HOBBY José Ferreira da Silva, que em 1979 fez uma aventura a bordo de uma Lambretta e lançou o livro O Aventureiro – A volta ao Mundo de Lambretta, que Márcio representa em São Paulo. Depois, ele segue até Montevideu, em uma viagem que deve totalizar 5 mil km. A paixão do mooquense pelas scooters começou em 2002 e tem a ver com a forma como ele se envolveu com as histórias da cultura juvenil inglesa dos anos 1960, a chamada geração MOD (Modern). Naquela época, os aventureiros com uma veia um pouco rebelde, que gostavam de ouvir a música negra americana, andavam em Lambrettas. Interessado por esse universo, Márcio se aproximou de pessoas com os mesmos interesses e criou a scooteria. Hoje, são cerca de 80 integrantes que se espalham por São Paulo, Taboão da Serra, São José dos Campos, Jacareí, Americana, Pedreira, Santos, Mogi das Cruzes e Campinas. A regra para fazer parte do grupo é ter uma scooter clássica. Os dois modelos mais comuns de se ver entre os integrantes são as Vespas e Lambrettas, ambos de origem italiana. “São veículos criados para suprir uma Itália devastada pela segunda guerra mundial”, diz Márcio. “O engenheiro que construiu a Vespa A Vespa BX 150 é o lazer e o trabalho de Márcio. Com ela ele se diverte e faz entregas. usou sucata de avião no projeto e a ideia era ser um para uma empresa indiana que ainda constrói o trici- veículo que pudesse transportar pessoas e mercado- clo da marca. rias”, completa. A paixão por esses veículos pode significar um pouco de despesa, já que não é barato mantê-los em dia. VESPAS X LAMBRETTAS Sem fábricas no Brasil, as peças precisam ser importa- Surgidas na mesma época (meados da década de das. Uma Vespa usada, dependendo do modelo, pode 1940), Vespas e Lambrettas são modelos de scooters ter seu valor variando entre R$ 7 e R$ 12 mil. Já a Lam- que se diferenciam por detalhes técnicos e de mo- bretta, pode variar de R$ 10 a R$ 15 mil. Com relação tor. “A estabilidade é uma das grandes diferenças. O à manutenção, depende muito do quanto o veículo é motor da Vespa fica do lado direito e o equilíbrio é ou não usado. “Fica mais caro quando você não anda. compensado pela roda, que fica um pouco mais para Se o veículo fica muito tempo parado, o combustível a esquerda. Já a Lambretta tem o motor central, que perde qualidade, o óleo 2 tempos solidifica, assenta no garante mais estabilidade”, explica Márcio. fundo do tanque”, conta Márcio. Mas, pelo menos para Da italiana Piaggio, a Vespa continua sendo fabri- os integrantes da Scooteria Paulista, esse problema não cada até hoje. Já a Lambretta, segundo Márcio, faliu acontece, já que o intuito do grupo é, justamente, por os no começo dos anos 1970 e vendeu seu maquinário motores para roncar. 36 Dezembro 2011