Marcia Regina da Silva Ramos Carneiro
Universidade Federal Fluminense, Brasil.
Projeto de Estado – a quarta humanidade: da América para o mundo – a “utopia”
integralista brasileira.
O movimento integralista brasileiro, republicano e católico, que se organizou no
Brasil,em 1932, conforme o modelo fascista italiano, tinha suas especificidades,
baseando-se nas Encíclicas papais de fins do século XIX e início do século XX.
Contrapondo-se ao que concebia como o “sentido dissimulado por outros interesses
aparentes”, Plínio Salgado, o principal líder integralista, considerava que “durante toda
a marcha da Humanidade, dois conceitos de vida e de finalidade se revesavam, ou se
antepuseram,
ou se conciliaram”: o materialismo e o espiritualismo”, visto como
“fenômeno transitório” . Para Salgado e seus seguidores caberia ao integralismo levar
a Humanidade à alcançar seu Quarto estágio, superando as etapas do politeísmo, do
ateísmo e do monoteísmo judaico e das primeiras manifestações cristãs anteriores à
instituição da Igreja Católica. Salgado entendia que o avanço da História de fazia
através da evolução dos contrários
e que caberia aos sul americanos a função de
constituírem o Último Ocidente. O integralismo teve seu auge na década de 1930 no
Brasil. Em 1937, com a instalação do Estado Novo varguista, foi-lhe imposta a
clandestinidade. Plínio Salgado exilou-se em Portugal, retornando em 1946, quando
participaria do recém fundado Partido de Representação Popular, que juntaria forças,
em tempos de Guerra Fria ao coro anticomunista. Na atualidade, o integralismo
ressurge como força conservadora em apoio a grupos de Direita que se organizam no
país.
Download

Marcia Regina da Silva Ramos Carneiro