Mais importante do que prever é responder!
Que admirável mundo novo que a cada instante nos coloca em contato com realidades com as
quais nunca havíamos pensado em estar, que nunca havíamos experimentado e que sequer
poderíamos vislumbrar a possibilidade de nos vermos diante delas. Por mais que ao longo do
tempo se exige que se criem cenários, que se projetem futuros, cursos de ação e tantas outras
iniciativas relacionadas ao tão batido planejamento estratégico dentro das organizações o
mundo mostra que é incontrolável, assim como é a vida. A visão mecanicista e reducionista,
que postula que ao estudar as partes consigo entender o todo, com a qual fomos criados
ajudou a forjar as lentes com as quais enxergamos e percebemos os acontecimentos e nos
impulsiona a reagir tendo como pano de fundo esses mesmos paradigmas que, como tal,
acabam por limitar o espaço para experimentar o novo e aprender.
Não entenda que digo que não vale pensar o futuro e se preparar para ele. Apenas não mais
acredito no certo ou errado, no preto ou branco, de um lado ou outro, não mais acredito nas
extremidades. Acredito sim nas mais diversas alternativas que emergem a partir do que me
proponho fazer e experimentar e à medida que nos colocamos abertos a isso muitas são as
tonalidades das infinitas possibilidades que podem surgir. Quantas vezes já se preparou para
algo e tudo aconteceu de forma diferente? Quantas vezes estudamos um conteúdo e na
avaliação apareceram outros distintos? Quantas vezes nos preparamos para um dia de sol e
veio a chuva? Quantas vezes nos preparamos para apresentar um projeto e vieram perguntas
para as quais não havia me preparado? Tudo isso é normal, anormal é ainda estarmos presos
ao paradigma mecanicista. A partir dessa lógica que separa e reduz que não considera as
inter-relações e a interpendência das partes dentro do sistema nada mais natural do que
permanecer no lugar de sobrevalorizar a capacidade de previsão.
Esse admirável mundo novo é globalizado, altamente tecnológico, possui livre fluxo de
informação, é cada vez mais democrático, cheio de incertezas, desorganizado, imprevisível,
caótico, é vivo e sujeito de muitas e frequentes transformações. Como prever algo dentro de
um campo tão complexo como esse? Quantas vezes ao longo desse ano mudou seu plano
inicial para 2015? Quantas vezes deverá mudar o plano em fase de elaboração para 2016? A
pergunta que não quer calar é como você e sua organização estão se preparando, não para
prever o imprevisível, mas sim para responder à altura aos diferentes e complexos
acontecimentos que virão. Como instalar na organização a capacidade de reagir rápido, de
lidar com o inesperado de forma fluida, de valorizar a interdependência e a construção
colaborativa, de construir relações pautadas na autenticidade, etc, são questões de
fundamental importância que ajudam a tecer a rede na qual sua organização opera.
Nesses aspectos pode residir um importante diferencial da sua organização. Começar a
verdadeiramente compreender essa nova realidade de mundo e se permitir experimentá-lo é o
primeiro passo que pode fazer uma tremenda diferença para a construção de uma organização
e um mundo melhor. Já tem gente fazendo, e você? Mais importante do que prever é
responder!
Eduardo Vargas - Sócio diretor da Muttare Consultoria de Gestão
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Mais importante do que prever é responder! Que admirável mundo