1
Universidade Federal do Rio Grande – FURG
Instituto de Ciências Humanas e da Informação - ICHI
Adriana da Silva Duarte
AS CARACTERISTICAS DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DOS
PROFESSORES DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E
DA INFORMAÇÃO DA FURG
RIO GRANDE, RS
2014
2
Adriana da Silva Duarte
AS CARACTERISTICAS DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DOS
PROFESSORES DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E
DA INFORMAÇÃO DA FURG
Trabalho
de
Conclusão
de
Curso,
apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Biblioteconomia pela Universidade Federal
do Rio Grande – FURG.
Orientadora: Maria de Fatima S. Maia.
RIO GRANDE, RS
2014
3
Universidade Federal do Rio Grande – FURG
Instituto de Ciências Humanas e da Informação - ICHI
Curso de Biblioteconomia
FOLHA DE APROVAÇÃO
ADRIANA DA SILVA DUARTE
AS CARACTERISTICAS DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DOS
PROFESSORES DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E
DA INFORMAÇÃO DA FURG
Trabalho
de
Conclusão
de
Curso,
apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Biblioteconomia pela Universidade Federal
do Rio Grande – FURG.
Orientadora: Maria de Fatima S. Maia.
Banca examinadora
____________________________________
Gisele Vasconcelos Dziekaniak - ICHI/FURG
___________________________________
Magali Martins Aquino – ICHI - FURG
4
2014
Duarte, Adriana da Silva
As características da produção científica dos professores do instituto de ciências
humanas e da informação da FURG [trabalho de conclusão de curso] / Adriana da
Silva Duarte ; orientadora, Maria de Fátima Santos Maia – Rio Grande, RS, 2014.
Trabalho de conclusão de curso (monografia) – Universidade Federal do Rio
Grande – FURG
Inclui referências
1. Bibliometria. 2. Produção científica. 3. Comunicação científica. I. Adriana da
Silva Duarte. II.Maria de Fátima Santos Maia. III. Universidade Federal do Rio
Grande- FURG. IV. Título
5
Resumo
A presente monografia teve como objetivo mostrar as características da
produção científica dos 77 professores vinculados aos cursos de graduação do
Instituto de Ciências Humanas e da Informação – ICHI da Universidade Federal
do Rio Grande – FURG. Foram analisadas as referências de artigos científicos,
capítulos de livros e livros publicados do ano de 2008 a 2013 na base de dados
Plataforma Lattes. Foram identificados os professores cursos e períodos mais
produtivos, principal idioma utilizado, a tipologia de produção. Os resultados
permitiram traçar o perfil de cada curso de graduação (Arqueologia,
Arquivologia, Biblioteconomia, Geografia, História, Psicologia e Turismo
Binacional). Na revisão de literatura foram abordados os conceitos da
comunicação científica e estudos bibliométricos. Após a coleta de dados,
foram analisadas 438 referências, incluindo artigos publicados em periódicos,
capítulos de livros e livros. O número de autores identificados totalizou 508, isto
é, incluindo os professores do ICHI e todos seus coautores. Francisco Alves, do
curso de História foi o professor com maior número de publicações no período.
Os professores publicaram mais no idioma português e artigos em periódicos
do que livros e capítulos de livros. Esta foi uma característica encontrada em
todos os cursos. No curso de História também se destacou a quantidade de
livros publicados (n=78). O curso de Biblioteconomia foi o único que não
registro a publicação de livros no período analisado. Os anos mais produtivos
foram 2011 e 2010 que somaram, respectivamente, 101 e 98 trabalhos
publicados. Foram constatados alguns erros nas referências como duplicação
dos nomes, títulos e subtítulo com letra maiúscula, desatualização de
currículos, artigos científicos sem identificação do periódico, nome incompleto
de autores e coautores e a falta de informação sobre o tipo de vínculo com a
instituição (professores substitutos ou efetivos). Conclui-se considerando que o
presente trabalho alcançou o objetivo pretendido. Durante a elaboração do
trabalho verificou-se a complexidade de trabalhas com dados sobre a produção
científica, pois é tarefa que demanda grande atenção e padronização de dados.
Porém as dificuldades se tornaram pouco significativas frente a satisfação de
ver os resultados se revelarem, após as análises. Também é válido destacar
que é necessário dar continuidade ao trabalho, acrescentando outros tipos de
publicações, análises sobre os temas abordados nestas publicações, assim
como características de coautoria.
Palavras-chave: Comunicação Científica – Ciências Sociais. Produção
científica – Ciências Sociais. Bibliometria.
6
Abstract
This thesis aimed to show the characteristics of scientific production of 77
teachers linked to undergraduate courses at the Institute of Human Sciences
and Information - ICHI , Federal University of Rio Grande - FURG . References
to scientific articles , book chapters and books published in the year 2008 to
2013 in the database Lattes were analyzed . Teachers courses and most
productive periods , primary language used , the type of production were
identified . The results allowed us to profile each undergraduate course (
Archaeology , Archival Science , Library Science , Geography , History ,
Psychology and Binational Tourism ) . In the literature review the concepts of
scientific communication and bibliometrics studies were addressed . After
collecting data , 438 references , including journal articles , book chapters and
books were analyzed . The number of authors identified totaled 508 , ie ,
including teachers of ICHI and all his co-authors . Francisco Alves , the course
of history was the teacher with the highest number of publications in the period .
Teachers published in Portuguese and more journal articles than books and
book chapters . This was a feature found in all courses . In the course of history
also highlighted the amount of books published ( n = 78 ) . The course in
librarianship was the only one who did not record the publication of books on
the period. The most productive years were 2011 and 2010, which amounted to
, respectively , 101 and 98 published works . Some errors were found in
references such as duplication of names , titles and subtitle capitalized ,
outdated curricula , without identification papers of the journal, incomplete name
authors and coauthors and lack of information about the type of relationship
with the institution ( substitute teachers or effective) . It is concluded that
considering the present work achieved the intended goal . During the
preparation of the work there was the complexity of data you work with the
scientific, it is a task that demands great attention , and standardization of data.
But the difficulties have become negligible compared to satisfaction of seeing
the results prove , after the analysis . It is also worth noting that it is necessary
to continue the work , adding other types of publications , analyzes on the topics
covered in these publications , as well as co-authoring features .
Keywords: Social Sciences -. Scientific Communication Production Science Social Sciences. Bibliometrics.
7
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 1. Distribuição do número de publicações por idioma, ICHI/FURG 2008-2013
(n=438)...................................................................................................................... 29
Gráfico 2. Distribuição do número de publicações por curso, ICHI/FURG 2008-2013
(n=438)..................................................................................................................... 29
Gráfico 3. Distribuição do número de publicações por ano, ICHI/FURG 2008-2013
(n=438)........................................................................................................................ 30
Gráfico 4. Distribuição do número de tipologia de produção dos professores
ICHI/FURG 2008-2013 (n=438).................................................................................... 31
Gráfico 5. Distribuição do número de tipologia de produção dos professores
ICHI/FURG 2008-2013 (n=438)................................................................................... 32
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Autores com mais de 10 publicações no período (2008-2013)..............28
Tabela 2. Lista dos professores ICHI/FURG usados no presente trabalho (20082013)............................................................................................................................43
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................... 12
2.1 Objetivo Geral................................................................................................................. 12
2.2 Objetivos específicos .................................................................................................... 12
3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................... 13
3.1 Problema de pesquisa .................................................................................................. 14
4 CONTEXTO DO ESTUDO .................................................................................................. 16
4.1 A Universidade Federal do Rio Grande – FURG...................................................... 16
4.2 O Instituto de Ciências Humanas e da Informação - ICHI ...................................... 18
5 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................... 19
5.1 Comunicação Científica ................................................................................................ 19
5.2 Os Estudos Bibliométricos............................................................................................ 22
5.3 A Base de Dados de Currículos Lattes ...................................................................... 25
6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ......................................................................... 27
7 RESULTADOS ...................................................................................................................... 29
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 36
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 38
APÊNDICE ................................................................................................................................ 46
10
1 INTRODUÇÃO
A importância do aprendizado e do contado que o aluno tem com a
pesquisa científica na universidade vai determinar melhor qualificação sobre a
utilização e busca de informações.
Para Silva (2013) quanto mais cedo o aluno tiver contato com atividades
de pesquisa e investigação melhor será sua percepção sobre as facilidades,
dificuldades envolvidas nos processos de construção de conhecimentos,
desenvolvendo um pensamento mais crítico e atitudes inovadoras.
Sabemos que hoje a maneira que um pesquisador ou cientista transmite
informações vai depender do modo como irá empregá-las, qual método irá
utilizar e o público para o qual se destinam.
Atualmente, no Brasil, as universidades representam o principal local de
geração de conhecimento e formação de pesquisadores. Conhecer as
características da produção científica de professores e pesquisadores de
instituições acadêmicas é importante para os próprios pesquisadores e também
para os gestores, pois podem servir como instrumentos de apoio para
investimentos e incentivos em recursos de qualquer natureza, tais como,
humanos, financeiros, tecnológicos ou de infraestrutura.
Quando se trata de instituições públicas, a necessidade de utilizar
recursos de maneira eficiente é ainda mais importante e, se estes recursos são
escassos, isto torna-se fundamental.
A
eficiente
administração
de
recursos (humanos,
materiais ou
financeiros) pode proporcionar mais subsídios para a pesquisa em áreas
carentes, atrair pesquisadores ou incentivar colaborações estratégicas,
servindo como reforço para a melhoria da instituição como um todo.
Também é válido destacar, que atualmente, existem muitos debates
sobre a questão da produtividade e qualidade das pesquisas acadêmicas. A
produtividade não é um sinônimo de qualidade, entretanto, é possível afirmar
11
que existe uma forte relação entre as duas. Instituições acadêmicas produtivas,
geralmente, têm mais condições de acesso a recursos financeiros, atraem
pesquisadores
mais
capacitados
que
acabam
produzindo
mais,
retroalimentando o sistema como um todo.
Neste trabalho, o foco está na produtividade acadêmica, partindo do
pressuposto que, mesmo parcialmente, a produtividade pode ser entendida
como um indicador de qualidade. Neste sentido podemos destacar:
[...] imaginar que sempre tudo é quantificável é um
exagero, mas se reconhecermos explicitamente as
fragilidades de certo processo quantitativo de
fenômenos qualitativos, ele pode ser útil em muitas
situações, inclusive em avaliações. (LUIZ, 2006, p.
301).
Sendo
assim,
partindo
deste
contexto,
este
trabalho
explora,
quantitativamente, a produção acadêmica dos professores vinculados ao
Instituto de Ciências Humanas e da Informação (ICHI) da Universidade Federal
do Rio Grande – FURG.
Utiliza a metodologia dos estudos bibliométricos e apoiado no contexto
teórico da comunicação científica, neste trabalho são investigadas, em um
sentido mais amplo as características da produção científica de pesquisadores
da área das humanas e sociais da Universidade Federal do Rio Grande FURG.
12
2 OBJETIVOS
Os objetivos estão subdivididos em geral e específicos, conforme segue
abaixo.
2.1 Objetivo Geral
Conhecer as características da produção científica dos professores do
Instituto de Ciências Humanas e da Informação (ICHI), da Universidade
Federal do Rio Grande – FURG, a partir de 2008.
2.2 Objetivos específicos

Identificar os professores mais produtivos

Identificar o idioma das publicações

Verificar os cursos mais produtivos

Identificar os anos mais produtivos

Traçar o perfil de produção de cada curso.

Conhecer a principal tipologia da produção dos professores.
13
3 JUSTIFICATIVA
Esta pesquisa se justifica na importância de melhor entender como os
professores tem conduzido suas atividades de produção de conhecimento,
identificando, por exemplo, as áreas e professores mais ativos.
O trabalho também revela a tipologia e principais fontes utilizadas
para comunicar resultados de pesquisa. Mostra também se existem temas de
pesquisa semelhantes em distintos cursos. Conhecer estes detalhes poderá
contribuir para que iniciativas para a realização de trabalhos compartilhados
entre diferentes cursos.
Conhecer as características da produção científica dos professores
poderá também servir como instrumento de apoio na condução de prioridades
de investimentos, sejam de recursos humanos, materiais, tecnológicos ou
infraestrutura.
Acrescenta-se ainda que são poucos os trabalhos que estudam as
características da produção de conhecimento nas áreas de ciências humanas e
sociais. Na revisão de literatura, foram encontrados mais trabalhos de outras
áreas como a saúde e ciências biológicas. O contexto da produção científica na
área das ciências humanas e sociais não tem sido muito explorado. Portanto,
este trabalho tem uma contribuição no sentido de diminuir esta carência.
É importante que as instituições, os cursos e os próprios pesquisadores
conheçam como se inserem dentro do contexto geral da comunicação científica
das suas áreas de atuação.
É válido destacar também que são escassos os trabalhos sobre perfil da
produção científica no estado do Rio Grande do Sul e mais ainda da
Universidade Federal do Rio Grande - FURG.
14
3.1 Problema de pesquisa
No contexto apresentado acima, a presente pesquisa busca responder a
seguinte pergunta de pesquisa:
Quais as características mais presentes em torno da produção científica
dos professores do Instituto de Ciências Humanas e da Informação – ICHI da
Universidade Federal do Rio Grande – FURG?
Em base a pergunta sabe-se que é importante saber sobre a produção
científica de uma determinada área, pois não se faz ciência de maneira isolada.
Em todas as áreas do conhecimento é necessário que pesquisadores
compartilhem informações. Acrescenta-se ainda que cada área apresenta
particularidades na maneira de comunicar, entretanto, no meio acadêmico, o
principal meio de compartilhar informações é o formato impresso, ou seja,
através de publicações. Ao abordar o tema comunicação científica Oliveira
(2005) destaca:
A
comunicação
é
parte
inerente
do
desenvolvimento da ciência. O conhecimento
científico para se legitimar deve se divulgado,
verificado e comprovado ou não pelos cientistas e
esse processo só é possível através da
comunicação. OLIVEIRA (2005, p. 76-77).
Sobre os estudos sobre produção científica, André (2012) afirma que o
aumento da produção e da disseminação da informação, no que diz respeito a
publicações científicas, gera demanda por estudos que busquem conhecer
como autores fazem uso e produzem conhecimentos.
É válido destacar que o problema de pesquisa é que também é
inexistente a produção deste tipo de trabalho no Instituto de Ciências Humanas
e da Informação - ICHI na FURG. Ou seja, seria de extrema importância para
a universidade que houvesse trabalhos que divulgassem as contribuições
15
científicas dos professores da FURG. Com isto seria repensado o rumo que a
produção científica esta tomando dentro da universidade. Então é importante
usar estes métodos pois mostra como os professores dentro de um
determinado instituto estão contribuindo para a melhoria a produção científica,
seja com a produção de livros ou a produção de artigos científicos.
16
4 CONTEXTO DO ESTUDO
Para um melhor entendimento de onde se inserem os dados que serão
posteriormente analisados, nesta seção serão apresentadas as características
da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e como se estruturam suas
Unidades Acadêmicas. Como o corpus dos dados que serão analisados é
composto pelos trabalhos publicados pelos professores do Instituto de Ciências
Humanas e da Informação (ICHI), serão apresentadas também as principais
características desta unidade de ensino da FURG.
4.1 A Universidade Federal do Rio Grande – FURG1
Na metade do século XX a cidade do Rio Grande não possuía
universidades e isto acabava incentivando a evasão de estudantes que não
viam outra opção a não ser procurar outros centros para poder dar
continuidade aos estudos. Sendo que, com o tempo, muitos destes jovens
acabavam por não retornar à cidade.
Como este fato começou acontecer com muita frequência, foi sentida a
necessidade de criar uma Escola de Engenharia em Rio Grande, pois a maioria
das pessoas que saíam da cidade era para cursar Engenharia em outros
centros. Porém, o que não foi imaginado era a falta de espaço físico que
existiria, sendo necessário o funcionamento da escola na Biblioteca Riograndense, tendo a parte prática nas indústrias e entidades públicas da cidade
de Rio Grande. Os professores, que eram trabalhadores das industrias locais,
davam aulas gratuitamente.
1
Esta seção representa uma síntese das informações disponíveis no site da FURG. Para saber
mais, consultar: www.furg.br
17
A partir de então, foi surgindo necessidade de agregar outras unidades
de ensino superior. Sendo que, em 22 de julho de 1965, dez anos após a
primeira, foi criada a faculdade de Ciências Políticas e Econômicas.
Em 1959 iniciou-se a instalação da Escola de Direito na cidade a qual
era mantida pela Mitra Diocesana de Pelotas. Em 1960 a primeira turma
começou a cursar regularmente as aulas, sendo em 14 de junho de 1965, foi
reconhecida a “Faculdade de Direito Clóvis Beviláqua” que passou a ter
atividades em Rio Grande e não só em Pelotas.
Entretanto, ainda havia a demanda pela abertura de outros cursos e
também foi criada na cidade do Rio Grande a Faculdade Católica de Filosofia
em salas cedidas pela Escola Normal Santa Joana d’Arc. Em 1961 começaram
a funcionar os cursos de Filosofia e Pedagogia.
Em 1969, através do Decreto nº 65.462, foi criado o Estatuto da
Fundação Universidade do Rio Grande, como entidade mantenedora da FURG.
Com o passar dos anos, novos cursos foram sendo criados e hoje a
Universidade conta com 14 unidades educacionais: Escola de Enfermagem
(EEnf); Escola de Engenharia (EE); Escola de Química e Alimentos (EQA);
Centro de Ciências Computacionais (C3); Faculdade de Medicina (FaMed);
Faculdade de Direito (FaDir); Instituto de Ciências Humanas e da Informação
(ICHI); Instituto de Oceanografia (IO); Instituto de Educação (IE); Instituto de
Letras e Artes (ILA); Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e
Contábeis (ICEAC); Instituto de Ciências Biológicas (ICB); Instituto de
Matemática, Estatística e Física (IMEF); Centro de Atenção Integral à Criança e
ao Adolescente (CAIC).
Sem contabilizar os cursos dos polos, a Furg atualmente tem 46 cursos
de graduação e 31 de pós-graduação (doutorado e mestrado) e 24
especializações.
18
4.2 O Instituto de Ciências Humanas e da Informação - ICHI2
Havia
antes
do
Instituto
(ICHI)
outra
organização
chamada,
Departamento de Biblioteconomia e História –DHB.
Foi feita uma reformulação na estrutura da universidade, sendo
construído o Instituto de Ciências Humanas e da Informação –ICHI.
O Instituto de Ciências Humanas e da Informação – ICHI foi criado no
ano de 2009 e conta hoje com 72 professores, que atuam em cursos de
graduação e de pós-graduação. O ICHI é composto por sete distintos cursos de
graduação: Arqueologia, Arquivologia, Biblioteconomia, Psicologia, Turismo,
Geografia e História.
O seu estatuto expõe que os objetivos de suas atividades estão
centrados na produção, sistematização, apropriação, divulgação e socialização
de conhecimentos no âmbito das áreas deste sete cursos, visando formar
profissionais críticos e capacitados para atuar no mercado de trabalho.
Em suas atividades, o Instituto tem buscado criar um ambiente
que permita aos estudantes, professores e servidores desenvolver atividades
de ensino, pesquisa e extensão, que contemplem temas de interesse das áreas
das ciências humanas e sociais.
2
Esta seção representa uma síntese das informações disponíveis no site do ICHI. Para saber
mais, consultar: www.ichi.furg.br
19
5 REVISÃO DA LITERATURA
Para contextualizar o tema desenvolvido, realizou-se uma revisão de
literatura contemplando temas que são pertinentes ao trabalho incluindo a
comunicação científica. Como se realizou um estudo que se caracteriza,
metodologicamente, como bibliométrico, considerou-se importante também
explorar teoricamente este tema. Além disso, como a fonte de coleta de dados
será base de dados do CNPq, denominada Currículos Lattes, também serão
apresentadas informações relevantes sobre sua história, desenvolvimento e
características.
Na próxima seção será abordado sobre o tema comunicação científica
mostrando os principais conceitos e definições dos autores pertinentes a área.
5.1 Comunicação Científica
O campo de estudos que investiga os processos de compartilhamento
de informação entre pesquisadores é denominado comunicação científica.
Sobre os primórdios da comunicação da científica, Meadows (1999) relata que
não há como afirmar, exatamente, quando e onde ocorreu pela primeira vez.
Entretanto, é possível dizer que, formalmente, os processos de comunicação
entre pesquisadores tiveram início através da troca de cartas e, informalmente,
através de contatos pessoais, ou seja, comunicação oral.
Nos primórdios da ciência era difícil adquirir livros, que inicialmente só
existiam em formato manuscrito.
20
No século XV, quando Gutemberg criou o tipo móvel, a disponibilidade
dos textos impressos se expandiu, facilitando a comunicação de resultados de
pesquisas. A possibilidade de confeccionar um número maior de cópias
multiplicou e dinamizou o acesso à informações, auxiliando na difusão de
ideias e pesquisas, de uma maneira mais rápida e mais prática.
No início do século XVII, os textos impressos já eram mais usados do
que os manuscritos. Obras manuscritas demandavam muito tempo para
ficarem prontas e, em contrapartida, a confecção de impressos envolvia
menores custos e menos tempo de trabalho.
A mudança da forma manuscrita para a impressa não se deu
instantaneamente, ou seja, foi uma mudança gradual (MEADOWS, 1999).
Obras destinadas a um público pequeno continuaram sendo confeccionadas a
mão, por mais tempo. Os livros manuscritos também eram mais adequados
para a circulação de conteúdos censurados na época.
Para Araújo (2009) no pós-guerra houve um conflito em EUA e URSS
(Guerra Fria) e nesta época o desenvolvimento científico e tecnológica tornavase uma estratégia. Eles haviam percebido a importância da informação, pois o
interesse era de aumento de produção e a velocidade de como eram
produzidos os novos conhecimentos científicos. Os cientistas precisavam da
informação com qualidade e rapidez sendo necessária exatidão da informação
recebida. O tempo para a busca de uma informação era muito dispendioso e
quando acontecia, o resultado era de baixa qualidade. Com o tempo, diversos
estudos foram sendo feitos sobre o comportamento informacional de
pesquisadores, buscando respostas para questões como: Quais informações
precisam? Onde os cientistas obtém informações? Quais suas principais
fontes? Para isso, vários métodos foram usados para investigar o “caminho”
que percorria a informação.
Este contexto histórico mostra que não se faz ciência de maneira
isolada, ou seja, em todas as áreas do conhecimento é necessário que
pesquisadores compartilhem informações. Acrescenta-se ainda que cada área
apresenta particularidades na maneira de comunicar, entretanto, no meio
21
acadêmico, o principal meio de compartilhar informações é o formato impresso,
ou seja, através de publicações. Ao abordar o tema comunicação científica
Oliveira (2005) destaca:
A
comunicação
é
parte
inerente
do
desenvolvimento da ciência. O conhecimento
científico para se legitimar deve se divulgado,
verificado e comprovado ou não pelos cientistas e
esse processo só é possível através da
comunicação. OLIVEIRA (2005, p. 76-77).
Os estudos sobre comunicação científica têm se tornado cada vez mais
necessários devido ao crescimento do que tem sido produzido cientificamente.
Quanto mais produz, mais o pesquisador consegue comunicar-se com a
comunidade científica na qual se insere. O artigo em si não é o único meio que
o pesquisador utiliza, entretanto é possível dizer que livros e periódicos são os
principais canais de comunicação entre pesquisadores (CAFÉ, 2012).
Meadows (1999) afirma que as características fundamentais de um
pesquisador é o que ele produz e a qualidade do que produz. Além disso,
destaca também que pesquisadores das áreas das ciências humanas e sociais,
que são o foco deste trabalho, publicam mais livros que artigos e compartilham
menos a autoria de seus trabalhos. Na medicina, os pesquisadores publicam
mais artigos do que livros e costumam ser mais colaborativos (MEADOWS,
1999).
No contexto acadêmico e universitário, docentes, além de suas
atividades corriqueiras de ensino, extensão e pesquisa, são estimulados para
publicar nos canais formais de comunicação científica. Através de sistemas de
avaliação, que pontuam as atividades docentes a partir de critérios específicos,
as publicações apresentam um peso significativo e importante.
22
Além dos professores e dos cursos, as Universidades também são
avaliadas a partir da quantidade de trabalhos publicados pelos docentes e
pesquisadores que com ela possuem vínculo.
Sobre os estudos sobre produção científica, André (2012) afirma que o
aumento da produção e da disseminação da informação, no que diz respeito a
publicações científicas, gera demanda por estudos que busquem conhecer
como autores fazem uso e produzem conhecimentos.
É válido destacar, no contexto deste trabalho, que analisar a produção
científica dos professores é uma parcela da totalidade de suas habilidades e
atividades que desenvolvem junto à comunidade acadêmica. Sendo assim é
importante que se tenha clareza que existem outros elementos importantes a
serem considerados em avaliações mais amplas. Não é possível fazer
generalizações através de dados que mostram, parcialmente, uma realidade.
Entretanto, a produtividade pode fornecer pistas importantes para auxiliar no
entendimento dos processos de produção de conhecimento no ICHI e na
FURG, mas não será o reflexo total da realidade.
Portanto, dentro deste contexto de aumento e também da importância da
produção científica, se destacam os estudos bibliométricos. Para Bahia (2011)
a publicação ou divulgação da comunicação científica formal, informal e não
convencional incrementou o uso dos estudos bibliométricos, contribuindo
também para evidenciar características da história da construção do
conhecimento.
Os estudos bibliométricos proporcionam melhor entendimento sobre os
processos de comunicação científica, sendo assim, na próxima seção, serão
abordadas as principais questões e conceitos utilizados por autores da área.
5.2 Os Estudos Bibliométricos
Segundo Guedes (2012) o termo Bibliometria foi usado pela primeira vez
em 1922 por E. Wyndham Hulme, sendo a data antecedida pela formação da
área de Ciência da Informação. Sendo usado para esclarecimento na época de
23
processos tecnológicos e científicos foi usando para a contagem de
documentos. Hulme utilizou o termo Statistical Bibliography (Bibliometria
estatística). Esta nomenclatura assim como seu conceito foi ignorada por muito
tempo, sendo retomado anos mais tarde e com o predomínio da utilização do
termo bibliometria. Outros autores dizem que Paul Otlet foi quem primeiro usou
o termos bibliometria em 1934 (ARAÚJO, 2006).
Independente da origem do termo, a bibliometria busca estudar e avaliar
as atividades de produção científica em qualquer área do conhecimento,
através da literatura produzida por seus pesquisadores.
Inicialmente voltada para a medida de livros
(quantidade de palavras contidas nos livros, espaço
ocupado pelos livros nas bibliotecas, estatísticas
relativas à industria do livro). (ARAÚJO, 2006, p.
12-13)
Em 1969 é que se deu a consolidação dos estudos bibliométricos que,
através de métodos estatísticos buscava contabilizar dados em documentos
sejam eles artigos científicos, livros e entre outros (FONSECA, 1986).
Os estudos bibliométricos buscam averiguar características dos
processos de comunicação científica a partir de seus elementos constitutivos.
Por exemplo, a lista de autores pode servir como unidade de analise sobre
produtividade. As relações entre estes autores podem ser úteis nas
investigações que buscam entender os processos de colaboração na autoria de
trabalhos científicos. Títulos de periódico podem ser os elementos de análises
para o entendimento da visibilidade científica, pois publicar em revistas
estrangeiras indica inserção internacional e, consequentemente, ter conseguido
ultrapassar por sistemas de avaliação mais competitivos.
24
Figueredo (1977) e Araújo (2006) afirmam que a bibliometria pode
estudar os mecanismos de produção de conhecimento desde sua origem até
seu impacto no meio acadêmico
Sendo assim, os estudos bibliométricos não se constituem apenas em
uma simples contagens ou estatísticas de dados, pois eles mostram
características e particularidades dos processos e das atividades de construção
de conhecimento.
Conforme Ultramari (2011) a pesquisa bibliometrica não seria suficiente
para aprender uma realidade que acaba se tornando complexa como o de uma
determinada produção científica, mesmo está sendo restrita a algumas áreas
de interesse. Entretanto, acredita-se que ela é uma ferramenta que contribui
para o entendimento da realidade que envolve os processos de produção de
conhecimento. Mesmo que não reflita a sua totalidade.
Sobre a bibliometria na pós-graduação Bahia (2011) diz que após 35
anos da introdução da bibliometria neste tipo de estudo se observa a aplicação
e difusão dos métodos quantitativos que são voltados para analisar o
desenvolvimento das comunidades, os autores e os tipos de publicações em
outras áreas do conhecimento, bem como em outras instituições. O exemplo
que o autor dá é sobre a Ciência da informação, dizendo que a bibliometria
nesta área tem um fator importante do comportamento e desenvolvimento de
uma área do conhecimento.
Sobre a utilização da bibliometria para avaliação da produção científica,
Hayashi (2007) comenta que a análise da produção científica de determinadas
áreas ou sobre várias temáticas utilizando a bibliometria não é uma experiência
nova. Há vários autores na literatura se utilizando da bibliometria para avaliar a
produção científica sobre determinados pontos e temas, sendo ela utilizada
como uma espécie de metodologia para assim conseguir avaliar a produção
científica.
25
Perucchi (2012) afirma que a contabilização de artigos ou trabalhos
científicos publicados por uma revista científica determina a atividade de
pesquisa de uma universidade. Que a publicação é o meio mais reconhecido
de se avaliar tanto qualitativamente ou quantitativamente uma ou mais áreas
do conhecimento, sendo este o meio mais reconhecido pela comunidade
científica.
Araújo (2009) relata que a bibliometria é uma aplicação de técnicas
estatísticas usada para contagem de itens informacionais tais como número de
livros, de autores que publicam periódicos. Os estudos bibliométricos não são
na realidade rigorosamente o estudo do transporte da informação, pois eles
definem a informação da mesma maneira.
De acordo com Berlofi (2013) a bibliometria surgiu no século XX como
uma necessidade de avalição da produção científica da época. Sendo utilizado
o método quantitativo em maior número de vezes do que os discursivos na
procura por uma avaliação mais direta da produção científica.
Neste contexto, a bibliometria se configura como um método satisfatório
para investigar o perfil da produção científica dos professores do Instituto de
Ciências Humanas e da Informação – ICHI, indicando várias características,
tais como os cursos e períodos mais produtivos.
No próximo item será apresentado a revisão sobre a base de dados do
Currículo Lattes.
5.3 A Base de Dados de Currículos Lattes
A Base de Dados de Currículos Lattes4 serve como um formulário
padrão de todos os registros de produções acadêmicas e de formação de
pesquisadores brasileiros.
A base de currículos Lattes se constitui como uma importante fonte de
dados para estudos que busquem o entendimento e as particularidades da
produção de conhecimento no Brasil.
26
Desde a metade dos anos 1980 que o Conselho Nacional de Pesquisa
(CNPq) trabalha na criação e no aperfeiçoamento de informações sobre os
pesquisadores brasileiros. No final da mesma década, o CNPq já tinha em sua
base de dados cerca de 30.000 currículos.
No início dos anos 1990 o desenvolvimento de ferramentas eletrônicas
de manipulação de dados permitiu a realização de melhorias no sistema. Nesta
época os pesquisadores preenchiam um formulário com seus dados de
produção e enviavam um disquete para o CNPq.
No final dos anos 1990, estes dados começaram a ser disponibilizados
através da internet. Desde então o CNPq tem trabalhado no aperfeiçoamento
da base de Currículos Lattes que vem aumentando sua abrangência e
facilidades de preenchimento. Atualmente, universidades e centros de
pesquisas espalhadas por todo o Brasil utilizam este instrumento de
disponibilização de informações sobre a comunidade científica e acadêmica
brasileira.
O nome da base de dados é uma homenagem ao físico César Lattes,
que se tornou um ícone na produção científica mundial e um símbolo, para o
Brasil.
Dziekaniak (2012) relata que na época de seu lançamento, a Plataforma
Lattes contava em seu banco de currículos com 35 mil currículos; importados e
adaptados de outros sistemas antigos do CNPq. Em junho de 2012, já havia
2.830.261 de currículos cadastrados.
27
6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste capítulo são apresentados os procedimentos metodológicos que
foram utilizados no desenvolvimento da pesquisa, a fim de mostrar como foi
feito o trabalho.
A primeira fase desta pesquisa constituiu em uma revisão de literatura
que permitiu a imersão no tema, pois durante suas atividades junto ao curso de
biblioteconomia não foi possível cursar a disciplina optativa denominada
comunicação científica. Portanto, foi necessário um esforço maior para explorar
o assunto, até então, novo para a autora.
A pesquisa caracteriza-se como sendo exploratória/descritiva, pois foi
trabalhada a sistematização dos dados disponíveis no banco de dados da
Plataforma Lattes para ter todas as informações necessárias. O estudo
exploratório favorece a “descoberta de práticas ou diretrizes que precisam
modificar-se e na elaboração de alternativas que possam ser substituídas.”
(OLIVEIRA, 1997, p. 134).
Os estudos bibliométricos se caracterizam como uma a abordagem
quantitativa que, segundo Marconi (2010), consiste na investigação empírica
de dados, cuja principal finalidade é o delineamento ou análise
das
características de fatos ou fenômenos [...] Todos eles tem artifícios
quantitativos, pois tem objetivos da coleta sistemática de dados. (Marconi, p.
170).
O objeto de estudo são as produções científicas dos professores do
Instituto de Ciências Humanas e da Informação - ICHI da Universidade Federal
do Rio Grande – FURG. As quais estão referenciadas nas bases de dados da
Plataforma Lattes.
A fonte de coleta dados foi a base de dados da Plataforma Lattes, que
consiste em um formulário padrão de todos os registros de produções
científicas acadêmicas, mantida pelo Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq).
28
A primeira tarefa antes de coletar os dados consistiu em organizar a lista com
os nomes de todos os professores vinculados ao ICHI. Esta lista é que serviu
de guia para as consultas feitas no site do CNPq que disponibiliza os currículos
de pesquisadores brasileiros.
Foi necessário também delimitar alguns recortes que permitissem o
cumprimento do prazo disponível para a realização do trabalho. Sendo assim,
optou-se em incluir no banco dos dados que foram analisados, somente artigos
de periódicos, livros e capítulos de livros publicados. Não foram computados os
trabalhos apresentados em eventos e nem técnicos.
Os cursos de graduação que compõe o ICHI/FURG são: Arquivologia,
Arqueologia, Biblioteconomia, Psicologia, Turismo, Geografia e História.
Para analisar as informações contidas nos Currículos Lattes de todos os
professores dos cursos que compõe o Instituto de Ciências Humanas e da
Informação – ICHI foram utilizadas técnicas e ferramentas utilizadas nos
estudos bibliométricos.
O banco de dados da produção científica dos professores foi criado no
software gerenciador de referências bibliográficas denominado EndNote3. Esta
ferramenta permite agrupar referências por características em comum, facilita a
padronização de nomes de autores e periódicos e permite a realização de
algumas análises simples. As análises mais elaboradas, como cálculo de
médias e frequências, assim como a construção de gráficos, foram feitos no
software Microsoft Excel4
Foram analisadas 438 referências, sistematizadas no EndNote, versão
15. Na seção a seguir serão apresentados os resultados das análises.
5
6
Mais informações em: www.endnote.com
Mais informações em: www.microsoft.com
29
7 RESULTADOS
Após a coleta de dados na base de dados da Plataforma Lattes, mantida
pelo Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) foram analisadas no total de 438
referências dos professores do Instituto de Ciências Humanas e da Informação
- ICHI que abrangem o período mencionado na metodologia (2008 – 2013).
Nas referências constavam artigos científicos, capítulos de livro e livro.
Sendo 29 referências do curso de Arqueologia, 34 do curso de Arquivologia, 52
do curso de Biblioteconomia, 76 do curso de Geografia, 166 do curso de
História, 70 do curso de Psicologia e 2 do curso de Turismo binacional. O
número de autores identificados totalizou 508, isto é, incluindo os professores
do ICHI e todos seus coautores.
Nos cursos de Licenciatura e bacharelado (História e Geografia) não
houve separação para coleta dos dados, apenas o curso foi mencionado; já
que o importante era o perfil do curso incluindo os professores, sem mencionar
se for Licenciatura ou Bacharelado.
Estas referências, após a coletadas no Currículo Lattes de cada
professor selecionado foram sistematizadas no programa EndNote, separadas
por curso e organizadas por tipo de documento. Professores substitutos não
foram incluídos na busca.
No período analisado (2008-2013) os professores do Instituto de
Ciências Humanas e da Informação - ICHI publicaram 438 diferentes trabalhos,
incluindo capítulos de livros, livros e artigos científicos. Os resultados foram
organizados conforme os objetivos específicos, sendo assim a seguir, na
Tabela 1, estão os professores mais produtivos, para o qual se considerou
aqueles que publicaram mais de 10 trabalhos.
30
Tabela 1. Professores do ICHI/FURG que publicaram mais 10 trabalhos entre 20082013 (n=.15).
Autor
Nº de Publicações
Curso
ALVES, F. N.
53
História
MATOS, J. S.
41
História
SCHIAVON, C. G. B.
30
História
TORRES, L. H.
25
História
MOLON, S. I.
18
Psicologia
MARTINS, C. A. A.
15
Geografia
BARCELOS, A. H. F.
14
Arqueologia
DZIEKANIAK, G.
14
Biblioteconomia
SENNA, A. K.
14
História
ARIGONY-NETO, J.
13
Geografia
MAIA, M. F. S.
11
Biblioteconomia
MARTINS, S. F.
11
Geografia
MIRANDA, A. C. D.
11
Biblioteconomia
PALUDO, S. S.
11
Psicologia
BAPTISTA, J. T.
10
História
Conforme mostra a tabela acima o professor Francisco Alves, vinculado
ao curso de História, foi o mais produtivo do período com 53 publicações. Este
professor está vinculado ao curso com mais publicações. Entre os 15 que
publicaram mais de 10 trabalhos, 6 são do curso de História, 3 da
Biblioteconomia, 2 da Geografia e 2 da Psicologia.
31
Gráfico 1. Distribuição do número de publicações por idioma, ICHI/FURG 2008-2013
(n=438)
Fonte: dados da Pesquisa
Conforme mostra a tabela gráfico acima o idioma mais utilizado dentre
os professores do ICHI/FURG é o português com 414 produções, após inglês
com 16, espanhol com 6 e francês com 2 produções. Sendo assim, verifica-se
que os professores tem uma inserção maior junto as comunidades acadêmicas
de suas áreas no Brasil. Maior inserção internacional se refletira em uma
quantidade maior de trabalhos publicados em idiomas diferentes do português.
No que se refere a produção por curso, na figura abaixo se verifica que o
curso de história foi o que apresentou maior número de publicações.
32
Gráfico 2. Distribuição do número de publicações por curso, ICHI/FURG 2008-2013
(n=438).
Fonte: dados da Pesquisa
Legenda: Curso 1 = Arqueologia; Curso 2 = Arquivologia; Curso 3 = Biblioteconomia; Curso 4 =
Geografia; Curso 5 = História; Curso 6 = Psicologia; Curso 7 =Turismo Binacional
O Gráfico 2, que representada a distribuição do número de artigos por
curso, mostra que os professores do curso de História do ICHI/FURG foram os
mais produtivos, com 166 publicações, considerando artigos, capítulos de livros
e livros. Destaca-se que o curso de História é o mais antigo dos 7 analisados.
O mais recente é Turismo Binacional que tem 4 professores vinculados, mas
somente a produção de 2 foram computadas para esta pesquisa.
Curso de Arquivologia também não é antigo na FURG, mas tem 9
professores permanentes e foram publicados 34 trabalhos.
33
Gráfico 3. Distribuição do número de publicações por ano, ICHI/FURG 2008-2013
(n=438).
Fonte: dados da Pesquisa
Conforme o gráfico acima, 2011 foi o ano no qual os professores
registraram maior número de publicações. É relevante destacar que 2013 pode
ter apresentado uma quantidade menor devido a desatualizações dos
currículos Lattes. Durante a coleta dos dados, foi recorrente a identificação de
currículos desatualizados. Algumas vezes, consultando o outros mecanismos
de busca para esclarecer informações incompletas e/ou faltantes se identificou
produções dos professores que não estavam cadastradas na base Lattes.
Porém, como neste trabalho a fonte de dados era a base do CNPq, produções
encontradas fora dela não foram incluídas.
Outro detalhe que precisa ser alertado é que as produções de 2013, ano
mais recente do período anlisado, podem não ter sido incluídas porque os
professores não mantêm seus currículos permanentemente atualizados.
34
Gráfico 4. Distribuição do número publicações dos professores ICHI/FURG (20082013), conforme tipologia (n=438).
Fonte: dados da Pesquisa
Conforme o gráfico acima, o qual mostra as tipologias usadas pelos
professores de graduação do ICHI/FURG o principal tipo de trabalho publicado
pelos docentes foi o artigo de periódico, que totalizou 247 publicações, seguido
de capítulos de livros (n=107) e livros (n=84). É válido lembrar que outros tipos
de publicações, como trabalhos apresentados em eventos, não foram
considerados para esta pesquisa. Assim, é interessante destacar que em
trabalhos futuros poderão complementar os dados da presente pesquisa.
Os artigos científicos, atualmente, são o principal canal de comunicação
entre pesquisadores da maioria das áreas. Castiel (2007) afirma que uma das
atividades dos investigadores é gerar interesse em relação a sua produção
científica, isto inclui despertar o interesse das revistas científicas para a
publicação de artigos científicos da sua linha de pesquisa. O autor também diz
que o artigo científico funciona como uma estratégia para busca de
financiamento, gestão da relação dos grupos acadêmicos, comunicação entre
os pares.
Os capítulos de livros são, em parte, mais rápidos de produzir do que os
livros, porque geralmente é resultado de trabalho compartilhado entre diversos
autores.
35
No Gráfico 5, que mostra a tipologia da produção no curso de História foi
onde se registrou maior número de livros publicados. Este resultado revela as
particularidades de cada área específica, no uso de diferentes canais de
comunicação de resultados de pesquisas.
Gráfico 5. Distribuição do número de publicações dos professores de graduação do
ICHI/FURG (2008-2013), conforme tipologia e curso (n=438).
Fonte: dados da Pesquisa
Conforme gráfico acima, verifica-se que em todos os cursos o artigo de
periódico foi o principal tipo de publicação utilizado.
No curso de
Biblioteconomia não foi encontrada a publicação de livros e no Turismo
Binacional foram registrados somente um livro e um capítulo. É importante
ressaltar que o artigo é o meio mais rápido de apresentar resultados de
pesquisas do que livros.
36
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considera-se que a pesquisa alcançou o objetivo pretendido, ou seja,
traçar um perfil geral da produção científica dos professores que atuam nos
cursos de graduação do Instituto de Ciências Humanas e da Informação (ICHI),
da Universidade Federal do Rio Grande – FURG.
Os dados analisados mostraram que os professores publicaram mais no
idioma português, indicando pouca inserção internacional. Publicaram mais
artigos em periódicos do que livros e capítulos de livros. Esta foi uma
característica encontrada em todos os cursos. No curso de História também se
destacou a quantidade de livros publicados (n=78). O curso de Biblioteconomia
foi o único em que os professores não publicaram livros no período analisado.
Os anos mais produtivos foram 2011 e 2010 que somaram, respectivamente,
101 e 98 trabalhos publicados.
Destaca-se que, ao realizar a coleta dos dados na base da Plataforma
Lattes, inúmeros erros foram encontrados, sendo os mais frequentes: nomes
dos autores duplicados; títulos e subtítulos em letras maiúsculas; currículos
desatualizados; artigos científicos sem identificação do título do periódico;
nome incompleto de autores e coautores; falta de informações sobre o tipo de
vínculo com a instituição (professores substitutos ou efetivos). Sobre os
professores, as informações foram complementadas através de consultas ao
Sistema da FURG, mesmo assim, para muitos estas informações foram difíceis
de encontrar.
As carências de atualização na base de dados da Plataforma Lattes
foram detectadas quando consultados repositórios e Google, quando se
necessitou encontrar informações faltantes das referências. Devido a isso, os
professores precisam ficar atentos para deixar seus currículos atualizados, pois
muitas vezes, são utilizados para financiamento de pesquisas ou até mesmo
porque outros pesquisadores podem acessar em busca de algum material e
como está desatualizado não encontrem o que precisam.
37
Durante a elaboração do trabalho também se verificou a complexidade
de trabalhar com dados sobre a produção científica, pois se trata de uma tarefa
que demanda grande atenção e padronização de dados. Sistematizar os
nomes de autores e coautores, títulos de periódicos, entre outros, foi tarefa
árdua e trabalho minucioso. Porém, estas dificuldades não são significativas,
frente a satisfação de ver os resultados se revelarem, após as análises.
Por fim, é válido afirmar que é necessário dar continuidade ao trabalho,
acrescentando outros tipos de publicações, análises sobre os temas abordados
nestas publicações, assim como características de coautoria.
38
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46
APÊNDICE
47
Apêndice 1 - Lista dos professores ICHI/FURG e seus respectivos cursos de lotação,
cujos currículos foram analisados.
1
2
3
4
5
ARTUR HENRIQUE FRANCO BARCELOS
BEATRIZ VALLADAO THIESEN
CASSIANE DE FREITAS PAIXAO
GIANPAOLO KNOLLER ADOMILLI
JOSE ALBERIONE DOS REIS
Arqueologia
Arqueologia
Arqueologia
Arqueologia
Arqueologia
6
JOSE CARLOS VIEIRA RUIVO
Arqueologia
7
8
MARCIA NAOMI KUNIOCHI
MARIA ELIDA FARIAS GLUCHY
Arqueologia
Arqueologia
9
MARTIAL RAYMOND HENRI POUGUET
Arqueologia
10
VANESSA BARRIOS QUINTANA
CARMEM GESSILDA BURGERTI
SCHIAVON
EVELIN MELO MINTEGUI
GRACIELE MARTINI DE AZEVEDO
LUCIANA SOUZA DE BRITO
MATEUS DE MOURA RODRIGUES
PAULO ROBERTO DA SILVA MUNHOZ
ROBERTA PINTO MEDEIROS
VALERIA RAQUEL BERTOTTI
ANGELICA CONCEICAO DIAS MIRANDA
CLAUDIO RENATO MORAES DA SILVA
GISELE VASCONCELOS DZIEKANIAK
JARBAS GREQUE ACOSTA
MAGALI MARTINS AQUINO
MARCIA CARVALHO RODRIGUES
MARIA DE FATIMA SANTOS MAIA
RENATA BRAZ GONCALVES
RODRIGO AQUINO DE CARVALHO
ANDERSON LUIS RUHOFF
CESAR AUGUSTO AVILA MARTINS
DARIO DE ARAUJO LIMA
ELISANGELA DE FELIPPE RODRIGUES
DA SILVEIRA
JORGE ARIGONY NETO
MARCELO VINICIUS DE LA ROCHA
DOMINGUES
PEDRO DE SOUZA QUEVEDO NETO
ROSSANA MADRUGA TELLES
SIMONE EMIKO SATO
Arqueologia
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
Arquivologia
Arquivologia
Arquivologia
Arquivologia
Arquivologia
Arquivologia
Arquivologia
Arquivologia
Biblioteconomia
Biblioteconomia
Biblioteconomia
Biblioteconomia
Biblioteconomia
Biblioteconomia
Biblioteconomia
Biblioteconomia
Biblioteconomia
Geografia Bacharelado
Geografia Bacharelado
Geografia Bacharelado
Geografia Bacharelado
Geografia Bacharelado
Geografia Bacharelado
Geografia Bacharelado
Geografia Bacharelado
Geografia Bacharelado
48
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
SUSANA MARIA VELEDA DA SILVA
ULISSES ROCHA DE OLIVEIRA
ELIZA MARA LOZANO COSTA
JUSSARA MANTELLI
LENI BEATRIZ CORREIA COLARES
SOLISMAR FRAGA MARTINS
ADRIANA KIVANSKI DE SENNA
DANIEL PORCIUNCULA PRADO
DEROCINA ALVES CAMPOS SOSA
FRANCISCO DAS NEVES ALVES
JEAN TIAGO BAPTISTA
JULIA SILVEIRA MATOS
LUIZ HENRIQUE TORRES
MARIA HELENA MACHADO DE MORAES
CRISTINA DIAS DIAZ
FERNANDO HARTMANN
GRACIELE MARTINI DE AZEVEDO
JUAREZ JOSE RODRIGUES FUAO
JUSSEMAR WEISS GONCALVES
MARISA BARRETO PIRES
RODRIGO SANTOS DE OLIVEIRA
ALFREDO GUILLERMO MARTIN
CARLA IMARAYA MEYER DE FELIPPE
CERES BRAGA AREJANO
DANIELA DELIAS DE SOUZA
DENISE MARIA MACIEL LEAO
EGEU GOMEZ ESTEVES
FABIO DAL MOLIN
KAREN EIDELWEIN
LETICIA LANGLOIS OLIVEIRA
LUCAS NEIVA SILVA
MARILENE ZIMMER
MICHELLE DE SOUZA DIAS
PAULO GOMES DE SOUSA FILHO
SIMONE DOS SANTOS PALUDO
SUSANA INES MOLON
VERA TORRES DAS NEVES
Geografia Bacharelado
Geografia Bacharelado
Geografia Licenciatura
Geografia Licenciatura
Geografia Licenciatura
Geografia Licenciatura
História Bacharelado
História Bacharelado
História Bacharelado
História Bacharelado
História Bacharelado
História Bacharelado
História Bacharelado
História Bacharelado
História Licenciatura
História Licenciatura
História Licenciatura
História Licenciatura
História Licenciatura
História Licenciatura
História Licenciatura
Psicologia
Psicologia
Psicologia
Psicologia
Psicologia
Psicologia
Psicologia
Psicologia
Psicologia
Psicologia
Psicologia
Psicologia
Psicologia
Psicologia
Psicologia
Psicologia
74
DEISE MARI PEREIRA SILVEIRA
Turismo Binacional
75
76
77
FERNANDO COMIRAN
LIGIA DALCHIAVON
MELISE DE LIMA PEREIRA
Turismo Binacional
Turismo Binacional
Turismo Binacional
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as caracteristicas da produção científica dos professores do instituto