Luís Filipe Vieira e o «Apito»: «Há pessoas que merecem ser severamente castigadas» Fonte: maisfutebol.iol.pt Luís Filipe Vieira referiu-se à abertura de um inquérito no âmbito do processo «Apito Dourado», da parte da Liga de Clubes, como uma grande vitória do futebol. O presidente do Benfica apontou o dedo a Pinto da Costa e Valentim Loureiro como sendo duas das quatro pessoas que «mandam» no futebol, sem querer referir o nomes das outras duas, e diz que não tem dúvidas que «alguém vai ser penalizado». «Ontem assistiu-se a uma grande vitória do futebol quando a Comissão Disciplinar da Liga decidiu abrir um inquérito sobre o Apito Dourado. Vão-se tornar públicas muitas coisas que existiram no futebol. Não tenho dúvidas que alguém tem de ser penalizado. Estão criadas as condições para haver justiça desportiva. O apito vai apitar outra vez. Daquilo que li, há pessoas que merecem ser severamente castigadas», destacou. O presidente do Benfica referia-se ao «dossier» que recebeu em sua casa e que o clube, depois, entregou à Procuradoria Geral da República. «Chegou a minha casa, é um dossier amarelo e tem uma altura significativa de documentos, com cerca de um milhar de páginas, onde são referenciadas muitas pessoas, incluindo Valentim Loureiro e outros presidentes de clubes. O Benfica e o Sporting não estão lá, estão lá apenas como penalizados», contou. Escudando-se no segredo de justiça, Luís Filipe Vieira referiu apenas que o dossier contém provas de que «houve resultados falseados e viciação nas classificações dos árbitros» e, quanto a nomes, voltou apenas a referir os nomes de Valentim Loureiro e Pinto da Costa. «O nome dele aparece mais do que uma vez. Não quero falar desse tema, quero é lançar um alerta para saber porque é que sou o único que falo quando todos os clubes dizem que querem transparência total», referiu. Luís Filipe Vieira disse ainda que, ao longo dos últimos anos, houve quatro pessoas que mandaram o futebol, mas confirmou apenas os nomes de Pinto da Costa e de Valentim Loureiro. «Pinto da Costa e Valentim Loureiro são dois deles, mas as outras reservo-me para revelá-las na altura própria. É demasiado evidente que ao longo de uns anos largos houve várias pessoas que tiveram influência negativa sobre o futebol. Mas isso está em segredo de justiça», limitou-se a dizer. Foi o mesmo dossier que levpu Luís Filipe Vieira a retirar o apoio a Valentim Loureiro para a sua eleição como futuro presidente da Assembleia Geral da Liga de Clubes. «Sempre conheci o Major no futebol, sempre tive óptimas relações, apoiei-o para a liga já como presidente do Benfica. É um homem agradável, toda a gente gosta do Major, em termos pessoais, fui sempre homem de boa fé e apoiei o major porque estava convencido que as situações de que se falava não se podiam provar. A minha opinião mudou depois de ter acesso ao tal dossier. Neste momento o major não tem condições para vir a ser o futuro presidente da AG da Liga. Depois de ler o que li não podia estar calado», contou. Quanto às escutas que envolvem o próprio presidente do Benfica na escolha de um árbitro para a meia-final da Taça de Portugal de 2003/04, Luís Filipe Vieira garante que não pediu favores. «Não escolhi árbitro nenhum. Naquela altura era capaz de rejeitar todos, mas quando ouvi o nome de João Ferreira, que era militar, senti que podia ter garantias. A conversa que houve comigo, penso que também tenha existido com o Belenenses. A escuta não tem nada. Era normal procurar-se uma conciliação na escolha dos árbitros. Não vai aparecer nenhuma escuta minha a pedir favores», referiu visivelmente agastado com a pergunta. Quanto às suspeitas levantadas em redor da transferência de Mantorras do Alverca para o Benfica, Luís Filipe Vieira também garantiu não existirem quaisquer irregularidades. «Nunca fui contactado pela Polícia Judiciária. Na minha vida no desporto, quer no Alverca quer no Benfica, foi sempre tudo auditado. De certeza que não há nenhuma irregularidade», garantiu. 2006-09-21 22:55h