INCRUSTAÇÃO EM RESINA CRISTAL: UMA FERRAMENTA DE APOIO AO
ENSINO DE BIOLOGIA. MANUAL PRÁTICO
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo principal, elaborar um manual prático de incrustação
em resina cristal, para suporte didático nas aulas de biologia. Além disso, pretende falar da
importância do uso deste método no processo de ensino aprendizagem. O material biológico
utilizado faz parte da coleção do Laboratório de Biologia da Faculdade de Educação de
Itapipoca – LABIO. O objetivo é proporcionar uma melhor visualização deste material, bem
como garantir um maior tempo de conservação e melhor manuseio. Para incrustação foram
escolhidos os insetos da coleção entomológica deste laboratório. O processo de incrustação
em resina poliéster cristal se deu em etapas. Inicialmente, foi feito um teste com o esqueleto
de uma perereca, onde neste momento, o esqueleto foi inserido na resina para verificar o que
ocorreria e a partir dessa experiência, saber como ficaria a incrustação dos insetos. Esse
primeiro teste serviu de base para o desenvolvimento de todo o trabalho. Em seguida os
insetos selecionados foram incrustados, primeiro em dois blocos maiores, um com três e outro
com seis insetos, para tal agrupamento foi utilizado o caráter ordem de classificação.
Posteriormente, algumas mudanças ocorreram visando melhorar o trabalho como: diminuir a
quantidade de catalisador, separar os animais cada em sua própria forma, para evitar o
desperdício de resina, e outros, conferindo assim um aspecto melhor às peças.
Palavras – chave: Incrustação, manual, material didático.
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INTRODUÇÃO
O processo de ensino aprendizagem merece uma atenção especial sempre, pois é
através da melhoria dessa relação que os alunos podem atingir um grau satisfatório de
entendimento e enriquecimento intelectual. Astolfi e Develay (1990), afirmam que não se
pode chegar e despejar no aluno todo o conteúdo da aula, pois isso pode impedir seu
raciocínio. O ideal é liberar o conteúdo, trabalhar com o aluno para que ele possa assimilar o
exposto, para em seguida continuar a parte teórica. Tudo isso para não reduzir o
conhecimento do aluno apenas a seus aspectos mecânicos.
Nesse processo as ferramentas e os modelos didáticos são muito importantes, pois
prendem a atenção dos alunos, bem como, os ajudam a abstrair o conhecimento, formando
uma ponte entre teoria e prática.
Na natureza é comum insetos serem recobertos pela resina das árvores, processo
conhecido como incrustação. Esse processo pode ser executado artificialmente por meio da
resina poliéster cristal. Incrustar consiste em colocar animais previamente preparados dentro
da resina, facilitando o manuseio posterior por parte dos alunos. Esta técnica é, portanto,
válida como ferramenta de apoio ao professor, através da qual é possível criar um acervo de
animais para tornar a aula mais dinâmica e atrativa.
Neste sentido, o trabalho faz uso das técnicas necessárias para o processo de
incrustação, especificamente a inserção de insetos na resina cristal, insetos estes, que faziam
parte da coleção didática do Laboratório de Biologia da Faculdade de Educação de Itapipoca
FACEDI – UECE e que se encontravam em condições precárias de conservação. O presente
trabalho objetivou elaborar um manual prático de incrustação de insetos em resina cristal,
para suporte didático nas aulas de ciências e biologia. E ainda, demonstrar que tem caráter
positivo o uso das incrustações no processo de ensino aprendizagem; apresentar o material
utilizado e a forma de preparo e utilização; aumentar o tempo de conservação, bem como
permitir
melhor
manuseio
do
material
biológico
no
Laboratório
supra
citado.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Toda transmissão de conhecimento deve seguir uma metodologia específica, às vezes
se faz necessária uma aula direta, em outras, deve-se gerar certo mistério, como citado por
Astolfi e Develay (1990, p. 72) “O saber e o projeto de ensinar devem avançar sob uma
máscara, não para esconder alguma coisa do aluno, mas para evitar que a explicação total do
contrato conduza a um desabamento da tarefa intelectual, a partir de então, reduzida a seus
aspectos mecânicos.”
Existem diversos recursos como: vídeos, programas de computador, modelos
didáticos, experiências, que podem ser utilizados nas aulas de biologia tornando-a dinâmica e
atrativa.
A importância do uso desses recursos é ressaltada por autores como Delizoicov e
Angotti (1994, p. 22) “As experiências despertam em geral um grande interesse dos alunos,
além de propiciar uma situação de investigação. Quando planejadas levando em conta estes
fatores, elas constituem momentos particularmente ricos no processo de ensinoaprendizagem.”
O uso dos laboratórios é fundamental para reforçar o aprendizado em Biologia,
conforme enfatiza Krasilchik (2008, p. 61) “uma parcela significativa das informações em
biologia é obtida por meio da observação direta dos organismos ou fenômenos ou por meio de
observação de figuras, modelos, etc.”
Uma aula que tem apenas conteúdo, que em nenhum momento o aluno é exposto à
prática, não tendo contato algum com o universo dos seres estudados, gera nesse aluno uma
dificuldade de entendimento, abstração. Para contornar tais dificuldades o professor tem a seu
favor inúmeros recursos didáticos, reconhecidos como uma ferramenta importante, que
podem ser utilizados.
O reconhecimento do impacto positivo do uso de materiais didáticos no processo de
ensino-aprendizagem é destacado por Ferreira (2000, p. 85), quando menciona que: “A
utilização de material didático no ensino de ciências e de matemática, usado em sala de aula
e/ou laboratórios didáticos, tem importância historicamente reconhecida no processo de
aprendizagem.”
Criar modelos, ferramentas de apoio ao ensino, além de permitir um melhor
dinamismo na sala, promove no aluno um aprendizado mais eficaz. Complementa a
experimentação, como destaca Astolfi e Develay (1990, p. 107): “Dessa forma, um trabalho
didático sobre modelização não se opõe ao trabalho experimental, mas sim o complementa.”
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Ferreira (2000, p. 87) traz um breve histórico do processo de incrustação em resina.
“Em 1985, a incrustação de espécimes biológicos em poliéster começou a ser utilizada na
confecção de componentes da Experimentoteca. O interesse dos professores de ciências pelos
materiais logo mostraria a necessidade de oferecimento de oficinas com o objetivo de divulgar
a técnica. [...] Nos últimos dez anos foram oferecidas diversas oficinas com a proposta de não
apenas ensinar uma técnica, mas também de executá-la, assim como os projetos apresentados
pelos próprios professores.”
Mas o que significa esse termo incrustar? De maneira bem simples é colocar uma
crosta em cima de algo, por exemplo, pegamos um pedaço de plástico e passamos uma
camada de resina nele. Estamos incrustando e quando ele estiver totalmente envolvido o
trabalho de criar uma crosta estará concluído. Inserido, pode ser usado como sinônimo.
Na natureza é comum se encontrar invertebrados, principalmente insetos incrustados
nas resinas das árvores, conhecida também como âmbar. O âmbar confere proteção ao
espécime preservando-o ao longo dos anos. Recentemente foi exibida por meio das redes de
TV, uma matéria que tratava da descoberta de insetos pré-históricos, incrustados em âmbar.
Esse mesmo tema foi usado para desenvolver filmes, em que os dinossauros foram recriados
graças à descoberta de insetos incrustados em âmbar.
A escolha desse material para o trabalho foi definida, basicamente por dois pontos, um
no que diz respeito à proteção e o outro devido a sua transparência. Ferreira (2000, p. 90),
destaca ainda: “A utilização de resina poliéster é muito simples e permite a formação de um
acervo escolar de material didático para o ensino de ciências e matemática.”
Sintetizando, usar insetos no processo de incrustação, permite a criação de acervo
bastante variado de espécimes, que ficarão protegidos por um período de tempo bem maior do
que ficariam se fossem apenas colocados em um insetário.
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MATERIAIS E MÉTODOS
Foi utilizado como local de trabalho inicialmente o Laboratório Didático de Biologia
(LABIO), as demais etapas do processo foram realizadas em local aberto, mais adequado para
dissipação dos gases tóxicos da resina.
Os insetos utilizados faziam parte da coleção didática do Laboratório Didático de
Biologia da Faculdade de Educação de Itapipoca - FACEDI (LABIO). Estes foram escolhidos
por estar em bom estado de conservação, além de se encontrarem preservados a seco,
condição ideal para o trabalho de incrustação. A importância da utilização dos insetos do
Laboratório desta Faculdade é propiciar, uma proteção mecânica mais resistente, aumentando
o tempo de conservação desses espécimes. Esta proteção é obtida na incrustação com a resina
poliéster cristal, por conferir a estas peças após o processo citado, uma maior rigidez e
proteção contra fungos, poeira e choques mecânicos. Na figura 1 a coleção antes da
incrustação.
A incrustação geralmente é feita em formas de silicone ou papel cartão. No entanto
sob uma visão ambiental de reutilização de material reciclável, as formas utilizadas neste
trabalho foram preparadas com caixas tetra pak, embalagens usadas para conservar leite,
sucos e outros. Inicialmente, se pensou no tamanho e formato mais adequado. Existe grande
variedade dessas caixinhas e, dependendo do tamanho do objeto a ser incrustado pode-se usar
uma caixa de suco, de leite, etc.
Caso a caixa tenha que ser menor ou maior que os padrões encontrados, então se
desmonta o tetra pak e recorta com tesoura, em tamanho adequado. Isso é feito com o auxílio
de uma caneta, um retângulo menor que será o fundo da caixa, e um retângulo maior que será
devidamente recortado e dobrado e grampeado para formar as quatro laterais da caixinha. A
figura 2 demonstra a sequência da confecção da forma. As formas foram confeccionadas
conforme o tamanho dos insetos.
Insetos e forma em mãos, o passo seguinte foi o processo de preparação da resina, para
iniciar a inserção dos animais.
O material utilizado nesta etapa foi: máscara, óculos, luvas de látex, resina poliéster
cristal, absorvedor de UV (Ultra Violeta), catalisador (Butanox), potes de vidro com tampa
(do tipo que vem comida pra bebês), palito de madeira, pincel, vaselina, etiqueta impressa em
papel vegetal.
Utilizando-se dos itens de segurança, máscara para filtrar o odor forte do material,
óculos para proteção de possíveis respingos, luvas para não permitir o contato com a pele, foi
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dado início ao experimento no laboratório de Química da FACEDI, onde foram feitas as
primeiras medidas de massa da resina, necessárias para uma boa proporção da mistura.
Para a pesagem da resina foi utilizado um pote de vidro, e uma balança digital. Para
isso, a resina foi adicionada no recipiente até a visualização de 100g, em seguida foram
adicionados 3g de absorvedor UV (ultravioleta), uma vez que sua proporção é 3% da massa
da resina, obtendo-se assim a pesagem final de 103g. Após a aferição, misturaram-se com um
palito de madeira as duas fases até a obtenção de uma solução homogênea. Em seguida o pote
foi tampado e deixado em repouso, para que as bolhas de ar formadas pelo movimento do
palito na resina, pudessem se desprender da resina. Nesse momento todos os vidros foram
preparados, cada um com 103g da mistura. Em seguida, foram levados para o local escolhido
para o processo de incrustação.
Para continuação do processo de cura (solidificação da resina), foi adicionado o
catalisador. Foram colocadas 40 gotas de Butanox para os 103g que estavam no pote de vidro,
misturados levemente para evitar formação de bolhas. O tempo de trabalho após a adição do
catalisador para que a mistura não endureça é de cerca de 8 minutos, após isso deverá ser
utilizado rapidamente, para evitar a cristalização. A fim de contornar esse problema, a última
coisa a ser feita é adicionar o catalisador, e claro, a agilidade no manuseio se faz necessária.
Antes de iniciar o procedimento da incrustação dos insetos, foi realizado um teste
inicial, com o esqueleto de uma perereca. Esta etapa serviu para que pudessem ser descartados
alguns possíveis imprevistos para a incrustação final. Os acontecimentos dessa experiência
são descritos a seguir.
Esta prática inicial teve uma importância fundamental para o desenvolvimento do
trabalho com os hexápodas, pois por meio dela foi possível fazer um teste real e visualizar os
resultados obtidos. Podendo-se perceber neste momento, fatores como a transparência, dando
assim um grau de segurança maior para aplicar o processo nos insetos.
Após a experiência inicial, resina foi mais uma vez preparada e utilizada, colocando-se
cerca de 0,5 cm em cada forma, para formação da primeira camada que serve de base para os
insetos. Pode ser adicionada nessa primeira superfície a etiqueta impressa em papel vegetal.
Após o tempo de 02 horas, uma nova camada foi adicionada.
Os insetos foram colocados sobre a 1ª camada parcialmente curada, cada um na sua
respectiva forma, o preparado foi despejado levemente por meio de um palito de madeira até
cobrir as patas dos espécimes, essa 2ª camada tem como objetivo fixar o animal, evitando que
este flutuasse na mistura e ficasse torto, como aconteceu no 1º teste, comprometendo o
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resultado final. Em seguida foi acrescentada mais uma camada, a 3ª, até quase cobrir o inseto.
A função desta é retirar as últimas parcelas de ar que possam existir no corpo dos animais
incrustados. Para finalizar, foi colocada uma 4ª camada cobrindo totalmente o espécime
deixando uma boa margem de sobra na parte superior, que aqui corresponde à região dorsal
dos animais. A figura 3 apresenta os espécimes totalmente cobertos com a resina.
No dia seguinte, 24 horas depois, o material incrustado foi retirado das formas, sem
esforço algum graças à aplicação da vaselina, neste momento, foi possível perceber que
ocorreu uma falha no preenchimento das formas, isso devido ao material, o papelão das
caixas, ser muito mole, então a parte de baixo ficou encurvada.
Para solucionar esse imprevisto, as peças depois de totalmente curadas foram
colocadas de maneira invertida nas formas, ou seja, a parte que ficou torta ficou para cima e a
reta ficou voltada para o fundo. Depois disso foi só completar com resina e esperar cristalizar.
O passo seguinte, após a secagem total das peças, um dia após a aplicação da última
camada, é lixar os blocos. Este processo foi realizado na ordem decrescente de textura das
lixas, ou seja, da mais áspera para a menos áspera. Foi usada a lixa de nº 50 (madeira) para
nivelar as peças, em seguida a de nº 80 (madeira), de nº 120 (madeira), de nº 220 (madeira),
de nº 320 lixa d’água, de nº 360 lixa d’água e por ultimo a de nº 400 também lixa d’água.
Vale ressaltar, que nem sempre se faz necessário o uso de lixas tão ásperas como a de
nº 50, por exemplo. A textura da primeira lixa vai depender da superfície da peça, quanto
mais reto o bloco menor deve ser seu grau de aspereza. Podemos ver através da figura 4,
como estava a peça no início do processo de lixamento. É possível notar que está bastante
arranhada e sem brilho.
O polimento das peças se deu da mesma maneira que o do teste inicial. Como
resultado final observou-se uma peça transparente, levemente esverdeada que pode ser
observada na figura 5.
Com o intuito de melhorar o trabalho, em virtude dos imprevistos que ocorreram no 1º
teste, e se repetiram, em menor escala, mas aconteceram também nesses dois blocos de resina,
os demais insetos foram incrustados de maneira similar, porém algumas modificações foram
feitas na metodologia, conforme apresentado a seguir.
Os espécimes foram colocados em formas separadas, para contornar o fato dos
tamanhos variados de insetos, que se fossem colocados juntos desperdiçaria resina; não houve
a adição de absorvedor de UV, por que a quantidade em estoque não seria suficiente para
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finalizar o trabalho com os outros insetos; a quantidade de catalisador foi alterada, agora,
foram colocadas 25 gotas, ao contrário das 40 gotas usadas na primeira experiência.
Convêm ressaltar que a mudança da quantidade de catalisador, aumenta o tempo de
manuseio, pois a resina atinge uma consistência pastosa após uns 15 minutos em média.
A resina foi mais uma vez separada em potes de vidro, cada um contendo 100g de
resina. Dez formas foram pinceladas com vaselina, e ficaram preparadas para receber a
mistura de incrustação. Pegou-se um pote com 100g e foram acrescentadas 25 gotas de
catalisador, e com um palito de madeira misturou-se levemente os componentes até atingir a
homogeneidade da mistura. Em seguida foi colocado em cada forma cerca de 0,5 cm de resina
que foi colocada para descansar.
Foram colocadas em média quatro camadas. A primeira, para servir de base de
sustentação. A segunda, para prender o animal e impedir sua flutuação na resina, a terceira
para retirar o ar das patas, abdômen e cabeça dos bichos, e a quarta e última camada, para
cobrir totalmente o espécime.
Após 24 horas, foram retirados das formas os blocos já endurecidos, para começar o
processo de lixamento. A figura 6 apresenta uma das peças que foram retiradas das formas.
Para lixar as peças foi realizado o mesmo princípio usado nos blocos anteriores, ou
seja, as lixas foram usadas na ordem decrescente de textura, da mais áspera para a menos
áspera. Foi usada a lixa de nº 80 (madeira) para nivelar as peças, em seguida a de nº 100
(madeira), de nº 120 (madeira), de nº 220 (madeira), de nº 320 lixa d’água, de nº 360 lixa
d’água e por ultimo a de nº 400 também lixa d’água. O resultado, após lixar e polir essas
peças pode ser observado na figura 7.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após finalizar o processo de incrustação dos insetos, pode-se considerar alguns
aspectos relevantes nos processos de criação e confecção dessa ferramenta de apoio ao ensino
de biologia.
É importante destacar que se um professor quiser desenvolver o processo com seus
alunos, deve levar em consideração a disponibilidade de material. Uma vez, que a resina não
foi encontrada no comércio local, tendo a compra que ser providenciada no comércio de
Fortaleza-CE, em lojas de produtos para fibra de vidro, porém, com um preço acessível.
O material escolhido para incrustação pertencia à coleção didática de insetos do
LABORATÓRIO DE BIOLOGIA (LABIO) da FACEDI (Faculdade de Educação de
Itapipoca), a escolha deste material, para este trabalho, foi a fim de evitar um novo processo
de coleta e preparação destes. E ainda, permitir uma melhor conservação destes animais que
já se encontravam disponíveis. Foram obtidos resultados positivos com a escolha, uma vez
que os animais se encontravam preservados morfologicamente e a seco, facilitando assim o
processo de incrustação na resina.
O início do manuseio da resina apresentou alguns resultados inesperados, o que se
atribuiu à falta de experiência no processo.
O primeiro deles foi à formação de bolhas de ar, devido a movimentos bruscos no
momento da mistura da resina com o catalisador. A deformação da placa de resina final,
devido à maleabilidade do material constituinte da caixa, que foi solucionado com uma nova
camada de resina. A desvantagem da preparação de blocos grandes, com vários insetos,
resultando em um gasto desnecessário de resina, aumentando a vulnerabilidade à quebra.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os modelos e as ferramentas didáticas desempenham importante papel no processo de
ensino aprendizagem. A incrustação de espécimes em resina poliéster cristal, pode ser um
bom recurso de apoio às aulas de Biologia, conferindo o maior enriquecimento das mesmas.
Esta metodologia pode ser ampliada, quando aplicada a outros grupos animais,
plantas, flores, sementes, deixando o professor com um “leque” de opções bem diversificado,
restando a este usar sua criatividade.
Outra opção na utilização desta resina é o uso de moldes de silicone ou gesso, com os
quais se pode confeccionar ossos em resina e montar um esqueleto de um animal, como um
gato, por exemplo. Caso não se queira esses ossos transparentes, utilizando-se de pigmentos
próprios para esse material é possível deixá-los da cor real ou semelhante conforme o gosto de
quem vai executar esse trabalho. Estes moldes podem ser encontrados em lojas
especializadas.
Enfim, o trabalho com resina poliéster cristal, além de tornar mais bela a visualização
dos espécimes utilizados, proporcionar um tempo maior de conservação destes, abre um
“leque” de opções de trabalho ampliando suas aplicabilidades na construção de ferramentas
ou modelos didáticos, limitados apenas pelas ideias do professor.
BIBLIOGRAFIA
ASTOLFI, Jean Pierre; DEVELAY, Michel. A didática das ciências. Campinas, SP: Papirus,
1990.
DELIZOICOV, Demétrio; ANGOTTI, José André Peres. Metodologia do ensino de
ciências. São Paulo: Cortez, 1994.
FERREIRA, L. H. Produção de material didático em poliéster para ciências e matemática. In:
HAMBURGUER, E.; MATOS, D. (Orgs.). O desafio de ensinar ciências no século XXI.
São Paulo: EDUSP, 2000, p. 85-90.
KRASILCHIK, Myriam. Prática de ensino de biologia. São Paulo: Edusp, 2008.
ANEXOS
FIGURA 1: Coleção antes da incrustação.
Foto: Mário Gleison
FIGURA 2: Montagem da forma. Em (a) caixa riscada, em (b) cortada e dobrada
e em (c) forma finalizada.
Foto: Mário Gleison
Figura 3: Espécimes totalmente cobertos pela resina.
Figura 4: Peça em processo de lixamento.
Foto: Mário Gleison
Foto: Mário Gleison
Figura 5: Peça polida.
Figura 6: Peça retirada da forma.
Foto: Mário Gleison
Foto: Mário Gleison
Figura 7: Peça lixada e polida.
Foto: Mário Gleison
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