1 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br NOVEMbro 2014 ÓRGÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS PROCURADORES FEDERAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - Fundada em 02/12/1981 R. Álvaro Alvim, 21/2º andar CEP:20031-010 - Sede Própria - Tel/Fax: (21)2532-0747 - 2240-2420 - MENSAL - ano XXXI - Nº 334 - novembro 2014 - IMPRESSO XV CONPAF - São Paulo 26, 27 e 28 de Novembro Dr. Mauro Monteiro de Paiva A APAFERJ homenageia o seu segundo presidente, por ocasião do 18° aniversário do seu falecimento O ÚLTIMO DOS MOICANOS 2 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br NOVEMbro 2014 A IMPORTÂNCIA DOS CONPAFs Márcio Alemany Presidente A batalha por melhores dias para toda a Advocacia Pública teve início há mais de 50 anos. A nossa APAFERJ, pioneira nessa iniciativa, estendeu seu braço em Brasília, incentivando e contribuindo para a criação da ANPAF. Criamos uma fortaleza de grande porte que construída agregou já na época mais de 1.500 associados para a realização de um trabalho meritório ampliando e efetivando uma ação contínua que culminou com varias conquistas, destacando-se a criação das carreiras jurídicas e a implantação do subsídio constitucional. De início, a APAFERJ, congregando os Procuradores Federais, e, com a transformação e consolidação das demais carreiras, houve um esforço coletivo de todas as Associações que, unidas no mesmo propósito, souberam conduzir um processo de renovação onde a ANPAF, irmanada com a APAFERJ tiveram destaque nessa luta inovadora. A ideia dos CONPAFs foi iniciativa de ação política gerada para que se estabelecesse uma consciência coletiva dos Advogados Públicos, não somente com respeito aos interesses das carreiras, mas, sobretudo na importância cívica que representa o trabalho levado a efeito pela Advocacia de Estado na defesa do Patrimônio Público e da nossa Cidadania. Os CONPAFs foram realizados em quase todas as Capitais do Território Nacional, seu planejamento foi sempre visando a ampliar a participação de todos Associados da ANPAF ou da APAFERJ e, bem assim, de todos os demais Advogados Públicos, associados ou não a qualquer entidade co-irmã e, ainda dos estudantes de Direito e até mesmo dos demais advogados privados interessados. Era preciso cada vez mais trazer e demonstrar os cuidados das nossas obrigações para com a Sociedade Brasileira. As palestras programadas e o temário desses Congressos fortaleceram a importância dos mesmos. Professores e Operadores do Direito, Eminentes Juristas, Ministros dos Tribunais Superiores, Ministros de Estado, Deputados e Senadores, enfim um elenco de notáveis deu suas contribuições, presenteando a nossa Advocacia Pública com seus ensinamentos e experiências, abrilhantando com suas pre- senças e efetivando a qualidade desejada à realização desses eventos. Está pois a ANPAF de parabéns por continuar a pontuar nossa luta com a realização desses formidáveis conclaves, fruto das boas ideais e sementeira para as futuras conquistas que se avizinham como a aprovação da PEC nº 443/09 e a da PEC nº 82/07, ambas acarretarão a consolidação definitiva da Advocacia Pública Brasileira. Parabéns a nossa parceira e querida ANPAF por tudo o que tem realizado em prol da nossa Advocacia Pública. Frente da Advocacia Pública faz ato por votação de projetos A Frente Parlamentar Mista em Defesa da Advocacia Pública realizou ato público para pressionar pela votação de propostas de interesse da categoria na Câmara dos Deputados. Entre os projetos defendidos pela frente está a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 82/07, que está pron- ta para ser analisada pelo Plenário. A PEC garante independência funcional e autonomia financeira aos integrantes das carreiras de advocacia da União, Procuradoria da Fazenda e Procuradoria-Geral Federal. O coordenador da frente parlamentar, deputado Fábio Trad (PMDB-MS), lembrou que essas carreiras são de Estado e, por isso, precisam de autonomia em relação ao Poder Executivo. “Não podemos compactuar com aqueles que defendem que a advocacia pública seja dos governos, porque a advocacia pública integra o Estado brasileiro. Quanto mais auto¬nomia funcional e admi- nistrativa prevalecer, evidente-mente que melhor para o Estado brasileiro”, disse Trad. Também sobre a advocacia pública, uma comissão especial analisa a PEC 443/09, que trata da remuneração de advogados públicos, podendo incluir ainda, carreiras policiais. Essa proposta precisa ser votada pela comissão e pelo Plenário. O ato público foi no hall da taquigrafia. Face à importância da matéria, a APAFERJ solidariza-se com a Frente Parlamentar Mista em defesa da Advocacia Pública, no sentido de que seja aprovada a PEC 82/07 para o fortalecimento das carreiras da Advocacia Pública Federal. JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 3 NOVEMbro 2014 A ORDEM PÚBLICA E A JUSTIÇA Ney Machado. Procurador Federal. Professor da Uff A violência, de que espécie for, contra pessoas, bens e o próprio Estado, sem sombra de qualquer dúvida tem, em razão de sua proporção, levado pânico a toda a sociedade, pois já não respeita a vida, tornando-a vítima indefesa da terrível ação impetuosa e desumana. Registre-se que as próprias autoridades constituídas não estão livres da barbárie que atinge nosso País, haja vista a Digna Magistrada morta com tremenda crueldade por agentes que tinham o dever de defendê-la. Dessa forma, começa a esboçar-se uma reação social ante tamanha violência, resultante de um complexo de causas e efeitos basicamente de ordem sócio-econômica. Vale ressaltar que a posição de singular importância na restauração plena da ordem jurídica do Estado de Direito, no sentido de fortalecer a Justiça, compete não só a uma legislação rigorosa, como à redução da maioridade penal. Entende-se, pois, que esta reação cabe não apenas ao Poder Judiciário e aos agentes que dão suporte à atividade jurisdicional, mas também às corporações (Polícia Militar, Polícia Federal etc...), e sobretudo o Ministério Público, responsáveis no combate rijo, consistente, corajoso, e sobretudo, valente. Em suma, há necessidade de convocar-se toda a sociedade, todos os segmentos que possam participar dessa cruzada na efetivação de uma autêntica or- dem pública no fortalecimento da Justiça. Entretanto, quando se trata de violência, permissa maxima venia, é importante dizer e apontar-se que a violência que ofende a ordem pública e a própria Justiça pode ser: a) física; b) moral; c) iminente e, d) arbitrária. Com efeito, todos compreendem e sentem que a violência em que sentido ou grau for opera um terrível retrocesso ao equilíbrio normal da vida, dos bens e direitos dos cidadãos. Plácido e Silva leciona que a ordem pública é a situação e o estado de legalidade normal em que as autoridades com o devido e necessário respeito à legalidade, à moralidade, à impessoalidade e à eficiência, exercem suas atribuições, e assim a sociedade possa acatar e respeitar, sem constrangimento ou protesto. Por derradeiro, faz-se necessário acentuar que a ordem pública não deixa de ser uma situação de legalidade apurada por quem tem competência em combater a desordem, seja de que natureza for, contra pessoas, bens ou o próprio Estado. Procuradorias evitam exploração de linha de transporte entre SC e SP sem autorização da ANTT A permissão para exploração de linha de transporte rodoviário de passageiros é uma decisão exclusiva da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Com base nesse argumento, a Advocacia-Geral da União (AGU) afastou pedido de uma empresa que pretendia continuar prestando o serviço de transporte interestadual de passageiros na linha que liga São Bento do Sul/SC a São Paulo/ SP, até a realização de licitação pública pelo órgão regulador. A Procuradoria-Regional Federal da 1ª Região (PRF1) e a Procuradoria Federal junto à Agência (PF/ANTT) conseguiram decisão favorável em ação ajuizada pela Auto Viação Socorro Turismo Ltda. As procuradorias da AGU defenderam que a “outorga de permissão de exploração de linha de transporte rodoviário de passageiros configura decisão discricionária do órgão regulador”. Os procurado- res destacaram que compete à ANTT a regulação do setor e a verificação da real necessidade daquela linha, mediante estudos de viabilidade técnica e econômica. A intervenção do Poder Judiciário, ressaltaram as unidades da AGU, violaria o princípio da separação de poderes. A PRF1 e a PF/ ANTT lembraram, ainda, que o próprio Supremo Tribunal Federal já decidiu no sentido de que “os princípios constitucionais que regem a administração pública exigem que a concessão de serviços públicos seja precedida de licitação pública. Contraria os artigos 37 e 175 da Constituição Federal decisão judicial que, fundada em conceito genérico de interesse público, sequer fundamentada em fatos, e a pretexto de suprir omissão do órgão administrativo competente, reconhece ao particular o direito de exploração de serviço público sem a observância do proce- dimento de licitação”. Reconhecendo a existência desses precedentes e seguindo a tese reiterada pela Advocacia-Geral, a 2ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal julgou improcedente o pedido da Auto Viação. A PRF 1ª Região e a PF/ANTT são unidades da ProcuradoriaGeral Federal, órgão AGU. Ref.: Ação Ordinária nº 5600486.2014.4.01.3400 - 2ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal. 4 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br NOVEMbro 2014 A História do Livro Na antiguidade e no começo da Idade Média, os livros eram escritos a mão e consistiam em vários rolos de papiro ou de pergaminho, reunidos em maços. Na Europa, no século XIII, os livros eram formados por páginas costuradas em uma lombada. Mas ainda eram manuscritos, o que os tornava raros e caros, sendo os possuidores de bibliotecas considerados milionários excêntricos. Os chineses foram os pioneiros na arte de imprimir livros, usando blocos de madeira com caracteres entalhados. Passava-se tinta nesses blocos, que eram em seguida aplicados ao papel. Os primeiros livros versavam sobre magia e temas escolares. O mais antigo livro de que se tem notícia é datado de 11 de maio de 868 – sim, você não está enganado, e ano é esse mesmo, tendo sido encontrado nas grutas de Dunhuang, na região chinesa de Xinjiang. São discursos de Buda para seu discípulo Subhuti. Por volta do ano de 1040, o alquimista chinês Pi Cheng usou argila cozida para produzir os primeiros tipos (qualquer peça, geralmente móvel e em relevo, que tem a função de imprimir determinada letra ou sinal) móveis, os quais podiam ser reutilizados após a impressão, porque as letras eram Os chineses foram os pioneiros na arte de imprimir livros, usando blocos de madeira com caracteres entalhados. entalhadas separadamente. O conhecimento dos tipos móveis chegou à Europa muitos anos depois e foi aperfeiçoado pelo alemão Johannes Gensfleisch Gutenberg (1400-1468), que em 1438 começou a fazer impressões com tipos de metal, que proporcionavam maior nitidez à escrita. Uniu os tipos metálicos em palavras, frases, parágrafos e, finalmente, páginas. Seu livro mais famoso é a Bíblia de Gutenberg, impressa entre 1451e 1456. O livro representa o conhecimento condensado e duradouro, mas para que esse manancial de conhecimento possa fluir para o povo, é preciso que se mude e muito a política educacional, pois desde tempos imemoriais o livro é a forma, depois da fala, mais completa A Imprensa de Gutenberg de ligação entre a cultura, o conhecimento, a ciência e o povo que anseia por seu conteúdo. Mesmo que os dias de hoje ainda não sejam tão favoráveis à popularização da leitura, que Você sabia? esta seja a meta dos próximos governos e que com esforço e luta possamos vencer o analfabetismo no país, para que possamos fazer da leitura um hábito tão acessível quanto saudável. Os primeiros suportes utilizados para a escrita foram tabuletas de argila ou de pedra. A seguir veio o khartés (volumen para os romanos, forma pela qual ficou mais conhecido), que consistia em um cilindro de papiro, facilmente transportado. O “volumen” era desenrolado conforme ia sendo lido, e o texto era escrito em colunas na maioria das vezes (e não no sentido do eixo cilíndrico, como se acredita). Algumas vezes um mesmo cilindro continha várias obras, sendo chamado então de tomo. O comprimento total de um “volumen” era de c. 6 ou 7 metros, e quando enrolado seu diâmetro chegava a 6 centímetros. O papiro consiste em uma parte da planta, que era liberada, livrada (latim libere, livre) do restante da planta - daí surge a palavra liber libri, em latim, e posteriormente livro em português. Os fragmentos de papiros mais “recentes” são datados do século II a.C.. JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 5 NOVEMbro 2014 A Cultura e o Poder Allam Soares Procurador Federal O termo intelectual surgiu de “inteligencija”, criado por um romancista russo e difundido por Turgueneev. Essa palavra típica da Rússia Tzarista e de países eslavos se tornou, em geral, designativa dos que tinham instrução superior. Após dezenas de anos, surgiu na França e, em sequência, espalhou-se por outros países civilizados. Eram considerados intelectuais os literatos, doutores, escritores e até clérigos, nos países predominantemente religiosos. A existência desses intelectuais condicionava-se, principalmente, ao grau de liberdade e civilização de cada país. Eles veiculam visões do mundo, criticam ideias e até sistemas e ideologias. Nas democracias é habitual o choque entre os divergentes tipos intelectuais, sendo, em geral, valorizados os que optam, confortavelmente, pelo chamado pensamento politicamente correto. Jean Paul Sartre os conceituava como técnicos do conhe- “Diante das tentativas de Giancarlo Pajetta de convertê-lo à sua ideologia de esquerda, Mila o repeliu e perguntou: E com a liberdade, o que faremos?” (Norberto Bobbio, em Nuvola, II, n.3 – 1992, p. 6-8) cimento humano, mas ele mesmo tinha uma específica ideia de como defini-los e reconhecê-los. Para ele eram falsos os intelectuais que, frente à Guerra da Argélia, colocavam no mesmo plano a extrema violência francesa e argelina. Diversamente, Albert Camus tinha uma visão mais próxima do “maître penseur” Julien Benda, que, em seu livro “La Trahison des Clercs”, sustentou que intelectuais são os que defendem os supremos valores da civilização, e os que assim não atuam e adotam a paixão dos homens de partido traem sua missão. Outros autores mais à direita, como Mannheim e Ortega y Gasset entendem, o primeiro, que a atuação é teórica e política, pois lhes cabe fazer a síntese das diversas ideologias, que ensejam novas orientações políticas. O segundo considera que é papel do intelectual educar as massas. À esquerda, podemse citar aqueles que veem os intelectuais como escritores (ou artistas, cientistas etc) engajados, o que os levaria, habitualmente, a defender posturas tidas como esquerdistas e/ou revolucionárias. A superioridade de Julien Benda decorre de sua independência e devoção democrática, requisitos exigidos para um autêntico intelectual, o qual tem de defender valores absolutos de justiça, de verdade e o respeito à pessoa humana. Ele está, muitas vezes, na prática, próximo do pensamento socialista, embora seu racionalismo radical se choque com o rígido historicismo materialista. Estas considerações vêm a propósito do forte engajamento de alguns, que poderiam ser considerados intelectuais, no recente embate político, no qual houve uma forte tendência em recriminar os que não fossem considerados do lado “certo”. Estes foram alvos preferenciais de ataques nas campanhas e redes sociais. Não incumbiria aos chamados intelectuais uma política contra ou favorável a políticos, mas uma postura serena e firme, em prol da responsabilidade social e que favorecesse a liberdade, a ética e a justiça. REFORMAS O filme “Doze Homens e uma Sentença” notabiliza-se por explicitar comportamentos sócio-culturais e mostra um Diretor de grande respeito pela inteligência do cinéfilo. Transcorre nas salas de um Tribunal, onde 12 homens deverão decidir sobre o destino de jovem acusado de parricídio. Os jurados têm posições distintas: um é racista, outro é um fanático por lógica, o terceiro um deslocado imigrante e o quarto deseja decidir logo para assistir a um jogo de baseball. Eles não enfocam muito as provas da autoria do crime. Após horas de discussão, os votos são alterados por dúvidas, perplexidade ou cansaço e o placar, que antes era 11 a 1 pela condenação, converte-se em unanimidade pela absolvição. Lembrei-me desse filme, por causa da cansativa e equivocada lógica de que o povo deve ser o responsável direto pela reforma política, através do plebiscito. Sem entrar no mérito, cinjo-me a sustentar que ele se choca com o princípio jurídico da razoabilidade, que inadmite decisões que não tenham pertinência objetiva e subjetiva com a razoabilidade. Como afirmou o Dr. Nagib Slaibi Fº, “a lógica do direito é a lógica do razoável – não há legalidade sem razoabilidade.” Como pretender que 140 milhões de eleitores votem em questões eleitorais, como um único turno, voto plurinominal, distrital, coligações, listas abertas etc? Acreditar que o povo aprecie questões legais, para as quais não está preparado por culpa dos vários dirigentes, seria levar a decisões não fundamentadas e/ou instrumentalizadas por certos grupos. Tais decisões desorganizariam de vez o sistema eleitoral além de, certamente, aprofundar a desigualdade social. Essa matéria cabe ao Congresso Nacional, que deve assumir a responsabilidade pelas reformas e, se imprescindível, em sequência, promover a convocação de um referendo, com questões objetivas e claras. Como no filme de S. Lumet, a proposta plebiscitária apresenta-se como de interesse de alguns, conformismo e dúvidas de outros além de omissão de muitos, sem respeito às reais condições do povo brasileiro. NOVEMbro 2014 Liminar impede corte de orçamento de 2015 para Poder Judiciário, MPU e DPU A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu liminar nos Mandados de Segurança (MS) 33186 e 33193 para impedir o corte nas propostas orçamentárias do Poder Judiciário, do Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União (DPU) para o ano de 2015. No entendimento da ministra, eventual adequação nos orçamentos de outros poderes e órgãos autônomos deve ser conduzida pelo Poder Legislativo ao analisar o projeto de lei orçamentária anual e não previamente pelo Poder Executivo ao consolidar tais propostas. A alteração das propostas orçamentárias, efetuada na Mensagem Presidencial 251/2014, foi questionada no MS 33186 pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na ação, ele alega que o Executivo, sem consulta prévia, promoveu cortes de despesas nas propostas originais enviadas pelo Judiciário e Ministério Público, incluídos o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Sustenta que o Poder Executivo deve proceder apenas à consolidação das propostas enviadas pelos demais poderes e órgãos autônomos, para seu envio ao Congresso Nacional. O MS 33193, apresentado pela DPU, informa que o ato da presidente da República, ao consolidar a proposta orçamentária e encaminhá-la ao Congresso Nacional, suprimiu 95% dos valores relativos à despesa com pessoal definida originalmente pela DPU. Segundo o órgão, o orçamento pretendido viabilizaria, em 2015, a abertura de 25 novas unidades que 6 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br já contam com orçamento de custeio previsto na norma orçamentária. Processo legislativo Segundo a decisão da ministra Rosa Weber nos dois mandados de segurança, o Executivo somente está autorizado a promover ajustes nas propostas enviadas pelos demais poderes quando as despesas estiverem em desacordo com os limites estipulados pela lei de diretrizes orçamentárias. Inexistindo incompatibilidade, não há amparo no ordenamento jurídico para a sua alteração, ainda que sob o pretexto de promover o equilíbrio orçamentário ou obtenção de superávit primário. Ainda segundo a ministra, concluída a fase de apreciação legislativa e submetido o projeto de lei orçamentária anual à Presidência da República há possibilidade de veto total ou parcial. O deferimento da liminar garante que as propostas originais – encaminhadas ao Legislativo como anexo à mensagem presidencial – sejam apreciadas pelo Congresso Nacional como parte integrante do projeto de lei orçamentária. Tal medida, ressaltou a relatora, “assegura o devido processo legislativo orçamentário, reduz o risco de lacuna orçamentária quanto ao exercício financeiro de 2015 e preserva a autonomia” dos entes envolvidos. A ministra ressaltou ainda que “é do Congresso Nacional o papel de árbitro da cizânia, pois, ao examinar, em perspectiva global, as pretensões de despesas dos Poderes e órgãos autônomos da União, exercerá o protagonismo que lhe é inerente na definição das prioridades”. Precatórios podem ser fracionados para pagar honorários Os honorários advocatícios têm natureza autônoma e podem ser executados e levantados separadamente em precatórios, inclusive via Requisição de Pequeno Valor (RPV). Foi o que decidiu o Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira (30/10), ao analisar o Recurso Extraordinário 564.132, movido pelo estado do Rio Grande do Sul. O Executivo gaúcho queria impedir o fracionamento do valor da execução de precatórios, para o pagamento de honorários por RPVs, antes de o valor principal a ser pago. Mas os ministros entenderam ser possível a execução autônoma dos honorários, independentemente do valor principal a ser recebido pelo cliente. O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Coêlho (foto), comemorou a decisão. “O STF reconheceu a essencialidade do advogado, bem como o entendimento da OAB Nacional e de toda a advocacia brasileira sobre a natureza dos honorários”, afirmou, ainda no julgamento, que teve repercussão geral do Recurso Extraordinário. A entidade atuou como amicus curiae no processo, a pedido da seccional gaúcha da OAB. O recurso começou a ser julgado em dezembro de 2008, ocasião em que o relator, o ministro Eros Grau (hoje aposentado), e os ministros Menezes Direito (morto), Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Carlos Ayres Britto (aposentado) se manifestaram favoravelmente aos argumentos dos advogados. Na avaliação deles, os ho- norários advocatícios são autônomos e, por isso, têm a mesma natureza do pagamento principal da ação sem, contudo, estar vinculado a ele. Os ministros concordaram com o argumento dos advogados de que o honorário advocatício não é um valor que pertence diretamente ao cliente e, portanto, não deve ser considerado verba acessória do processo. O julgamento, contudo, foi suspenso na época por um pedido de vista da ministra Ellen Gracie (também aposentada). Voltou à pauta da sessão desta quinta-feira (30/10) com a apresentação do voto-vista da ministra Rosa Weber (foto), que sucedeu Ellen Gracie. A ministra decidiu acompanhar o voto do relator, com base na jurisprudência que reconhece o caráter autônomo e também o caráter alimentar da verba em questão. Para Rosa Weber, a natureza da verba honorária é autônoma e alimentar. “Sem dúvidas, os artigos 23 e 24 do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil velam que os honorários são do advogado, sendo desprovidos de qualquer caráter acessório que se queira a eles associar. Exatamente pela natureza autônoma da verba, não se pode falar em desrespeito ao artigo 100, parágrafo 8º, da Constituição Federal”, afirmou. Também votaram nesse sentido os ministros Marco Aurélio e Celso de Mello. Com informações das assessorias de imprensa da OAB e do STF. JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 7 NOVEMbro 2014 Fatos . Fatos . Fatos . Fatos . Fatos . Antonio C. Calmon N. da Gama Diretor de Comunicação Social CONFERÊNCIA A XXII Conferência Nacional dos Advogados, realizada nos dias 20 a 23 de outubro, no Rio de Janeiro, ultrapassou as expectativas da Comissão Organizadora. Realmente tudo correu como se esperava: os temas desenvolvidos nas palestras foram bem recebidos pelo público que compareceu às dependências do Riocentro, em torno de 20 mil pessoas, entre Advogados, Juizes, Desembargadores, Ministros dos Tribunais Superiores e do Supremo Tribunal Federal e Membros do Ministério Público. A Advocacia Pública este representada pelas suas Associações de Classe, entre elas a APAFERJ, representada pelo seu Presidente, José Marcio Araújo de Alemany. Podemos dizer, sem medo de errar, que foi o maior evento jurídico da América Latina. CONPAF Ao lerem esta coluna, com certeza os colegas já estarão participando do XV Congresso Nacional dos Procuradores Federais. O Encontro deste ano, conforme já anunciado, será na cidade de São Paulo nos dias 26 a 28 de novembro. Está de parabéns a Comissão Organizadora do Conclave pelo local Flash São Paulo, sede do XV CONPAF escolhido e os temas que serão objetos de analise e debates pelos participes, entre os quais o tema principal “Procurador Federal: Fortalecer a carreira é investir no futuro do Brasil”. FESTA NATALINA A Diretoria da APAFERJ continua nos preparativos da nossa festa natalina, que ocorrerá este ano no Clube Marimbás – em Copacabana, e acontecerá no dia 6 de Dezembro, com início às 21h e término às 2h. Este ano teremos animação feita por DJ, que apresentará aos presentes a boa música dos anos dourados entre outras que, com certeza, divertirão os nossos Associados, além de sorteio de brindes e buffet de primeira linha. Os convites já estão à venda na sede da APAFERJ. Os interessados devem entrar em contato com a Secretária Jeane pelo telefone 2240-2420 / 2532-0747. QUINTO A próxima escolha da lista sêxtupla da Seccional do Rio, para o Quinto Constitucional dos Tribunais Federais e Estaduais, será feita em eleição direta. Caberá, portanto aos 150 mil advogados inscritos no Rio apontar aqueles que no seu entender poderão representar a classe na vaga destinada em cada Tribunal. É um avanço importante e serão criados mecanismos para assegurar total igualdade e condições aos postulantes. APRESENTAÇÃO RIO Um Mar de Histórias, contadas através da música, estará em cartaz de 21 de outubro até 13 de novembro, de terça a quinta, a partir das 19h, no Centro Cultural Justiça Federal, Av. Rio Branco, 241 – Centro, próximo à estação de Metrô Cinelândia, ingresso R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia). Maiores detalhes: site www.historiaatravesdamusica.wordpress.com. LANÇAMENTO OS CAMINHOS DO SISTEMA PENAL livro de autoria de Ranieri Mazzilli Neto, editado pela editora Revan, tem por objetivo dar ao leitor uma visão critica do sistema penal, ressaltando a ligação entre crime e a desigualdade social, que sem dúvida serve de ponto de partida para o estudo do citado sistema penal. Mais informações sobre a obra no site www.rvan.com. br ou pelo telefone (21) 2502-7495. PENSAMENTO “A flor não nasceu para decorar a casa, embora o morador pense o contrário”. Carlos Drummond de Andrade Momento Literário COMO EU TE AMO Como se ama o silêncio, a luz, o aroma, O orvalho numa flor, nos céus a estrela, No largo mar a sombra de uma vela, Que lá no extremo do horizonte aponta; Como se ama o clarão da branca lua, Da noite a mudez os sons da flauta, As canções saudosíssimas do nauta, Quando em mole vai e vem a nau flutua; Como se ama das aves o gemido, Da noite as sombras e do dia as cores, Um céu com luzes, um jardim com flores, Um canto quase em lágrimas sumido; Como se ama o crepúsculo da aurora, O manso vento que nos bosques rondeia, O sussurro da fonte que passeia, Uma imagem risonha e sedutora; Como se ama o calor e a luz querida, A harmonia, o frescor, os sons, os céus, Silêncios e cores, perfumes e vida, Os pais e a pátria e a virtude e a Deus. Assim eu te amo, assim; mais do que podem Dizer-te os lábio meus, mais do que vale Cantar a voz do trovador cansada: O que é belo, o que é justo, santo e grande Amo em tí. - Por tudo quanto sofro, Por quanto já sofri, por quanto ainda Me resta sofrer, por tudo eu te amo! Gonçalves Dias Homenagem ao Centenário de Gonçalves Dias 8 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br NOVEMbro 2014 Centenário de Gonçalves Dias Antônio Gonçalves Dias nasceu em 10 de agosto de 1823, no sítio Boa Vista, em terras de Jatobá (a 14 léguas de Caxias). Morreu aos 41 anos em um naufrágio do navio Ville Bologna, próximo à região do baixo de Atins, na baía de Cumã, município de Guimarães. Advogado de formação, é mais conhecido como poeta e etnógrafo, sendo relevante também para o teatro brasileiro, tendo escrito quatro peças. Teve também atuação importante como jornalista. Era filho de uma união não oficializada entre um comerciante português com uma mestiça, e estudou inicialmente por um ano com o professor José Joaquim de Abreu, quando começou a trabalhar como caixeiro e a tratar da escrituração da loja de seu pai, que faleceu em 1837. Iniciou seus estudos de latim, francês e filosofia em 1835, quando foi matriculado em uma escola particular. Foi estudar na Europa, em Portugal, onde em 1838 terminou os estudos secundários e ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1840), retornando em 1845, após bacharelar-se. Mas antes de retornar, ainda em Coimbra, participou dos grupos medievistas da Gazeta Literária e de O Trovador, compartilhando das ideias românticas de Almeida Garrett, Alexandre Herculano e António Feliciano de Castilho. Por se achar tanto tempo fora de sua pátria inspira-se para escrever a Canção do Exílio e parte dos poemas de “Primeiros cantos” e “Segundos cantos”; o drama Patkull; e “Beatriz de Cenci”, depois rejeitado por sua condição de texto “imoral” pelo Conservatório Dramático do Brasil. Foi ainda neste período que escreveu fragmentos do romance biográfico “Memórias de Agapito Goiaba”, destruído depois pelo próprio poeta, por conter alusões a pessoas ainda vivas. No ano seguinte ao seu retorno conheceu aquela que seria a sua grande musa inspiradora: Ana Amélia Ferreira Vale. Várias de suas peças românticas, inclusive “Ainda uma vez — Adeus” foram escritas para ela. Nesse mesmo ano ele viajou para o Rio de Janeiro, então capital do Brasil, onde trabalhou como professor de história e latim do Colégio Pedro II, além de ter atuado como jornalista, contribuindo para diversos periódicos: Jornal do Commercio, Gazeta Oficial, Correio da Tarde e Sentinela da Monarquia, publicando crônicas, folhetins teatrais e crítica literária. Em 1849 fundou com Manuel de Araújo Porto-Alegre e Joaquim Manuel de Macedo a revista Guanabara, que divulgava o movimento romântico da época. Em 1851 voltou a São Luís do Maranhão, a pedido do governo para estudar o problema da instrução pública naquele estado. Gonçalves Dias pediu Ana Amélia em casamento em 1852, mas a família dela, em virtude da ascendência mestiça do escritor, refutou veementemente o pedido. No mesmo ano retornou ao Rio de Janeiro, onde casouse com Olímpia da Costa. Logo depois foi nomeado oficial da Secretaria dos Negócios Estrangeiros. Passou os quatro anos seguintes na Europa realizando pesquisas em prol da educação nacional. Voltando ao Brasil foi convidado a participar da Comissão Científica de Exploração, pela qual viajou por quase todo o norte do país. Voltou à Europa em 1862 para um tratamento de saúde. Não obtendo resultados retornou ao Brasil em 1864 no navio Ville de Boulogne, que naufragou na costa brasileira; salvaram-se todos, exceto o poeta, que foi esquecido, agonizando em seu leito, e se afogou. O acidente ocorreu nos Baixos de Atins, perto de Tutóia, no Maranhão. A sua obra enquadra-se no Romantismo, pois, a semelhança do que fizeram os seus correligionários europeus, procurou formar um sentimento nacionalista ao incorporar assuntos, povos e paisagens brasileiras na literatura nacional. Ao lado de José de Alencar, desenvolveu o Indianismo. Pela sua importância na história da literatura brasileira, podemos dizer que Gonçalves Dias incorporou uma ideia de Brasil à literatura nacional. Canção do exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar –sozinho, à noite– Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. Gonçalves Dias JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 9 NOVEMbro 2014 DA CRIAÇÃO DA TERRA Miguel Carlos M. Paschoal Procurador Federal A história da humanidade, em todos os quadrantes da terra, vem cercada de mitos e mistérios que buscam descrever a origem do homem e das coisas. O homem, não se sentindo senhor da natureza, envereda por caminhos que o levem a satisfazer seu natural instinto de conhecer e compreender o mundo que o cerca. Não se sentindo como causa eficiente de sua existência, busca uma força ou razão superior que justifique não apenas sua existência, mas do universo que o cerca e no qual vive. Como consequência, vai suscitar uma série de conjecturas, a oscilar entre o fato percebido e o mistério que o assombra. Quase todos, senão todos os povos, abstraindo-se da realidade palpável e evidente têm, no mistério da existência, uma conotação religiosa, ou seja, a busca por um ser que constitua um elo inicial de existência, a explicar todo universo que o cerca. Filosoficamente, o homem envereda pelos caminhos da Cosmogonia. Dentre as teorias filosóficas da origem das coisas e do homem, suscitadas em vários povos, muitas delas são dignas de admiração, mas é inegável, que em meio ao emaranhado de narrativas, sobressai, inegavelmente, a cosmogonia descrita no Livro do Gênese. Ali se vê que em seis dias, Deus cria o mundo e o homem e descansa no sétimo. Ao desavisado, pode parecer que o Gênese conflita com a ciência, quando esta afirma a evolução gradativa da Terra em longos períodos ou eras e não em curtos dias. Os dias descritos no Livro Sagrado são séculos de evolução da matéria, de uma Terra que iniciara como massa cósmica, líquida e incandescente e que, por esfriamento, ganha uma crosta sólida, isto na época ígnea, em meio a outras tantas massas cósmicas espaciais, que constituíam luzeiros a separar luz das trevas. Foi o primeiro dia da criação. A seguir a massa incandescente irrompe do núcleo, rasga em vários pontos a crosta, formando os continentes. Era a época azóica, isto é, sem fósseis. Como consequência, as águas correm e se separam nos desvãos dos continentes, enquanto as águas em suspensão se condensavam acima da crosta terrestre. Era o segundo dia da criação. Cientificamente chega-se ao período em que aparecem as plantas, animais invertebrados, crustáceos, é a época paleozóica ou primária, seguindose a época mesozóica ou secundária, em que surgem peixes ósseos, e mamíferos. Já na época seguinte, ou terciária aparecem as mais altas espécies de mamíferos, entre eles o mastodonte. E assim, os períodos da evolução da Terra se sucedem, mas o que chama a atenção é o fato de, no primeiro dia ter sido criada a luz e somente no quarto dia ter sido criado o sol para presidir o dia e a lua, para presidir a noite. O que parece contradição, se a luz já havia sido criada desde o primeiro dia, como conceber um sol, que é luz para a Terra, ter sido criado no quarto dia? Não se pode esquecer que estamos falando em eras, de séculos, de milênios e, embora o sol já tivesse sido criado como luz no primeiro dia, na realidade a condensada névoa, no correr dos séculos, foi se dissipando e somente depois que a névoa se rompeu em nuvens apartadas, é que o luzeiro primeiro, o sol, brilhou para a Terra no quarto dia da criação. Atentando para a descrição da história bíblica da criação nos convencemos que os dias da criação nada mais são que descrição sinótica dos milênios por que passara a evolução da Terra e as sequências dos dias coincidem com a sequência das eras cosmológicas. Chega-se, então, à era quaternária, quando, após período glaciário, diluviano e pos-diluviano, Deus cria o homem à sua imagem e semelhança. Tal é a importância desse fato, que está a merecer um tratamento especial. Por enquanto é só! JORNAL DA DA APAFERJ APAFERJ -- www.apaferj.org.br www.apaferj.org.br JORNAL NOVEMbro 2014 2014 NOVEMBRO CONPAF 10 XV Congresso Nacional dos Procuradores Federais PROGRAMAÇÃO DATA HORA ASSUNTO TEMA 26/11/14 20h Solenidade de Abertura Entrega das Medalhas Santiago Dantas, aos agraciados com atuação relevante em prol da Advocacia Pública Federal PROCURADOR FEDERAL Essencial ao Desenvolvimento do Brasil. 500 Anos de Direito Administrativo no Brasil 26/11/14 Término da Solenidade de Abertura Coquetel 27/11/14 10h às 12h 1º Painel • Política Econômica e Desenvolvimento da Infraestrutura dos Portos e Aeroportos 27/11/14 14h às 15h 30min 2º Painel • A Malha Rodoviária e o Desenvolvimento. 27/11/14 15h 30min às Coffee Break 16h 27/11/14 16h às 18h 3º Painel 1. Desenvolvimento Sustentável Sócio Ambiental e Agrário: Uma oportunidade Econômica para o Brasil. 28/11/14 9h 30min às 10h 30min 4º Painel • Agências Reguladoras no Sistema Econômico e na Proteção dos Agentes Econômicos. 28/11/14 10h 45min às 5º Painel 12h45min • A Formação de Pessoal para o Desenvolvimento. 28/11/14 14h às 16h 6º Painel • A Proteção do Seguro e o Desenvolvimento Sócio-Econômico. 28/11/14 16h às 16h 30min Coffee Break 28/11/14 16h 30min às 7º Painel 18h 28/11/14 18h as 19h00min Encerramento • Os Grandes Jogos e o Desenvolvimento. São Paulo é um município brasileiro, capital do estado de São Paulo e principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América do Sul.12 É a cidade mais populosa do Brasil, do continente americano, da lusofonia e de todo o hemisfério sul.6 São Paulo é a cidade brasileira mais influente no cenário global, sendo considerada a 14ª cidade mais globalizada do planeta,12 recebendo a classificação de cidade global alfa, por parte do Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC).13 O lema da cidade, presente em seu brasão oficial, é “Non ducor, duco”, frase latina que significa “Não sou conduzido, conduzo”.14 Fundada em 1554 por padres jesuítas, a cidade é mundialmente conhecida e exerce significativa influência nacional e internacional, seja do ponto de vista cultural, econômico ou político. Conta com importantes monumentos, parques e museus, como o Memorial da América Latina, o Museu da Língua Portuguesa, o Museu do Ipiranga, o MASP, o Parque Ibirapuera, o Jardim Botânico de São Paulo e a avenida Paulista, e eventos de grande repercussão, como a Bienal Internacional de Arte, o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, São Paulo Fashion Week e a São Paulo Indy 300. O município possui o 10º maior PIB do mundo,15 representando, isoladamente, 11,5% de todo o PIB brasileiro10 e 36% de toda a produção de bens e serviços do estado de São Paulo, sendo sede de 63% das multinacionais estabelecidas no Brasil,16 além de ter sido responsável por 28% de toda a produção científica nacional em 2005.17 A cidade também é a sede da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBovespa), a segunda maior bolsa de valores do mundo em valor de mercado.18 São Paulo também concentra muitos dos edifícios mais altos do Brasil, como os edifícios Mirante do Vale, Itália, Altino Arantes, a Torre Norte, entre outros. São Paulo é a sétima cidade mais populosa do planeta e sua região metropolitana, com cerca de 20 milhões de habitantes,19 é a oitava maior aglomeração urbana do mundo.20 Regiões ao redor da Grande São Paulo também são metrópoles, como Campinas, Baixada Santista e Vale do Paraíba; além de outras cidades próximas, que 1111 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br NOVEM0BRO NOVEMbro 2014 compreendem aglomerações urbanas em processo de conurbação, como Sorocaba e Jundiaí. Esse complexo de metrópoles — o chamado Complexo Metropolitano Expandido — ultrapassa 30 milhões de habitantes (cerca de 75% da população do estado) e forma a primeira megalópole do hemisfério sul.21. Parques e biodiversidade São Paulo possui quarenta parques municipais e estaduais,68 como o Parque Estadual Turístico da Cantareira, parte da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo e que abriga uma das maiores florestas urbanas do planeta com 7 900 hectares de extensão,69 o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, o Parque Ibirapuera, o Parque Ecológico do Tietê, o Parque Estadual do Jaraguá, tombado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1994, a Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos, o Parque Estadual da Serra do Mar, o Parque Anhanguera, o Parque Villa-Lobos, o Parque do Povo, entre outros. A cidade possui apenas entre cinco e seis metros quadrados de área verde por habitante, abaixo dos 12 m² por habitante recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).70 Cerca de 21% da área do município é coberta por áreas verdes (incluindo reservas ecológicas).71 No município é possível observar pássaros florestais que geralmente aparecem na primavera, devido ao cinturão de mata nativa que ainda cerca a região metropolitana. Espécies como o sabiá-laranjeira, sanhaço, bem-te-vi e colibri são as mais comuns. Apesar da intensa poluição, os principais rios da cidade, o Tietê e o Pinheiros, abrigam várias espécies de animais como capivaras, gaviões, queroquero, garças africanas e ratões do banhado. Outras espécies encontradas no município são o veado-catingueiro, bugio, tucano-de-bicoverde e pavão-do-mato. Turismo São Paulo destaca-se mais como uma cidade marcada pelo turismo de negócios que pelo turismo recreativo. Grandes redes de hotéis cujo público-alvo é o corporativo estão instaladas na cidade e possuem filiais espalhadas em várias das suas centralidades. Toda a infraestrutura para eventos da cidade faz com que ela seja sede de 75% principais feiras do país. Dentre as principais, estão o Salão do Automóvel de São Paulo, a Couromoda e a Francal, entre outras.155 A cidade ainda promove uma das mais importantes semanas de moda do mundo, a São Paulo Fashion Week, sendo um dos principais centros geradores de tendências em moda.156 NOVEMbro 2014 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br O turismo cultural também possui relevância para a cidade, especialmente quando se têm em vista os vários eventos internacionais que ocorrem na metrópole, como a Bienal de Artes de São Paulo e os vários shows de celebridades estrangeiras que, quando se apresentam no Brasil, escolhem poucas metrópoles.155 A cidade possui inúmeras atividades culturais e uma vida noturna que é considerada umas das melhores do país. Há diversos cinemas, teatros, museus e centros culturais, alguns atendendo a parcela de maior poder aquisitivo, outros contemplando mais o público popular, o que leva muitos a dizerem que “sempre há um programa para se fazer em São Paulo”. A rua Oscar Freire, de acordo com a Mystery Shopping International, foi eleita uma das oito ruas mais luxuosas do mundo,145 e São Paulo, a 25ª “cidade mais cara” do planeta.157 De acordo com a International Congress & Convention Association (ICCA), São Paulo ocupa o primeiro lugar entre as cidades que mais recebem eventos internacionais na América e a 12ª posição no mundo, depois de Viena, Paris, Barcelona, Singapura, Berlim, Budapeste, Amsterdã, Estocolmo, Seul, Lisboa e Copenhague.158 De acordo com um estudo feito pela MasterCard em 130 cidades ao redor do mundo, a capital paulista foi o terceiro destino mais visitado da América Latina (atrás da Cidade do México e de Buenos Aires), com 2,4 milhões de viajantes estrangeiros, que gastaram 2,9 bilhões de dólares em 2013 (o valor mais alto entre as cidades da região). Além disso, estima-se que a metrópole se torne a mais visitada da América Latina até 2017.159 Em 2014, a CNN classificou a vida noturna paulistana como a quarta melhor do mundo, atrás apenas de Nova York, Berlim e Ibiza, na Espanha, que ficou no primeiro lugar.160 A diversidade de povos e culturas que construíram a cidade faz também com que a rica gastronomia da região seja por si só um grande atrativo turístico. Essa afirmação pode ser comprovada através da ampla variedade gastronômica da cidade, que abrange mais de 50 tipos de culinária. Durante o 10º Congresso Internacional de Gastronomia, Hospitalidade e Turismo (CIHAT) realizado em 1997, a cidade recebeu o título de “Capital Mundial da Gastronomia” de uma comissão formada por representantes de 43 nações.161 O município tem ganhado espaço em diversos jornais internacionais (ex.: The New York Times, The Wall Street Journal e CNN), que demonstram a pluralidade cultural da capital paulista para todo o mundo.162 Confira a programação do pré CONPAF O “Pré-CONPAF”, período que antecede a abertura do XV Congresso Nacional dos Procuradores Federais, será realizado no dia 26 de novembro, a partir das 9h, na sala Hilton Meeting 5, do Hotel Hilton Morumbi. Pela manhã, ocorrerá a Assembleia Geral Ordinária e o tema principal será a homologação da chapa vencedora para o próximo biênio 2015-2016, divulgação do processo eleitoral dos representantes estaduais e assuntos gerais. Na parte da tarde, a partir das 14h30min o presidente da comissão que trata da unificação ANPAF-UNAFE, Thyrso de Araujo Fernandes Telles, presidirá o painel que vai informar os procedimentos de deliberação da Comissão, as decisões já tomadas e uma prospectiva dos trabalhos da Comissão de Unificação. 12 Composição da Comissão: Thyrso de Araujo Fernandes Telles – ANPAF Edwagner de Almeida Martins – ANPAF Araken Oliveira da Silva – ANPAF Ayrton Santana Vieira – ANPAF Arodi de Lima Gomes – ANPAF Diogo Alves Tristão – UNAFE Marcelo Roberto Zeni - UNAFE Renato Rabe – UNAFE Vilberto da Cunha Peixoto Júnior – UNAFE Paulo Henrique Leite Gonçalves - UNAFE Sua participação é muito importante, veja também a programação completa no XV CONPAF no nosso site: www. anpaf.org.br 13 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br NOVEMbro 2014 rio o early check-in estará sujeito a disponibilidade. • check-out: até as 18:00 hrs, será cobrado meia diária; após as 18:00 hrs será cobrado diária inteira. O late check-out é sujeito a disponibilidade. Validade da tarifa: até 24 de novembro de 2014 Forma de pagamento: Garantia por cartão de crédito individual, indicação da bandeira, número do cartão de crédito, código de segurança do cartão e validade. Pacotes para o CONPAF Hotel Hilton As reservas deverão ser efetuadas por meio do departamento de reservas do hotel pelos telefones 55 11 2845-0100 ou 0800 596 0000 ou pelo email [email protected]. Para que as reservas sejam realizadas é preciso informar o código ACONPA. TARIFA POR ADESÃO Categoria de apartamento Tarifa Especial (*) Deluxe Single R$ 369,00 (*) Deluxe Double R$ 409,00 • (*) Café da manhã incluso nas diárias, servido no Restaurante Sol e Sombra As tarifas • Tarifa NET • Deverão se acrescidas de 5% de ISS e R$ 6,00 Taxa de Turismo, sujeitos a alteração. • São válidas para reservas em caráter de adesão para apartamentos Deluxe até o dia 24 de Novembro de 2014. As solicitações estarão sujeitas a disponibilidade do hotel. A tarifa deste acordo poderá ou não ser aplicadas conforme disponibilidade. • tarifas válidas para o período de 24 a 30 de novembro de 2014 • Nosso horário de check-in é à partir das 16h00 e check às 12h00. Politica de early check-in e late check-out: • Check-in: Para garantir o early check-in, sugerimos que a reserva seja feita à parti da noite anterior como carácter de pré-registro, caso contrá- PASSAGEM AÉREA: Agencias credenciada DFturismo - Reserva nas tarifas especiais e promocionais, assegurando sempre o melhor custo/ beneficio. Contatos: 61 3037-3435 / 9673-6492 A Maiorca Turismo, mais uma vez, será parceira da ANPAF na próxima edição do Congresso Nacional dos Procuradores Federais. A empresa oferecerá pacotes de viagens exclusivos para os participantes do CONPAF. Vantagens: Descontos especiais em passagens aéreas. Pagamento: Divide em até 6x, sem juros, no cartão de crédito. Contatos: Marcia - [email protected] Jeaninn - [email protected] Marta - marta@maiorca. com.br (61) 3022-9400 - Brasília (31) 4063-8485 - Belo Horizonte (41) 4063-8774 - Curitiba (85) 4062-8485 - Fortaleza (51) 4063-8474 - Porto Alegre (81) 4062-9220 - Recife (21) 4063-8816 - Rio de Janeiro (11) 3522-1656 - São Paulo ASACLUB - Confira os benefícios e descontos que o AsaClub oferece para os associados. (61) 3225-0170 Site: www.asaclub.org.br Sonre o Congrasso 14 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br NOVEMbro 2014 Servidor deve pressionar para evitar que direitos sejam congelados *PorAntônio Augusto de Queiroz O servidor público e suas entidades representativas vão precisar intensificar a pressão sobre o Governo da Presidente Dilma para evitar que seus direitos e vantagens sejam congelados ou escolhidos como variável do ajuste que virá nos dois primeiros anos da nova gestão. Todos sabemos que a presidente, em razão das políticas anticíclicas adotadas para amenizar os efeitos negativos da crise internacional sobre o país, terá que promover ajustes nas contas públicas, de um lado atualizando as tarifas públicas represadas nesse período e, de outro, contando gastos correntes, tanto para equilibrar as contas públicas, quanto para evitar novas altas nas taxas de juros. Registre-se, por dever de justiça, que qualquer presidente que fosse eleito teria que promover tal ajuste. Os compromissos políticos e ideológicos do governante e de suas equipes é que definiriam a amplitude e intensidade do ajuste, bem como quem ou que setores escolher como variável do ajuste. O objetivo a ser perseguido é que o aumento das tarifas públicas se dê de forma gradual, para não sufocar o orçamento das famílias, e o ajuste nas contas públicas seja seletivo, preservando os programas sociais, os investimentos em infraestrutura, e assegure, inclusive com reposição das defasagens, o poder de compra dos salários dos servidores, que têm caráter alimentar. Tudo leva a crer que haverá uma grande disputa na sociedade e no interior do governo para se proteger dos cortes, e os servidores e suas entidades precisam agir preventivamente. Devem buscar interlocução e diálogo com a equipe que se relaciona com as entidades de servidores (MPOG, Casa Civil e Secretaria-Geral da Presidência) e pressionar as autoridades, sob pena de mais uma vez serem escolhidos como variável do ajuste. Nesse diapasão, os servidores e suas entidades devem organizar uma agenda positiva, de caráter propositivo, e outra negativa ou reativa para poder orientar sua estratégia nessa disputa. A agenda positiva deve consistir, entre outras coisas: a) na imediata regulamentação da Convenção 151 da OIT, que trata da negociação das condições de trabalho no serviço público, b) na defesa de uma política salarial permanente, que reponha anualmente o poder de compra dos salários, c) na reposição dos efetivos das carreiras, promovendo os concursos públicos necessários à recomposição de quadros, sem terceirização em funções típicas de servidor público de carrei- ra, d) na regulamentação do artigo37, inciso V, da Constituição para limitar as situações de livre provimento, com valorização dos servidores de carreira na ocupação dos cargos comissionados; e) na isonomia de vencimentos e benefícios dos servidores dos três poderes da União, e f) na aprovação da PEC 555/2006, que extingue, de forma gradual, a contribuição dos aposentados e pensionistas do serviço público. Já na agenda reativa, os servidores e suas entidades devem, por todos os meios, evitar que quatro ameaças se concretizem no próximo governo: i) o desmonte do Aparelho de Estado, seja substituindo contratação por terceirização, seja substituindo órgão estatais por Organizações Sociais, Serviços Sociais Autônomos ou ONGs, na prestação de serviços públicos, ii) a aprovação do PLP 92/2007, que trata das funções esta- tais; iii) a aprovação do PLP 248/1998, que trata da dispensa por insuficiência de desempenho; e iii) a aprovação dos PLPs1/2007 e 549/2009, que limitam o aumento do gasto com pessoal, a fim de evitar o crescimento de sua participação relativa na despesa. O alerta tem o propósito de contribuir para a montagem de estratégia para enfrentar os próximos dois anos, que certamente serão difíceis para os servidores. As reflexões deste texto são produto da experiência, da análise de fatos, dados e informações disponíveis. Trata-se, portanto, de análise isenta e feita considerando desde questões relacionadas às finanças públicas, passando por autoridades que tratam dos assuntos de pessoal (MPOG e Casa Civil) até documentos e declarações oficiais. *Jornalista, analista político e diretor de Documentação do Diap Prezado Associado, Seja um colaborador do seu jornal. Envie artigos, monografias, casos pitorescos de sua vida forense, biografias de juristas famosos e tudo que se relacione com assuntos jurídicos. Os trabalhos após analisados, poderão ser publicados. Obs: Os textos não deverão ultrapassar duas laudas, espaço dois. 15 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br NOVEMbro 2014 O Agronegócio Brasileiro e Seus Desafios Carmen Lucia Vieira Ramos Lima Procuradora Federal T odos nós, cidadãos brasileiros, temos consciência de que o agronegócio é o motor de nossa economia, tendo importância, inclusive, para a alimentação dos diversos povos que habitam o nosso planeta, considerando que nossa produção de grãos e de proteína animal é tida como fundamental para a sobrevivência dessa fraternidade tão abrangente! As variações para mais e/ou para menos, em nossas safras de grãos e exportações de diversos tipos de carnes, são essenciais para a manutenção da estabilidade dos seus preços internacionais, influenciando assim, o acesso a alimentos mais baratos para todos (interna e externamente falando). Ora, já há alguns anos, o agronegócio brasileiro vem crescendo muito, com recordes de safras de grãos e com a pecuária aumentando sua produtividade e, com a sua contínua a nível internacional, para exportação REFLEXÕES: inclusive, se, utilizando -“Trabalha a natureza sempre em favor da tecnologia mais avançada, produzisse utilidade”. – Marco Aurélio, filósofo estoico, em novos e mais eficientes Meditações, IX, séc. II a.C. fixadores. A dedicação e o interesse a -Para reconstruir um país, é necessário encarar este universo corajosamente a história das suas instituições, produtivo, o aparato estruturas e formas e confrontar o projeto com jurídico adequado, as necessidades populacionais. a conjugação dos setores público/ -Povos têm história, organização, ciência privado podem criar de valores e idiossincrasias; sobretudo têm condições para o prioridades. No Brasil, o agronegócio é uma das desenvolvimento de um modo de produção prioridades. que o Brasil tem todo -Toda sociedade tem seu modo de produção o instrumental para que dê certo e atinja peculiar. O agronegócio brasileiro deve ser um limites exponenciais de modo de produção simétrico ou assimétrico? exploração. Cada vez mais indústrias nacionais internacionalização, de perfumaria tem de grande porte, o Brasil possui, hoje, muito a crescer, em concernentes a maior empresa produção, tecnologia a cosméticos e mundial de produção e qualidade, bastando perfumaria, vêm de proteína animal. para isso estender obtendo suas Nada disso seria essa produção, matérias-primas de possível, sem que utilizando matériasprodutores locais, o País dispusesse, primas da Amazônia e o que faz com que atualmente, da pesquisando mais as muitas pessoas melhor tecnologia em essências vegetais e produção agrícola frutas daquela Região, que não possuíam quaisquer atividades/ tropical e a pecuária além das outras remuneração alcançando níveis frutas mais comuns passassem a têinternacionais de que todo o Brasil las. É interessante competitividade. produz. O trabalho Acrescente-se a isto integrado, abrangendo observar o quanto uma população pode se tudo um universo de as Universidades sentir incluída em um potencialidade para (Química, Florestal), crescer, pois, o País Institutos de Pesquisas processo de produção dispõe de terras da Amazônia/Nordeste, multinacional. Ex. No caso da venda da safra recuperáveis, tanto Indústrias e Governos do buriti, devidamente para a agricultura, Federal, Estadual pré-contratada, quanto para a e Municipal, muito como acontece no pecuária, inclusive contribuiriam para a Maranhão, por grande agregando os dois produção de novos imensos setores num produtos corretamente empresa. Aqui se vê uma simetria mesmo espaço de ambientais. Em se aproveitamento. tratando da indústria de decorrente da melhor interação entre o setor A indústria de perfumaria, esta seria cosméticos e a muito mais competitiva produtivo industrial com o trabalho dos fornecedores da matéria-prima. Do exposto, percebemos como fato inconteste, a indissociabilidade do DIREITO, quer internacional como também nacionalmente, do imenso projeto brasileiro que se anuncia como prioridade fundamental, em se tratando da sobrevivência humana. Tanto é assim que, internacionalmente prevalecem os acordos comerciais entre países e, internamente, os postulados constitucionais e legislação infraconstitucional, para o balizamento legal que se fizer necessário. Constitucionalmente podemos falar, por suas importâncias, na função social do capital, no uso correto da terra, atentando p/ a legislação e competência próprias e, ainda, nas relações trabalho X capital. Tais postulados significam um leque de atuação para a Advocacia Pública, tanto no âmbito federal, como no estadual e, também, municipal, de inquestionável importância. NOVEMbro 2014 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br Noite dos Aniversariantes 16 17 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br NOVEMbro 2014 18 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br NOVEMbro 2014 Supremo publica mais de 400 acórdãos no Diário da Justiça Foram publicados no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) do Supremo Tribunal Federal (STF) 437 acórdãos relativos a processos que aguardavam a formalização de seu julgamento, em alguns casos há vários anos. A publicação dá cumprimento à Resolução 536 do STF, de 16 de outubro, segundo a qual acórdãos devem ser publicados em até 60 dias após a realização do julgamento, como determina o Regimento da Corte, mesmo que os textos ainda estejam pendentes de revisão. A publicação das decisões é necessária para que, como regra geral, seja dado cumprimento às decisões, para que possam ser apresentados recursos ou para que os precedentes possam ser formalizados para uso pelas demais instâncias. A Resolução 536 do STF levou à publicação de decisões do STF ainda pendentes em um total de 110 Habeas Corpus, 30 Ações Diretas de Inconstitucionalidade, 120 Recursos Extraordinários, 20 Mandados de Segurança, 20 Ações Penais, 5 Inquéritos e dezenas de decisões em outras classes processuais. Acórdãos pendentes de publicação A Secretaria Judiciária do STF, desde 20 de outubro, data da publicação da Resolução 536, teve dez dias para publicar todos os acórdãos pendentes de revisão por mais de 60 dias. O Tribunal busca, com isso, assegurar aos jurisdicionados os preceitos constitucionais da razoável duração do processo e da celeridade do trâmite processual. “A publicação das decisões judiciais é procedimento essencial do processo que culmina com a entrega da prestação jurisdicional”, diz o ministro Lewandowski no texto da regulamentação. Caso a revisão da transcrição do voto não possa ser liberada dentro do prazo pelo ministro que o proferiu, a Secretaria Judiciária deverá publicar os acórdãos com a ressalva de que os textos transcritos não foram revisados pelos respectivos ministros. A resolução assegura aos gabinetes dos ministros, no entanto, a possibilidade de requerer à Presidência do STF a prorrogação do prazo por mais 60 dias, mediante justificativa, por duas vezes. Na data da edição da resolução, havia cerca de 2 mil acórdãos pendentes de publicação. No DJe desta quintafeira (30) foram publicados aqueles que extrapolaram o prazo de 60 dias. Outros 1,5 mil acórdãos ainda estão dentro do prazo da resolução para liberação dos votos. partido-PR) com o doleiro Alberto Youssef. As ações penais foram devolvidas ao juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), assim como os procedimentos investigatórios que não mostram conexão com detentores de foro por prerrogativa de função, para que prosseguissem sob a jurisdição do primeiro grau. A lista de acórdãos publicados também inclui outros casos de relevo na vida pública brasileira, como no julgamento de parlamentares com foro no STF – caso das APs 465 e 679, relativas a julgamentos que absolveram os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Lindbergh Farias (PT-RJ) da prática de crimes. Houve ainda acórdãos relativos aos deputados Marco Feliciano (PSC-SP), Tiririca (PR-SP), e o caso do julgamento do deputado Valdivino José de Oliveira (PSDB-GO), condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJ-DFT), e cujo resultado foi validado pelo plenário do STF. Casos penais Os acórdãos das ações penais 871 a 878, relacionados à operação Lava-jato, foram publicados no Diário da Justiça eletrônico desta quinta-feira. Nestes processos, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acompanhou o voto do ministro Teori Zavascki, relator das ações, e decidiu manter em trâmite na Corte apenas as investigações contra parlamentares federais decorrentes da operação da Polícia Federal que revelou possível ligação do deputado federal André Vargas (sem Precedentes Entre os precedentes juridicamente relevantes que aguardavam publicação até as regras criadas pela Resolução 536 do STF, estão o Recurso Extraordinário (RE) 541090, relativo à incidência de Imposto de Renda sobre lucro de empresas controladas localizadas no exterior, e o caso do RE 548181, no qual foi reconhecida pela primeira vez a possibilidade de se processar penalmente uma pessoa jurídica por crime ambiental – no caso concreto, a Petrobras. No RE 596962 fi- cou definido precedente segundo o qual uma vantagem remuneratória de caráter geral paga a servidores da ativa pode ser estendida a servidores inativos, e no RE 599176 ficou assentado que a União responde por débitos tributários da extinta Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA) relativos a Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). Súmula Vinculante e outros casos Foi publicado ainda o acórdão da Proposta de Súmula Vinculante (PSV) 45, na qual ficou determinado que, até a aprovação de lei complementar específica, a aposentadoria especial dos servidores públicos deverá ser regida pelas regras do setor privado. Este entendimento encontrase consolidado na Súmula Vinculante nº 33. Houve também a publicação do acórdão da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4638, julgada em 2012, que reconheceu a possibilidade de o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) iniciar a investigação contra magistrados independentemente da atuação da corregedoria do tribunal local. Entre os acórdãos pendentes de publicação há mais tempo está o do Habeas Corpus (HC) 88970, julgado em 2007. A Segunda Turma do STF anulou a sentença que determinou o julgamento pelo júri popular de ex-prefeito da cidade de Tancredo Neves (BA), acusado de ser mandante do assassinato de vereador do mesmo município. JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br 19 APAFERJ R. Álvaro Alvim, 21/2º andar. CEP: 20031-010. Centro. Rio de Janeiro - Sede Própria e-mail: [email protected] portal: www.apaferj.org.br Tel/Fax: (21)2532-0747 2240-2420 TRIÊNIO 2014 / 2016 DIRETORIA Presidente - José Marcio Araujo de Alemany Vice-Presidente - Rosemiro Robinson Silva Junior Diretor Administrativo Miguel Carlos Melgaço Paschoal Diretor Administrativo Adjunto - Maria Auxiliadora Calixto Diretor Financeiro - Fernando Ferreira de Mello Diretor Financeiro Adjunto Dudley de Barros Barreto Filho Diretor Jurídico - Hélio Arruda Diretor Cultural - Carlos Alberto Mambrini Diretor de Patrimônio - Rosa Maria Rodrigues Motta Diretor de Comunicação Social - Antonio Carlos Calmon N. da Gama CONSELHO REVISOR NATOS: 1. Wagner Calvalcanti de Albuquerque 2. Rosemiro Robinson Silva Junior TITULARES: 1. Allam Cherém Soares 2. Edson de Paula E Silva 3. Emygdio Lopes Bezerra Netto 4. Fernando Carneiro 5. Francisco Pedalino Costa 6. Luiz Carlos de Araujo 7. Mariade Lourdes Caldeira 8. Newton Janote Filho 9. Sylvio Mauricio Fernandes 10. Tomaz José de Souza SUPLENTES: 1. Alzira Matos Oliveira da Silva 2. Petrónio Lima Cordeiro 3. Sylvio Tavares Ferreira NOVEMbro 2014 ANIVERSARIANTES DE DEZEMBRO 02 - Rodrigo Lychows- 17 - Meri Mattos Pacheco - Agu ki - Agu 03 - Roberto Gonçal- 19 - Ana Neri Alves da ves de Matos - Agu Silva - Inss 03 - Anna Karin Lut- 19 - Maria de Lourdes Caldeira - Agu terklas - Inss 04 - Marly Coutinho 20 - Mauro Ortiz Lima - Inss Paulino - Susep 05 - Paulo Roberto V. 21 - Edson de Paula e de Oliveira - Cnen Silva - Incra 07 - Leônia Vieira Ma- 22 - Juracy Neiva Eudeiros - M. Saúde lalio - Inss 08 - Léa de Souza Fer- 23 - Elmar Heidenfelreira - Cefet Quimica der - M.transp 10 - Maria da Penha 23 - Jayme dos Santos Rodrigues - Mpas Rodarte - Inss 11 - Carlos Cavalcanti 25 - Solon Canal Mi- CONSELHO FISCAL TITULARES: 4. Eunice Rubim de Moura 5. José Carlos Damas 6. Waldyr Tavares Ferreira de A. Ramos - Inss SUPLENTES: 7. Carlos Cavalcanti de A. Ramos 8. Maria Conceição Ferreira de Medeiros F. G. Camarinha - Agu Pitangueira - Inmetro Jornal da APAFERJ Editor Responsável: Carlos Alberto Pereira de Araújo Reg. Prof.: 16.783 Corpo Editorial: Antonio Calmon da Gama, Carlos Alberto Mambrini, Fernando Ferreira de Mello, Miguel Carlos Paschoal, Rosemiro Robinson Silva Junior. Supervisão Geral: José Márcio Araújo de Alemany Editoração e Arte: Jane Fonseca - [email protected] Impressão: Monitor Mercantil Tiragem: 2.000 exemplares Distribuição mensal gratuita. Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos autores As matérias contidas neste jornal poderão ser publicadas, desde que citadas as fontes. chalski - Agu 12 - Norevaldo Carva- 25 - Suely de Aragão lho M. de Souza - Agu P. Paranhos - Uff 13 - Mauro Fernando 26 - Inalda Cavalcanti 16 - Aron Gelin - Inss 30 - Fausto Soares 16 - Celina de Souza Barreto - M. Faz 31 - Mauricio de Cas- Lira - Incra 16 - José Haroldo tro G. da Silva - Agu Mendes Pereira - In- 31 - Synéa Silveira da cra Silva - M. Saúde Na última terça-feira do mês vamos fazer uma festa para comemorar o seu aniversário COMPAREÇA! Com a sua presença haverá mais alegria e confraternização. 20 JORNAL DA APAFERJ - www.apaferj.org.br NOVEMbro 2014 NOVEMBRO PEÇO A PALAVRA A Noite dos Presidentes 26 de Junho de 2007 Rosemiro Robinson S. Junior Vice-Presidente APRESENTAÇÃO- Dando prosseguimento ao ciclo de homenagens a figuras icônicas na Advocacia Pública brasileira, reverenciamos, nesta edição, o Dr. MAURO MONTEIRO DE PAIVA, que integrou a nobre geração dos Advogados Públicos que obtiveram a promulgação da Lei nº. 2123/53, criadora da carreira de Procurador Autárquico e, posteriormente, participou da instituição da APAFERJ, da qual foi o 2º Presidente. Transcrevemos, a seguir, a manifestação do Dr. ROSEMIRO ROBINSON SILVA JUNIOR, efetuada em 26 de junho de 2007, na solenidade intitulada “A NOITE DOS PRESIDENTES”, traçando expressivo e comovente retrato do nosso homenageado, que, sem sombra de dúvida, ilustrou e honrou a Classe dos Procuradores Autárquicos Federais, hodiernamente Procuradores Federais. Como é notório, será realizado, nos dias 26, 27 e 28 do corrente mês, o XV CONPAF, em São Paulo-SP, promovido pela ANPAF. Assim, considerando que o Dr. MAURO foi um dos criadores e incentivadores dessa notável Entidade, acreditamos que seu nome é um símbolo marcante no desenvolvimento das Associações de Classe e na afirmação da Advocacia Pública brasileira, daí a razão de nossa escolha. Senhor Presidente, Amigos Apaferjianos Autoridades e Convidados presentes Dr. MAURO MONTEIRO DE PAIVA 2º. Presidente A extrema generosidade de meus pares me concedeu a honrosa incumbência de homenagear, nesta noite, o Dr. MAURO MONTEIRO DE PAIVA, 2º. Presidente da APAFERJ, por mim alhures cognominado o Último dos Moicanos, uma vez que reunia virtudes poucas vezes encontradas num só homem e era um dos derradeiros remanescentes da nobre geração acima referida. Relembro, a propósito, trecho de monumental pronunciamento de Pedro Velho, médico, jornalista, orador, governador, deputado federal e senador, cuja atuação mereceu encômios, entre outras personalidades, de Ruy Barbosa e Eloy de Souza, que proclamaram da tribuna e na imprensa a grandeza cívica e moral desse extraordinário potiguar: “Quando as emoções nos vibram n’alma – intensas e profundas – até nos trazerem do coração aos olhos, n’uma lágrima, a sua própria essência, é que do nosso ser moral ainda não se evaporou nem a fé, nem o entusiasmo, nem a lealdade, nem a gratidão, focos d’amor e luz, sem os quais a vida se transformaria n’um deserto tenebroso e inóspito”. (O ÚLTIMO DISCURSO, Rio Grande do Norte – Oradores – (1889 – 2000), Departamento Estadual de Imprensa, 2000) organizado por Jurandyr Navarro. Como liminarmente asseverei, Dr. Mauro Monteiro de Paiva, dileto e saudoso amigo, cultuava a fé, o entusiasmo, a lealdade e a gratidão, parecendo que, apesar dos cabelos brancos e das faces enrugadas pelo tempo, pulsava no seu peito um coração juvenil, que jamais se deixava abater pelas dificuldades e decepções, incitandonos a prosseguir, sem descanso, rumo aos nossos objetivos. Coube ao Dr. Mauro a complexa e exaustiva tarefa de dar continuidade à obra criada pelo idealismo do Dr. Wagner Cavalcanti de Albu- querque, 1º. Presidente da APAFERJ, bem como fundar a Associação Nacional dos Procuradores Autárquicos Federais – ANPAF, o que se concretizou em histórica reunião em Brasília, da qual participei, na companhia do meu ilustre e combativo amigo, Dr. Gracemil Antonio dos Santos, hoje, Diretor Social da APAFERJ, e um dos seus fundadores. Sendo também jornalista, dedicou-se Dr. Mauro ao aprimoramento do Jornal da APAFERJ, no qual publicou textos profundamente veementes e pragmáticos, marca do seu estilo inconfundível de ação, sempre na defesa dos direitos e interesses dos associados, ocupando, com mérito e dedicação inexcedíveis, os dois mandatos que exerceu, atuando, de maneira notável, na luta pela criação da Advocacia-Geral da União. Durante sua longa e profícua existência viajou inúmeras vezes a outros países, algumas dessas viagens retratadas em saborosos artigos, os quais, de vez em quando, ao arrumar a minha papelada, releio prazerosamente, e, em razão disso, eu o vejo como se ainda estivesse ao nosso lado, inquieto, polêmico, obstinado e, acima de tudo, excepcionalmen- te solidário. Voltando ao discurso de Pedro Velho, creio que a vida do Dr. Mauro Monteiro de Paiva, apesar dos momentos de tristeza e angústia, inevitáveis no ciclo vital, foi um magnífico oásis, que nos alegrava a vista e nos alimentava o espírito, compelindonos a manter acesa a fulgurante chama do Idealismo que deu origem à APAFERJ e que, após um quarto de século, permanece aquecendo os nossos corações e iluminando os nossos caminhos na busca incessante por melhores dias. Dr. Mauro Monteiro de Paiva, O Último dos Moicanos, apesar de aposentado, continuou no exercício da advocacia privada, posto não ser do seu temperamento ensarilhar as armas, enquanto dispusesse de forças físicas e mentais para permanecer na liça. Era um cavaleiro sans peur et sans reprôche, que contribuiu, de modo decisivo e decidido, para o fortalecimento e valorização da APAFERJ. Muito Obrigado, Dr. MAURO. Rosemiro Robinson Silva Junior Vice-Presidente