MP e Polícia Civil fazem operação contra máfia dos bingos na região de Ribeirão Preto Na madrugada desta quinta-feira (19) o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) - Núcleo Ribeirão Preto e a Polícia Civil (DEINTER-3) deflagraram operação contra a máfia dos bingos na região de Ribeirão Preto. Estão mobilizados promotores de justiça e 140 policiais civis de toda a região, que dão cumprimento a 36 mandados de prisão preventiva e a 39 mandados de busca e apreensão em Ribeirão Preto/SP, Sertãozinho/SP e Jardinópolis/SP. O GAECO e o Centro de Inteligência da Delegacia Seccional de Polícia de Ribeirão Preto iniciaram o combate às casas de bingo clandestino no início do ano de 2010, tendo fechado mais de 70 casas de jogo desde então. Os promotores de Justiça e policiais civis verificaram, então, que os envolvidos eram sempre os mesmos e que funcionavam em Ribeirão Preto/SP verdadeiras quadrilhas voltadas à prática de crimes contra a economia popular por meio das referidas máquinas de jogo. Por meio de investigação iniciada há cerca de seis meses, ficou comprovado o envolvimento de 36 pessoas com quatro quadrilhas que atuavam em Ribeirão Preto, Batatais, Jardinópolis e Sertãozinho. Foram identificados os atendentes das casas de bingo, os gerentes, os técnicos de informática responsáveis por montar as máquinas e programar os jogos e os sócios que comandavam todo o esquema e chegavam a faturar R$ 50 mil por semana. As investigações revelaram, ainda, que as máquinas eram manipuladas para que a porcentagem de ganho dos apostadores fosse aumentada ou diminuída conforme a conveniência da quadrilha, de modo que todos os jogadores estavam predestinados a perder mais do que ganhar. Verificou-se, ainda, a adoção de grave ameaça contra um apostador que ganhou mais do que deveria em dois estabelecimentos pertencentes à mesma quadrilha e foi proibido de voltar a jogar. A primeira quadrilha, liderada por Antonio Carlos de Moura, Fernando Paulo Pagioro, Marco Antonio Tollentino da Rosa, Atemir Alba Mazaroski e Lucas de Souza Leal Gonçalves explorava casas de bingo voltadas a clientes da alta sociedade, que se submetem a agir na clandestinidade para jogar nas máquinas e perder dinheiro de maneira compulsiva. Em razão dos bingos terem sido flagrados seguidamente, a quadrilha adotou a estratégia de alugar diversos imóveis, alguns com a utilização de documentos falsos, para que as máquinas funcionassem apenas por alguns dias em cada local e, depois, fossem transportadas para outro endereço, numa espécie de rodízio para evitar a apreensão das máquinas. A segunda quadrilha tinha como chefes os irmãos Diego Luiz Gomes e Pedro Paulo Gomes Filho, que abasteciam bares de Ribeirão Preto/SP com máquinas caça-níqueis e também exploravam bingos clandestinos em residências. A terceira quadrilha, dos sócios Ivan Rodrigues Fritz e Antonio Marcos da Cruz Ferreira, abastecia de máquinas caça-níqueis estabelecimentos comerciais em Jardinópolis/SP e montava bingos clandestinos nas cidades de Batatais e Ribeirão Preto. Também passou a agir em Sertãozinho, após Alan Matioli, proprietário de máquinas de jogo naquela cidade, passar a integrar a quadrilha. Lucimara Soares liderava a quarta e última quadrilha, que também montava bingos clandestinos em Ribeirão Preto. Todos os envolvidos, de líderes da quadrilha a atendentes, foram denunciados formalmente pelo GAECO ao Juízo da 3ª Vara Criminal de Ribeirão Preto e tiveram sua prisão preventiva decretada pela prática de crime de quadrilha e de crimes contra a economia popular. Antonio Carlos de Moura, Atemir Alba Mazaroski, Cristina Paula Ferreira Couto e Antonio Carlos da Cruz Ferreira também foram acusados de utilizarem documentos falsos na locação de imóveis onde instalavam suas casas de jogo clandestino. Os acusados, caso sejam condenados pela Justiça por todos os crimes que constam da denúncia, podem receber penas de até 27 anos de prisão. As investigações do GAECO prosseguirão, inclusive em relação ao eventual envolvimento de agentes públicos com as quadrilhas que, até então, pareciam agir sem embaraço. Os presos serão encaminhados para a DIG de Ribeirão Preto e, posteriormente, serão recambiados para o CDP de Ribeirão Preto e Cadeia Feminina de Cajuru. O resultado final da operação será divulgado durante entrevista coletiva na Delegacia Seccional de Ribeirão Preto, às 15h30min.