TERÇA-FEIRA, 25 DE SETEMBRO DE 2012 - N0 476 Entre o passado e o futuro História A principal atuação é nas escolas e é importante que o profissional goste de ler e tenha curiosidade pelas boas histórias LUIZ ANTÔNIO PAVELLECINI Professor CHARLES GUERRA Ele investiga o passado, reflete sobre os acontecimentos, questiona panoramas sociais, econômicos e culturais de determinadas épocas e difunde dados para a atualidade. Para desempenhar essas tarefas, o historiador se debruça sobre livros, manuscritos, registros como fotos, jornais e outros materiais antigos, podendo transmitir as informações em museus, centros históricos, salas de aula ou até agências de turismo. Tanto a licenciatura como o bacharelado na área habilitam para a produção do conhecimento histórico. Mas, enquanto a licenciatura tem foco em sala de aula, o bacharelado se dedica à atuação em arquivos ou em assessorias que exijam conhecimento histórico. Na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por enquanto, é disponibilizado apenas o curso de licenciatura. De acordo com a chefe do Departamento de História da Udesc, Cristiani Bereta da Silva, para uma boa atuação, o professor precisa se apropriar de conhecimentos específicos para ter mais autonomia e saber problematizar o que é apresentado no material didático. – Não se pode só investir na informação, é preciso ensinar o que se pode fazer com essa informação – explica Cristiani. Por isso, a graduação oferece disciplinas como História Moderna, Geral e do Brasil. O curso também envolve a elaboração de materiais que possam ser utilizados em sala, como a produção de pequenos filmes que tratem de história. A capacitação envolve ainda patrimônio cultural, ensinando sobre o contexto Todos os dias, tenho que acompanhar os jornais. Preciso saber do passado e ir acumulando o presente, não dá para parar. DO QUE É PRECISO GOSTAR Como reforça a chefe do departamento de História da Udesc, o ingresso precisa ter afinidade com leituras e, claro, com histórias de um modo geral. – É importante gostar de todas as histórias, seja de ficção ou verdadeiras, e precisa gostar de uma boa história. Vale lembrar que, para quem for professor, um bom toque de criatividade, para transmitir as informações de maneira atrativa, pode ajudar bastante. O QUE É MAIS DIFÍCIL de trabalho em campo, com a catalogação e pesquisa de documentos históricos. Complementam o currículo da faculdade da Udesc os assuntos relacionados à organização e à gestão escolar. Os ingressos precisam, inclusive, realizar estágios supervisionados em escolas. Foi a área escolar que despertou o interesse de Luiz Antônio Pavellecini. O professor se dedica aos livros e à rotina de sala de aula, elaborando provas e orientando alunos. Para trabalhar em cursinho pré-vestibular, Pavellecini precisa estar a par não só de informações antigas, como também do que acontece de novo. – Todos os dias, tenho que acompanhar os jornais, revistas. Para passar os assuntos para os alunos, preciso saber do passado e ir acumulando o presente, não dá para parar – explica. O curso de licenciatura da Udesc dura quatro anos. A grade do bacharelado está sendo reformulada e a estimativa é que seja oferecido a partir do segundo semestre de 2013. Cristiani reforça que, ao auxiliar na compreensão dos alunos como sujeitos, ao fornecer ferramentas para a compreensão desse mundo que habita, a História tem uma importância social. Por isso, a pouca valorização da licenciatura é difícil de aceitar. – É uma grande responsabilidade que esses professores têm, mas recebem um salário baixo – expõe. MERCADO DE TRABALHO O professor Pavellecini explica que há opções principalmente nas escolas. De acordo com ele, a rotina de trabalho é exigente. Para conseguirem um salário melhor, eles também têm que enfrentar uma grande carga horária, completa. SALÁRIO Trabalho em casa e na escola, Pavellecini explica que a rotina é exigente Na rede estadual, o piso do magistério é de cerca de R$ 1,4 mil, podendo aumentar conforme as gratificações de cada professor. O professor Pavellecini explica que, de um modo geral, a remuneração vai variar conforme a carga horária do professor. Na rede particular de Florianópolis, por exemplo, um professor que dá aula o dia inteiro em cursinhos pré-vestibulares pode chegar a ganhar até R$ 5 mil por mês.