crônica 3
SEGUNDA-FEIRA, 19 DE OUTUBRO DE 2015
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HUGO fonTANA
comer & beber
PADARIAS E
CONFEITARIAS
LA BAGHETTE
Sanduíche de baguete,
lanches, cafés. Serve à
la minuta. De seg a sáb,
das 7h às 21h. Dom,
das 15h às 20h50min
(Rua Floriano Peixoto,
1.921). % (55) 30255202.
AR, CR, TL, FR, ES, IT,
VS, MC, CD, VV, RF, BC
PANHOCA
Váriedades em doces,
salgados, tortas frias e
muito mais. Diariamente, das 7h ao meio-dia,
e das 14h às 20h (Av.
Presidente
Vargas,
448, Patronato). % (55)
3221-2893
RESTAURANTES
CR, AR, VS, MC, BC
SHALON
Pastéis, pães, salagados e muito mais. Aberto de seg a sáb, das
7h às 21h e dom das
8h às 21h (Av. Rio Branco, 309. % (55) 32236111.
AC, FR, VS, MC, CD
serviços
AC aceita cheque
AR ar-condicionado
CR acesso a cadeirante
TL faz tele-entrega
FR faz reserva
ES estacionamento
IT Internet sem fio
VERA CRUZ
Menu à la carte e galetos. Aberto diariamente, das 11h às 14h, e
das 19h à meia- noite.
Aos domingos, bufê livre e rodizio de carnes
(Avenida Medianeira,
1.600). % (55) 32220606.
Maria
AR, CR, FR, ES, IT, VS,
MC, AE, HP
SUEZ
Culinária mediterrânea
com opções de saladas,
frutos do mar e carnes.
Opções de pratos saudáveis. Aberto de seg
a sáb, das 19h à meia-noite. (Avenida Ângelo
Bolson, 399). % (55)
3311-9303.
AR, CR, FR, ES, IT, VS,
MC, AE, HP
FEST BISTRÔ
Bufê a quilo. De seg
a sáb, das 11h às
14h (Rua Venancio
Aires, 1.639). % (55)
3026-9515.
VS, MC, CD, RF,
AC, AR, IT
cartões
VS Visa
MC Mastercard
CD Credicard
VV Visa Vale Refeição
BC Banricompras
89431501
5 x 17,1
Pat.Cronica.Appiano
ALICE BOTEZELI FOLETTO EIRELLI
PB
RF Refeisul
AM American Express
DN Diners
HP Hipercard
Maria morava numa cidade
tão pequena que quase sumia
no Google. Gente pobre. Pencas
de meninas grávidas aos 16
anos. Subempregos, índice
assustador de analfabetos e
IDH de deixar São José do
Crato cheio de grau.
Mesmo assim, Maria tinha
planos e sonhava. Mais do que
isso: estava desenvolvendo um
projeto junto aos seus alunos.
Não falei antes, mas Maria
era uma das 15 professoras
da escola pública de mais de
500 alunos. Um prédio mal
cuidado e cheio de anexos que
tinham em comum a umidade
e o cheiro de mofo. Lousa
esburacada e giz branco de
péssima qualidade eram as
tecnologias disponíveis. Para
angariar algum fundo, o muro
da escola exibia propagandas
variadas. Desde o armazém
mais barato a ofertas
imperdíveis do 1,99.
Maria resistia. Pensava,
junto com seus alunos, em
contrariar a lógica destinada
“àquele tipo de gente”. A
construção de hábitos de
cidadania era seu grito de
“desobediência civil” ao que
lhes fora reservado. Imaginava,
por exemplo, que lá em 2016
ou, no máximo, nas eleições
de 2020, todos os seus alunos
estariam votando em alguém
para a prefeitura e para a
Câmara de Vereadores. Nas
mentes e nas ações concretas
deles poderia estar sendo
gestada uma discreta, mas
autêntica, revolução no
ato de votar. Votariam em
“
Pensava, junto
com seus alunos,
em contrariar
a lógica destinada
ӈquele tipo
de gente”
propostas. Cobrariam suas
concretizações. Do prefeito, do
vice e dos vereadores em quem
votassem. Nem precisariam
de qualquer auxílio para
localizá-los. Mercado,
padaria, rua, prefeitura ou
câmara seriam todos bons
lugares para o exercício
da democracia. Todos os
políticos locais saberiam
que uma outra eleição estava
vinculada diretamente aos
seus desempenhos ao lidarem
com “aquilo que diz respeito
aos cidadãos”, isto é, com a
política. O modo tradicional e
repugnante de se fazer política
estaria com seus dias
contados.
Pena. Tudo que aqui
foi narrado é verdadeiro.
Menos Maria. Ela e sua
ação não existe. Caso
alguma “Maria” resolva
encarar juro que –
mesmo de forma precária
– ficaria feliz em ajudar.
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