who lived in India
elementary and Junior-high
need support and alpha-
human development for
from 1836 to 1886. Sri Rama-
schools students from 5 public
betizing classes to adults.
NOVA TURMA DE CERTIFICADOS
31
NEW GROUP GETS CERTIFICATION
Projetos Projects
Por/By: Rodrigo Narciso Foto/Photo: Walmir Monteiro
No dia 24 de junho, no Instituto Centro
CAPE, quinze artesãos receberam o Certificado
do Selo de Qualidade I.Q.S., aumentando para 97
o número de produtores contemplados, em 53
municípios mineiros.
Criado para garantir aos compradores
nacionais e internacionais a qualidade da cadeia
produtiva do artesanato brasileiro, o Programa
de Certificação da Produção Artesanal (PCPA)
atua, desde 2003, junto aos produtores que
desejam reorganizar sua produção sob as
seguintes diretrizes: ambientalmente correta,
socialmente justa e economicamente viável.
Parceria firmada entre o Instituto Centro
CAPE e a Secretaria de Estado de Desenvolvi-
On June 24, at Instituto Centro
CAPE, fifteen artisans received the I.Q.S.
Quality Seal Certificate increasing to 97 the
number of certificated producers, in 53
counties in the State of Minas Gerais.
Created to guarantee to foreign and
national costumers the quality of the
Brazilian handcraft production chain, the
Handcraft Production Certification
Program (Programa de Certificação da
Produção Artesanal –PCPA- in
mento Econômico (SEDE/MG), levou o projeto
a quinze artesãos de Belo Horizonte, Santa Cruz
de Minas e Tiradentes. Durante cinco meses
(dezembro de 2008 a maio de 2009) as consultoras
Adriana Meireles e Nilma Lima Limeira, sob a
coordenação do consultor Arnaldo Vieira,
realizaram diversas visitas aos locais de trabalho
dos participantes para fazer um diagnóstico da
cadeia produtiva e propor mudanças que atendam
as diretrizes do Selo I.Q.S. As mudanças propostas
vão desde a construção da cadeia produtiva, passando pela orientação do levantamento de custos
e formação de preço de venda, até a utilização
consciente dos resíduos naturais e a organização
do ambiente de trabalho.
Portuguese) is working, since 2003, with
producers who wish to reorganize the
production under the following guidelines:
environmentally correct, socially just
and economically viable.
A partnership between Instituto
Centro CAPE and the State Secretary for
Economical Development (SEDE/MG),
took the project to fifteen artisans from Belo
Horizonte, Santa Cruz de Minas and
Tiradentes. For five months (December
2008 to May 2009) the consultants
Adriana Meireles and Nilma Lima Limeira,
coordinated by the consultant Arnaldo
Vieira, visited the participants’ working
places to diagnose the productive chain and
suggest changes according to I.Q.S. Seal
guidelines. The suggestion for changes start
at the productive chain set up, through
support for assessment of costs and setting
of selling prices, to correctly use waste
products and workshop organization.
32
Projetos Projects
Artesãos contemplados melhoram rendimento
O artesão Kleber Wierman,
do município de Tiradentes,
conta que precisou fazer uma
mudança física no interior do
ateliê, limpar adequadamente o
ambiente de trabalho, comprar
e adequar algumas embalagens
para estocagem dos produtos e
registrar todas as fases e
caracte rísticas do processo
produtivo. O registro dos funcionários, entradas e saídas,
cuidados com a segurança do
trabalho, com os resíduos gerados na produção, entre outras
medidas, garantiram a chancela do Selo I.Q.S.
Além das questões administrativas, Kleber lembra de
uma importante orientação
que recebeu do consultor.
“Trabalho com uma máquina
de corte que faz muito barulho.
Lembro do consultor do I.Q.S.
me dizendo que era necessária
a construção de um isolamento acústico na oficina para que
o barulho não incomodasse a
vizinhança. Logo percebi que
se tratava de uma importante
ação de respeito ao meio
ambiente”, destacou.
Kleber Trindade utiliza o
ferro como matéria prima na
produção de flores, luminárias,
abajours e santos que encantam os milhares de turistas que
visitam, anualmente, a cidade
histórica de Tiradentes. Sua
oficina movimenta entre R$ 80
e R$ 110 mil por ano e 30% de
sua produção vai para o exterior. “Imaginava ter atingido
um teto na minha capacidade
produtiva. Após participar do
PCPA, percebi que ainda tenho
grande potencial de crescimento”, constatou o artesão.
Entre as artesãs que receberam o Selo I.Q.S. está Leila
Maria Nunes que produz, em
Belo Horizonte, pingüins em
cabaça e é um exemplo de
organização e controle sobre a
cadeia produtiva. Leila diz
que o seu primeiro contato
com os projetos do Centro
CAPE foi durante a Feira
Nacional
de
Artesanato.
“Durante a feira participei de
uma oficina sobre Como
Calcular o Preço do Produto
com a consultora Adriana
Meireles. Já naquela época, dei
um salto qualitativo no meu
trabalho. Agora, com o Selo
IQ.S., percebi outras questões
fundamentais na organização
de um empreendimento”.
Artisans improve performance
The artisan Kleber Wierman, from the city of
pieces charm thousands of tourists who visit, annually, the
Tiradentes, tells that he needed to redesign the interior of
historical town of Tiradentes. The workshop grosses
his workshop, cleaning the working area properly, buying
between U$ 40,000 and U$ 55,000 a year. 30% of the
and adapting some containers to stock products and
production is sent abroad. “I thought I had hit the ceiling of
register the productive process steps and characteristics,
my production capacity. After taking part at PCPA, I
employees registration, working hours, safety precautions,
realized I still have a large growing potential”.
waste generated by production, among other measures,
guaranteeing the award of the I.Q.S. Seal.
Among the artisans that received the I.Q.S. Seal is Leila
Maria Nunes who produces, in Belo Horizonte, penguins
In addition to administrative issues, Kleber remembers
out of cabaças ( a vegetable similar to a coconut shell) is an
an important advice he got from the consultant. “I work with
example of organization and control over the productive
a very noisy cutting machine. The consultant suggested
chain. Leila says she first contacted the Centro CAPE’s
an acoustic isolation device to keep the neighborhood from
projects during the Feira Nacional de Artesanato. “In the
being disturbed by the noise. I soon realized it was an
fair I took part in a workshop on How to calculate the price
“environmental protection” issue.
of a product with the consultant Adriana Meireles. Then,
Kleber Trindade uses iron as raw material to make
flowers, lamps, bed table lamps and statues of saints. His
my work improved in quality. Now with the IQ.S. Seal I
noticed other fundamental issues in organizing a business”.
Estima-se que os
artesãos que concluem o
processo de certificação,
conseguem um aumento
médio de 30% em suas
vendas. A organização do
espaço, a construção da cadeia produtiva, o
reaproveitamento de resíduos e o ganho de
tempo para produção e criação são fatores que
contribuem para este aumento.
Estabelecido no mercado consumidor
como importante instrumento de certificação
da cadeia produtiva do artesanato, o Selo
I.Q.S. também é demandado por artesãos
residentes em outros estados brasileiros que
desejam participar do programa. Segundo a
presidente do Centro CAPE e idealizadora do
PCPA, Tânia Machado, “essa demanda é um
estímulo para que o I.Q.S. possa, em breve,
realizar parcerias que o permitam ultrapassar
as fronteiras de Minas Gerais e chegar aos produtores de todo o Brasil”.
Increasing the value of production
It is estimated that the artisans who conclude
the certification process are able to increase the
sales in 30% in average. Organization of space,
designing of the productive chain, reuse of waste,
saving time in production and creation are aspects
that contribute to this increase.
Present in the market as an important certification tool for the handcraft production chain, the
I.Q.S. Seal is also requested by artisans who live in
other Brazilian states who wish to be part of the
program. According to Centro CAPE’s president and
creator of PCPA, Tânia Machado, “this demand is a
stimulus for I.Q.S. to establish, soon, partnerships
that will allow it go beyond Minas Gerais State
borders and reach producers all over Brazil”.
33
Projetos Projects
Valorizando a produção
34
Projetos Projects
PEÇAS COM MATERIAL
RECICLADO GANHAM VALOR
RECYCLED MATERIALS INCREASE HANDCRAFT VALUE
Artesanatos feitos com filtro
de café usado, papelão e jornais
velhos, peças de carro danificadas
e até o antigo ferro de passar
roupa estão ganhando o mercado
internacional.
Reaproveitar o que não tem
mais serventia virou o desafio de
um grupo de 26 artesãs de Betim.
Elas formam a Cooperativa
Futurarte, que gera trabalho para
mulheres carentes da comunidade. Pelas mãos das artesãs,
jornais, revistas e lonas feitas com
garrafas pet viram bolsas, ban-
Handcraft objects made
of used coffee filters,
cardboard, old newspapers,
old damaged car parts and
discarded metal are reaching
the international market.
To reuse what has no use
is a challenge for a group of
dejas, relógios e pastas escolares.
A cooperativa, que começou
em 2004, produz duas mil peças
por mês e tem um faturamento
mensal de R$ 15 mil. Toda
matéria-prima é doada pela
comunidade e por empresas
parceiras. As peças já são exportadas para Estados Unidos,
Alemanha, França e Espanha.
“Lá fora o artesanato produzido
de forma sustentável ganha
mais valor. O lixo de alguns é
para nós fonte de trabalho”,
explica a coordenadora da
26 artisans in Betim, an
industrial city near Minas
Gerais capital. They are part
of the Cooperative Futurarte,
which creates jobs for women
in the community. Through
the hands of artisans,
newspapers, magazines and
cooperativa, Graziele Pierazoll.
O grupo é uma das seis
unidades produtivas mineiras
incluídas entre as 100 melhores
do país. Elas são vencedoras do
Pêmio Top 100 de Artesanato,
realizado pelo Sebrae para
destacar o melhor da produção
artesanal brasileira.
Entre os critérios de seleção
do prêmio estão aspectos relacionados ao respeito ao meio
ambiente, compromisso social,
eficiência produtiva e grau de
inovação de produtos.
fabrics made with plastic
bottles turn into bags, trays,
clocks and folders.
The cooperative, created
in 2004, produces two
thousand pieces a month and
grosses U$ 7.5 thousand in
sales. The supplies are donated
by the community and
businesses. The work is
exported to the United States,
Germany, France and Spain.
“The handcraft produced in a
sustainable way is worth more
abroad. The garbage of some is
our source of income”,
explains the cooperative
coordinator, Graziele Pierazoll.
The group is one of the
six productive units in Minas
Gerais included in the 100
best in the country. They
received the Prêmio Top 100
de Artesanato (Top 100
Handcraft Award), sponsored
by Sebrae to bring out the best
in the Brazilian handcraft
production.
Some of the criteria to be
selected are aspects related to
the environment, social
responsibility, efficiency in
production and the level of
innovation in the products.
reconhecimento pelo trabalho e
uma forma de divulgar nossos
produtos”, conta Sandra.
Até ferro elétrico estragado
serve para fazer artesanato.
Em Curvelo e Araçuaí, 80
adolescentes de baixa renda
da Cooperativa Dedo de
Gente reproduzem persona gens, animais e paisagens
descritas por Guimarães Rosa
utilizando sucata de ferro. “É
um resgate cultural, que
envolve fatores econômicos,
sociais e o compromisso
ambiental”, conta a gerente
administrativa da cooperativa,
Aline Fabrícia de Souza.
Contatos dos artesãos
Graziele Pierazoll - Cooperativa Futurarte
Tel: 31 3596 2828
Simone Oliveira - filtro de café usado
Tel: 32 3741 6448
Sandra Monteiro - Arte em papelão
Tel: 34 3312 6822 / 9194 5906
E-mail: [email protected]
Site: www.arteempapelao.com
Aline Fabrícia de Souza - Cooperativa Dedo de Gente
Tel: 38 3721 2327
E-mail: [email protected]
Site: www.dedodegente.com.br
Sabrina Campos (Comércio, Serviços e Artesanato)
SEBRAE/MG
Tel: 31 3379 9167
The artisan Simone
Oliveira from Carangola,
who got the award twice, says
that some some materials
that are destined to the trash
may become valuable raw
materials. For instance, the
coffee filters she uses to make
lamps. For each 40 centimeters’ lamp, Simone uses
nine filters, iron, metal screen
and rami (a vegetable fiber).
“It’s a cheap, lucrative and
ecologically correct way to
make handcraft", she comments.
Sandra Monteiro is an
artisan who got the award
for the first time this year.
She represents the Artisans
and Artists As so ci a tion
of Uberaba (Asso cia ção
Uberabense de Artesãos e
Artistas). Sandra and her
husband reproduce façades
of buildings from the 20’s to
40’s using cardboard and
recycled materials.
They produce about 150
miniatures a month. In
seven years work they created
28 models. The products are
sold in São Paulo, Rio de
Janeiro, Brasília, Alagoas
and Goiás. “To be selected
among the 100 best
productive units in Brazil is
a prize for our work and a
way to make our products
known”, says Sandra.
Even a damaged electric
iron can be used. In
Curvelo and Araçuaí, 80
adolescents
from
the
Cooperative Dedo de Gente
reproduce
characters,
animals and landscapes
described by the writer
Guimarães Rosa using old
metal. “It’s a cultural
revival that includes
economical and social
aspects and responsibility
with the environment”,
says the cooperative’s
administrative manager,
Aline Fabrícia de Souza.
35
prêmio este ano. Ela representa
a Associação Uberabense de
Artesãos e Artistas. Sandra e o
marido reproduzem fachadas
de estabelecimentos comerciais
das décadas de 20 a 40 utilizando retalhos de papelão e
material reciclado.
A produção é de aproximadamente 150 miniaturas por
mês. Em sete anos de trabalho,
o artesão produziu 28 modelos.
Os produtos são comerciali zados para São Paulo, Rio de
Janeiro, Brasília, Alagoas e
Goiás. “Ser selecionada entre
as 100 melhores unidades
produtivas do Brasil é um
Projetos Projects
Para a artesã Simone
Oliveira, de Carangola, vencedora pela segunda vez da
premiação, alguns materiais
que iriam para o lixo podem ser
matérias-primas de qualidade.
Um exemplo são os filtros de
café usados que ela usa para
fazer luminárias. Para cada
luminária de aproximadamente
40 centímetros, Simone gasta
nove coadores, ferro, tela galvanizada e rami (fibra vegetal). “É
uma maneira barata, lucrativa e
ecologicamente correta de fazer
artesanato", comenta a artesã.
Já a artesã Sandra Monteiro
ganhou pela primeira vez o
38
CEART - PEQUENA MEMÓRIA
Eu Faço I Make
CEART - A SHORT STORY
A semente do Centro de Artesanato Mineiro
foi plantada em 1968, funcionando em caráter
experimental no Centro de Preparação de Mãode-Obra, sob a direção de Maria Tereza Machado
Brandão. Em 1970 se ligou ao Servas, gerindo os
recursos decorrentes da comercialização das
peças artesanais no Palácio das Artes.
Sob a direção da primeira dama, Coraci
Pinheiro, esposa do governador Israel Pinheiro
e a coordenação de Léo Guimarães Alves, o
Centro realizou diversas exposições internacionais em países como a Bélgica, Paris, Hungria,
Ar gen ti na, Es ta dos Unidos e Inglaterra. No
Brasil, o Centro levou obras e artesãos mi neiros
para o Rio Grande do Sul, São, Rio de Janeiro,
Paraná, Santa Ca tarina e Espírito Santo.
Em 2004, o Centro de Artesanato se
transformou em uma OSCIP (Organização
da So ci e da de Civil
de In te res se Pú bli co)
e, hoje, a pre si den te
do CEART, Nair de
Abreu, realiza importantes par cerias com
Estado e em pre sas
privadas para divulgar
o ar tesanato feito em
Minas Gerais.
Com aproximadamente 500 expositores e
cerca de vinte mil peças
de grandes artesãos, o
CEART é permanentemente visitado por
pessoas de todo o Brasil
e também de diversos
outros países.
The seed of the Centro de Artesanato Mineiro (Minas
took the work and the artisans from Minas Gerais to the
Gerais Center for Handcraft) was sowed experimentally
states of Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro,
at the Centro de Preparação de Mão-de-Obra in 1968,
Paraná, Santa Catarina and Espírito Santo.
directed by Maria Tereza Machado Brandão. In 1970, it
In 2004, the Centro de Artesanato became an NGO and
joined in with Servas managing the resources from the
today the CEART’s president, Nair de Abreu, is implementing
handcraft sales at Palácio das Artes.
partnerships with public and private organizations to make
Directed by the state’s first lady then, Coraci Pinheiro,
the handcraft from Minas Gerais better known.
wife of the governor Israel Pinheiro and coordinated by Léo
The CEART counts on 500 exhibitors and displays
Guimarães Alves, the Centro organized many international
about twenty thousand pieces from great artisans. The
exhibits in counties as Belgium, France, Hungary,
CEART is permanently visited by people from all parts
Argentina, United States and England. In Brazil, the Centro
of Brazil and from abroad.
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Flávia Guimarães
Tel.: 55 31 3463 2772 / 8773 5787
R. Fernando Lobo, 354 – Santa Efigênia
Belo Horizonte – MG
E-mail: [email protected]
Página Page 16
Helen Nilce
Tel.: 55 31 3245 5679 / 8734 5679
R. João de Paula, 122 – Sagrada Família
Belo Horizonte – MG
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Ateliê Arte Mosaico
Tel.: 55 31 3221 9588 / 9104 9588
R. Senador Pompeo, 199 – Serra
Belo Horizonte – MG
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Centro de Artesanato Mineiro Ceart
Tel.: 51 31 3222 0981
Av. Afonso Pena, 1537 – Centro
Belo Horizonte – MG
Página Page 13
Carla Ramos
Tel.: 55 31 3436 8716
R. Alga Azul, 145, AP. 304 – Floramar
Belo Horizonte – MG
E-mail: [email protected]
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Maria Rosalina Figueiredo
Tel.: 55 31 3282 7744
R. Chefe Pereira, 275 / AP. 21 – Serra
Belo Horizonte – MG
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Cooperativa de Artesãos Futurarte
Tel.: 55 31 3596 2828
E-mail: [email protected]
Website: www.cooperativafuturarte.com.br
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Onde Encontrar Where to Find
Página Page 9
Márcio Ferreira
Tel.: 55 31 3541 3893 / 9675 3893
R. Morro Velho, 11 – Bairro Cristais
Nova Lima – MG
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