Discurso pronunciado pelo Sr. Luiz Fernando Santos Reis, presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (SINICON) Excelentíssimos........... É uma honra contar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia em que comemoramos 50 anos do SINICON, entidade pioneira na representação nacional da construção. Agradecemos ao presidente, em nome de nossas 450 empresas associadas e de seus 5 milhões de trabalhadores. Agradecemos a CNI – Confederação Nacional da Indústria, que aqui nos recebe para esta cerimônia, e que, na gestão do presidente Armando Monteiro nos recebeu como uma indústria que realmente somos. Agradecemos aos acionistas, dirigentes e profissionais de nossas empresas associadas aqui presentes. Agradecemos às centrais sindicais e sindicatos de trabalhadores e a seus presidentes aqui presentes. Também fazemos questão de homenagear presidentes e diretores que nos antecederam. O SINICON deve a eles a legitimidade conquistada ao longo destes 50 anos. Gostaria de mencionar especificamente José Lúcio Resende, que participou da reunião de fundação, bem como seus ex-presidentes João Lagoeiro Bárbara e Tibério Cezar Gadelha, aqui presentes. O vídeo apresentado revela a importância daquela que começou como Associação de Empreiteiros. Na verdade, muitos ainda se referem ao SINICON como sindicato dos empreiteiros. A denominação, muitas vezes empregada de modo pejorativo, é motivo de orgulho para cada um de nós. Orgulho de quem testemunhou e contribuiu com o desenvolvimento da infra-estrutura brasileira. Orgulho pelos fundadores de nossas empresas, homens que tiveram o arrojo e o empenho para empreender. Orgulho de quem integra um segmento que é verdadeira referência internacional, a ponto de se converter em grande exportador de serviços de engenharia. A auto-suficiência brasileira na construção pesada nos colocou entre as melhores engenharias do mundo, o que deve ser exaltado. As construtoras brasileiras estão presentes nos cinco continentes, e reafirmam em cada projeto a competência e criatividade de engenheiros e trabalhadores do país. Muito se fala na capacidade exportadora da siderurgia, da mineração, da indústria automobilística, da petrolífera e da aeronáutica. A indústria de construção também está entre as que geram divisas para o país. E sem uma indústria de construção sólida e capacitada, uma nação se torna dependente da importação de serviços, como vê em tantos países. O Brasil não enfrenta este tipo de dificuldade justamente por contar com uma indústria forte. Por tudo isso, afirmamos a indústria de construção pesada está preparada para assumir o papel de protagonista do desenvolvimento. O Estado Brasileiro colocou a modernização de sua infra-estrutura e o planejamento estratégico de longo prazo no centro da agenda de crescimento. É um cenário inédito de estímulo e prioridade ao desenvolvimento. Presidente, nós estamos preparados para responder a este chamado. O PAC é o programa mais criterioso e arrojado já implantado no Brasil. São projetos concretos voltados para a eliminação de gargalos que ainda concorrem contra o desenvolvimento. É difícil superar décadas de atraso e pouca ênfase à infra-estrutura. Foram muitos planos ambiciosos, muita megalomania e pouca efetividade. Agora é diferente. Quem vive a atividade produtiva a cada dia, como é nosso caso, percebe o quanto o Governo Lula está mobilizado para revolucionar a infra-estrutura. Em nome dos empresários da construção pesada, reafirmamos aqui o compromisso de continuar arregaçando as mangas para tornar possíveis as metas a que se propõe o PAC. Estamos certos, Presidente, de que no espaço de uma década o PAC terá transformado o Brasil. O que muito nos honra é constatar que este esforço é uma via de mão dupla. O Governo não desenvolveria um programa como o PAC se não acreditasse na competência, na capacitação técnica e gerencial das empresas de construção. Mais do que nunca, Presidente, nós acreditamos na parceria com o setor público. Infelizmente, não foi o que ocorreu nas últimas décadas. As empresas de construção já tiveram que lidar com todo o tipo de dificuldades. Quase sempre, estas dificuldades acarretavam paralisação de obras, alongamento de prazos, quebras de contratos. A descontinuidade de projetos levou muitas vezes ao desmantelamento de equipes inteiras e ao sucateamento de parques e equipamentos. Felizmente, o que se vê hoje é um cenário de retomada. Um cenário em que nossas empresas finalmente são encaradas como devem ser: parceiras do desenvolvimento. À medida que o PAC avance, os empregos avançarão com ele. É um compromisso, presidente. Sabemos que é esse o desejo de Vossa Excelência. Esteja certo de que é também o nosso. Compreendemos que há desafios a vencer. A maioria destes desafios não depende do Executivo, mas é certo que ainda há obstáculos a superar. Um deles envolve discussão ampla pela sociedade da Lei das Licitações. O Brasil teria muito a ganhar com uma legislação mais moderna, inimiga do contencioso e da burocracia. A legislação ambiental é outro desafio. Ela ainda é capaz de paralisar grandes obras por motivos menores. A proteção tão necessária ao meio ambiente não pode constituir obstáculo ao desenvolvimento. A reforma tributária e a reforma trabalhista também mobilizam esforços do setor, e é certo que evoluiremos nos próximos anos. Ou seja, ainda há desafios a vencer, mas o Brasil é hoje um país que prioriza o crescimento. É um país que tem consciência de que uma infra-estrutura adequada é indispensável. É um país que encara a iniciativa privada como parceira. A este respeito, é sempre importante destacar o papel de uma companhia como a Petrobras. A atuação de nossas empresas como prestadoras de serviços para a Petrobras elevou a construção e a engenharia nacionais a patamares nunca vistos. Também foi a Petrobrás a grande responsável pelo desenvolvimento em nossas empresas dos preceitos de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde, tornando o setor da Construção Pesada em dos mais avançados no que diz respeito à segurança dos trabalhadores. O crescimento desta parceria também se deveu à compreensão do Governo da importância de priorizar fornecedores e componentes locais na execução dos trabalhos. Assim como a Petrobras, a indústria de construção entende que o Pré-Sal será um capítulo vital para a aceleração do crescimento. Já estamos preparados, presidente, para os desafios do Pré-Sal. Os gargalos da infra-estrutura são muitos. Os desafios são imensos. Mas agora temos um norte. Agora há disposição e vontade política. Agora existe um Governo que elegeu o crescimento como prioridade e desenvolveu um programa para tornar possível esta conquista. O caminho é crescer, é investir em infra-estrutura e acreditar neste país. E nós sabemos que ninguém acredita tanto neste país e na capacidade de sua gente quanto Vossa Excelência. É uma constatação que vale tanto para trabalhadores quanto para empresários. É por isso, presidente, que agradecemos mais uma vez por sua presença nesta cerimônia. Tenha a certeza de que se trata do momento mais alto dos 50 anos de atividades do SINICON. Muito Obrigado.