Histórias de leitura, histórias de vida: um olhar reflexivo sobre as práticas leitoras quilombolas1. Ilmara Valois Bacelar Figueiredo Coutinho2 UNEB/UFBA O projeto de pesquisa aqui apresentado refere-se às histórias de leituras dos remanescentes de quilombos que vivem em uma pequena comunidade quilombola, na região de Mirangaba, Bahia. A investigação da formação leitora destes sujeitos pretende problematizar as imbricações entre leitura, representação social e formação de identidades, através do estudo das relações que os sujeitos-leitores estabelecem com as manifestações textuais a partir das reminiscências, espaços de leitura e experiências de vida. Procura problematizar o valor da leitura, considerando-a como encontro entre o homem e o contexto sócio-cultural. Partimos do pressuposto de que, para além do mito que a constitui como prática neutra, a leitura, em suas diferentes realizações, desvela modos de inserção cultural que ultrapassam, de maneira radical, a compreensão extremamente hierarquizada, preconceituosa e descontextualiza com que, muitas vezes, foi tomada na história oficial brasileira. Essa história é fundadora de discursos hegemônicos que acabaram por cristalizar procedimentos estigmatizadores, no intuito de promover a imobilização de indivíduos e grupos culturais, frente à transformação social. Defendemos a concepção de que a leitura constitui-se como atitude aprendente radical, na medida em que participa, de maneira ativa, do exercício do pensar, do refletir, do aprender. Nessa perspectiva, a superação de uma identidade leitora construída sob a égide da dominação e da exclusão evidencia a necessidade premente de um fazer educativo mais humano, que ultrapasse práticas escolares preconceituosas e alienantes, tão decisivamente presentes em nossa sociedade capitalista, imediatista em seus objetivos e sequiosa de lucro. A leitura, entendida em sua vertente político-social, tem se concretizado como privilégio restrito às classes mais favorecidas, representando fator preponderante de poder e ascensão social para as mesmas, enquanto a maioria dos “alfabetizados” continua excluída do mundo da escrita, um mundo que supõe espaços hierarquizados, caracterizados por referências específicas, por expressões etnocêntricas de cultura e valor. As próprias instituições escolares, responsáveis pelo ingresso formal dos 1 Pesquisa, em desenvolvimento, orientada pela Profª Drª Dinéa Mª Sobral Muniz, Faculdade de Educação (FACED), Universidade do Estado da Bahia (UFBA). 2 Mestranda da Faculdade de Educação (FACED) – UFBA. Profª Auxiliar da UNEB (DCH - XXIV). [email protected] cidadãos ao mundo da leitura, têm sofrido críticas ferrenhas por disseminarem as idéias da ideologia dominante através de textos e formas de leitura estrategicamente escolhidos, o que tem levado a intermináveis discussões sobre a negação da diversidade própria de um país multicultural como é o Brasil. É justamente pautada no argumento de uma inabilidade educativa para a formação integral do ser humano, em toda a sua complexidade, que se fundamenta a preocupação contemporânea com a formação leitora. A partir dessa constatação inquietante, muito se tem discutido sobre os sentidos que a leitura tem suscitado na contemporaneidade e de como a falta de um investimento mais efetivo, no que tange à sua materialização, tem influenciado o marginalizar de grupos que, sem pleno acesso aos bens culturais produzidos em uma sociedade grafocêntrica, são privados de pleno desenvolvimento intelectual, pessoal, social, político e econômico. Estando à margem do amplo desenvolvimento vivenciado na pós-modernidade3, têm a sua cultura negada por um jogo social de apagamento e exclusão, como o que tem acontecido com as comunidades quilombolas baianas. Em documentário produzido recentemente na Bahia, com direção e roteiro de Antônio Olavo, intitulado “Quilombos da Bahia4” percebe-se claramente a materialização da nossa vocação excludente no que se refere à leitura. Assistindo ao depoimento de uma senhora de aproximadamente 70 anos, analfabeta, impedida de ser alfabetizada pelas necessidades de trabalho e sobrevivência, sedenta do conhecimento letrado, tão valorizado e, ao mesmo tempo, tão distante de sua realidade imediata, é impossível não refletir sobre as práticas de leituras, enquanto potencialidade de entendimento das realidades sociais e da representatividade que as mesmas exercem na formação de identidades. Um outro depoimento, presente no mesmo documentário, também fundamental, é o de uma jovem pedagoga que traz em seu discurso a marca da consciência do potencial transformador que o conhecimento acadêmico pode representar para a sua comunidade e se coloca em posição de posse do instituído para torná-lo instituinte. O que temos, então, é a materialização do desejo de interferir na condição de sua comunidade remanescente de quilombo, no sentido de fazer de suas leituras potencialidade formadora e transformadora. São narrativas de vida diferenciadas, histórias que se entrecruzam na mesma busca desigual e sofrida, que aqui servem de inspiração. Notadamente, diante do silenciamento cultural, encontra-se o espaço da contradição (SOARES, 1998), a realização de leituras plurissignificativas que 3 HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 8. ed. Trad. Tomaz Tadeu da Silva e Guaracira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. 4 QUILOMBOS DA BAHIA: filme documentário. Produção de Antônio Olavo. Salvador: Portfólium, 2005. videocassete (98min), NTSC, son., color. desconstroem os sentidos atribuídos, a priori, aos vários textos que compõem o extenso mosaico sócio-cultural, caracterizando um movimento crítico de representação das realidades ditas marginais. Cada vez mais, tem se utilizado a vasta malha polifônica da linguagem para a realização de uma leitura de mundo que permita compreender o entorno social, de forma dialógica, circular, intertextual; que suscite discussão e transformação. Paralela à chamada crise da leitura, que exclui e marginaliza, presenciamos, segundo Hall (2003), o despertar de um sentimento de pertencimento às minorias, com a emergência de novas identidades5. No atual momento histórico social, temos um cenário em que a questão da identidade está sendo tratada com um olhar mais democrático e o processo de revalorização das particularidades culturais é inegável: ao mesmo tempo em que são incorporados costumes e valores de outras culturas aos hábitos do cotidiano, as realidades locais voltam a ser valorizadas. Há uma busca das particularidades, e o senso de diferença intensifica-se cada vez mais em todas as regiões do planeta. Nas palavras de Stuart Hall (2003, p. 11), presenciamos “amplas mudanças provocadas pelas novas estruturas sociais, que estimulam uma reestruturação ou mesmo reinvenção da identidade cultural”, fazendo aflorar valores outrora mantidos à margem pela cultura dominante. Diante de tal cenário, percebe-se uma crescente problematização das diferenças culturais e étnicas presentes no Brasil, e as múltiplas faces, que sofreram contínuas omissões ocasionadas por uma visão eurocêntrica, hegemônica e elitista, tendem a se descortinar. As comunidades remanescentes de quilombos, que se distribuem por todo o país, caracterizam-se também por ter sua identidade étnica negada historicamente num encobertamento que despreza e marginaliza as particularidades do povo afrodescendente. Essas pessoas que encontram a efetividade da resistência e da emancipação nos quilombos, enquanto espaços simbólicos de luta por liberdade e respeito às diferenças. Dessa forma, entende-se que a discriminação racial tão decisivamente presente na pós-modernidade relaciona-se intrinsecamente à negação da inserção e valorização da cultura afrorepresentativa de uma grande parcela da população baiana e, em última instância, relaciona-se com as práticas de leitura. Nessa perspectiva, o termo quilombo, ressemantizado, por autores contemporâneos, é aqui compreendido como locus de um modo de existência singular, como espaço de autonomia e liberdade para a realização de leituras de mundo singulares. É também espaço de luta por territórios geográficos e simbólicos que precisam ser reconhecidos para além de qualquer elemento representativo da cultura material dos ancestrais escravos (MUNANGA, 2004). Esse entendimento coaduna, de 5 Identidade compreendida como Stuart Hall a conceitua “formada e transformada continuamente em relação às formas pelas quais somos representados ou interpolados nos sistemas culturais que nos rodeiam”. HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 8. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. maneira definitiva, com a perspectiva de pesquisa qualitativa, de vertente etnográfica, aqui adotada, quando se propõe trazer, para o debate acadêmico, as “vozes de segmentos sociais oprimidos e alijados, em geral silenciados historicamente pelos estudos normativos e prescritivos, legitimadores da voz da racionalidade descontextualizada”. (MACEDO, 2006, p. 11). Compreender o outro, pressupõe afinar o olhar, suspender preconceitos, realizar uma “escuta sensível” (BARBIER, 2002) capaz de conviver com a contradição, com as tensões, com as provocações próprias de um espaço de cultura, identidades e memória, como é aquele configurado pelas comunidades negras rurais. Enquanto locus de manutenção de uma identidade étnica afrodescendente, o quilombo abriga contradições gritantes de um povo que busca preservar tradições, histórias, mitos, sem encontrar eco nas práticas de leituras realizadas pelas instituições sócio-culturais com as quais convive continuamente, o que exige a realização de um movimento de leitura abrangente, compreendido, no mais das vezes, como estratégia para a sobrevivência. É dessa problemática, que surge o desejo de conhecer a trajetória do leitor quilombola, tendo em vista descortinar aspectos essenciais do ato de ler e suas implicações político-culturais. Privilegiar a voz dos interlocutores desse grande texto que são as histórias de leituras, reveladoras de trajetórias individuais e coletivas, representa uma tentativa de investigar seus mistérios e possibilidades transformadoras. Nas palavras de Bourdieu há um chamado à reflexão que justifica a importância de se historicizar as representações6 culturais, no sentido de questionar, contestar e duvidar do instituído: Historicizar nossa relação com a leitura é uma forma de nos desembaraçarmos daquilo que a história pode nos impor como pressuposto inconsciente... Se é verdade que o que eu digo é produto das circunstâncias nas quais me constitui leitor, o fato de tomar consciência disso é talvez a única chance de escapar dessas circunstâncias. (BOURDIEU, 2001, p. 233/234 ) Se a leitura é produção de sentidos que ocorre em ambiência social, a experiência dos sujeitos-leitores mostra aspectos que não podem jamais ser desconsiderados, pois é na investigação da formação leitora desses sujeitos que está o testemunho para a compreensão das práticas cotidianas, o que possibilita rever percursos e significados a ela atribuídos. Enquanto prática que amplia a visão de mundo, a leitura é espaço profícuo de diálogo e reflexão, mesmo estando sujeita a determinações repressivas, que forjam uma identidade cultural-leitora europeizada, 6 Representação social compreendida como forma de conhecimento em constante construção e reconstrução na atividade discursiva dos sujeitos, como conhecimento elaborado pelo indivíduo e partilhado socialmente, portanto produzido pelo social e produtor do social. (MOSCOVICI, apud ANADÓN, 2003). calcada na valorização do escrito, na indexalização de um cânone, no apagamento de nossa identidade mestiça e, principalmente, no silenciar de nossas mais diversas manifestações orais. É preciso, então, compreender o que tem significado o acesso à leitura enquanto conscientização e fortalecimento das representações étnico-culturais das chamadas minorias frente à hibridização crescente. Entre as muitas inquietações que movem essa pesquisa, destacam-se aquelas que são primordiais para a compreensão das experiências de leitura realizadas em espaços determinados, “quilombos”, tendo em vista as particularidades que os mesmos têm representado para a compreensão da sociedade brasileira. Assim, busca-se compreender: como se dá a formação leitora dos quilombolas? As práticas leitoras têm se manifestado como possibilidade de entendimento crítico da condição social, econômica e cultural em que vivem? Quais são as implicações entre leitura e formação de identidade afrodescendente? Enfim, a comunidade a ser pesquisada, em contraponto a qualquer tipo de cristalização das forças ideológicas, tem encontrado, nas práticas de leitura, possibilidade de democratização do saber? Nesse sentido, faz-se premente uma abordagem mais efetiva no sentido de tornar visíveis práticas cotidianas camufladas, descaracterizadas e excluídas pelo “discurso da falta”, discurso este que, de tão arraigado nas mentes e atitudes dos brasileiros, acaba sendo criador de “verdades inquestionáveis” como as de que o brasileiro não sabe e não gosta de ler. Márcia Abreu nos lembra, com muita propriedade, que precisamos questionar os mitos e reconhecer urgentemente que “nem todos os leitores são gente branca e bem vestida em casas elegantes e confortáveis”. (ABREU, 2006, p. 10). Foi nessa perspectiva reflexiva que o trabalho aqui proposto encontrou sua gênese e seu referencial de materialização. As histórias de leituras a serem “objeto da pesquisa”, aqui delineada, referem-se aos remanescentes de quilombos que vivem na comunidade de Coqueiros, região de Mirangaba, Bahia7. A comunidade de Coqueiros abriga aproximadamente 300 habitantes e está localizada a cerca de 12 quilômetros da sede do município. Tem uma população afro-brasileira ativa em suas manifestações culturais, sendo locus de cultivo e manutenção de tradições por meio de danças, crenças e rituais. A formação escolar inicial dos moradores é feita pela única escola da localidade, que abarca apenas a educação básica referente ao ensino infantil e fundamental menor (até a quarta série). Trata-se de uma comunidade rural que tem sua base de subsistência na agricultura familiar e que, portanto, vive os conflitos e tensões próprios da vida no campo, com suas potencialidades e limitações. 7 Coqueiros — Localizada no município de Mirangaba — Comunidade quilombola reconhecida e registrada no Livro de cadastro Geral n°. 06 —Registro 611 —Fi. 121, em 3 1/05/2006 —Publicado no Diário Oficial da União em 07/06/2006, Seção 1, no. 108 — Folha 5. Tomando como matéria de análise as narrativas orais em sua constituição complexa e dinâmica, encontra-se, na memória reflexiva dos sujeitos-leitores, condição sine qua non para a construção/reconstrução de uma subjetividade que desvela as trajetórias de leitura e suas imbricações culturais. A memória é entendida como espaço privilegiado para o ressignificar de vivências e experiências, um processo ativo de construção de significados: como nos alerta Bosi (1994. p. 46), “lembrar não é reviver, mas representar com imagens e idéias de hoje, as experiências do passado...”. Assim compreendida, a memória apresenta-se como elemento fundamental para a constituição das identidades individual e coletiva, inclusive em suas determinações de poder e dominação como nos chama a atenção Le Goff, ao declarar que “devemos trabalhar de forma que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens”. (LE GOFF, 1994 p. 477). A imersão na esfera da subjetividade e do simbolismo é condição essencial para o desenvolvimento da pesquisa que se quer qualitativa. Através dessa imersão, consegue-se penetrar nas intenções e motivos, a partir dos quais as ações e as relações adquirem sentidos, exigindo um estudo fundamentalmente descritivo e interpretativo. Nessa perspectiva, serão considerados os preceitos da história oral, visto que as narrativas de leitura confundem-se com a história de vida das pessoas, de forma que a história de vida será considerada enquanto recurso metodológico pertinente para a compreensão do processo da formação leitora da comunidade remanescente. Nas palavras de Roberto Sidnei Macedo (2006), O observador que trabalha interessado na “linha de vida” dos atores sociais, ao fazer com que as pessoas confiem em suas lembranças e interpretações, em sua capacidade de colaborar para escrever a história, possibilita-lhes a aquisição de um sentimento de estima e de valor social, um sentimento de identidade, de pertencer a um determinado lugar e a uma determinada época, num mundo em que a desreferencialização é um processo que tende a avançar por diversas vias e interesses. Pela própria história, lança-se vida para dentro da história. (MACEDO, 2006, p. 114) Enquanto base consistente para o entendimento das relações indivíduo-história, uma narrativa de vida ou de leitura pode ser compreendida como a constituição do próprio sujeito contando, rememorando, recriando sua vida e fazendo emergir informações preciosas para a explicitação do processo da formação leitora, principalmente tendo em vista a problemática das comunidades remanescentes de quilombos e sua histórica situação de marginalidade, exclusão social e apagamento cultural pela ciência formal. A negligência no trabalho de formação leitora das nossas crianças e jovens tem surrupiado justamente um estar implicado com a complexidade social, com o outro, com a vida. Por acontecer em ambiência altamente opressora, faz-se veículo de opressão. Institui o mesmo numa tautologia enervante até para quem a produz. Induz a um movimento de aceitação e assujeitamento, que, não participando da construção do SER autônomo, invoca o não-ser, uma condição marginal perversa, enjaulada num fazer educativo inócuo, que se quer racional e gerador de igualdade social, mas que em sua efetividade, vem perpetuando uma desigualdade “geradora de submissão e covardia”. Assim, a leitura, entendida como atitude radical de emancipação, faz-se no entrelaçar das perspectivas inovadoras educacionais que exortam “um pensar livre de donos e comandantes”, que buscam o espaço do questionamento, da emancipação plena, da mediação potencializadora, da leitura vivência. (GALEFFI, 2003, p. 135) Embora não tenhamos ainda resultados mais efetivos a apresentar, visto que a pesquisa encontra-se em andamento, a relevância dessa comunicação, e do estudo que a motiva, encontra-se justamente na possibilidade de discutirmos questões primordiais acerca do embate cultural existente em nossa sociedade, proporcionando reflexão e busca de soluções, pois quando lemos a complexidade do mundo, buscamos sentidos para o grande texto da vida. É nesse sentido que insistimos na necessidade de colocarmos em crise uma forma excessivamente diretiva e reducionista de conceber a leitura, para que o desafio de formar leitores possa ser assumido na interface com a cultura, principalmente para aqueles que não dispõem das condições sociais, econômicas e políticas necessárias. REFERÊNCIAS ABRAHÃO, Mª Helena Barreto (Org.). A aventura (auto)biográfica: teoria e empiria. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004. ABREU, Márcia (org.) Leitura, história e história da leitura. 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