O Impacto da Análise Fundamentalista na Recompra de Ações na Bovespa no Período de 1994 a 2002 Autoria: Silvania Neris Nossa, Aridelmo José Campanharo Teixeira, Márcio Alessandro Werneck, Erick Serrano Ferreira, Fernando Caio Galdi Resumo Objetiva-se neste estudo investigar se a análise fundamentalista pode ajudar aos investidores a separar as empresas winners e losers, entre as empresas que anunciaram recompra de ações na Bovespa, de maneira a identificar aquelas com expectativa de retorno anormal positivo, no período de 1994 a 1999 e no período de 2000 a 30 de junho de 2002. Verificou-se que a concentração de empresas winners e losers justifica o retorno anormal das ações observado por Gabrielli e Saito (2003), para cada intervalo analisado. Na seqüência verificou-se ainda que o retorno anormal do grupo de empresas winners e losers, para o período de 1994 a 1999 e para o período de 2000 a 2002, não é estatisticamente igual. A classificação das empresas em winners e losers, utilizou-se a análise fundamentalista, por meio de informações contábeis disponibilizadas na base de dados Economática. Foram aplicados os testes de normalidade Kolmogorov–Smirnov, os testes não-paramétricos de mediana Wilcoxon e o de variância Mann-Whitney. Diante do exposto este estudo corrobora com os resultados de Piotroski (2000) e Lopes e Galdi (2006). Palavras Chaves: Recompra de ações. Empresas winners. Empresas losers. 1. Introdução Na área de finanças, a busca por eventos que possam indicar diferenças positivas no retorno anormal das ações de empresas é um dos focos de estudos empíricos. Neste sentido, a recompra de ações também foi objeto de estudo por Stewart Jr (1976), Dielman, Tinothy e Wright (1980), Dann (1981), Vermaelen (1981), Lakonishok e Vermaelen (1990), Liano, Huang, Manakyan (1990), Comment e Jarrell (1991), Porter, Roenfeldt e Sicherman (1999), Ikenberry, Lakonishok e Vernaelen (2000), Mello e Shroff (2000), Moreira (2000), Gordon (2002), Gabrielli e Saito (2003) e Lie (2005). No Brasil, Moreira (2000) e Gordon (2002) observaram impacto positivo no retorno anormal das ações de empresas que anunciaram recompra. Por outro lado Gabrielli e Saito (2003) observaram impacto negativo no retorno anormal para o período de 1994 a 1999 e retorno anormal positivo no período de 2000 a 2002. Essa variação no retorno anormal, segundo Gabrielli e Saito (2003), se explica devido à Instrução CVM 299/1999, que se apresenta como proteção ao acionista minoritário em relação a recompra de ações. O fato de algumas empresas assumirem eventos que geram retorno anormal positivo e outras atingirem retorno anormal negativo se fundamenta, segundo Jensen e Meckling (1976) e Akerlof (1970), devido ao conflito de agência. A existência de assimetria informacional entre o gestor e o investidor faz com que o investidor fique em desvantagem. No que se refere à teoria apresentada neste estudo, destaca-se a teoria de agência. Em seu estudo, Akerlof (1970) utiliza-se de um exemplo do mercado de carros, no qual o autor representa os carros ruins como “limões”, que se contextualizado para o mercado de ações os “limões” seriam as empresas “losers”. Assim a contabilidade foi apresentada por Ball e Brown (1968) no intuito de reduzir essa assimetria informacional, para proporcionar ao investidor indícios de que determinadas práticas levariam as ações das firmas a atingirem retorno anormal positivo, ou seja, ser uma empresa winner. O retorno anormal das empresas que anunciaram recompra ser negativo e passar a positivo poderia ser explicado pela variação na concentração de empresas winners e losers. Segundo Piotroski (2000) e Lopes e Galdi (2006), a classificação das empresas em winners ou losers se dá no que se refere à expectativa de retorno anormal positivo ou negativo, respectivamente. Para a classificação de uma empresa como winner ou loser foi utilizado um score elaborado a partir de indicadores financeiros de: lucratividade, estrutura de capital e eficiência operacional. Tais indicadores são construídos por meio de informações contábeis. No intuito de utilizar-se da Contabilidade como mecanismo de predição do retorno anormal destacam-se algumas pesquisas, nas quais foi observada a relação entre indicadores contábeis e o retorno de ações: Baruch e Thiagarajan (1993), Fama e French (1992), Fama e French (1995), Fama e French (1996) Abarbanell e Bushee (1997), Abarbanell e Bushee (1998), , Piotroski (2000), Ali e Hwang (2000), Bird, Gerlach e Hall (2001), Mohanram (2005), Piotroski (2005) e Lopes e Galdi (2006). Diante do exposto apresentam-se as questões de pesquisa: Q1: a concentração de empresas winners e losers, que anunciaram recompra de ações de sua própria emissão, justifica o retorno anormal verificado no mercado brasileiro em pesquisas anteriores?1 Q2: ao separar as empresas que anunciaram recompra de ações em winners e losers, no período de 1994 a 1999 e no período de 2000 a 2002, é possível de obter retornos anormais diferenciados para os dois grupos de empresas, em cada período analisado? Objetiva-se com este estudo observar as empresas listadas na Bovespa, que anunciaram recompra de ações de sua própria emissão, no período de 1994 a 1999 e no período de 2000 a 30 de junho de 2002, para verificar se a concentração de empresas winners e losers justifica o retorno anormal das ações observado por Gabrielli e Saito (2003), para cada intervalo analisado. Na seqüência este estudo de propõe ainda a verificar se o retorno anormal das empresas winners e losers é igual para os períodos analisados. A amostra deste estudo segue aquela apresentada por Gabrielli e Saito (2003), ou seja, empresas listadas na Bovespa, que anunciaram recompra de ações de sua própria emissão, no período de 1994 a 30 de junho de 2002. No entanto a amostra se limita às empresas com informações contábeis disponibilizadas na base de dados Economática. 2. Motivação O acionista busca os melhores papéis, ou seja, títulos que lhe proporcione retorno anormal positivo. Neste sentido, Piotroski (2000) ressalta que juntar as empresas que têm indicação de atingir retorno anormal positivo futuro, por meio de indicadores financeiros, e ainda dessas empresas separar aquelas que praticam eventos, que possam indicar retorno anormal futuro, é um ambiente a ser explorado, de modo a selecionar winners e destacar a contabilidade como mecanismo de redução de assimetria informacional entre o gestor e os investidores. A separação de empresas winners, segundo Piotroski (2000) pode ser feita a partir de um Score elaborado por meio de indicadores financeiros, que Lopes e Galdi (2006) em sua pesquisa chamaram de R_Score. Este estudo foi desenvolvido a partir do resultado de pesquisa de Piotroski (2000), Gabrielli e Saito (2003) e Lopes e Galdi (2006). Tanto Piotroski (2000) quanto Gabrielli e Saito (2003) corroboram com a observação de que somente a análise de eventos, ou a análise 2 fundamentalista por exemplo, a recompra de ações, pode não ser suficiente para se obter retornos anormais futuros positivos. Assim este estudo de justifica, no intuito de unir a análise estruturalista e o estudo de eventos que possam separar empresas com expectativa de retorno anormal positivo. O fenômeno observado por Gabrielli e Saito (2003) de acordo com Jensen e Meckling (1976, p. 308), está fundamentado na teoria de agência. Jensen e Meckling (1976, p. 308), Hendricksen e Van Breda (1999, p. 139), e Akerlof (1970), corroboram com o conceito de que a teoria de agência apresenta um cenário, no qual um ou mais acionistas (principal) contratam o Gestor (agente), no intuito de que o contratado desempenhe determinada tarefa em favor da empresa. Assim Jensen e Meckling (1976, p. 308) argumentam que o agente tem acesso às informações da empresa e poderá usá-las, para atender ao seu interesse pessoal em detrimento aos interesses dos acionistas. Diante do exposto, o gestor pode recomprar ações da própria empresa nas seguintes situações: a) por não ter projetos com retorno positivo e assim substituir a distribuição de dividendos (ROSS, WESTERFIEL e JAFFE, 2002); b) para reduzir custo de agência com a redução do excesso de fluxos de caixa (KRAUS, 2003); c) ajustar a sua estrutura de capital (KRAUS, (2003) e GABRIELLI E SAITO (2003)); ou ainda d) sinalizar para o mercado em que atua que suas ações estão subavaliadas (ROSS, WESTERFIEL e JAFFE, 2002). A existência de assimetria entre o gestor e o acionista minoritário, no caso da recompra de ações, pode ser observado no resultado do trabalho de Gabrielli e Saito (2003), de que o retorno anormal das ações das empresas que anunciaram recompra foi negativo no período de 1994 a 1999 e passou a positivo no período de 2000 a 2002. Em sua pesquisa Gabrielli e Saito (2003) apresentam a alteração na Instrução CVM 299/1999 como explicação para o fato do retorno anormal ser negativo e passar a positivo. Neste sentido, Gabrielli e Saito (2003) destacam que o fato de determinada empresa no período 2000 a 2002 anunciar recompra de ações não significa, necessariamente, que aquela ação atingiria retorno anormal positivo. Por outro lado Gabrielli e Saito (2003) destacam ainda que o fato de determinada empresa anunciar recompra de ações no período de 1994 a 1999 não significa, necessariamente, que a ação daquela empresa atingiria retorno anormal negativo. Neste estudo a Contabilidade se destaca como peça relevante para a redução da assimetria informacional entre o investidor e o gestor, por meio de uma análise fundamentalista, para separar dentre as empresas que anunciaram a recompra de ações, as empresas winners e losers. O R_Score é a estrutura a partir da qual foram separadas as empresas em winners e losers. O R_Score foi construído, por meio de uma análise fundamentalista e segue, a proposta de Lopes e Galdi (2006), com a utilização de indicadores de lucratividade, estrutura de capital e eficiência operacional. Depois de classificadas as empresas, verificar se há diferença na concentração de empresas winners e losers no período de 1994 a 1999 e no período de 2000 a 2002, que justifique o retorno anormal encontrado por Gabrielli e Saito (2003). Na seqüência verificar se a mediana dos retornos anormais dos grupos de empresas é estatisticamente igual entre as empresas winners e losers no período de 1994 a 1999 e depois verificar também no período de 2000 a 2002. Ao verificar uma amostra aproximada àquela observada por Gabrielli e Saito (2003), espera-se que no período de 1994 a 1999 se observe uma concentração maior de empresas losers do que de empresas Winners, para justificar o retorno anormal negativo de -10%, 3 observado por eles. Por outro lado espera-se que o número de empresas Winners seja maior que o de losers no período de 2000 a 2002, para justificar o retorno anormal positivo de +4% também observado por Gabrielli e Saito (2003). Espera-se ainda que o retorno anormal das empresas winners seja superior ao retorno anormal das empresas losers tanto no período de 1994 a 1999, quanto no período de 2000 a 2002, de maneira a corroborar com os resultados de Piotroski (2000) eLopes e Galdi (2006). 3. Revisão da Literatura 3.1. O efeito de portfólios construídos a partir de uma análise fundamentalista Neste tópico são apresentados estudos, nos quais foi utilizada a estratégia de construção de portfólios, por meio de indicadores financeiros, no intuito de reduzir a assimetria informacional, entre o gestor e o acionista, na busca de retorno positivo ao investir em ações. Ball e Brown (1968) se propuseram a testar a relevância da informação contábil no mercado de ações, e encontrou evidências positivas neste sentido. Assim a contabilidade se destacou com status de informação relevante para a tomada de decisão pelos investidores. A contabilidade se insere como mecanismo de redução da assimetria informacional entre o principal (acionista) e o agente (gestor). Ambos se utilizam da firma no intuito de atender às suas expectativas. Akerlof (1970), Hendricksen e Van Breda (1999) e Iudícibus e Lopes (2004) argumentam que devido ao conflito de agência, existente entre as partes, o gestor tende a maximizar a satisfação de seus interesses pessoais, mesmo que possam estar contra os interesses da empresa. Para Lima, Lima e Pimentel (2006) e Lopes (2002) no mercado brasileiro as ações de maior liquidez são as preferenciais. Diante disso, o acionista minoritário fica alheio às informações estratégicas da empresa, devido à assimetria informacional existente. Assim, Lopes e Galdi (2006) concluem que a utilização da análise fundamentalista, com base na Contabilidade, pode proporcionar ao investidor retorno anormal positivo. Fama e French (1992), Baruch e Thiagarajan (1993), Fama e French (1995), Fama e French (1996), Abarbanell e Bushee (1997), Abarbanell e Bushee (1998), Ali e Hwang (2000), Bird, Gerlach e Hall (2001), Piotroski (2000; 2005), Mohanram (2005), e Lopes e Galdi (2006), dentre outros pesquisadores, estudaram a utilização da contabilidade no intuito de verificar se havia relação entre indicadores contábeis e os retornos das ações, para proporcionar aos investidores a possibilidade de retornos diferenciados. Dichow e Sloan (1997) e La Porta (1996) observaram evidências de que tanto book-tomarket, quanto os erros sistemáticos nas projeções de crescimento dos lucros a longo prazo, podem parcialmente explicar o sucesso de estratégias de investimento contrários. Ao analisar informações financeiras no período de 1976 a 1996, Piotroski (2000) observou que, por meio do F_Score é possível separar as empresas em winners e losers. Na elaboração do F_Score Piotroski (2000) utilizou-se de nove indicadores financeiros. Na medida em que a variação dos indicadores sinalizavam bom ou mau sinal, o autor atribuía nota um ou zero, respectivamente. Assim as empresas classificadas como winners se aproximavam da nota nove, que são conceituadas por winners devido às expectativas de retorno anormal positivo. 4 Neste sentido, ao montar um portfólio apenas das melhores empresas, Piotroski encontrou evidências de que o investidor poderia obter retorno anormal de pelo menos 7,5% e até 23% se comprasse as ações winners no início do ano e as vendesse ao final do ano. Lopes e Galdi (2006) propuseram algumas adaptações ao F_Score proposto por Piotroski (2000), sobre algumas particularidades em relação ao mercado brasileiro e ainda no que se refere à utilização dos indicadores (quase contínuos), que chamou de R_Score. Ao aplicar o F_Score e o R_Score, ao mercado brasileiro, Lopes e Galdi (2006) corroboraram com os resultados encontrados por Piotroski (2000). Assim, ao analisar o mercado brasileiro no período entre 1994 e 2006, depois de separado o portfólio de winners, Lopes e Galdi (2006) propuseram ainda a separação das empresas em pequenas, médias e grandes, no intuito de verificar se o tamanho, também influenciaria o retorno anormal para um e dois anos após a construção do portfólio. Os resultados encontrados por Lopes e Galdi (2006) foram de que as empresas winners têm retorno anormal positivo. Os pesquisadores observaram ainda que as pequenas e médias empresas têm influência positiva no retorno. Assim, se um investidor comprasse ações winners e as vendesse em um ano ou em dois anos, obteria retorno anormal positivo de 8,3% ou 11,5%, respectivamente. Caso esse mesmo investidor filtrasse dentre as empresas winners aquelas pequenas e médias, o retorno anormal passaria a 34,5% se as vendesse em um ano ou 98,2% se as vendesse em dois anos. Tanto Piotroski (2000) quanto Lopes e Gaudi (2006) observaram oportunidade para a utilização da informação contábil, como mecanismo para a redução da assimetria informacional. No entanto, Lopes e Galdi (2006) destacam que, a realidade econômica representada por índices financeiros parece ser incorporada mais lentamente no preço das ações brasileiras do que no preço das ações de empresas dos Estados Unidos. Piotroski (2000, p. 6) ressalta algumas estratégias a partir das quais o acionista poderia buscar um ponto de equilíbrio entre risco e retorno: observar indicadores financeiros, distribuição de dividendos, accruals, emissão de ações e a recompra de ações. 3.2. Recompra de ações A recompra de ações de sua própria emissão é definida por Ross e Westerfield e Jaffe (2002), Gabrielli e Saito (2003). Kraus (2003) e Piotroski (2000), como uma estratégia da empresa para a redução de custo de agência, a substituição ao pagamento de dividendos, a administração de sua estrutura de capital e a sinalização de que suas ações estão sub avaliadas pelo mercado. A recompra de ações por empresas de capital aberto, vem crescendo significativamente em alguns mercados acionários do mundo, segundo Grullon e Michaelly (2002) e Ikenberry, Lakonishok e Vernaelen (2000). Sobre as empresas listadas na Bolsa de Nova York, no período de 1964 a 1973, Stewart Jr. (1976), ao analisar anualmente os retornos das ações das empresas que recompraram suas próprias ações, concluiu que a variação não é estatisticamente significativa, se comparado ao retorno das ações de outras empresas que não recompraram ações. Ao analisar a recompra com base na teoria da sinalização, Dielman, Tinothy e Wright (1980), Dann (1981), Vermaelen (1981), Lakonishok e Vermaelen (1990), Liano, Huang e Manakyan(1990), Comment e Jarrell (1991), Porter, Roenfeldt e Sicherman (1999), Ikenberry, Lakonishok e Vernaelen (2000), Mello e Shroff (2000), e Lie (2005) observaram retornos positivos para empresas que anunciaram recompra de ações. 5 Dielman, Tinothy e Wright (1980) observaram que só houve aumento estatisticamente significativo no valor das ações da empresa no mês do anúncio da recompra. Neste sentido Liano, Huang, Manakyan (1990) ao analisarem empresas americanas, observaram retornos significativos por cinco dias a partir do anúncio de recompra de ações. No Brasil, Moreira (2000) e Gordon (2002) concluíram que a recompra de ações sinaliza retorno anormal positivo estatisticamente significativo. Gabrielli e Saito (2003), por outro lado, concluíram que o retorno anormal foi negativo no período de 1994 a 2002, para as empresas que anunciaram recompra de ações. A sustentação legal para a recompra de ações, no Brasil, é formada pela Lei 6.385 de 1976 que dispõe sobre o mercado de ações que criou a CVM. De acordo com a Lei 6.404/76, Art. 5º § 2º a aquisição das ações pela própria companhia aberta, “obedecerá sob pena de nulidade, às normas estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários, que poderá subordiná-la a prévia autorização em cada caso”. As instruções CVM 10/1980, 229/1995, 299/1999 e a 345/2000, dentre outras, dispõem sobre a aquisição por companhias abertas de ações de sua própria emissão, para cancelamento ou permanência em tesouraria, e respectiva alienação. No entanto, o foco deste estudo, neste tópico, se dá no impacto da Instrução CVM 299/1999, destacada por Gabrielli e Saito (2003) como mecanismo de proteção ao acionista minoritário em relação à recompra de ações. A Instrução CVM nº 345/2000 altera a Instrução CVM nº 299/1999, em relação a divulgação de informações, alienação de controle acionário, participação de acionista controlador, administrador e membro do conselho fiscal, relacionados com a negociação de ações de própria emissão; e ofertas públicas para aquisição de ações. A Instrução CVM nº 345/2000 no Art 12, descreve que no caso de haver habilitação de acionistas minoritários, detentores de quantidade de ações superior a um terço das ações em circulação, a empresa “desistirá da oferta; (NR*); fará aquisição proporcional pelo número de ações de propriedade dos aceitantes da oferta, até o limite de um terço da ações em circulação; ou (NR*); iniciará novo procedimento de oferta pública”. No Art. 12 da Instrução CVM nº 345/2000, conforme Brasil (2000) fica estabelecida a proteção aos acionistas minoritários, uma vez que nos casos em que a adesão seja superior a um terço, o acionista é forçado a vendê-la para não ficar com uma ação que não tenha mais liquidez. A Instrução 390/2003 não foi levada em consideração para esta análise, uma vez que o período analisado se limita a 1994 a 30 de junho de 2002. Gabrielli e Saito (2003) em seu artigo se propuseram a verificar, se o anúncio da recompra teria impacto positivo no preço das ações, antes e após a aprovação da Instrução CVM 299/1999. Eles concluíram que “há influência positiva, da introdução da Instrução CVM nº 299 nos resultados das recompras de ações no mercado brasileiro”. Inclusive Gabrielli e Saito (2003) observaram ainda que “antes da aplicação desta Instrução, as recompras apresentavam retornos anormais acumulados significativamente negativos” de -10%. Os autores argumentam ainda que “Após a promulgação da Instrução CVM nº 299 as ações passam a obter retornos anormais acumulados positivos de +4%, ou seja, há evidência de que a Instrução CVM nº 299 proporcionou benefícios aos acionistas minoritários”. O resultado de pesquisa de Gabrielli e Saito (2003) destaca a normalização como fator explicativo para variação do retorno anormal das ações de empresas brasileiras que anunciaram recompra de ações no período analisado. 6 Nesta pesquisa foi aplicada a análise fundamentalista, que conforme Lopes e Galdi (2006) é capaz de separar as empresas com expectativas de retorno anormal positivo. Assim a variação na concentração de empresas winners e losers poderia ser uma justificativa para a variação no retorno anormal das ações encontrado por Gabrielli e Saito (2003) que foi negativo no período de 1994 a 1999 e passou a positivo no intervalo de 2000 a 2002. 4. Hipóteses As hipóteses a serem testadas neste estudo foram elaboradas com base na revisão da literatura, especialmente a partir do resultado de pesquisa de Gabrielli e Saito (2003) e Lopes e Galdi (2006). Assim, limitado à amostra descrita no tópico Metodologia são apresentadas as hipóteses a serem testadas: H1: no período de 1994 a 1999, o número de anúncios de recompra por empresas losers é menor do que a concentração de anúncios de empresas Winners. H2: no período de 2000 a 30/06/2002, a concentração de anúncios de recompra por empresas winners é menor do que o número de anúncios de recompra por empresas losers. H3: O retorno anormal mediano das empresas winners e o retorno anormal mediano das empresas losers do período de 1994 a 1999, no ano do anúncio de recompra é estatisticamente igual. H4: O retorno anormal mediano das empresas winners e o retorno anormal mediano das empresas losers do período de 2000 a 30/06/2002, no ano do anúncio de recompra é estatisticamente igual. 5. Metodologia Para a elaboração desta pesquisa, partiu-se da observação feita por Piotroski (2000), Lopes e Galdi (2006), de que por meio de informações contábeis seria possível separar as empresas em vencedoras e perdedoras, de acordo com a expectativa de retorno anormal das ações. O R_Score foi construído, conforme Equação 1 e Tabela 1. R _ Score = R _ ROA + ΔROA + CF − R _ ACCRUAL + R _ ΔLIQUID − R _ ΔENDIVIDAMENTO + OFERTADEAÇÕES + R _ ΔGIRO + R _ ΔMARGEM Equação 1: construção do R_Score Fonte: Lopes e Galdi (2006) A amostra estudada refere-se às empresas listadas na Bovespa, com dados disponíveis (informações contábeis) de um e dois anos antes do anúncio da recompra de ações, ou seja, do período de 1992 a 2000. Essas informações foram utilizadas para a elaboração de índices financeiros de lucratividade, de estrutura de capital e de eficiência operacional, apresentados na Tabela 1. 7 Lucratividade ROA CF Tabela 1: Indicadores para a formação do F_Score LLit / AtivoTotalt −1 (CXECX it − CXECX it −1 ) / AtivoTotalt −1 ROAit − ROAit −1 ∆ROA ( LLit − (CXECX it − CXECX it −1 )) / AtivoTotal t −1 Estrutura de Capital ( AtivoCirc.it / P.Circ.it ) − ( AtivoCirc.it −1 / P.Circ.it −1 ) ∆LIQUIDEZ OFERTA DE AÇÕES Se a empresa emitiu ações no último ano antes da construção do portfólio, logo recebe o sinal zero (0) se não emitiu recebe o sinal um (1) Eficiênc ia ACCRUAL ∆MARGEM ( LucBrut it / Re it ) − ( LucBrut it −1 / Re cit −1 ) ∆ENDIVID. ∆GIRO (( P.Circit + PELPit ) / Ativoit ) − (( P.Circit −1 + PELPit −1 ) / Ativoit −1 ) (Re cit / Ativoit ) − (Re cit −1 / Ativoit −1 ) ↑ROA > zero (1) ↓ROA < zero (0) ↑CF > zero (1) ↓CF < zero (0) ↑ ∆ROA > zero (1) ↓∆ROA < zero (0) ↑CF > ROA (1) ↓CF < ROA (0) ↑∆LIQ > zero (1) ↓∆LIQ < zero (0) ↑∆END < 0 (1) ↓∆END > 0 (1) ↑OFER = 0 (1) ↓OFER > 0 (0) ↑∆MARG > 0 (1) ↓∆MARG < 0 (0) ↑∆GIRO > 0 (1) ↓∆GIRO < 0 (0) Fonte: Adaptado de Piotroski (2000) e Lopes e Galdi (2006). Onde: LLit = Lucro líquido da empresa i no período 1; CXECX = Caixa e equivalente a caixa; AT CIRC = Ativo circulante; P.CIRC.= Passivo circulante; PELP = Passivo exigível a longo prazo; e LUC BRUT = Lucro Bruto; e REC = Receita de vendas. Para a elaboração do R_Score, foram seguidas as mesmas indicações apresentadas por meio do sinal constante da última coluna usada para construção do F_Score apresentado na Tabela 1, mas utilizando-se dos próprios indicadores. Lopes e Galdi (2006), chamaram o R_Score de quase-contínuo, devido à inserção de um para as empresas que emitiram ações um ano antes da construção do portóflio. Na base de dados Economática foram selecionadas informações contábeis, do quarto trimestre do ano fiscal das empresas listadas na Bovespa, para a elaboração dos índices financeiros, a partir dos quais foram elaborados os R_scores. Para tanto seguiu-se a proposta de Lopes e Galdi (2006), principalmente em relação ao Caixa e equivalente a caixa. Assim ROA, ∆ROA, CF e ACCRUAL indicam a lucratividade das empresas; ∆LIQUIDEZ, ∆ENDIVIDAMENTO, OFERTA DE AÇÕES, indicam estrutura de capital; e ainda ∆MARGEM e ∆GIRO, representam eficiência operacional. Ao índice oferta de ação foi atribuído o valor um para as empresas que não emitiram ação no ano anterior à elaboração do portfólio e zero para as empresas que emitiram ação. Foram elaborados os R_Scores para os períodos de 1994 a 1999 e 2000 a 2002, separadamente para as empresas listadas na Bovespa, e ainda os anúncios de recompra por meio da base de dados Economática. Foram catalogados 317 anúncios de recompra, elaborados pelas empresas, por meio de jornal de grande circulação, CVM e Bovespa. Foi elaborado um R_Score, dessas empresas foram excluídas 2,5% das winners e 2,5% das empresas losers. A partir do R_Score restante classificou-se as empresas com 20% dos 8 R_Scores superiores, chamadas winners e 20% dos R_Scores inferiores, chamadas losers. A opção pela exclusão de 5% se deu, conforme metodologia usada por Lopes e Galdi (2006). Na seqüência foram excluídas as empresas que não anunciaram recompra no período analisado. Observou-se que analisar somente 20% do R_Score superior e inferior comprometeria o resultado devido à baixa representatividade da amostra para suportar os testes estatísticos. Diante do exposto se optou por separar as empresas em 50% winners e 50% losers no intuito de englobar todos os anúncios de recompra, com informações contábeis disponíveis na base de dados Economática, para os períodos analisados. Na seqüência foi aplicado o teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov que indicou, que o R_Score das empresas winners e losers não se distribuem de forma normal. Logo foi aplicado o teste Mann-Whitney e Willcoxon, para verificar se a mediana do R_Score das empresas winners e a mediana do R_Score das empresas losers é estatisticamente igual. Foram calculados os retornos anormais das empresas no ano do primeiro anúncio de recompra por empresa, representado na Equação 2. E ( R A ) = RF + β A [R( RM ) − RF ] Equação 2: cálculo do retorno anormal - CAPM Fonte: Mellagi Filho e Ishikawa (2000) Onde: E(RA) = taxa esperada de retorno do ativo A; RF = taxa livre de risco, representada neste trabalho pela poupança; βA = medida dos retornos da ação frente aos retornos do mercado; E(RM) = retornos esperados do mercado. No mercado brasileiro a poupança se apresenta como uma proxy para a taxa livre de risco. O modelo de determinação do preço dos ativos, (CAPM - Capital Asset Pricing Model), foi calculado a partir do Índice Bovespa do último dia útil do ano do primeiro anúncio de recompra do ano para cada empresa. Tanto o índice anual da Bovespa quanto o índice de poupança anual foram capturados no site do Ipeadata (BRASIL, 2007). O Beta foi capturado na Base de Dados Economática para cada empresa (Equação 2). 5. Análise dos Resultados Neste tópico são apresentados os resultados e análise dos testes, por meio dos quais foram respondidas as questões de pesquisa. Para responder à primeira questão de pesquisa, foram elaborados os R_Scores,com base numa análise fundamentalista que se utiliza da Contabilidade, então foram excluídas as empresas que não tinham informações contábeis disponíveis. Na seqüência a amostra foi dividida ao meio. Assim, 50% dos R_Scores maiores foram chamados de winners enquanto que os 50% menores fram chamados de losers. Dessas empresas foram excluídas aquelas que não anunciaram a recompra de ações, assim foram analisadas 182 anúncios de empresas, que correspondem a 57% dos anúncios de recompra, catalogados por meio da Base de Dados Economática. 9 Para a verificação do pressuposto de normalidade dos R_Scores das empresas winners e losers se utilizou do teste Kolmogorov Smirnov ( Tabela 2), que indica a normalidade dos R_Scores somente para o período de 1994 a 1999. Tabela 2: Teste de normalidade do R_Score das empresas analisadas R_Score Período Winners 1994 a 1999 Losers 1994 a 1999 Winners 2000 a 30/06/2002 Losers 2000 a 30/06/2002 Fonte:elaborado pelos autores Mediana 1,257 0,07148 1,356 0,5607 Desvio padrão 0,2489 0,2308 0,2739 0,2848 N KS P_Value 37 39 60 46 0,116 0,121 0,212 0,17 0,15 0,15 0,01 0,01 Devido à não normalidade dos R_Scores, optou-se por utilizar do teste não paramétrico Mann-Whitney e Willcoxon (SIEGEL e CASTELLAN JR.), para verificar se a mediana do R_Score das empresas Winners é igual à mediana do R_Score das empresas losers. Os resultados dos testes Mann-Whitney e Willcoxon indicam que a mediana do R_Score das empresas winners e a mediana do R_Score das empresas losers, não é igual, para todos os períodos analisados ao nível de significância de 5% (Tabela 3). Tabela 3: Teste Mann-Whitney e Willcoxon do R_Score de empresas winners e losers Período R_Score Winners 1994 a 1999 Losers Winners 2000 a 2002 Losers Winners 1994 a 2002 Losers Fonte: elaborado pelos autores N 37 39 60 46 97 85 MannWhitney Mediana Valor P 1,2451 0,00 0,719 1,2794 0,00 0,619 1,2776 0,00 0,6743 Willcoxon Valor P 0,00 0,00 0,00 A primeira hipótese testada foi: no período de 1994 a 1999, o número de anúncios de recompra por empresas losers é menor do que a concentração de anúncios de empresas Winners. Com base no exposto na Tabela 3, as empresas winners e losers foram agrupadas 76 para o período de 1994 a 1999, sendo 37 winners e 39 losers. Assim o retorno anormal negativo observado por Gabrielli e Saito (2003) no período de 1994 a 1999, se justifica pela análise fundamentalista, uma vez que a concentração de empresas losers é maior do que a concentração de empresas winners. A segunda hipótese testada foi: no período de 2000 a 30/06/2002, a concentração de anúncios de recompra por empresas winners é menor do que o número de anúncios de recompra por empresas losers. No que se refere ao período de 2000 a 2002, foram verificados 106 anúncios de recompra para o período de 2000 a 2002 com 60 anúncios de empresas winners e 46 de empresas losers. Neste sentido o retorno anormal encontrado por Gabrielli e Saito (2003) para o período de 2000 a 2002, também foi justificado pela concentração de empresas winners e losers. 10 Tabela 4: Justificativa para o retorno anormal encontrado por Gabrielli e Saito (2003) Anúncios catalogados Empresas anunciantes no período de 1994 a com informações 2002 contábeis disponíveis Concentração de winners e losers (1994 a 2002) (1994 a 1999) 2000 a 2002 1994 a 2002 Winners e Percentual losers winners losers winners losers winners losers 317 182 37 39 60 46 97 85 57% Fonte: elaborado pelos autores A segunda questão de pesquisa é: ao separar as empresas que anunciaram recompra de ações em winners e losers, no período de 1994 a 1999 e no período de 2000 a 2002, é possível de obter retornos anormais diferenciados para os dois grupos de empresas, em cada período analisado? Para o suporte estatístico dos resultados encontrados, fez-se a verificação da normalidade dos Retornos anormais - RA das ações das empresas winners e losers de 1994 a 1999 e de 2000 a 2002, que está demonstrado na Tabela 5. O teste de normalidade do Kolmogorov-Smirnov, indica que só há normalidade para o retorno anormal de 2000 a 2002 tanto das empresas winners quanto das empresas loser e no período de 1994 a 1999 para o retorno anormal das empresas losers. Logo, os retornos anormais dos demais grupos não se distribuem de modo normal (Tabela 5). Tabela 5: Teste de normalidade do retorno anormal das empresas analisadas R_Score Winners Losers Winners Losers Winners Losers Período 1994 a 1999 1994 a 1999 2000 a 30/06/2002 2000 a 30/06/2002 1994 a 2002 1994 a 2002 Mediana 0,37000 0,10820 0,01475 0,00897 0,17100 0,05981 Desvio padrão 0,4 0,3043 0,07279 0,06873 0,3213 0,2872 N 22 21 28 20 50 41 KS Valor P 0,22 0,01 0,11 0,15 0,12 0,15 0,1 0,15 0,2 0,01 0,16 0,016 Fonte:elaborado pelos autores Diante da não normalidade do retorno anormal (Tabela 5), assumiu-se os testes nãoparamétricos Mann-Whitney e Wilcoxon, conforme Siegel e Castellan Jr. (2006). Ao nível de significância de 5%, verificou-se se que a variância dos retornos anormais das empresas é estatisticamente igual, para o teste da terceira e quarta hipóteses. H3: o retorno anormal mediano das empresas winners e o retorno anormal mediano das empresas losers do período de 1994 a 1999, no ano do anúncio de recompra é estatisticamente igual; H4: o retorno anormal mediano das empresas winners e o retorno anormal mediano das empresas losers do período de 2000 a 30/06/2002, no ano do anúncio de recompra é estatisticamente igual. Na Tabela 6 se apresenta o resultado do teste de Mann-Whitney e Willcoxon para verificar se o retorno anormal mediano das empresas winners e losers é estatisticamente igual. 11 Tabela 6: Teste Mann-Whitney do Retorno anormal de empresas winners e losers Período R_Score N 1994 a Winners 22 1999 Losers 21 Winners 2000 a 28 Losers 20 2002 Fonte: elaborado pelos autores Mediana 0,3034 0,1184 0,02381 0,007171 Valor P MannWhitney Valor P Willcoxon 0 0 0 0 Os testes não-paramétricos Mann-Whitney e Will-coxon indicam que o retorno anormal das empresas winners e losers, que anunciaram a recompra de ações, não é igual para o período de 1994 a 1999 e no período de 2000 a 2002 (Tabela 7). O resultado do teste Wilcoxon indica que o retorno anormal das ações das empresas winners e losers, que anunciaram a recompra de ações de sua própria emissão não é igual, e indica ainda que o retorno anormal mediano das empresas winners é estatisticamente superior ao retorno anormal das empresas losers, no período analisado (Tabela 6). 6. Consideraçoes Finais Neste estudo observaram-se indícios de que o retorno anormal negativo de (-10%), no período de 1994 a 1999, encontrado por Gabrielli e Saito (2003), pode ser justificado pelo fato de a concentração de empresas losers ter sido superior ao número de empresas winners que anunciaram a recompra de ações. Neste sentido, verificou-se ainda que o retorno anormal significativamente positivo de +4% também encontrado por Gebrielli e Saito (2003), pode ser justificado pela concentração de anúncios de recompra por empresas winners ser superior ao número de empresas losers no período de 2000 a 2002. Na seqüência verificou-se ainda que ao separar dentre as empresas que anunciaram a recompra de ações as winners das losers é possível se obter retornos anormais mediano de +27% para as empresas winners, no período de 1994 a 1999 e de +2,9% no período de 2000 a 2002. Assim pode-se concluir que este estudo corrobora com os resultados apresentados por Gabrielli e Saito (2003), Piotroski (2000) e Lopes e Galdi (2006). Conclui-se ainda que a análise fundamentalista pode ajudar aos investidores a selecionar empresas com expectativa de retornos positivos no mercado acionário brasileiro, também entre as empresas que recompram ações. Uma proposta de pesquisa futura é separar as winners, por meio de indicadores financeiros, e analisar ainda distribuição de dividendos, accruals, emissão de ações, liquidez e governança corporativa, dentre outros fatores que possam proporcionar aos investidores retorno anormal positivo. Referências ABARBANELL, Jeffrey S. BUSHEE, Brian J. 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