A sua paixão pela literatura fá-lo
ingressar na Faculdade de Letras da
Universidade do Porto, que frequentou
como trabalhador-estudante, tendo-se
licenciado em Línguas e Literaturas
Modernas (Estudos Portugueses e
Alemães), após o que concorreu à
carreira docente, leccionando,
actualmente, a disciplina de Português
na Escola Secundária de Gondomar,
onde coordena o TESG - Teatro da
Escola Secundária de Gondomar.
Antes de enveredar pela experiência do
romance, ensaiou uma breve incursão
pela poesia, tendo publicado poemas
em alguns números do suplemento
CULTURA E ARTE de O COMÉRCIO DO
PORTO, sob o pseudónimo de Hélder
Fião. Com o seu próprio nome, publicou
um soneto, no jornal LETRAS & LETRAS,
à memória de seu pai.
É autor do romance CHECA É PIOR QUE
TURRA (1996) e do livro de crónicas
NÃO-SEI-QUE-DIGA I (2004); co-autor do
DICIONÁRIO DO PORTUGUÊS BÁSICO,
das Edições ASA (1990).
É ainda o autor do FAROL DAS LETRAS,
um sítio da Internet sobre Literatura
Portuguesa, que é gerido desde 21 de
Março de 2001:
www.faroldasletras.no.sapo.pt .
artEscrita
artEscrita
Assentou praça em Janeiro de 1972,
vindo a ser mobilizado para
Moçambique, aonde chegou a 24 de
Novembro de 1972. Prestou serviço nas
Províncias de Tete e da Zambézia,
regressando à metrópole no dia 14 de
Setembro de 1974.
CONT
AS DE UM OUTR
O RoSÁRIO
ONTAS
OUTRO
O tempo purificou as memórias de
autor e personagens, como o faz a
esse vinho mel rubro, mistura de
xisto, água e sol. E suor, hoje mais
sóbrio, tal como a pena deste autor,
que, dir-se-ia, esteve a ganhar
corpo de vintage, repousando na
distância, para só depois poder
estalar na boca o sabor das linhas
finalmente e finamente traçadas.
Eça acena que sim. Tormes continua. Há ainda padres que sabem
bem cumprir os mandamentos. E
mulheres capazes de pecar por
amor, não por fastio da vida. E o
mistério do crime e do vinho por
desvendar. Porque não há dois
crimes nem duas garrafas de vinho
iguais.
Vítor da Rocha
Manuel Maria nasceu no Porto a 18
de Junho de 1951; frequentou a Escola
do Bairro de Costa Cabral e o Liceu
de Alexandre Herculano.
Manuel Maria
Manuel Maria tem um douro dentro
de si. Afinal, todos os que, um dia,
foram aspergidos pelas águas do
grande rio hão-de, mais cedo ou
mais tarde, a tais águas voltar, como
a lampreia, quanto mais não seja,
para a desova de memórias ou…
letras. Nos muitos regressos, Manuel
Maria – ou será o advogado
Leopoldo, escritor inventado dentro
do verdadeiro escritor? – leva
também uma ponta da herança
legada por Eça à região: um livro e
Tormes. Além de um padre e um
crime depois do amor.
Contas de um
outro Rosário
“Muito se diz de boca e, quando ao
pé dela se tem o coração, nem sempre há palavras que reflictam ou
justifiquem os actos.
Num tribunal, uma mulher grita pela
inocência do marido, acusado de
um crime. Leopoldo é peça nuclear
na investigação deste facto narrativo. É no limiar da vivência desta
personagem e da transposição por
ela feita para a génese de um
romance que muitas histórias se
cruzam - fios de Ariadne que
permitem ao leitor decifrar um
labirinto romanesco composto por
intrigas aparentemente desconexas; uma enfiada de acções e
acontecimentos assente numa
variedade de discursos, valores,
dramas tão fictícios quanto reais;
um jogo de tempos a todo o momento recriado e reconhecido; um
desfile de personagens e experiências perspectivado pela tradição do
velho sempre novo; uma referencialidade de espaços feita cenário para
uma visão de fronteira a todo o
tempo ultrapassada.
Se com Carioca (personagem tão
familiar mas não menos enigmática) se vislumbram as novidades de
hoje como ditados de uma actualidade eterna, neste romance
relêem-se discursos, histórias,
dramas de um teatro da vida a desvelar por vozes, tempos e espaços
rememoráveis.”
Vítor Oliveira
Manuel Maria
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Primeiras apreciações - Farol das Letras