EDUCAÇÃO E CULTURA VISUAL NA SAÚDE PÚBLICA: ANÁLISES PRELIMINARES Luís Henrique Sacchi dos Santos (PPGEdu/ULBRA) – [email protected] Financiamento: CNPq Este trabalho apresenta as análises preliminares do Projeto Educação e Cultura Visual na Saúde Pública (financiada pelo CNPq), que tem como objetivo coletar, digitalizar e produzir um banco de imagens relativas às ações educativas de prevenção ao HIV/aids no Brasil, em particular no Rio Grande do Sul, nos últimos 20 anos (1984-2004), apresentadas na forma de artefatos visuais (pôsteres, folhetos, anúncios televisivos e impressos, etc.) como parte de campanhas de saúde. O projeto leva em consideração a centralidade das imagens no contexto contemporâneo e o papel que as representações visuais têm exercido na educação do público nas crises contemporâneas da saúde. Tais campanhas são entendidas como eminentemente educativas, já que visam orientar a conduta das pessoas segundo os ditames biomédicos referendados pelo Estado a partir das lógicas de administração da vida (biopolíticas): vacinar-se, praticar exercícios, fazer sexo seguro, não fumar, etc. O presente trabalho analisa uma pequena parcela desses materiais, de diferentes formatos, endereçados à prevenção do HIV/aids entre as mulheres. Como resultados preliminares destaca-se, tal como se têm encontrado em outros materiais de campanhas de prevenção, a responsabilização feminina pelo cuidado de si, de seu(s) parceiro(s) e filho(s), tanto negociando o uso do preservativo nas relações sexuais quanto fazendo o teste anti-HIV durante o pré-natal e não amamentando depois do nascimento. Embora as assimetrias entre os gêneros não sejam próprias à epidemia de HIV/AIDS, elas constituem um dos pontos que precisa ser enfrentado para que se reduza a infecção feminina nas relações sexuais, precisamente porque as estratégias possíveis de prevenção (uso do preservativo masculino e monogamia mútua) não dependem exclusivamente das mulheres, exigindo sempre um processo de negociação para serem colocadas em prática. Palavras-chave: educação, estudos culturais, cultura visual, saúde pública, campanhas de saúde.