CAMINHOS DA TORTURA
POLICIAL MILITAR SOFRE PERSEGUIÇÃO NO CEARÁ
Após lutar contra transferências retaliatórias, processos administrativos e criminais e constantes perseguições corporativas, a policial militar
Ana Paula Brandão é torturada psicologicamente em junta médica da Polícia Militar do Ceará.
No último dia 02 de abril, a soldado da Polícia Militar do Ceará Ana Paula
Brandão, compareceu à Junta Médica do Estado para mais uma perícia especializada,
diante da licença médica concedida pelo motivo de reação aguda ao stresse pelo
trabalho. A consulta, que deveria ser composta apenas por médicos psiquiatras contou
com a participação do coordenador da Perícia Médica do Ceará, Cel. Francisco
Barreto. Utilizando imagens divulgadas na internet, Cel. Barreto pressiona a soldado
para que assuma a autoria das postagens. O conteúdo da tortura foi gravado e
divulgado pela Associação dos Profissionais de Segurança Pública do Estado do Ceará
– APROSPEC.
:: Vítima de perseguição,
SD. Ana Paula Brandão
As imagens gravadas pela policial mostram o momento exato da coação,
quando é pressionada, a portas fechadas, a assumir a autoria das postagens feitas em
redes sociais, por um perfil falso denominado “Cavaleiro Templário”. Cel. Barreto
tinha em mãos as impressões do material divulgado na internet e perguntava à vítima
se ela possui relação com a publicação. Barreto afirma, ainda, que iria contatar o
secretário de Planejamento e Gestão do Ceará, Eduardo Diogo, pois o nome do
Estado havia sido citado. Em defesa, Ana Paula Brandão afirma que a postagem partiu
de um perfil “fake”, desconhecendo a autoria da publicação.
A imagem em questão, conforme reprodução, mostra a fotografia do médico psiquiatra Arão Pliacekos e de Ana Paula
Brandão, com texto que questiona a veracidade dos laudos emitidos pelo médico, tornando aptos ao trabalho policiais
militares afastados do serviço por falta de condições psíquicas. O material ganhou repercussão na internet após a última perícia
realizada por Ana Paula Brandão, com Dr. Arão. Visivelmente inapta ao trabalho policial, Ana Paula teve sua licença médica
cancelada, tendo de voltar imediatamente ao ofício. O cancelamento do trabalho
trouxe reações físicas à policial. Febre, dores no corpo, além das constantes e
fortes dores de cabeça esboçaram a incapacidade de Ana Paula em reassumir a
função, sendo novamente afastada através de atestado médico.
Tornar apto um profissional sem condições psíquicas ao exercício da
função de policial representa um sério risco à vida do profissional e à segurança
pública da população. Casos de ações desastrosas cometidas por PM`s já se
tornaram destaque em notícias nacionais. É crescente o número de suicídios
cometidos por componentes da corporação. O terror vivenciado pela soldado
tornou-se prática dentro dos quartéis das Polícias Militares brasileiras. Segundo
Ana Paula, “Nunca me senti tão humilhada! O maior culpado nesta situação é o
sistema militarizado das polícias estaduais adequado aos mandos e desmandos
do alto escalão da Segurança Pública”.
:: Reprodução da internet
CONFIRA AS CENAS DA TORTURA EM...
https://www.youtube.com/watch?v=ZIVrqWcobyo
audio Ana Paula Brandão~1
https://www.youtube.com/watch?v=9nfTmMpfWk4
Cel. Barreto, coord. da Perícia Médica / CE se justifica após constranger uma policial doente.
COMO TUDO COMEÇOU
Mulher guerreira, socialmente responsável e em
defesa dos menos favorecidos, Ana Paula Brandão é ícone da
luta pacífica por melhores condições de vida. Ao ingressar na
Polícia Militar do Ceará, a soldado, que também é enfermeira,
atuou em defesa das condições físicas e sociais dos militares,
tendo como objetivo maior a redução dos índices de violência e
o bem estar da população cearense.
Casada com o guarda municipal e atual vereador de
Fortaleza, Márcio Cruz, Ana Paula Brandão participou da
fundação da Associação dos Profissionais de Segurança Pública
do Ceará - APROSPEC, antiga Associação dos Guardas
Municipais do Estado do Ceará – ASGMEC -, entidade que
hoje congrega cinco forças da segurança pública cearense.
A vivência em Enfermagem e o cuidado com o próximo renderam à Ana Paula o cargo de diretora de Saúde da
APROSPEC, quando iniciaram as retaliações através de transferências, Inquéritos Policiais Militares – IPM`s e Procedimentos
Administrativos Disciplinares – PAD`s. O ápice das perseguições foi após o movimento reivindicatório da PM, em janeiro de
2012. Confira abaixo a relação dos processos contra a policial Ana Paula Brandão.
PROCESSOS ANA PAULA BRANDÃO

Processo n° 0030497-69.2011.8.06.00001 – Req. Estado do Ceará

Processo n° 35725-30.2011.8.06.0064 – Req. Município de Caucaia – 1ª Vara Cível

Processo n° 0681210-62.2012.8.06.0001 – Req. Ciro F. Gomes - 7ª Vara Criminal

Processo n° 0175291-52.2012.8.06.0001 – Ação de Danos Morais Assoc. Esportiva Tiradentes

Processo SPU n° 131317571 – PAD Assembleia – Port. CGD n° 028/2013-GAB/CGD, Port. n° 63/2013
Corrigenda

Administrativo -IPM – Cel Giovani P. da Silva – Of. n° 217/2012 – 6ªCIA/5° BPM Portaria n° 001/2012

Administrativo IPM – Cel Luis Solano A. Telles – Of. n° 120/2012 – 6ªCIA/5°BPM/CPC Portaria n°113/2011

Processo n° 0000037-34.2013.8.06.0000 – Habeas Corpos – 7ª Vara Criminal

Processo n° 8501798-04.2013.8.06.0000 – Pedido de Providências

Processo n° 4482724/12 – Representação Criminal (Ciro Gomes)

Processo n° 8500178-73.2013.8.06.0026 – Pedido de Providência

Processo n° 0138875-85.2012.8.06.0001 - Habeas Corpos

Processo n° 0004946-90.2011.8.06.0000 – Req. Estado do Ceará – 6ª Vara da Fazenda Pública

Administrativo – IPM – Ten Cel PM Arlindo da Cunha Medina Neto
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