34ECONOMIA
A GAZETA
SEXTA-FEIRA, 20 DE NOVEMBRO DE 2015
Às vésperas do Natal, o comércio
demitiu cerca de 80 mil no país,
segundo o IBGE. É triste. Como
será o primeiro trimestre de 2016?
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ECONOMIA CAPIXABA
Angelo Passos
Estado se
diferencia
com novo
produto para
o petróleo
Também há notícia boa na economia.
O governo do Estado oficilializou nesta
semana seu apoio à instalação, no município de Serra, de um centro industrial
para a produção de tubos de aço de 24
metros de comprimento para uso nas
operações offshore (afastadas da costa)
de produção de petróleo e gás natural.
O investimento é de R$ 80 milhões
e deverá gerar 355 empregos diretos
quando estiver em pleno funcionamento - além da contratação de amplo leque de serviços terceirizados. A
previsão é de que comece a produzir
entre o final de 2017 e início de 2018.
Atenderá um mercado dimensionado
em torno de R$ 300 milhões por ano.
O novo centro industrial ocupará
área de 172 mil metros quadrados, dos
quais 40 mil construídos, e deverá ser
composto por quatro empresas consorciadas: a TSA (Tubos Soldados Atlântica, que opera no Civit desde 2007 e
ampliará o seu mercado), a Vallurec,
que começa a operar no Estado, e mais
duas empresas a serem anunciadas. A
terraplanagem está em andamento.
O novo tubo de aço de 24 metros é o
dobro do que vinha sendo feito no Civit.
O Espírito Santo será o único Estado do
país a entregar ao mercado esse produto
totalmente finalizado, afirma o presidente da TSA, Paulo Ferreira Alencar.
O TURISMO AFETADO PELA RECESSÃO
74,2 mil
É o total de clientes endividados
nas lojas de Vitória
O número foi registrado no mês
passado pela Fecomércio-ES. Equivale a cerca de 70% dos que compram à prazo – o que mostra a
força do crediário no consumo da
população. Entre setembro e outubro, cerca de duas mil pessoas
contraíram dívidas no comércio da
Capital. O mais preocupante é que
dos 74,2 mil endividados, 12,7 mil
declaram não ter como pagar.
neiro. Por óbvio, Rio e Espírito Santo
são os Estados mais impactados.
—
consequência, a receita de royalties
que nutre os cofres das prefeituras
também definhou.
“Apesar da diminuição
do poder de compra e Crise
Mas...
A crise petrolífera se acentuou no ano
da dificuldade para
passado e impôs redução de 16% nos
Veja como são as coisas. Mesmo diacesso ao crédito, parte investimentos no setor. Restringiminuídos, os royalties petrolíferos
dos consumidores tenta ram-se a R$ 87 bilhões, ante R$ 104 tornaram-se extremamente preciosos
para alguns municípios do Espírito
bilhões em 2013. Para 2015, o invesse mobilizar para voltar timento
Santo. Ai se não fossem eles nessa
total anunciado pelas petroàs compras, pelo menos leiras murchou de US$ 236,7 bilhões perspectiva de redução dos efeitos
para US$ 130,3 bilhões, 45% a menos. multiplicadores da Samarco na econo fim de ano”
nomia capixaba...
—
JOSÉ LINO SEPULCRI
PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO-ES
Óleo vazando
A crise no setor de petróleo brasileiro, decorrente da queda no preço
da commodity e do afundamento da
Petrobras, causará perdas de R$ 62
bilhões em renda para o país até
2019. O número consta de pesquisa
do Grupo de Economia da Energia da
Universidade Federal do Rio de Ja-
Cortes
Cerca de 30 mil postos de trabalho
foram cortados nos serviços para a atividade petrolífera no primeiro semestre. Este levantamento inclui dados do
IBGE e do Ministério do Trabalho.
Royalties
O impacto tornou-se inevitável: a cotação do petróleo no mercado internacional recuou de uma média de
US$ 110 no primeiro trimestre de
2014 para menos de US$ 50 hoje. Em
AOS 77 ANOS
Turismo
Recessão, alto desemprego, perda de
renda da população, inflação altíssima. Aí está um coquetel eficaz para
atacar o turismo, principalmente o
interno. Alguns Estados sofrem mais.
É o caso do Espírito Santo, que amargou em setembro a maior queda de
receita turística no Brasil, segundo o
IBGE (veja infográfico acima). O resultado é compatível para quem tem
um aeroporto como o de Vitória.
CONCESSÕES
Morre Luiz Fernando Victor, Fazenda retomará
análise de créditos
ex-presidente do Banestes
Administrador, que
lutava contra um
câncer, faleceu em
Brasília, vítima de AVC
RONDINELLI TOMAZELLI
[email protected]
Faleceu ontem aos 77 anos,
em Brasília, o ex-presidente
do Banestes Luiz Fernando
Victor. Mineiro de nascimento, o administrador comandou o banco capixaba
no governo Albuíno Azeredo, no início dos anos 1990.
Morando na capital federal
nos últimos anos, Victor
apresentava saúde debilitadaelutavacontraumcâncer
que deu metástase - o que
lhe impunha fortes dores.
Ontem,segundoseufilho
Lucas, ele sofreu um pequeno AVC (acidente vascular
cerebral), mas não resistiu.
Ex-militantecomunista,Victor teve seis filhos, dos quais
dois são falecidos. O velório
ocorre hoje, das 8 às 14h30,
no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília.
Victor movia solitária batalha para anular a decisão
judicial que o condenou por
mediar a privatização da Escelsa quando presidiu o Banestes,há20anos.Ementrevista para A GAZETA no ano
RONDINELLI TOMAZELLI/ARQUIVO
Luiz Fernando Victor
atuou na gestão Albuíno
passado, o administrador
apresentou um livro que escreveu para provar inocência no caso, anexando farta
documentação e premiações no segmento bancário.
Segundo Lucas, seu pai
morreu sem conseguir reverterasentençaesóobteve
promessas e “enrolações”
na tentativa de retomar o
processo e recuperar um direito de defesa considerado
cerceado nos autos.
Victor foi o único condenado na esfera administrativa no Tribunal de Contas do
Espírito Santo. O processo
seguiuaoMinistérioPúblico
Estadual, autor da ação que
resultou na condenação por
improbidadeadministrativa
na 7ª Vara Cível de Vitória.
Pedidos de empréstimos
externos de Estados e
municípios dependem
de garantias do Tesouro
BRASÍLIA
O Ministério da Fazenda
informou que vai retomar a
análise de pedidos de empréstimos externos de Estadosemunicípiosquedependem de garantias do Tesouro Nacional. Essas operações haviam sido suspensas
emagosto.Adecisãomostra
um esforço do ministro Joaquim Levy para atender o
Palácio do Planalto a adotar
medidas que possam ajudar
a recuperar a economia.
Serão analisados os plei-
tos que já tiveram toda a sua
tramitação concluída na Comissão de Financiamentos
Externos (Cofiex). A expectativaéquesejamaprovadas
concessões de garantias
num total de R$ 1,7 bilhão,
até o fim do ano, e de R$ 4,6
bilhões em 2016. A Fazenda
também avalia propor a
aprovação de pedidos de reexame que ainda aguardam
análise da comissão. “A ação
visa a adequar o fluxo de
concessão de garantias e
empréstimos”.OTesouroinformou que vai rever a forma como são dadas as garantias a empréstimos. Haverá um limite global consolidado para a concessão.
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Morre Luiz Fernando Victor, ex