AJES – FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA MBA GESTÃO ESTRATÉGICA DE AGRONEGÓCIOS. CONSTRUÇÃO DE COCHOS PARA CONFINAMENTO DE BOVINOS A PARTIR DA REUTILIZAÇÃO DE BIG BAGS, VOLTADOS À AGRICULTURA FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE NOVA NAZARÉ-MT. Autor: Flávio Lúcio Ferrari. Orientador (a): Ms. Cynthia Cândida Corrêa. NOVA XAVANTINA – MT/2013 INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA GESTÃO ESTRATÉGICA DE AGRONEGÓCIOS. CONSTRUÇÃO DE COCHOS PARA CONFINAMENTO DE BOVINOS A PARTIR DA REUTILIZAÇÃO DE BIG BAGS, VOLTADOS À AGRICULTURA FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE NOVA NAZARÉ-MT. Autor: Flávio Lúcio Ferrari. Orientador (a): Ms. Cynthia Cândida Corrêa. Trabalho apresentado como requisito parcial para obter o título de especialista em Gestão Estratégica de agronegócios. NOVA XAVANTINA – MT /2013 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus filhos Hugo e Matheus AGRADECIMENTOS Aos mestres pela dedicação e longas viagens para nos trazer o conhecimento. Ao Sr. Chou Hsiu I, pela disponibilização da fazenda Chou, para realização da pesquisa e custeio de todas as despesas inerentes ao curso. Ao Professor Dr. Luiz Henrique Viana (UFMS), a quem sempre me espelhei na vida profissional e acadêmica, pelos conselhos e ensinamentos. “Onde existe um problema, sempre tem uma oportunidade”. (PEGN). RESUMO Atualmente a agricultura familiar encontra-se inserida em um cenário caracterizado pela instabilidade e flexibilidade das relações econômicas, políticas e sociais. Este estudo tem como propósito conhecer a realidade no Brasil e principalmente no Município de Nova Nazaré, identificando a correlação da pecuária extensiva e intensiva no contexto da agricultura familiar principalmente no que tange aos confinamentos, bem como, a finalidade da ferramenta cocho dentro desta atividade, averiguando os custos em sua montagem e manutenção. Um novo modelo de cocho a partir da reutilização de big bag, como alternativa no desenvolvimento da atividade de confinamento na agricultura familiar, por apresentar maior mobilidade, praticidade de tratamento, economicidade na montagem e manutenção e por ser ecologicamente viável, para obtenção dos dados foi utilizado pesquisa de campo, onde ficou caracterizado a viabilidade da utilização do cocho de big bag em relação ao cocho de concreto, tanto no que se refere a mobilidade, custo, limpeza, acessibilidade e tratamento. PALAVRAS-CHAVE: Agricultura Familiar; Confinamento; Cochos de Concretos; Cochos de Big Bag. ABSTRACT Currently the family farm is set in a scenario characterized by instability and flexibility of economic, political and social. This study aims to know the reality in Brazil and especially in the city of New Nazareth, identifying the correlation between extensive and intensive livestock farming in the context of family farming especially in regard to confinement, as well as the purpose of the tool trough within this activity, ascertaining costs for assembly and maintenance. A new model of the trough from the big bag reuse as an alternative in the development of the activity of confinement in family farming, due to its higher mobility, convenience of treatment, economy in the assembly and maintenance and be ecologically viable for data collection was used research field where it was characterized the feasibility of using the trough big bag in relation to the concrete trough, both as regards mobility, charge, cleaning, handling and accessibility. KEYWORDS: Family Farming; Confinement; Troughs of Concrete; Troughs of Big Bag. LISTA DE SIGLAS FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria INDEA-MT – Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso ML – Metros Lineares NDT – Nutrientes Digestíveis Totais PNRA – Programa Nacional de Reforma Agraria ULE – Unidade Local de Execução UV – Ultra Violeta LISTA DE FIGURAS Figura 01: Big bag cheio.............................................................................................28 Figura 02: Big Bag vazio............................................................................................28 Figura 03: Big Bag Aberto..........................................................................................28 Figura 04: Foto de cocho de concreto em confinamento...........................................32 Figura 05: Cocho de big bag......................................................................................32 Figura 06: Acesso dos animais dos dois lados no cocho de big bag.........................34 Figura 07: Facilidade no Tratamento..........................................................................34 Figura 08: Excesso de barro no pé dos cochos em confinamento............................35 Figura 09: Facilidade de reparo..................................................................................36 Figura 10: Reposição de cochos quebrados..............................................................37 LISTA DE TABELAS Tabela 01 Quantidade de Gado Bovinos Existentes no Município de Nova NazaréMT..............................................................................................................................25 Tabela 02 Planilha de custos na construção de cochos de big bag..........................30 Tabela 03 Orçamento de cocho de concreto.............................................................31 Tabela 04 Planilha de custos na reposição de materiais de cochos de big bag........33 Tabela 05 Demonstrativo de perca ao ano em 50 mts de cocho de concreto em confinamentos a partir do 3º (terceiro ano)................................................................33 Tabela 06 Demonstrativo do confinamento referente ao ano de 2012 na fazenda chou............................................................................................................................38 Tabela 07: Demonstrativo de ganho de peso no confinamento Estancia Bahia, ano 2012, com cocho convencional de estrutura de concreto..........................................39 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...........................................................................................................12 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................16 1.1 AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL.....................................................16 1.2 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA AGRICULTURA FAMILIAR..................19 1.3 PECUÁRIA NA AGRICULTURA FAMILIAR................................................20 1.4 PECUÁRIA EXTENSIVA.............................................................................21 1.5 PECUÁRIA INTENSIVA/CONFINAMENTO................................................22 1.6 PECUÁRIA NA AGRICULTURA FAMILIAR EM NOVA NAZAÉ..................24 1.7 COCHO........................................................................................................26 1.8 CONCEITO DE BIG BAG............................................................................26 2. METODOLOGIA DA PESQUISA...........................................................................30 2.1 TIPO DE PESQUISA...................................................................................30 2.2 METO DE ANALISE DE DADOS.................................................................30 3. APRESENTAÇAO E DISCUSSAO DOS DADOS.................................................32 3.1 FAZENDA CHOU.........................................................................................32 3.2 BAIXO CUSTO IMOBILIZADO....................................................................32 3.3 QUANTO AO ACESSO DOS ANIMAIS AO COCHO..................................36 3.4 QUANTO A FACILIDADE DE TRATAR OS ANIMAIS.................................37 3.5 QUANTO A FACILIDADE DE LIMPEZA DO COCHO.................................37 3.6 QUANTO A MUDANÇA DE LOCAL............................................................37 3.7 QUANTO AOS REPAROS EM CASO DE ACIDENTES EM COCHOS......38 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................43 REFERÊNCIAS..........................................................................................................45 12 INTRODUÇÃO No início da década de 1960, a agricultura familiar era vista pelas instituições públicas e privadas como modo de sobrevivência dos agricultores e os esforços se concentravam apenas no desenvolvimento industrial. Alguns economistas e formuladores de política econômica defendiam a discriminação total da agricultura, como forma de incentivar e destinar os recursos para o setor industrial2. A partir daí viu-se a necessidade de estimular a agricultura, pois estava ocorrendo intenso fluxo migratório, conhecido por êxodo rural, da população rural para as cidades. Enquanto as cidades e as indústrias estavam crescendo, a migração chegou até ser incentivada, mas com o passar do tempo vieram às crises e a explosão demográfica que obrigaram o governo a tomar providências no sentido de tentar conter tal migração. No entanto, sabe-se que a utilização do conceito de agricultura familiar no Brasil remete a década de 1990, quando inúmeros estudos buscaram quantificar e aferir a participação deste segmento na produção nacional². O Brasil, país com imensa área territorial, sendo destaque mundial na produção de alimentos, maior exportador de carne bovina no ano de 2011, com 20,7% do mercado mundial, buscando o aumento gradativo da produtividade com redução de custos e de maneira sustentável3. Dentre as 5.175.239 propriedades rurais do Brasil, 84,4%, ou seja, 4.367.902 propriedades, são classificadas como agricultura familiar, onde 45% das áreas são destinadas a pastagens e detém a participação de 30% do rebanho bovino do país; no entanto, este setor ainda não participa de maneira significativa no confinamento de bovinos, devido aos altos custos de implantação da estrutura física de um confinamento, onde a construção dos cochos consome grande parte dos recursos4. 2 SOUZA, Nali de Jesus de. Desenvolvimento Econômico. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1997. 3 SOUZA, Daniel Araújo http://www.agricultura.mg.gov.br/files/perfil/perfil_mundial.pdf,, acesso em 16/08/2012. 4 Censo agropecuário 2006, disponível em: 13 Apresentaremos um breve histórico da pecuária de bovinos dentro da agricultura familiar do município de Nova Nazaré-MT, observando tanto na pecuária extensiva, bem como na pecuária intensiva, verificando a viabilidade de cada uma e mostrando qual a função da ferramenta cocho dentro dessa atividade. Neste estudo vamos apresentar um comparativo entre o modelo de cocho convencional, (concreto) e oferecer uma modalidade de construção de cochos a partir da reutilização de embalagens de adubos químicos (big bag) que poderá vir a reduzir significativamente o custo dos cochos e assim possibilitar que pequenos agricultores familiares façam a engorda de seus animais em suas propriedades, evitando vender seus animais magros para grandes confinadores; o presente estudo estará verificando a viabilidade econômica desta nova modalidade de cochos, facilidade de abastecimento, se o mesmo poderá ser abastecido de forma manual ou com o uso de máquinas, sua funcionalidade e desempenho em geral. Nossa finalidade é encontrar solução prática, funcional, economicamente viável, de baixo valor imobilizado e de maneira sustentável, que venha facilitar o confinamento de bovinos em pequenas propriedades rurais no município de Nova Nazaré-MT, demonstrando que reciclando um material que até o momento era desprezado (big bag), pode ser transformado em cocho de custo reduzido, podendo assim contribuir com o aumento do faturamento e da renda em pequenas propriedades rurais. Observando esse cenário, surge a necessidade de desenvolver um produto eficiente e de baixo custo capaz de substituir os modelos tradicionais de cochos existentes (concreto). Então, nosso propósito que até o momento, foi desenvolver um cocho construído a partir da reutilização de big bags usados, proporcionando significativa economia e contribuindo de maneira sustentável como meio ambiente, utilizando material que até o momento era desprezado. O grande problema na construção e instalação de estrutura física para confinamento de bovinos está ligado diretamente ao alto custo dos cochos de http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1466&id_pagina=1, acesso em 16/08/2012. 14 concretos (convencionais), que praticamente inviabiliza a atividade em pequenas propriedades rurais (agricultura familiar). Neste sentido há necessidade de encontrar através de pesquisas e estudos, soluções a que venham substituir o modelo tradicional dos cochos, reduzindo o alto valor imobilizado; e assim facilitar que a atividade se torne possível e lucrativa. Razão pela qual nos motivamos a encontrar através de pesquisas e estudos, soluções para substituir o modelo tradicional dos cochos, buscar a redução do alto valor de imobilizado e tornar a atividade viável e lucrativa. Para solucionar tais problemas acreditamos que: A construção de cochos a partir da reutilização de big bags vai proporcionar significativa redução de custos no confinamento de bovinos; Os cochos construídos a partir da reutilização de big bags oferecem ótima funcionalidade para executar o trato dos animais de maneira manual ou mecanizada; Esta modalidade de fabricação de cochos através da reutilização de embalagens atende muito bem a agricultura familiar, por seu custo reduzido e facilidade de instalação; Diante disso define-se como objetivo geral deste estudo a possibilidade de construir cochos para confinamento a partir da reciclagem de big bags. E para o alcance do objetivo geral teve como objetivos específicos: verificar a viabilidade econômica de cochos para confinamento a partir da reciclagem de big bags, analisar a funcionalidade dos cochos para confinamento a partir da reciclagem de big bags e comparar com modalidades existentes de cochos para confinamento. Para o alcance dos objetivos o trabalho foi estruturado em cinco partes, sendo a primeira essa introdução onde são apresentados o problema e objetivos do trabalho. A segunda parte apresentou-se o referencial teórico para comparação de literaturas já existentes sobre o assunto de nosso estudo, buscando demonstrar a viabilidade de implantação do projeto de construção do cocho de big bag na agricultura familiar, na terceira parte foi apresentado a metodologia do presente estudo para implantação do referido projeto, a quarta parte traz a discussão e analise dos dados referente ao custo e viabilidade de implantação do objeto do 15 estudo, por fim na quinta parte apresentamos os dados conclusivos sobre o estudo em questão. 16 CAPÍTULO I REFERENCIAL TEÓRICO 1.1 AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL A regularização fundiária de terras públicas e gerência da estrutura fundiária do país contribui para o desenvolvimento sustentável, para a desconcentração da estrutura fundiária, para a redução da violência e da pobreza no campo e promoção da igualdade, de forma participativa reafirmando os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, contribuindo para o fortalecimento das parcerias e da sociedade civil organizada, fiscalizar a função social dos imóveis rurais, contribuindo para a capacitação dos assentados. A destinação das terras públicas, demarcação e titulação das terras ocupadas por comunidades tradicionais e quilombolas, gerência da estrutura fundiária nacional pelo conhecimento da malha fundiária, mediante o cadastramento e as certificações dos imóveis rurais, estão contribuindo para as políticas de inclusão social. Todo o assentado pelo INCRA se enquadra como agricultor familiar, pois a política da reforma agrária assim o define. LEI Nº 11.326, DE 24 DE JULHO DE 2006. Art. 2o A formulação, gestão e execução da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais serão articuladas, em todas as fases de sua formulação e implementação, com a política agrícola, na forma da lei, e com as políticas voltadas para a reforma agrária. Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que pratica atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente, aos seguintes requisitos: I - não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais; II - utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento; III - tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, na forma definida pelo PoderExecutivo. 17 V - dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família. 5 No desenvolvimento da agricultura sustentável a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) fazem algumas recomendações. Primeiramente, faz-se necessário implementar uma política científica e tecnológica “especialmente em sistemas integrando agricultura e pecuária, em produtos tradicionais” e nos produtos dependentes de muita mão-de-obra (FAO/INCRA, 1994, 10).6 Também são recomendadas reestruturações dos serviços de extensão rurais, a promoção da integração vertical agricultura-pecuária, o incentivo à rotação de culturas, a indução de práticas de controle integrado de pragas, maior utilização da adubação orgânica, a conservação do solo através, dentre outros, de práticas culturais como a cobertura verde e finalmente, é necessário desenvolver e apoiar a utilização de sistemas agroflorestais (FAO/INCRA, 1994, 10-11). Tradicionalmente, a ideias de agricultura familiar repousa sobre a identidade entre família e exploração. A unidade de produção é um grupo familiar em que os membros estão ligados por laços de parentesco biológico ou simbólico, um grupo que se constitui e se renova tendo como base as relações familiares. Sendo assim, a exploração familiar assegura a subsistência do grupo e representa um patrimônio cuja transmissão é o objetivo principal das estratégias de reprodução do grupo familiar 7. Teorias como estas se vigoram em certas regiões do país, no caso de Nova Nazaré-MT o que mais se pode observar e o abandono das propriedades por parte dos filhos que estão saindo do campo em busca de outras atividades nas cidades, 5 BRASIL: Lei 12512/11 | Lei nº 12.512, de 14 de outubro de 2011 Institui o Programa de Apoio à Conservação Ambiental e o Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais; altera as Leis nºs 10.696, de 2 de julho de 2003, 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e 11.326, de 24 de julho de 2006. Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1029502/lei-12512-11. 6 FAO/INCRA. Diretrizes de Política Agrária e Desenvolvimento Sustentável. Brasília, FAO/INCRA, 1994 UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME (UNEP). TEEB – The Economics of Ecosystems and Biodiversity Report for Business – Executive Summary. 2010b acesso dia 08-12-2012: http://www.incra.gov.br/index.php/institucionall/incra. 7 LAMARCHE, Hugues. (Coord.). A agricultura familiar: comparação internacional. Tomo I. Trad. TIJIWA, Angela Maria Naoko. Campinas: Ed. Da UNICAMP, 1993. 18 ou trabalho ou estudo, e quase uma totalidade dos filhos que uma vez abandonam o campo jamais voltam, este quadro se concretiza pela falta de oportunidades encontradas pelos filhos dos agricultores. A agricultura familiar ocupou um lugar secundário e subalterno na sociedade brasileira, tornando-se um “setor bloqueado”, impossibilitado de desenvolver suas potencialidades enquanto forma social específica de Produção 8. O bom desempenho e o fortalecimento da agricultura familiar estão na dependência da capacidade de articulação dos diversos atores sociais envolvidos e comprometidos com a agricultura familiar, podem se destacar: “[...] movimentos sociais, diversos ministérios, governos estaduais e municipais, agentes financeiros, ONGs e outros” 9. Mais que isso, torna-se necessário conhecer o perfil de cada produtor procurando identificar sua vocação e sua capacidade de gestão de nada adianta fornecer tecnologia se o mesmo não consegue fazer uso da mesma, exigir que o produtor plante se ele gosta e de criar animais, dentro de um grupo de produtores há os que querem criar abelhas, outros peixes, alguns querem criar gado de leite ou gado de corte, outros suíno, aves, ovelhas ou citros. Segundo estudo realizado mostra que, uma numerosa parcela da agricultura familiar, cerca de 2 milhões de estabelecimentos, gera um valor bruto da produção agropecuária extremamente baixo 10. E apesar de extremamente baixa essa produção, Grande parte da cesta básica vem da agricultura familiar Apesar de cultivar uma área menor com lavouras e pastagens (17,7 e 36,4 milhões de hectares, respectivamente), a agricultura familiar é responsável por garantir boa parte de a segurança alimentar do país, como importante fornecedora de alimentos para o mercado interno. 8 WANDERLEY A agricultura familiar no Brasil: um espaço em construção. In: Revista da Associação Brasileira de Reforma Agrária. v. 25, n. 2 e 3, p. 37-68, mai/dez., 1995. 9 TOSCANO, Luiz Fernando. Agricultura Familiar e seu grande desafio. em:<http://www.agr.feis.unesp.br/dv09102003.htm, em 06 de setembro de 2012. 10 Disponível TOSCANO, Luiz Fernando. Agricultura Familiar. Diário de Votuporanga, Ano 50, nº12.769, 09 de Outubro de 2003, p. 02. Disponível em: <http://www.agriculturafamiliar.org.br/>. Acesso em: novembro de 2012. 19 Em 2006, a agricultura familiar era responsável por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café (parcela constituída por 55% do tipo robusta ou conilon e 34% da arábica), 34% do arroz, 58% do leite (composta por 58% do leite de vaca e 67% do leite de cabra), 59% do plantel de suínos, 50% das aves, 30% dos bovinos e, ainda, 21% do trigo. A cultura com menor participação da agricultura familiar foi à soja. (16%) (IBGE)11. Segundo Vasconcelos (1993), o confinamento de bovinos é uma exploração que permite produção expressiva em quantidade, qualidade e lucratividade, é tecnicamente recomendável praticamente possível e economicamente viável, podendo ser para atividade leiteira ou exclusivamente para produção de carne, pois permite atingir a qualidade para o abate com maior velocidade permitindo que o proprietário rural tenha o aproveitamento mais intensivo de sua propriedade com maior produção na mesma área, através da redução do abate dos animais e venda na entre safra12. Neste contexto, encontramos um item que chama a atenção no que diz respeito ao desempenho da engorda dos animais e baixo custo imobilizado na propriedade, que são os cochos construídos a partir da reutilização dos big bags usados, tendo a praticidade de serem operados de maneira manual (Agricultura Familiar) ou no trato mecânico (medias e grandes propriedades) através do emprego de tratores e vagões para distribuição da dieta recomendada. O cocho embora sendo uma ferramenta antiga e tradicionalmente utilizada em confinamentos de bovinos, só recentemente começaram questionamentos e preocupações sobre o alto valor imobilizado em sua construção em pequenas propriedades, devido às estreitas margens de lucros na atividade. 1.2 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA AGRICULTURA FAMILIAR Cerca de 60% dos alimentos consumidos pela população brasileira são produzidos por agricultores familiares. No Brasil, a agricultura familiar é responsável pela produção de 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de 11 IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/default.php acessado em dezembro, 2012. 12 VASCONCELOS, Paulo Mário Bacariça, Guia Pratico para o Confinador, Nobel-1993. 20 feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 21% do trigo e, na pecuária, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves e 30% dos bovinos (IBGE, 2012)13. Segundo dados do Censo agropecuário de 2006, 84,4% do total de propriedades rurais do país pertencem a grupos familiares. São aproximadamente 4,4 milhões de unidades produtivas, sendo que a metade delas está na Região Nordeste. Esses estabelecimentos representavam 84,4% do total, mas ocupavam apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da área dos estabelecimentos agropecuários brasileiros. Já os estabelecimentos não familiares representavam 15,6% do total e ocupavam 75,7% da sua área14. Segundo o último Censo Agropecuário, a agricultura familiar responde por 37,8% do Valor Bruto da Produção Agropecuária. De acordo com a Secretaria de Agricultura Familiar, aproximadamente 13,8 milhões de pessoas trabalham em estabelecimentos familiares, o que corresponde a 77% da população ocupada na agricultura15. Entre os estados brasileiros, a agricultura familiar tem especial destaque no Paraná. Das 374 mil propriedades rurais no estado, 320 mil pertencem a agricultores familiares. Quase 90% dos trabalhadores estão vinculados à agricultura familiar. O Paraná tem uma expectativa de safra de 30 milhões de toneladas de grãos, e mais de 50% do valor bruto da produção vem da agricultura familiar. 1/3 das terras do estado são agricultáveis, e a maior parte está em propriedades com menos de 50 hectares. 1.3 PECUÁRIA NA AGRICULTURA FAMILIAR 13 http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_noticia=1466 acessado em 03-08-2012 as 14:00 hs. 14 http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_noticia=1466 acessado em 03-08-2012 as 14:00 hs. 15 http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_noticia=1466 acessado em 03-08-2012 as 14:00 hs. 21 Pecuária, termo de origem latina que significa “criação de gado” é uma atividade de fundamental importância para a humanidade. Seu objetivo é a criação de animais para fins econômicos e para o consumo16. A pecuária familiar foi identificada como um tipo de agricultura familiar diferenciada, com características internas próprias que lhe conferem uma diversidade de sistemas e de produtores. No entanto, pode-se afirmar que a pecuária familiar apresenta elementos fundamentais que é comum aos diversos sistemas e produtores, sendo que essa categoria social se mostra aderente ao conceito maior de agricultura familiar17. A pecuária familiar, na maioria dos casos, encontra-se entremeada às unidades de produção maiores. Essa é uma característica que acaba dificultando a identificação da categoria social, de modo a não se dar tanta importância à mesma e/ou não reconhecer sua existência. Entretanto, grande parte dos produtores vive em unidades de produção constituídas de pouca dimensão física (terra), utiliza mão de obra essencialmente familiar e tem na pecuária de corte uma fração de sua fonte de renda. 18 1.4 PECUÁRIA EXTENSIVA. 16 CERQUEIRA, Wagner de e Francisco http://www.escolakids.com/pecuaria.htm, acessado em 14/01/2013 as 17:20 pm. 17 Revista de Economia e Sociologia Rural vol.48 no.2 Brasília abr./jun. 2010, Pecuária familiar: a emergência de uma categoria social no Sul do Brasil, disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010320032010000200010&lng=pt&nrm=iso, acessado em 08/01/2013 as 10:42. 18 Revista de Economia e Sociologia Rural vol.48 no.2 Brasília abr./jun. 2010, Pecuária familiar: a emergência de uma categoria social no Sul do Brasil, disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010320032010000200010&lng=pt&nrm=iso acessado em 08/01/2013 as 10:42. 22 A pecuária extensiva é desenvolvida em grandes extensões de terras, com gado solto, geralmente sem grandes aplicações de recursos tecnológicos, investimentos financeiros nem recursos veterinários importantes19. No sistema extensivo os animais são criados soltos, em grandes espaços abertos. Neste modelo o investimento feito pelo criador é menor tanto na questão da própria infraestrutura, quanto na questão dos cuidados com os animais. Um exemplo de menor cuidado com os animais é a alimentação. Na pecuária extensiva, por exemplo, a alimentação dos animais é baseada principalmente nos pastos, logo é de se esperar que os resultados demorem mais para aparecer, tanto no tocante a engorda dos animais, como no lucro do pecuarista. No sistema extensivo, é comum a criação de bovinos, aves e porcos20. 1.5 PECUÁRIA INTENSIVA/CONFINAMENTO Confinamento é um sistema de criação de bovinos em que lotes de animais são encerrados em piquetes ou currais com área restrita, e onde os alimentos e água são fornecidos em cochos21. Comumente este sistema é mais utilizado na fase de terminação dos bovinos, muito embora bezerros desmamados, novilhos e novilhas em recria, bois magros e vacas “boiadeiras” (de descarte) possam também ser assim alimentados. Tal prática ocorre normalmente, no Brasil, na época das secas, ou seja, durante a entressafra da produção de carne, visando alcançar melhores preços no pico desta entressafra22. 19 Colégio Web os Tipos de Pecuária, http://www.colegioweb.com.br/geografia-infantil/os-tipos-depecuaria.html, acessado em 14/01/2013 as 17:15 pm. 20 Características do setor agroindustrial “dentro da porteira, Sistemas de criação, http://www.etecbrasil.unimontes.br/agronegocio/introagro/aula10.html, acessado em 14/01/2013 as 17:35 pm. 21 Projeto Confinamento de Bovino Completo, Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABKFIAJ/projeto-confinamento-bovino-completo 08/01/2013 as 12:30. acessado dia 22 Projeto Confinamento de Bovino Completo, Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABKFIAJ/projeto-confinamento-bovino-completo 08/01/2013 as 12:30 acessado dia 23 O confinamento de bovinos é uma exploração que permite produção expressiva em quantidade, qualidade e lucratividade, é tecnicamente recomendável praticamente possível e economicamente viável, podendo ser para atividade leiteira ou exclusivamente para produção de carne, pois permite atingir a qualidade para o abate com maior velocidade permitindo que o proprietário rural tenha o aproveitamento mais intensivo de sua propriedade com maior produção na mesma área, através da redução do abate dos animais e venda na entre safra23. Ao analisarmos os confinamentos de bovinos em pequenas propriedades rurais e/ou na agricultura familiar podemos observar a inviabilidade dessa atividade para os pequenos agropecuaristas, tendo em vista os altos investimentos que são necessários na implantação de estrutura física para o desenvolvimento dessa atividade rural. No caso do Brasil, onde há muita terra, pouco capital, baixo poder aquisitivo e um sistema de classificação de carcaça ainda incipiente, parece mais lógico confinar visando-se a terminação durante a entressafra, utilizando-se instalações simples e práticas e alimentos produzidos na própria fazenda24. O elevado custo das instalações recomendadas para a engorda de gado em confinamento tem limitado a prática desta atividade no meio agropecuário. De fato são necessários pesados investimentos na construção de algumas edificações, ou adaptação das já existentes e também na aquisição de equipamentos especializados. O confinador deve avaliar as vantagem e as limitações tanto do ponto de vista técnico como econômico dos principais tipos de instalações usualmente recomendadas, antes de fazer sua escolha25. Para que a produção animal possa se expandir de forma a atender à demanda humana minimizando-se o impacto ambiental, novos sistemas de manejo 23 VASCONCELOS, Paulo Mário Bacariça, Guia Pratico para o Confinador, Nobel-1993, disponível em http:books.google.com.br, acesso em 16.08.2012. 24 Confinamento de Bovinos de Corte, disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABKFIAJ/projeto-confinamento-bovino-completo 08/01/2013 as 12:30 25 acessado dia Instalação de Confinamento, disponível em; http://www.agriculturaepecuaria.com.br/joomla/index.php?option=com_content&view=article&id=99:in stalacao-de-confinamento&catid=25:the-project&Itemid=124 acessado em 08/01/2013 as 12:11 am. 24 de dejetos devem ser desenvolvidos e adotados pelos produtores e agroindústria. A aceitação voluntária de diretivas de cunho ambiental deverá se iniciar com atitudes tomadas na indústria e pelos produtores26. A necessidade de planejamento ambiental é algo aceito hoje em dia no meio empresarial urbano e está atingindo o meio rural. Neste sentido, o profissional que atua na área de produção animal deverá se capacitar para planejar o uso de recursos naturais e situar as atividades, tanto na propriedade rural como na região, em pontos que a capacidade de suporte seja eficiente para a atividade. Isto exige controle dos efluentes emitidos: adequação das instalações e sistemas de reciclagem27. 1.6 PECUÁRIA NA AGRICULTURA FAMILIAR EM NOVA NAZARÉ-MT Nova Nazaré – MT, é um município diferenciado dos demais municípios que compõem o estado de Mato Grosso, originário de 80% a 90% (oitenta a noventa por cento) de agricultores familiares parceleiros assentamento pelo INCRA – MT, onde uma agrovila se progrediu através de muitos esforços e lutas dos seus pioneiros e que posteriormente se transformou em uma cidade. A agricultura familiar do município de Nova Nazaré tem como a principal fonte de renda das famílias assentadas pelo (PNRA) Programa Nacional de Reforma Agraria, a exploração da pecuária leiteira; a pecuária de corte, a ovinocultura, as demais explorações existente no município de Nova Nazaré são apenas de subsistência onde se comercializa só excedentes da produção com ênfase as lavouras de arroz, milho, feijão, banana, fruticultura, avicultura e a suinocultura. Já em relação à pecuária de corte existem duas vertentes no município onde uma em menor escala que é a cria recria e engorda com a venda direta de toda sua produção aos frigoríficos da região, já a outra em uma escala bem maior que é 26 Projeto Confinamento de Bovino Completo, Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABKFIAJ/projeto-confinamento-bovino-completo 08/01/2013 as 12:30. acessado dia 27 Projeto Confinamento de Bovino Completo, Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABKFIAJ/projeto-confinamento-bovino-completo 08/01/2013 as 12:30. acessado dia 25 apenas a cria com a venda da produção de bezerros aos invernistas da região e as vacas de descarte aos açougues da sede do município de Nova Nazaré. A pecuária de corte do município de Nova Nazaré – MT é empregado o sistema extensivo, com baixas produtividades de cabeças por hectares devidas principalmente ao conservadorismo dos agricultores familiares as novas tecnologias de produção recomendados pela Embrapa Gado de Corte e Leite, a baixa qualidade genética dos rebanhos existentes, pastagens do gênero braquiária que apresenta um baixo índice de N.D.T. (Nutrientes Digestíveis Totais) a exploração da pecuária de corte se concentra em áreas abaixas, ou seja, em área de varjão o qual contribui muito para este baixo índice de N.D.T. Vale apenas ressaltar que a bovinocultura de leite e a bovinocultura de corte são as duas principais cadeias produtivas, e as mais importantes no contexto de geração de emprego e renda dos agricultores familiares do município de Nova Nazaré – MT, de acordo com dados fornecidos pelo INDEAMT através da ULE Unidade Local de Execução do Município de Nova Nazaré-MT, o município possui uma quantidade 313 propriedades rurais com um rebanho de 84.013 (oitenta e quatro mil e treze) rezes cadastrados em seus sistemas, conforme a faixa etária especificado na tabela abaixo. Tabela 01 Quantidade de Gado Bovinos Existentes no Município de Nova Nazaré-MT PROPRIEDADES EXISTENTES Espécie Faixa etária Sexo TOTAL 313 Total do rebanho existente Bovinos 00 a 04 Meses F 3.393 Bovinos 00 a 04 Meses M 3.400 Bovinos 04 a 12 Meses F 5.442 Bovinos 04 a 12 M 5.244 Bovinos 12 a 24 Meses F 9.352 Bovinos 12 a 24 Meses M 10.002 Bovinos 24 a 36 Meses F 10.902 Bovinos 24 a 36 M 4.064 Bovinos + 36 Meses F 30.535 Bovinos + 36 Meses M 1.676 Total de Rebanho Fonte: INDEA-MT, ULE Unidade Local de Execução de Nova Nazaré-MT. 84.013 26 1.7 COCHO Uma das ferramentas utilizadas no sistema de confinamento são os cochos e são vários os tipos ou modelos de cochos adotados. Existem de concreto (prémoldado), de tijolos revestidos, de cimento liso, de madeira e até de materiais adaptados existentes na propriedade. A sua escolha dependerá do material a ser utilizada, quantidade de investimento disponível e certamente do gasto pessoal do interessado. Quanto a sua localização, deverão ser colocados numa posição que permite o fornecimento de ração pelo lado de fora, facilitando ao máximo a mão de obra28. Visando o melhoramento nos custos e investimentos das instalações de confinamentos nas pequenas propriedades rurais, iremos apresentar um novo modelo de cochos que serão construídos a partir da reutilização de big bags, reduzindo assim os investimentos e ao mesmo tempo estaremos minimizando o impacto ambiental produzido principalmente pela agricultura através do descarte de big bags, que são embalagens de adubos químicos, que a partir de agora serão reciclados na fabricação de cochos. Desta forma entendemos que a contribuição para a preservação do meio ambiente terá grande dimensão através do processo de reciclagem de big bags, que hoje são desprezados de forma inadequada em grandes quantidades pelos produtores agrícolas, mas a preocupação de desenvolvimento sustentável, reciclagem, mobilidade e rentabilidade nos confinamentos bovinos de corte, leite, e tratamento de bezerros, vacas e bois magros nas pequenas propriedades rurais, nos leva a este novo modelo de construção de cochos, pois os mesmos apresentam resultados positivos em relação, aos demais cochos construídos de outros materiais, tais como, pré-moldados de concreto. 1.8 CONCEITO DE BIG BAG 28 Instalação de Confinamento, disponível em; http://www.agriculturaepecuaria.com.br/joomla/index.php?option=com_content&view=article&id=99:in stalacao-de-confinamento&catid=25:the-project&Itemid=124 acessado em 08/01/2013 as 12:11 am. 27 Apesar de não encontrar relatos do ano e de onde surgiu os contentores big bags sendo que a origem do nome vem do inglês big = grande e bag = saco, sacola ou mala, sabemos que a empresa responsável pela a introdução de contentores flexíveis no mercado brasileiro foi a Sanwey. BIG-BAGS são contentores flexíveis usados para transporte e armazenamento de vários tipos de produtos, são econômicos e de fácil manuseio. Os big-bags são 100% confeccionados com tecidos recicláveis de polipropileno (estabilizado contra ação de raios UV) e costurados com revestimentos internos de polietileno. São usados para embalagem e estocagem de produtos em pó e granulados, incluindo fertilizantes, sais, produtos químicos, granulados sintéticos, rações, lixo tóxico, cimento, minerais, metais e muitos outros produtos. Feitos sob medidas, especialmente para atender as necessidades de cada cliente, os big-bags estão disponíveis em diferentes tamanhos e especificações, sempre de acordo com os padrões internacionais de segurança29. Para o manuseio no processo de enchimento e para manipulação através de máquinas de levantamento, todos os big-bags contam com quatro alças, de dois diferentes tipos: - Alças fixadas na costura vertical - uma alça é fixada juntamente com cada uma das quatro costuras verticais, nos cantos do big-bag. - Alças fixadas nas laterais – quatro alças são costuradas transversalmente nas laterais do big-bag, permitindo que as alças fiquem em pé, facilitando operações de levantamento30. 29 PRB Ind. e Com. de Embalagens Ltda.http://www.prb.ind.br/big-bag.html acessado em 21/01/2013 as 15: 34 pm. 30 PRB Ind. e Com. de Embalagens Ltda.http://www.prb.ind.br/big-bag.html acessado em 21/01/2013 as 15: 34 pm. 28 Figura 01: big bag cheio. Fonte: Fazenda Chou. Figura 02: Big Bag vazio. Fonte: Fazenda Chou. 29 Figura 03 Big Bag Aberto. Fonte: Fazenda Chou. O Big Bag aberto conforme demonstrado na figura 03 é a primeira etapa na qual ele deve passar para a fabricação do cocho proposto no presente trabalho, sendo que o mesmo possui uma abertura de 3,5 m, de comprimento sendo necessária uma quantidade de 43 (quarenta e três) contentores para a construção de 150 ML, de cocho. 30 CAPÍTULO II METODOLOGIA 2.1 TIPO DE PESQUISA Foi realizada pesquisa aplicada, de natureza quantitativa e com objetivo exploratório, e teve como local de execução a fazenda Chou. 2.2 PROCEDIMENTOS DA PESQUISA Para a execução da pesquisa, foram construídos 150 ML de cochos de bigbags na fazenda Chou. Durante a construção dos cochos foram coletados dados com todos os custos (conforme tabela pág. 32). Após a construção o cocho foi colocado em uso para confinar bovinos, observando e coletando dados e imagens sobre sua operacionalidade, funcionalidade, durabilidade, condições para executar consertos se necessário, quantidade de dieta e nutrientes fornecidos aos animais e principalmente o ganho de peso obtido durante o período que os animais foram confinados (conforme tabela pág. 39), através da pesagem dos animais quando da entrada e saída do confinamento e posterior rendimento de carcaça no abate dos bovinos no frigorífico. Para efeito de comparação entre a modalidade de cocho construído com bigbags e os cochos convencionais de estrutura de concreto, tomamos como parâmetro o confinamento da empresa Estância Bahia localizado na cidade de Água Boa e considerado referência na atividade, onde os cochos são todos de concreto. Assim foi possível comparar o ganho de peso dos animais, observando a dieta e nutrientes fornecidos, pesagem de entrada e saída dos animais e rendimento de carcaça no abate (tabela pág. 39). Foram levantados dados sobre custos da construção e instalação de cochos de concreto, a partir de tomada de preço junto a empresa Panucci Currais, construtora e fornecedora dos cochos de concreto, conforme tabela pág. 32. Também levantamos custos sobre consertos e reparos que se fizerem necessários de acordo com o tempo de uso, conforme tabelas pag. 34 e 35. 31 Posteriormente ao uso e coleta de dados e imagens sobre os cochos construídos com big-bags e os cochos de concreto e abate dos animais confinados, os dados foram tabulados através da ferramenta Microsoft Excel 2010, realizada análise estatística, demonstrando os resultados obtidos nas tabelas. 32 CAPÍTULO III ANALISE E DISCUSSÃO DOS DADOS 3.1 FAZENDA CHOU Propriedade de CHOU HSIU I, localizada a rodovia MT 326, Km 95, margem direita do Rio das Mortes, com área de 7.420 Há, onde se desenvolve criação de bovinos nas etapas de cria, recria e engorda, nos sistemas Extensivo e Intensivo/confinamento das raças Nelore e Aberdeen Angus, com rebanho de 5.000 cabeças. Além de cultivo de 500 Há de soja, milho safrinha e milho para produção de silagem e 50 Há de cana de açúcar para fornecimento aos animais no período de estiagem. A empresa Fazenda Chou no ano de 2010, quando começou a atividade de confinamento de seus bovinos, após pesquisa de custos sobre a instalação de cochos de concreto, achando seus custos imobilizados elevadíssimos perante a margem de lucratividade, diante disso apostou em desenvolver a construção dos cochos a partir da reutilização de big bag, material este que tinha em abundancia em sua propriedade. Após a analise deste experimento, verificou-se que os resultados foram satisfatórios e a empresa optou por utilizar somente esta modalidade de cocho. 3.2 BAIXO CUSTO IMOBILIZADO No presente estudo demonstraremos um comparativo entre cochos de concreto e cochos fabricados a partir da reutilização de big bag, para uma analise de viabilidade de custos e mobilidade, bem como, averiguar qual das duas modalidades de cochos serão mais rentável a utilização em pequenas propriedades rurais e ou agricultura Familiar. 33 Planilha de custo para construção de 150 ML de cocho Data: 15/03/2.012. Responsável: Flávio Lúcio Ferrari Quantidade 45 21 72 300 450 15 1 1 Mercadoria Unid Unid Unid Mts Mts Unid Unid Unid. Big-bag Estaca de eucalipto 12 cm x 2,20 m 1/2 estaca 12 cm x 1,10 m Cordoalha 5/16 usada (metros) Arame liso (metros) Parafuso esticador 3/8 x 35 cm Materiais para costura do big bag Mão de obra diretamente familiar V. unitário 3 13 6,5 1 0,285 5,5 30 00 V. Total 135 273 468 300 128,25 82,50 30 00 1.416,75 Total Tabela 02: Planilha de custos na construção de cochos de big bag. Fonte: Fazenda Chou. Conforme tabela 02, o confinador na instalação ou na primeira construção terá um custo de R$ 9,44 (nove reais e quarenta e quatro centavos), por ML (metro linear) sendo que um cocho de big bag de 150 metros lineares custara um total de R$ 1.416,75 (mil quatrocentos e dezesseis reais e setenta e cinco centavos). Neste levantamento de custos não computamos o fator mão-de-obra, haja vista a mesma ser desenvolvida de maneira familiar. Tabela 03: Orçamento de 150 metros de cocho de concreto DISCRIMINAÇAO Qtde. Valor Unit. Total Cocho Tipo “J” para confinamento 150 ML R$ 110,00 R$ 16.500,00 Mourão De Madeira 25cm X 2.80 Mt 02 R$ 50,00 R$ 100,00 Estacas De Eucalipto 12 Cm X 2,20 Mt 14 R$ 13 R$ 182,00 Cordoalha Três Fios 450 m R$ 0,80 R$ 360,00 Parafusos 3/8x14 15 pç R$ 5,50 R$ 82,50 Separadores de Cordoalhas 14 pç R$ 20,00 R$ 280,00 Vigotas de Madeira 4x12x1,30 mt 14 pç R$ 9,60 R$ 134,40 Parafusos 3/8x7 14 pç R$ 130 R$ 18,20 Refeições e Estadia de Funcionários 06 R$ 210,00 R$ 2.100,00 34 p/ 10 dias Horas Trator com Guindaste 50 h Energia Elétrica R$ 100,00 R$ 5.000,00 R$ 100,00 R$ 100,00 Valor Total R$ 24.857,10 Fonte: Á Panucci e Filhos Ltda. Construção de currais de concretos, galpões pré-moldados, cochos, cercas e postes. Na tabela 03, o metro linear do cocho tradicionalmente utilizado, ou seja, de concreto custa R$ 165,17 (cento e sessenta e cinco reais e dezessete centavos) por ML (metro linear) sendo que um cocho de concreto de 150 metros lineares custara um total de R$ 24.857,10, (vinte quatro mil oitocentos e cinquenta e sete reais e dez centavos). Figura 04: Foto de cocho de concreto em confinamento. Fonte: Estância Bahia Leilões Água Boa-MT. 35 Figura 05 cocho de big bag Fonte: fazenda Chou. A partir da segunda construção, ou ciclo de uso, o confinador terá um custo de somente R$ 223,50 (duzentos e vinte três reais e cinquenta centavos) por cento e cinquenta metros lineares, conforme tabela 04. Ou seja, R$ 1,49 (um real e quarenta e nove centavos) por metro linear, visto que os materiais: arame, cordoalha, parafusos esticadores e estacas serão reutilizados por várias vezes, sendo necessário substituir somente o “pano” (big bags e material de costura), a durabilidade do pano é de um ciclo (giro), de engorda de um lote de animais, ou seja, 90 (noventa dias), bem como eventual quebra de estaca, então, conforme experiência de campo na fazenda Chou, estimamos a substituição máxima de três estacas e três ½ estacas em cada nova instalação. Tabela 04: Planilha de custos na reposição de materiais de cochos de big bag, a partir da segunda instalação. Planilha de custo para reposição em 150 ML de cocho 2º uso Data: 15/03/2.012. Responsável: Flávio Lúcio Ferrari Quantidade Mercadoria V. unitário V. Total 45 Unid Big-bag 3 135 3 Unid Estaca de eucalipto 12 cm x 2,20 m 13 39 3 Unid 1/2 estaca 12 cm x 1,10 m 6,5 19.50 1 Unid Materiais para costura do big bag 10 30 1 Unid. Mão de obra diretamente familiar 00 00 223,50 Total Fonte: Fazenda Chou. 36 O cocho convencional (concreto) possui maior custo imobilizado e a partir do terceiro ano de uso, apresentam quebras (acidentes) de 4% ao ano, tendo que serem substituídos. sendo que em 150 metros lineares de cocho isto irá significar um custo de R$ 1.081,70 (um mil e oitenta e um reais e setenta centavos) por ano, a partir do terceiro ano, conforme tabela 05, ou seja R$ 7,21 (sete reais e vinte um centavos) por ML de reposição e concerto ao ano. Tabela 05: Planilha de custos na reposição de materiais do cocho de concreto tipo J, a partir do 3º ano. Tabela Para Reposição Em Discriminação Quantidade Cocho de Concreto Estaca de eucalipto 150 M/L De Cocho De Concreto A Partir Do 3 Ano V. unitário v. Total 110,00 13,00 660,00 39,00 Vigotas de Madeira 03 Horas trator c/ guincho 02 9,60 100,00 28,80 200,00 Mão de obra 150,00 150,00 06/ML 03 01 Total custo de reparo por ano a partir do terceiro ano 1.081,70 Fonte: Á Panucci e Filhos Ltda. Construção de currais de concretos, galpões pré-moldados, cochos, cercas e postes. 3.3 QUANTO AO ACESSO DOS ANIMAIS AO COCHO No que se refere ao acesso dos animais ao cocho eles terão acesso aos dois lados para se alimentarem, obtendo a mesma acessibilidade como nos cochos do modelo tradicional, ou seja, de concreto, conforme demonstra a figura 06. Figura 06: Acesso dos animais dos dois lados no cocho de big bag Fonte: Fazenda Chou. 37 3.4 QUANTO À FACILIDADE DE TRATAR OS ANIMAIS No que diz respeito ao tratamento no cocho de big bag possui a mesma facilidade apresentada no cocho convencional (concreto), sendo que o confinador poderá fornecer o trato (silagem/ração) de maneira manual carrinho de mão e balaio ou mecânica com uso de trator com vagão, ver figura 07. Figura 07: Facilidade no Tratamento. Fonte: Fazenda Chou. 3.5 QUANTO A FACILIDADE DE LIMPEZA DO COCHO Para limpeza diária do cocho de big bag, basta que o confinador levante uma aba do cocho e balance, para que os restos de forragem caiam, e neste caso com 30 minutos de sol o cocho estará limpo e seco, não proliferando bactérias. Já o cocho de concreto não apresenta a mesma facilidade sendo necessário o uso de pá para remoção dos restos de forragem, além de levar uma maior quantidade de tempo para que o cocho seque, apresentando assim maior possibilidade de proliferação de bactérias. 3.6 QUANTO A MUDANÇA DE LOCAL O cocho de big bag possibilita a mudança de instalação a cada ciclo de confinamento, sem onerar custos, visto que é comum na atividade de confinamento que os cascos dos animais façam buracos nos pés dos cochos, necessitando reposição de cascalho. Isto significa alto custo ao pequeno confinador, pois o 38 mesmo não dispõe de maquinários para execução deste serviço e a maioria das propriedades ficam localizadas distantes de jazidas de cascalho. Esta necessidade de mudança também pode ocorrer devido à criação de grande volume de barro no curral de confinamento em caso de ocorrência de chuvas, conforme figura 08. O cocho de big bag apresenta vantagens referente a mobilidade aja vista que o mesmo não necessita de maquinários para mudança de local, favorecendo assim o pequeno produtor, uma vez que será necessário apenas o emprego de sua mão de obra. Figura 08: excesso de barro no pé dos cochos em confinamento. Fonte: Estancia Bahia Leilões Água Boa-MT. 3.7 QUANTO AOS REPAROS EM CASO DE ACIDENTES EM COCHOS Em caso de acidentes no cocho de big bag (o cocho sofrer rasgo), o confinador tem a facilidade de executar o reparo, utilizando apenas uma agulha manual e barbante de polipropileno. Enquanto se um cocho de concreto quebrar haverá necessidade de substituição de uma peça de 2 Metros Lineares, e o emprego de trator com guincho para remoção, ferramenta que o pequeno confinador geralmente não dispõe. 39 Figura 09: Dificuldade de reparo. Fonte: Estância Bahia Leilões Água Boa-MT. Em visita ao confinamento da empresa Estância Bahia de Água Boa-MT, o confinamento possui cerca de 2.000 metros lineares de cochos de concreto, os cochos de concreto a partir do terceiro ano de uso, apresentam quebras (acidentes) de 4% ao ano, tendo que serem substituídos, sendo que em 150 metros lineares de cocho isto irá significar um custo de R$ 1.081,70, (um mil oitenta e um reais e setenta centavos) por ano, a partir do terceiro ano. No que se refere aos cochos de concretos quebrados não terão mais utilidade sendo materiais de descarte proporcionando grandes quantidades de entulhos contaminando o meio ambiente, conforme demonstra a figura 10. Figura 10: Reposição de cochos quebrados. Fonte: Estância Bahia Leilões Água Boa-MT. 40 Em experimentos realizados na fazenda Chou, foi observada a durabilidade média de uso do cocho de big bag, em 90 dias, ou seja, um ciclo (giro) de engorda de um lote de animais. Após a retirada dos animais já gordos para o abate, é retirada a parte de polipropileno pano (big bag) e incinerado, já os demais materiais são reaproveitados para construção de um novo cocho. Também devemos levar em conta que em determinados períodos (alguns anos), por ter oferta de abundância de pastagens, ou mesmo devido a baixa oferta e ao custo elevado da ração, (milho, farelo de soja e sorgo), não seja economicamente viável desenvolver a atividade do confinamento, então, não teremos aquele custo fixo do investimento em cocho ocioso, como o cocho de concreto. Experimentos realizados no confinamento de bovinos na Fazenda Chou, durante os anos de 2010, 2011 e 2012, mostraram resultados altamente satisfatórios de ganho de peso, com o uso de cochos construídos a partir da reutilização de bigbags, sendo fornecida dieta de silagem de milho e adição de 9,2 Kg de ração com 18% de proteína; conforme tabela de ganho de peso referente ao ano de 2012. Tendo resultado médio, muito similar aos confinamentos de nossa região onde são utilizados cochos de concretos. Tabela 06: Demonstrativo do confinamento referente ao ano de 2012 na fazenda chou, utilizando cocho de big bag. Relatório Ref.: Confinamento 2012 Fazenda Chou Chou Hsiu I Proprietário Flavio Lucio Ferrari – Administrador Cliente Propriedades Bois CPF: Insc. Est.: Data saída Peso saída N. de animais Data de ent. Peso Ent. GPD (P.V.) GPD c/ Rend. 406,15 Dias de conf. 70 20/09/12 529,33 360 12/07/12 1,760 2,769 05/10/12 554,54 240 12/07/12 406,15 85 1,746 2,428 11/10/12 530,67 30/10/12 536,49 60 12/07/12 406,15 91 1,368 2,027 239 02/08/12 395,91 89 1,580 2,271 538,05 899 17/07/12 403,43 80 1,682 2,496 Total Cliente Custo de Arroba Produzida Peso Inicial 403,43 41 N. Dias Peso Final Rend. Carc. Arrobas inicial Arrobas Final Preço @ Valor Diária Despesa Ganho R$ Lucro/boi Custo @ prod. Fonte: fazenda chou. R$ R$ R$ R$ R$ R$ 80 538,05 55,97% 13,45 20,08 91,00 5,50 442,51 603,22 160,70 66,75 Conforme demonstrado na tabela à cima citada, os resultados foram satisfatórios em todos os aspectos do confinamento desde a mobilidade, lucratividade ate na construção do respectivo confinamento, bem como no ganho de peso do animal que apresentou um rendimento médio de carcaça 55,97%, e ganho de peso vivo diário médio de 1.682 gramas, sendo estes animais de cruzamento industrial da raça Aberdeen Angus; apresentando resultados positivos no confinamento dos animais. Os confinamentos com uso do cocho de concreto apresentam resultados satisfatórios no que se refere ao ganho de peso dos animais, porém no que diz respeito à mobilidade e capital imobilizado os resultados são insatisfatórios em relação aos confinamentos com uso de cocho de big bag, principalmente no caso da agricultura familiar. O ganho de peso dos animais confinados está condicionado diretamente a fatores como: Raça dos animais, idade dos animais e dieta fornecida aos animais (Nível de matéria seca da silagem, nível de proteína da ração). Neste quesito o fator ganho de peso, não está condicionado ao tipo de cocho utilizado, pois o que irá determinar o resultado será a dieta fornecida aos animais, ou seja, o que será colocado dentro do cocho. O estudo tem por objetivo demonstrar que o valor imobilizado investido na ferramenta cocho de big bag, pode ser muito menor, como demonstrado, e tendo como resultado o mesmo ganho de peso dos cochos construídos com estruturas de concreto. Através do presente estudo fica caracterizado que o confinamento com uso do cocho de big bag é plenamente viável em confinamentos da agropecuária 42 comercial e principalmente em pequenas propriedades rurais, ou seja, na agricultura familiar. Tabela 07: Demonstrativo de ganho de peso no confinamento Estancia Bahia, ano 2012, com cocho convencional de estrutura de concreto. Cliente Proprie dades José Mauro de Moraes Faz. Santa Maria Total Data saída Peso saída N. de anim ais Data de ent. Peso ent. Dias de conf. GPD (P.V.) Diária s 24/06/2012 470,40 100 03/05/2012 361,42 53 2,056 5.300 15/07/2012 464,89 139 03/05/2012 361,42 73 1,417 10.147 06/07/2012 470,40 239 03/05/2012 361,42 65 1,685 15.447 Custo de Arroba Produzida Peso Inicial 361,42 N. Dias 65 GPD 1,685 Peso Final 470,40 Rend. Carc. 51,91 Arrobas inicial 12,05 Arrobas Final 16,28 Preço @ R$ 83,02 Valor Diária R$ 5,50 Despesa R$ 355,47 Ganho R$ R$ 351,31 Lucro/boi R$ (4,16) Custo @ prod. Fonte: Estancia Bahia Leilões Água Boa-MT. R$ 84,00 43 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao analisarmos a Agricultura Familiar no âmbito nacional podemos averiguar sua importância no desenvolvimento da agropecuária, mesmo sendo realizada de forma rudimentar e sendo empregada mão de obra exclusivamente familiar, ela ainda é responsável pelo abastecimento da cesta básica que vai para mesa dos brasileiros. O município de Nova Nazaré possui características especificas dentre os demais municípios do estado de Mato Grosso, pois apresenta um percentual de 80% a 90% por cento de suas propriedades rurais formadas por pequenos Agricultores, ou seja, assentados pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização Agrária), ficando assim caracterizado como região de agricultores familiares. A pecuária local é formada principalmente pela pecuária extensiva, apresentando apenas duas fazendas em todo município que trabalham com a modalidade de pecuária intensiva, podemos concluir neste sentido que a não utilização de confinamentos está atrelada aos altos custos imobilizados para o desempenho desta atividade, o que a torna inviável aos pequenos agricultores, devido à estreita margem de lucros proporcionada pela atividade. De acordo com o estudo desenvolvido no que tange a ferramenta cocho em confinamentos são necessários elevados investimentos na construção do cocho tradicional (concreto), o que torna um fator complicador no desenvolvimento dos confinamentos principalmente na agricultura familiar. Com o modelo de cocho proposto a partir da reutilização de big bag diminui significativamente os custos em sua construção, bem como, possibilita a mobilidade no caso de mudança de local do confinamento, podendo ser realizado sem o uso de máquinas, possui facilidade no tratamento, pois o mesmo pode ocorrer manualmente com emprego de carrinho de mão e balaio ou de forma mecânica com o emprego de tratores e vagões. Acreditamos que essa nova ferramenta cocho de big bag, poderá substituir o modelo tradicional de cocho (concreto) atualmente utilizado nos confinamentos, pois o mesmo proporcionará uma economia no capital imobilizado, além de garantir 44 eficiência no tratamento, mobilidade, economicidade na montagem e manutenção através da reposição de cochos quebrados, possui características ecologicamente Sustentáveis, pois são construídos através de reciclagem do big bag, materiais de descarte dos agricultores. Este novo modelo de cocho poderá ser uma das soluções que alavancará a pratica da pecuária intensiva e ou confinamento dentro da agropecuária comercial e principalmente na agricultura familiar, pois o mesmo estará proporcionando uma maior rentabilidade no desempenho desta atividade. 45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BRASIL: Lei 12512/11 | Lei nº 12.512, de 14 de outubro de 2011 Institui o Programa de Apoio à Conservação Ambiental e o Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais; altera as Leis nºs 10.696, de 2 de julho de 2003, 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e 11.326, de 24 de julho de 2006. Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1029502/lei-12512-11. Características do setor agroindustrial “dentro da porteira, Sistemas de criação, http://www.etecbrasil.unimontes.br/agronegocio/introagro/aula10.html, acessado em 14/01/2013 as 17:35 pm. 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