V —^v- 0 capitalismo selvagem As vias democráticas de luta parecem realmente bloqueada. .JP^ v A 9 E ím C * V joraai oa I. — ! SAO 1979 21 DE NOVEMBRO DE 1979 SÂO PAULO,QUARTA-FEÍRA PAULO,QUARTA-FEIRA 21; N" 7-1 ANO I CrS KUH) Página 4 »¦¦'—«¦»¦ ,m**~*w~.—~— um Um pacto sério, se cumprido Será a única saída para os problemas que o país enfrentará •K^ Página 4 ^# jp ervir Um dia grave no Oriente Médio. A Arábia Saudita ficou isolada do mundo ves, ainda que nebulosas, vinham inbase em Subic Bay, nas Filipinas, ruPela primeira vez. desde o inicio clusive da Arábia Saudita. Em Meca, Índico. Oceano direção ao e em Unidos mando da atual crise entre Estados Haverá acordo Consuma-se onde hoje se assinala uma grande semana na Recorde-se o dias. passada, Irã. ha dezessete que, presidente festa muçulmana a inauguração do os EUA já haviam deslocado um ouJimmy Carter disse ontem, por meio XV século de seu calendário -, uma Midway, o Branca, Casa tro da para declaração de uma porta-aviões, entre governo hoje fim de mesquita teria sido tomada por cerca águas próximas ao Irã. que não está afastada a possibilidade de seiscentos manifestantes, cauA declaração de ontem da Casa de uma ação militar americana consando a morte de uma autoridade loBranca culminou um dia particulartra o governo de Teerã. A declaração , e sindicatos? Arena e MDB cal. Detalhe importante é que os inayamente tenso. Antes, em Teerã, o da,Casa Branca citou a Carta das no trecho em que asNações Unidas, segura o "direito ác- autodefesa" a uma nação agredida. Logo após a declaração de Carter, o Pentágono informava que o porta-aviões Kitty Hawk, escoltado por outros cinco navios de guerra, havia deixado sua vasores da mesquita seriam xiitas, como Khomeini, c de alguma forma ligados ao Irã. As comunicações da Arábia Saudita com o mundo, ontem à noite, estavam cortadas. tollah Khomeini havia formulado novas acusações aos Estados Unidos, e reafirmado sua intenção de processar, como espiões, os 49 reféns americanos que continuam mantidos na embaixada dos EUA. E, para culminar o quadro sombrio, notícias gra- Discretamente, o Planalto já comemorou ontem Sinais de desconfiança, mas há contraproposta Páginas 2 e í> Página 9 Página 6 »^^^K^@ Uma hipótese extravagante 0 presidente do Juventus, José Ferreira Pinto, apresentou uma saída paru o problema entre o Corinthians, a FPF e a Ponte Preta. Mas, reunidos ontem na Federação, os diretores dos clubes paulistas recusaram a fórmula sem vencedor, após a rodada desta noite. Página 14 proposta e, com isso, o campeonato pode terminar, RAYMUNDO FAORO e nâo houver nenhum acidente grave no obediente trânsito parlamentar, o substitutivo da reforma partidária será hoje votado no Congresso. Na manhã de quinta-feira, o leitor dos jornais brasileiros encontrará, estampado nas primeiras páginas, um velho conhecido seu, natural desfecho de todas as crises, as reais e as fictícias: o fato consumado. A reforma estará aprovada, sacramentada, e a oposição decretará luto fechado, numa viuvez que a afaste da corte dos pretendentes à sua mão disponível. Esquece-se da sabedoria popular e, modestamente, não se tem na conta de viúva rica, que com um olho chora e com outro ... fique a reticência para ser completada pelos articuladores mais sôfregos de novas agremiações, algumas velhíssimas na capa de novas, com a advertência de que o inventário se abre mesmo no período de luto. Figure-se, entretanto, uma hipótese inverossímel ou extravagante, contra todos os cálculos. Suponha-se que o substitutivo e o projeto sejam rejeitados, como anuncia um irado dissidente, dissidente ou independente, que a nomenclatura é árdua. A situação se assemelharia à de um doente grave que, certo do fim próximo, já providenciou o seguro e o testamento, chamou ao pé do leito os seus herdeiros compungidos, que, por conta do inevitável, já gastam por conta do defunto. Na sua fala derradeira, o moribundo disse mal do mundo, para se convencer que nada deixa que valha a .pena de ser lamentado. Inesperadamente; entre os primeiros louvores, aos louvores que só os mortos merecem, o indiciado pela indesejada se restabelece e, lépido, volta ao bulício. A confusão, a perplexidade e, aos menos suaves, a indignação entra pela porta da saúde. A cena toma as proporções de um logro macabro, desmascarando lágrimas insinceras e graves fisionomias compostas. Tudo voltará ao que era, sem as esperanças de um legado, um mísero legado, já que a herança foi adiada e talvez perdida. Adeus independentes, que sonhavam com sua casa de campo, para o merecido recreio, adeus petebistas, adeus moderados, adeus não-alinhados,'adeus a todas as neves de antanho. O que era comédia, vivida pelos atores com a séria consciência do papel a desempenhar, se transforma em drama, fraudando os espectadores que pagaram a entrada do teatro, únicos a arcarem com os ônus da cena que nào houve. wà ' h ü^ fü ™ 0 presidente João Figueiredo assinou ontem o indulto de Natal, e desta ve% não foram excluídos dele os condenados por crimes políticos. A aplicação do decreto, que dispõe inclusive sobre diminuição das penas, colocará automaticamente em liberdade 9 dos 18 presos políticos não beneficiados pela anistia. Página 5 \fjM. wty>my, myytf:<yym-. ¦¦';,",:*< ?'*!**"?'*' "¦' \'X-' ¦ " " ' *- ' "- , ' • y •. *" - "¦¦.¦¦:¦'''¦'¦''. ,X ' ¦ •-—* < y.. j. f<í9^wíwlsErsÈ?£#3.'*i'.t*-VaâMMSM& ^K;ié^íÉÍii(tífiÍEWlOEi^ ÍÍNPÍÍâ^^ffÇtáPíííítiiáL. 2üÒ^Í£^^BlSSWH^wf?Pi^^íftSíffr^ „¦™-> -^GRSíWaai&íw;*!; 'íí/*****!»?**vW-aw-i* -..--. ^-^T*^r^^ffi^^y&^a^í^ífvlAfti¥'^ yWtlMrÉliQWiBBm^siitt ¦¦yy-'-¦ ¦•^Àtt'fâíjltStgS^ 2"'yy-Xy'\¦ jBSf,* ., ' 1 ^.¦^HsnuV1' -''-'wuli j '¦¦' ^ %*&¦'' '¦ JwBSIwWE^^smHmIKHB^^'^^. ¦ ¦'"' ' '¦'?¦: :-jj?^W*' ' **¦ ft^TA^mT^^BB^BBal^MB^^lCT^ r^rJ^^ HwXHwflH^^itt ^^Iflir^'' J6BKKWEijBB^i:jfl <'^fjJsaroÍM 5 X^^ííi^^^SMêIS^S^SÊÊOê^Êl^^ x "¦-' í-Jt-> ¦ ¦'''^ -i3S~MÍ!lfwwBÈBK .* X--Xf'. ¦>- ;'/'xx .'-' * .Xi.' ffiffi'^Jr£ft^^ *'.¦¦¦-¦*¦ -'y \ir "2 .-wr. 2 &i--' -.2. -y-y-y .¦¦¦¦¦;/•'*¦.•¦¦.¦ ¦ T ... ' ''¦'¦'¦¦ '^í^feèftCT^^^f^-W^' ' '¦ '"' ,! ?,'¦','" Vffr-'-' 2 : 2$2xX'XÍ ¦ '..''" ¦.'.; ¦=J..:rr,.'-''_: '-~'"')|Wf^ ' - *^^^^^^xBÍ^B^ym!Êtíff^^^t^':<' " -'t < 2'X ' iláSr S'"^ X'^;,m: '?í^y^/míw^^T^SvxÊ^ÈScSSÊ^''~^' '2].yK\,-y-f2, "xy2 X>.*r*v%:& :-Vv*-:^ía^sSijea j£i£ftria$& aíV- «1 tiKJ \VSu2x *iutv'' '.''¦'". ' ' .¦''•^¦-•-''sSwSÍ - '''^SK^Sr^^m^^^ltnn^^^^^^^^^^™^^^-^ Wmmmtam.. Um buraco, a causa de todo esse tumulto Há uma semana, ele tinha 40 centímetros, mas transformou-se numa cratera de 6 metros e transtornou Sâo Paulo inteira. Os congestionamentos atingiram até li quilômetros e, ontem, chegaram a afetar até a via Da tra. XflÚma pagina ' niiAKTA-HUKA 21 [)F. NOVI:MHIU> DF I<>'« pEPÜBLíQV PAGINA 2 POLÍTICA REFORMA /\gEND/\ No Planalto, discreto otimismo Várias reuniões movimentaram o Palácio do Planalto ontem, alem das audiências normais do presidente da República. Sucederam-se os encontros informais entre os ministros da casa. E o general Danilo Venturini, chefe da Casa Militar, chegou mesmo a improvisar num canto do corredor, no 4' andar, uma conversa reservada com o chefe do .SNI, general Octávio Aguiar de Medeiros, vestido em trajes de trabalho, gra'váta aberta c mangas enroladas. O papo e nada transpirou. rápido ,fpl palaciana que tenta, nestes últimos momentos, somar mais votos n seus objetivos. Vão acabar hoje os dois partidos As resoluções da última segunda-feira no que toca à sublegenda serão cumpridas á risca, dc acordo com o pensamento dominante dentro do Palácio. Isto significa, conforme o governo já avisou, que vai haver uma ofensiva contra os dissidentes em seu próprio terreno. Vale dizer o plenário do Congresso Nacional. • iMaso assunto que dominou o Palácio do Planalto ontem foi inegavelmente a reforma partidária. Os ministros da casa •reuniram-se pela manhã e à tarde com o .presidente da República. Enquanto isso, d -secretário particular Heitor Ferreira conversava muito, ouvia explicações. Do líder Nelson Marchezan, por exemplo, Heitor Ferreira queria saber por que se teria demorado em convocar para a votação de hoje o deputado gaúcho Valdir Perroni, que estava no México. Depois, o secretário do presidente alongou-se num exame da situação com o ministro da Previdência Social, Jair Soares - e neste caso discutiu-se a postura da bancada gaúcha diante da votação. Enfim, o dia de ontem consumiu as últimas etapas da longa articulação que vai resultar na votação de hoje. Ao final das reuniões reinava um clima de "otimismo discreto", na definiçào de um qualificado assessor presidenciai Discreto porque ninguém quer comemorar com antecedência - ainda que no Palácio do Planalto a crença generalizada, nos gabinetes do 39 e 4? andares seja de que o atual sistema partidário está, a partir de hoje, extinto. Inclusive porque o sempre impreciso número de dissidentes estaria reduzindo-se como conseqüência dc uma fortíssima pressão Por trás deste aviso pode-se entrever. também a ameaça de que a derrota, neste caso, significa o fim das possibilidades dc entendimento com a Prcsidência da República. Lá, aliás, lamenta-se que esteja no bloco dissidente o deputado Antônio Mariz (Arena-PB), que foi candidato da assessoria presidencial ao governo de seu Estado. Mariz acabou perdendo em função das pressões originárias da própria base. Não há dúvida dc que o governo pretende sitiar os dissidentes. Mesmo porque, nos escalões mais graduados do Palácio do Planalto, confere-se legitimidade à luta pela manutenção do MDB exclusi¦vãmente ao deputado Ulysses Guima"Se eu estirães, presidente do partido. vesse no lugar dele faria a mesma coisa", comentou um importante assessor de Figueiredo, para lamentar em seguida que outros parlamentares, sem as motivações do presidente do MDB, tenham provocado uma onda de radicalizações no debate. A avaliação palaciana para o futuro indica que brotarão quatro partidos das cinzas do MDB e Arena. E assim estará afastado .por algum tempo o fantasma da radicalização, conseqüência de um eventual polarizado confronto de forças entre governo e oposição, com rcsultados imprevisíveis. André Gustavo Stumpf Delfim nâo vai mais ao Irã comprar petróleo Está decidido. O ministro Antônio Delfim Netto, do Planejamento, não estenderá sua viagem pelo Oriente Médio ao Irã. A decisão foi tomada há dois dias pelos niveis mais graduados da assessoria do presidente da República, depois de uma série de telefonemas entre Brasilia e Teerã. Aliás, tanto o Palácio do Planalto quando o Itamaraty, estão abastecendo-se de noticias sobre a crise entre Irã e Estados Unidos através da embaixada brasileira naquele país, que montou com diplomatES e militares um eficiente serviço de informações sobre o panorama politico iraniano. Em tempo: Delfim Netto vai à Arábia Saudita tentar aumentar os de petróleo daquele pais fornecimentos "Brasil, áò para evitar que a Petrobrás seja obrigada a realizar compras de petróleo no mercado spot. Até hoje, a companhia brasileira não efetuou nenhuma transação naquele mercado, onde os preços são praticamente o dobro dos cobrados pela OPEP. Em tempo de reforma, a teoria fica longe O deputado Ulysses Guimarães não acordou bem-humorado ontem. Não quis conversar com jornalistas e recebem apenas alguns parlamentares. Cara séria, voz grave, ar distante. Meio-dia, nova visita, o professor e teórico oposicionista'Mangabeira Unger - que não teve melhor sorte. Entrou e saiu do gabinete do presidente do MDB sem oportunidade para uma conversa profunda, nem tempo para sentar-se. Teotônio já foi a favor da extinção Repousa sobre a mesa do secretário particular do presidente da República, Heitor Ferreira, um estudo curioso, no mínimo, mesmo porque se ele não foi utilizado até hoje provavelmente nunca o será. No primeiro semestre deste ano, o Palácio do Planalto, menos por curiosidade histórica, mais por pragmatismo, decidiu fazer uma pesquisa nos anais do Congresso Nacional sobre pronunciamentos de parlamentares a favor da extinção de Arena e MDB. Lido nos dias de hoje, a coletânea revela algumas péroIas . Entre elas um discurso do senador afirmando Teotônio Vilela, em 1977, "farinha do que Arena e MDB são seO Revolução. mesmo saco, filhos da nador alagoano afirmava no discurso que sua luta politica seria em favor da extinção dos dois partidos e da criação de novas legendas. Tancredo, saudoso, lamenta novo tempo Experiente e matreiro, o senador Tancredo Neves não conteve ontem um desabafo pela maneira como "Oé resolvida a governo jà política brasileira de hoje. vão sumindo Não há mais resistência possível para o MDB. Os dissidentes da Arena ROLLEMBERG, de grupo de votar frontalmente contra o governo caso a sublegenda fosse mantida. E Mariz observou, a propósito, que o grupo nào estava disposto "para a fazer um acordo perder". Queriam efetivamente derrubar a sublegenda e isso só seria possível através dc um acordo com o MDB, .pelo menos em relação ao requerimento de destaque ao artigo 2?. Portella não disse sim nem não, mas prometeu telefonar para os lideres, deixando, assim, aberta a porta do entendimento. E ligou. Só que ouviu dos dois justamente o contrário: um grupo de independentes havia procurado, há alguns mornentos, o líder Jarbas Passarinho, anunciando que o acordo estava prestes a ser aceito. No inicio da tarde, Marchezan voltaria a declarar à imprensa que o cm governo não admitiria, "a trianhipótese alguma, gulação amorosa" dos dissidentes. No final da tarde. Passarinho repetiria a mesma declaração. A intransigência dos lideres correspondia diretamente os bons resultados obtidos com a pressão deflagrada contra alguns integrantes do grupo: quatro novas deserções. O deputado Wilson Falcão (Arena-BA), por exemplo, saiu de uma conversa com o presidente Figueiredo pela manhã c foi direto ao gabinete do lider Marchezan. Prometeu votar tudo conforme as determinações da liderança, inclusive a favor da sublegenda, e nas fileiras 'independentes' ainda se registravam mais três ARMANDO Depois de meses de dcbates, conchavos c manobras de bastidores, o projcto da reforma partidária será votado hoje, a partir das 18h30, pelo Congresso Nacional. Apesar de algumas definições importantes e dc indefinições nao menos importantes, tudo levava à crer, no inicio da noite de ontem, que o substitutivo do governo será aprovado e os partidos extintos, alcançando seu principal objetivo: a extinção dos pardos. A única surpresa possível - hipótese muito remota - seria o fim da sublegenda. O governo não transigiu um palmo nas suas posições já anunciadas. Permite a votação, no mérito, do artigo que mantém a sublcgenda, desde que os dissidentes votem, sem restrições, a favor do substitutivo do relator Aderbal Jurema (PE). Os chamados "independentes", no entanto, até o final do dia, ainda insistiam em conycnecr o ministro Petrônio Portella e os lideres Jarbas Passarinho e Nelson Marchezan a cederem um pouco mais: eles querem votar a favor do requerimento de destaque do MDB contra a extinção, mas apenas para dar uma satisfação formal aos emedebistas. Com isso, penmsam garantir a presença dos emedebistas em pienário na hora da votação do artigo da sublegenda. Mas não só não obtiveram êxito nessas derradeiras investidas, como se foram' enfraquecendo, no decorrer das negociações. At? que haviam começado com toda a força. Mas, já na conversa mantida anteontem à noite, na residência do deputado Magalhães Pinto, com a direção emedebista, não surgiu nenhuma conclusão. Ulysses Guimarães saiu do encontro, à meia-noite, com a promessa dc consultar as várias tendências do seu partido. E, certamente, um tanto desanimado. Ele procurara, habilmente, estimular a rebeldia do grupo, observando que seria difícil segurar sua bancada no plenário para votar contra a sublegenda, depois da exisso, tinção do MDB. Com"indeele quis convencer os pendentes'' de que o melhor seria derrotar, dc saida, o substitutivo. Mesmo porque, depois disso, a mesma maioria poderia impor, no Congresso, uma nova lei partidária sem a sublegenda - acrescentou. Os representantes dos "independentes", embora não se tenham definido sobre a proposta de Ulysses Guimarães resolveram cnviar, hoje cedo, uma nova embaixada ao ministro da Justiça, Petrônio Portella. Foram os deputados Magalhãcs Pinto, Antônio Mariz e Geraldo Bulhões que falaram grosso, durante mais de duas horas, ao ministro, voltando a ameaçar o governo com a derrota do substitutivo, o caso náo fosse permitida uma aliança com o MDB, na votação do requerimento dc destaque contra a extinção. Bulhões lembrou ao ministro os termos do "compromisso de honra" assinado "independentes", pelos 37 anunciando a disposição do Brasilia baixas: os deputados Antônio Gomes (PB), Joacil Percira (PB), João Câmara (MS) Câmara foi forçado a dar seu lugar ao titular da cadeira Leite Schmidt que até ontem ocupava a chefia da Casa Civil do governo do Mato Grosso do Sul. Essas foram as defecções ostensivas. Mas o vice-lider Marcelo Linhares (CE) apostava ontem que restado 17 disnão haviam a tudo" sidentes "dispostos - o grupo dos "Jim Jones", como prefere chamá-los lembrando o místico paranóico que comandou o suicídio coletivo dos membros de sua seita na Guiana. Linhares pode estar exagerando, mas os próprios dissidentes ao final da tarde não conseguiam relacionar mais de trinta nomes solidários com a sua causa. E frisavam que esses trinta estavam certos apenas de votar contra a sublegenda. A disposição do grupo em votar contra o substitutivo era muito menor. Com a retaguarda aberta desse jeito, não se poderia mesmo esperar do grupo uma definição mais precisa. Nem mesmo a noticia de que os senadores emedebistas haviam decidido permanecer em pienário para votar contra o substitutivo, decisão que deverá ser acompanhada por todo o partido, e também contra a sublegenda, provocou-lhes uma definição. Da mesma forma, de nada adiantou a mudança na posição do grupo trabaIhista que em vez de decidir votar pelo substitutivo, acabou resolvendo, após lon^a c tumultuada reunião, seguir a diretriz estabelecida 'indepcnpelo partido. Os dentes', terminaram o dia fechados numa sala da biblioteca da Câmara numa reunião menos numerosa do que a da véspera, ainda sem qualquer decisão. Um dos mais respeitaveis dissidentes, o paraibano Antônio Mariz (PB) chegou ao fim do dia sinceramente abatido. Todos os indicadores configuravam o fim melancólico dc mais um movimento dissidente dentro da Arena. O próprio deputado Antônio Mariz final (PB), desabafava, ao "Fedo dia, sua decepção: lizmente, essa será a minha última dissidência". E, embora não. o tenha declarado, parecia que já não alimentava mais qualquer ilusão de vitória. Será preciso o comparecimento de praticamente toda a bancada emedebista (189 deputados) para, aliados aos trinta sobreviventes do movimento rebelde tentarem Arena, da derrubar a sublegenda. A sessão, de qualquer forma, promete lances emocionantes. A população de Brasília foi convidada a comparecer para protestar contra a extinção do MDB e a perspectiva de, mais uma vez, enfrentar a agressiva participação das galerias, tem incomodado - e muito - às lideranças arenistas. O presidente Luis Vianna, segundo Passarinho, está disposto até mesmo a mandar esvazia- , ias, caso se repitam as ce- i nas da votação da anistia. \ A sublegenda fica, até pelo veto ANDRÉ DELFIM Missão de driblar o spot lançou seu rolo compressor contra a Arena", comentou. Dcrois, lamentou: "Queria ver o governo mandar um proreformulação de partidária na época jeto fui em que primeiro-ministro, enfrentando a oposição com um regimento que só a beneficiava. Naquele tempo, sim, era difícil tirar qualquer projeto do Congresso". Defesa e ataque com mais de JO inscritos Cinqüenta e dois parlamentares, a maioria deles do MDB, estavam inseritos ontem até às 18h30 para a discussão do projeto de reformulação partidária que começou a ser debatido ontem jto Congresso Nacional. Serão duas sessões de discussões, cada uma com a duração máxima de quatro horas, cabendo a cada parlamentar vinte minutospara exA papor suas idéias, antes da votação. a alternadamente lavra será concebida MDB. e Arena Há gente com ciúmes entre os arenistas Entre os saldos da discussão da reforma figurará a disputa surda dos lideres Jarbas Passarinho e Nelson Marchezan com o ministro Petrônio Portella que se tem dirigido diretamente a parlamentares e não aos líderes para compor seu esquema. Ontem, os dois líderes não esconderam sua irritação por terem ficado á espera de uma conversa de Portella com os independentes para começarem a agir. Aumento para Cr$ 18 JO, o presnte de Natal O Natal deste complicado 1979 será definitivamente inflacionado pelo violento, aumento dos preços dos derivados de petróleo, atualmente em estudo pelo CNP. Ontem, Carlos Viaccava, secretário especial de Abastecimento e Preços, confirmou o aumento, embora não se comprometesse com o indice. O CNP propõe elevação de 30% que, se aplicada, jogaria o preço da gasolina para CrS 18,50 o litro. Caso os disdidentes arenistas consigam derrubar do substitutivo da reforma partidária o artigo que estabelece sublegendas a nivel municipal, o presidente da República, quando o texto voltar ao Planalto para sua sanção, o restabelecerá. O artifício, para isso será vetar trecho do Artigo 13 do substitutivo que revoga artigos da lei das sublegendas de abril de 1977. Assim, as sublegendas permanecerão paraas eleições de prefeito e também para o pleito a senador. Esta informação foi prestada ontem por alta fonte do Palácio do Pianalto. Segundo este assessor de Figueiredo, contudo, o presidente da República não precisará apelar para a sua prerrogativa de vetar GUSTAVO Conleis remetidas "Pode pelo anotar aí: gresso. essa parada nós ganhamos tranqüilamente. O substitutivo será aprovado em pienário na sua integra, com a extinção dos partidos e a manutenção das sublegendas. E ai nós finalmente poderemos entrar num quadro pluripartidário autêntico e vigoroso", dizia o assessor palaciano. De fato, todos ontem no Planalto transmitiam, ou procuravam transmitir otimismo quanto à reforma partidária. O assunto dominou as discussões, pela manhã, na tradicional reunião das 9 horas, quando o presidente da República recebe em seu gabinete os chefes da Casa Civil, Golbery do Couto e Silva, do Gabinete Militar, Danilo Venturini, STUMPF, de do SNI, Octávio Aguiar de Medeiros, e da Seplan, Delfim Netto - que por estar viajando foi substituído ontem por Flávio Pecora. De Golbery do Couto e Silva, o presidente ouviu um relato tranqüilizador sobre a votação, relato que confirmava as informações levadas segunda-feira a Figueiredo por seu comando politico no Congresso. Além disso, durante todo o dia, o gabinete civil foi abastecido com notícias transmitidas por telefone pelo ministro Petrônio Portella, senadores José Sarney e Jarbas Passarinho e o deputado Nelson Marchezan. Todos também confiantes. Pela manhã, o presidente teve oportunidade de mandar um recado aos dissi- Brasília dentes arenistas. que até o cretário dc Imprensa do final do dia não haviam Planalto. Alexandre Garporta-voz palaainda decidido se aceitam a cia. Disse o "à medida que ciano a que, do governo para proposta votação da reforma. O pre- horas vão passando, as insidente da República rece- formações chegadas ao Pabeu em audiência um mem- lácio indicam que os dissibro do grupo, o deputado dentes tendem, mais e mais, Wilson da Costa Falcão a voltar ao seio do go(Arenâ-BA), que saiu do verno". Além "odisso, Garcia PTB vai se Planalto com a informação garantia que substitudo colocar a favor não de que o governo pertivo do senador Aderbal Judoará os que se voltarem "Mas rema, fortalecendo ainda contra seu projeto. nós te- mais a posição do governo. ele me garantiu que mos toda a liberdade para O resto da oposição, este votar contra a sublegenda", sim, votará contra o prodisse Falcão. jeto". Todas estas previsões No final da tarde, en- otimistas levavam diferenquanto os conchavos prós- tes assessores de Figueiseguiam no Congresso, Fi- redo a garantir que não haa verá necessidade da regueiredo, voltou para Granja do Torto "tran- forma partidária ser aproqüilíssimo com a votação", vada mediante o artifício de segundo palavras do subse- decurso de prazo. PTB fiel ao MDB, no último momento CARLOS ALBERTO SARDENBERG, de Brasília A comissão executiva do Movimento Democrático Brasileiro, que é integrada por autênticos, nãoalinhados e moderados em partes iguais, reuniu-se noinicio da noite de ontemseria a última reunião? f tomou todas as suas decisoes por unanimidade. Com o bloco petebista, que não está representado na executiva, aderindo integralmente àquelas decisões, embora pela manhã, estivesse decidido a votar favorávelmente ao projeto de reforma partidária (leia entrevista na página 3). As' sim verifica-se acontecimento que não deixa de ser notável: um partido dividido em várias tendências, às vésperas da batalha final, vai todo junto à votação da reforma, como verdadeira frente de oposição. A principal decisão tomada ontem é está: o MDB v otarà contra o substitutivo do senador biônico Aderbal Jurema, que expressa a reforma partidária proposta pelo governo, em sua versão final. Quer dizer, o MDB decide votar em bloco contra a reforma do governo, desistindo de estratégia semelhante a que adotou durante a votação da lei de anistia. Naquela ocasião, o MDB votou no projeto do governo e depois tentou ampliá-lo, pela aprovaçào de emendas ao texto original. Fracassou. Agora, a comissão executiva chegou à conclusão de que, aprovado o substitutivo, barreiras regimentais insuperáveis impediriam a votação de emendas eliminando os artigos que decretam a extinção dos partidos, instituem a sublegenda e obrigam a que todas as no agremiações tenham, 'partido'. nome, a palavra Esses são os três pontos em que o MDB, em princípio, concentraria sua luta. Mas em vez de tentar ganhar três vezes - três emendas, uma para cada daqueles casos - a comissão executiva optou por uma única batalha, contra todo o substitutivo. A decisão, de resto, corresponde ao clima emocional que se vai tornando vivo e forte entre os emedebistas na medida em que se aproxima o momento da votação, marcada para hoje a noite. É a decisão de resistir "até a morte". • Certamente foi esse clima que levou o bloco petebista a aderir a essa estratégia. Os petebistas, até ontem, estayam preferindo votar a favor do substitutivo para só depois tentar destacar e votar contra os artigos da extinção e da sublegenda. Em termos pragmáticos e imediatos, seria compreensível: o substitutivo do governo, ainda que não seja o que os petebistas esperavam, já abre caminho para a constituição talvez imediata do PTB. Mas aos argumentos práticos, os petebistas, em animada e demorada reunião, que só terminou ontem a noite, preferiram argumentos políticos, Prejucucaria a imagem do PTB, cujo lugar, naturalmente, está nas oposições,m começar sua vida própria no Congresso, justamente com um voto contra o MDB^ um partido em extinção, mas que ainda representa as oposições. Assim os petebistas, que a principio estavam bastante divididos, resolveram; enfim, seguir a direção e a liderança do MDB. A mesma posição foi tomada por todas as tendências do partido. Ficou para ser resolvida uma questão não menos importante: a sublegenda. A pergunta é esta: depois de aprovada a extinção, pois são raríssimos os que acreditam na derrubada, do projeto, os emedebistas devem ou não, permanecer em plenário para votar com os eventuais dissidentes arenistas contra a sublegenda? Os oposicionistas estavam divididos em torno dessa questão. A comissão executiva depositou a responsabilidade da decisão nas mãos das lideranças das bancadas no Senado e Câmara. E a decisão talvez dependa mais do coração do que da razão. Os mais emocionados animavam ontem o coro contra a presença em pienário depois de aprovada a extinção. "Eles votam a nossa extinção e nós ainda ficamos lá para ajudá-los a derrubar a sublegenda? Não; devemos abandonar o plenário imediatamente" exaltava-se o deputado autênTarcísio Delgado,"eles" no tico, de Minas. O caso referia-se basicamente aos dissidentes arenistas, cujas vacilações exasperam os emedebistas. Mas referia se também aos arenistas em geral, pois todos, sem exceção, serão alvos da ira emedebista após o voto pela extinção. Alguns experientes parlamentares, como Thales Ramalho, acham mesmo que, uma vez aprovada a extinção, o tumulto será tão intenso que ele não imagina como a sessão continuará. Mas, de, algum modo, terá de continuar. E assim, os menos emocionados entre os emedebistas, os mais, digamos, realistas, acham que devem permanecer e votar contra a sublegenda. deputado Como explica o "De João Gilberto: qualquer modo, tentaremos impor uma derrota ao governo. Sem a sublegenda, a formação do Arenão, fica mais difícil e isso é bom para as oposições. Divide no lado deles". E se os dissidentes não aparecem ou se o presidente .Figueiredo, a supor vetos, restabelecer blegenda? "Isso é lá com eles" - responde a deputada Cristina Tavares. Em todo o caso, esse voto só se decide hoje. --*- . ****.*> *'-•*-«y*t >m*9*<imii*.*Q •AGINA \ (JUARtA-HRIRA 21 DR NÒVKMBRO Dl: 1079 REPUBLICA POLÍTICA CONGRESSO Assim será votada a reforma Só os dissidentes da Arena ainda não revelam o voto ¦ * >£»'9Ç—JÉB*)IÍ4'í ¦ .^^^^^ssWliJL' ¦ sflflfl l« 'fffWBMRtfE' Ltl .*.__ssssV ssssssf ^^BÊM^r '' '^isssssssssssssssssssssb v^sssssssssssssssssGIL **!'J 1-0 Vílf *l -^^rrSivh liss^H J^sMsssssnssssV 'ffí ^^ *M jTfTj4 PASSARINHO Sua confiança e absoluta GADELHA Não fala da extinção Passarinho: a Arena aprovará o substitutivo Rejeitar todo o projeto, a idéia dos autênticos O líder Jarbas Passarinho assumiu nos últimos dias a posição de principai negociador da Arena com seus dissidentes. Foi ele o primeiro a anunciar, publicamente, as condições do governo para permitir a votação, cm destaque, do artigo que mantém a sublegenda: os independentes teriam de votar, sem restrições, o substitutivo do relator Aderbal Jurema, aprovando inclusive a extinção dos atuais partidos. JR. O que o sr. espera da votação da reforma? Passarinho. A Arena entrará em plenário tranqüila em relação à aprovaçào do substitutivo ou do projeto. De preferência, gostaríamos de ver aprovado o substitutivo, porque ele .'ipcrfeiçoa o projeto na medida em que corrige certa dose de rigidez do texto original. JR. E qual será a tática para aprovar. o substitutivo? Passarinho. A dpo regimento. Va• mos lutar para que o texto regimental, na maior lisura, seja cumprido. JR. Até o inicio da noite de hoje (ontem, terça-feira) o acordo com os independentes ainda não havia sido firmado. Isso quer dizer que existe ainda um certo risco de o governo vir a ser derrotado . . . Passarinho. Sem a composição, a nossa perspectiva de vitória é grande. Com a composição, é certa. JR. O sr. está preocupado com a perspectiva de haver tumulto durante a sessão? Passarinho. Durante a votação da anistia já passamos pelo pior. Temos que entender que o deputado Ulysses Guimarães está cumprindo um papel histórico. Só espero que, dessa vez, ele não se inspire nas obras de Cervantes sobre a cavalaria. Armando Rollemberg, de Brasília Marcondes Gadelha é deputado federal pela Paraíba. Está no terceiro mandato, é o primeiro vice-lider do os autênMDB e sempre esteve entre"autênticos ticos. Hoje, está entre os históricos" como são chamados os mais moderados da ala da esquerda do MDB. JR. Como votarão os autênticos? Gadelha. Vamos votar contra todo o projeto de reforma do governo, porque entendemos que as emendas nãò podem melhorar esse monstrengo que o governo oferece. Além disso, as dificuldades regimentais tornam impossivel votar várias emendas. Assim, vamos todos contra o substitutivo, que expressa a reforma do governo. JR. Acredita que todos os emedebistas vão nessa linha? Gadelha. Tenho certeza que sim. JR. E os dissidentes arenistas, ainda espera alguma coisa deles? Gadelha. Eu acho que o caminho deles agora, depois desse fosso que cavaram, só pode ser a oposição. Mas sei, também, que eles querem ir para o seu próprio partido. E penso, enfim, que ainda há esperanças de que votem conosco contra a extinção. JR. Mas, supondo que não haja exlinção dos partidos, isso não interessa aos dissidentes da Arena? Gadçlha. Nesse caso será imediatamente apresentado um novo projeto, nosso e deles, instituindo um verdadeiro pluripartidarismo. JR. E havendo a extinção, comoficam os autênticos? Gadelha. Nào quero falar sobre essa hipótese agora. JR. O senhor é favorável a que os emedebistas votem contra a sublegenda, mesmo depois de aprovada a extinção? Gadelha. Sou. Mas a decisão deve ser de toda a direção do partido. Carlos A Sardenberg, de Brasília P^*. í!*KíJsssssHKr,. l^E-^^^l^PHsw* *i1 •s*' 1'* • -* ^ssst)ssví J GETÚLIO DIAS 0 PTB tem direito a viver "O Getúlio Dias: PTB votará a favor da reforma" 0 deputado federal Getúlio Dias, eleito pelo MDB do Rio Grande do Sul está entre os que mais.trabalham, no Congresso, pelo ressurgimento do Partido Trabalhista Brasileiro. Ontem, pela manhã, ele revelou as posições que serão defendidas por seu grupo na votação da reforma partidaria, hoje: JORNAL DA REPUBLICA. É verdade que o grupo parlamentar do PTB está reduzido a, no máximo, 15 deputados? GetúliO Dias. não, é mentira. Temos conosco 35 parlamentares definidos e 56 mais ou menos alinhados, aguardando o desenrolar dos fatos, a tramitação do projeto, para então, definirem-se publicamente. JR. Qual a estratégia do PTB na votação do projeto de reforma? Getúlio Dias. O PTB vai votar contra o artigo 2° (extinção dos partidos) c contra o artigo 59 (sublegenda). Mas votará favoravelmente ao substitutivo. JR. Por que aprovar a reforma que o MDB tanto critica-? Getúlio Dias. Somos uma área dentro da oposição. Queremos, por isso, ressurgir como partido organizado. JR. E se.o MDB decidir que seus parlamentares devem votar contra o substitutivo? Getúlio Dias. Então acataremos a decisão do MDB, votaremos contra o substitutivo também, para não caracterizar um golpe contra uma decisão do partido. JR. Qual o próximo passo da caminhada pelo ressurgimento do PTB? Getúlio Dias. Ainda não sei bem. Nosso jurista, o deputado Lidovino Fanton, está estudando nossas possibilidades. Luís Recena, de Brasília. ANTES DO DEBATE A executiva do MDB reuniu-se, em clima de desânimo. De pé, ao centro, Ulysses Guimarães Os parlamentares, cansados, começam a debater ROSALBA DA MATTA MACHADO, de Brasília "Ele é como o girassol, acompanha o brilho da luz do sol". A imagem é do deputado Álvaro Dias (MDBPR) c referia-se ao ministro da Justiça, senador Petrónio Portella. O parlamentar fez o terceiro discurso da noite, o segundo contrário à reforma na sessão de ontem, do Congresso Nacional, destinada à discussão do projeto de reformulação partidária. Iniciada depois de um dia cm que as reuniões de dissidentes e emedebistas se multiplicaram, sem nenhuma conclusão oficialmente negociada, a primeira sessão plenária encontrou quase trezentos parlamentares cansados e foi classificada como um "anticlima" do que poderá ser, hoje, a sessão destinada à votação do substitu- tivo do relator Aderbal Jurema (Arcna-PE). Discursos inflamados, assistidos por pouca gente nas galerias, com a alternância, já esperada: a um discurso contrário, outro favorável à reforma, variando apenas, se concedidos, o teor dos apartes, surgidos de uma fila de parlamentares postados no meio do plenário, com um microfone para cada partido. "Aqui não cabe o apelo, pois cairá no vazio. O crime político premeditado srá executado. O Congresso será cúmplice. Resta o protesto que mais lhe diz respeito, pois decide sobre o seu destino: a classe politica é encurralada na cocheira da submissão abjeta". Com esse preâmbulo, o deputado Álvaro Dias voltou a criticar Portella. colocando-o atrás das "ameaças que mostram o ranço do autoritarismo cego c impedidos, como aqueles, desse histórico passado da politica brasileira que resumem ato de verdadeira capinagem politica, que fala em catástrofe. Outras ameças são lançadas cehgando a envolver até aspectos de corrupção". Álvaro Dias lembrou "hora aos presentes ser a de ressuscitar dignidades, pois a paciência do povo tem limite c poderemos perder definitivamente o que ainda resta de credibilidade", para acrescentar, em tom duro, que "nenhum laço moral ou legal obriga o homem de bem a qualquer fidelidade aos seus aigozes". Álvaro Dias deixou a tribuna no exato momento em que o presidente do Scnado, Luis Vianna (ArenaBA), depois de transferir a presidência da sessão para o senador Nilo Coelho, descia as escadas. Ante as paimas, repetiu baixo para si, mencando a cabeça: "Estão aplaudindo'1, e desviando-se de alguns parlamentares, para retirar-se do plenário. Nilson Gibson, da Arena pernambucana, antecedeu Álvaro Dias na tribuna. do goJustificou o projeto "opção verno como uma pela qualidade c não pela quantidade". O discurso de Nilson Gibson levou alguns parlamentares oposicionistas a se dirigirem ao cafézinho da Câmara onde voltaram a exercitar as suas indignações. Là reclamram também do cafezinho frio que lhes foi servido. Walber: o grupo moderado contra a sublegenda MAGALHÃES ' 'Desista, meu filho Os dissidentes não quiseram abrir seu jogo i, qual Depois de tantas reuniões, "independenserá a posição dos tes" durante a votação do projeto de reforma? O deputado Magao reporlhães Pinto, volta-se para "Meu filho, ter e diz peremptório: desista. De mim você não tira nada". Como o grupo não tem porta-voz', a pergunta foi repetida a vários dos seus integrantes, no intervalo de uma das numerosas reuniões feitas ontem. Todos preferiam falar da importância da eliminação da sublegenda para a estruturação de um autêntico pluripartidarismo e para o fim da política dos governadores. Alguns mais prolixos começaram a resposta contando o início e a motivação do movimento rebelde, como o deputado Herbert Levy. Mas nenhum, nenhum mesmo, respondeu objetivãmente à pergunta. A resposta mais precisa foi a do deputado Carlos Sant'Anna, que exprimiu a indefinição em que o grupo se encontrava, ainda, no inicio da noite de ontem, com uma LEVY Não di\ qual sua posição "Ainda está depenpequena frase: dendo de conversas com a oposição e com o governo". Em conversas paralelas, no entanto, alguns "independentes" revelaram, certo conformismo em relação às condiçòes impostas pelo governo. Tudo indica que a maioria do grupo, desfalcado de alguns preciosos votos nas últimas horas (leia na reportagem da página 2), votará disciplinadamente a favor do substitutivo e contra o pedido de destaque ao artigo que prevê a extinção dos partidos. A esperança dos rebeldes, assim, dependeria de uma presença maciça de oposicionistas dispostos a votarem contra a sublegenda, mesmo após assistirem com a complacência do grupo, a extinção do MDB. De qualquer modo, o grupo realizou uma última reunião, iniciada as 21 horas. Alguns dos mais renirentes "indepentendes", porém, eli minavam, com segurança, a possibilidade de haver votação em bloco contra o substitutivo. No máximo, num ato de extrema rebeldia, alguns poucos ignorariam as ameaças do governo de não permitir a votação da sublegenda no caso de votarem em favor do requerimento do artigo 2 - o da extinção. A.R. Walber Guimarães (MDB-PR) surgiu na cena política como um dos mais ativos militantes do grupo moderado do MDB. Deputado federal hà quatro legislaturas, Guimarães é, na verdade, um fiel seguidor do senador Tancredo Neves. JR. Como votarão os moderados? Guimarães. Votaremos contra o substitutivo do governo, acompanhando, assim, a luta do MDB contra a violência da extinção. JR. E se o MDB não conseguir evitar a extinção? Guimarães. Devemos continuar em plenário para derrotar a sublegenda. Desde que haja, porém, condições para isso. Ou seja: desde que possamos ter o apoio de um número suficiente de dissidentes da Arena. JR. E como vocês perceberão, antes da votação, se têm ou não chance de êxito? Guimarães. Pela movimentação do plenário. JR. 0 sr. acha que todos os oposicionistas votarão contra a sublegenda, mesmo depois de o MDB ser extinto, em votação anterior? Guimarães. É difícil dizer. O clima emocional já é muito intenso. Os companheiros mais radicais acham inadmissível ajudar os dissidentes arenistas na rejeição à sublegenda, se .eles votarem, antes, pela extinção do MDB. É compreensível. Parece que o presidente do partido, deputado Ulysses Guimarães, também é a favor da retirada. Com essa emoção e em solidariedade a Ulysses, talvez seja melhor mesmo sair do plenário e deixar que a Arena resolva sozinha a quêstão. JR. Uma vez extinto o MDB, que farão os moderados? Guimarães. Vamos ouvir nossas bases. Estamos preparados para ficar no MDB restabelecido. Mas também já temos o número suficiente de parlamentares para formar o nosso partido. CA.S. Os anunciantes têm muito o que conversar, debater e conspirar. Uma pauta cheia de propósitos é essa do III Encontro Nacional dos Anunciantes. Se você é anunciante, pequeno ou grande, é do seu maior interesse estar lá. Lá no Clube Monte Líbano de São Paulo, nos próximos dias 27,28 e 29. Façahoje mesmo a sua reserva pelos tels. 284.9840 e 285.3645 2CD Anunciantes Brasileira de ABA-Associação Convergência do Anunciante Profissional DK W* QUAKTA-IHKA 2! DE NOVEMBRO __^EPÜBLÍQV ¦Ar, in a i EDITORIAL Gart^S ' "Sr. redator: Bis que os acontecimentos do Irã deixam todo mundo abismado perante tantas barbaridades de um povo dirigido pelo ódio c liderado pelo ayatollah Khomeini. Aprendi a analisar a política friamente, sem emoções. li!s como analiso esta situação, especifica de um pais onde a repressão reinou durante mais de tres décadas. Temos ali um povo oprimido por trinta anos, sob o jugo dos piores c dos mais ferozes dos regimes, onde a violência calou este povo por tanto tempo. Por trinta anos, este povo rejeitou o xá; • por trinta anos o xá se impôs ao povo. Não podemos deduzir que o xá, agindo deste jeito, aceitou friamente o seu destino? Todo jogo politico tem seu preço um dia, c neste dia nâo adianta mais lamentar o passado ou os passos falsos. Ao ignorar os apelos do povo iraniano, inflexível cm sua soberania, o xá se condenou'Com antecedência. É de admirar que tenha saido com vida numa região onde as cabeças rolam facilmente, sendo de direita ou de esquerda. Portanto.poi- que estranhar agora que as armas mudaram de lado? Teria o xá poupado Khomeini em caso de fracasso? Não teria eliminado todos os seus opose tivesse a chance de faze-lo? sitores \ Nâo tentou o xá a expulsão do Khomeini da França, que apenas nâo cedeu por medo do preço politico a pagar, sabendo da vitória, cedo ou tarde, do inimigo do xá? Pelos acontecimentos anteriores do Irã podemos acreditar que o xá não teria poupado os inimigos, não obstante a idade, a saúde ou o estado físico deles. Quando lemos nos jornais que o povo iraniano começou uma greve de fome, imaginamos que o povo está apoiando o seu governo. Existem governos que ignoram a fome, mas não existe governo que obrigue a uma greve de fome. Quando o povo se levanta, quando os ânimos se esquentam, não há homem que consiga deter a violência; nenhuma força política se arriscaria a isto sem correr o risco de ser levada também pela enchente que é a ira do povo. Escutemos estas vozes! Aprendamos a lição: se quisermos evitar o ódio indiscriminado, se não quisermos ser taxados de selvagens sanguinários, precisamos começar pelo mais elementar: fim das repressões das massas c o começo de uma justiça social. Do contrário, olhos no Irã!" Teófilo, SP (identidade mantida em sigilo a pedido do autor). "Sr. redator: O JORNAL DA REPÚBLICA pubiicou há alguns dias um artigo do jornalista c ensaísta francês Jacques Julliard, do Nouvel Observateur. falando dos inocentes úteis, designação que se dá aos que acompanham os comunistas nas frentes e organizações de minorias ou de massa, sem contudo serem membros do partido. Observo que no Brasil esse tipo de companheiro de viagem aumeritou muito depois da Revolução de 64, c precisamente porque òs comunistas foram incasavclmentc perseguidos. Hoje em dia, no Brasil, existe um verdadeiro temor de parecer reacionário ou conservador. Conheço muitos intelcctuais e homens de ciência que, em situaçào normal se oporiam mesmo aos comunistas. ou teriam sérias divergências com eles, mas que os apoiam precisamente por causa da condição de alvo permanente em que foram transforma; dos. Aliás, sugiro que o JR faça uma re• portagem ou uma série delas, sobre esse | tema, no Brasil." João M. de Barros, SP. -jornal da- fl£PÜBLICA DIRETOR PRESIDENTE Raymundo Faoro EDITORCHEFE Mino Carta CONSELHO DE DIREÇÃO Armando V. Salem, Cláudio Abramo. Fernando Sandoval Hélio de Almeida, Mino Carta Raymundo Faoró, Tão Gomes Pinto DIRETOR RESPONSÁVEL Armando V. Salem ENCONTRO EDITORIAL LTDA. DIRETORES Armando V. Salem Fernando Sandoval Mino Carta Raymundo Faoro Tão Gomes Pinto SÀQ PAULO Redação. Administração e Publicidade: Rua da Consolação. 293. 8' ao 12' andar Telefones: 258-66^9. 268-8244, — 257-0099 (Publicidade) Caixa Postal: 22185 End. Telegráfico: EDITRÈS (CEP: 01310 - São Paulo-SP) Sucursal BRASÍLIA (DF): SRTN - Edifícios Brasília Rádio Center, Salas" 3060/61 Fones: 225-9296 / 225-8396 / 224-6873 SUCURSAL RIO DE JANEIRO (RJ): Editora Três Ltda. Av. Almirante Barroso, 63, grupo 517 Fone: 232-7352 Impresso na SA. Diário da Noite VENDA AVULSA 10,00 CrS São Paulo CrS 12,00 Rio de Janeiro Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Belo Horizonte e 14,00 CrS Brasília Salvador. Recife e CrS 15.00 Fòrtaleea CrS 16.00 Demais cidades A grandes vítimas que precisam ser defendidas são os assalariados AI CY BHHHHBHii ^Hkll Y~ . ." .' m x^ ê VlL. ~~yy ¦ ^^^^^1 ^^^^^^ z WSSú yy^- -+- y $$%*# XTy^- ^-¦^^4 II .mUi O pacto social proposto Na edição de ontem, o JORNAL DA REPÚBLICA, em absoluta primeira mão, noticiou que está em cogitações um novo pacto social, a ser travado entre o governo, por intermédio do Ministério do Planejamento, e os assalariados, tendo em conta a difícil situação do país, que se agravara, com toda certeza, no ano próximo. O governo se propõe a conceder os aumentos semestrais, já previstos na legislação vigente, em índices superiores à infiação, de sorte a estabelecer efetiva distribuição de renda; concorda em alterar a CLT, de modo a impedir a rotatividade da mão-de-obra, que torna, no regime atual, instáveis e precários os empregos, e se dispõe a instituir o seguro-desemprego. As autoridades do Ministério do Trabalho, de outro lado, não interfeririam nas negociações entre empregadores e empregados nos aumentos relativos à produtividade, guardando a neutralidade entre as partes em dissídio. Os operários e assalariados em geral, em troca, se comprometeriam a se abster dos movimentos grevistas e assegurar ambiente de reivindicações mediante maior controle das maiorias sindicais, sem antagonismos extremados. Durante dois anos haveria, em conseqüência, uma trégua com res- Pelo indulto, aplausos ao presidente As limitações da anistia, das quais a mais grave consistia em deixar determinado número de presos politicos apodrecendo nos cárceres, foi ontem corrigida pelo presidente da República. Ela constituía uma discriminação odiosa por estabelecer um inconcebível privilégio entre os que foram punidos com base na legislação autoritária. Não se podia entender como as prisões se abrissem a uns condenados, o exílio extinto da biografia dos desterrados, enquanto outros brasileiros, punidos por crimes catalogados nas leis que a todos ferira, continuassem chumbados à segregação das masmorras. Essa chocante anomalia acaba de ser parcialmente sanada. Ao assinar ontem o tradicional decreto de indulto de Natal, o presidente João Figueiredo nele incluiu os presos políticos marginalizados pelo ato da anistia. Erradicou-se da sociedade brasileira um foco de ressentimento que não se compadecia com as aspirações nacionais de concórdia. Ao pôr sua assinatura no decreto do indulto, o chefe do governo dá uma demonstração concreta de que a sua mão estendida não é uma figura de retórica, impressão que outros episódios,como o dessa melaneólica reforma partidária autorizava. Com o decreto de ontem a anistia ainda não perdeu as suas conotações de ato restrito. Mas o decreto também é importante porque rompe com um velho tabu brasileiro: o que excluía o chamado crime político dos benefícios do indulto. Como a queda de todo tabu é sempre louvável, reúne-se no aplauso ao ato presidencial de ontem outro aplauso: o que acompanha a queda de um prejuízo, a derrubada de um preconceito. Neste Natal de 79, alguns lares antes privados de alegria terão motivos de júbilo para comemorarem uma data que encarna o espirito da confraternização humana. Uma nação também se faz com alegria dada aos que apagam de sua retina a visão das grades carcerárias. peito as greves, em cujo período o governo se empenharia, de forma concreta, no combate à infiação. Na realidade, a luta antiinflacionária. que procure o patamar, embora alto, mas tolerável, de 40% em 1980, exige que tal chegue a bom termo, contanto que a nota tônica do combate não recaia sobre os trabalhadores, as vitimas habituais de todos os projetos dessa natureza. A proposição não é inédita. Tem antecedentes nos governos Perón e Juscelino. Em ambas as tentativas, entretanto, os trabalhadores cumpriram sua parte, sem que o poder público fosse pontual na sua avançada contrapartida. As circunstâncias são agora diversas, com outros fatores que índicam a possibilidade de uma convenção séria e limpa. Não dispõe o governo federal de outro meio para evitar as terríveis dificuldades econômicas q.ue o esperam no ano vindouro. O problema do petróleo torna:se sombrio,c a divida externa, até há pouco tida como irrelevante, apesar das evidências em contrário, compromete todo o crédito do pais. Aos riscos econômicos somam-se as implicações políticas da crise, que tornariam instável o governo e. provavelmente, o curso democrático do processo, com a recru- PRIMO FIGUEIREDO Mas pra que gastar o precioso tempo de vocês com o estudo de um plano de emergência para a crise do petróleo? . Por que não mandam a Petrobrás aplicar o mesmo plano do racionamento de comida? Vem dando certo há 479 anos e reduziu o consumo de vida no Brasil pra cerca de trinta anos no Nordeste. IkflL Os profetas da hecatombe estão soltos Embora a vocação escatológica não componha a fisionomia política dos brasileiros, estamos assistindo a uma explosão de catastrofismo. Em São Paulo, o Movimento contra a Carestia preconiza uma greve geral no pais. Em Salvador, Bahia, uma reunião sobre a anistia vira debate entre PC e PC do B - um espetáculo . de facções políticas que se engalfinham. Em Belém do Pará, um fantasmagórico CCC aproveita a visita do ex-governador Miguel Arraes e difunde o pânico na cidade. No Rio, semanas antes, o mesmo delírio direitista tomara conta de Nova I guaçu. Ós profetas da hecatombe estão soltos, agindo na sua paranóia como todos os loucos que tomam como realidade os transtornos de sua mente. dcscòncia da direita, sempre ansiosa em desejar desastres. Para se reerguer e dominar. A negociação interessa à grande maioria do povo brasileiro e interessa ao nosso desenvolvimento social e político. Deve, todavia, sustentar-se em indisputada seriedade, com ajuste público e submetido ao debate amplo, sem barganhas e sem cláusulas secretas. Não basta esboçar as linhas do acordo, senão que é necessário, à luz da discussão, fixar as obrigações reciprocas. Tudo seria inócuo e não passaria de um diálogo de surdos se não o animar um pressuposto, que é a inspiração do entendimento pretendido. Os aumentos de salário não devem ser meramente nominais, concessão aritmética, numa conjuntura em que o custo de vida dispara, apenas contido nas estatísticas fictícias. Para que o pacto seja real, a luta contra a inflação há de ser efetiva, constante e não poupar dos sacrifícios as demais classes e outros setores da economia. Este é o centro das negociações, que devem prever instrumento^ abertos de verificação, com a flexibilidade das correções imediatas. Fora dai só haverá mais um maiogro nacional, que pode ser o último da situação atual de poder. Humor curitibano FRANKLIN DE OLIVEIRA Um Estado, cujo poder se expande Desde o fim da Segunda Guerra no serviço da tccnoburocracia, desuMundial que o capitalismo perdeu a cconona gua no totalitarismo custrensc. Nos sua posição hegemônica dois casos, o respeito pela vida humia mundial. Um terço da populamana, a simples vida cotidiana do çáo hospedada neste erradio planeta homem, desaparece. expevive outra que se chama Terra Em Curitiba, Paraná, o ministro riência, a qual obrigou o capitalismo emitir Karlos Rischbieter acaba de"capitaa aceitar reformas que lhe asseguo contra desordem de Vários rassem a sobrevivência. palavra lismo selvagem". Segundo esta ses remendos e mcia-solas foram asum de ótica, aliás já bastante difundida ensimilados, mas sempre dentro tre nós, inclusive por empresários e limite que não poderia ser transbanqueiros detentores de uma proviposto: o limite constituído pelo próSociedade sâo de clareza maior do que a comprio cerne do regime. afluente, sociedade da abundância, portada pelo conservadorismo escravocrata das nossas elites dirigenncocapitalismo, Estado do bemsemântites, "capitalismo selvagem" é o que estar etc, foram invenções cas forjadas para darem aura civiliprocura reeditar no Brasil os metodos de implantação do capitalismo zacla à sociedade burguesa. A brutal legado na Inglaterra ao tempo da primeira imposta desfiguração pelo revolução industrial. Nessa época, stalinista ao socialismo.representada univerele assentava desabridamente da mipela derrogação de valores séria material, na atrofia mental e na constituírem sais que, por patrimôalienação política dos trabalhadores. nio da Humanidade, estão acima de brutal aquela Contra tal reimplante insurge-se o todos os regimes ilua criar ministro Karlos, que nada tem a ver serviu desfiguração para com o outro Karl. E o ministro Karsão de que o capitalismo recondiciose los propõe que os consumidores da História. nado é a estação final "capitaassociem, para combater o No entanto, ele não o é, pela simples lismo selvagem". Há. na proposta. razão de que embora procure oculo opressiva, um equivoco: as grandes vitimas, tar a sua face jamais conseguirá. Mitigar a exploração do que precisam ser defendidas, são os inclusive de assalariados, impedidos trabalho não significa eliminá-la. "status" de consumio ao consubstanciai assumirem é Essa exploração dores. capitalismo. Sua característica desuInstrumentos de sua defesa semmana não decorre de uma perversida mas capitalistas, dos dade inata pre foram, no Ocidente, os sindicatos, as greves e os partidos politicos contradição insanável sobre a qual o desde que partidos operários. Mas capitalismo repousa - a contradição os sindicatos, entre nós. trazem o esda social estabelecida entre o caráter tigma do corporativismo fascista, a apropriação e privada produção o está dos meios de produção. Ai graças ao dr. Getúlio Vargas. O parinicialmente tido trabalhista que tivemos, e vasua foco de perversão, mos ter de novo. tendo a mesma acionado pela política do laisser chada marca getulista, foi instrumento de faire. Com o surgimento desconcientizaçào do trabalhador, e mada "burguesia de Estado" deve continuar sendo assim. O poprocurou-se um desvio da antiga aster de rota. Outra ilusão: apesar pulismo, surgido no mesmo caldo de cultura, esgota-se no campo das sumido o setor econômico, o Estado trabados ideologias mistificadoras. A nova divorciado permaneceu à tude ter lhadores, além passado política salarial, vigente desde o inicio deste mês, na prática extirpa da tela autoritária da sociedade. O BraConstituição o direito de greve. Blosil é exemplo disto - não só o Brasil vias deo também mas 1964, de queadas estão, portanto, as "capitaque vem mocráticas de luta contra o Brasil anterior, o Brasil que data de lismo selvagem'*. É, pois^ de recoinstrução 113 e do desenvolvimento nhecer que ao ministro não restava juscelinista. outra alternativa senão recomendar Na euforia dos anos da chamada a briga das donas-de-casa contra os "grande industrialização" - período feirantes c os supermercados. Como do desenvolvimento isebeano - o desconversa, a proposta de Curitiba pais não deu a mínima atenção aos tem o seu grão de humor - mas huriscos do crescimento do poder do mor negro, que não afina com a Estado. Um Estado que cresce a loira paisagem paranaense. serviço da burguesia tradicional, Franklin de Oliveira é jornalista desemboca fatalmente no fascismo. O chanceler caiu na chantagem O chanceler Ramiro Saraiva Guerreiro fez fama como homem inilenta. É um "vique vive em câmara"presto" e do migo orgânico do vace" - vagaroso, nada tem o dom de apressá-lo, de privá-lo de uma lentidão que os seus críticos mais azedos fazem vizinha da atonia. Esse perfil de prudência não cai mal num diplomata, desde, que ele conheça o limite entre o açodamento e a apatia. Estará o sr. Guerreiro, apesar da belicosidade do nome, nestas condições? Ai está a crise do Irã, injetando apreensões em todo o mundo. Crise fabricada por um surto de fanatismo, mas à qual não é estranha uma forte dose de chantagem. Encazinado no propósito de arrancar dos Estados Unidos o ex-xá Pahlevi para submetê-lo a julgamento em Teerã, pelos selvagens crimes politicos que praticou durante o seu rei-, nado, crimes que - diga-se - estão agora sendo reeditados pelo governo do ayatollah Khomeini, o Irã resolveu usar o petróleo como arma de intimidação internacional. Nessa chantagem caiu o chanceler Guerreiro. O seu dever, dever elementar, era repeli-la com a energia de executor da conduta diplomática de um pais que, por respeitar-se a si próprio, nào negocia a sua independência. Não procedeu assim o chanceler. As suas declarações ontem divulgadas pela imprensa são de complacência com a chantagem petrolifera. Tirante a manifestação de endosso à chantagem, a pílula da lamentàvel declaração foi envolta na gelatina de um pacifismo extemporâneo. E como essa declaração estapafúrdia tivesse sido recebida com estranheza pelos repórteres que o ouviam, o chanceler saiu-se com esta: "A rigor, não tenho obrigação de dizer mais que isso". A rigor, tinha o direito de não embarcar na chantagem. Os mais ricos deverão recuar para que todos tenham um pouco Verdades e ilusões ALBERT JACQUARD Concordo com a constatação: vivegresso técnico, podemos saber a todo momento o que se passa em qualquer explosivo. (*) mos um processo Explosão demográfica: nos três úlparte da Terra; mas com quantos homens temos contatos reais, numa troca timos anos, a população da Terra auda ao total igual fundada na compreensão? Os fatos não número mentou de um são senão a nata dos movimentos pro humanidade inteira ao tempo de Cristo; Explosão tecnológica: o exemplo fundos; o conhecimento desses fatos, tomado como acesso à realidade do uniextremo é da transferência e do trataverso, não passa de um disfarce dessa mento da informação, tornados instanrealidade; admitamos que não estamos tâneos; a intercomunicação generalizada, cria um de inicio progresso, próximos senão de um reduzido número que parece de homens; uma interdependência insuportável; - Ilusão segundo a qual o aumento Explosão cientifica: os progressos do "ter" leva a maiores possibilidades são tais que nenhum cérebro pode de "ser": um minimo de ter é necesintegrá-los; não dominamos mais a trasário (e é recusado a uma multidão de conhecimento. do jetória homens); nossa tentação é a de ter; mas Mas, como todo fenômeno não-autonossa necessidade c de ser. regulado, este processo não pode senão Na mudança fundamental necessária, conduzir a uma "catástrofe" ao se choa contribuição da ciência e sobretudo da car com impossibilidades; o fato novo é biologia pode ser decisiva; menos pelas que começamos a tomar consciência de obstáculos intransponíveis: obstáculos possibilidades novas de ação do que físicos (crise de energia), sociais (delinpela visão mais lúcida que nos dará. A biologia nos mostra a necessidade qiiência, droga) ou pessoais (desespero). da diversidade. Como todos os seres viCada um se refugia na defesa de sua pevos, temos mecanismos naturais que quena felicidade familiar ou individual, criam e mantém a heterogeneidade dos enquanto nossa sociedade prossegue na indivíduos e dos grupos. A aventura sua maréha, interessada apenas em prehumana gerou múltiplas culturas, que servar sua trajetória. oferecem gama muito grande de comSimultaneamente, percebemos que o "êxito" de nossa civilização se paga portamentos. Esta diversidade é uma ricaro: queza que devemos preservar. Apesar de nossa riqueza maior Aceitar, e desejar as diferenças imsentimo-nos mutilados pela especializaplica renunciar qualquer julgamento de valor formulado a partir dessas diferenção, frustrados e desprezados por uma sociedade na qual as relações repousam ças, e portanto desistir de qualquer tentativa de fundar uma hierarquia entre os na aceitação da dominação de um, na homens (mesmo se hierarquias funciosubmissão de outro, na qual uma estrunais, parciais, provisórias são necestura hierárquica parece necessária e é sárias para estruturar a sociedade: mas admitida como natural; Apesar de nosso acesso à informa- ' esse é um outro problema). Este elogio da diferença não significa ção (maior) sentimo-nos isolados, sem elogio das desigualdades econômicas, possibilidade de verdadeira comunicaao contrário. Uma sociedade estrutução, fechados numa das inúmeras célurada por tais desigualdades conduz à Ias de uma sociedade compartimentada. rotina massacrante da multidão e à vaiUma virada nessa evoluçào,que condade do luxo para alguns. Em lugar de duz a absurdos evidentes, não deve ser esperada senão mediante uma tomada preservar a diversidade enriquecedora. ela assinala as diferenças; a igualdade de consciência dos verdadeiros probleno acesso às riquezas disponíveis, sejam mas. Em primeiro lugar, cataloguemos materiais, sejam culturais, é a condição as ilusões: Ilusão da riqueza acessível a todos: de um desenvolvimento da diversidade harmoniosa e benfazeja, fonte não de dar a cada um dos 4 bilhões de homens ciúme e de opressão, ou de rivalidade, atuais (6 na próxima década e 10 na gemas de respeito, estima e liberdade. ração seguinte) os recursos em alimento e energia é materialmente impossível. A (*) Este depoimento de Albert Jacquard, conhecido geneticista francês, foi escrito igualdade no acesso à riqueza do piaem resposta a um questionário da reneta não será realizada senão com um vista Le Nouvel Observateur sobre o recuo dos mais ricos; Ilusão da comunicação possivel enque se prevê para os próximos vinte o nos. tre todos os homens: graças ao pro- ÍSSPiJBj QUARTMMilRA l\ Dli NOVI-MHHO Dli 1970 •ACilNA * • l__ _^ Geisel em Salvador ABERTURA Figueiredo liberta 9 presos poucos Eles foram beneficiados pela redução das penas e não pelo indulto natalino, assinado ontem. Agora só restam 9 reclusos políticos STM divulga a lista dos beneficiados RICARDO PEDREIRA, dc Brasília' Até 25 de dezembro, nove presos políticos que nào foram beneficiados pela anistia, serão libertados com base em dccreto de mdulto natalino assinado, ontem de manha, pelo presidente da República. Esta é a primeira vez. desde a Revolução de 64, que os tradicionais indultos natalinos beneficiam presos políticos, pois os decretos presidenciais dando o beneficio sempre continham artigo que excluía os condenados pela Lei dc Segurança Nacional. Dados coIhidos no Superior Tribunal Militar indicam que existe atualmente dezoito presos politicos no pais. Segundo os cálculos do Pianalto, restarão nas prisões brasileira, depois do indulto ontem decretado, apenas nove presos políticos. Na verdade, os presos poljticos nâo estão sendo beneficiados pelo indulto em si, que beneficia, diretamente, apenas os que estão condenados a menos de quatro anos de reclusâo. Nào existe nenhum preso politico neste caso. O beneficio que recebem é indireto: a redução gerai de penas, que lambem é determinada pelo decreto divulgado ontem. O Planalto calcula que nove presos politicos serão soltos porque, com a redução de penas, eles terão cumprido toda a condenaçâo. Ou seja: um preso politico que, por exemplo, esteja na cadeia há nove anos c tenha sua pena reduzida para cinco anos está automaticamente libertado. Estes presos licarào em liberdade condicional, com todas as limitações legais. A redução das penas dos presos políticos não beneficiados pela anistia, vinha sendo acenada pelo governo, mesmo que informalmente, desde que o projeto de anistia foi enviado ao Congresso. Segundo explicou ontem um próximo assessor do presidente da República, o decreto presidencial tem o objetivo de "esvaziar o mais que podemos as cadeias dc presos políticos". Ele deu a entender que a medida, que, ao contrário da anistia, nâo significa esquecimento de um crime, mas perdão de uma pena, foi a forma encontrada para completar o trabalho iniciado pela anistia, sem ferir suscetibilidades dentro das Forças Armadas. "O trabalho está completo agora", disse o assessor. Desta forma, os presos políticos restantes, que também terão suas penas reduzidas, dcverão ser libertados todos no indulto do próximo ano. A partir do decreto presidencial, cuidadosamente preparado pelo ministro Petró nio Portella, que nas últimas duas semanas manteve permanentes consultas com o gabinete militar da Presidência da República, caberá aos conselhos penitenciários, órgãos estaduais, a aplicação da lei. Os conselhos examinam as listas dos presos e determinam quais- preenchem os requisitos estabeIccidos pelo decreto de Figueiredo. Os interessados de qualquer modo, podem requercr ao conselho penitenciário o exame dc seus casos. Nas decisões dos conselhos, nào cabe recurso. Os decretos de indulto natalino têm sempre o objetivo de esvaziar as superlotadas prisões brasileiras. O que Figueiredo assinou ontem deverá bater recordes de libertaçào, pois, além de incluir os presos politicos. beneficia também quem praticou homicídio qualificado, roubo, seqüestro, extorsào ou rapto, o que náo ocorria nos anos anteriores. Desta vez, só não serão beneliciados pelo decreto "os condenados por crime relativo a entorpecentes, ou substância que cause dependência física ou psiquica". Por isso. sem esconder grande euforia. o porta-voz do Palácio do Planalto, Marco Antônio Kraemer. garantia ontem "o decreto de indulto do presidente Fique gueiredo é o mais generoso de todos". O Superior Tribunal Militar divulga hoje a lista dos presos políticos que serão libertados a partir do decreto de indulto e' redução de pena assinado ontem pelo presidente da República. Com base em colhidas informações contudo, â corte, já junto se pode prever, com razoável margem de acerto, que pelo menos nove dos dezoito presos políticos que nào foram beneficiados pela anistia sairão da cadeia ainda este ano. Mesmo a lista a ser divulgada hoje pelo STM pode conter incorreções, pois em última análise cabe aos Conselhos Penitenciários decidir quais presos se encaixam nos requisitos estabelecidos pelo decreto. Estes conselhos, subordinados às Secretarias dc Justiça dos Estados, examinarão primeiro quais os condenados que podem ter suas penas reduzidas - o indulto só atingirá condenados a menos de quatro anos de prisão, que de acordo com o STM não é o caso de nenhum preso político - e julgarão se eles sào isentos de pericu- losidade c têm boa conduta na prisão, conforme determina o decreto dc Figueiredo. Assim, devem ser libertados a partir do decreto do presidente os seguintes presos políticos: Edwaldò Celestino da Silva, cujas penas, nào reveladas on tem no STM. já o habilitam para conseguir liberdade condicional: Aton Fon Filho, condenado a dezessete anos, dez meses e doze dias, mas que jà cumpriu quase dez anos de sua pena; Alex Polari de Alverga, condenado a nove anos, mas que já Cumpriu metade da pena: Maurício de Araújo, que por ter cumprido metade de sua pena já está em processo de livramento condicional, junto ao Conselho Penitenciário do Rio.Grande do Norte, e cuja conduta carcerária, informa o STM, é ótima; Theodomiro Romeiro dos Santos, que antes de fugir estava cumprindo pena de treze anos. seis meses e 27 dias de prisão, dos quais já pagou nove. No seu caso, o Conselho Penitenciário da Bahia pode optar por não inclui-lo no beneficio do decreto por ter fugido da Penitenciário Lemos de Brito; Francisco de Assis Barreto Rocha Filho, condenado a doze anos e dez meses, mas que já cumpriu nove e cujos advogados também entraram com pedido de livramento condicional: José Roberto Gonçalvez de Rezende, condenado a oito anos de prisão, mas que já cumpriu metade da pena; Diógenes de Souza, condenado a dezesseis anos, seis meses e dezoito dias, mas que já cumpriu nove anos de reclusão e cujo pedido cie livramento condicional encontra-se prestes a ser julgado pelo STM: Francisco Gomes da Silva, condenado a vinte anos. mas que já cumpriu metade da pena c também está com pedido de livramento condicional esperando decisão da Justiça Militar; Manoel Henrique Ferreira, cuja pena nào foi divulgada ontem pelo STM. mas que também está com pedido de livramento condicional, o que significa que já cumpriu metade da pena. NOVA CAPITAL O MDB vai arquivar a emenda do plebiscito j VICENTE ALESSI FILHO O MDB paulista será obrigado a adotar, como saida honrosa para a nâo aprovação da emenda à Constituição Estadual do deputado José Yunes, que propõe a realização de um plebiscito popular antes de se autorizar a transferência da capital, a alternativa do "arquive-se por decurso de prazo". A menos é claro que um milagre dê à bancada o voto que lhe falta para aprovar a proposta, até a próxima sexta-feira. Mas o MDB nào acredita em milagres. Desde ó começo da noite de segunda-feira, logo depois da votação da emenda, que não obteve número minimo de votos para ser considerada aprovada ou rejeitada, os dirigentes do partido estiveram ocupados em reuniões sem fim, até chegar à melhor proposta de saída honrosa. E se agarraram a ela como a tábua de salvação. Mas, como tábua de salvação, a rigor deixa muito a desejar. E foram os dissidentes e o seu autodenominado "grupo democrático" do MDB o grande assunto de ontem na Assembléia paulista. Da tribuna, as palavras foram ásperas de parte a parte. Afinal, que tem a ver cubanos, checos e russos de todas as repúblicas da União Soviética com a defecção dos catorze adesistas? Rigorosamente nada. Tudo,, no entanto, do ponto de vista do adesista Manoel Sala. Tudo e muito mais, inclusive um certo e suspeito cachorro que o secretário-geral do PCB, Luis Carlos Prestes, teria dado de presente a Fidel Castro (nü verdade, o cachorro foi presente do emedebista Fernando Morais). E o fato de Manoel Sala nunca ter passado "de simpies mecanógrafo da prefeitura, nomeado por Adhemar de Barros"? Isto deve significar muito para o hoje autêntiquissimo ¦ deputado José, Storópoli. que fez questão de lembrar ter chegado. na mesma Prefeitura de São Paulo, ao cargo de supervisor por meio de concurso. Os amigos de ontem, e de vários anos, como fizeram questão de frisar, no mínimo ensandeceram. E lavaram em público pelo menos uma parte da muita roupa suja acumulada no meio dos ex-abraços e das ex-ajudas mútuas. Tudo coisa do passado. Fora do plenário, o vento soprava - ao longo dos corredores da Assembléia - fantasiosas histórias de suborno. Deputados do MDB teriam sido pressionados a aceitar presentes, em dinheiro ou apartamentos, para votarem contra a emenda Yunes. Mas nenhum deles assumiu a sua parte, que era falar claramente. Nomes, datas, locais, valores. O deputado Flávio Bierrenbach, por exemplo, declarou não ter conhecimento de nenhum fato concreto, mas admitia que tudo era possível, "principalmente quando se sabe que os métodos do governador não são os mais compatíveis com o seu cargo". Bierrenbach recordou que, ao acordar, ontem de manhã, veio-lhe à mente a seguinte quadra de Camões: "Sobre isso nos conselhos que tomava/Achava mui contrários pareceres Pois naqueles com quem se aconselhava/Executa o di. nheiro seus poderes". Disse e foi para o café. O governador Maluf esteve com o presidente da República, no Palácio do Planalto, por mais de trinta minutos, ao final dos quais A viagem dc*Gcisel a Sal vador teria o objetivo de prestigiar Magalhães c, por extensão. Sande. Portanto, numa lógica às avessas, essa seria a indicação de que o presidente do BNDE está desprestigiado, á beira da demissão. Absurdo'.' Talvez. Mas Antônio Carlos Magalhães de desmentir: fez "A questão de Luis Sande é posição excelente em todo; o governo. Não só junto aos ministros da área econômica mas também junto ao presi dente Figueiredo, que.vem dando todo o apoio ao rcpresentante baiano no governo federal". O objetivo da viagem de Geisel, segundo o governa dor, seu anfitrião, dono do apartamento no bairro da Graça onde o ex-presidente ficará hospedado, é apenas o de fazer turismo. Ele chegou ontem, às 21 horas, acompanhado de sua' mulher, dona Lucy. Na pró xinia sexta-feira chega a Salvador a filha do expresidente, Amália Lucy, E a família comemora, sábado, na casa do coman dante da fv' Região Militar e ex-chefe da Casa Militar no governo Geisel. general Gustavo Moraes Rego. o aniversário da cx primeiradama. Portella, aliviado O ministro da Justiça, Petrônio Portella, nào aceitou ontem, ao receber os jornalistas no fim do expediente. a qualificação de "otimista" quanto à votaçào do substitutivo ao projeto dé reformulação partidaria, que começa amanhã na Câmara, preferindo situar-se na condição dc "atento "realista", por estar aos fatos". Confiava, porém, na aprovação da proposta do governo. Momentos antes, o senador Murilo Badaró (ArenaMG) deixara o gabinete do ministro da Justiça comentando que este parecia menos tenso depois que soube dos acordos finais firmados entre os dissidentes e as lideranças da Arena a respeito da sublegenda. As negociações foram acompanhadas pelo ministro. do seu gabinete. Depois de alguma resistência a receber os. repórteres, alegándo sobrecarga de trabaIho. o ministro terminou concordando em expor, durante cinco minutos, o estado dc expectativa do go- verno cm torno da votação do substitutivo da reforma. Começou afirmando. que "confiamos no Congresso. Estamos certos dc que a ciecisão do Congresso refie tira a situação de fato exjstente em rciaçào ao quadro partidário. Creio que p substilutivo liberta da.camisadc-força políticos Ò que estão voltados para o futuro". Em seguida estabeleceu uma comparação entre o otimismo e o realismo, para sejustificar a sua posição,"reaafirmou, de gundo lista" em relação aos resultados da votação do substitutivo, em razão do qual considera "sem mais nbvidades"o problema da sublegenda. E na sua explicação sobre seu realismo fez quêstão de mostrar que estava realista porque estava também atento aos fatos e. por isso, confiante neles: "Quando se está atento aos fatos e confiante neles se é realista; quando se eíítá desatento aos fatos e confiante neles se é um otimista inconseqüente". ¦ . MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES . - iAj DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEtò CONCORRÊNCIA - EDITAL N9 162/79 ^^H[ A'A Jm%A: ^^(s mim. •* Ja yÊÊam WfvR llillÉ m&vm AVISO DL TRANSFERÊNCIA De ordem clp Senhor Diretor Geral do Departamento, Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), avisamos aos interessados, que por motivo de ordem Administrativa.' a CONCORRÊNCIA, referente ao Edital n9 162/70, ameriormeilte marcada paia o dia 08 (oito) do mês de novembro de I<->7Q. às 10:00 horas e transferencia para o dia 19' (dezenove) do riiés de novembro de 1070, às 11:00horas,' l para serviços de construção da ponte sobre o rio São l-ran»', cisco cm lbotirama. na Rodovia BR-242/I3A. trecho Seabra.-! Ibotirama-Uarrciras, fica marcada para o dia 26 (vinte e seis) do niês de novembro de 1970, às IT: 00 horas, no mesmo local anteriormente lixado. Rio de Janeiro, 16 dc novembro de 19.79 •NG9 SALVAN BÓRBOREMà DA SILVA' Ref. prpe. ii9 44.800/79 O » g õ ° fe PETROBRÁS PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. VENDA DE SUCATA EDITAL - 03/79 NA ASSEMBLÉIA A REGIÃO DE PRODUÇÃO DA BAHIA - RPBA comunica aos interessados que dispõe para venda de aproximadamente 650 toneladas de tubos inservíveis, com diâmetro entre 2" a 6". ' As propostas deverão ser entregues pelos proponentes à PETROBRÁS-RPBA, no dia 05/12/79, às 9:00 horas, na Divisão de Suprimento, sala 304, sita à Av. Beira Mar, 220 - Calçada, Salvador-Bahia, ocasião em que serão julgadas. As Condições Gerais de Alienação poderão ser obtidas pelos licitantes nos seguintes endereços: SALVADOR/BAHIA Av. Beira Mar, 220 - Eri. Hamilton Lopes - Sala 3151 Manoel Sala, um dos 14 dissidentes, misturando a briga do MDB com Fidel e Unido Soviética "Não aliciei ninguém", diz Maluf "Não aliciei ninguém". Incisivo, o governador, de São Paulo, Paulo Salim Maluf negou, ontem, em Brasília qualquer participação em acordos ou conchavos no Congresso Nacional, relacionados à votação, hoje, do projeto de reforma partidária. Da mesma forma, Maluf negou qualquer envolvimento na decisão dos deputados estaduais paulistas de não aprovarem a emenda à Constituição do Estado que obriga à realização de um plebiscito para a mudança da capital de São Paulo. A chegada do cxpresidente Ernesto Geisel, ontem á noite, a Salvador, para tuna visita dc uma semana, serviu para que a oposição baiana voltasse a especular sobre uma evenmal c futura demissão do presidente do BNDE. Luis Saneie, O boato foi fundamontado num mirabolante raciocínio: Luis Sande é baiano, protegido politico do governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães. declarou: "Foi uma audiência sem qualquer cunmho politico". Segundo o governador, sua visita deu-se por razões puramente administrativas, onde os assuntos principais foram ferrovias, o porto de Santos, energia elétrica e saúde pública. De todo modo, Salim Maluf não pôde fugir ao assunto do momento, a reforma Frisou que o partidária. tema "não caberia na minha pauta de assuntos com o presidente", mas elogiou o quadro de abertura partidaria que o general Figueiredo está promovendo. Sobre os dissidentes da Arena, Maluf igualmente não arriscou definições. "Há deputados insatisfeitos na Arena, assim como há deputados insatisfeitos no MDB", disse ele. Sobre a filiação do ex-governador Laudo Natel ao Arenão, acredita Maluf que não haveria nenhum problema de estarem os dois no mesmo partido, de apoio ao presidente. Negou, entretanto, que esteja reivindicando a chefia regional desse partido. "Não posso, como governador, ser o chefe de um partido", disse. Finalmente,o governador falou sobre a nova ca"É coisa vepitai paul'Sta. lha o fato de que a nova capitai será autofinanciável. Mais do que isso, ela podera dar lucros, inclusive: poderá render dinheiro". LUIS RECENA, de Brasília Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo CONVOCAÇÃO O SINDICATO DOS TRABALHADORES METALÚRGICOS DE SÃO PAULO convoca todos os trabalhadores metalúrgicos, associados ou não da entidade, e que foram demitidos durante ou após a greve, para comparecerem à reunião que será realizada no próximo dia 21 de novembro de 1979 (quarta-feira), às 15 horas, na sede social do Sindicato, à Rua do Carmo, 171 -2? andar. RIO DE JANEIRO/RIO DE JANEIRO Av. Chile,-65- EDISE - SaIas 1.878 BELO HORIZONTE/MINAS GERAIS RODOVIA FERNÃO DIAS BR-381 - KM-7 - Betim - MG SÃO PAULO/SÃO PAULO Rua Barão de Itapetininga,. , 151 - 1? andar - s/15. Na citada reunião será dada a orientação e esclarecimento com relação ao processo trabalhista na Justica do Trabalho. São Paulo, 19 de novembro cie 1979 JOAQUIM DOS SANTOS ANDRADE Presidente V. SERPUB- 113.79 PÁGINA 6 QUARTA-ITiIRA 21 DG NOVI.MMU) DU 1979 REPUBLICA MUNDO IRA Dia a diA O fantasma da aiatolhgção No começo do dia houve sorrisos. Dez reféns americanos chegavam à Alemanha Ocidental, e foram recebidos com abraços e emoção. Mais algumas horas, ontem, e nâo havia mais razão para sorrir. O ayatollah Khomeini saia-se com novas e virulentas acusações contra os Estados Unidos. O presidente Jimmy Carter, de seu lado, respondeu com a primeira declaração, desde o inicio da atual crise, de que os Estados Unidos poderiam reagir com a força à invasão e captura de reféns em sua embaixada cm Teerã. O caso entre os dois países atingia seu ponto mais tenso. Acresce, para culminar um dia aziago, que confusos acontecimentos acabaram produzindo-se também na Arábia Saudita — um atentado, dizia-se, provocado por muçulmanos xiitas, como Khomeini. Só faltava, para tomar ainda mais complicada essa gravíssima pendência entre EUA e Irã,,o fantasma, ainda que de contornos imprecisos, ainda que remoto e hipotético, dé uma aiatolizaçâo também da Arábia Saudita, o primeiro produtor mundial de petróleo. Começou na noite de O secretário de Estado ontem, em Quito, um ¦ americano Cyrus Vance seminário sobre Direitos recebeu ontem em Humanos na América Washington os représenLatina, patrocinado pelo tantes do Pacto Andino e elogiou os esforços do governo equatoriano e o Instituto Latino-americano organismo de integração de Pesquisas Sociais. regional, ao qual estão associados a Venezuela, a H à atualmente Colômbia, o Equador, o 15.29 presos políticos no Peru c a Bolívia. Uruguai, dos quais 25 sâo Começa hoje em Bogoestrangeiros. Entre estes tá o «Conselho de Guerra está a brasileira Flávia do Século». Trata-se do Schilling. A maioria dos julgamento de 219 pessoas condenados è de exacusadas de pertencerem guerrilheiros ou simpatiao movimento guerrilheiro zantes dos Tupamaros e «19 de Abril». Este é de militantes do Partido fato o maior julgamento Comunista. Estas inforjá realizado na Colômbia. mações foram fornecidas O tribunal funcionará na pelo presidente do Suprecapela da prisão-modelo mo Tribunal Militar da capital. uruguaio, coronel FrederiTerminaram mal os co Silva Ledesma. dois dias de conversações Contra todas as evidênque o presidente francês cias, o jornal moscovita Valéry Giscard d'Estaing Pravda disse ontem, que manteve em Londres com a XIII Conferência dos a primeira-ministra Exércitos Americanos, britânica Margareth Thatrealizada há duas semacher. A chefe do govemo nas em Bogotá, evidenlondrino insistiu, sem ciou que os militares do sucesso, junto a Giscard, continente não se deixapara que a cota anual de ram intimidar pela ameacontribuição da Inglaterra ça comunista propalada para o Mercado Comum pelo Pentágono ameriEuropeu seja reduzida em cano. cerca de 1,5 bilhão de O Partido Comunista dólares. Os outros oito membros da comunidade dos Estados Unidos já européia aceitam reduzir tem seus candidatos a a participação .britânica Casa Branca. Trata-se de em apenas 750 milhões de Gus Hall, de 68 anos, dólares. O caso ameaça secretário-geral do PCEUA, que pleiteia a provocar uma crise no Mercado Comum. Presidência, e a ativista Angela Davis, de 35 anos, A China denunciou candidata a vice. Em ontem que cem soldados vietnamitas penetraram 1972, em sua primeira tentativa,, Gus Hall coaseprofundamente em seu treze em território. A cena deu-se votos mil 25 guiu há dezesseis dias. Mesmo Estados. Quatro anos com atraso, Pequim, mais tarde tentou outra apresentou um «protesto vez e obteve 60 mil votos enérgico» a Hanói. em dezenove Estados. ISRAEL Medidas drásticas contra a inflação O índice já está em cem por cento SERGE AKIM, de Jerusalém. Já parece provável que o Parlamento israelense venha a aprovar as severíssimas medidas que acabam de ser adotadas pelo governo Menahem Beguin para combater a inflação galopante — hoje em torno dos 100% e com previsões de chegar a 150% no inicio da década de 80. Já era óbvio.há muito tempo, que. somente a adoção de medidas econômicas draconianas poderia dar combate a uma espiral inflacionária que náo cessa de crescer e que ofuscou totalmente, sem exageros, o grande feito do gabinete. Begin — a obtenção da paz com o Egito. O povo israelense, na verdade, vinha mantendo a sua respiração em suspenso desde que Ygal Hurowitz fora nomeado o novo ministro das Finanças há duas semanas. Naquela ocasião, o ministro fora simplesmente brutal ao declarar que o povo náo deveria esperar nada de bom, já que ele não se julgava um fazedor de milagres. Poucos israelenses, todavia, esperavam ob anuncio de medidas como as que acabam de ser adotadas. O seu objetivo evidente é o de reduzir ao máximo o consumo. Assim, os subsídios governamentais foram reduzidos ou simplesmente elimios produtos básinados 'cos de para alimentação e. como resultado disso, o páo passa a custar 40% mais caro, o leite mais 112%. a manteiga e demais laticínios mais 100%, o óleo de cozinha mais 50%. o transporte público mais 50% e o telefone, água e eletricidade, mais 37%. Mas o novo programa econômico náo se resume nisso. Também os subsídios governamentais consagrados aos serviços de utilidade pública seráo cortados. Isso implica que novas escolas e hospitais náo seráo construídos e que 17.500 empregados seráo demitidos das funções que exercem nos chamados serviços sociais e das repartições subvencionadas pelo govemo. Os créditos bancários, ao mesmo tempo, seráo mais difíceis de obter e custaráo muito mais caro. E o desenvolvimento e execuçáo de projetos, públicos ou privados, que impliquem a aplicaçáo de divisas estrangeiras seráo desencorajados. Tão logo foi anunciado o novo programa, ele foi veementemente denunciado pelos setores sindicais, bancários e empresariais. A tônica ge.ral das críticas centralizoú-se na afirmação de que «o governo quer curar o mal com o próprio mal...». De qualquer forma, serão, como sempre, as classe menos favorecidas quem irão arcar com o fardo da «medicina econômica» do govemo Begin. Dizem os israelenses mais cínicos que a direita de Begin está, de fato, apressando a chegada do «outubro» em Tel-Aviv. Em outras palavras: que o novo programa náo tardará em fazer mais aguda a luta de classes no interior do Estado sionista, um fenômeno cuja existência muitos já náo reconhecem Carter ameaça com intervenção militar Um dia de notícias graves. Radicaliza-se a crise. Simultaneamente, acontecimentos nebulosos espocam até na Arábia Saudita O presidente Jimmy Carter deu a enten der ontem que poderá recorrer à força para libertar os 49 reféns americanos que ainda permanecem retidos na embaixada dos Estadas Unidos cm Teerã. Numa declaração distribuída á imprensa, a Casa Branca anunciou à noite que, embora continue procurando uma saída pacífica para a crise, velha já de dezessete dias, poderá recorrer a outros meios de ação previstos «na Carta das Nações Unidas». A referência era ao Capítulo VII da Carta, que garante o «direito à autodefesa individual ou coletiva». A nota da Casa Branca ressalta que o julgamento dos reféns, conforme pretende o ayatollah Khomeini, seria «uma flagrante violação do Direito Internacional». Portanto, o govemo iraniano teria de «arcar com as responsabilidades por qualquer consequência». A nota da Casa Branca surgiu num momento de particular tensão na atual crise. Ontem, foi o primeiro dia do XV Século do calendário inslámico — e a data foi marcada por acontecimentos graves, náo só em Teerã como, surpreendentemente, também na Arábia Saudita, onde foi invadida uma mesquita e morta uma autoridade (leia notícia abaixo). Carter fez a sua advertência depois que Khomeini, em seu discurso de comemoração do início do século, confirmou que pretendia submeter a julgamento por espionagem os reféns que ficaram na embaixada e que o Banco Central iraniano comunicara aos importadores de petróleo que deixava de aceitar o dólar como moeda de pagamento. Carter a esta altura ainda se encontrava em Camp David, Maryland, onde se retirou desde domingo. Ali mesmo, pela manhã, manteve uma prolongada conversa telefônica com o chanceler alemão ocidental Helmut Schmidt, enquanto aumentavam as pressões internacionais sobre as autoridades de Teerá. O presidente da Assembléia Geral das Nações Unidas, o tanzaniano Salim A. Salim, pediu a imediata libertação dos reféns. Os países do Mercado Comum Europeu endossaram a solicitação na primeira manifestação européia sobre o assunto. E mesmo a União Soviética deu a entender que desaprovava o procedimento das autoridades iranianas. Um portavoz da embaixada da URSS em Washington, disse que a retenção dos reféns e uma «violação clara dos costumes internacionais». Quando Carter, no fim da tarde, retornouà Casa Branca, a decisão de ameaçar as autoridades iranianas com uma intervenção militar já estava tomada. Khomeini afirmara categoricamente em seu bombástico discurso da manhã, que os funcionários americanos que ficaram na embaixada - após a libertaçáo, na segundafeira e na madrugada de ontem, de cinco mulheres e oito negros do grupo inicial de 62 reféns — eram comprovadamente espiões e que seriam julgados se o xá Mohammad Reza Pahlevi não fosse extraditado. «Carter». disse o velho líder religioso, «está tentando nos atemorizar, ás vezes militarmente e às vezes economicamente. Ele mesmo sabe que está batendo num tambor vazio. Não tem capacidide militar e nenhum apoio». Pouco antes falara o chefe da diplomacia iraniana, Abo! Hassan Bani Sadr, também estigmatizando os EUA. Ele admitiu pela primeira vez a possibilidade de uma ruptura com Washington. «Essa ruptura», esclareceu, «não significa somente o fechamento da embaixada, mas o fim de toda possibilidade, de negociação». O chanceler enalteceu também a decisão do Banco Central de abandonar o dólar como moeda de pagamento das exportações petrolíferas. «Substituir o dólar proclamou por uma cesta de divisas», «representa a primeira manifestação de ruptura com os capitalistas americanos». A ameaça à estabilização do dólar foi sem dúvida um dos principais assuntos que Carter examinou em seu contato telefônico com Helmut Schmidt, no qual agradeceu ao chancelcr o acolhimento, em território da Alemãnha Ocidental, dos treze reféns que conseguiram sair do Irã. Os últimos dez haviam chegado pela manhã a Frankfurt, após uma breve escala em Paris. Foram imediatamente transferidos para a base militar americana de Wiesbaden, onde já se encontravam os três companheiros de cativeiro libertados no dia anterior. Enquanto isso, para consolo dos EUA, num dia especialmente carregado de más notícias, chegavam as informações do apoio oficial do MCE e da simpatia extra-oficial da União Soviética. Os nove ministros de relações exteriores dos países da comunidade européia divulgaram uma declaração em que expressam profunda preocupação com o fato de as autoridades iranianas não terem cumprido as obrigações relativas à Convenção de Viena sobre imunidades diplomáticas. E lembraram assim que a captura de diplomatas como reféns fere as normas do Direito Internacional. O porta-voz da embaixada soviética em Washington por sua vez disse que Moscou considera o aprisionamento de diplomatas americanos uma clara violação dos costumes internacionais. «O precedente», disse ele «significa que nenhum diplomata de qualquer país pode sentir-se seguro no Irã». Um atentado em Meca? As primeiras informações vieram de Washington. Um grupo de sessenta a cem homens armados, pertencentes à seita xiita, a mesma do ayatollah Khomeini, teria ocupado um templo de Meca, a cidade sagrada dos muçulmanos, situada na Arábia Saudita. Depois de matarem uma alta personalidade do país, os invasores teriam feito cerca de trinta reféns. Que exigências estariam eles fazendo para soltá-los? Nada se soube a respeito. Logo depois, chegaria ao Departamento de Estado a notícia dé que as autoridades sauditas teriam mandado reforçar a guarda em tomo da embaixada americana em Jeddah. Mas o que afinal estaria acontecendo, na. Arábia Saudita? De Tunis, onde se encontrava participando da conferência de cúpula dos países árabes o príncipe F^ahd, herdeiro do trono saudita, procurou saber. Mas nada conseguiu. Por telefone e telex era impossível falar com Riad. Diante disso, o príncipe decidiu regressar ao país, enquanto os representantes das demais delegações presentes em Tunis admitiam ter recebido informações sobre «alguns incidentes no reino wahabita». No final da tarde um porta-voz da ITT World Comunications, em Nova York e da companhia de telefones e telex do Líbano informaram que as comunicações com a Arábia Saudita estavam totalmente cortadas desde a manhã. A dúvida então, já começava a transformar-se em temor. O uso da arma do petróleo, assunto da reunião árabe A conferência de Tunis começa com maus presságios A julgar pelos resultados dos trabalhos preparatórios da décima conferência árabe, que se abriu ontem em Túnis, o problema do sul do Líbano — razão principal do condave — vai continuar sem soluçâo. Essa conferência, cuja realização se deve à iniciativa do próprio Líbano, está sendo definida pelos observadores como a «reuniáo da última chance», visto que o sul-libanés é encarado — e temido — pela quase totalidade dos líderes árabes como o provavel estopim de uma nova conflagração no Oriente Médio. Paradoxalmente, apesar da premência que envolve o tema da reunião de Túnis, os líderes árabes ali presentes parecem haver falhado em todas as suas tentativas preliminares de elaborar uma solução de compromisso capaz de satisfazer simultaneamente aos guerrilheiros palestinos e ao govemo libanés. Este último segue considerando que somente a retirada dos feddyin, os guerrilheiros palestinos do sul do Líbano, é que poderá garantir a calma e a estabilidade à região. O segundo item da agenda de Túnis é o conflito árabeisraelense. Nesse sentido, os representantes árabes irão recomendar que o isolamento do Egito, expulso da Liga Árabe após ter firmado o acordo de Camp David com Israel, no ano passado, seja mantido e intensificado. Simultaneamente, pensa-se também em aumentar o potencial militar dos países que integram o «campo da confrontação direta» com Israel — Síria, Jordânia, Iraque e Organização de Libertação da Palestina — a fim de que estes estejam preparados para qualquer eventualidade «de novas agressões sionistas». Por fim, o terceiro e mais importante item da pauta é o problema da energia. Dois grandes países produtores de petróleo — Iraque e Arábia Saudita — trouxeram a Túnis proposições muto precisas nesse sentido. Bagdá exige a convocação de uma conferéncia árabe que reúna os ministros de Relações Exteriores dos países árabes produtores de petróleo, a fim de que seja definida uma política petrolífera coerente com as opções políticas árabes.O Iraque, como lembrou ontem o presidente Saddam Hussein ao discursar em Túnis, é favorável ã utilização da arma do petróleo na «luta mundial contra a agressão árabe». Já a Arábia Saudita, contrária à idéia, preconiza prudentemente a criação de uma comissão econômica de alto nível, que seria encarnegada de elaborar, no espaço de um ano, um relatório acerca de assunto. Mas, ainda que a tese iraquiana venha a ser rejeita- da, como parece possível, é significativo o fato de, pela primeira vez desde a guerra de outubro de 73, quando decretaram o embargo de petróleo ao Ocidente, os países árabes estarem discutindo abertamente o problema da energia e de sua utilização — ou reutilização — como instrumento de ação política. Sem dúvida, os especialistas ocidentais já vêem nisso um sinal de mau agoüro. Os árabes, como se sabe, continuam insatisfeitos com a «pax-americana» que Washington pretende impor ao conflito dô Oriente Médio através dos acordos de Camp Daid. O problema palestino continua sendo crucial, e para ele, o tratado de paz entre Egito e Israel não abriu perspectiva de solução. Por outro lado, parece claro que a disposição do Iraque e da Arábia Saudita em levar o tema da «arma do petróleo» à pauta de discussões de Túnis está ligado à recente decisão americana de congelar os fundos iranianos depositados nos Estados Unidos. A atitude de Washington inquieta os árabes, que, se não aprovam os feitos e desfeitos do regime do ayatollah Kohmeini, no episódio da embaixada americana em Teerã, no deixam de temer a possbilidade de um dia, ver-se na mesma situação. SERGE AHM. de Jerusalém EM TEERà Continuou a mobilização de manifestantes em frente à embaixada E se as forças da razão perderem nos EUA? . * O risco é se romper a atual serenidade RODOLFO BRANCOLI, do LA REPUBLICA, de Roma. NOVA YORK - Não se vislumbra ainda uma saída. A salvação dos quase cinqüenta reféns americanos que continuam na embaixada em Teerã depois de dezessete dias continua sendo uma prioridade absoluta para o govemo dos Estados Unidos, e Washington não pode. no momento, prosseguir em suas pressões internacionais sobre o ayatollah Khomeini. A decisão de libertar as mulheres e os americanos negros a princípio foi vista como um sinal encorajador, talvez mesmo um inicio de solução. Agora, este gesto parece ter um sabor meramente propagandístico, que não exclui a intransigência de fundo. O isolamento absoluto no qual ficou o Irá representou o ponto de apoio a partir do qual os Estados Unidos puderam exercer suas pressões. Mas depois das marchas e contramarchas da ultima semana — a decisão de não importar petróleo iraniano, o congelamento dos bens iranianos nos Estados Unidos, a ameaça dos iranianos de náo aceitar mais o dólar em pagamento do petróleo — Washington tem necessidade de garantir sua retaguarda e dar um pouco de segurança aos países exportadores e importadores de petróleo. É por esse motivo que o secretário do Tesouro William Miller, parte amanha para um giro pela Arábia Saudita, Kuwait e emirados do Golfo Pérsico. Sua missão é delicada, e o objetivo é duplo: obter garantias de que os atuais níveis de produção de petróleo continuarão inalterados e assegurar que o congelamento dos depósitos iranianos nos bancos americanos representa não um precedente, mas um caso extremo de reação a um ato de hostilidade inédita em tempos de paz. Em particular, Miller gostaria de ouvir dos sauditas que o atual nivel de emergência de 9,5 milhões de barris diários será mantido pelo menos até o próximo mês de março, de maneira a atenuar o impacto sobre os preços causado pela crise iraniana. Após terem produzido 8,5 milhões de barris por dia durante a primeira metade do ano, os sauditas, atendendo a um pedido americano, aumentaram a sua produção em 1 milhão de barris, mas não existem garantias de que o novo nível poderá ser mantido durante muito mais tempo. Importante para a estabilidade do dólar e para o sistema monetário internacional, por outro lado, é assegurar que a moeda americana continuará sendo, para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a unidade financeira padráo das transações internacionais, e que não haverá fugas para outras moedas ou para outros países para colocar em segurança os depósitos e investimentos. Mas paralelamente a essa investida para evitar efeitos financeiros desagradáveis, os Estados Unidos ainda se defrontam com o problema básico da intransigência de Khomeini. Há três dias, o próprio ayatollah apareceu nos vídeos da televisão, americana, para reafirmar seus pontos de vista. A decisão de Khomeini, de sair do seu isolamento — antes, ele insistia em permanecer trancafiado em Qom — e de procurar o máximo de publicidade revela o propósito de usar todas as armas psicológicas nesta guerra de nervos que já dura mais de duas semanas. O ayatollah náo deixou espaços. O xá deve voltar para prestar contas dos crimes e restituir a riqueza que roubou do povo iraniano, disse. Enquanto o xá estiver nas maõs de Carter, os reféns permanecerão nas mãos dos estudantes iranianos. Nem mesmo uma partida de Reza Pahlevi para outras paragens seria capaz de modificar a situação. Além disto, a embaixada americana passou a ser considerada por Khomeini um «ninho de espiões», um «centro de conspirações». O povo iraniano deverá examinar caso por caso a situação dos reféns ainda retidos, verificar «quem é espião e quem é apenas um empregado comum e normal» disse Khomeini. Somente se o xá for entregue é que se renunciará h intenção de processar os «espiões». Caso contrário, eles serão processados por espionagem e seráo colocados sob a jurisprudência dos tribunais islâmicos. """No plano do direito internacional, a situação não tem qualquer fundamento. A cobertura diplomática vale para todos os funcionários de uma embaixada, inclusive porque não é segredo algum que os países, grandes e pequenos, costumam disfarçar em diplomatas seus espiões. No máximo, em tempos de paz, o diplomata pego em flagrante costuma ser expulso do pais. Um processo já é algo completamente diferente. Tem-se a impressão de que a prova mais difícil pára Carter ainda está por vir. E não só para Carter, mas também, para um país que assiste aos acontecimentos com uma inquietude crescente, embora, até o momento, com uma calma digna de admiração. A trégua política que se estabeleceu em Washington em torno do presidente pode terminar de um momento para o outro. E, caso a trégua seja rompida, não se pode assegurar que prevalecerão as forças da razão. Andrew Young oferece-se para ir a Teerã Andrew Young, ex-embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas, poderá ir ao Irá, nos próximos dias. A viagem é de caráter particular, mas o objetivo é tentar obter a libertação dos 49 reféns americanos que continuam detidos na embaixada americana em Teerã. Essa informação foi ontem divulgada em Washington por fontes ligadas ao govemo americano. Segundo os informantes, Young apresentou-se como voluntário sem que a Casa Branca lhe fizesse qualquer pedido nesse sentido. O ex-embaixador, aparentemente, obteve garantias de que será recebido em Teerã. Ontem à tarde, ele esteve no Deparlamento de Estado, onde colheu informações a respeito da situação no Irã. Caso tenha êxito em sua missão, será o primeiro emissário americano a ser recebido pelo govemo iraniano desde o início da crise. Até agora ayatollah Khoeini tem proibkio o Conselho Revolucionário de receber os enviados de Washington. Em consequênda, fracassaram as tentativas de diálogo YOUNG Confiando na popularidade feitas pelo presidente Jimmy Carter logo após a ocupação da embaixada. Inclusive, um emissário pessoal, de Carter o exprocurador-geral da República Ramsey Clark, teve de interromper sua viagem a Teerã a meio caminho: ficou alguns dias na Turquia e depois retorou a Washington. Ao que parece, acredita que poderá ter melhor sorte. Sua popularidade no mundo mulçumano é grande, inclusive por causa do episódio de sua renúncia — Young foi obrigado a deixar o cargo na ONU porque manteve um encontro com um representante da Organização de Libertação da Palestina, que não é oficialmente reconhecida pelo govemo americano. •AOINA QIIAKTA II IHA 21 Di: NOVllMUIlQ DU I97«) REPÜBLÍQV MUNDO/KCONOMIA BOLÍVIA POLÍTICA AGRÍCOLA A ligação perigosa da senhora Gueiler 0 país abre a agricultura a investimentos externos E o senador Zamora comunista da linha chinesa Financiamentos para plantar, pagos com as próprias safras , \'-,y. CLÒV1S ROSSI nido como um «ínstituclonalista convicto». Enquanto isso, acentuam-se as pressões para quo a presidente modifique todo o Alto Comando das Forças Armatias, cujos componentes ficamm direta ou indiretamente maculados pela participação na ação golpista do coronel Natusch Busch. Afirma-se. cm La Paz, que embaixadas influentes de países ocidontais fazem parto do esquema de pressão, cuja ponta visível é o projeto aprovado anteontem pelo Congresso exigindo a substituição de todos os oficiais do Alto Comando. Nessa mesma linha, hâ fortes rumores de que o general Edén Castillo Galarza. comandante-em-chefe das Forças Armadas, nomeado após o golpe do coronel Natusch Busch poderá ser designado adido militar em Madri, tradicional posto de «exílio dourado» para chefes militares bolivianos caídos em desgraça. O gabinete ontem designado por Lydia Gueiler é dominado pelas figuras do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) mais próximas do Victor Paz Estenssoro, contrariando inclusive os desejos de Lydia Gueiler de fazer uma composição mais equilibrada, que melhor refletisse o equilíbrio do forças no Congresso. Como. entretanto, o Movimento Nacionalista Revolucionário do Esquerda iMNRli de Hernán Siles Zuazo, a segunda força eleitoral do pais, recusou-se a tomar parte no gabinete, a margem de manobra da presidente reduziu-se consideravelmente e ela teve de aceitar os «pazestenssoristas» em massa. Outro risco que os analistas políticos apontam no nascente govemo Lydia Gueiler: a presidente é muito permeável â influência do senador Oscar Zamora Medinacelli, quo foi. na realidade, quem conduziu as negociações com as Forças Armadas no auge da crise. Ocorre que Zamora é do Partido Comunista Marxista-Leninista, de linha chinesa, e conseguiu, graças, à ascendência que exerce sobre a senhora Gueiler; incluir um membro de seu partido no novo governo. Trata-se do ministro de Urbanismo. Rene Higueras. Por isso. muitos observadores temem que, a curto prazo, comecem a surgir, de parte das Forças Armadas, acusações de que o «extremismo foquista» — pretexto usado pelo coronel Natusch Busch para desencadear a repressao logo após o golpe do 1" de novembro — está, agora, infiltrado no próprio palácio de governo. As ligações do senador Zamora com a senhora Gueiler foi. por sinal, o que levou o Movimento da Esquerda Revolucionária ¦*»¦ ri* ry ^í-*:«Bfe,S »J*i *¥S ¦ (MIR) a. num primeiro '-'¦'' A momento, sugerir um outro -' C-ÍS-ií»* vfflfammvÊslk <$ í » ¦-. nome para a Presidência, o de Oscar Bonifâz. Mais do que Lydia Gueiler, Bonifáz. '"'/> * ^-' '¦''r**$mmVriÊfà ' segundo o MIR. estaria \yYy.A~,y^^BSg^S^^L\ ''^ií&i^E^íffiv acima de qualquer suspeita. No fim, entretanto, Bonifaz acabou ministro de Minas, cargo que já ocupava no governo Guevara Arce. E prevaleceu a unanimidade torno de Gueiler. exataem v^SkwrmmWÊKQaWS^^ . mente para reforçar a posiLYDIA GUEILER çáo da eleita diante das A presidente boliviana no dia da posse Forças Armadas. Empossado o novo gabinete boliviano, a designação do general Migtiol Ayoroa para o Ministério da Defesa está sondo considerada a maior garantia, até agora, do quo o recém-retomado processo doni(KT.'itico podorá seguir sou curso, som novas interrupçóes, até as eleições do maio de 1980, apesar da dura crise econômica quo o pais atravessa o da debilidade política do ministério formado pela presidente Lydia Gueiler. O general Ayoroa foi ministro do general Hugo Banzèr. Mas rompeu com este quando o ex-presidente negou-se a convocar eleições, exigidas por um levante de jovens oficiais liderados pelos coronéis Gary Prado e Lopez Leyton. em 1974. Ayoroa funcionou como mediador na crise Banzor vs coronéis. Mas. diante da atitude do entilo presidente, que rejeitou a saida eleitoral proposta pelos coronéis, passou ele Dropno a conspirar contra o governo direitista que se manteve no poder até 1978. Nos meios militares e politicos de La Paz. Ayoroa é defi- y í ! : 1 : ' j ; I • I '^sllll ""^^fíy ¦ '¦ JÈm W w^Pfli ; Zâmbia pode ir à guerra com a Rodésia Campora é internado num hospital em Buenos Aires O espião da Corte inglesa reaparece em Londres O presidente Kenneth Kaunda colocou ontem em prontidão as Forças Armadas de Zâmbia, cancelou todas as licenças dos militares e convocou os reservistas. A medida foi adotada para enfrentar o que qualificou de «uma situaçáo de guerra total» contra a Rodésia. Falando numa entrevista' coletiva à imprensa, convocada às pressas pela manhã, Kaunda, declarou que poderá contar nesse conflito com o apoio das forças guerrilheiras da Frente Patriótica' da Rodésia. aquarteladas em seu país. A ameaça de transformação da guerra civil rodesiana num conflito internacional ocorre no momento em que as partes envolvidas na questão — a Frente Patriótica, o governo de Salisbury e a GrãBretanha — tentam, chegar a um acordo, ria conferência de Londres, sobre um cessar-fogo. Em Salisbury'. o primeiro-ministro Abel Muzorevia reagiu imediatamente, advertindo que a guerra se deflagrada, seria um desastre total para Zâmbia país que depende da boa-vontade da Rodesia para abastecer-se. A lerrovia entre os portos sul-africanos e Lusaka, a capita) de Zâmbia, passa pela Rodésia e é o único meio de transporte eficiente para os zambianos atingirem o mar. Se essa via for fechada pela Rodesia, como jâ ocorreu em alguns breves períodos, o pais de Kaunda ficaria sujeito à fome. E Salisbury ameaça • recorrer a essa arma. se os zambianos nao sustarem a ajuda que vêm prestando aos guerrilheiros. Na tarde de ontem, o ex-presidente argentino Hector Campora deixou o apartamento onde vive asilado há 44 meses, nas dependências da embaixada mexicana em Buenos Aires, e foi levado, no carro do embaixador José Maria Lare Villareal. para o Hospital Italiano. Anthony Blunt, o excurador da pinacoteca da rainha Elizabeth II, que trabalhou como espião para a União Soviética durante a Segunda Guerra, reapareceu ontem, na redação do Jornal The Times, em Londres, e deu uma entrevista. Ele estava sumido desde a última quinta-feira, quando a primeira-ministra .Margareth Thatcher foi à Camara dos Comuns e revelou suas atividades como espião pró-Moscou, conhecidas dos serviços secretos britânicos desde 1964, quando o próprio Blunt confessara tudo, em troca da impunibilidade. Calmo, falando como convém a um aristocrata que até a semana passada exibia o título de «sin> — cassado pela rainha —, Blunt disse que depois da guerra deu-se conta de que cometerá «um erro horroroso» ao trabalhar para a espionagem soviética. «Mas não traí minha consciência», esclareceu ele. «Achei que era a melhor forma de lutar contra o fascismo». Segundo Blunt, Moscou deu-lhe ordens para fugir no final da guerra, mas ele não obedeceu, porque, como disse, «preferia passar um mês de perigo na Inglaterra do que dez anos na Rüssia». O velho exespião, de 72 anos, diz que foi recrutado em 1930 pelo diplomata Guy Burgess, qüe fugiu para a URSS em 1951, juntamente com Donald McLean. Eles eram os chefes da rede de espionagem soviética na Inglaterra. Blunt, è o maior perito britânico em história da Arte, e serviu à cortç durante mais de quarenta anos. Ali, Campora será operado de um câncer na glândula parótida, detectado há cerca de dois meses. O govemo argentino, que se nega a conceder um salvo-conduto que permitiria ao expresidente deixar o país, atendera na véspera ao pedido do governo mexicano de estender o princípio da extraterritorialidade, que protege as representações diplornáticas para o setor do hospital onde Campora ficará internado, náo se sabe por quanto tempo. Ontem, foram tomadas rigorosas medidas de segurança para guardar o local. Para o govemo militar argentino a decisão de permitir que o expresidente seja operado ém Buenos Aires comporta pelo menos um risco: o de que setores militares intransigentes, que acusam Campora de ter, ajudado os terroristas montoneros, durante o seu mandato de menos de dois meses, aproveitem-se da ocasião para vingar-se. Para evitar tal risco, o governo poderia ter dado o salvo-conduto a Campora. mas as divisões entre os generais sobre a quêstào impediram tal solução. O ministro da Agricultura, Amaury Stabilo, em discurso na reunião anual dn FAO — Organização para a Agricultura o Alimentação; da ONU, propôs «fundos específicos, para tomar viáveis oxpansões adicionais do produção de alimentos cm países que disponham de condições potenciais propícias». E mais: quo a utilização desses recursos fosse feita através de «operações de financiamento a longo prazo, com amortizações em alimento». Em português claro, o que significam essas propostas? Um país importador de alimentos faria empréstimo de longo prazo a um país produtor (logicamente, o Brasil), e esses empréstimos seriam pagos náo cm dinheiro, mas com a entrega das próprias safras resultantes. O govemo brasileiro, escolhou, assim, um fórum internacional, ora reunido em Genebra, para revelar o trunfo que vinha guardando na manga há muito tempo em relação a seus planos para a exportaçáo de alimentos — e cuja divulgação certamente detonará novas polêmicas em relaçáo à política agrícola que vai sendo implantada no país. O porte catastrófico que a dívida externa assumiu, mais a sangria com o aumento dos preços do petróleo, exigia que o pais repensasse seu modelo econômico, do cima a baixo. Isso náo aconteceu, fazendo prever que, em Brasília, grandes manobras estivessem ALOYSIO B10ND1 em faso de planejamento, para garantir a obtenção do dólares som necessidade de mexer no «modelo». E é esse o sentido da proposta divulgada por Stabile. cuja idealizâçéfo certamente tem coautores, possivelmente os ministros Delfim Netto. do Planejamento, o Karlos Rischbieter, da Fazenda. O que se pretende, em poucas palavras, é conseguir contratos de longo prazo para a compra de safras, cujo plantio seria financiado pelo país comprador — e, com isso, «criar» dólares para reduzir a dívida externa. Como assim? A produçáo resultante dos fi nanciamentos, obviamente, séria om parte usada para liquidar prestações da dívida, e outra parto dostinada a exportações, possivelmonto ao próprio pais financiador que, no entanto, devoria pagar, á vista, essa parcela adicional. As propostas sáo arrojadas, em termos de economia mundial: contratos para pagamento a longo prazo, com pagamento sob a forma de safras, significam a supressão de operações comerciais, isto è, o país AMAURY STABILE aceno a empresas multinacionais? Ujrh produtor doixa do colocar suas safras através do mercado exportador o o pais comprador fogo igualmente das incertezas das compras mercado feitas rio mundial. Pode — até ser um avanço — mas é fácil avaliar as reações que a mudança provocaria. Há porém um dado que náo pode ser ignorado: o ministro Stabile está. evidentemente, pensando em conseguir «sócios estrangeiros» para o plantio no território naciona. No Brasil. Mas, na FA, teve que fazer a proposta em termos náo de Brasil, mas de «paises com potencial de produçáo em geral». E o fato é que, se todos esses países da América latina, África e Ásia passassem a disputar os novos «sócios», a parcela de produçáo que caberia a cada um acabaria sendo insignificante — sem falar que , com a disputa, os «sócios» ganhariam um incrível poder de impor condições aos produtores. No plano interno, hâ fatores a ponderar: tais programas evidentemente, se viessem a ser implantados, deixariam de lado os pequenos produtores. Seriam entregues a grandes empresas agrícolas, inevitavelmente com a participação de capitais estrangeiros. E. por que náo? Também com a participaçáo de máo-de-obra estrangeira, importada. Resta saber se a sociedade brasileira náo reagiria a esse tipo de «inovaçáo». Pecuaristas aprovam a exportação de gado zebu Depois de uma prolon gadissimn e cansativa reuniáo - das 10 horas da manha até às 15 horas a maioria das entidades de classe ligadas â pecuária de corte, que se encontraram ontem na Socledade Rural Brasileira. fipa|mente, conseguiu redigir um documento sobre as, exportações de gado zebu. Recentemente, ocorreu, uma polêmica em torno das exportações por causa, das exigências, principalmente dos Estados Unidos, quanto ás condições sanitárias do gado, exportado. O documento manifesta o apoio das entidades á exportação de reprodutores, matrizes e sèmem zebuíno para todo p mundo. Além disso, decidiu-se solicitar às autoridades a realização de convênios internacionais viáveis, dando-se destaque especial para os paises da América latina e Estados Unidos. Outra medida aprovada refere-se à formaçáo de uma comissáo de representantes das entidades de classes e governamentais, para conceiturar melhor uma política sanitária voltada ao comércio exterior. . Das dez entidades que participaram do encontro, apenas duas náo aprovaram o documento: a Soeiedade Rural do Paraná, que argumentou que concordava com o conteúdo das discussões, mas discordava do teor do documento, e a Associaçáo Brasileira de Inseminaçáo Artificial. |M.C.V.> ÁLCOOL Comprometida a produção de veículos Mesmo cético em relação ao Proálcool, Garnero acredita que as montadoras fabricarão 250 mil veículos em 1880 ANTÔNIO FÉLIX e VICENTE DIANEZI FILHO A crise de confiança está condenando ao fracasso o Programa Nacional do Álcool (Proálcool). E isso está acontecendo, na opiniáo do empresário Laerte Setúbal, por causa da falta de «pulso» c de «direção» na aplicação da política definida, ante a impotência até agora revelada pela Comissáo Nacional de Energia. O ambiente,, lembrou ontem o empresário, é de perplexidade. A comissão, a exemplo do Concex,ainda náo assumiu personalidade. «As quantidades — disse — não sáo definidas» e. quando «temos acesso a estudos que apontam a inviabilidade de se atingir 10 bilhões de litros de álcool em 1985, ficamos com algumas dúvidas». Mas acredito, continuou, que consegiircmos atingir essa meta. Laerte Setúbal participou ontem, em Sáo Paulo, do I Congresso Brasileiro de Fundiçáo, que discutiu os problemas de energia do país com a presença de outros destacados empresarios como Mário Garnero, presidente da Associação Nacional da Indústria de Veículos Automotores (Anfavea), Eduardo Celestino Rodrigues, ex-presidente da Cetenco e Plínio Assmann, presidente da Cosipa. Nenhum deles deixou de falar no Proálcool ou na necessidade de se reduzir o consumo de petróleo para se enfrentar o problema do balanço de pagamentos. È certo que a «crise de confiança» náo foi citada nominalmente, registrando-se. ao contrário, grande otimismo de Mário Garnero em relação à substituição da gasolina pelo álcool. Apesar disso, o empresário admitiu que a produçáo atual de álcool náo seria suficiente para abastecr 250 mil veículos, o numero estabelecido pelo protocolo assinado há 40 dias em Brasília entre os representantes da indústria automobilística, comprometida em fabricá-los em 1980, e o governo federal. «O protocolo — afirmou Garnero — não fixou a produção mês a mês. Pretendemos produzir 60 a 70 mil veículos no primeiro semestre e acreditamos alcançar os 250 mil até o final do ano». Além disso, continuou Garnero. estamos estudando a situação a cada três meses. Garnero. na verdade, mostrou-se muito otimista ao falar da situaçáo nacional. «Estamos longe de uma catástrofe ou de uma ruptura no processo de desenvolvimento», sentenciou o empresário. Entretanto disse ser «realista» ante os problemas da inflação e do déficit no balanço de pagamentos. Acrescentou que o país tem uma situaçáo difícil, mas náo de insolvência. E reconheceu que o «Proter sido mais ativo». Os álcool poderia problemas de alocação de recursos, porém, náo podem, na opinião de Garnero, impedir a substituição da gasolina pelo álcool uma vez que a indústria automobilística está apta a converter toda a frota nacional, se houver combustível. E garantiu: «Com essa substituiçáo, o Brasil encontrou a fórmula mais barata e mais tranqüila para reduzir as importações de petróleo». Mário Garnero também disse que a indús tria automobilística crescerá este ano entre 3 e 5rf. embora, segundo Laerte Setúbal, o problema hoje náo é industrial mas agrícola. «Quantificar as nossas necessidadesde energia — acrescentou — parece ser o grande problema». Ou seja, se o país vai crescer 8r< ao ano, a produçáo de energia tem que aumentar. Mas em quantoT Industriais cobram definições Críticas e acusações marcaram o encontro que o vice-presidente da Repüblica e presidente da Comissáo Nacional de Energia, Aureliano Chaves, teve ontem, no Recife, com cerca de cinqüenta empresarios pernambucanos, quase todos ligados ao setor açucareiro. Se, de um lado, o presidente do Centro das ndústrias de Pernambuco, Fernando Navarro, reclamou para a regiáo «um tratamento mais justo», pois o nordestino está «amargurado e descrente» das medidas governamentais, de outro, o vicepresidente advertiu que o empresário «sorri quando recebe dinheiro e chora quando vai pagar». Na verdade, Aureliano respondeu às criticas com a mesma medida. A acusação de Fernando Navarro, de que o govemo alargou as disparidades regionais, ele respondeu que «o governo náo vale nada, na medida em que náo conte com o apoio da comunidade». E lembrou, ainda, que o empresário «é pródigo no falar e difícil no agir». Gileno de Carli, usinei ro e ex-deputado federal, cobrou do govemo uma definiçáo ciara para o Programa do Álcool — e reivindicou para os próprios produtores de álcool o direito de comereializar a produto no mercado interno, formando uma empresa distribuidora. Aureliano achou razoável a idéia, mas pediu medidas concretas. «Náo fiquem na idéia, façam um documento que o Conselho Nacional do Petróleo examinará», disse ele. Aureliano reafirmou também qüe «o capital estrangeiro poderá entrar no Programa do Álcool, mas sem receber qualquer incentivo ou financiamento do govemo». E acrescentou: *A minha posiçáo é de que devemos estruturar solidamente o empresariado nacional para o Proálcool». Sobre o recente aumento de 30% no preço do litro do álcool carburante. Aureliano explicou que «houve apenas um reajuste», ao garantir que a gasolina sempre terá preços superiores ao do álcool. (Ricardo Carvalho, do Recife) Apoio ao uso do carvão O uso do carvão vegetal como fonte de energia foi defendido ontem por Marco Aurélio Andrade Corrêa Machado, presidente da Associação Brasileira de Carvão Vegetal (Abracave), durante o Congresso de Fundição. No seu entender, é urgente a criação de uma mentalidade florestal, «não apenas por questão de defesa da natureza, como está em voga, mas, ainda, pela constatação de que a utilização adequada das florestas, sua exploração econômica, de modo a.auferir rendas, mas também orientada para reposição, regeneraçâo, enriquecimento, enfim, para autosustentação, è um bom negócio, mesmo quando desenvolvido em menor escala, em pequenas e médias propriedades». Há problemas, porém, com o processo de carbonizaçâo da medeira, através de fornos de alvenaria. Embora Corrêa Machado o considere de elevada éficiéncia, existe ainda perdas de subprodutos. Mantida a atual tecnologia, serão -2' perdidos anualmente: milhões de toneladas de gases combustíveis, 285 mil t de ácido acético, 175 mil í de metanol, 435 mil t de produtos leves e 990 mil t de alcatrão. O empresário Eduaçdo Celestino Rodrigues, membro da Comissáo Nacional de Energia, também levou algumas propostas. A primeira seria a modificação do Código Florestal «que, cm seu artigQ 2". exige a preservação dè qualquer mato sujo. É proibido mexer nisso e plantar». Em segundo lugar, pediu uma definição-de . política florestal por parte do governo e que os incenti-i vou sejam aplicados, em , reflorestamento. As críticas de Setúbal O empresário Laerte Setúbal Filho, presidente da Associaçáo dos Exportadores Brasileiros, por seu lado, preferiu enfocar outros aspectos em relação à energia, depois de criticar a retirada de incentivos fiscais para a produçáo de madeira, considerada por ele «desastrosa» (seria mais lógico, disse, um' remanejamento), apontou algumas falhas nos programas do governo. Uma delas é a ingerência de vários ministérios. «A matériaprima é ligada ao Ministério da Agricultura; o produto, ao das Minas e Energia; e o usuário ao da Indústria e do Comércio. É preciso uma unidade», disse. O enfoque da energia tem que ser outro, na sua opiniáo. E apontou, como uma ameaça, -o déficit de madiera, já denunciado pelo setor de papel e celulose.e estimado em 1 milhão de hectares em 1980/81. Já em termos de energia elétrica, aproveitando a exposição de José Marcondes Brito do Carvalho, diretor de operação da Eletrobrás. sobro os planos da empresa, Setúbal colocou novas críticas. «Recentemente, estive na China com um grupo de empresários. Lá, nos disseram que esse pais inverteu o processo de ' energia, que passou a ser produzida em 50 mil peque; nas hidrelétricas. Esse enfoque, porém, não se dei) no Brasil». Esqueceu-se de dizer, contudo, quê ';à Eletrobrás pretende irteentivar a criação de miniusinas. O engenheiro Plípio Assmann, presidentedaCosk pa, observou contudo que' muito se fala em altemativas e pouco na redução do consumo de petróleo importado. Aproveitou para citar o exemplo de suâ própria empresa. «A Cosipa vai reduzir 8% de seu consumo de óleo, apesar do crescimento de 20% da produção bruta. Há uma série ."de procedimentos elementares,, ligados à engenharia de uso do combustível, que nâo é observada», disse. Entre as falhas, Assmann mencionou o funcionamento dos fornos com portas abertas òu o não desligamento, depois de atingidos os picos de temporatura. >¦<!' mV&Mjtm&*&K*1mmmWl*m'*0*W*au**tm^^*m*m DE 1979 QUARTA-FEIRA 21 DE NOVEMBRO PAGINA S ECONOMIA ARÁBIA SAUDITA POLÍTICA INDUSTRIAL Zanini em busca de petrodólares tratamento de xeique Mão-de-obra deve ser privilegiada É o pensamento de Delfim Netto Usineiro quer MADALENA RODRIGUES, de Brasilia O lento processo dc definiCão das novas diretrizes para a politica industrial brasileira vai iniciar mais um capitulo na próxima semana, quando representantes dos Ministèrios do Planejamento e da Industria c do Comércio se reunirão novamente para debater o assunto e tentar um consenso cm torno de alguns pontos ate agora conflitantes Do lado da Seplan. o documento elaborado pelo MIC. | contendo propostas para o j que sena uma nova política industrial, e visto como uma repetição das mesmas coisas • propostas nos últimos anos para q desenvolvimento industrial do pais exceto por uma única inovação diz claramente, pela primeira vez que o setor industrial precisa receber um tratamento diferenciado por região levando-se em conta prioridades regionais Mas isto não basta, afirmam assessores do ministro Delfim Netto Surpreendentemente, para alguns de seus assessores, Delfim Netto — afirmam — teria firmado posição no que diz respeito a profundas modificações na política de incentivos fiscais, de forma a estimular uma absorção crescente de mãode-obra onde esse fator de ' produção é considerado abundante, ou seja. principaJmente nas regiões Norte e Nordeste. Assim, enquanto as sugestoes do MIC se concentram apenas no aperfeiçoamento dos instrumentos já existentes de politica industrial, do lado da Seplan existe a preocupação de promover uma revisão qualitativa desses instrumentos, no sentido de evitar, que continue sendo estimulada a utilização intensiva de capital — prática adotada pela Sudene nos últimos anos, com grandes prejuízos para a expansão do número de empregos no Nordeste. Outra inovação importante, do ponto de vista da Seplan, e praticamente omitida pelo MIC, diz respeito à necessi- 1 dade de reformulação da política tarifária para a importação de bens de capital — utilizados na produção industrial. Depois de analisarem a política tarifária, asessores do ministro do Planejamento chegaram á conclusão de que há ua total falta de coerência na maneira como são taxados diferentes bens de capital, ora com taxas excessivamente altas, ora excessivamente baixas, com prejuízos para setores da indústria nacional que dependem em maior ou menor escala da importação de máquinas e equipamentos O ajustamento da estrutura de tarifas e considerado um dos pontos chaves e. provávelmente, o mais trabalhoso para a definição de uma nova política industrial. Outro ponto considerado importante por assessores de Delfim é a necessidade de redução dos custos de mãode-obra, possivelmente através de uma redução dos encargos sociais ou de outras formas que estão ainda em fase inicial de discussão. Essa preocupação é maior no que diz respeito às pequenas e médias empresas, altamente absorvedoras de mão-deobra. como é o caso do setor têxtil, de alimentos e bebidas, mobiliário e vestuário, para os quais a nova política de reajstes semestrais implicará custos mais altos, em comparação com as grandes empresas. Outra inovação sugerida pela Seplan: desburocratizar o processo de aprovação de projetos e financiamentos para pequenas e médias empresas — um outro ponto aparentemente esquecido pelo MIC. A previsão de técnicos da Seplan é de que a amarração final do que será o novo projeto de política industrial para o pais vai demorar pelo menos mais uns dois meses. Até lá, o empresariado nacional permanecerá na expectativa. BOLSÁ No Rio O movimento evoluiu 9,62%, envolvendo 102.521.730 títulos negociados no valor total de 237.769, mil cruzeiros. As ações de empresas governamentais representaram 59,73% dos negócios, ficando os 40,27% restantes com os papéis de companhias privadas. O indice recuou 0,8% no fechamento, na marca dos 7.402 pontos. Os papéis mais negociados à vista foram: Bco. Brasil - PP, com 10,97% do movimento; Bco. Brasil-ON, 7,8%; e Belgc-OP, 6,0%. Ações que mais subiram: Tibrás-PPA, 9,09%; Bco. Nordeste-PP, 4,0%; e Nova América-OP, 3,45%.Maiores quedas: Vale-PP, 4,75%; Mannesmann-OP, 4,48%; e Acesita-OP, 3,45%. Em São Paulo O índice apresentou-se novamente em baixa, recuando 1,3% ao situar-se em 5.876 pontos. Mais uma vez os papéis blu-chips, que se desvalorizaram em média 2,2%, foram os responsáveis pela queda do indice, pois os títulos de segunda linha recuaram apenas 0,9%. O movimento diminuiu 14,3% totalizando 176.767, mil cruzeiros, dos quais 4.537, mil a termo — 2,6% do volume global — para uma quantidade de 86.609.677 títulos transacionados. Os papéis blu-chips responderam por 12,2% dos negócios à vista e 68,2% dos a termo. Ações mais negociadas à vista: Bco Brasil-PP, com 7,9% do movimento; Arno-PP, 4,4%; e Eluma-PP, 4,2%. Maior alta no índice: Eluma-PP, 7,7% e maior baixa; Ericsson-OP, 23,9%. OeN . Letras do Tesouro Nacional. O mercado de Letras do Tesouro Nacional apresentou-se pouco movimentado. Os negócios, com leve tendência vendedora para papéis com vencimento em janeiro de 80, foram cotados entre 24,25% ao ano e 24,48%. E os de vencimento em maio cotados entre 21,45% e 21,25%. financiamentos. Os financiamentos por um dia com Letras do Tesouro Nacional apresentaram-se tranqüilos durante todo o período, abrindo a 22,20% ao ano e declinando para fechar a 12,60%. A média de negócios situou-se em 18% ao ano. Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional, mercado de Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional apresentou-se movimentado para papéis de 2 anos de prazo e 6% de juros, com vencimento no segundo semestre de 81, cotados a 107,40% para compra e 107,80% para venda. Financiamentos. Os financiamentos com Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional apresentaram-se tranquilos durante todo o período, abrindo a 23,40% ao ano, descendo a níveis de 18% e subindo para fechar a 21%. Média de negócios a 20,40%. MARIA DA CONCEIÇÃO Caderneta das multinacionais MARQUES MOREIRA Comodismo, pagando juros? MOURA E SILVA Não muda por temer pressões RESOLUÇÃO 432 0 Banco Central não manda mais na política monetária Dois economistas e um banqueiro mostram o poderio das empresas RICARDO BUENO, do Rio Para que exista politica monetária no Brasil é preciso desatar um nó: acabar com a Resolução 432 do Banco Central, que permite que os tomadores de empréstimos externos deixem seus dólares depositados no BC, que então se responsabiliza, isto é, paga os encargos desses empréstimos. Uma autêntica caderneta de poupança das multinacionais. segundo alguns economistas, que se torna especialmente atraente com a aceleração das minidesvalorizações cambiais. Este ano o cruzeiro já foi desvalorizado dezesseis vezes, sofrendo uma perda de 53.5rr em relaça"o ao dólar — e é isso que o Banco Central está pagando sobre os empréstimos das multinacionais paradas. Novos ataques à 432 foram desferidos pelos economistas Maria da Conceição Tavares, da Unicamp. e Adroaldo Moura da Silva, da USP. e pelo banqueiro Marcilio Marques Moreira, do Unibanco, que participaram de debate sobre a politica moneiária promovido pelo Instituto de Economistas do Rio de Janeiro (IERJ). Para Adroaldo. *a moeda c o crédito deveriam ser usadas coercitivamente para que o Estado orientasse a politica monetária. Mas no Brasil não servem para isso. Não se pode, simplesmente, fazer política monetária quando se sabe que, com a resolução 432, a iniciativa privada e as empresas estaUris podem sacar a qualquer momento 8 bilhões de dóiares». Isto é, são as empresas que passaram a «controlar» os meios de pagamentos no pais. Acabar com a Resolução 432 é, porém, uma questão delicada. «A 432 envolve as empresas lideres do sistema econômico (que estão com seus dólares depositados no BO e estas tèm ligações com os bancos estrangeiros, que são seus credores. E o drama é que. sem a convivência desses parceiros nós vamos ter dificuldades para financiar o rombo do balanço de pagamentos e a divida externa em 1980». diz Adroaldo Moura da Silva. Para Marcilio Marques Moreira, a origem da 432 está ligada ao fato de que o governo queria etimular os tomadores de dinheiro a irem buscar recursos no mercado internacional. Esses tomadores estavam temerosos, pois tinham que tomar dinheiro a cinco anos de prazo e emprestar aqui dentro a apenas um ano, já que as empresas brasileira não queriam pegar empréstimos por prazos superiores. A 432 não acaba, segundo ele, «por puro comodismo do governo. No momento, ela está contribuindo para enxugar os meios de pagamentos. Em abril, estavam depositados 4 bilhões de dólares na 432. Agora já se chegou a 7,8 bilhões de dólares o que mostra como a 432 está etirando dinheiro dc circulação». A que preço, porém? Além da 432. Marcilio considera que o sistema financeiro brasileiro enfrenta outros problemas sérios e que precisariam começar a ser atacados. «O sistema financeiro em nosso país é extremamente dependente da ação do Estado. O Estado tem todos os instrumentos de regulamentação na mão. mas não tem unidade de pensamento nem estrutura organizacional para aplicar esses instrumentos. Por isso, nosso sistema financeiro apresenta sinais dessa fadiga e a convivencia de UPCs, cruzeiros e dólares e de correções monetárias pré e pós-fixadas», com os diversos agentes financeiros, não cumprindo as funções para as quais foram criados». Para Adroaldo Moura da Silva, a correção das distorções da política monetária e do sistema financeiro exige que o Estado assuma efetivamente seu papel de regulador do sistema econômico. E um primeiro passo para isso seria que os empréstimos externos, de agora em diante, só fossem negociados pela União. «Não podemos nos dar ao luxo de permitir que empresas privadas c empresas estatais continuem contratando empréstimos lá fora à vontade. Principalmente agora, com o mercado internacional tão conturbado». JARBAS CUNHA, dc Ribeirão Preto com grupos privados. Essa ó O diretor superintendente uma dificuldade, porque, se das Indústrias Zanini e grande região na de usineiro pudéssemos carrear recursos das árabes através do goverRibeirão I^reto, Luiz Lacerda a no, seria o ideal para o pais» Biagi, viajará sábado para disse. Arábia Saudita, onde pretenAs negociações com os árade concluir entendimentos bes, acrescentou, tém como mantidos com o príncipe objetivo básico fazer com que Falçal, iniciados no dia 1" de eles participem acionarianovembro. O objetivo da mente nas usinas produtoras viagem é atrair petrodólares de de álcool. Biagi. contrariando a estimular produção para vários dados oficiais, mostra, fontes alternativas de com gráficos, que a área energia. destinada ao plantio da dos «Há interesses paises cana-de-açúcar no Estado de — árabes — explica Biagi São Paulo aumentou pouco pelo menos de algumas em função do Proálcool. A famílias, de incentivar as área ocupada por esse produfontes alternativas de energia to é de 1.1 milhão de hectacomo o álcool. Isso decorre res, disse ele. os das dificuldades em que Ao fazer uma análise do encontram, se pois árabes o empresário diz Proálcool. estão de posse de uma desgovernavagão «é um que vendida por mercadoria na mão da solto bicho do, um preço menor do que poderia precisa empresa que privada, comereio ser apurado. Qual ser atrelado a algum esqueante que vende por menos do ma do governo. Há, inclusive, preço que pode ser apurado uma disputa interna dentro cm determinada mercadoria? do governo pela liderança». Se os árabes se conformam Numa defesa enfática do em vender por menos é por Biagi declarou que Proálcool. razões políticas». o setor de açúcar e álcool Outra razão, também politigera dez vezes mais empreca, em estimular invéstimengos do que a indústria autotos árabes em álcool, segunmobilísticas e de autopeças do Biagi, seria a de dar uma e por isso. precisa de juntas, resposta aos países desenvolum tratamento melhor». E vidos «que se acomodam no ainda foi mais longe, querenconforto das salas de ar do ser tratado como um acondicionado. Eles assim xeique. «Os usineiros são teriam condições morais do verdadeiros pês-de-boi para dizer: façam como nós fize- í trabalhar e possuem uma mos. Temos petróleo e buscapéssima imagem perante a mos fontes alternativas». população. É hora de melhorar essa imagem. Por que os Essa também seria uma xeiques são tão badalados e maneira de evitar confrontos os usineiros não?» capazes de produzir uma Ao falar sobre o modelo guerra como a do Vietnã, «pois as indústrias armameneconômico brasileiro, Luiz Biagi disse que fracassou, tistas ficam impacientes com sendo necessário novas altera ausência de conflitos capanativas, «com criatividade e zes de absorverem a produespírito de sacrifício. É precição de armas». O diálogo so acabar com o critério de com os árabes, segundo Biagi, não é recente. Comeconfiscar quando a produção vai bem e subvencionar cou há cinco anos, «através de um intermediário que quando não vai bem». E acrescentou: «o que há no mora em Paris». A idéia só vingou, no entanto, com a Brasil é economia de Estado fantasiada de economia de visita do príncipe Faiçal. «Mas o grande problema dos mercado, onde a parte mais fraca é o empresariado brasiárabes é que eles não querem leiro*. negociar com o governo, mas AÇÕES FRIAS CVM está apurando mais seis fraudes Empresas e investidores estão envolvidos nas emissões fraudulentas RICARDO BUENO, do Rio «É o tal negócio, você puxa o cabelo de um elefante e vem uma tromba». Assim o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Roberto Teixeira da Costa, definiu a surpresa do órgão com o florescente «mercado marginal» de ações. Desde que começou a fiscalizar esse mercado, em abril deste ano, a CVM já suspendeu as emissoes irregulares de ações de onze empresas. Estas empresas sáo: Policor — Indústria de Tinta Hidrossolúvel, Oleisa — Óleos industriais, Gecosa — Indústrias Integradas Gervásio Costa, Spherofer — Indústria e Comércio, CAP — Companhia Agro-Industrial Pirangi e Cajunor — Companhia Caju do Nordeste, cujos nomes foram revelados ontem. Além destas jà tinham sido descobertas a Simisa — Sistema Industrial de Minérios, a Plamasa — Plásticos do Amazonas, Provesa — Produtos Vegetais, Pindarè, Diplasa — Diasso — Indústria de Implementos Agrícolas e Chryso — Aurum Mineração. A CVM estima que essas empresas colocaram junto ao público mais de 400 milhões de ações, utilizando para isso, em geral, escritórios muito bem instalados em prédios comerciais nos principais centros urbanos brasileiros. Para Roberto Teixeira da Costa, o sucesso do «mercado marginal», decorre da grande conivência que existe entre a empresa que lança irregularmente ações e o Por que? «Por investidor. causa dos incentivos fiscais, evidentemente. O investidor, em muitos casos, compra essas ações por apenas 10 ou 20 centavos, embora o valor nominal da ação seja de 1 cruzeiro. O investidor, entáo, coloca na, sua declaração de renda essa aplicação em ações, só que como se as projeto aprovado tèm. Os junto ao público em 1978 e 1979 pelo menos 152.435.906 processos para penalizar os culpados por essas manobras ações que foram adquiridas são difíceis, pois em geral por 3.275 pessoas. O último envolvem centenas de registro de emissão de ações pessoas. Basta dizer que das da empresa autorizado pelo onze empresas descobertas Banco Central tem data de 1975. Em 14 de julho de 1978, pela CVM, apenas uma terá seu inquérito julgado breve- a companhia firmou contrato com a Proinvest — Distribuimente. Os investidores também dora de Títulos e Valores náo ficarão impunes, porque Mobiliários para colocação de muitos deles sabiam que ações que haviam sobrado estavam comprando ações em 1975. E esse contrato náo «frias». Por isso, serão foi registrado na CVM. chamados pela Secretaria da Gecosa. Tem sede em Receita Federal e terão seus Teresina (Piaui) e colocou investimentos nessas ações (e irregularmente 45.119.000 os conseqüentes incentivos) ações, entre pelo menos 360 anulados. Em certos casos, investidores. Em 1975 havia inclusive, os vendedores se obtido registro no Banco comprometiam com os invés- Central, mas para a colocatidores a recomprar as ações çáo de apenas 5 milhões de dois anos depois. Esses dois ações. anos correspondem ao prazo Oieisa. Tem como sede a .mínimo que as ações têm que residência do seu diretorficar custodiadas nas bolsas presidente em Sáo Luis do de valores para gozarem do Maranhão e dispõe de um incentivo. escritório de representação A seguir a história resumi- em São Paulo. Nunca obteve da dos 7 casos ontem divulga- registro de ações junto ao BC dos pela CVM: «Policor» — ou à CVM, mas vem colocansediada no municipio do do ações junto ao publico em Conde, na Paraíba, colocou volume que a CVM ainda não conseguiu estimar. Spherofer. Tem sede em São Paulo. Aumentou seu capital em 1977 de Cr$ 1,1 milhão para Cr$ 18,23 milhões, com o ingresso de 73 novos acionistas. A CVM descobriu que as pessoas náo legalmente habiütadas fizeram a intermediação dessas ações e que a empresa ocultou prejuízos de Cr$ 4 milhões. CAP. Está sediada no Rio Grande do Norte. Colocou irregularmente, junto ao 600 subscritores, pelo menos 493.944.290 ações preferen~': A'H^o;;.;f:i?Kr ggjfl W* •¦¦'•&%**£ .}¦• ¦ r'lS»^fe^^^^^^g^s^^^ff^^'j / y*í*~ Í^^'.-^y^. ciais classe B. Cajunor. Com sede no Recife, colocou junto a 68 subscritores pelo menos 4.340.150 ações preferenciais classe B no período 1977/79. A média foi TEIXEIRA DA COSTA de 63 mil ações por subscritor. Quem é roubado nessa história? O governo, evidentemente tivesse comprado a 1 cruzeiro e pode descontar no IR 45 centavos por ação. Quem é roubado nesta história? O governo, evidentemente», disse. Para dificultar a existência do «mercado marginal» de ações, a CVM já sugeriu ao Ministério da Fazenda que toda a empresa que venha a ter seu projeto aprovado para o Norte ou Nordeste, por exemplo, e que tenha direito a receber incentivos fiscais, seja obrigada a registrar previamente na CVM qualquer emissão de ações. Isso significa que essas empresas teriam, também, que cumprir todas as disposições da Lei das Sociedades Anônimas. É provável que até o final do ano novas emissões irregulares sejam descobertas, pois a CVM vai fazer uma operação «pente fino» junto aos escritórios que lançam ações no «mercado marginal». A época é especialmente adequada, pois os lançamentos ilegais se multiplicam nos últimos meses do ano L *:~ para aproveitar os recursos resultantes dos incentivos previstos na legislação do Imposto de Renda. As emissões irregulares de ações são feitas, inclusive, por empresas que já tiveram registro na CVM. Essas empresas colocam junto ao mercado duas, três, quatro vezes mais ações do que registram na CVM e utilizam intermediários não autorizados. Esse foi o caso da Gecosa e da Policor, por exemplo. Para Roberto Teixeira da Costa as empresas que jâ estão operando e que lançam irregularmente ações, «cometem fraude, o que é um caso de policia. Isso porque só uma parte desses recursos entra na empresa e o resto ninguém sabe onde vai paran>. Em outros casos, a empresa só tem um barracão e um projeto que está paralisado, embora aprovado pela Sudene ou pela Sudam. Mas corretores continuam atuando e captando incentivos fiscais. E em algumas situações, as supostas empresas nem Simonsen, novo diretor do City Bank nos EUA O ex-ministro do Planejamento e da Fazenda, Mário Henrique Simonsen, foi nomeado para o conselho diretor da Citycorp, a holding do City bank, em Nova York. O City bank é . o segundo maior banco dos Estados Unidos e do mundo. O ex-ministro terá também, como colega para cargo semelhante, a ex-Secretária do Comércio daquele país, Juanita Kreps, que renunciou recentemente ao cargo no gabinete americano, que ocupava desde 1977, segundo as informações, por causa dos problemas de saúde enfrentados pelo seu marido. Acordo para normalizar o mercado de açúcar O Conselho da Organizaçáo Internacional do Açúcar, que reúne 57 países, aprovou esta semana uma resolução solicitando ao Mercado Comum Europeu que pare de perturbar os mercados mundiais do produto. A resolução também pede o início de conversações destinadas a promover o Acordo Mundial do Açúcar. Com essa medida, acaba a controvérsia entre a OIA e o MCE. Assim, o Comitê Executivo da OIA recomenda uma cota de exportação global para 1990, ao mercado livre, de 12,9 milhões de toneladas de açúcar para os paises produtores membros. O Comitê estimou que os pedidos totais do mercado serão 18 milhões de toneladas. Essa diferença deverá ser coberta pelas exportações do MCE e outros membros do pacto. QUARTA-FEIRA 21 DE NOVEMBRO DE 1979 'ACÍINA 9 pEPÜBLíQV TRABALHADORES TRÉGUA NAS GREVES Delegado sindical já existe na CLT wWJI 11!CBI IwCSk 1! !CS2p 9II3B $5^* Por que Delfim é o maestro LUIZ AUGUSTO GOLLO, de Brasília O fato de o ministro sejam puramente de aumentos de salários. O Delfim Netto estar ouvindo ministro Murillo Macedo, lideranças sindicais e empresariais não deve ser por exemplo, já se referiu a isto algumas vezes, ao vntitomado como ingerência da einar que as reivindicações .Secretaria do Planejamento na área do Ministério do dos trabalhadores, a partir Trabalho; do contrário, a da nova política salarial, estarão mais dirigidas para participação do ministro Murillo Macedo nos planos melhores condições de de Mário Andreazza, de trabalho, delegados sindiconstruir casas para trabacais, creches etc. do que lhadores, também o seria, e para aumentos. E, ontem, todo o ministério Figueiredo questionado sobre as invéstidas de Delfim em sua estaria perdido em incurárea, tranqüilizou os reporsoes fora de cada área teres, temerosos de mais específica. O que existe, de dissençôes no ministério fato, é o interesse do goverFigueiredo. no em satisfazer reivindicações antigas, muitas até Pelo menos quatro minisrelegadas a segundo plano térios estão envolvidos neste momento de greves numa operação conjunta em vários pontos do país. visando a criar um novo Assim, os ministros do 'IVabalho e do Interior estuclima para os trabalhadores do pais: Trabalho, Interior, dam a construção de casas Agricultura e Planejamento populares que serão vendi— ao qual compete a batuta das aos trabalhadores atrade maestro. Nenhum dos vós de seus sindicatos. Da ministros envolvidos nos mesma forma, os ministros da Agricultura, Amaury planos da área social tem dúvida disso. Afinal, cabe Stabile, e do Trabalho, negociam na Companhia precisamente a Delfim Netto dirigir os trabalhos Brasileira de Alimentos em conjunto dos ministéuma cesta de mantimentos rios, e por isto jà foi que servirá de padrão para chamado de superministro, os trabalhadores. como seus antecessores Nenhum destes planos Simonsen e Reis Velloso. está em vias de ser executaHá seguramente dois meses do ainda, mas mostram a o ministro do Planejamento vem mantendo contatos preocupação do governo com empresários e líderes Figueiredo com a área social. Como dizia ontem sindicais, mas estes últimos um ministro: «Temos que em número praticamente atender essas necessidades iasiginificante. O fato de ele antecipar pontos de estudos para não descambarmos à imprensa deve-se segundo para o socialismo ou comuse imagina nos gabinetes nismo». O governo pretenministeriais, à aflição resulde, de fato, que os sindicatante da taxa de inflação, tos de trabalhadores desisconsiderada alarmante tam das graves, passando a dentro do próprio govemo. reivindicações que nào Lula e outros dirigentes sindicais mostram-se dispostos a negociar com o governo. E mesmo entre as críticas mais duras já aparecem propostas para o diálogo Da parte dos dirigentes sindicais, houve mais desconfianças que criticas contundentes; do lado dos empresarios, mais surpresa que elogios apressados. E, da média, o que se extrai é uma grande perplexidade quanto as propostas que o Ministério do Planejamento está fazendo a lideres sindicais representativos, em troca de uma trégua de até dois anos na onda de greves movidas por reivindicações salariais. Aumentos semestrais acima do indice da inflação (que seria amarrada em tomo de W/c-, no próximo ano), medidas para impedir a rotatividade da mâo-de-obra e a "a c r i a ç o do segurodesemprego — a parte do governo na barganha — sâo medidas que por enquanto, nâo parecem comover alguns líderes sindicais: Luís Inácio da Silva, o Lula se declara disposto a negociar e até vê possibilidade de acordo, «desde que haja possibilidade de melhorar a situação dos traballiadores brasileiros». O problema, entretanto, como diz o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Sáo Paulo, Luís Carlos Medeiros, é que «é difícil conseguir a unanimidade de todos os sindicatos para a idéia». Pelo menos três líderes sindicais de peso, como João Paulo Pires de Vasconcelos, dos metalúrgicos de Monlevade (Minas Gerais), Jacó Bittar, dos petroleiros de Paulínia, fi José Cicotti, dos metalúrgicos de Santo André, sáo frontalmente contrários à barganha proposta, «Os sindicatos da Argentina», disse João Paulo, «confiaram no govemo autoritário e fizeram uma trégua semelhante à proposta pelo ministro Delfim Netto. O resultado foi desastroso». GREVE KBK up **&* MAURO MARTINS BASTOS Mais de 6 mil trabalhadores da construção civil entraram em greve ontem em Curitiba. O movimento tomou corpo rapidamente, pela manhã, e os piquetes náo tiveram dificuldade alguma em paralisar pelo menos quarenta obras. O centro da cidade foi tomado pelos grevistas do início ao final da tarde, quando os peões realizaram uma passeata dissolvida pela Polícia Militar e pelo DOPS, com algumas prisões. Na verdade, esta é a primeira greve, após a decretação da nova política de reajustes salariais semestrais baseados no INPC. Os peões de Curitiba, aparentemente despreocupados com a legalidade da greve querem um aumento imediato de 80% sobre seus salários de 2.898 cruzeiros — 10,25 cruzeiros a hora — menor que os dos peões de Belo Horizonte, protagonistas de um movimento grevista recente. Segundo os trabalhadores mesmo esse pois não vinha sendo respeitado por algumas construtoras. O Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil não está apoiando o movimento, iniciado no final da tarde de segunda-feira, quando uma comissão de seiscentos trabalhadores foi pedir apoio a Aguinaldo Ramos Forbecí, o presidente, há dez anos no cargo. Forbeci, porém, advertiu oí> peões sobre a ilegalidade do movimento. «O govefno vai dar um aumento em dezembro, de no mínimo 30%, em junho do ano que vem a gente briga por um aumento maior, pois é quando vence nossa atual sonvenção coletiva, disse o presidente do sindicato. Antes disso, qualquer paralisação é ilegal». «Queremos 80%». E a polícia de longe, olhando Um dos peões respondeu que «quem tem fome nâo pode ficar aguardando a convenção coletiva» e a reunião foi encerrada aos gritos de «queremos 80%». Ontem pela manhã a greve foi deflagrada.pelos serventes da Construtora Nova Era. Segundo os trabalhadores essa empresa não vem cumprindo uma cláusuIa da convenção coletiva, firmada em junho, dispondo que os serventes têm direito a mais 5% sobre o salário mínimo. Com o novo minimo eles deveriam ereceber 2.898 cruzeiros, mas estavam recebendo os 2.760 cruzeiros estabelecidos pelo govemo. Os'piquetes foram engrossando a cada construção da Zona Sul da cidade. E a Policia Civil acompanhava a distância os grevistas, cuja palavra de ordem era «queremos 80%», Tabuletas feitas com sacos de cimento diziam «pacificamente queremos 80%». Na frente das obras, os grevistas gritavam: «Desce peão, ou está,conseguindo viver com 2 mil por mês?». Conseguiram muitas adesões com seu apelo. No bairro da Fazendinha, os piquetes paralisaram as obras de sete conjuntos de quatro andares, das Construtoras Independência e Sakamori, que estão com seus prazos de entrega marcados para dezembro. Essas empresas, segundo os trabalhadores, vêm pagando apenas 20% sobre duas horas diárias de extras, quando o previsto em lei é o percentual de 40%. Os peões seguiram vinte quilômetros a pé até a concha acústica, localizada na frente do ginásio de esportes do Atlético. Certa de 4 mil grevistas ocuparam então as arquibancadas, e o presidente do sindicato, previsivelmente, foi vaiado quando pediu tempo para a formação de uma comissão de seis representantes que, juntamente com ele, tentariam um acordo com os patrões na Delegacia do Trabalho. Ficou acertado então que às 14h os representantes do sindicato retomariam com uma resposta. Era hora do almoço e a maioria dos peões sentou no chão e almoçou sua marmita. Às 2 h da tarde ninguém do sindicato apareceu. Revoltados, os 4 mil peões seguiram para a praça Zacharias, no centro de Curiti*ba, e ameaçaram invadir a sede do sindicato, no oitavo andar. Os bancos fecharam as portas, o comércio também e, em seguida, chegou a PM e a tropa de choque, que ficou postada nas calçadas da avenida Marechal Deodoro. Todas as entradas e saídas da praça foram cercadas. Uma comissáo de deputados do MDB resolveu interferir porque, como na greve de Belo Horizonte, não havia liderança no movimento. Depois de um contato com a Delegacia do Trabalho, os deputados pediram aos peões que retomassem à praça do Atlético. Novamente, todos rumaram para lá onde ouviram de Forbeci, o presidente do sindicato, a promessa de uma solução a ser anunciada em uma assembléia hoje às 10 h da manha, no mesmo local. Um advogado tentou explicar a sistemática da nova politica salarial e foi vaiado. No centro, para «incomodar gente grande» Os peões não aceitaram a argumentação do presidente do sindicato e elegeram um líder, que pediu para todos retomarem ao centro, «onde a gente incomoda muita gente grande que tem condições de apressar uma decisão». Eram 18 h.e havia grande movimentação na praça Zacharias ainda cercada pela PM. Os peões dispersaram-se. Na praça, permaneceu um grupo de pouco mais de 2 mil que deu início a uma passeata. O trânsito foi interrompido e a polícia começou a agir. «Queremos oitenta» gritavam os peões correndo entre os carros com a polícia atrás. Na rua Cândido Ijopes, a polícia aguardava os manifestantes, obrigados a retornar. Os que portavam faixas e cartazes foram presos, com violência pelo DOPS. E a questão da confiabilidade dás propostas desponta, enquanto pelo menos por como o maior obstáculo à aceitação da idéia por parte de alguns líderes. José Cicotti chega a ficar indignado com a informação de que dirigentes sindicais já teriam participado de reuniões sigilosas com o govemo: «Como diretor do sindicato, se for convidado para participar de reunião secreta, não vou. Os problemas dos trabalhadores têm de ser discutidos publicamente», Cicotti diz que não se interessa pelas propostas apresentadas, pelo simples fato de elas terem partido do governo, e principalmente, através do ministro Delfim Netto: «No caso da discussão dos índices de produtividade, como é que a gente pode ter confiança nos cálculos, ainda, mais com o Delfim Netto no meio disso. Nem todos sâo, porém, tão Olívio Dutra, taxativos. presidente afastado do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, está disposto ao entendimento — «levamos tanto na cabeça que nào podemos nos dar ao luxo de recusar negociações» — ainda que analise a proposta do govemo como um reflexo da sua visão autoritária, segundo a qual, se alguma coisa for acertada com as lideranças, automaticamente o será, também, pelas bases. Então, para Olívio Dutra, o processo deveria, primeiro, ser precedido da normalizaçâo da vida sindical brasileira, da revogação do decreto lei 1632 e da instituição da estabilidade no emprego e, depois, incluir uma fase posterior de consultas às bases. Assim, admite o líder gaúcho, «se houve sinceridade de propósitos em atender realmente a parte menos favorecida da classe traba- Escolta policial para as «cegonhas» do ABC As negociações entre os cegonheiros do ABC e as empresas de transporte de veículos zero quilômetro voltaram, ontem, à estaca zero. Mil e duzentos motoristas em greve desde sextafeira rejeitaram a contrapreposta das transportadoras e decidiram continuar o movimento reivindicando 70% do valor bruto do frete. Ontem de manhã, dez carretas de propriedade das empresas Translor, Transzero e Da Cunhas seguiram viagem escoltados por oito viaturas da PM. À tarde, a diretoria da Associação dos Carreteiros manteve contato telefônico com o chefe de transporte da Volkswagen, cujo nome não foi revelado, e colocou diretamente à disposição da indústria automobilística as carretas dos motoristas para transportar veículos destinados a exportação. A intenção dos cegonheiros é manter contato com as demais indústrias automobilísticas do ABC. lhadora, e se for permitido o aprofundamento da organizaçâo dos trabalhadores, então se deve buscar a negociação. Mesmo porque reconhecemos que o movimento sindical não levará a essas soluções, a curto prazo». Arnaldo Gonçalves e Pedro Gomes Sampaio, respectivamente dos metalúrgicos e dos petroleiros de Santos, admitem sentar numa mesa e negociar com os «todopoderoso&>, mas duvidou que o acordo seja possível porque «teria de agradar a toda a classe operária». E isso implicaria na inclusão de itens que, pelo menos no momento, eles acreditam sejam inaceitáveis para o governo, como a volta ao regime da estabilidade («mais importante que o próprio salário desemprego»), a representação sindical dentro da fábrica, que, para eles, é fundamental. precisa de atitudes paternalistas, mas de liberdade e de autonomia». Francos elogios à proposta do governo partiram dos empresários. Walter Sacca, porta-voz do Grupo 14 da FIESP, acha a Idéia da trégua «inteligente e muito proveitosa se coaseguir conciliar as partes». No Rio, o presidente da Federação Nacional dos Bancos, TheófiIo de'Azeredo Santos, detiarou que «sâo benéficas todas as medidas que visam à redução dos conflitos soeiais». Ele rejeito as desconfiancas das lideranças sindicais com relação à fixação dos índices de produtividade, argumentando que «temos no IBGE um técnico reconhecido internacionalmente, que é o Jessé Montei Io. Ele vai ter de dizer como chegou aos seus resultados. Não vai apontar um determinado índice para satisfazer a este ou aquele govemo». O presidente do Sindicato dos Jornalistas carioca, Carlos Alberto de Oliveira, até admite o pacto, desde que ele seja feito «em cima da garantia de participação dos trabalhadores, principalmente no processo decisório da política econômica». Outra é a tese de Joaquim dos Santos Andrade, dos metalúrgicos de Sâo Paulo. «Essa história de negociar greve nâo é bem assim diz Joaquim, «porque a greve nâo é feita pela greve, rnas sim para os trabalhadores recuperarem seu poder de compra. Quando os reajastes salariais forem concedidos através de índices mais realistas e significativos, creio que a própria negociaçâo será desnecessária». A mesma simplicidade da posição de Lula: «O que é preciso é o govemo entender que o movimento sindical nào Mesmo na área empresarial, entanto, houve manifestações de ceticismo. «A tentativa é válida», afirmou Laerta Setúbal, «rras não sei se vingará num país onde as distorções salariais sâo muito acentuadas. É um tipo de tentativa que seria bem sucedida nos países desenvolvidos, onde o operário tem boas condições de vida e onde existe um sistema previdenciário bom». Luiz Carlos Medeiros, das Indústrias Têxteis de Sâo Paulo, lembrou que o seguro desemprego, por exemplo, ainda nem chegou a ser discutido nas negociações entre empregados e empregadores, enquanto Alberto Villares da Nova Gomes, o principal negociador do Grupo 14, disse que a questão da rotatividade, deveria ficar melhor esclarecida. Jtftffifc. '_, baias, smShs e CAS$eT£Z£... y (3 OP ccmüo â PeiA lUdfire- Oo MeTAUÚHGtco SfWTo O primeiro inquérito resulta da própria portaria do ministro que, além de afastar a diretoria, criou uma comissáo de inquérito para apurar o envolvimento de Ivan e seus companheiros na greve de setembro. O segundo, aberto pelo DOPS , foi encaminhado pelo delegado Brito Pereira a 3a Auditoria do Exército, que tem, agora/ apenas nove dias do prazo inicial para arquivá-lo ou denunciar os 28 bancários como incursos em dois artigos da Lei de Segurança Nacional. Eles são acusados de «incitar à greve e contri- biir para a paralisação em setor essencial». E, nesse caso, os bancários — incluídos os sete membros da diretoria — podem ser condenados a até doze anos de prisão. Para o presidente Ivan Pinheiro, essa greve «foi apenas um pretexto que o governo encontrou para derrubar o sindicato». Mas Ivan diz que confia «nas conclusões da Justiça, pois a diretoria do sindicato apenas cedeu à decisão da maioria, em assembléiageral». Na verdade, a diretoria do sindicato dos bancários, em setembro, colocou-se contra a paralisação, liderada pelo próprio presidente Ivan, que acha «que a greve, naquele momento, interessava muito mais ao banqueiro do que a nós». Ivan acha que «a categoria não estava suficientemente organizada». Além disso, diz, «uma greve como aquela, que dependia de piquetes, era uma greve frágil. O piquete só se justifica para evitar que a minoria prejudique a maioria*. cargo de direção ou representaçâo sindical, até o final do seu mandato, caso eleito. Posteriormente, a lei 5.911, de 1973, ampliou essa garantia até um ano após b final do mandato Estou convencido de que, sem uma eficiente rede de . delegados, faz-se impoüsivel às direções sindicais conhecer, particularmente nas grandes categorias, a realidade de cada industria, setor ou região. À maneira do que ocorre em outros países, onde o movimento sindical não assumiu o indesejável papel assistenci-' alista, ocupando-se de ' problemas médicos e odon-' tológicos, mas cumpre a sua tarefa de equilibrar as forças do trabalho com as do capital, caberá aos delegados estabelecer as ligações permanentes da direção com as bases e destas com aquela, impedindo os desvios e as deformações hoje freqüentemente constatadas. As garantias dos delegados contra gratuitas hostilizações patronais virão em seguida e naturalmente, não se tolerando que, para simples preservação da sua impunidade nos casos de violação dos direitos dos empregados, ou de fuga às suas obrigações, o patronato demita os representantes credenciados do sindicato. Creio mesmo, e já o disse, que os trabalhadores de determinadas fábricas chegarão à greve se preciso, para manter os delegados existentes e atuantes, ainda que dificilmente cheguem a ela para obter a estabilidade dos delegados no curso de negociações coletivas intersindicais. Iastituídas as delegacias, ao invés de meras subsedes, e designados os delegados, com a prática serão definidos os limites da sua competência, que poderá ser limitada, no princípio, á atuação junto aos companheiros de fábrica, para evoluir, com o tempo, para o cumprimento de certos papéis junto à administra-ção de pessoal da empresa. O temor patronal diante da figura do delegado sindi-, cal é compreensível. O do governo, não. Cabe ao movimento sindical',,' demonstrar a um e outro que esse medo não se justifica, e partir para a formação das delegacias e para a eleição dos delegados, sob pena de estar colaborando para seu próprio esvaziamento, quando tudo indica que reuniu condições para sair definitivamente- do limbo, alcançando a projeção que as classes trabalhadoras exigem. METALÚRGICOS <5» Queriam penca,; .; i\ vil Ainda ameaçadas os taneáras d®'Rio Os bancários do Rio de Janeiro continuam à espera do resultado de dois inquéritos que envolvem a diretoria do sindicato — um deles, nas mãos do ministro do Trabalho; o outro, na 3- Auditoria do Exército — ambos decorrentes da última greve da categoria, em setembro, quando os dirigentes sindicais, inclusive o presidente Ivan Pinheiro, foram afastados de suas funções. Cflasiderando o tema da mais alta importância para 0 movimento sindical, volto a abordar a questão dos delegados sindicais, objetivando contribuir para o seu melhor encaminhamento Ainda que assim nâo o entenda o governo, a Consolidação das Leis do Trabalho é incisiva ao dispor, no parágrafo 2" do art. 517, que, «dentro da base territorial que lhe for determinada, é facultado ao sindicato instituir delegacias ou seções para melhor proteção dos associados e da categoria econômica ou profissional ou profissão libera! representada». O art. 522. parágrafo 3", por sua parte, especifica que «constituirá atribuição exclasiva da diretoria do sindicato e dos delegados sindicais, a que se refere o art. 523, a representaçíTo e a defesa dos interesses da entidade perante os poderes píiblicos e as empresas, salvo mandatário com podei*es outorgados por procuraçáo da diretoria ou associado investido em representacito prevista em lei». Tais delegados, nos termos do mencionado art. 523, «serão designados pela diretoria dentre os associados radicados no território da correspendente delegacia». Como se percebe, não pode haver nem se admite oposição patronal ou de órgão governamental à figura do delegado sindical, prevista pela CLT há bem mais de 30 anos, e adotada, por sinal, pela FIESP que, cintecipando-se aos sindicatos de trabalhos, tratou de criar, pelo interior do Estado afora, uma série de eficientes delegacias que zelam pelos interesses patronais. Assegurada aos sindicatos, e também às federações de trabalhadores, a prerrogativa da instituição do tantas delegacias quantas entender necessárias, resta aos interessados apenas a tarefa de faze-lo. Surge, nesse momento, a questão da estabilidade, eis que temem os empregados sofrer represálias se desejarem levar avante um projeto dessa natureza. Vale lembrar, a esse respeito, que a garantia de permanência no emprego dos próprios dirigentes sindicais eleitos pelas respectivas categorias profissionais é relativamente recente, somente vindo a ficar bastante clara com a lei do Fundo de Garantia que, em um dos seus dispositivos, vedou a dispensa do empregado sindicalizado a partir do momento do registro da sua candidatura a i No segundo dia da greve, segundo Ivan, «vários bancos — como o Itaú — fecharam por conta própria impedindo o trabalho de alguns fura greves que pretendiam trabaInar». Ele diz que chegou a levar esta denuncia às autoridades, «mas elas rejeitaram o argumento de que os banqueiros estavam interessados em caracterizar o estado de greve, alegando que haviam encontrado duas kombis carregadas de pedras, prontas para serem utilizadas na depredação de alguns estabelecimentos». Ivan Pinheiro cita a conquista de uma série de reivindicações, inclusive «a briga contra o Banerj, que queria demitir 20% dos seus quadros e foi impedido pela mobilização interna», e «o abono de abril, que o Banco Nacional foi abrigado a pagar, sob a pressão de um grande movimento que incluiu cartas de denuncia à população Maria Helena Malta RICARDO DE CARVALHO Enquanto pela manhã, na FIESP, a comissão de negociaçâo dos grevistas da metalúrgica Tecnoforjas concordava com a proposta da empresa e suspendia a greve que durou 27 dias, à tarde, na mesma federação, os sindicatos dos metalúrgicos de São Paulo e Guarulhos nada conseguiam da comissáo do Grupo 14 — e sua reivindicação não passava de parcelar o desconto dos onze dias parados. O Grupo 14 já havia decidido: todas as horas paradas serão descontadas de uma só vez, agora em novembro. Essa atitude, para Joaquim dos Santos Andrade, presidente do sindicato de Sâo Paulo, «prova que os empresários não olham com numanidade os seus empregados». Joaquim convocou os quase 350 demitidos por justa causa para uma reunião hoje, às 16 horas, na sede do sindicato, «quando eles terão toda a orientação jurídica». O sindicato aproveitará a ocasião também para informar que seus advogados entrarão na Justiça do Trabalho, pedindo as indenizações para todos os demitidos por justa causa. Já na decidido 75ri dos tegrados Tecnoforjas, ficou que mais ou menos grevistas serão reine a própria empresa escolherá os indesejáveis. Estes e os que quiserem se desligar da indústria recebe-, rão seus direitos integrais, inclusive o Fundo de Garantia, com 10% de acréscimo, de acordo com a lei. Para o presidente da! comissão de negociações do sindicato, Pedro PereiraNascimento, que participou da comissão da Tecnoforjas que esteve ontem na FIESP, os trabalhadores da empresa «se sentiram pressionados porque a negociação passou a ser feita pela federação e não mais pela empresa». Realmente, o advogado Benjamim Monteiro, principal assessor do Grupo 14, representou aTecnoforjas nas negociações." Mas Monteiro explica por que: «Não falo em nome dafederação. Estou nisso porque o diretor da Tecnoforjas'é casado com uma prima minha e pediu minha ajuda».-' Ontem, inclusive, o deputa-' do Geraldo Siqueira esperou o término da reunião da tarde, da qual Pedro Pereira do Nascimento também participou, para levá-lo embora, «porque sei que o DOPS está atrás dele». Pereirinha. como é conhecido, depõe hoje às 13 horas, no DOPS, sobre os acontecimentos que envolveram a Tecnoforjas. PÁGINA lo QUAUTA-lfiURA 21 Dl: NOVEMBRO DL 1979 gEPÜBLíQV BRASIL O ESTUPRADOR FUGAS 8 dia cio caçam O presídio convida à liberdade Na busca a um fantasma, quase um linchamento Na Lemos de Brito, em Salvador, só fica quem quer ANTÔNIO CARLOSFON Com pés, pás e pedras, a ele foi parar em um terreno multidão queria linchar baldio do Jardim das Palmas, quando percebeu Adnoel Sobrinho. Foi ontem pela manha, no Jardim das que estava sozinho e resolveu Palmas, na Zona Sul da cida- sair do meio do mato em de. Armado com uma faca, busca dos amigos. Adnoel ainda tentou resistir três homens, Avistado mas, vendo que isto seria armados de por pás, picaretas e impossível, quis fugir. Adnoel foi confundido paus, Confundido com o «Estupra- com o «Mascarado». Avisada dor Mascarado», ele foi por um grupo de populares, perseguido e caiu. Quando uma ronda do 37" Distrito — tudo já parecia perdido, com também à procura do a multidão se aproximando ela — chegou ao local estuprador para massacrá-lo. apareceu a no exato momento em que a polícia E Adnoel estava multidão ia começar a apenas tentando ajudar na chacina. captura do estuprador Ontem, no fim da tarde, O verdadeiro «Estuprador ainda preso no 37" Distrito Mascarado» escapou de dois cercos policiais na madrugaPolicial, ele contava ao deleda de segunda para terçagado Marco Aurélio Dourado, feira. Ele tentou forçar a que coordena a caçada do maníaco, como quase se porta de uma casa na estrada dos Mirandas, no Jardim tornou vítima do ódio da Umarizal, e foi cercado. populaçáo da Zona Sul tia Correndo sempre, porém, ele cidade contra o «Mascarado» Servente de pedreiro, 28 conseguiu escapar para ser novamente localizado e desaanos de idade e mulato, Adnoel foi chamado por parecer no Jardim Rebouças, alguns amigos para ajudar poucos quilômetros distante. na caçada ao estuprador E a partir daí nem os cães da Polícia Militar conseguiram que.eles pensavam, estaria recuperar sua pista. «È escondido no porão de uma incrível», comentava desolacasa da rua Oito, no Jardim Itamarati. Adnoel armou-se do o delegado Marco Aurélio Dourado, «este homem deve com uma faca e foi em busca do «Mascarado». estar completamente alucinaO maníaco náo estava no do. Ele náo pára. E o pior é que nos não temos nenhuma poráo e eles saíram à sua procura pelos matagias das pista. Ele se esfumaça como um fantasma». vizinhanças. Foi assim que PAOLO MARCONI, da Bahia fazer parte de um projeto A penitenciária Lemos de mais amplo. «Mas parou aí», Brito, em Salvador, já se explica o professor Estáclo transformou em motivo de dc Lima, presidente do chacota até entre os próprios Coaselho Penitenciário há 52 guardas, que nào se cansam anos. Já houve quem cavasse de repetir, após cada fuga de túneis, outros amotinaram-se, presos, que «aqui só tem uma mas a maioria sempre saiu entrada, mas em compensafoi sem qualquer violência ou ção, existem mais dc alarde. Simplesmente saiu, cinqüenta saídas*. Primeiro não pelo portão de entrada, foi 'nieodomiro Romeiro dos mas por uma das mais de Santos, preso político. Depois foi a vez do ex-comissário de cinqüenta saídas existentes. É que a penitenciária, que policia, Manoel Quadros, fica em Mata Flscura, perto condenado a 26 anos de da estrada que liga Salvador prisão. Finalmente, neste fim a Feira de Santana, foi consde semana, mais dois assaitruída em forma circular — lantes fugiram. Como das vezes anteriores, a policia lembrando o estádio do Maracanã — e tem uma nada sabe dizer. Quando da fuga de Theodomiro, em larga área livre ao seu redor cercada por indigentes cercas agosto, o chefe da Segurança foi aposentado. Quando o exde arame, bem baixas por comissário (Juadros. acusado sinal. Muitos dos presos latuiilmente 50 dos '150 existentes i de pelo menos seis mortes, têm liberdade de circular também fugiu, o bode-expianesta área livre. Quadros, tório, arranjado ás pressas por exemplo, morava numa para dar uma satisfação aos casinha à parte, criando galiirados jornais, foi o seu direnhas para vender (diretator, promotor Mário Conceimente aos consumidores que ção, sumariamente afastado iam até lá comprar o produdo cargo. Para seu lugar foi toi e cuidando da horta da nomeado um major da Policia Militar, Theógenes penitenciária. Quando fugiu, além do bilhete deixado para Balcão, considerado dos mais o diretor, ainda lembrou-se severos no trato com os de, honestamente, devolver presos. Quatro dias depois de .'116 cruzeiros, fnito da venda ter assumido o posto, outros de hortaliças. Theodomiro dois fugiram. também podia circular por E desta feita não foi por esta área livre, graças à causa da liberalidade carceamizade conquistada aos rária concedida a Quadros e carcereiros ao longo dos Theodomiro. Francisco Alberto de Souza e Antônio Carlos quase nove anos em que esteve preso. dos Santos fugiram na manhã de sábado «abrindo uma O major da Polícia Militar não aceita dar entrevistas. passagem em uma das pareAo JORNAL DA REPÚBLIdes do pavilhão, saindo para CA limitou-se ontem, a dizer a área livre», segundo a capenga versão oficial. Mas que o projeto inicial de construção da penitenciária não nenhuma informação suplefoi concluído. «Como nós não mentar foi prestada, nem temos crocodilos, pensou-se, mesmo para explicar porque naquela época, em fazer um os dois assaltantes estavam fosso para jacarés. Mas não no pavilhão reservado aos saiu do papel». Enquanto detentos que trabalham nas isso, a ironia continua. Como oficinas de artesanato. Na verdade, estas não aconteceu na noite de segunda-feira quando uma omissoforam as primeiras fugas ra local de televisão anunciou desta que é a única penitencia fuga dizendo: «Mais dois ária de todo o Estado. Construída em 1950 como penitenpresos resolveram náo voltar a penitenciária». ciaria modelo, ela deveria orte sob o viaduto Os corpos de dois operários já foram resgatados. Mas deve haver outros 15 mortos sob os 45 metros de cimento armado de um viaduto em construção que ruiu, na tarde de ontem, na altura do quilodo metro 51 da estrada Contorno de Petrópolis, FU. As vítimas eram todas empregados da firma Nordenco, responsável pelas obras do viaduto — por sua vez, parte da nova estrada que ligará o Rio de Janeiro a Juiz de Fora. MG. O viaduto terá, ao todo, 225 metros de extensão e a concretagem do vão que caiu havia sido iniciada há 25 dias. Sabe-se que 30 operários trabalhavam no trecho, na maioria nordestinos que a Nordenco trouxe de Campina Cirande, Paraíba. A culpa foi de quem? O engenheiro Joaquim Vicente, da Nordenco, diz que houve falha no cálculo do escoramento — o que transfere a responsabilidade das mortes para a empresa Walter Pfeil, do Rio. O calculista ainda nâo se manifestou, mas certamente tratará de passar á frente a culpa. As agonias dos independentes .. A odisséia de Delfim ... As lições da revolta do Hipódromo Culto do diabo no Rio de Janeiro . As novas gafieiras ... ESTILOS DE PROTESTO Em frente ao Municipal de São Paulo, pediu-se emprego. No Rio. houve show de afoxé DIA DE ZUMBI m mJÊ. &*& ©ffellfJ HELENA SALÉM E FLAMÍNIO KANTIN1 Ao som de bumbos e outros instrumentos de percussão, cerca de quatrocentas pessoas concentraram-se ontem nas escadarias da Câmara dos Vereadores, no Rio, para um ato público convocado pelo Movimento Negro Unificado com objetivo de comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra. Foi uma manifestação política muito pouco convencional: antes de qualquer discurso, um conjunto puxou o afoxá, enquanto todos nas escadarias dançavam. Km São Paulo, aos gritos cadenciados de «abaixo o subemprego, mais trabalho para o negro», entre outros slogans, uma passeata com cerca de quinhentos participantes percorreu diversas ruas do centro comercial, portando cartazes e atravancando o trânsito. Essas foram as principais manifestações pelo transcurso do 20 de novembro, instituído nacionalmente por diversos movimentos contrarios, a discriminação racial no Brasil em memória de Zumbi, o líder da revolta do Colombo de Palmares, episódio histórico ocorrido em 1595 e que agora simboliza os protestos dos negros no pais. No ato carioca, a professora Célia Gonzalez, uma das mais ativas militantes, denunciou os quatro tipos de exploração sofridos pela mulher negra: sexual, econômica. cultural e política. «Inventaram até a profissão de mulata, e a mulher negra tomou-sc produto de exportaçâo». disse ela. E acusou «o senhor de engenho Gilberto Freyre de ter inventado o mito da democracia racial». As diversas entidades organizadoras leram um documento, entremeado pelo ritmo da percussão: «Continuamos marginalizados na sociedade brasileira que nos discrimina, esmaga e empurra ao desemprego, subemprego. á marginalidade, negando-nos o direito â educação, a saúde, â moradia decente», diz o texto. E mais: «Toda essa situação ò garantida pela repressão e violência policial, que nos impede de andar livremente pelas ruas, humilhando-nos com a exigência constante de documentos, batento. prendendo e atè mesmo assassinando». O protesto paulista começou em frente à loja Mappin, na praça líamos de Azevedo. Pouco antes, como que para confirmar as denúncias de discriminação racial, os policiais exigiram os documentos de um dos manifestantes. «Você trabalha?», indagou bruscamente o soldado da PM a Arnaldo Xavier. Ele mostrou seus documentos e a carteira de trabalho e respondeu sem vacilar: 'Sou técnico, sou negro, sou poeta». Duas vezes os oradores fizeram referências a fatos semelhantes — a PM acabara de prender um menor abandonado, negro, que dormia nos bancos da praça e um outro menino corria um chapéu no ato público, aproveitando a aglomeração de gente para pedir esmolas. Quando a passeata cruzava a rua Direita, duas discotecas colocaram alto e bom som o disco de Geraldo Vandré, na faixa Para não dizer que não falei de flores. Nos discursos da noite, insistiu-se.na vinculação dos problemas raciais com a situação social dos trabalhadores, na importância da recuperação da memória histórica dos negros e na reivindicação de liberdades políticas. Um dos oradores foi interrompido por palmas quando mencionou o socialismo como única opção para solucionar os problemas denunciados. Participaram também da caminhada representantes de grupos feministas e do grupo Somos, de homossexuais, que leram breves moções de apoio à data comemorada. A todo momento, gritava-se vivas a Zumbi e á «consciência negra»: «Zumbi foi assassinado juntamente com vinte companheiros por um bandeirante que é apresentado como herói pela classe dominante, mas que não passa de um assassino de negros e. índios», justificava um texto que circulou ontem; «Zumbi expressou o maior avanço na luta de todos os oprimidos em nossa história e expressa portanto o mais elevado nivel de consciência política de um pais de maioria negra». Entre as exigências apresentadas ao governo está a inclusão no próxmo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística do item que apura a cor dos brasileiros, ameaçado de sair dos questionários. Em Salvador, os movimentos negros divulgaram um manifesto, para assinalar o inicio de uma Semana Nacional da Consciência Negra, cuja programação inclui debate sobre temas como «ser preto incomoda?» MULHERES js^ w^s m ., s íY . ¦*. !,. Quarenta mães «cansadas de promessas» foram à Cobes cobrar providências DJALMA DOMINGOS DE OLIVEIRA O que querem essas mulheres que ontem compareceram, em passeata, diante da Coordenadoria do Bem-Estar Social - Cobes, cantando hinos infantis e portando faixas alusivas ao Ano Internacional da Criança? Eram cerca de quarenta donas-decasa, representantes das mulheres do Piqueri, bairro da Zona Norte, que nâo têm uma creche onde possam deixar os filhos no horário do trabalho. Na opinião delas, a creche reivindicada é o mínimo que a Coordenadoria, órgão da prefeitura de Sâo Paulo, pode fazer pelas moradoras do bairro, inteiramente, desprovido de saneamento, postos de saúde e escolas. Na porta do prédio, elas foram atendidas pela coordenadora do Bem-EMar Social, Terezinha Fram, para quem entregaram um abaixo-assinado, contendo dois mil nomes.' A coordenadora prometeu encaminhar o pedido para estudos, e isso acabou desagradando as mulheres, «cansadas de promessas», que exigiam providências mais concretas. A começar pela própria Terezinha, que já lhes tinha dado «cano», deixando de comparecer a um encontro no último dia 25 'de outubro. Na igreja de Nossa Senhora do Carmo, nesse dia, -150 pessoas aguardaram dona Terezinha que. segundo algumas moradoras, chegou a ir até o l^queri. com sua secretaria, sem. no entanto, entrar na igreja, onde estava combinado o encontro. «Por isso resolvemos fazer essa passeata e entregar o abaixo-assinado para a coordenadora), contou uma das mães. Depois de uma ríspida discussão, as moradoras conseguiram arrancar nova promessa de Terezinha Fram, de, comparecer ao bairro para sentir de perto «a realidade da vida da gente». Diante de câmeras e de .máquinas fotográficas dos repórteres presentes â passeata, o encontro ficou acertado para o dia 15 do mês que vem, na mesma igreja de Nossa Senhora do Carmo, quando se espera que a creche saia de uma vez por todas. «Muitas mulheres aqui», explicava uma das líderes do movimento,-«estão perdendo um dia de trabalho ou deixando de cuidar da casa enquanto o marido está fora trabalhando». Várias delas, precisaram levar os filhos, ontem, ao Cobes, «porque eles não podem ficar jogados nos esgotos do bairro», diziam para Terezinha Fram que, acenando com a cabeça, concordava. Durante mais de uma hora, as donas-de-casa expuseram os seus proble- más. lembrando sempre que aquela não era uma reivindicação exclusiva das moradoras do Piqueri, mas sim de toda uma região que abrange, entre outros, os bairros vizinhos de Joamar e Vila Aurora.1 Para defenderem seus interesses coletivamente, as moradoras revelaram ainda que estão organizando uma Associação Feminina da Zona Norte, que terá como prioridade a reivindicação de crehes em toda. a região. «É o que queremos, e não a mudança da capital», dizia uma mãe e uma das faixas estendidas diante da Coordenadoria. ehKSRsS MÃES E FILHOS Abaixo-assinado e novo convite para ir até o Piqueri man i*V*,»'í,v" «%»;;ej!ioi^,FF=*p,*H (.M AIM'A-1 I IKA 21 Dl í^1-^»-^^^^-^^-:-*^'*» Ét* -#¦ -*,*-"¦-**¦¦: ¦"«fl»" **'•*•*'*¦>?>*:» W™«& NOVEMBRO Dli 1979 PÁGINA 1,1 CADERNO MÚSICOS CENSURA Brigando por um salário mínimo Mais pressões sobre o Oficina Reunidos pela primeira vez num congresso, os músicos brasileiros começam a se organizar e reivindicam melhores condições dé trabalho para a categoria Os membros do grupo - que está proibido de funcionar durante seis meses - foram chamados à Censura para exibir um certificado que, rio momento, não podiam apresentar OSMAR FREITAS JR. SÉRGIO BECKER, de Porto Alegre Receber um piso dc quatro salários mínimos regionais c uma das reivindicações que os cinqüenta participantes do 1-' Congresso Nacional dc Músicos, que se realiza cm Porto Alegre, aprovaram ontem, lista medida, se adotada, beneficiará principalmente os profissionais que atuam cm centros menores ou no interior do pais, já que nas grandes capitais como Rio c São Paulo os salários geralmcnte alcançam mais do que isso. Mas. mesmo nas grandes cidades, o músico brasileiro acaba sendo um dos maiores prejudicados da tradicionalmente sacrificada classe artística. anos, ate as pequenas emissoras de rádio da capital gaúcha mantinham uma orquestra, um conjunto regional c outro com repertório internacional para atender à programação. Enfim, um mercado de trabalho que atendia às necessidades da época. ' Além do fenômeno "disco", o aparecimento da televisão, "que parecia uma esperança para os músicos". acabou centralizando toda a programação - inclusive a dc rádio - no eixo Rio-São Paulo, cm detrimento do resto da categoria Como diz Aquiles, do MPB-4 - que se apresenta na capital gaúcha até domingo - as dificuldades do músico brasileiro, só para citar algumas, vão do salário baixíssimo até o desemprego, a reprodução cm fitas, as discotecas, as taxações nos instrumentos importados e a dificuldade cm conseguir literatura musical, principalmente partituras. O desemprego é. sem dúvida, o maior dos problemas. Dos 250 mil músicos existentes no pais. cerca dc 70% estão desempregados - fenômeno gerado entre outras coisas, pelo advento da discoteca e das fitas, ou seja, da música mecanizada que, além disso, como lembra Aquiles, criou uma disparidade entre oferta e procura no mercado de trabalho, levando a um aviltamento dos salários. £ = > | | u FESTA DE CASALUCE O cheiro de alho e azeitona anuncia que o Brás ainda quer se fingir de italiano O Brás evoca o passado italiano JOSÉ MEIRELLES PASSOS O cheiro de alho já é bem acentuado nos primeiros degraus da escada que dá no pequeno salão paroquiãl, em frente à igreja de Nossa Senhòra dc Casalucc, no Brás. Lá em cima. os odores variam do alho para o vinagre, da pimenta calabresa para a erva-doce. Entre vasilhas cheias de condimentos, cestas de pães, garrafões de vinho, caixas com berinjelas e vidros de azeitonas, catorze mulheres trabalham alegremente desde quintafeira passada, preparando as iguarias para a grande festa. Elas improvisaram uma cozinha comunitária na sala de aula: sentadas cm carteiras escolares baixinhas, os cabelos escondidos sob lenços de muitas cores, elas passam os dias cantando, comentando a vida. olhando o céu de vez em torcendo para que não quando, chova no próximo fim de semana. As suas mãos não param. Algumas crianças brincam ao redor desse grupo bem-dispbsto; que fala alto e entoa cantigas italianas. De vez cm quando o padre Antônio Fusari passa para dar uma espiada c sai novamente, em busca de outros donativos do comércio da região. Todos estão empenhados cm mais uma Festa de Casaluce, para não deixar morrer a tradição que os primeiros imigrantes italianos iniciaram por volta de 1900. Nào é fácil mantê-la, todavia. O progresso tem colocado empecilhos como o metrô, por exemplo, que expulsou centenas de famílias italianas ali do bairro. O padre Fusari. nascido cm Cremona. Norte da Itália, calcula ter perdido pelo menos 50% dos seus "Aqui fiparoquianos para o metrô: A briga dos músicos está apenas começando. Prova disso é que apenas cinqüenta inscrições foram feitas para o congresso. Além disso, os debates chegaram a ser enfadonhos e cansativos, dada a grande diversidade de interesses imediatos e de regiões de origem dos participantes. A proposição de um salário-base de quatro minimos regionais é prova disso, tanto que foi aprovada uma comissão especial que vai definir melhor os salários a serem reivindicados de acordo com as diversas modalidades de trabalho: músicos que tocam cm orquestras sinfônicas, em bandas, em casas noturnas, bares e restaurantes. os que se apresentam em bailes e festas c aqueles que participam de gravações e recebem por cachê. Darcy Alves, presidente do Sindicato dos Músicos de Porto Alegre, recorda que. há cerca de quinze forma, De qualquer como afirma Aquiles, "pode ser que não aconteça nada. Mas é fundamental que o músico se conscientize de que faz parte dc uma classe e se organize como categoria, porque todos ganhariam com isso". cou um deserto . . ." E. embora fique contente quando vê chegar os velhos vizinhos para colaborar na preparaçào da festa, gente que teve que se mudar para o Ipiranga, Penha e Vila Formosa, ele demonstra uma ponta de tristeza ao comentar a continua e persistente mudança de mentalidade, a grande que vem transformando "Os mais mofesta nos últimos anos: ços não têm no sangue essa devoção fervorosa dos velhos italianos; e estes, aos poucos, vão desaparecendo". Nos últimos dois anos a festa nem sequer foi realizada ali em frente da igreja, na rua Caetano Pinto, como de costume. "Fizemos aqui mesmo no salão paroquial", diz o padre, depois "a festa começou a fide contar que car sem sentido". Agora, porém, a colônia italiana que ainda está no bairro resolveu reagir e. animado, o padre Fusari tratou de partir para um grande lance: entrar em contato com a Paulistur. E acabou conseguindo o que desejava: promover a festa novamente na rua (sábado e domingo que vem), graças a um grande esquema de divulgaçào, com faixas e cartazes espalhados pela cidade, além de material distribuido aos jornais, estações de rádio e televisão. Isto, certamente, descaracterizará um pouco a festa: "É claro que, agora, não é mais aquela comemoraçào popular só aqui do bairro, aquela quermesse com pratos típicos. Vamos manter esses pratos, mas a festa será mais aberta, com o pessoal das outras paróquias". As senhoras italianas que trabaIham com afinco na cozinha improvi- sada no salão paroquial apontam, de "infiltrações": algubrincadeira, as mas vizinhas, que também estão ali trabalhando c são espanholas. Como dona Nair Siqueira, que provoca as companheiras dizendo que a festa deste ano - que pretende ser a maior dc todas, prevendo-sc a participação "uma festa dc 10 mil pessoas - será território de corintianos em palmeirense". As amigas respondem, á provocação, dizendo que não permitirão a entrada "daqueles fanáticos carregando bandeiras do Corinthians". Os preparativos começaram há um mês, com o recolhimento dos donativos nas redondezas. Para se ter uma idéia da grandiosidade da comemoração, a Paulistur cederá 150 metros de grades para cercar apenas o restaurante que será montado na rua, onde o trânsito será proibido a partir das 15 horas de sábado c domingo. Ali serão preparadas 1.200 pizzas grandes (atum. mussarela e alho) e centenas de quilos dc churrasco! Como antepasto servirão berinjelas e erva-doce bem temperadas, azeitonas c pão italiano. Vinho, cerveja e refrigerantes regarão a festividade, que também terá o show Uma Noite em Napoli, pelo Teatro Ítalo-Brasileiro de Arte e Música, sob a direção de Filippo Pollio, com danças e canções folclóricas. As oitenta mesas (quatro lugares cada) já foram quase todas vendidas, mas padre Fusari garante que haverá espaço para todo mundo que for ao Brás. "Estamos agora só dependendo de São Pedro: se ele tomar um copo de vinho, tudo bem; ai ele entra na festa e nào chove." O Grupo Te-Ato Oficina havia feito uma lista de dezesseis arbitrariedades que sofreu nos últimos tempos. Ontem, o Departamento de Censura Federal encarregou-se dc escrever o 17" item: convocou o pessoai para uma cpnyersinha, na Policia Federal, em São Paulo, sobre a validade do certificado que autoriza a montagem do espetáculo Ensaio Geral para o Carnavai do Povo. Nada de muito grave, a não ser o lato dc que esse certificado está em Aracaju, junto com uma parte do grupo, não podendo, portanto, ser apresentado em São Paulo de imediato. A Censura sabia disso e aproveitou para fazer uma pressãozinha. O Grupo Oficina já estava, há algumas semanas, proibido de funcionar durante seis meses, sob alegação de desrespeito aos simbolos pátrios. Segundo os censores, os atores dançaram nus sobre a bandeira brasileira e cantaram o Hino Nacional cm ritmo de samba, em algumas apresentaçòes do Carnaval do Povo. O caso se complicou quando, cm Aracaju, os atores foram procurados pela delegada de censura da cidade. Heloar Lima, que queria fazer uma reavaliaçào da peça. Essa senhora faz das suas há muitos anos, a ponto de ter sido incluicla pelo falecido cronista Stanislaw Ponte Preta no livro Festival de Besteiras que Assola o País. Dona Heloar. depois dc convocar o grupo para prestar vários depoimentos e responder a inquéritos arbitrários. acabou aprovando novamente o texto. Mas o problema da suspensão do grupo ainda nào ficou resolvido. Aguarda-.se a decisão do Conselho Superior dc Censura, que foi convocado para opinar sobre o assunto. Sc o Conselho mantiver a punição, o Oficina vai im petrar um mandado de segurança e prosseguir a luta. O Departamento dc Censura se manifestou on tem dizendo que nenhum •dos atores está impedido de trabalhar - o Oficina, como grupo, é que foi suspenso. Seus integrantes, no en tanto, acham que isso é uma forma de barrar o avanço do movimento cultural que eles estão realizando. Um deles. Caramez. declara: "A Censura já não sabe o que fazer para nos importunar, estão pressionando de uma forma rai vosa. Francamente não sei como estamos agüentando. Resta-nos combater unidos, junto com outros grupos teatrais que. de uma maneira ou de outra, estão sofrendo boicotes. Vamos realizar um debate no próximo dia 3. com a presença de várias personalidades e gente ligada ao teatro para discutir a Lei Geral da Censura. decreto número 20.493, de 24 de janeiro de 1946. que dá amplos poderes à censura. E uma lei que fica guardada na gaveta, é quando eles nào têm como impedir alguma coisa, usam essa desgraça". Causou estranheza, também, o comportamento, on tem, dos funcionários da Censura cm São Paulo. Procurados pela imprensa, alegaram desconhecer^ convocação feita ao Ofi ciha, contra o qual. segundo disseram, nada constava. Contudo, pouco tempo depois, os mesmos funcionários recebiam o ad!vogado do grupo. . a , ^i^Sí^p^BI Banana passa Passeios seletivos Cláudio Tozzi, o sexpot symbol das artes visuais paulistas, está rc(orçando, com glamour, esta imagem. E conduzido, melhores endereços um Porsche 911-S, don pintar em tom agora, até os da cidade, por que ele mancinza grafite. Os cjtie escrevem nos muros, com spray, frases de humor tão antigo que cas, com seja s? ^«jIP^^ Ay. :r.y: '/.'-•.. ¦ as letras mereceriam ser gótinão devem confundir grafite grafflti. Mesmo que a noite dc chuva e a rua esteja deseria, eles nunca serão passageiros do novo carro de Cláudio Tozzi: com a certeza de muitos passeios, Mareia Rothstcin está querendo fazer crer que andar no Porsche de Tozzi é a mais nova e preciosa confirmação de status da cidade. Mesmo que não falte espaço, acredita-se, por exemplo, eme esse Porsche nunca terá lugar para passageiras com excesso de iniciativa ou escassez, de atrativos. Mas a maior utilidade do Porsche de Cláudio Tozzi é o desmentido definitivo que ele traz para a afirma"Artista Sofre . . .", çào dc que Granato no pintada por Ivald seu caminhão, pára-choque de único veículo que, por uma quêstão de pbysique de role, tolera sua presença na direção. o Lida Metalúrgico: sofrendo aflições de Sandra Bréa Rivais c concorrentes Lula Metalúrgico só pude estar inquieto. Já está até freqüentando os enderre(os luxuosos da cidade para virar noticia. Qualquer dia entra para a turma do digital-e-darl ou para a turma do rolex-epulseira. A inquietação de Lula Metalúrüjco é muito compreensível. Desde que Lernando Cabeira desembarcou, os jornais e revistas não querem saber de outra pessoa fiara fotos e entrevistas. Lula Metalúrgico só pode estar sofrendo as aflições de Sandra Bréa, provocadas pelo aparecimento de Sónia Braga. Além disso, Fernando Gabeira leva uma vantagem. Mostrou, logo que chegou, que não tem medo de overexposurc. Arte em transe Lourclcs Icrczinlia Ccdran. ninguém mais duvida, é uma original. Enquanto os outros são pintores dc domingo, cia c pintora dc sexta-feira; Isso porque Lourdes Tcre/inlia Ccdran só faz arte cm transe. Nunca usa um modelo vivo. Só invocadós c invisíveis. In\ isiveis mas muito loquazcs. preferindo expressarse cm poemas com todas as rimas ricas do sàncrito. Lourdes I crc/inlia Cedran compensa, assim, iodo o tempo consumido pelo Paço das Artes dc seu atelier particular, agora conhecido como o Despacho das Artes. Pintando, agora, cm dois endereços tão diferentes como Sào P.iulo e Nova York, é claro que a pintura dc Aiítônio Henrique Amaral teria que escolher como "a dualidade, a contradição e os opostos . Amòtema nio Henrique Amaral ficou famoso pintando bananas. Mas. pelo jeito, banana era só para quem via. Para "mergulho ao interior de si próele. essa (ase era uni lírio, chegando a atonizar as formas particulares (dc partículas) numa pesquisa cia consciência cm busca da Conscientização para a individualidade". Essas pala\ ras dc Antônio Henrique Amaral são a confirmação cie uma suspeita: só os artistas lêem c acreditam no texto pago que os críticos preparam para os catálogos dc exposição. Antônio Henrique Amaral tanto lê c acredita que resolveu economizar. Ele próprio c o autor da apresentação de sua próxima exposição. Isso vai trãnsformá-lò hò autor menos lido do país, já que, ao escrever esse texto, ele eliminou o único leitor que seu catálogo poderia ter. A nova exposição dc Antônio Henrique Amaral será inaugurada, quinta-feira, às 11 li. ha galeria Boníiglioli, com as inesgotáveis e maravilliosas empadinhas dc Ncydc Rosa Boníiglioli. A menos quê essas empadas sejam também só para quem as come, pois ao fazê-las Ncydc Rosa Boníiglioli pode "um mergulho ao interior dc si própria, estar dando chegando a ionizar as formas particulares (dc partícuIas) etc. Voadores identificados Embora os ejeitos especiais mio cheguem a merecer essa qualificação, não há a menor dúvida de que Clóvis Levi e José Safjioti Filho, o.s autores de O Todo Poderoso, andaram vendo filmes de Brian De Palma, o diretor de Carric, a Estranha. Por, isso não se compreende por que os dois não aproveitaram a oportunidade para caracterizar, no titulo, uma tendência unificadora nas novelas da TV Bandeirantes. Já que a outra se chama Cara a Cara, esta poderia se chamar Carric a Carne. Concorrentes e rivais cansado de preencher, manualmente, ns espaços das pel.ilvcv ias. uvas e maçãs, que os mesmos moldes abrem nas telas, numa pequcn.i variedade de arranjos, o pintor Carlos Scli.tr resolveu aderir a uni setor das artes visuais, onde a reprodução nào só é lacilitada como também autorizada. Ele está estreando na litografia, com uma exposição na galeria Gravura Brasileira. Tendo como proprietárias Márcia Barròzo do Amaral e Anna Letycia, artistas de fina arte. essa galeria é o sucesso principal deste momento, nas artes plásticas do Rio. E um sucesso tão amplo e nítido que Raquel Arnáud Babenco/Mônica Filgueiras de Al media e Rosa Holtz/Carolina Queiroz só podem emitir suspiros aliviados por fazerem dupla em outra cidade. Por (alar em cidade, o Rio está muito pouco criativo em suas associaçòes de idéias. Anunciaram essa exposição de Scliar. uma outra galeria local abriu, imediatamente, uma exposição de Aldemir Martins. E o mesmo tipo de concorrência desinspirada que leva um exibidor a lançar um filme de Teixeirinha. só porque o cinema vizinho estreou a última produção de Mazzaropi. I'/\GÍNA \2 QUARTA.PB1RA 21 Dli NOVEMBRO DB ]l)V> REPUBLICA BOAVIDA 1——¦————^ |[ $how & músicA j TelevisãQ Cenas, com Roberto Riberti e Anísio Barreto, é uma montagem de textos de Maiakovski, João Cabral e ^AumiQl Bandeira Dois filmes razoáveis na Globo: 0 Desaparecimento de Aimée c fA Nave (2 lh) da . Revolta (23h30) -Nossas Indicações riam sido abatidos ou só filmados? Patrulhe I3h no Cinema Livre do 4 *SAFÁRI PELO MUNDO (World Safar!) No Documentário. elenco, tigres de bengala, ursos, leopardos, baleias. Te- Dica Hoje é um daqueles dias cm que só se deve ficar cm frente à tevê se não houver njáis nada a fazer. Mas nada, mesmo. Há dois bons filmes: O Desaparecimento de Aimée (Globo, 21h) c A Nave da Revolta (23h30). Na Cultura, opções para os homens de boa vontade. Os que conseguem cultuar a música latino-americana poderão assistir ao grupo Tarancón em Ponto de Encontro (I4hl5). Museus e Monumentos (14hl5) vai continuar mostrando Parati. A História da Telenovela (21h) vai esmiuçar o processo de produção por trás das câmeras. L Yolanda Cardoso será a entrevistada em Gosto não se Discute (22h3Q). Bons bocejos. Dagomir Marquezi O CAPITÃO DL CASTELA (Captain from Castilc) De Henry King (LUA, 1947) Elogiada aventura estreInda por Tyrone Power dirigida pelo mesmo realizador de O Cisne Negro (1942), O Matador (1950) e As Neves do Kilimanjaro (1953), todos recentemente exibidos na tevê. Power é um nobre de Castela que foge da Inquisição e se alista no exército de Cortez para conquistar o México. Com Jean Peters, Lee J. Cobb, César Romero (o Coringa de Batman). Vai pro México? Aniquilar índios? Patrulhe. 14h45 na Sessão da Tarde do 5. ¦ DESAPARECIMENTO DE AIMEE (The Disappearence of Sister Aimée) De Anthony Harvcy (LUA, 1976) Muito elogiado suspense baseado cm fato real:o desaparecimento de uma freira em 1926. O elenco é lide- rado por duas grandes atrizes: Bete Davis e Faye Dunawny. Harvey é um diretor de muito talento, foi nssistente de Kubrick e se projetou com Leão no Inverno (1968). 2lh, no Prcmièrc 79 do 5. ONDE IMPERAM AS BALAS (Red Sundown) De Jack Arnold (EUA, 1956) Faroeste fraco de um criativo diretor: Veio do Espaço (1953), O Incrível Homem que Encolheu (1957), O Rato que Ruge (1959). Pistoleiro regenerado impede que um proprietário de terras domine toda uma cidade. Com Rory Calhoum e Martha Hyer. 2lh, no Color 7 do 7. LÁBIOS VERMELHOS (Labbra Rosse) De Giuscppc Benati (Itália, 1961) Drama sem maiores atrativos. Um advogado procura sua filha adolescente, que fugiu. Na busca, se envolve com uma amiga dela. Com Gabriele Ferzetti, Jeanne Valeire, Christine Kaufman. 21h15 no 11 Em Cartax: • PRA FRENTE, VAQUEIRO (Cnrry on, Cowboy) De Gcrald Thomas (Inglaterra, 1965) Faroeste cômico. Um engenheiro sanitário se une a uma pistoleira para se vingar do homem que matou seu pai. Com Sidney James, Kcnneth Williams, Jim Dalc, Charles Hawtrey. 0h30, no Classe Especial do 4. + A NAVE DA REVOLTA (The Caine Mutiny) De Edward Dmytryk (EUA, 1954) Um bom drama, estrelado por um surpreendente Humphrcy Bogart. Ele é o capitão de um destróier em ação em Pearl Harbour, 1943. Durante uma tempestade, seus subordinados fazem um motim, já que seu comportamento beira à paranóia completa. Com José Ferrer, Van Johnson, Fred MacMurray, Robert Fracis, May Wynn. 23h30 no Festival de Sucessos do 5. WALDIR AZEVEDO: 30 ANOS DE DISCO Teatro Municipal, ás 21h Com Paulinho da Viola, Arthur Moreira Lima, Paulo Moura, Copinha, Carlos Py Poyares, Adcmilde Fonseca, Osmar c Dodô (Trio Llétricô), Isaias c seus chorões, Celso Machado, César Faria c Rafael (violão de 7 cordas). Waldir Azevedo apresenta entre outras o choro Brasileirinho que o projetou definitivamente. Preço: CrS 10 MOREIRA DA SILVA Ópera Cabaret (av, Rui Barbosa, 354) Conhecido como um dos iniciadores do samba de breque, Moreira da Silva estará apresentando os seus sucessos como Filmando na América, Na Subida do Morro, Conversa de Botequim, Gago Apaixonado e outros. Moreira da Silva c Macalé estarão concorrendo á finalissima do Festival de Música Popular Brasileira - E Hora de Esporte - Jornal da Cidade - Hoje e Agora - Telecurso 2? Grau - Ponto de Encontro 15h15 - Museus e Monumentos 15h45 - Telecurso 2? Grau 16h00 - Telecurso 2? Grau 16h30 - Ginástica pela TV 17hOO - Hatha loga 1 7h3 0 - A Turma do Lainbe-Lambe (Programa infantil) 18h15 - Hoje e Agora 1 8h4'5 - Curso de Leitura e interpretação de Desenho TécnicoMecânico 19h00 - Hora Agrícola 19H15 - Telecurso 2? Grau 20h00 - Opinião Pública 21h00 - A História da Telenovela 22h00 - TV2 Pop Show 22h30 - Gosto não se Discute 23h00 - Futebol 12h00 12h45 13hOO 13h30 14h15 09h15 09h45 10h00 ri Koo 11h1b 12h00 13h00 15h00 17h00 ¦. . \ < 18h00 18h50 - Despertar da Fé Inglês com Fisk Clube 700 Mobral Arco-íris Meio-Dia (jornal) Cinema Livre "Safa ri pelo Mundo" Mulheres 'Terra de Gigantes, seriado A Hora da Aventura "Perdidos no Espaço" RTN local (jornal) 06h45 07h00 Telecurso 2° Grau Bom Dia São Paulo 07h30 - Telecurso 2? Grau Bom Dia São 07h45 Paulo TV Educativa 08h15 O Sitio do Pica08h45 pau Amarelo (reprise) 09h15 Filmoteca Global 10h45 Globinho 11h00 Mundo Animal 11h30 A Feiticeira 12h00 Globo Cor Especiai: Os Flintstones/Ursuat & Cia. 13h00 Globo Esporte 13M5 Hoje 14h00 Estúpido Cupido 14h45 Sessão da TardeA Nave da Revolta 16h30 • Sessão Aventura: Tarzã HB 79: Arquivo 17h00 Cãofidencial Globinho 17h15 O Sítio do Pica17h30 pau Amarelo Jf*$A do cJtfocU (Wt)W 18h05 18h50 19h05 19h50 20h15 21h00 23h00 23h30 Cabocla Jornal das Sete Marron Glaca Jornal Nacional Os Gigantes Quarta Nobre: Première 79. Desaparecimento do Aimée Jornal da Globo Festival de Sucessos! Uma Jovem tão Bela como Eu 15h55 16h00 19h15 19h45 20h15 21h15 23h00 - Lealdade e Constância - Clarice Amaral em Desfile - Programa Educativo - Tavares de Miranda - Sobrevivência - Esper - Gazeta em Notícias - "Os Heróis de Te lemark" - Onze no Futebol 13 11h15 11M5 Pullmann Jr. As Aventuras de Rin-Tin-Tin Educativo Esporte é com a Bandeirantes Primeira Edição Revista Feminina Xênia e Você Mary T. Moore Pullmann Jr. Batman Os Biônicos Cara a Cara O Todo Poderoso Missão Impossível - seriado Police Wooman seriado Jornal Bandeirantes Futebol 12h15 12h50 13h00 13h30 14h55 16h20 16h50 17h20 18h00 19h00 20h00 20h50 22h00 23h00 23h30 y/<yy\y\ ^3r ç 729. f*. O F/W&De ¦PARAR TX. FíCftfi. Ate COB&NMDO? ?A'&MDe rrcfyz m. <$ $fò yy I Vcçfò MB&- 0m\ o <?ve çot oseuuofi- / wm JL o Mostra o Horários: de 2* a 5*, ás 23h30; sexta c sábado, ás cessos como Miirina, Copacubana e Uma Loira. Acompanhamento de Toninho (bateria) Renato (baixo) e Gogó (piano). 24h. Couvert: CrS 150 (de 2» a 5») e CrS 300 (de 6' e sábado). Ate 8 de dezembro. * FLAUTA E CRAVO MASP (av. Paulista, 1578) ás 21 h Recital de Bach. com o flautista Renato Axclrud acompanhado da cravista Helena Hollnngcl. Preços: CrS 40 e CrS 20 + DICK FARNEY Antonio's - Restaurante Dançante (r. Jerónimo da Veiga, 37) de 32' a 6' ás 23h45 Os ouvidos que não se adaptaram c os que jamais aceitaram a invasão da disco-music encontrarão repouso c consolo no piano e na voz confidencial de Dick Farney, que reprisam, sem cansar nunca, os velhos su- NOVOS BAIANOS Teatro Procópio Ferreira (r. Augusta, 2823, tel. 852.8079) O show Farol da Barra marca os 10 anos de carreira do grupo. Com Baby Consuelo, Pcpeu, Paulinho Boca de Cantor, Jorginho, Didi, Baixinho, Charles, Gato Felix, Bola, o poeta Galvão. De 3' a domingo, às 21 li Preços: de 3' a 5', CrS 150 c CrS 100; 6«, preço único de CrS 150; sábado preço único de CrS 200 Até o dia 25 MEU BRASIL BRASILEIRO Beco (r. Bela Cintra, 306) Música popular brasileira da bossa nova a Chico Buarque c Caetano Veloso, num show que percorreu quatro continentes. Com Rose- mary, Carola c Hélio Motta. Diariamente ás 24 horas. Couvert artístico: CrS 250 • FLAUTAS ANDINAS Restaurante América dei Sol (r. João Moura, 698) tel, 262-0456 As quenas c zampotlhas do grupo boliviano Sendal, numa apresentação que não é exclusiva para o pessoal do poncho-e-conga. A partir das 22h • ROBERTO RIBERTI EE ANÍSIO BARRETO Teatro Pixinguinha (r. dr. Vila Nova, 245), às 21h No show Cenas, que estréia hoje, sâo apresentados textos poéticos de Maiakovski, João Cabral de Melo Neto, Vinícius de Moraes, Antônio Callado e Pablo Neruda. As músicas apresentadas são as mesmas do disco Turma da Esquina, de Riberti. Preços: CrS 40, CrS 100 CrS 60 c Ópera do Malandro, de Chico Buarque de Hollanda, fala de corrupção no tempo do Estado Novo Em Cartax: ff 19h00 10h30 - TV Educativa 11h30 - Record nos Esportes 12h00 - Record em Notícias Vira Latas 13h00 desenho 13h30 - Johnny Quest desenho 14h00 - O Gato Corajoso desenho 14h30 - O Gato Felix desenho Os Jetsons 15h00 desenho * Don Pixote 15h30 desenho 16h00 - Volantes Audazes desenho 16h30 - Recruta Zero desenho Pepe Legal 17h00 desenho Pica-pau 1 7 h 3 0 desenho 18h00 - Popeye - desenho 18h30 - Daktari - Aventura 19h28 - Loteria Federal resultado Pica-pau , 19h55 desenho - Dois Contra o Oeste 21h00 - Onde Imperam as Balas 23h00 - Switch. Os quatro Cavalheiros OOhOO - Futebol em VT 20h00 18h30 yWlh os Óculos Homem. eatrQ Programação 19h00 - Dinheiro Vivo Nacional 19h45 - RTN (jornal) 20h00 - Como Salvar Meu Casamento 21h00 - O Profeta Shay 22h00 - San Agente especial "Três com Nenén" 23h00 - Pinga-Fogo - jornalístico ComOOhOO - Futebol pacto 00h30 - Classe Especial "Pra Frente Vaqueiro" da Tupi, com a música Tirn m m o, QUARTA COSTELA De Luís Carlos Cardoso Teatro da Praça (r. Apa, 298) Texto premiado sobre um homem malsucedido que vai para um hotel de alta rotatividade curtir a sua fossa. A direção é de Di Domenico c no elenco estão: Eduardo Pinheiro, João Luís de Oliveira Joy e Oswaldo Spinola, entre outros. De 4? a domingo, às 21 horas Preços: CrS 120 e CrS 60 MÃOS SUJAS DE TERRA De Luiz Carlos Moreira Teatro Eugênio Kusnet (r. Teodoro Baima, 94) * Sobre a realidade do posseiro, pequeno lavrador que trabalha na terra, mas acaba perdendo o direito sobre o que lhe pertence, envolvido por leis que desconhece. De 3' a 6?, às 21h; sábados às 20 e 22h; e domingos às 18 e 21h Preços: CrS 60 e CrS 40(14 anos) É SÓ ISSO QUE EU SEI, PROFESSOR De Sílvia Poggetti Teatro Igreja (r. 13 de Maio, 830) Sílvia Poggetti adaptou textos de José Maria Firpo, um professor uruguaio que selecionou redações de seus alunos denunciando os desajustes familiares num mundo de extrema miséria e marginalidade. No elenco, Diana Machado, Janô, Silvia Poggetti c Vicente Parizi. Direção de Horácio R. Viola. De 4? a sábado, às 21h, e domingos às 18 e 21h Preços: CrS 120 e CrS 70 (14 anos) SINAL DE VIDA De Lauro César Muniz Auditório Augusta (r. Augusta, 943) O autor tenta questionar a sua geração, aquela que resolveu ganhar dinheiro e enterrar os ideais. Sincero, embora parcial. Em todo caso, um ensaio de discussão sobre a repressão e o arrivismo dos intelectuais que trocaram a luta pelo sítio com piscina. Com Antônio Fagundes, Kate Hansen, Marlene França, Cléo Ventura, Sadi Cabral, Maria Rita e Bruno Barros. Direção de Oswaldo Mendes. De 4? a 6?, ás 21h; sábado, ás 20 e 22h30; domingos às 18 e 21h Preços: CrS 200 e CrS 100; sexta e sábado, CrS 200 (18 anos) • A REPÚBLICA DE OSCURIDAD De M. César Teatro Ruth Escobar (r. dos Ingleses, 209) Uma peça sobre o golpe de 1964. Um americano tipico ensina a um homem de negócio como convencer um ingênuo militar a derrubar o governo legalmente constituido do pais. Com Fábio Tomasini, Ivan Salles, Douglas Franco e Picrre Verde. De 4' a 6*. às 21 h; sábados, às 20 e 22h; e domingos às 18 c 21h Preços: CrS 100 c CrS 80; sábados, CrS 100 (único) (16 anos) • MOCINHOS BANDIDOS De Fauzi Arap Teatro Sesc - Anchieta (r. dr. Villa Nova, 245) Brasil, ano de 1979. Os personagens falam de tortura, drogas, repressão, politica, triângulos amorosos, futebol e televisão. Bruna Lombardi é a mocinha que contracena com o bandido Carlos Alberto Riccelli, Amilton Monteiro, José Fernandes de Lira, Umberto Magnani e Walderez de Barros completam o elenco. Direção de Fauzi Arap. De 4^6?, ás 2lh; sábados, às 20 e 22h30; e domingos, às 18 e 21h Preços: CrS 100 e CrS 50; sexta e sábado CrS 100 (único) - (16 anos) + TIETÊ, TIETÊ De Alcides Nogueira Pinto Studio São Pedro (r. Albuquerque Lins, 171, tel. 663348) Uma revisão critica do Modernismo, e das revoluções políticas e estéticas feitas no pais. Mostra, também, através da linguagem de Óswald de Andrade, colonialismo cultural. Direção de Márcio Aurélio. Com o Grupo Os Farsantes (Cecília Camargo, Edith Siqueira, JúliavPascale, Marcelo Alamada e outros) De 4' a 6?, às 21h; sábados ás 21 e 22h30; domingos às 18 e 21h Preços: CrS 60 e CrS 30; sábados, preço único de CrS 60 (18 anos) NA CARRERA DO DIVINO Pessoal do Victor Teatro Funarte - Sala Guiomar Novaes (ai. Nothmann, 1058) Baseado no livro Os Parceiros do Rio Bonito, de Antônio Cândido, este espetaculo pretende mostrar a cultura caipira sem mito e sem folclore e também discutir os problemas do campo. Fascinante. De 3* a 6\ às 21h; sábados às 20 e 22h; domingo, às 18 e 21h Preços: CrS 100 e CrS 70 O INOCENTE De Sérgio Jockymann Teatro Brasileiro de Comédia (r. Major Diogo, 315), tel. 36-4408. Sobre um contador italiano denunciado à policia política como inimigo do povo. De 4' a 6? às 21h Preços: CrS 120 e CrS 80 • É FOGO, PAULISTA Criação Coletiva Centro de Artes Lira Paulistana (r. Teodoro Sampaio, 1091) Inaugurando o primeiro teatro de Pinheiros, uma comédia musical que retrata os freqüentadores típicos de sete diferentes bares, como o operário, artistas, intelectuais e executivos, entre outros, A direção é de Mário Masetti. Com Cristina Pereira, Gésio Amadeu, Henrique Lisboa e outros. A mesma casa inaugura também uma galeria de artes com desenhos de Fernando Castro Lopes e uma livraria com obras da Feira de Poesia de^ Cláudio Willer. De 4- a domingo, às 21 h Preços: CrS 150 e CrS 70 • ÓPERA DO MALANDRO De Chico Buarque de Hollanda Teatro São Pedro (r. Albuquerque Lins, 171) Montagem paulista do espetáculo que fez enorme sucesso no Rio. O autor, Chico Buarque de Hollanda, reescreveu o texto, reduzindo a duração da peça para duas horas. Além disso, a Ópera, que fala de corrupção no tempo do Estado Novo, quando o, Brasil era governado por Getúlio Vargas, teve sua visão política atualizada. A direção é de Luiz Antônio Martinez Corrêa. Com Marlene, Tânia Alves, Walter Breda, Cláudio Mamberti, Abraão Farc e outros. Músicas de Chico Buarque. De 3" a ó?, às 21hl5; sábadosas 19h30e22h30;edomingos às 18 e 21hl5. Preços: CrS 300, CrS 250, CrS 200 e CrS 100 (18 anos) UM SOPRO DE VIDA De Marilena Ansaldi Teatro Ruth Escobar (r. dos Ingleses, 209, tel. 289-2358) Um raro momento de teatro feito com paixão. Marilena dança e representa um dos últimos textos de Clarice Lispector. Direção de José Possi Neto. De 4* a sábado, às 21h30; e domingos, ás 18h30 e 21h Preços: CrS 80 (único)-(18 anos) TIRO AO ALVO De Flávio Márcio Teatro Faap (r. Alagoas, 903, tel. 826-4233) Flávio Márcio analisa a repressão através de uma família burguesa. A direção è de Ronaldo Brandão. Com Marco Nanini e Lilian Lemmertz. De 3* a 6', às 21h; sábados às 20 e 22h30; e domingos, às 18 c 21h Preços: CrS 200 c CrS 100; 6' e sábado, CrS 200 (único) c4'CrS 100cCrS50(18anos) SABATINA PASSADA A LIMPO De Fernando Popoff Teatro Markanti (r. 14 de Julho, 114) Aqui a deterioração de um casal classe média com aspirações intelectuais. Com Elvira Gentil e Fortuna Leimer. Pelo Grupo Teco (Teatro Contemporâneo) De 4' a 6'\ às 21h; sábados às 19h30 e 22h; e domingos, às 18 c 21h Preços: CrS 120 e CrS 60 A FALECIDA De Nelson Rodrigues Teatro Popular do Sesi (av. Paulista, 1313) A infeliz Zulmira, doente, quer que o marido desempregado satisfaça o seu último desejo, através do qual espera compensar todos os infortúnios: um enterro de luxo. Direção de Osmar Rodrigues Cruz. Com: Nize Silva, Luiz Parreira, Paulo Prado e outros. De 4? a 6', às 2lh; sábados e domingos às 18 e 21h Entrada franca (os ingressos devem ser retirados na bilhegeria do teatro, das 9 às 12h cdas 14 às 18h)-(18 anos) TREZE De Sérgio Jockymann Teatro Paiol (r. Amaral Gurgel, 164), tel. 221-2462 Dois homens, um executivo e seu motorista, se vêem envolvidos subitamente pelo mesmo problema. Um cartão de loteria é o artista principal. Direção de Antônio Abujamra. Desempenho excelente Rubem de Falco e Paulo Goulart •De 4» a.6», às 21h30; sàbados às 20h30 e 22h30 e domingos às 18 e 21h30 (16 anos) Preços: CrS 100 c CrS 50; sexta ed sábado, preço único de CrS 100 ORQUESTRA DE SENHORITAS De Jean Anouilh Café Teatro Moustache (r. Sergipe, 160, tel. 256-3595, Higienópolis) Uma nova montagem que inaugura uma nova casa. A direção é de Carlos Di Simoni que escolheu um elenco só de mulheres: Consuelo Leandro, Riva Nimitz, Ivete Bonfá, Maria Vasco, Nereide Bonamigo e Lúcélia Machiaveli. Quarta e quinta, às 21h30; sexta às 10h30 e 22h; domingos às 18h30 e 20h Preços: CrS 200 e CrS 100; Sábados, preço único de CrS 200 OUABTA.I l-IRA 21 Dl NÕVBMBRO Dl -pEPUBLíCA 197'; BOA l'AGINA VIDA ——Si——IMM—HS» RoteirQ QnemA Um prêmio para o melhor texto sobre o espetáculo Um Sopro de Vida, de Clarice Lispector A Árvore dos Tamancos, de Ermano Olmi, retrata os últimos momentos da civilização agrícola antes da industrialização -Nossas Indicações Em Cartax: + PEQUENA MOSTRA DÊ LIVROS Praça Francisco Pereira Lo pes (antigo mercado dé Santo Amaro) Exposição de livros infantós-juvenis alemães, orgãnizada pelo Centro de Atividade de Comunicação e Expressão e pelo Instituto Goethe. São sessenta livros didáticos c de ficção, para leitores de todas as idades. Mostra organizada sob os auspícios da Secretaria de Cultura do listado. Paralelamente à exposição, haverá palestras e conferências no Museu cia Imagem c do Som e projeção de lilmes nò Mu seu do Ipiranga, até a próxima sexta-feira. • PRÊMIO CLARICE LISPECTOR * EXPOSIÇÃO DE DOCUMENTOS DA I SEMANA DE ARQUIVOS Museu Paulista (Ipiranga) Um concurso vai premiar o melhor trabalho escrito sobre o espetáculo Um Sopro de Vida. baseado em Clarice Ação, violência e suspense. Três prisioneiros teniam escapar da tenebrosa penitenciária de Aleatraz. Com Clint Eastwood, Pa trick McGoahan. Roberts Blossom e Jack Thibeau. Marabá, Paulistano, DelRey, Iguatemi, e Ibirapuera 2. Horários: lOh. I2h20. I4h40, 17h. 19h20 e 2lh40 (no Marabá); I4h30. I6h50, I9hl0 e 21h30 (No Iguatemi, Del Rey e Paulistano) eàs Í3h. I5IÍ20. 17h40. 20h e 22h20 (no Ibirapuera 2). (14 anos) serão julOs textos gados por escritores, críticos c diretores de teatro. Os tra balhos deverão ser entregues até o dia 15 de dezembro ria bilheteria do Teatro Galpão, (r. dos Ingleses, 206). das 16 ás 22h. datilografados c com o nome e endereço do candidato. A JUVENTUDE DE BUTCH CASS1DY (Butch and Sundancc: lhe Early Years) De Richard Lester (EUA, 1979) ( ARTES ^ Os temas das aquarelas de Carlos Takaoca são peixes, pedras e pássaros Nossas Indicações * LUÍS HERMANO MASP (av. Paulista. 1578) Os desenhos de Hermano poderão ser vistos no hall do primeiro andar, de terça a sexta, das 13 às 17h: aos sábados e domingos, das 14 às I8h, Entrada franca a., 'j"{ eiJ I 1 iWl ;-'4r'£$8s • CARLOS TAKAOKA Assembléia Legislativa (Ibirapuera) O artista plástico, de 34 anos, que apresentou seu trabalho em Toronto, no Canada. começou a expor em 1974, e atualmente se dedica á criação visual gráfica. A individual que ele inaugura, hoje, às Í9h, se compõe de 32 trabalhos em p-rografia e aquarelas; os temas sâo peixes, pedras e pássaros. Horários: de segunda a sexta, das 12 ás 20h Até 5 de dezembro. S.FALCIANO Galeria Portinari Roosevell) (pça. Um professor de arte e educação artística expõe pinturas. Até 29 de novembro. GRUPO QUARTA-FEIRA Galeria Bric-à-Barte (r. Bela Cintra, 1543). às 2 th Sarah Goldman. Sônia Rezze e Terezinha Ehmke são três pesquisadoras em arte que há cinco anos trabalham juntas. Nesta exposição elr.s mostram o livro de cabeceira Intimismo trabalho artcsavial. também monlado por cias, que se compõe de dezoito minigravuras. sendo vinte cópias vermelhas. vinte azuis e vinte cinza-grafite, cujo preço será de CrS 3.000. Enquanto Sarah traz suas minigravuras em metal sobre o ser humano. Sônia desenha folhas e Terezinha se inspira nas montanhas. XILOGRAVURAS Hebraica de São Paulo (r. Hungria, 1000, esq. com Marginal de Pinheiros), ás 21h Cinco artistas mostram seus trabalhos, todos de tiragem limitada: Ângela Leite. Eloá de Oliveira, Laish de Nigris Laurabeatriz e Hilde Weber. O preço das xilografias e de CrS 700 a CrS 2.500. Até 30 de novembro GRAVURAS Aki (r. da Consolação. 335) Treze artistas colocaram seus trabalhos em metal, serigratiac xilogravura e litografia à venda por CrS 850 cada. São eles: Alex Fiemming. Carlos Lemos. Charroux. De Lima, Emanuel Araújo, Gerly Saruê, Leon Ferrari. Lizarraga, Nakakubo, Renina Katz. Romildo Paiva. Tomie Ohtake c Tozzi. A tiragem de cada trabalho é de 100 exemplares. EDITH BEHRING Galeria Graphus (r. Cônego Eugênio Leite. 624) A gravadora utiliza metal e serigrafia para produzir seus'trabalhos. Até 2 de dezembro Uma das pinturas de Ana Berthet * COLETIVA Bar do Corisco Freire, 154) Oscar Gravuras, desenhos, iiustrações e pinturas estão expostos no Bar do Corisco. São trabalhos dos artistas Sérgio de Moraes, Marcos Sevilla. Siaft, Miguel Sevilla. Nori Figueiredo e Márcio Perigo. MICHEL VEBER Galeria Domus (r. Padre João Manuel, 861) * MULTIMEDIA INTERNACIONAL Escola de Comunicações e Artes (USP) A idéia desta manifestação surgiu da necessidade de um maior conhecimento e confronto do que é produzido. nacional e internadonalmente. nas dimensões de arte. que utiliza os novos veiculos de comunicação: xerox. fotografia, super 8. 16mm, off-set, carimbos, arte post.il, performances, música, video-tcipe etc. 205 artistas de dezoito paises enviaram trabalhos que estão expostos no próprio espaço da escola. ZELDI AKERMAM MASP (av. Paulista. 1578) Animais fantásticos, dragões, sereias, plantas irreais e mitos folclóricos, são os temas das tapeçarias de Zeldi. Horário: de 3'-' a 6if. das 13 às 17h; Sábados e domingos, das 14 às I8h Até 3 de dezembro. PINTURAS DE SONIADALVA Clube Português (r. riassu, 59) Tu- Dalva expõe técnica tema a os ani- Panambi (borboleta, na fala guarani) é o nome desta exposição. São 32 telas que revelam a preocupação do artista com a'cultura indigena, à qual ele dá um tratamento lirieo. Até 30 de novembro. Soniadalva (Sônia Pinto Sacramento) suas pinturas cm mista, tendo como vegetação, o povo e mais da Amazônia. Diariamente, das 14 às 22h Até 29 de novembro. MICHINORI INAGAKI André Galeria de Artes (ai. Jaú. 1795). às 21 li 15? BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO Pavilhão da Bienal (Parque Ibirapuera) Vegetais de nossa flora é o tema escolhido pelo publicitário e pintor lnagaki. A preocupação com os detalhes c o cuidado com as luzes e cores do modelo tem como resultado uma pintura que caminha para a fotografia. As obras podem ser vistas .na André Galeria de Arte. Até 7 de dezembro. ANNA CARRETTA Galeria Lácio (av. Faria Lima, 1684) às 21 li A artista italiana inaugura a exposição de seus desenhos de estrutura de ambientes, onde atribui a cada elemento simbólico da pintura um mesmo valor ponderado. De 2* a 6* das 15 ás 21h. Sábados, das 10 às 13h Até 4 de dezembro EXPOSIÇÃO BENEFICENTE Centro de Artes Shopping News (r. Martins Fontes, 159). às 20h. Mais de cem artistas clássicos e modernos doaram obras de arte a Sociedade de Benemerência e Cultura, que estarão à venda a partir de hoje no Centro de Artes Shopping News. Horário: de 2" a 6?. das 9 às 22h. Sábados ate 14h. Até 30 de novembro ANA BERTHET Galeria Seta (r. Antônio Carlos. 282), às 21h As pinturas tem como tema figuras humanas de formas exageradas e cores fortes. Seus trabalhos poderão ser vistos na Galeria Seta. Até 30 de novembro. Transformada hoje em mera feira de amostras segundo alguns, ou num caótico museu, segundo outros, a Bienal procura recuperar o antigo prestigio convidando 109 artistas premiados anteriormente. 32 mil metros quadrados abrigam uma salada de estilos, temas, técnicas, gêneros, tendências, modismos e nacionalidades (dos 268 participantes, 147 são estrangeiros) permitindo assim, que se ponha para tocar, uma vez mais, o idoso "crise da arte conrealejo da temporânea". De 3-' a domingo, das 15 às 22h Até 9 de dezembro ARTE HOJE (av, Higienópolis, andar) 232. lv Straus, Cláudio Tozzi, Dudi Maia Rosa, Fajardo, Gilberto Salvador, Michele Bril, Wesley D.Lee e Gregório Gretta, entre outras, expõem pinturas: Antônio Franklin da Silveira, Megume, Tadeo Matera e Rejana Politi mostram esculturas. Das 14 ás 22h Até o dia 22 FEIRA DE NATAL Galeria Azulão (r. Fernando Albuquerque, 28, tel. 2569289) Na tradicional Feira de Natal participam, entre outros, os seguintes artistas: Sendim, Pennacchi, Borghese, Galina, Helenos, René,> Lefèvre. Sào desenhos, óleos e gravuras ao preço único de CrS 400 De 2' a 6?. das 10 às 22h; aos sábados, das 10 às 14h. Uma boa sátira ao gênero faroeste. O inicio da carreira de bandido de Stindance Kid e Butch Cassidy, personagens criados por William Goldman para o filme de George Roy Hill. Com William Katt e Tom Berengcr. Olido e Liberty Horários: 12h30. I4h45, 17h. I9hl5, 20h3Ü. (No Olido) e no Libertv: 14h. 16h30. 19 e 2IH30. (10 anos) O DIAMANTE BRUTO De Orlando Senna. (Brasil. I97S) Adaptação do romance A Bugrinha. de Afrânio Pei xoto. José Wilker interpreta um astro de televisão que. ao voltar à terra natal, reòncontra o amor da infância, a bugrinha, que lhe entrega a virgindade. Cinesesc (r. Augusta, 2075) A partir das 14h (18 anos) HISTÓRIAS QUE NOSSAS BABÁS NÃO CONTAVAM De Oswaldo de Oliveira (Brasil. 1979) A pornochanchada brasileira desta vez escolheu como inspiração a história infantil Branca de Neve e os Sete Anões. O resultado è um festival de grossura e bobagem. Com Adele Fátima. -Especiais • FILMES DE DANÇA TBC (r. Major Diogo, 315). às 21h A I Mostra de Dança Contemporânea de São Paulo apresenta hoje, três filmes Adágio, um pas-dedeux filmado por McLaren; The Paul Taylor Dance Company mostra vários números de dança. e comentários sobre a arte desenvolvida por esse coreógrafo e Limon's Legacy documentário sobre, o trabalho de José Limon. Entrada Franca • CINEMA LATINO-AMERICANO MIS (av. Europa, 158). às 21h. filmes: os Hoje, Explotaciòn y explotadores de José Rodrigues, Alfonso Graf e José Woldenbcrg(México, 1974) documentário realizado pelo Grupo Octobre mostrando a relação entre os donos dos meios de produção e a força de trabalho .onde os primeiros controlam os meios de comunicação, o exército e o poder político; Apuntes para Asa Branca, de Damiel Silveira (México), um depoimento do lider camponês Francisco Julião, onde ele conta a experiência das Ligas Camponesas até o seu exílio no México. Entrada Franca • A GUERRA DAS MENINAS Instituto Goethe (r. Augusta, 1570), às 20 horas. De Alf Brustellin (1977) Um banqueiro saxônico muda-se em 1936 para a capitai checa com as três filhas e o pequeno filho cego, a conselho de um industrial checo-judaico. Quando a eidade é ocupada por Hiller, o banqueiro se vê envolvido por seus interesses pessoais e a ocupação nazista. Legendas em português. Entrada franca a tela - e o saco - com as sandices de sempre. Ipiranga I e Ar Palácio (Sala São João) Horários: às 12h20. I4h, I5h40. I7h20. I9h, 20h40 e 22h20 música de The Who, sobre um menino cego. surdo e mudo. Com Ann Margret e Jack Nicholson. Bijou Horários: 18h, 20h e 22h (14 anos) ALCATRAZ: FUGA IMPOSSÍVEL (Escape from Alcatru/.) De Don Sigel (EUA, 1979) Lispector e adaptado para o teatro por Marilena Ansaldi e José Possi Neto. O primeiro colocado receberá CrS 30 mil e o segundo CrS 20 mil cruzeiros. Qualquer espectador poderá partieipar. AMANTE LATINO De Pedro Carlos Rovai (Brasil. 1979) JUBILEU DE OURO DO MICKEY (Mickey Mouse GoldesJubi leu Show) Produção dos Sludios Walt Disney ¦ A' y* .¦?¦¦: X ¦-,.'¦•%¦¦. O amante latino em quêstào é Sidney Magal. que aparece como machão bom de briga e conquistador irre sistivel. Ele repete na tela o mesmo rebolado que esbanja no palco - engodo no qual Elvis Presley jamais caiu fazendo demonstrações ainda mais grotescas do que aquilo que aparece na televisão. Com Monique Lafond, Anselmo Vasconcelos e Frcgolente, além da cigana Sandra Rosa Madalena. Regina. Ga/.etão, Marrocos, Pullmann, Central 2, Paramount 4. Horários: a partir das I4h e no Central 2, à partir das 9h. (14 anos) ''¦ Uma antologia dos filmes do mais famoso personagem de Walt Disney Majestic Horários: às I4h, I5h40. I7h20, 19h, 20h40 e 22h20 (Livre) TRINITY VAI Á GUERRA (La Feldmarescialla) De Stefano Vanzina (Itália, 1967) Tom Berèngér. e William Katt em Butch Cassidy Ipiranga. Art Palácio. Me trópole, Jóia e Top Cine Horários: Ilh45. 13h30. I5hl5, I7h. I8h45. 20li30 e 22hl5 (18 anos) • O TIRANO (The Tyránic) De M i rcc a (Romênia) D rag an Um filme conícno. O direlor Mircea é considerado um especialista em obras épicas, ile fundo histórico. Com Atnadeo Nazzari. Richard Johnson e Antonella Lualdi. Las Vegas Horários: A partir das 9h. (programa duplo) (18 anos) * A ÁRVORE DOS TAMANCOS (L'Albero degli Zoccoli) De Ermano Olmi (Itália. 1978) Hste filme ganhou a Palma de Ouro no último Festival de Cannes. Ele traz uma série de episódios que os últiprocuram retratar "civiliza mos momentos da ção agrícola", antes da industrialízação. O mais imespécie portante deles é uma "perda do de parábola da paraíso", mostrando uma família expulsa da fazenda por ter derrubado uma árvore para fabricar um par de tamancos. Belas Artes (Sala VillaLobos) e Belas Artes (Centro 2) Horários: 12h, 15h, 18he21 horas. (10 anos) * POR QUE NAOV (Pourquoi Pas?) De Coline Serreu (França, 1977) Sobre dois jovens homossexuais e uma mulher divorciada que convencem uma moça a viver com eles um curioso ménage à quatre. Com Samy Frey e Christine Murilo. Paramount 2 Horários: 13h20. 15h40. J7h50, 20h e 22h 10 (18 anos) *PAR OU ÍMPAR (Oddes and Evens) De Sérgio Corbucci (EUA. 1978) Volta a insuportável dupia Trinity e Babino. Com Tcrence Hill e Bud Spencer. Astor, Vila Rica, Cinespaciai, e Paissandu (Sala Independência) Horários: I3h, 1 5 h 2 0, 17h40, 20h'e 22h20 (No Astor. Vila Rica e Paissandu) e ás 12h30.15h, 17h30, 20h e 22h30 (No Cinespacial). (16 anos) OS MENINOS DO BRASIL (The Boys From Brazil) De Franklin, J. Schafiher (EUA, 1978) O autor da história é o mesmo Ira Levin de O Bebê de Rosemary. Ele imagina que Mengele se tenha refugiado na Amazônia, dedicando-se a produzir ciones (réplicas biossintéticas) de Adolf Hitler. Com Gregory Peck, Laurence Olivier, Rosemary Harris. Marrocos e Palmella Horários: às 9h30, 12h, 14h30, 17h, 19h30e22h(16 anos) PORTEIRO DA NOITE (Portieri di Notte) De Liliana Cavani 1974) com uma antiga prisioneira (Charlotle Rampling). Com Gabriele Ferzetti e Philipe Lcròy. Uma aventura cômica cuja ação se passa em agosto de 1944. quando um avião é derrubado pelos alemães em Florença e Rita Povone se põe em ação para salvar O jovem piloto. Com Rita Pavone. Francis Blanche, Aroldo Tieri, Mário Girotti e Jess Hhn. Windsor, Rio e Lumière Horários: á partir das 14 horas (livre) Paramount 3, Gazeta e Barão. Augustus c Cal Center Horários: 14 h 30. 17h. 19h30 e 22h (18 anos) * ROMANCE POPULAR' (Roman/o Popolare) De Mário Monicelli (Itália) Ugo Tognazzi é um ope ràrio militante de meiaidade, casado com unia niocinha (Ornella Muti) que o trai justamente com o policiai que o enfrentara numa manifestação de rua. Monicelli aparece com os costumeiros e sempre competen tes colaboradores: Age e Scarpelli, no roteiro, e Ruggero Mastroianno na montagem. Belas Artes (Sala Portinari) e Centro 1 Horários: 13h. 15h20. 17h40. 20h e 22h20. (18 Baseado num texto de Aguinaldo Silva, o filme conta a história de um policiai corrupto c violento. Ma teus Romeiro - o bastante para que Mariel Maryscotte de Mattos, o ex" Homem de Ouro" da policia carioca, atualmente cumprindo pena no Rio de Janeiro, julgandose retratado, abrisse um processo contra o diretor. Flá quem identifique outros personagens tomados diretamente da vida real, como a cantora Marlene Graça, que seria Darlene Glória. Nos papéis de Mateus c Marlene Tarcísio Meira e Sandra Bréa. Ouro, Metro 2, Gemini I Horários: ás I3h30, I5h40, I7h50. 20he22hlO(noMetro 2 e Gemini I) e à partir das 12h (no Ouro) (18 anos) COPA-78 O PODER DO FUTEBOL De Maurício Sherman (Brasil. 1978) Um dos melhores filmes já realizados sobre o trinómio violéncia-poder-futcbol. Uma radiografia perfeita da Argentina Copa 78 - um imenso campo de concentraçáo - e alienação do povo em função do futebol, mostrando, por exemplo, uma entrevista com um lider montoncro. César Menotti, o técnico da Argentina, da um show de lucidez. Enquanto isso. Coutinho enche ?TOMMY (Tommv) De Kcn Russel (EUA, 1974) Ópera rock RLPÚBLICA DOS ASSASSINOS De Miguel Farias Jr. (Brasil, 1978) baseada na Os Melhores Com este filme, Bergman reconciliou-se com a critica que fora quase unânime em repudiar O Ovo da Serpente. Os velhos temas do cineasta são agora retomados. Mãe (Ingrid Bergman) e filha (Liv Ullmann) se encontram na hora do lobo e ultrapassam o silêncio, trocando gritos c sussurros, que as colocam face a face numa situação que se inicia repleta de vergonha, mas termina como uma lição de amor, Com Halva Bjork e Erland Josephson. 1, Gazetinha, Paramount Copan e Vitrine A partir das 14h (14 anos) * MENINA BONITA (Pretty Baby) De Louis Malle 1978) • SINDROME DA CHINA (The China Syndrome) De James Bridges (EUA, 1979) * A COMILANÇA (La Grande Bouffe) De Marco Ferreri (França/Itália, 1973) Um filme só agora libe- Repórteres de TV, durante uma cobertura numa usina atômica, descobrem uma irregularidade capaz de provocar uma catástrofe nuclear. Este filme estreou nos EUA. doze dias antes do acidente nuclear de Three Mile Island ganhando, assim, um caráter quase profé- O último escândalo de Malle mostra a conduta absolutamente livre e amoral de uma menina de 12 anos (Brooke Shields), que vive com a mãe num bordel de Nova Orleans, em 1917. O tema da prostituição .infantil provocou violentas reações nos Estados Unidos e quase uma interdição no Canadá. Com Keith Carradine e Susan Sarandon. Gemini 2, Ibirapuera I e Paramount 5 Horários: 13h. 15h20. 171,40, 20h e 22h20 (18 anos) 7\ ri 7 (EUA, -Miguel Paiva -Happy Days . tico. Com Jack Lemmon, Jane Fonda, Michel Douglas, Scott Brady e James Hampton Splendid Horários: às 17h40. 20h e 22h (14 anos) rado pela censura brasileira. Um juiz, um dono de restaurante, um piloto e um produtor de tevê se reúnem num casarão num bairro de Paris com o propósito de comer (literalmente), num processo de autodestruição. Com Philipc Noiret, Ugo Tognazzi, Marcello Mastroianni, Michel Piccoli e Andréa Ferreol. Arouche A Horários: 14h, 16h30, 19h e 21h30 ("18 anos) • SONATA DE OUTONO (Hostsonat) De Ingmar Bergman (Alemanha Ocidental. 1978) £STAO DORMINDO. I COMEÇA aW FOR.MAR ÜM Q0AD&Q bsta;ve.l IA SITIAç£p è&W-toesTA G^A (Itália, Este filme aguardou liberação desde 1974, talvez pelo caráter chocante de seu tema. Um ex-oficial da SS (Dirck Bogarde) trabalha em Viena como porteiro de hotel e, em 1957, encontra-se f . \W li TW^T^ ¦*. -.-* ¦ -*'¦ ¦ '^-¦"y-í-<¦**! V;,, -,.. ¦ *,-¦ PAGINA M ,.*- ~-y--*" *¦¦'¦¦ - ¦¦'"'i *y- . QUAIUAHIKA .'I Di: NOVIÍMBKO Dl: 1979 REPUBLICA ESPORTE IMBRÓGLIO FUTEBOLÍSTICO fim mpwímm pooe «ST ifllfia O futebol paulista está vivendo a maior crise dc todos os tempos. O campeonato dc 79 pode acabar sem vencedor TÔNICO DUARTE K) PAl;DAMArÊRI/\ A coerência dos incompetentes OSMAR SANTOS Nos dias dc hoje, não c Fácil encontrar coerência nas pessoas, ou no que as pessoas fazem. Querem um exemplo? Perguntem aos eleitores que votaram nos candidatos do MDB de São Paulo se eles estão sentindo coerência nos dcputados. É por isso que devemos aplaudir quando pintam atitudes coerentes, como as últimas dos dirigentes do futebol paulista. Ontem, nossos dirigen tes estiveram reunidos na Federação Paulista de Futebol c. depois de muita discussão, chegaram a uma decisão merecedora de todos os aplausos. Eles concluíram que o campeonato do Nabi foi um engano tão grande, foi tão mal dirigido, tão mal programado, c trouxe tantos problemas, que. na verdade. não existiu. Existiu apenas um embuste ao torcedor, a nós da imprensa, a todos os que estão ligados no futebol. Os cartolas, então, decidiram que o campeonato não poderia ter um final de festa. Afinal ele já perdeu suas caracteristicas esportivas, passou a ser um campeonato politico- (e não poderia ser diférehte, com um político como presidente da Federação). Concluíram os dique o torcedor jígehtés ¦perdeu o direito de ver sua •equipe marcar gols c co- memorar a conquista esportiva. i Como, na última rodada. os gols voltaram e o futebol virou festa esportiva por alguns momentos, os dirigentes se viram diante de um novo temor: o de serem novamente levados ao esquecimento, banidos das manchetes dos jornais. Esse receio fez com que eles apelassem para a coerência. E cm nome dela estão dispostos a impedir que o campeonato chegue ao seu final. "Vamos parar por aqui, pois só assim continuaremos a ser notados, falados e discutidos", pensou alguma cabecinha mais iluminada. E todos, imediatamente, concordaram. Então. não houve acordo, não houve solução para os impasses criados. Assim. os jogos de hoje podem ser os últimos, as verdadeiras finais do campeonato. No final da reunião, saíram cies todos felizes, contentes com sua união, alguns até deslumbrados com a sua capacidade. Uma atitude rigorosamente coerente. Coerente principalmente no desrespeito ao torcedor, pois foi isso que eles fiz.eram do começo ao fim do campeonato - a triste coerência dos incompetentes. Bons tempos eram aqueles de João Mendonça Falcão, o mais famoso de todos os paredros que já ocuparam a presidência da Federaçáo. Em dias como o de ontem, ele empertigaria o peito c puxaria, lá do fundo d'alma, um pigarro solene: "Meu anjo, a decisào do campeonato fica adiada saine-dei". Mas como Nabi Abi Chedid nào tem graça nenhuma, o desastre do campeonato de 79 - que sabe Deus quando irá terminar--perde até cm humor. A partir de ontem, como uma V-2 que explodisse em plena avenida brigadeiro Luis Antônio, o futebol paulista passou a viver sua maior crise de todos os tempos. Reunidos na Federação, os cartolas - especialmentc de Corinthians e Ponte Preta - não aceitaram as ponderações do presidente do Juventus, José Ferreira Pinto Filho. Depois das 23 horas de hoje, quando termina a última rodada do terceiro turno, ninguém mais sabe o que irá acontecer. Ferreira Pinto queria uma semifinal com seis clubes, e que Corinthians e Ponte disputassem um novo jogo. esquecendo-se o episódio da medida cautelar da Justiça comum, que impediu a realização da partida. Corinthians e Ponte nâo transigiram c a coisa degringolou: o campeonato nào tem data certa para chegar ao fim. A única hipótese de soluçào para o problema coloca certas honestidades sob suspeita. Entraria em campo o famoso "jeitinho" para maneirar as coisas e, como a corda 'o sempre eslado mais toura para fraco, adeus Ferroviária. Nos jogos de hoje, os resultados necessários para desatar o nó sâo: vitórias do Corinthians e Ponte sobre, respectivamente, São Paulo e América, e uma derrota da Ferroviária, em Araraquara, para o Botafogo. Depois disso, Corinthians e Ponte fariam o chamado "jogo de compadres" e, mediante um empatezinho, ambos estariam na semffinal, totalizando sete pontos ganhos, um a mais do que a Ferroviária. Pelo menos a tradição parece estar do lado do desastrado Nabi. Há quatro anos o Sào Paulo nào consegue uma vitória sobre o Corinthians. c o Botafogo costuma vencer a Ferroviária quando os jogos sào realizados cm Araraquara, sendo que o vice-versa também é válido. Espera-se que a Ponte cumpra com a sua obrigação. Convém lembrar, entretanto, que no dia em que Charles Miller desembarcou no porto dc Santos, sobraçando exótica es- li por que tudo isso? liem. o presidente da Ponte, um fracassado político cha mado Lauro de Moraes Filho, quer garantir a classiRcação independente do re sultado do jogo contra o Corinthians. Por sua vez, o corintiáno Mário Campos, mais conhecido como "Olavo Bilac do Tatuapé", está disposto n abdicar da Justiça comum desde que tenha a garantia de que a Desportiva - o TJD - não lhe comerá os pontos do jogo não realizado. fera de couro trazida da In glaterra, preveniu os nativos com a propriedade de um Caramaru: "Dears, football is a little box of surprises". A frase pegou e ale hoje, insistem os fariseus, continua sendo a tal "caixinha de surpresas", conforme avisou Miller no melhor sotaque oxtbrdiano. Em todo o caso. a partir dos rumores que corriam ontem na Federação, alguns dirigentes da Ferroviária já ameacavam: "O clima em Araraquara anda úmido é insalubre malpara juizes intencionados. Ninguém pode conter a massa quando esta sente que resultados estão sendo fabricados. Além disso, cm tais casos, os refletores do estádio costumam apresentar súbitos defeitos". Márcio lamenta a incompetência Entre a matriz do Banco Lavra e a Federa çào Paulista dc Futebol nào existem só algumas centenas de metros. A mais forte barreira é a incorripátibilidade entre o ban queiro Márcio Papa. vice da FPF. e o presidente Nabi Abi Chedid. Márcio acompanhou atentamente o desenrolar dessa crise sesquipedal que tomou conta do futebol - consta que teve um frouxo de riso - e deu sua opinião, com a propriedade dc possui o rabo quem nào "Abriram-se definipreso: tivamente, os esgotos. A incompetência grassa". Na federação, o presidente do Juventus. José Ferreira Pinto Filho, cocava a cabeça desesperado. Ele. com sua formidável habilidade política, havia oferecido uma soluçào para o impasse, caminho ignorado por quase todos os cartolas presentes à reunião de ontem na federação. E. como uma cartomante diante de um ás dc espadas, o doutor José previa dias nigérrimos para o futebol paulista: "Como vamos saldar nossos compromissos, cobrir as nossas folhas de pagamento se não contarmos com as rendas dos jogos? A teimosia não pode tomar o lugar do bom senso. Se o campeo- Com o sempre, o saldo da crise acaba sendo a mastodôntica incompeténcia de Nabi que, depois que a tempestade varreu o fute boi paulista, admitia [rivola e cinicamente: "Teremos um campeão dc 79. só que nào sei quando". Nabi Chedid na boca do povo OS CARTOLAS NA FPF Ferreira Pinto (ao centro) não conseguiu convencer seus colegas astsn hâram Houve de tudo na reunião da FPF e só Nabi não apareceu. Foi como se dc repente sentissem falta de Doca Street no julgamento de Cabo Frio ,..'..¦ XX .'.'¦¦' '¦¦"''¦'¦'.>.- te ^ \ ¦. 1 '"''¦¦'X^.y, ¦ • ¦- , ¦ , ¦- M0AC1R JAPIASSU "grande circulo", imensa Reunido no mesa redonda que atravanca a sala da presidência.da FPF, um escolhido plantei de cartolas decidiu ontem à tarde que, se não ocorrerem novidades pela madrugada, o campeonato paulista de 1979 terminará depois da rodada de hoje à noite. E sem que se saiba o nome do campeão, para misturar bem misturadas as tintas do mistério. A imprensa alvoroçou-se, foi um corre-corre dos diabos no segundo andar do prédio da av. Brigadeiro Luís Antônio, entre os fios dos radiorrepórteres e cios cinegrafistas da televisão, num dos grandes dias do nosso futeboi. Havia aquela tensão dos quinze minutos finais de "A Ponte de Waterloo", quando o do cartola José Ferreira Pinto,.; presidente "Napoleão Juventus c conhecido como o do Futebol Paulista", iniciou a reunião do Conselho Arbitrai, que deveria resolver, num acordo entre cavalheiros, o problema entre Corinthians, Federação e-.Ponte Preta. Mas o primeiro golpe partiu logo do presidente do Palmeiras, o veteranissimo Delfino Facchina, que soube baixar o nível com habilidade: grande "Se o campeonato acabar quarta-feira, eu vou processar o responsável por perdas e danos", disse Facchina, e o Napoleão desabou. Alguém"Cadê perguntou, com uma ponta de o Nabi Chedid?" Foi maldade: como se de repente sentissem a falta de Doca Street no julgamento de Cabo Frio, e os repórteres mais inquietos correram ao terceiro andar, a tempo de verem o presidente da Federação fechando a porta. Sem a presença de Nabi e com Ferreira Pinto prostrado pelo golpe de Facchina, o representante do Corinthians, Mário Campos, tomou conta do espetáculo, fez um dise terminou citando Oscurso ininteligível "Este waldo Aranha: pais é um deserto de idéias". ; Estabeleceu-se o tumulto porque os cartolas discutiam e os radiorrepórteres transmitiam a confusão ao vivo, num clima de arquibancada. O jornalista José Silveira, sobrevivente de outras batalhas, repetia pelos frase que escreveu há mais de cantos uma "O futebol é uma empresa sem anos: trinta empresários", querendo provar que ainda vivemos os tempos do amadorismo. A proposta de paz que José Ferreira Pinto envolv.eu em panos quentes nem che- gou a ser discutida direito. Ele queria ver seis times. no turno final, Corinthians e Ponte disputanto os pontos no campo de jogo e Palmeiras e Guarani fora do Campeonato Nacional, pela falta absoluta de datas. Lauro Moraes, presidente da Ponte, aceitou jogar com o Corinthians, mas só se vingasse a tese dos seis times no turno final; Mário Campos citou o general Figueiredo, reportepediu compreensão e garantiu aos res que a situação estava boa: "Quando a reunião começou, a gente estava em zero; agora, avançamos trinta pontos". Era realmente impossível saber de que avanço falava Mário Campos e ele acabou num bate-boca infernal com um grupo de jornalistas, no estilo imortal dos Irmãos Marx. José Ferreira Pinto, que o presidente "cartola da Ponte nâo parava de chamar de entre aspas" (impossível saber se é um elogio), resolveu partir para o mais deslavado terrorismo, na tentativa de convencer os colegas: "Se nào chegarmos a um acordo aqui e agora, o campeonato acaba amanhã, e sabem quando vai continuar, se continuar? Em março ou abril do ano que vem". O do Santos fez um ar de desprezo: presidente "Vamos cumprir o regulamento e pronto", disse; c o do Guarani, o acompanhou: "Ninguém vai mexer em regulamento nenhum". Pelos corredores espalhou-se imediatamente o boato segundo o qual Nabi Chedid iria proclamar o Palmeiras campeão de não chegou ao 1979. mas a "grande circulo"questão porque José Ferreira Pinto, percebendo o fracasso da reunião, encerrou-a depois dc um discurso em nome da paz e da fraternidade. "Um jogo entre Corinthians e Ponte, agora, renderia uns 5 milhões de cruzeiros", disse ele, e Delfino Facchina, que dava a impressão de cochilar, pulou da cadeira: "Se esse jogo der 5 milhões, o Palmeiras e o Guarani também querem ganhar; afinal, fomos prejudicados naquela rodada dupla que não houve". Aí a reunião foi encerrada mesmo e todos correram para ouvir o que Nabi Chedid tinha a dizer em sua defesa. Pegaram-no na porta do salão do terceiro andar e o presidente percebeu como as coisas mudaram desde a noite de 16 de fevereiro, quando assumiu o poder. "Eu continuo otimista", disse ele aos primeiros microfones que apareceram, mas não es- São impublicáveis os adjetivos com os quais os torcedores paulistanos cstão classificando Nabi Abi Chedid. Alguns deles, consultados, chegaram a pôr em dúvida a honra da senhora progenitora do presidente da Federação, o homem que quer acabar com o Campeonato Paulista e, quem sabe. com o futebol desta terra. No centrão da cidade não se fala outro assunto, e. pelo tom da .conversa, é de se pensar que a vida do cartola máximo não está valendo nem um tostão furado. Na barbearia Shampoo Cabelereiro e Criatividade, no Edifício Copan, o figaro Nelson Azeredo declara-se são-paulino doente (e deve ser mesmo, para torcer por esse time) e afirma que, se Nabi cair nas suas garras, fará barba c cabelo com navalha. 'Teremos NABI ABI CHEDID o campeão". Mas quando? Ele não soube Responder tava falando com'muita convicção. Está mudado o presidente. Há nove meses ele ria até dos boatos sobre o golpe que teria per"Gastou petrado contra o futebol paulista. 50 milhões para se eleger", diziam uns; "comprou Deus e o mundo", juravam outros. Mas todos concordavam num ponto: era o estilo Maluf que vencia novamente, numa alusão à rasteira que o governador aplicou no doutor Laudo Natel. Nabi, 47 anos, libanês naturalizado, deputado estadual de certa sagacidade (dizem que, lider da Arena na Assembléia Legislativa, comandava a bancada com movimentos de sobrancelhas), adquiriu toda a sua experiência de cartola durante dezoito anos na presidência do Bragantino, time de Bragança Paulista. Não foi uma administração propriamente brilhante, e embora tenha-se empenhado na louvável construção de um estádio, não soube manter seu time na Divisão Especial - o Bragantino caiu e arrastou Nabi para o mais cruel anonimato esportivo. Só reapareceu com a ousadia malufiana, mas futebol é mais complicado que política nato nâo terminar, será uma vergonha para todos nós". Enquanto isso. o presidente da Ponte Preta, Lauro de Moraes Filho, e o representante do Corinthians. Mário Campos, continuavam irredutíveis. Já poucos cartolas além de Ferreira Pinto pareciam ler consciência da "vergonha". O velho Delphi no Facchina, grande don do Palmeiras, repetia incessantemente: "Isto nâo pode acontecer, o campeonato deve chegar ao fim". No meio de tudo. ficou caracterizada a falta de apoio a Nabi por parte dos homens de ouro do futebol paulista. "Afinal" - perguntavam-se os cartolas -, "o que custava ter consultado o Corinthians sobre a rodada dupla?" E ficou bastante claro que Nabi tentou faturar politicamente em cima dc Matheus. Tranqüilo como sempre, o presidente do São Paulo. Antônio Leme Galvão. analisava a crise com profundidade: "Hoje em dia. qualquer liga de bairro pode votar nas eleições da federação. Convem lembrar que quem colocou o Nabi na presidência foram cies, não nós. os presidentes dos grandes clubes da Espe ciai". e hoje, sempre que move as sobrancelhas, a secretária pergunta se ele está sentindo aiguma coisa. Os cartolas históricos lhe dispensam profundo desprezo e a Imprensa costuma chamá-lo de incompetente, dura palavra que, às vezes, ainda vem acompanhada do exótico adjetivo sesquipedal. E foi com indisfarçada má vontade que a imprensa cercou-o no final da tarde de ontem. "Como é. seu Nabi, vamos ter o campeão de 79?", perguntaram-lhe. E o presidente da Federação Paulista de Futebol, pálido, com os olhos esmurrados por profundas olheiras, arrancou forças não se sabe de onde e suspirou: "Teremos o camo campeão, e no campo de peão, teremos "Este ano ainda?", insistiram, e Nabi jogo". nào pôde responder. Então aproveitaram, de todo desarque aquele homem estava mado. e o humilharam: "Presidente, se seu trabalho à frente da FPF fosse julgado agora, o que aconteceria?" Nabi Chedid veúltilho militante do PSP, 60.860 votos nas "Semas eleições, baixou os olhos e a voz: ria um desastre". Seu linguajar é o que se chama de "picante", e, com outras palavras, ele disse mais ou menos isto: "O Nabi é um bandido. Agora que ele avacalhou o campeonato, que mamou bastante a nossa grana, deixada na bilheteria de infinitas partidas dessa maratona, ele quer acabar o campeonato. É a mesma coisa que um náufrago nadar bastante para morrer na praia. Olha, de futebol ele não entende nada, deveria tentar um circo, ou então a gerência de um bordel". O corintiáno Rodrigo Melo, estudante de contabilidade, endossa as palavras do barbeiro e com"O governo plementa: em segutanto não fala rança nacional? Pois agora é a hora exata de usar a tal lei: pelo amor de Deus, prendam esse subversivo canalha! Ele está conseguindo deixar todo mundo intranqüilo: mexer com futebol nesse pais é coisa muito séria, seu moço. Com perdão da má palavra, esse palhaço é um grandessissimo .. ." No Bar Avenida, esquina das avenidas São João com Ipiranga, um dos pontos mais tradicionais de debates futebolisticos, os torcedores estão unidos como se a época fosse de Copa do Mundo. O balconista Luiz, que tem muitos anos de. experiência em contendas esportivas, sentencia: "Um dos maiores cretinos que conheci em toda a minha vida. Esse Nabi é o carrasco de nosso futebol". E a partir daí ele desanda a invectivar contra o presidente da Federação. Fala que em sua cabeça existem duas protuberâncias pontiagudas; que toda sua família nào merece o devido respeito; e dá mais uma série de nomes desaProssegue: gradàveis. "Sou corintiáno desde que nasci, não costumo perder boas partidas, e até mesmo as ruins merecem ser vistas; pois agora não tenho mais vontade de ir ao estádio, não vou mesmo. Agora, tem uma coisa; esse campeonato vai acabar, eu garanto. Nem que seja para nós irmos até a Federação e . . ." (o fim que ele quer dar a Nabi é de arrepiar). Doze pessoas foram ouvidas e todas elas, independente de sua paixão por qualquer time, foram, digamos, agressivas quanto à figura e à politica do senhor Nabi Abi Chedid. Deixaram muito claro que não vão admitir o fim antecipado do Campeonato Paulista e ainda afirmaram o seu desejo de trucidar o presidente da Federação. QUARTA-IT;IRA 21 DE NOVI-MHKO DI: 1.979 1'AC.INA M flfPÜBLíCA ESPOR1 CARTOLAGEM RóBEm o marcheR A CBF sai mesmo, e Giulite já está eleito Vilas, favorito em casa Menotti culpa a imprensa brasileira César Mcnotti, o elegante técnico da Seleção Argentina, campeã do mundo, descobriu uma explicação para a atual decomposição do futeboi brasileiro: os jornalistas pátrios. Em declarações à revista esportiva El Gráfico, Menotti disse que, "com a loucura dos jornalistas brasileiros dc pretenderem comparar com Pele qualquer jogador bonzinho que apareça, o futeboi do Brasil desceu a um nivel baixíssimo". Menotti criticou também seu colega Cláudio Coutinho, treinador do selecionado brasileiro, por dirigir ao mesmo tempo a equipe do Flamengo. O presidente do CND é o candidato do Planalto MARCELO FAGÁ, do Rio O empresário Giulite Coutinho, presidente do CND, será escolhido presidente da Confederação Brasileira de Futebol CBF - pela contagem de 18 votos a favor e 8 contra. Com este desfecho, previsto como favas contadas até pelo seu rival, o almirante Heleno Nunes, da CBD, vai encerrar-se até o dia 10 de dezembro o último capitulo da novela criada em torno da nova entidade que vai gerir o futebol brasileiro. Um mês depois, cm meados de janeiro de 80, começa uma outra novela: a da "reformulação das estruturas", conforme pregam hoje todas as vozes desse esporte, das mais conservadoras às mais revolucionárias. "Eu disse a ele que assim não se consegue fazer um bom trabalho em nenhuma das duas equi"Não pes", pontificou. pode observar nenhum jogador com atenção, a não ser quando enfrenta sua equipe. Toma sempre conhecimento por intermédio de terceiros. E, quando convoca o jogador, pode decepcionar-se". Em declarações à mesma revista. Pele, por sua vez, disse que "durante muitos anos tivemos sorte no Brasil porque surgiram jogadores do mesmo nível técnico. Saiu Didi e chegou Ciodoaldo. Saiu Zito e veio Gérson. Agora, isso não acontece mais, e permanece no público - inecntivado pela imprensa - a ânsia pelo craque". Até ontem, Giulite Coutinho - o preferido do Palacio do Planalto - mantinha silêncio sobre sua cândidatura, um silêncio tático que talvez se justificasse nesse obscuro mundo por onde circulam os presidentes de federações estaduais de futebol. A partir de agora, no entanto, no máximo dentro de dez dias, o seu nome será lançado oficialmente pelos dezoito presidentes de federações que o apoiam. Giulite - que assumirá, então plenamente, a sua candidatura - já nào se preocupa com a interminável pendenga judicial, que vem retardando todo o pro-cesso dc lançamento da nova sigla do futebol brasileiro. Para que afinal pudessem ser registrados os novos estatutos da CBF, a meaçados por liminar de mandado de segurança interposto pelo presidente do Conselho Fiscal da velha CBD, Reinaldo Gueraldi para muitos um mero boi mandado de Heleno Nunes c para ele mesmo apenas um inconformado com o fato de perder o seu mandato que iria até janeiro de 82 -, teve que haver a intervenção federal adiantada na semana passada pelo JORNAL DA REPÚBLICA. E, como era de se esperar, foi uma intervenção branca. Orientado pelo procuradorgeral da República, Clóvius Ramalhete, o vice-procurador Augusto Cotrim procurou o juiz da 9? Vara Cível do Rio, Júlio Almeida Rocha, na sextafeira, e o aconselhou a considerar-se incompetente para julgar medida cauteiar, cassando a liminar que impedia o registro da CBF em cartório. Com o despacho do juiz na mão, remetendo o caso para a Justiça Federal,um funcionário do CND registrou os estatutos, para a surpresa da cúpula da CBD, que só soube do fato na segunda-feira. O advogado Sobral Pinto, nesse dia, ainda interpôs duas medidas judiciais - um agravo contra a decisão do juiz carioca c uma liminar idêntica à primeira, só que dessa vez impetrada a mando da Federação Capixaba. Ambas as medidas serão julgadas rapidamente pela 9Ç Vara Federal. Giulite não acredita que isso astrase novamente as eleições para a primeira diretoria da nova entidade, e o presidente da CBD tem ate sexta-feira para convocá-las. As eleições, então, terão que ser marcadas num prazo de até quinze dias úteis a contar da próxima segunda-feira. O maior aliado do presidente do CND é Nabi Abi Chedid, da Federação Paulista. Ao que parece, foi ele o presidente de Federação indicado para contrapor-se à liminar da Federação Capixaba, tanto que contratou o advogado Valed Perry, que circulava ontem no CND, para requerer à 9" Vara Federal o indeferimento do recurso. O advogado Sobral Pinto não comentava ontem a disputa judicial em torno da CBF. estava Dizia apenas "revoltado com que o fato de o governo estar usando toda a sua força e fazendo pressoes de todos os lados para fazer alterações no futebol sem ouvir os maiores interessados, os clubes." Apesar de não contarem com a participação dos três grandes do tênis da atualidade - John McEnroc, Jimmy Connros c Bjorn Borg -, os argentinos andam faceiros com o Campeonato da República, que será disputado esta semana em Buenos Aires. Mesmo não atravéssando grande forma, Guillermo Vilas é sem dúvida o franco favorito da competição. O chileno Hans Gildemcister, mais Victor Pecci, Eddie Dibbs e José (Olé) Higueras, respectivamente do Paraguai, dos Estados Unidos e da Espanha, serão seus maiores adversários. Os brasileiros Thomaz Koch, Carlos Kirmayr e Cássio Motta não podem nem mesmo ser considerados como dark horses. O perigoso azarão do campeonato é o portenho José Luiz Clerc. Os tênistas digladiam-se por 23.446 dólares para o primeiro lugar e 12.416 para o segundo. Taça Davis A equipe chilena que enfrentará o Brasil nos dias 14. 15 c 16 dedezem,bro próximo, em-algum lugar ainda não definido do nosso solo pátrio, está praticamente definida: as simples ficarão aos cuidados de Hans Gildcmeister c Jaime Fillol - que, aliás. «í1 *£* / *3J*/^s?, s^maSB^mwiQwmmwmrs ^/"«/ (\ VEM Para anunciar neste jornal COMPRA, VENDA E ALUGUEL R. Benjamim Constant, 25 Tels: 32-1290 - 34-8908 e 36-2468 hoje em dia, está bem mais para cartola do que para jogador. Fillol é o atual presidente da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais). Os brasileiros vêm com força total: Koch e Kirmayr. Isto não quer dizer nada se estivermos falaudo cm termos da con• quista do titulo. Mas, conalguma temos tra o Chile, chance. Koch, que não enfrentou o Equador na durissima vitória em Guaiaquil, no mês passado, praticamente garantiu sua escaiação contra os chilenos ao massacrar Jaime Fillol na semana passada, em Bogotá, por 6/0 e 6/4. Diga-se também que Koch em forma é bem superior a Fillol, um tenista apenas persistente. Av. Briq.luiz Antônio. 290 - 12a and. Tels: 32-5963 - 36-2535 o 36-2351 R. Martins Fontes, 154 Tel: 256-3959 R. Rego Freitas, 529 Tels: 256-9996 e 256-8574 R. Capote Valente, 258 Tel: 282-4922 e 853-7625 Teatro Municipal WALDIR AZEVEDO II 'tlffltott 30 DIA 21 de Nov. 4? feira 21 hs. j com PAULINHO DA VIOLA ARTHUR MOREIRA LIMA «PAULO MOURA COPINHA «CARLOS POYARES* ADEMILDE FONSECA • OSMAR (Trio Elétrico! • ISAIAS e mui CHORÕES emaisXELSO MACHADO «CÉSAR FARIA «RAFAEL apresentação: ROLANDO BOLDRIN Oportunidades tenísticas Campo de nudismo, recentemente inaugurado, aliás o primeiro legalizado no Brasil, procura competente professor de tênis para a temporada de veraneio que se aproxima. Localizada entre as praias de Toc-Toc Grande e ToeToe Pequeno, a colônia possui três ótimas quadras de saibro ao lado da praia. O professor interessado deve ter mais de Im80 de altura, ser suficientemente desinibido e gostar muito de ensinar tênis. CIRCUS APRESENTA finalmente liberada após 10 anos NAVALHA NA CARNE de Plínio Marcos Direção Emilio Di Biasi com RUTHINÉA DE MORAES EDGARD GURGEL ARANHA ODILON WAGNER ESTRÉIA SÁBADO ÀS 20:30 h. do 4'' í! 6a 21:30 sáb. 20:30 e 22:30 dom. 18:30 a 2 1:30 TEATRO ALIANÇA FRANCESA Rua General Jardim, 182 Tels: 289-8412 32-0263 61-0194 reserve com antecedência. Após o inicio do espetáculo não será permitida a entrada cie público. "CENAS" / RIBERTI GRUPO MAMBEMBE apresenta wfmi nrV^yy BALCÕES DE ANÚNCIOS "O mínimo que se pode dizer de Cenas é que é um disco muito bem acabado, com arranjos assinados por Magro (do MPB-4) e Luís Cláudio Ramos. O nome do disco é também o título de uma das faixas e reflete a proposta conceituai do autor, mostrando cenas da vida brasileira. Não é um disco que fale de felicidade. É um disco contestador, mostrando o pensamento de quem está engajado na luta contra o arbítrio. (...) Riberti mostra que é um músico preocupado com a mensagem a ser transmitida, mas que não descuida, em nenhum momento, de sua qualidade musical." (Wladimir Soares T Jornal da Tarde-21/07/79) WjAi ASE de Carlos Alberto Soffredini direção de lacov Hillel TEATRO CÉLIA HELENA Assista ao show no Teatro Pixinguinha — Sesc, de 21 a 25 de novembro "CENAS" Músicas do espetáculo no LP lançamento Chantecler Rua Barão de Iquaoe, 113 fone: 270-5725 ************************************************* A*********************************************** CENTRO 7158 - Sonata de Outono - 14 anos -às 14 ¦ 16 • 18 • 20 c 22 horas. Sáb. 24 hs. 2682 - Beleia cm desafio - 18 anos - desde as 12 horas. NITERÓI — Av. Liberdade, 631 • 2787986 • Heróis anônimos - 18 anos desde as 12 horas. OÁSIS — Pca. Júlio Mesquita. 123 220-4251 - Kooma - Kung Fu contta o demônio do fundo do mar • 16 anos - às 9,20 - 13,05 - 16,40 • 20.15 e 23,50 h , OLIDO — Av. 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Paulista. 807 1289 • Sela de Praia — Um Blefe de ALHAMBRA — R Ana Costa, 60 - 4 • Mulher Fiel - 18 onos • às 14 - 16 -Pretty Baby - Menina Bonila sas babás não contavam - 18 anos • 17.40 - 20 e 22.20 hs 24 hs. 3655 anos 9474 - A Juventude dc Butch Cas 22.20 hs Mestre - 14 anos - às 14 - 17,50 e 18 - 20 e 22 horos. Sáb. 24 hs. 13.30-15,15-17-18.45-20,30c 18 anos- 13 • 15,20 - 17,40 - 20 < — MARROCOS PULLMAN — R. Cons. RIO BRANCO Sala Vermelha — Av sidy - 11) anos • ns I 4 • 16 - 20 e 22 854 28721,40 hs Av. Paullsto, TOP CINE - 223 22,15 hs. 22,20 hs. CAIRO — Rua Formosa, 401 - Histórias que nossas babás Crispiniano. 352 - 223-4534 hs. 3761 -4867 — ou 360 Al. Rainha Santa, Rio Branco. 500 221 Par SANTA INÉS — Coutinho. R.Fradique • — 5595 • Eu Foco Elos Sentem - A Filha FIAMMETTA 1753 Amaro. Amante lalino - livre - às 10 - 12 Av. Santo 13,30 18 anos não contavam Jogo Sujo - 16 anos - desde 19,30 CAIÇARA — Av. Cons. 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Amante Latino - livre - ãs 9 - II 24 hs. 9238 - Histórias que nossas babas Sáb 22 horas 6' e e • IB-20»22 horos 14161« às 3679 - Quando Explode uma Paihoras. 291-1217 Av. Celso Garcia, 243 15 - 17 - 19 - 21 e 23 hs IBIRAPUERA DOIS — Shopping Cenler não contavam - 1 8 anos - 11,45 Sáb. 24 hs xão - 18 anos - desde às 16 horas. Amor Selvagem — O Grand Prix da SATURNO — R. Itungucu. 378 - 295- 543-6526 - Alcatrai, 13.30-15.15-l7-18.45-20.30e Ibirapuera 1465 — João. Av. São CINESPACIAL Morte - 18 anos - desde às 9 horas 7277 - Par ou impar - Essa pequena GUARANY — P(a. dos Androdas, 100 • fuga impossível - 14 anos - às 1 3 • 22.15 hs 220-5228 - Par ou impar • livre às 2-0261 - Gente Fina é Outra Coisa é uma parada - livre desde 19,30 GOIÁS —RBulontã. 100-212-2330 15.20 - 17,40 - 20 e 22,20 horas. 12.30- 15- 17.30- 20 e 22,30 ho- MOULIN ROUGE — Ruo Cons. Nébias, Ouando Explode uma Paixão - O Porão das Condenadas — Lula hs CHAPARRAL — Av. Marginal Tietê. 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Ana Costa, 525 - 4-9180 - Prolty Baby, Menina Bonita - 18 onos - às 14 - 16 - 18 20 o 22 hs ITAJUBÀ — Av. P. Wilson. 1955 - 376680 - O Campeão do Zoffirolli - IIvrc-ás 14,30- 17- 19,30 c 22 hs. JÚLIO DANTAS — R. Amador Buono. 188 - 32-7979 - Dragões da Arena Sagrada • 16 anos - às 14 - 16 - 18 2Q c 22 hs. IPORANGA I — Av. Ana Costa, 469 4-3146 - Copa 78, o poder do futeboi - livre • às 14 • 16 ¦ 20e22hs.' IPORANGA 2 — Av. Ana Costa. 469 4-3146 - Os Imorais - 18 anos - ás 14 - 16 - 20 o 22 hs. IPORANGA 3 — Av. Ana Costa, 469 4-3146 - A Árvore dos Tamancos 10 anos-ás 14- 17,30 o 20,30 hs PRAIA PALACE — Av. Ana Costa, 410 4-9797 - Trinity Vai à Guerra ¦ IIvro - às 14 - 16 ¦ 20 c 22 hs. ROXY — Av. Ana Costa, 443 - 4-2834 Histórias que nossas babás não contavam • 18 anos-às 14 -16-20 o 22 hs. S.ATLÂNTICO I — Av, Ana Costa. 544 - 4-3991 - Os Meninos do Brasil ¦ 16 anos-às 14- 16.15 -^9,45 e 22 hs. S.ATLÂNTICO II — Av. Ana Cosia, 544 . 4-3991 - Amante latino - livre às 14 - 16 - 20 e 22 hs. CINEMA UM — R. Eslcr. 360 • 4441330 - A Guerra dos Botões • livre àsl5,30r 17,30- 19,30c21,30 hs. IPORANGA — R. Laureano, 955 ¦ 446-1396 • Sela de Praia - Um Blefe de Meslre • 14 anos • 1 3,45 o 19,45 hs. STUDIO CENTER — R. Dr. Campos Salles, 58 - 449-6609 - Hislárias quo nossas babás não contavam - 18 anos - às 14 - 16 - 19 o 21 hs. TANGARÁ — R. Cel. Oliveira lima, 54 • 449-3641 - Amante latino • 5 anas -às 13,30- 15,30- I7,30-I9,30e 21,30 hs , SAO CAETANO AOUARIUS — R. Carlos Campos. 120 442-2831 - Copo 78. o poder do (ulebol - livre - às 14 ¦ 16 • 18 - 20 e 22 hs. COLONIAL — R. Amaionas, 1140 • 442-1963 - Por au ímpar - livre • às 14 • 16,30- 19 e 21,30 hs. LIDO — R. Manoel Coelho, 506 - 4422589 • Amante latina - livre • às 14 • 16 • 18 - 20 o 22hs. VITÓRIA 1 — R. Baraldi, 743 - 442• 1698 - República dos Assassinos 18 anos - ás 19 e 21hs. VITÓRIA 2 — R. Baraldi, 743 - 4421698 - A Menor Violentada - 18 anos - as 19 e 21 hs. CRUZES SANTOS AUTO-CINES AUGUSTA, PAULISTA E JARDINS SAO VICENTE CINEMAR — R. Benjamin Constonl, 12 68*5031 - Par ou impar - livre - às 20 c 22 hs JANGADA — R. Martim Afonso. 451 68-7433 - Amante latino - livro - às 20 e 22 hs. PETRÒPOLIS — Av. A. Emmcrich, 665 'Rainha Shaolin Combate o Karatõ às 20 c 22 hs. PRAIA GRANDE CINE CARMEM — Av. N. S. de Fálima. 456 - Vila Caiçara • 101 Ramais 341-342 - Golpe Sujo IFoul Playl às 20 e 22 hs. OCIAN — Av. D. Pedro II, 52 - C. Ocian - 94-2965 - 007 Contra o Fo- às 20 e 22 hs. guete da Morte YARA — R. Londrina, 466 - 91 -1594 O Campeão - de Zeffirelli - às 20 e 22 hs SANTO ANDRÉ CARLOS GOMES — R. Senodor Fia- 444-4110 - Histórias quer, 110 • que nossos bobas não contavam 18 anos desde 18.30 hs. MAUA SYMAFLOR — R, Barão dc Mauá, 100 • 450-1689 • O Enxame - livre • às 18 horas. CAMPINAS ALVORADA — R. Regente Feijó, 377 2-4321 - A Mulher Desejado - 18 anos - às 14,30 - 19 e 21hs AUTO CINE SCORPIOS — R. Froncisco José Camargo de Andrade, 699 - 9* 4642- Sindrome da China - 18 anos às 20 c 22 hs. BRASÍLIA — R. Regente Feijó, 1465 31 -3529 - República dos Assassinos 18anos-àsl4-16-18-20c22 hs. CARLOS GOMES — R.Campos Salles, 605 - 9-2112 - Sela cie Prata - 14 anos-às 14- 16 - 18 - 20 e 22 hs. — R. Anchleta. I - 9-4859 JÉQUITIBA 'Histórias que nossas babás nõa contavam - 18 anos • ãs 14 - 16 - 18 20 e 22 hs. OURO VE8DE — R da Conceição. 269 Par ou ímpar - livre - às 14 - 16 * 18 - 20e22hs. REGENTE — R. Regente Feijó. 1305 Jubileu de Ouro do Mickey Mouse livr»-às 14- 16- 18-20» 22 hs. S JOSÉ — R. Paula Bueno, 992 • 96973 - Uma Estranha História de Amor - 18 onos - às 20 e 22 hs WINDSOR — R General Osório. 931 9-7335'- Amante latino - livre - às 14 - 16 - 18 - 20 e 22 hs. ¦:- -jornal da I c Marginal faz o caos em toda a cidade ^^^ C ?> ., , Como um buraco de 6 metros pode obrigar 2 milhões de veículos a um dia de tédio e raiva tt'^t^' .IrPÊHKBmVF. ¦ -¦-¦¦- mHrHmB ». i- IBCBCqI /,>f '^3.4? rf -"--¦-:''Í"'^^lJ^SiJ-^{^B^wHG&H^uf'¦¦¦'¦¦ L-—t Trecho aberto em caráter de emergência fc ' ¦—¦¦ ¦- -^ ) *-VyX *. * I' P BJ [iBTTiTtyíCffffl aBuHhta i1' ^*»fl32tBs f ^> ?^*fc i* TfJrBff' fTMMaBy • "..- '•>**. •,¦:;.¦*: t^iÁ>...-,:-jWlGB*'¦¦¦¦¦¦ -::awTjr'**tJgWffí-jfs^Ktn^.y" *¦-.y&itâ&gSf - ¦*¦ V 0*-..*-* * . 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"'¦¦¦XY %jK^BÊmmÊ^mmmwBBSXKBtBBKttmmwBf^-'' >'^w> ¦;- ^í" :>:í'v:';^ ¦••.-¦:.¦ MARGINAL DO TIETÊ Esta cena custou ao Brasil, só ontem, 600 mil litros de gasolina gastos inutilmente ? r congestionamentos esses A quem se dev e culpar por Nem parece verdade. Um simples buraco de 6 metros virou de cabeça para o ar o trânsito de São Paulo, deixou com os nervos à flor da pele os milhares de paulistanos que se envolveram num dos maiores congestionamentos que esta cidade de 11 milhões de habitantes e 2 milhões de veículos conheceu, foi o responsável por um consumo desnecessário de ir.ais de 600 mil litros de gasolina e causou enormes transtornos para o comercio, o transporte e a indústria de maior e mais importante cidade deste pais. Situado junto à ponte do córrego Boqueirão. entre as pontes da Freguesia do Ó_e do Limão, na marginal direita do Tietê, ele deixou em pé de guerra, desde a segunda-feira, a prefeitura e o DSV. Ontem, por volta das 4 horas da tarde, cansado e abatido, o diretor do DSV, Roberto Scaringella, anunciava cm seu gabinete a adoção de uma alternativa de tráfego para a interdição da via expressa da marginal direita do Tietê: "Decidimos liberar em caráter de emergência um trecho inacabado de aproximadamente um quilômetro da avenida "Com dos Emissários"; e confessava: congestionaos isto, vamos diátribuir mentos. Mas não tem solução melhor. A marginal é uma via que não tem substituição". Às 5h30 da tarde de ontem, desesperadas, Solange Jubileut e Jiuliana Valente, duas jovens donas-de-casa que em uma perua Belina, cometeram a imprudênria de sair do tranqüilo bairro de Interlagos para fazer compras no Makro, em plena marginal do Tietê, eram as primeiras usuárias da recém-aberta avenida dos Emissários. Estacionaram, em busca de orientação, o carro abarrotado de compras junto ao meio-fio, próximo a dois engenheiros do DSV que pintavam. com uma lata de tinta verde comprada uma improvisada placa por eles mesmos, "Onde é de indicação. que nós estamos, exclamou a desorientada meu Deus?", Solange. "Como é que eu faço para chegar em casa? Já estamos há mais de um hora e vinte minutos presas nesta loucura", arrematou Jiuliana. Dentro do carro, o bebê berra como um cantor de ópera Logo em seguida, uma aflita mãe estacionava o seu fusca branco junto a um guarda do DSV, que tentava desesperadamente ordenar o trânsito no cruzamento da av. Pompéia com a avenida dos Emissários, em substituição ao farol curto-circuito na rede desligado por um"Seu local. elétrica do guarda, eu preciso ir para casa já, dar a mamadeira para o meu filho, e eu nem sei onde estou" dizia ela, enquanto, no banco de trás, um pequeno bebê berrava, com entusiasmo de fazer inveja a cantor de ópera. E tudo por causa do buraco de 6 metros. Na verdade, na terça-feira da semana passada, ele tinha apenas 40 centímetros de diâmetro. Foi constatado por um engenheiro de campo do DSV, que imediatamente comunicou o fato à Administração Regional da Freguesia do O. Para reparar este tímido buraco, a Regional providenciou então uma demorada concorrência de preços entre diversas empreiteiras. Quando, na segunda-feira, a empresa Jofege, contratada enfim para a obra, enviou ao local meia dúzia de empregados munidos de pás e picaretas, jà encontrou uma robusta cratera de 6 me- tros. Com as chuvas do final da semana passada, a erosão, provocada pelas águas do córrego do Boqueirão, tinha comido uma boa parte da via expressa da marginal direita do Tietê. Toda esta lentidão para se resolver o problema de um simples buraco deixou irritadíssimo o próprio prefeito Reynaldo de Barros (leia texto ao lado) e obrigou o DSV, já na segunda-feira, a interditar esta importante via de tráfego, onde trafegam cerca de 6 mil veículos por hora. Daí para os congestionamentos de até 15km de extensão, foi apenas uma quêstão de horas. Ontem pela manhã, por exemplo, até a via Dutra foi afetada. Sem alternativas de tráfego, o trânsito de grande parte da cidade esteve obstruído. O Minhocão, a avenida do Estado, a avenida Antártica, a Francisco Matarazzo, a Heitor Penteado, a Tiradentes desde o Anhangabau, foram algumas das muitas vias de São Paulo que ficaram congestionadas. Hâ quem esteja sentindo saudades da estrada de Santos "Numa cidade grande como a nossa, um pequeno evento como este pode mexer com a vida de milhares de pessoas", explicou o diretor do DSV. Afinal de contas, ele já está acostumado com a interferência que ocasionam, ao trânsito da cidade, os milhares de buracos da TeLigth, Comgás e assemelesp, Sabesp, "Hàuns dois meses atrás, fizelhadas. mos um levantamento e constatamos que num só dia São Paulo tinha ao mesmo tempo 4.750 obras nas suas ruas atravancando o trânsito". Scaringella não estava preparado era para a interdição de uma das pistas da mais importante via de tráfego de São Paulo - a marginal do Tietê, uma avenida sem substitutos. "É muito gozado. Um guarda chegou a maior bronca e perdando mim para lia jornais nem ouvia não se eu guntando rádio e televisão, só porque eu estava tentando entrar na marginal, junto à ponte do Limão. Acontece que eu sabia da interdição da pista, mas o único caminho que conheço para ir ao meu trabalho é passando pela marginal" - desabafou, na manhã de ontem, um irritado motorista de um chevette marrom, re- tido, como milhares de outros paulistanos, nos congestionamentos. E, ao que tudo indica, apesar do sistema de emergência posto em prática pelo DSV, com a liberação da inacabada av. dos Emissários, da distribuição de 50 mil folhetos explicativos do novo itinerário, da atitude do prefeito Reynaldo de Barros, contratando a empreiteira Firpavi para trabalhar em regime de urgência no concerto do buraco, o paulistano vai ser obrigado a conviver ainda nos próximos dias com o irritante lengalenga do trânsito em, boa parte da cidade. Logo ele, que mal tinha saído dos congestionamentos das estradas no último fim de semana. E o prefeito acusa a prefeitura E o prefeito Reynaldo de Barros perdeu a paciência. Depois de tomar conhecimento dos intermináveis congestionamentos provocados por um buraco, que só não foi consertado em 24 horas por culpa exclusivamente da mal-azeitada e enferrujada máquina burocrática da prefeitura, ele desabafou: "É muito triste ter que falar que houve uma falha dentro da própria prefeitura. É inadmissível que uma importante pista seja solapada pelas águas de um córrego, e a máquina da prefeitura leve uma semana para reagir e tomar providências. Um serviço como este precisa ser feito em 24 horas, no máximo. Fiquei revoltado em verificar a morosidade com que o serviço de reparo estava sendo feito", disse Reynaldo. E não poupou criticas aos seus subordinados: "Além disso, não havia a mi- nima necessidade de se fazer uma tomada de preços para uma obra pequena e tão necessária como esta. Foi uma verdadeira pixotada dos homens da prefeitura. Deviam ter contratado logo uma firma de gabarito para fazer rapidamente o serviço. Demoraram uma semana e contrataram, no entanto, uma pequena firma sem expressão. Só espero que coisas deste tipo não voltem a ocorrer, enquanto eu estiver aqui dentro" prometeu. E concluiu: "Quero ver se é possivel liberar a pista em 24 horas". Para isto. no entanto, além de contar com a eficiência e a rapidez dos engenheiros, técnicos e trabalhadores da empresa encarregada, o prefeito terá que torcer para que as chuvas não caiam sobre São Paulo. "Se chover", revelou um engenheiro "nosso trabalho que estava no local, abaixo". água vai todo por