RELATÓRIO TRIMESTRAL DANIELLE SCOLARO LUCAS DA SILVA RUDOLPHO 1. APRESENTAÇÃO As atividades apresentadas a seguir foram desenvolvidas como etapas do projeto: DEFINIÇÃO DE CRITÉRIOS PARA A GESTÃO MUNICIPAL DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE EM MEIO URBANO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO ITAJAÍ. A proposta metodológica foi definida em três etapas: Etapa 01: Elaboração e análise dos mapas temáticos dos aspectos físico-naturais; Etapa 02: Cruzamento dos mapas temáticos e produção de mapa síntese; Etapa 03: Proposta (a partir do diagnóstico/mapa síntese, elaboração de um zoneamento e instrumentos do Estatuto da Cidade a fim de caracterizar um plano de ação para as áreas de preservação permanente da bacia hidrográfica). As etapas 01 e 02 foram concluídas e seus resultados já foram apresentados no relatório anterior. A etapa 03 está em andamento e seus resultados serão apresentados a seguir. 2. ETAPA 03: PROPOSTA 2.1 ZONEAMENTO A partir do Mapa Síntese do Diagnóstico (resultado do cruzamento dos mapas temáticos de Legislação Ambiental, Ocupação do Solo, Cheias e Declividade), foram definidas três grandes zonas: APRO - Área de Proteção Ecológica e ao Risco Hidrológico e/ou Escorregamento (áreas com declividade >30% e/ou vegetação e inundação cota 10m), somando 2,31km², aproximadamente 50,6% das faixas de App do recorte; APRE - Área de Prevenção ao dano Ecológico e ao Risco Hidrológico (áreas de planície ocupadas ou não, sem vegetação e com declividade <30%), somando 2,25 km², aproximadamente 49,4% das faixas de App do recorte; AREM - Área de Remediação ao dano Ecológico e ao Risco Hidrológico e/ou Escorregamento (Áreas com ribeirões tubulados e/ou consolidadas em terrenos frágeis). Destas zonas, foram mapeadas a APRO, e está se mapeando a APRE. Para a definição de critérios para sua demarcação (APRE), sentiu-se a necessidade de uma análise que se aprofundasse em conhecimentos hidrológicos. Recorreu-se a duas principais referências, sendo elas: Cristofoletti (1981)1 e Scatazzini, Kautzmann e Fischer (2008)2. Segundo os autores, o escoamento da água nos canais fluviais acontece em três zonas distintas (Figura 01): Leito de vazante, aonde as águas baixas escoam durante 100% do ano; Leito menor, aonde as águas escoam durante 95% do ano, impedindo o crescimento de vegetação. Bem delimitado, encontra-se encaixado entre margens bem definidas; Leito maior sazonal, aonde as águas escoam durante menos de 5% do ano, seja em períodos regulares ou excepcionais, caracterizando-se pela presença de vegetação hidrófila. Figura 01: Distinção entre leito de vazante, leito menor e leito maior sazonal. Fonte: CHRISTOFOLETTI, 1981. 1 CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia Fluvial. São Paulo: Edgard Blücher, 1981. SCARTAZZINI, L. S.; KAUTZMANN, R. M.; FISCHER, A. C. Critérios para Delimitar Áreas de Preservação Permanente em Rios de Planície de Inundação. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, Porto Alegre, v. 13, n. 3, p. 83-91, jul/set 2008. 2 Considerando tais definições, realizou-se 60 perfis topográficos ao longo do rio Itajaí-Açu e também do ribeirão Fortaleza e seus afluentes. Objetivou-se com eles, encontrar as três diferentes zonas sob influência das águas fluviais, facilitando assim a posterior demarcação das áreas de preservação ambiental ao longo dos cursos d’água. O resultado da demarcação do leito maior sazonal pode ser observado no mapa a seguir (Figura 02). Figura 02: Mapa Temático de Zoneamento. Fonte: Resultados desta pesquisa. As próximas atividades consistirão na finalização dos critérios para a definição das APRE (Área de Prevenção ao dano Ecológico e ao Risco Hidrológico) - através da demarcação do leito menor e da faixa da App, como também das AREM (Área de Remediação ao dano Ecológico e ao Risco Hidrológico e/ou Escorregamento), com a elaboração do zoneamento e instrumentos do Estatuto da Cidade caracterizando um plano de ação para as áreas de preservação permanente da bacia hidrográfica.