DEFICIENCIA INTELECTUAL Um novo olhar Juliana Cristina Jorge Profª Ms. Fátima Eliana Bozzo Lins – SP 2009 1 DEFICIENCIA INTELECTUAL Um novo olhar Resumo Essa pesquisa tem como objetivo mostrar como uma criança com deficiência intelectual é capaz de se desenvolver dentro de suas capacidades e paticulariedades e como a inclusão é importante para essas crianças desde que a escola regular esteja preparada para recebe-lôs e inclui-lôs, com isso valorizando sempre o empenho e a produção desses alunos. A escola (professor) tem o papel de proporcionar para as crianças situações (atividades) que elas consigam realizar, dentro de seu limite e ritimo, mas nada que os impeça de realizá-las. Cabe a todos dar a oportunidade de cada um se desenvolver conforme suas capacidades ou necessidades. A pesquisa foi bibliográfica e de campo com questionários para profissionais da educação, e sua analise, qualitativa. Pelos resultados obtidos da pesquisa foi notável como a inclusão é um processo que ainda esta caminhando e como os professores sentem dificuldades em trabalhar com esses alunos. Palavras-chaves: Educação Infantil. Deficiência Intelectual. Inclusão. Desenvolvimento. 2 INTRODUÇÃO Esta é uma pesquisa sobre qual o tipo de desenvolvimento que crianças consideradas deficientes intelectuais (DI) tem ao longo de sua vida escolar e também como a inclusão pode ser um ponto positivo para essas crianças, pois quando não é trabalhado da maneira correta pode acabar piorando o desenvolvimento e formação desse aluno um exemplo é que durante as aulas, são separados das outras crianças, como se não fizessem parte da sala ou como se não fosse de fato necessário à interação com as crianças "normais". A educação no período escolar deve fazer com que o desenvolvimento de toda a capacidade da criança com DI seja produtivo, com o objetivo de preparar para enfrentar o mundo em que vivem, desse modo deve ser considerada todas as atividades que ajude a adquirir as capacidades necessárias para o seu desenvolvimento como ser humano. Este desenvolvimento processa-se em função das crianças e para que estas possam beneficiar de um ensino de qualidade é imprescindível que os professores proporcionem um ensino individualizado, variando estratégias e diversificando metodologias. O DI é um ser humano com possibilidades educacionais e sociais, deve ser estimulado o desenvolvimento cognitivo e nunca excluído das ações sociais. O DI pode conseguir aquisições muito complexas a todos os níveis. Como mostra às teorias Piagetianas, pode-se dizer que todos eles aprendem, basta que as condições sejam favoráveis uma vez que, a adaptação às situações passa por um equilíbrio e uma organização entre os processos de assimilação e de acomodação. Esses alunos apresentam dificuldades de aprendizagem, contudo, a escola do ensino regular deve estar preparada para recebê-los. O ensino inclusivo requer o empenho e esforço de ambos no processo educativo, escola e família, sempre trabalhando juntos para o desenvolvimento do aluno. Com isso este trabalho tem como objetivo mostrar como essas crianças se desenvolve no primeiro ciclo e como a inclusão quando bem trabalhada pode ser um ponto positivo para essas crianças. 3 O aluno com DI, deve ter acesso à educação, e sua formação deve ser adaptada às suas necessidades específicas, elas podem ter uma vida "normal" com um ritmo próprio, de acordo com o acompanhamento e desenvolvimento da mesma, elas não podem ser taxadas e rotuladas como se não fossem capazes de se desenvolver e ter um crescimento positivo, pois são de fato capazes, desde que tenham um acompanhamento adequado. Com isso este trabalho tem como objetivo mostrar como essas crianças se desenvolve no primeiro ciclo e como a inclusão quando bem trabalhada pode ser um ponto positivo para essas crianças. DESENVOLVIMENTO Os deficientes mentais educáveis não podem ser rotulados como retardados mentais só por terem seu comportamento adaptativo prejudicado. As crianças deficientes mentais educáveis têm um desenvolvimento maturacional e um progresso escolar lento, um ajustamento social e ocupacional inadequado. As crianças deficientes mentais educáveis anteriormente ficavam partes de seu dia escolar com turmas especiais e não em turmas com crianças “normais”, com a integração a criança deficiente intelectual participa de uma sala regular onde ela recebera o suplemento por sua freqüência a uma sala de recursos. Com a escola preparada para incluí-las, as crianças se desenvolvem e progridem conforme o seu próprio ritmo, isso com a ajuda da professora e seus colegas. Essa não é uma solução tão simples como se parece, pois, pais, professores, alunos e diretores têm que estar em sintonia o que talvez seja um pouco difícil, pois existe o pré-conceito (rótulos) com a criança DI, isso impede que essas crianças percam o direito de se desenvolver conforme o seu ritmo, e de viver uma vida praticamente normal, uma criança DI que tem acompanhamento pode se desenvolver, mas para que isso aconteça é preciso que desde criança sejam inseridos vários conceitos e acompanhamento adequado. Conforme Samuel e James (2000, p.157) 4 [...] É uma abordagem que constrói experiências em torno de necessidades psicológicas, tais como auto-respeito e domínio, de necessidades físicas, tal como estimulação sensorial, da manutenção física e dos aspectos sociais, como dependência e mobilidade. Cabe aos educadores trabalhar e reverter esse tipo de comportamento, trabalhando com a sala as diferenças para que o trabalho seja fluente e proveitoso para todos em sala, fazendo assim com que se reduza o numero de fracasso, criar novas experiências em que as crianças tenham sucesso, assim pode-se melhorar as atitudes e o desenvolvimento. Conforme Samuel e James (2000, p.138) [...] os indivíduos DI sentem mais o fracasso do que as crianças normais e conseqüentemente, desenvolvem maiores expectativas generalizadas ao fracasso. [...] crianças DI entram em situações novas com desempenho geralmente debilitado, até mesmo abaixo de sua habilidade mental. As crianças DI tendem menos do que as “normais” a aumentar seu rendimento após um pequeno fracasso. Para poder trabalhar a inclusão a escola deve estar preparada para receber os alunos com necessidades educacionais especiais, desde a estrutura como rampas, elevadores, banheiros adaptados e materiais adaptados para o seu desenvolvimento e bem estar, os funcionários e corpo docente também são fundamentais para a inclusão dar certo, sendo assim a mesma estará de fato sendo empregada. Todos deverão estar preparados já que a inclusão não é somente do aluno com necessidades educacionais especiais, mais sim de toda a escola. Conforme Cristina M. Carvalho Delou (2006, p.22-23) A educação inclusiva é uma prática inovadora que está enfatizando a qualidade de ensino para todos os alunos, exigindo que a escola se modernize e que os professores aperfeiçoem suas práticas pedagógicas. É um novo paradigma que desafia o cotidiano escolar. São barreiras a serem superadas por todos os profissionais da educação, comunidade, pais e alunos. Precisamos aprender mais sobre a diversidade humana, a fim de compreender os modos diferenciados de cada ser humano sentir, ser, agir e pensar. O ponto principal da inclusão escolar não é se limitar apenas aos alunos com necessidades educacionais especiais mais sim a família, escola e comunidade já que a inclusão é um todo que inclui os alunos e escola. É importante saber que incluir não significa diferenciar uma atividade para os que têm deficiência dos demais alunos mais sim de aceitar que cada um percorre o seu caminho 5 independentemente de ter uma deficiência ou não, quando um aluno com deficiência observa as outras crianças fazendo, se esforçam para acompanhar os seus colegas. É importante a escola incentive com que as crianças se interajam e um grande crescimento para todos, pois estão aprendendo muito mais que na sala de aula, estão vivenciando noções de respeito, valores e cidadania. Quando as crianças com deficiência estudam na rede regular de ensino, lhes é permitido ter acesso a elementos para construir uma representação de mundo que permite uma transformação para quando se tornarem adultos participativos tenham autonomia tanto na família quanto na sociedade. De acordo com Suely P. da Silva Rosa (BRASIL, 1994, p. 61 apud 2008, p.277) a aceitação das diferenças conforme a Declaração de Salamanca: [...] o princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades e diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder as diversas necessidades de seus alunos, acomodando tato estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de currículo, modificações organizacionais, estratégias de ensino usam de recursos e parcerias com a comunidade. A convivência dessas crianças DI na escola regular de ensino amplia as oportunidades de trocas sociais, permitindo um olhar nítido do mundo, quanto mais cedo for dada a oportunidade de familiaridade mais rápida será feito o processo de integração. Cada aluno faz parte de um grupo social onde existem costumes, tradições, costumes etc. sendo assim os professores que irão trabalhar com essas crianças terão que ter um olhar especial e programar o projeto pedagógico com as necessidades que contribua com o processo de construção. São considerados alunos com DI aqueles que devido ao seu desenvolvimento e ritmo não são capazes de se beneficiar totalmente da escola regular como as outras crianças ditas ‘’normais’’, mas são capazes de se desenvolver em outras formas, lembrando que elas possuem seu próprio desenvolvimento e são capazes de construírem seu próprio conhecimento. De acordo com Suely P. da Silva Rosa a Associação Americana de Deficiência mental (2006, p.102) diz que o: Funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitante com limitações 6 associadas a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente as demandas da sociedade, nos seguintes aspectos: comunicação, cuidados especiais, habilidades sociais, desempenho na família e comunidade, independência de locomoção, saúde e segurança, desempenho escolar, lazer e trabalho. O professor é fundamental para o papel de passar o conteúdo fazendo com que o aluno DI estabeleça uma confiança e auto-estima o que o levara a um rendimento satisfatório. Mesmo sabendo que essas crianças caminhão com passos diferentes dos outros, o que não nos permite afirmar que eles nunca aprenderão. Não se pode esquecer que essas crianças precisão de um tratamento que estabeleça, referencie, o professor deve levar em conta que quando se trabalha com a família da criança o rendimento dela e diferenciado, ate por que ela precisa de especialistas fora da escola, é sem duvida um trabalho em conjunto fazendo com que o enfoque seja totalmente o desenvolvimento da criança. CONCLUSÃO Este trabalho teve uma importância para um novo olhar e compreensão das crianças com Deficiência Intelectual e como elas são capazes de se desenvolver. As crianças consideradas DI apresentam necessidade própria e diferente dos outros alunos, elas requerem recursos pedagógicos e metodologia especifica. Assim podendo estimular o aluno para um processo de compreensão conforme suas limitações e dificuldades. A inclusão vem como um processo educacional de integração com os alunos proporcionando princípios de justiça e igualdade, pois todo o aluno portador de necessidades especiais tem o direito ao acesso á educação regular de ensino preferencialmente conforme LDB 9.349/96, V, art.58. 7 INTELLECTUAL DEFICIENCY A new way ABSTRACT This research has as objective to show as children with intellectual deficiency is capable of developing with its capacities and in despite of the particularities and as the inclusion is important for these children, since the regular school be prepared to receive and include them, always valuing the persistence and the production of these pupils. The school (the teachers) has the obligation to provide for the children situations (activities) that they could realize, with its limits and speed, but nothing that hinder them to realize. It is obligation of all to give the chance of each one to develop with its capacities or needs. The research was bibliographical and of field with questionnaires for education professionals, and its analysis was qualitative. For the research gotten results it was notable as the inclusion is a still walking process and as the teachers still have difficulties in working with these pupils. Key words: Infantile Education. Intellectual Deficiency. Inclusion. Development. 8 REFERÊNCIA HIRATA,G. Uma Escola Sem Barreiras. Nova Escola. São Paulo, Abril, n° 24, 2831, jul.2009. KIRK, Samuel A, GALLAGHER, James J, Educação da criança excepcional. Tradução de Mariliza Z. Sanvicente. São Paulo: Martins Fontes 2000. MANTOAN, Maria Teresa Egler, Compreendendo a Deficiência Mental. São Paulo, Scipione 2001. MARTIN, C.S. Aprender a Superar. Nova Escola. São Paulo, Abril, n° 24, 16-23, jul.2009. ROSA, Suely Pereira da Silva. Fundamentos teóricos e metodológicos da inclusão. Curitiba: IESDE, 2008. TELFORD, Charles W, SAWREY, James M. O individuo excepcional. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de janeiro: LTC 2007. 9 Autora Juliana Cristina Jorge – Graduanda em Pedagogia – [email protected] – fone: (14) 3532-1167. Orientadora Profª Ms Fátima Eliana Frigatto Bozzo – Mestre [email protected] – fone (14) 35232784