DESAFIOS DE HOJE
PARA O BLOCO OPERATÓRIO DE AMANHÃ
Comunicação Livre 1
Cuidados de Enfermagem Perioperatórios:
a Teoria do Autocuidado de Dorothea E. Orem
Tiago Manuel Magalhães da Silva; António Manuel Martins de Freitas
ESE IPS
A utilização de um referencial teórico facilita a prática de enfermagem a diversos níveis da prestação
de cuidados, incluindo os processos de investigação (Kumar, 2007; Tomey & Alligood, 2004). A Teoria
de Orem não é exceção, uma vez que também providencia bases conceptuais que permitem questionar
a prática quotidiana da prestação de cuidados. Nesta conceptualização o cliente é visto sob uma perspetiva holística, ativo no seu processo de saúde, procurando voluntariamente autocuidar-se.e a enfermagem é definida pragmaticamente, permitindo assim expandir facilmente os limites da investigação
(Orem, 2001; Bernier, 2002; Davidson, 2012). Aplicável a inúmeras áreas de atuação em enfermagem,
a teoria do autocuidado permite englobar pessoas em diferentes estádios de saúde e de vida, desde
o perioperatório, ao internamento, à hemodialise, aos cuidados continuados, fornecendo uma perspetiva pragmática da prestação de cuidados que promove a expansão dos limites da investigação (Kam
& Werner, 1990; Kumar, 2007; Simmons, 2009; Sürücü & Kızılcı, 2012; Williamson, 2001).
A definição do conceito de enfermagem por Orem é muito semelhante à da AORN (Kam & Werner,
1990, p. 1365), no qual o processo de enfermagem se baseia em diagnósticos, planeamento, execução
e sua avaliação. A teoria de Orem torna-se especialmente apropriada em ambiente perioperatório na
medida em que considera o cliente como o centro de toda a ação. A pessoa é vista como um participante ativo na tomada de decisão clinica, são satisfeitas as suas necessidades de autocuidado no pré,
intra e pós-operatório segundo os diferentes estádios de dependência: desde o completamente autónomo, em que as necessidades de educação e esclarecimento precisam de ser colmatadas; passando
pelo parcialmente compensatório (como por exemplo, na vigilância de uma pessoa submetida a uma
raquianestesia); até ao totalmente compensatório (como é o caso de uma pessoa submetida a uma
anestesia geral).
Todo este processo depende do estabelecimento de uma forte relação de confiança entre o cliente e
o enfermeiro, de forma a permitir à pessoa e seus familiares ou pessoas significativas, o controlo sobre
a sua situação de saúde, através da participação nas tomadas de decisão e participando ativamente
em todo o processo perioperatório (Simmons, 2009).
Este trabalho visa contribuir como um suporte teórico à prática de cuidados da Enfermagem Perioperatória.
Bibliografia
Bernier, F. (2002). Applying Orem’s Self-Care Deficit Theory of Nursing To Continence Care: Part 2. Urologic Nursing, 22(6).
Kam, B. W., & Werner, P. W. (1990). Self-Care Theory. AORN Journal, 51(5), 1365–1370. doi:10.1016/S0001-2092(07)70159-X
Kumar, C. P. (2007). Standardized Nursing Languages in a Case Study of a Woman with Diabetes, 18(3).
Simmons, L. (2009). Dorthea Orem’s Self Care Theory as Related To Nursing Practice in Hemodialysis. Nephrology Nursing Journal, 36(4), 419–422.
Sürücü, H. A., & Kızılcı, S. (2012). Use of Orem’ s Self-Care Deficit Nursing Theory in the Self-Management Education of Patients
with Type 2: A Case Study, 29(1), 53–60.
Tomey, A. M., & Alligood, M. R. (2004). Teóricas de enfermagem e a sua obra (Modelos e teorias de enfermagem) (5a ed., p. 750).
Loures: Lusociência.
Williamson, K. (2001). An Individualized Telephone Educational Intervention for Patients following Coronary Artery Bypass Graft
Surgery During the First Three Weeks After Discharge: Using Orem’ s Self-Care Deficit Nursing Theory in Interventional
Research, 16(4), 54–56.
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